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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/283450288 Proposição de um método para medir a capacidade de produção de um objeto paramétrico por um software BIM Conference Paper · November 2015 DOI: 10.13140/RG.2.1.4697.8003 CITATION 1 READS 207 2 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Proposition for a Conceptual Structure for Collaborative Design Management Process using BIM View project Proposição de um método para a aplicação de Building Information Modeling (BIM) em projetos de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) View project João Alberto da Motta Gaspar University of São Paulo 19 PUBLICATIONS 11 CITATIONS SEE PROFILE Leonardo Manzione University of São Paulo 20 PUBLICATIONS 60 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by João Alberto da Motta Gaspar on 03 November 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/283450288_Proposicao_de_um_metodo_para_medir_a_capacidade_de_producao_de_um_objeto_parametrico_por_um_software_BIM?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/283450288_Proposicao_de_um_metodo_para_medir_a_capacidade_de_producao_de_um_objeto_parametrico_por_um_software_BIM?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Proposition-for-a-Conceptual-Structure-for-Collaborative-Design-Management-Process-using-BIM?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Proposicao-de-um-metodo-para-a-aplicacao-de-Building-Information-Modeling-BIM-em-projetos-de-Assistencia-Tecnica-para-Habitacao-de-Interesse-Social-ATHIS?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Joao-Alberto-Gaspar?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Joao-Alberto-Gaspar?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/University-of-Sao-Paulo?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Joao-Alberto-Gaspar?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo-Manzione?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo-Manzione?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/University-of-Sao-Paulo?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo-Manzione?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Joao-Alberto-Gaspar?enrichId=rgreq-d4051ee5a1325a5cfbebf9c7caeefcad-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MzQ1MDI4ODtBUzoyOTE2NTQ1NTM2MjA0ODNAMTQ0NjU0NzI3MjYxOA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA MEDIR A CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE UM OBJETO PARAMÉTRICO POR UM SOFTWARE BIM PROPOSING A METHOD TO MEASURE THE CAPACITY TO PRODUCE A PARAMETRIC OBJECT ON A BIM SOFTWARE ARTIGO 97 Resumo O acrônimo BIM é utilizado com diversos propósitos; por exemplo, para categorizar um software como BIM, ou não, geralmente a partir da livre interpretação sobre o tema. Os autores, experientes em ensino de ferramentas e processos BIM, apontam a carência de fundamentos nesse tipo de avaliação; portanto, é necessário desenvolver um método para realizá-la. O objetivo foi estabelecer uma metodologia para verificar que qualificação teriam os softwares BIM mais utilizados no mundo quanto à criação de objetos paramétrico. O método proposto é uma matriz que qualifica os recursos oferecidos por um binário ferramenta/software (sistema), para executar atividades relacionadas a objetos paramétricos, de acordo com definições estabelecidas por diversos pesquisadores BIM. Para testar a matriz, foi escolhido o objeto paramétrico típico "Porta". Os resultados mostraram que os recursos oferecidos pelos sistemas variam muito. Foi possível estabelecer um índice, denominado Índice de Parametrização de Objetos em BIM (IPO-BIM), que pode ser subdividido em outros indicadores. O método permitiu estabelecer regras para avaliar os sistemas quanto à sua capacidade de lidar com objetos BIM segundo os critérios definidos; recomenda-se, ainda, que mais pesquisas sejam feitas a partir desta, com a intenção de melhorar a qualidade das informações sobre esse tema para a comunidade. Palavras-chave: BIM. Objetos paramétricos. IFC. Abstract The BIM acronym is used for several purposes; for example, to categorize software as BIM, or not, usually from free interpretation of the theme. The authors, experienced in teaching tools and BIM processes, point