Buscar

RESENHA CRÍTICA Trabalho imaterial no contexto da enfermagem hospitalar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TRAESEL, Elisete Soares; MERLO, Álvaro Roberto Crespo. Trabalho imaterial no contexto da
enfermagem hospitalar: vivências coletivas dos trabalhadores na perspectiva da Psicodinâmica
do Trabalho. Rev. bras. saúde ocup. vol.36 no.123 São Paulo Jan./June 2011.
RESUMO CRÍTICO
A pesquisa nos indaga a refletir, dentro da fala das enfermeiras e no contexto
abordado, que o profissional muitas vezes se submerge na rotina do Hospital, deixando
a mercê sua vida pessoal. A busca pela excelência nas práticas e a significativa
quantidade de funções desempenhadas, sobrecarrega-os, porém a autocobrança
excessiva os faz desconsiderar os próprios limites. Os autores trabalham muito bem a
temática e a realidade da profissão, caracterizando os enfermeiros como pessoas que
estão em constante estado de vigília, atentos ao paciente e sempre pensando no próximo
passo. Isso é percebido na fala dos profissionais, quando é relatada a dificuldade de
desligar-se do papel desempenhado no ambiente hospitalar, mantendo-se até mesmo nos
momentos de descanso em constante estado de alerta. A incapacidade de separar o meio
profissional e pessoal deve-se ao excesso, tanto de preocupações e conflitos internos
vividos nos Hospitais, quanto na vontade e necessidade própria de ser mais eficiente e
dar conta de tudo, o que os faz praticar uma autocobrança característica.
O sentimento de dever cumprido só é obtido através do reconhecimento por
parte dos pacientes, o que os faz buscar constantemente o êxito no trabalho. No texto, é
relatado que quando há impossibilidade de o profissional desempenhar seu papel na
intensidade que gostariam, eles são tomados pelo sentimento de frustação, resultado
direto do despreparo emocional característico de muitos enfermeiros. A inteligência
emocional poucas vezes é trabalhada dentro da graduação, sobressaindo a exigência
tecnicista. Atualmente, busca-se modificar este cenário, dando maior apoio aos alunos e
os incentivando a ter melhor controle sobre seus sentimentos.
A autocobrança pela dedicação e amorosidade, é observada por meio da
famosa frase “enfermagem por amor”, e este fator é discutido como um traço de
ubalternidade, ou seja o profissional utiliza o amor a profissão como barreira na luta
pelas próprias necessidades tornando-se submisso a ela. Todos estes aspectos são
sofrimentos vivenciados no exercício da profissão, e possuem alta relevância reflexiva,
dado o alto número de profissionais que passam por esgotamentos psíquicos gerados
pelo excesso do trabalho. Dessa maneira, devemos considerar que a relação do trabalho
e o profissional deve ser trabalhada, pois ele não pode se tornar refém da sua própria
profissão.

Continue navegando