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Classificações das Constituições (Por Jorge Henrique Sousa Frota)

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Classificações das Constituições (Por Jorge Henrique Sousa Frota)
Publicado por Escola Jorge Frota Professor 
Bom dia oabeiros!
Um presentinho para vocês: Classificação das Constituições (Capítulo 01, tópico 05 do livro "Introd. Aos Direitos Constitucional, Administrativo e Tributário" de autoria de Jorge Henrique Sousa Frota)
Espero que gostem! Por Jorge Henrique Sousa Frota
Seja mentorado pelo maior especialista do exame da OAB do Brasil.
Envie um e-mail para jorgehenriquesousafrota@gmail.com e receba os planos e orçamentos.
CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES
Continuando com o nosso curso, hoje estudaremos as classificações das constituições.
As constituições são tradicionalmente classificadas quanto:
01. À forma: a) escrita; b) costumeira.
02. Ao conteúdo: a) formal; b) material.
03. À origem: a) outorgada; b) promulgada, c) cesarista; d) pactuada.
04. À elaboração: a) dogmática; b) histórica.
05. À ideologia: a) ortodoxa; b) eclética.
06. À mutabilidade: a) rígidas; b) flexíveis; c) semirrígidas; d) imutáveis.
07. À finalidade: a) garantia; b) dirigente; c) balanço.
08. À ontologia: a) normativa; b) nominativa; c) semântica.
09. À extensão: a) sintética; b) analítica
QUANTO À FORMA
Se diz que uma Constituição é escrita, quando ela consiste em um código, ou seja, em um documento único e sistematizado. A nossa Constituição Federal de 1988 é um exemplo de Constituição escrita.
A Constituição não escrita, a contrário sensu, é aquela que não se encontra codificada, seus textos se apresentam em documentos esparsos, ou seja, não unificados em um só documento. O exemplo que a doutrina costuma mencionar é o da Constituição Inglesa.
Bernardo Gonçalves1, ao tratar da classificação das constituições quanto à forma, dispõe o seguinte: “Constituição escrita é aquela elaborada de forma escrita e sistemática em um documento único, feita de uma vez só (por meio de um processo específico ou procedimento único). (...) Constituição não escrita é aquela elaborada e produzida com documentos esparsos (de modo esparso) no decorrer do tempo, paulatinamente desenvolvidos, de forma histórica”.
QUANTO AO CONTEÚDO
Diz que uma Constituição é formal, quando toda a redação presente na Constituição é classificada como matéria constitucional. Remete ao que Carl Schmitt denominou de leis constitucionais, ou seja, só possuem status de Constituição, pois assim quis o legislador, não são assuntos materialmente constitucionais. Exemplo: Colégio Pedro Segundo (art. 242, § 2º da CF). A Constituição brasileira é classificada com uma constituição formal.
Uma constituição material é aquela que possui apenas assuntos materialmente constitucionais, ou seja, que versem sobre a estrutura do Estado, a sua organização e
os direitos fundamentais.
Sobre as classificações quanto ao conteúdo, Flávio Martins2, informa:
Constituição formal – é a constituição que não trata apenas de matéria constitucional, podendo tratar também de outros assuntos, pois o que importa é o seu processo solene de aprovação, na comparação com outras normas. Recebe o nome “formal” porque não importa o seu conteúdo, mas a forma solene através da qual ela foi aprovada. Assim, constituição formal é um documento solenemente aprovado, não importando de quais assuntos trata.
(...)
Constituição material – é a constituição que somente possui matéria, conteúdo constitucional, independentemente de estar em um documento ou em mais. Assim, é a Constituição que só trata da organização do Estado, aquisição e exercício do poder, direitos e garantias fundamentais etc. Podemos dar como exemplo a Constituição norte-americana de 1787, que, num só texto, previa apenas matéria constitucional.
QUANTO À ORIGEM
Diz que uma constituição é outorgada, quando ela é compulsoriamente imposta por uma pessoa; aqui, não há participação do povo. Exemplo: Estado novo (Ex-Presidente Getúlio Vargas).
Já as constituições promulgadas são aquelas advindas da participação do povo, da democracia.
Geralmente, tais constituições são elaboradas por um órgão constituinte. A
Constituição brasileira vigente é classificada como uma constituição promulgada.
Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco3, de forma bastante sucinta, informam: “Conforme a sua origem, distinguem -se as constituições em outorgadas e promulgadas, conforme tenha havido, ou não, participação do povo no seu processo de elaboração – mais frequentemente por meio de representantes populares eleitos para a tarefa. Chama -se Constituição promulgada aquela em que ocorre essa participação, que, por isso, também é chamada de Constituição democrática”.