to a lack of grounding in this type of evaluation. Therefore, it is necessary to develop an approach. The aim was to establish methodology to verify which of the most used BIM software worldwide qualify as being able to create parametric objects. The proposed method is a matrix that describes the features offered by a binary tool/software (system) to carry out activities related to parametric objects, according to the definitions established by several BIM researchers. To test the matrix, a typical parametric “Door” object was chosen. The results showed that the features offered by the systems vary widely. It was possible to establish an index, called BIM Object Parametrization Index, that can be subdivided into other indicators. The method allowed to establish rules for evaluate systems for their ability to deal with BIM objects according to defined criteria; it is recommended, that more research is done from this foundation, so as to improve the quality of information on this issues for the community. Palavras-chave: BIM. Parametric Objects. IFC. 1 INTRODUÇÃO O acrônimo BIM é utilizado com os mais diversos propósitos; por exemplo, para categorizar um software de modelagem para arquitetura, ou engenharia, como BIM, ou não. Atualmente, um programa é considerado BIM a partir da livre interpretação (pela academia, pelo mercado, por profissionais e estudantes) do referencial teórico encontradona bibliografia sobre o tema. Por esse motivo é comum encontrar, tanto na literatura especializada, quanto no dia-a-dia dos projetistas, discussões acaloradas sobre se há a necessidade de classificar softwares como BIM, ou não e, caso positivo, que requisitos um software deve ter para ser considerado BIM. Os autores, a partir de sua extensa experiência em ensino de ferramentas e processos orientados a sistemas de trabalho em BIM, apontam que só é possível inferir o quanto um programa é ou não BIM se houverem premissas bem definidas e métodos que possam ser testados e validados. Se um usuário confiar apenas na palavra ou na opinião de especialistas ou vendors, sem metodologias que possam ser testadas e seus resultados, mensuráveis e comparáveis, pode ser induzido a fazer escolhas inadequadas para seus objetivos, investindo tempo e dinheiro demais (ou de menos) em uma solução que não atende às suas demandas; se torna, portanto, presa fácil para todo o tipo de BIM Wash (Succar, 2011). Uma vez que os principais softwares do mercado apresentam muitos recursos (de modelagem, quantificação, representação 2D, colaboração, entre outros) seria praticamente impossível criar um único sistema de avaliação a respeito de quão BIM um programa é; portanto, se faz necessário desenvolver um método (ou métodos) para realizar tal avaliação. 2 OBJETIVO A modelagem paramétrica de objetos é um dos pilares do BIM, e é um dos critérios mais frequentemente utilizados pela academia e pelo mercado como referência para caracterizá- los como sendo softwares BIM. O objetivo, pois, foi estabelecer uma metodologia para verificar se, o quanto, e de que modo, os softwares para projeto arquitetônico em 3D mais utilizados no mundo (entre aqueles que podem ser qualificados como softwares BIM de autoria) atendem aos fundamentos teóricos que os qualificam quanto à sua capacidade de criação de objetos BIM paramétricos. 3 METODOLOGIA O método proposto é uma matriz onde são qualificados os recursos tecnológicos oferecidos ao usuário, por um ou mais softwares, para executar atividades típicas relacionadas a objetos paramétricos. Os critérios utilizados para desenvolvê-la estão fundamentados nas definições sobre modelagem paramétrica, estabelecidas por diversos pesquisadores BIM. Para que o escopo do estudo fosse corretamente definido, percebeu-se que ela não teria início apenas nos testes dos objetos, e sim muito antes, pois foi preciso estabelecer critérios claros a respeito do significado do termo “objeto paramétrico BIM”, entre outros tipos de escolhas. Concluiu-se que, para atender aos objetivos da pesquisa, que este fosse conduzida da seguinte maneira: • Revisão bibliográfica para a escolha da definição sobre objeto paramétrico BIM • Escolha do objeto paramétrico BIM a ser testado • Escolha dos softwares a serem testados • Características geométricas e não-geométricas a serem avaliadas no objeto BIM de referência • Atividades relacionadas ao uso do objeto BIM de referência • Criação e teste da matriz 3.1 Revisão bibliográfica para encontrar a definição mais adequada sobre o que é um objeto paramétrico BIM Para definir com precisão o objeto de estudo, foi feita uma revisão bibliográfica a respeito do que originalmente era aceito como modelagem paramétrica em softwares para projetos, até as mais novas e importantes definições sobre o que é um objeto BIM paramétrico. Uma das definições mais conhecidas e aceitas é a que está no livro The BIM Handbook (Eastman, Teicholz, Sacks e Liston, 2011). Os autores afirmam que o conceito objeto paramétrico é crucial para entender o BIM, e que são consideradas ferramentas BIM de autoria aquelas que permitem a criação de modelos constituídos por objetos paramétricos. No entanto, observou-se que algumas das premissas apontadas nos tópicos 1.4.1 e 1.4.2 deste livro são de tal forma tão restritivas quanto à definição de que seja um software BIM, (quanto ao do que seria um objeto paramétrico BIM) que nenhum dos softwares apontados como plataformas BIM no tópico 2.6.1, consegue, na prática, cumprir todos os requisitos ipsis litteris1 (Eastman et al, 2011). A questão da inviabilidade de se operar, na prática, um modelo completamente paramétrico já era apontada em Technical Notes from experiences and studies in using Parametric and BIM architectural software (Smith, 2007). Em sua defesa de doutorado, Daniel Davis (2013), parafraseando o The BIM Handbook, traz a seguinte ressalva, grifada em itálico e que não consta da frase original2: Aqueles que advogam a favor do BIM defendem que “o BIM reduz o retrabalho (o que cria flexibilidade) ao ser constituído por um repositório central de dados a partir de onde as representações gráficas são desenhadas; altere os dados uma vez e teoricamente tudo é atualizado” (Davis, 2013, p.8). Fez-se necessário, a partir deste ponto, pesquisar outras definições a respeito do que é um objeto paramétrico BIM, para dar o andamento adequado e correto à pesquisa. Entre diversas definições pesquisadas, entendeu-se que o manual NBS BIM Object Standard v1.2, atualmente apresenta a mais adequada. O objeto BIM deverá ter geometria paramétrica conforme o suporte oferecido pela plataforma BIM, e onde for conveniente, a geometria será travada e alinhada a elementos de referência apropriados, como planos, linhas, níveis e pontos” (NBS, 2014, p.24, tradução nossa). 1 No item 1.4.1, a mais complicada de se obter por todos os programas elencados como BIM no item 2.6.1, é aquela que afirma que o "modelo de construção é composto por dados consistentes e não redundantes, de modo que alterações nos dados de um componente são refletidos em todas as vistas e montagens onde este aparece" (tradução nossa). A consistência e não redundância das informações geométricas e não-geométricas dependem muito mais da habilidade e cuidado do especialista BIM do que da solução tecnológica. No item 1.4.2, que trata dos requisitos que um objeto deve apresentar para ser considerado como BIM, existem definições que, no mínimo, podem ser consideradas hiperbólicas: a segunda, que diz que a "geometria é integrada de modo não redundante e não permite inconsistências" (tradução nossa), assim como os exemplos dados para ilustrar a terceira definição, não funcionam como regra geral, de modo automático, em nenhum dos softwares citados pelos autores, pois dependem do uso correto das ferramentas. 2 Tradução e grifo em itálico nossos. 3.2 Escolha do objeto paramétrico BIM a ser testado Os objetos paramétricos que podem ser criados em uma plataforma BIM não possuem apenas um modo de se comportar; portanto, foi preciso estudar como os diversos tipos de objetos podem ser categorizados, para que objeto a ser estudado fosse corretamente escolhido. Após revisão bibliográfica específica para esse assunto, observou-se que, como regra geral, um objeto paramétricos BIM pode ser qualificado a partir do ponto de vista de seu comportamento (Lee, Sacks e Eastman, 2005) e de como é instanciado no ambiente de modelagem BIM (Tabelas 1 e 2 e Figura 1): Tabela 1 – Classificação de um objeto de acordo com seu comportamento no ambiente BIM Comportamento Descrição