Constituições denominadas de cesaristas são tipos de Constituições outorgadas, mas que necessitam de uma ratificação popular por meio de um referendo. Exemplo: Constituição chilena de Pinochet. A banca FUNDEP considerou correta a seguinte afirmação: “As Constituições cesaristas são aquelas oriundas de plebiscito popular”.
As constituições pactuadas referem-se a um conchavo de dois ou mais grupos sociais dominantes para instituir a Carta Constitucional de um determinado Estado. Exemplo: Carta Magna de 1215 do (Rei João sem-terra).
QUANTO À ELABORAÇÃO
Quanto à elaboração, elas podem ser dogmáticas ou históricas.
As constituições dogmáticas são constituições escritas, confeccionadas por um órgão especialmente designado para esse fim. A Constituição brasileira vigente é classificada como uma constituição dogmática.
As constituições históricas são aquelas fruto de um amadurecimento político, social e jurídico lento e contínuo de um certo país, representando, de modo fidedigno, a história e a tradição de um determinado povo. Exemplo: A Constituição Inglesa.
Alexandre de Moraes4, ao tratar da classificação das constituições quanto à elaboração, nos informa o seguinte: “Enquanto a constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante, a constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da História e tradições de um determinado povo (exemplo: Constituição inglesa)”.
QUANTO À IDEOLOGIA
Diz que uma constituição é ortodoxa, quando ela difunde apenas uma ideia, uma doutrina, uma convicção. Exemplo: Constituição da Antiga URSS de 1977.
A constituição eclética é aquela que apresenta várias ideias, várias doutrinas, várias convicções. A Constituição brasileira vigente é classificada como uma constituição eclética.
QUANTO À MUTABILIDADE
Pelo critério da mutabilidade, as constituições podem ser: a) rígidas; b) flexíveis; c) semirrígidas; d) imutáveis.
As constituições rígidas são aquelas que possuem um processo mais dificultoso para sua mudança, em comparação com as leis infraconstitucionais.
A Constituição brasileira vigente é classificada como uma constituição rígida, visto que o art. 60, § 2º da CF/88 informa que a proposta de emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Para a aprovação das leis ordinárias, basta a maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos membros da casa legislativa competente.
As constituições flexíveis são aquelas que não necessitam de um processo mais dificultoso para sua mudança em comparação com as leis infraconstitucionais. Exemplo: Constituição inglesa.
As semirrígidas ou semiflexíveis são aquelas que somente parte do texto constitucional pode ser alterado por um processo mais dificultoso, geralmente são os assuntos ligados aos temas constitucionais materiais. Exemplo: Constituição Brasileira de 1824.
Imutáveis são aquelas onde é vedado qualquer mudança no texto constitucional.
Flávia Bahia5 ao dispor sobre o tema, oferta os seguintes ensinamentos:
Se as normas constitucionais puderem ser alteradas pelo procedimento simplificado, por um procedimento legislativo comum ordinário, ela vai ser chamada de flexível.
As semirrígidas adotam um modelo híbrido de alteração porque parte do texto, normalmenteos dispositivos materialmente constitucionais, só podem ser alterados por um procedimento mais rigoroso e a parte flexível normalmente é formada pelas normas formalmente constitucionais.
As Constituições rígidas só podem ser alteradas por um procedimento legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para as demais normas jurídicas que se vinculam em regra a Constituições Escritas.
As imutáveis são as Constituições não passíveis de qualquer modificação. Na verdade, poderíamos considerá-las antidireito, pois sem mecanismo de reforma não possuem oxigênio suficiente para acompanhar as diversas mudanças que um país enfrenta ao longo de sua história.
QUANTO À FINALIDADE
Constituição garantia é aquela que visar garantir as liberdades individuais e coletivas, limitando o poder estatal. Exemplo: Constituição Norte Americana de 1787.
Constituição dirigente é a carta constitucional que fomenta um plano de direção a ser seguido pelos gestores públicos, com a finalidade de uma evolução política, social e econômica (normas programáticas).
A Constituição brasileira vigente é classificada como uma constituição dirigente.
Já a constituição balanço é a que sistematiza a organização político-administrativa do Estado em um dado momento, descrevendo o estágio atual das relações de poder, reajustando os comandos constitucionais, se preciso for.
QUANTO À ONTOLOGIA
Murilo Ricardo Silva Alves6, em seu artigo “A Constituição da Republica Federativa do
Brasil e sua classificação ontológica: uma conversa com Karl Loewenstein, Konrad Hesse e Ferdinand Lassale” dispõe de forma muito didática quanto à classificação das constituições na modalidade ontologia, vejamos:
A constituição normativa “são aquelas, que possuem valor jurídico, cujas normas dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de seus termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos, sendo condutor dos processos de poder”.