Hospedeiro Tem sua geometria e dados associados automaticamente alterados sempre que recebe ou deixa de receber um objeto hóspede; ao ser movimentado, copiado, duplicado, apagado, etc., tais alterações automaticamente impactam o(s) objeto(s) hóspede(s) Hóspede É todo aquele capaz de ser conectado ao hospedeiro, como descrito acima Neutro É todo objeto que não hospeda, nem é hospedado por nenhum outro Fonte: Elaborado pelos autores Tabela 2 – Classificação de um objeto de acordo com o método de instanciamento Instanciamento Descrição Pontual Possui apenas um ponto de referência (ou de inserção) declarado no ambiente BIM. Objetos como colunas, portas, janelas, equipamentos sanitários e mobiliáriosão, geralmente, pontuais (embora seja possível criá-los, dependendo do contexto e utilidade, como objetos lineares ou poligonais) Linear Objeto que é geometricamente instanciado por dois pontos de referência. Como exemplo, podemos citar vigas e segmentos de paredes Poligonal Objeto instanciado por três ou mais pontos de referência. A poligonal pode ser aberta, sendo suporte para paredes conectadas, por exemplo, ou fechada, permitindo a criação de lajes, forros e coberturas, entre outros objetos Fonte: Elaborado pelos autores Figura 1 – Objetos paramétricos, seu comportamento e método de instanciamento Fonte: Elaborado pelos autores Uma vez que os objetos paramétricos BIM puderam ser qualificados e classificados de acordo com o sistema proposto, chegou-se à conclusão que o objeto Porta é o que melhor atende aos objetivos da pesquisa. A Porta pode atuar como hóspede ou neutro, dependendo do contexto, da intenção do projetista e da capacidade da plataforma BIM, por exemplo, mas para este estudo, definiu-se que a Porta seria avaliada como tendo comportamento neutro: desta forma isolam-se diferentes e prováveis resultados que os testes teriam quando da relação da Porta com objetos hospedeiros, dado que nem todos os softwares se comportam de modo idêntico com relação à hospedagem. Além disso, a Porta é um objeto pontual por excelência, o que permite fazer avaliações mais qualificadas dentro do estudo proposto. Objetos instanciados linear ou poligonalmente possibilitam diversas interpretações, que poderiam contribuir para a perda de foco da pesquisa. 3.3 Escolha dos softwares a serem testados São muitos os softwares capazes de criar objetos paramétricos BIM de acordo com a definição de referência desta pesquisa (NBS, 2014), e todos oferecem mais de uma ferramenta para criá-los; basicamente o que as diferenciam (tanto entre os programas, quando dentro de um mesmo programa) é o conhecimento prévio que o usuário tem (ou não) em geometria, matemática e em linguagens de programação. Para orientar o recorte tecnológico que norteou o estudo, as ferramentas foram divididas em cinco categorias3, identificadas de A a E, como mostra a Tabela 3: Tabela 3 – Categorização das ferramentas que podem criar um objeto Porta de acordo com nível de conhecimento prévio do usuário (NCPU) Cat. NCPU Descrição da ferramenta adequada ao NCPU A Nenhum Cria objetos a partir de parâmetros determinados previamente pelo software, em que “uma instância de um objeto é criada através de uma interface orientada ao usuário, onde este determina novos valores em um conjunto de parâmetros pré-definidos” (Lee et al, 2006, tradução nossa). B Conhecimento básico de funções e expressões matemáticas Método de produção de objetos em que existe um conjunto de regras pré-definidas pelo software, e que suportam parâmetros e geometrias que serão criadas pelo usuário (Boeykens, 2012, p. 457). C Conhecimento básico de funções e expressões matemáticas; algum conhecimento em programação. Criação de objetos com o uso de geometrias modeladas pelo usuário, e que serão parametrizadas utilizando um conjunto de regras e funções estabelecidas pelo software. Assim o usuário tem mais flexibilidade na parametrização da geometria, mas não tem recursos para criar um objeto completo a partir do zero (Bergin, 2012). D Conhecimento sólido em matemática; desejável ter conhecimento intermediário em programação Uso de ferramentas de modelagem com visualização dos fluxos de dados (Janssen e Wee, 2011), que permitem liberdade total de criação de objetos, através da combinação de funções, regras e geometrias com o uso de diagramas visuais que se assemelham a fluxogramas. E Conhecimento sólido em matemática e programação Ferrramentas de programação de autoria, que possibilitam liberdade total de criação de objetos, entre outras interações com o software. Fonte: Elaborado pelos autores Foi determinado que apenas as ferramentas das categorias A, B e C seriam avaliadas no estudo, pois são as de uso mais comum entre os projetistas. Foram testados diversos softwares e suas ferramentas (SISTEMAS) que são capazes de criar um objeto Porta, para definir quais seriam considerados para a criação e teste da matriz. A categorização de cada pode ser vista na Tabela 3. As Figuras 2 a 6 mostram telas de diversos SISTEMAS, com o objetivo de ilustrar a relações deles com as categorias apresentadas na Tabela 3. 3 É importante frisar que as categorização não sugere, de forma alguma, que uma ferramenta ou método é capaz de criar objetos “melhores” do que outros. Tabela 3 – Categorização dos SISTEMAS de acordo com o Quadro 3 Cat. (Fig. Ex.) Ano Fabricante Software Ferramenta A (1) 1984 Graphisoft ArchiCAD Paramétrico Porta A (1) 1985 N. Vectorworks Vectorworks Paramétrico Porta A (1) 2000 Autodesk Revit Paramétrico Porta B (2) 2000 Autodesk Revit Editor de Famílias B (2) 2004 Bentley Microstation Parametric Cell Studio (PCS) C (3) 2008 Trimble SketchUp Componente Dinâmico D (4) 2003 Bentley Microstation Generative Components D (4) 2007 McNeel Rhino Grasshopper D (4) 2011 Autodesk Revit Dynamo E (5) 1982 Autodesk AutoCAD AutoLISP E (5) 1996 Graphisoft ArchiCAD GDL E (5) 1998 N. Vectorworks Vectorworks VectorScript E (5) 2004 Trimble SketchUp Ruby E (5) 2007 Autodesk Revit VB.NET e C# Fonte: Elaborado pelos autores Figura 2 – Exemplos de SISTEMAS Categoria A: Porta Paramétrica do ArchiCAD e Vectorworks Fonte: Elaborado pelos autores Figura 3 – Exemplos de SISTEMAS Categoria B: Editor de Famílias do Revit e PCS, Microstation Fonte: Elaborado pelos autores Figura 4 – Exemplos de SISTEMA Categoria C: Componente Dinâmico, SketchUp Fonte: Elaborado pelos autores, usando o objeto programado por Corrêa (2013) Figura 5 – Exemplo de SISTEMA Categoria D: Grasshopper com VisualARQ, Rhino Fonte: Machado (2015) Figura 6 – Exemplo de SISTEMA Categoria E: VectorScript, Vectorworks Fonte: Elaborado pelos autores, usando o objeto programado por Villares (2001) Chegou-se, então, à definição dos cinco SISTEMAS que foram utilizados na pesquisa4: Componentes Dinâmicos (SketchUp) 5, Paramétrico Porta (ArchiCAD), Editor de famílias (Revit), Paramétrico Porta (Vectorworks) e Parametric Cell Studio - PCS (Microstation). 4 ELABORAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA A CRIAÇÃO DA MATRIZ Nesta etapa foram discriminadas as operações que determinam a criação do objeto-teste, e quais atividades estão relacionadas à essa criação. Um sistema de pontuação foi proposto para avaliar a qualidade do relacionamento entre operações e atividades. Assim, foi possível estabelecer o formato da matriz, apresentada no item 5 - RESULTADOS. 4.1 Operações geométricas, não-geométricas e atividades a serem avaliadas Para estudo, o objeto-teste teve suas características funcionais separadas em cinco operações: Representação 2D (R2D), Modelo 3D (M3D), Interação Paramétrica Interna (IPI), Interação Paramétrica Externa (com outros objetos paramétricos) (IPE) e capacidade de armazenamento de dados não-geométricos (ADNG)6. As atividades relacionadas ao manejo de cada operação do objeto-teste são três: CRIAR um objeto novo, EDITAR uma instância de um objeto, e criar a versão IFC do objeto-teste e testar sua integridade. Esta última atividade, porém, só está relacionada a duas das operações consideradas acima. A Tabela 4 sintetiza o relacionamento entre as operações e as atividades, qualificando-as como existentes ou não-existentes. Tabela 4 – Existência de relacionamento entre operações e atividades Operações Atividades R2D M3D IPI IPE ADNG CRIAR um novo objeto Existente Existente Existente Existente Existente EDITAR uma instância Existente Existente Existente Existente Existente Integridade do objeto IFC Não-existente Existente Não-existente Não-existente Existente Fonte: Elaboradopelos autores 4.2 Atividades relacionadas ao uso do objeto Para completar a matriz, foi necessário criar um sistema de pontuação que pretende as qualificar as atividades, indicando se o binário software/ferramenta (SISTEMA) dispõe dos recursos necessários e, caso positivo, como tais recursos se apresentam ao usuário no que diz respeito à sua funcionalidade e obtenção de resultados, como pode ser visto nas Tabelas 5 e 6. A pontuação é numérica e dividida em intervalos de 100 de modo a deixar espaço para atualizações nos critérios, que poderão se situar entre os atuais. 