A nominativa ou nominal é classificado dessa forma quando não há uma concordância, absoluta, entre as normas constitucionais e as exigências do processo político, estas não se adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor jurídico cujas normas, na maior parte, são ineficazes. O seu texto não conduz os processos de poder, sendo o contrário, ou seja, os grupos de poder é que conduzem a Constituição.
Semântica é a Constituição cujas normas foram elaboradas para a legitimação de práticas autoritárias de poder; geralmente decorrem da usurpação do Poder
Constituinte do povo. É Constituição a serviço dos que estão no Poder, sendo deles um instrumento que visa estabilizar e eternizar a intervenção dos dominadores fáticos do poder político.
QUANTO À EXTENSÃO
Se diz que uma Constituição é sintética quando seu texto é enxuto, normalmente também é classificada como Constituição material. Ex. Constituição do Estados Unidos da América.
Se diz que uma Constituição é analítica quando seu texto é prolixo, normalmente também é classificada como Constituição formal. Ex. Constituição do Brasil de 1988.
COMO ESSES TEMAS VÊM CAINDO NAS PROVAS DE CONCURSO?
01. FCC - 2020 - AL-AP - ANALISTA LEGISLATIVO - TÉCNICO LEGISLATIVO
Suponha que, como resultado dos trabalhos de uma Assembleia Nacional Constituinte convocada ao fim de um período e processo revolucionários, entre em vigor em determinado país uma nova Constituição, que estabeleça que a alteração do texto constitucional se dê por deliberação do mesmo órgão responsável pela elaboração da legislação ordinária, embora mediante procedimento mais complexo e quórum mais elevado do que o previsto para essa. Nessa hipótese, tem-se, respectivamente quanto à origem e alterabilidade, uma Constituição
A) promulgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; eflexível, por atribuir o poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação ordinária, a despeito da existência de procedimento diferenciado para reforma constitucional.
B) promulgada, por ser resultado de um processo revolucionário; e semirrígida, poratribuir o poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação ordinária, estabelecendo um procedimento especial para reforma constitucional.
C) outorgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; eflexível, por atribuir o poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação ordinária, a despeito da existência de procedimento diferenciado para reforma constitucional.
D) promulgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; e
rígida, em virtude da existência de procedimento próprio e mais dificultoso para alteração do texto constitucional, ainda que a cargo do órgão legislativo ordinário.
E) outorgada, por ser resultado de um processo revolucionário; e rígida, em virtude daexistência de procedimento próprio e mais dificultoso para alteração do texto constitucional, ainda que a cargo do órgão legislativo ordinário.
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra D correta. Na hipótese acima, é correto afirmar que se tem, respectivamente, quanto à origem e alterabilidade, uma Constituição promulgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; e rígida, em virtude da existência de procedimento próprio e mais dificultoso para alteração do texto constitucional, ainda que a cargo do órgão legislativo ordinário.
Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco7, de forma bastante sucinta, informam, quanto à origem das Constituições que: “distinguem- se as constituições em outorgadas e promulgadas, conforme tenha havido, ou não, participação do povo no seu processo de elaboração – mais frequentemente por meio de representantes populares eleitos para a tarefa. Chama- se Constituição promulgada aquela em que ocorre essa participação, que, por isso, também é chamada de Constituição democrática”.
Pelo critério da mutabilidade, as constituições podem ser: a) rígidas; b) flexíveis; c) semirrígidas; d) imutáveis.
As constituições rígidas são aquelas que possuem um processo mais dificultoso para sua mudança em comparação com as leis infraconstitucionais.
A Constituição brasileira vigente é classificada com uma constituição rígida, visto que o art. 60, § 2º da CF/88 informa que a proposta de emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Letra A. Ela é promulgada quanto à origem, mas é rígida quanto à mutabilidade.
Letra B. Ela é promulgada quanto à origem (por ser fruto de uma assembleia nacional constituinte), mas é rígida quanto à mutabilidade.
Letra C. Mesmos fundamentos da letra B. Ela é promulgada quanto à origem (por ser fruto de uma assembleia nacional constituinte), mas é rígida quanto à mutabilidade.
Letra E. A letra E traz os conceitos corretos de promulgação e mutabilidade, mas o enunciado é claro que a Constituição do enunciado derivou de uma assembleia nacional constituinte (o que torna a alternativa errada).
02. QUADRIX - 2020 - CREFONO - 1ª REGIÃO - PROFISSIONAL ADMINISTRATIVO
As constituições podem ser classificadas sob diversos critérios, entre os quais, o da estabilidade, que se dá com base na complexidade do processo para sua alteração, em comparação com o processo legislativo ordinário. Considerando a classificação das constituições quanto à estabilidade, julgue o item.