4 A ferramenta de objetos paramétricos do Revit, dada a sua característica técnica, só pode ser avaliada em conjunto com seus respectivo par, o Editor de Famílias. 5 A aceitação do SketchUp como ferramenta BIM de autoria ainda é polêmica e relativamente recente; porém, funcionalidades incluídas a partir da versão 2014 tornam o componente dinâmico capaz de ser enquadrado dentro dos critérios de objeto paramétrico, de acordo com NBS (2014), Banks (2014), Taylor-Foster (2014), Khemlani (2014), Rumbelow (2014) e Frausto-Robledo (2014). 6 A definição destes critérios tem origem em estudos baseados em Prakoso (2010), Gaspar (2012), Fitzpatrick (2013), Thompson (2014) e Graphisoft (2015). Tabela 5 – Critérios de pontuação do SISTEMA sobre sua capacidade de realizar as operações relacionadas às atividades CRIAR e EDITAR Critérios de pontuação para as atividades CRIAR e EDITAR Operações 0 100 200 300 400 R2D Não é capaz de produzir a operação Não se aplica Oferece uma parametrização rudimentar Geração de elementos 2D a partir de predefinições; limitação das variações Editor paramétrico que permite a geração de elementos 2D e 3D sem limitação de variações M3D Não é capaz de produzir a operação Não se aplica Oferece uma parametrização rudimentar Geração de elementos 3D a partir de predefinições; limitação das variações Editor paramétrico que permite a geração de elementos 2D e 3D sem limitação de variações IPI Não é capaz de produzir a operação Realizada por interface simplificada de programação Relações paramétricas são pré-estabelecidas Editor paramétrico que permite o estabelecimento de quaisquer relações IPE Não é capaz de produzir a operação Existe apenas entre algumas classes de objetos; não é possível propor outras interações Existe entre diversas classes de objetos; não é possível propor outras interações É possível propor interações entre diferentes classes, de modo simplificado Editor paramétrico que permite o estabelecimento de quaisquer relações ADNG Não é capaz de produzir a operação Preenchimento manual de apenas um ou dois campos, e não é possível criar novos Preenchimento manual de todos os campos; possibilidade de criar novos; glossário limitado e/ou insuficiente Alguns campos com preenchimento automático; é possível criar novos; glossário limitado e/ou insuficiente Alguns campos com preenchimento automático; é possível criar novos; glossário adequado Fonte: Elaborado pelos autores Tabela 6 – Critérios de pontuação do SISTEMA sobre sua capacidade de realizar as operações relacionadas à atividade IFC Critérios de pontuação para a atividade IFC Operações 0 100 200 300 400 M3D Não é capaz de produzir a operação Não se aplica Exportação falha; poucos elementos mantém sua integridade geométrica Exportação de qualidade média; maior parte dos elementos mantém sua integridade geométrica; outros tem a geometria prejudicada, mas são exportados Exportação de alta qualidade; todos ou quase todos os elementos mantém sua integridade geométrica; erros mínimos ou inexistentes na exportação ADNG Não é capaz de produzir a operação Exporta apenas o nome de classe IFC Exportação apenas de parâmetros padrão Exportação de parâmetros padrão e property sets Exportação de parâmetros padrão e property sets; possibilidade de filtragem de parâmetros para a exportação Fonte: Elaborado pelos autores 5 RESULTADOS A seguir apresentamos a Tabela 7, que é a matriz para avaliação dos recursos tecnológicos oferecidos SISTEMA no que diz respeito às operações e atividades relacionadas ao objeto- teste. Ela é constituída pelo cruzamento entre operações e atividades promovidas (Tabela 4); para cada cruzamento é dada uma pontuação, de acordo com o estabelecido nas Tabelas 5 e 6. Tabela 7 – Matriz para avaliação de um SISTEMA com relação ao objeto Porta SISTEMA Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG TOTAL por Atividade (IPO-BIM-A) CRIAR 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 2000 EDITAR 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 400 0 a 2000 IFC --- 0 a 400 0 a 400 --- --- 0 a 800 Total por Operação (IPO-BIM-O) 0 a 800 0 a 1200 0 a 800 0 a 800 0 a 1200 0 a 4800 – TOTAL (IPO-BIM) Fonte: Elaborado pelos autores Para verificar se a matriz seria eficiente para cumprir o objetivo proposto, foram feitos testes com os SISTEMAS escolhidos (item 3.3). Todas as atividades e operações foram realizadas, e a pontuação obtida, anotada. Os resultados apresentados a seguir (Tabela 8) podem ser facilmente reproduzidos por qualquer usuário de nível médio dos softwares analisados, o que pode garantir a qualidade das informações apresentadas Tabela 8 – Avaliação dos SISTEMAS com relação à sua capacidade de produção de um objeto paramétrico Porta Componentes Dinâmicos (SketchUp) Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG IPO-BIM-A CRIAR 200 200 200 0 200 800 EDITAR 200 200 200 0 200 800 IFC --- 400 --- --- 200 600 IPO-BIM-O 400 800 400 0 600 2200 (IPO-BIM) Porta Paramétrica (ArchiCAD) Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG IPO-BIM-A CRIAR 300 300 300 100 400 1400 EDITAR 300 300 300 100 400 1400 IFC --- 400 --- --- 400 800 IPO-BIM-O 600 1000 600 200 1200 3600 (IPO-BIM) Editor de Famílias (Revit) Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG IPO-BIM-A CRIAR 400 400 400 200 400 1800 EDITAR 300 300 400 200 400 1500 IFC --- 400 --- --- 400 800 IPO-BIM-O 700 1100 700 400 1200 4100 (IPO-BIM) Porta Paramétrica (Vectorworks) Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG IPO-BIM-A CRIAR 300 300 300 100 300 1300 EDITAR 300 300 300 100 300 1300 IFC --- 400 --- --- 300 700 IPO-BIM-O 600 1000 600 200 900 3300 (IPO-BIM) Parametric Cell Studio (AECOsim) Operação Atividade R2D M3D IPI IPE ADNG IPO-BIM-A CRIAR 400 400 400 300 400 1900 EDITAR 300 300 300 300 400 1600 IFC --- 400 --- --- 1200 800 IPO-BIM-O 700 1100 700 600 1200 4300 (IPO-BIM) Fonte: Elaborado pelos autores 6 CONCLUSÕES Considerou-se que a matriz demonstrou ser eficiente para tornar mais clara a identificação dos pontos fortes e fracos dos SISTEMAS analisados, de acordo com os critérios estabelecidos e descritos neste artigo, no que diz respeito ao escopo da pesquisa. Foi possível estabelecer um índice, denominado Índice de Parametrização de Objetos em BIM (IPO-BIM), que reúne os pontos obtidos por cada SISTEMA, relacionados à sua capacidade de oferecer recursos para a produção de um objeto Porta, para cada operação e atividade relacionada; este índice ainda pode ser subdividido em indicadores por atividade (IPO-BIM-A) e operação (IPO-BIM-O). Sabe-se, contudo, que existem outros SISTEMAS que não foram considerados neste estudo, assim como não foram analisados objetos hospedeiros e hóspedes, e não foram feitas avaliações sobre objetos instanciados de modo linear ou poligonal. Percebeu-se que pode haver espaço para novos tipos de operações e atividades a serem qualificadas, mas espera-se que a metodologia utilizada neste estudo seja capaz de receber de modo adequado todos os novos estudos comparativos, caso sejam realizados. Como resultado indireto, é possível estabelecer uma espécie de ranqueamento dos SISTEMAS analisados de acordo com o métodoe critérios estabelecidos. No entanto, optou-se por não fazer uma tabela relacionada a qualquer tipo de ranking, por não ser parte do escopo desta pesquisa. De todo o modo, os pesquisadores concluem que o método apresentado é válido e cumpre com o objetivo de aumentar a qualidade das informações a respeito daquilo que é oferecido pela indústria de software para a comunidade. REFERÊNCIAS BANKS, J. SketchUp Pro 2014 and IFC: welcome to the new world of BIM. Shoegnome, 2014. Disponível em: < http://www.shoegnome.com/2014/04/13/sketchup-pro-2014-and-ifc/ >. Acesso em: 13 abr. 2014. BERGIN, M. S. A Brief History of BIM. Style of Design, 2012. Disponível em: < http://www.styleofdesign.com/architecture/a-brief-history-of-bim-michael-s-bergin/ >. Acesso em: 7 dez. 2012. BOEYKENS, S. Bridging building information modeling and parametric design. 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