A Constituição Federal de 1988 é um modelo de constituição flexível, uma vez que permite sua modificação por meio dos mesmos procedimentos utilizados nas normas ordinárias. Certo
Errado
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Errado. A Constituição Federal de 1988 é um modelo de constituição rígida, uma vez que permite sua modificação por meio de procedimentos mais dificultosos do que os utilizados nas normas ordinárias.
03. QUADRIX - 2020 - CREFONO - 1ª REGIÃO - PROFISSIONALADMINISTRATIVO
As constituições podem ser classificadas sob diversos critérios, entre os quais, o da estabilidade, que se dá com base na complexidade do processo para sua alteração, em comparação com o processo legislativo ordinário. Considerando a classificação das constituições quanto à estabilidade, julgue o item.
As constituições rígidas são aquelas das quais se exige um procedimento especial, em comparação com o processo legislativo ordinário, para sua modificação.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Certo. Pelo critério da mutabilidade, as constituições podem ser: a) rígidas; b) flexíveis; c) semirrígidas; d) imutáveis.
As constituições rígidas são aquelas que possuem um processo mais dificultoso para sua mudança em comparação com as leis infraconstitucionais.
A Constituição brasileira vigente é classificada com uma constituição rígida, visto que o art. 60, § 2º da CF/88 informa que a proposta de emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
04. QUADRIX - 2020 - CRMV-AM - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Após passar por uma revolução, o Estado X teve sua Constituição imposta de forma unilateral por um grupo revolucionário.
Suas regras eram sistematizadas e organizadas em um único documento, extenso e com regras minuciosas, que poderiam ser tratadas por meio de leis infraconstitucionais.
Essa Constituição poderia ser alterada com o mesmo procedimento de alteração de uma lei não constitucional, buscando conferir legitimidade meramente formal aos detentores do poder, em seu próprio benefício, e prevalecendo regras individualizadas, como normas constitucionais revestidas de pouco grau de abstração.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item.
A descrição de a Constituição do Estado X busca conferir legitimidade meramente formal aos detentores do poder possibilita classificá‐la como uma Constituição semântica. Certo
Errado
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Certo.
Constituição semântica é uma classificação denominada de ontológica pela doutrina.
Murilo Ricardo Silva Alves8, em seu artigo “A Constituição da Republica Federativa do
Brasil e sua classificação ontológica: uma conversa com Karl Loewenstein, Konrad Hesse e Ferdinand Lassale” dispõe, de forma muito didática, quanto à classificação das constituições na modalidade ontologia, vejamos:
A constituição normativa “são aquelas, que possuem valor jurídico, cujas normas dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de seus termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos, sendo condutor dos processos de poder”.
A nominativa ou nominal é classificado dessa forma quando não há uma concordância, absoluta, entre as normas constitucionais e as exigências do processo político, estas não se adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor jurídico cujas normas, na maior parte, são ineficazes. O seu texto não conduz os processos de poder, sendo o contrário, ou seja, os grupos de poder é que conduzem a Constituição.
Semântica é a Constituição cujas normas foram elaboradas para a legitimação de práticas autoritárias de poder; geralmente decorrem da usurpação do Poder
Constituinte do povo. É Constituição a serviço dos que estão no Poder, sendo deles um instrumento que visa estabilizar e eternizar a intervenção dos dominadores fáticos do poder político.
05. QUADRIX - 2020 - CRMV-AM - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Após passar por uma revolução, o Estado X teve sua Constituição imposta de forma unilateral por um grupo revolucionário.
Suas regras eram sistematizadas e organizadas em um único documento, extenso e com regras minuciosas, que poderiam ser tratadas por meio de leis infraconstitucionais.
Essa Constituição poderia ser alterada com o mesmo procedimento de alteração de uma lei não constitucional, buscando conferir legitimidade meramente formal aos detentores do poder, em seu próprio benefício, e prevalecendo regras individualizadas, como normas constitucionais revestidas de pouco grau de abstração.
A Constituição do Estado X, quanto à sua origem, deve ser classificada como outorgada. Certo
Errado
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Certo. Diz que uma constituição é outorgada, quando ela é compulsoriamente imposta por uma pessoa ou um grupo, aqui não há participação do povo. Exemplo: Estado novo (Ex-Presidente Getúlio Vargas).
06. CONSULPAM - 2019 - PREFEITURA DE VIANA - ES - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS – DIREITO
A respeito da classificação das Constituições, jugue os itens que seguem:
I - A Constituição outorgada é aquela imposta unilateralmente por grupo ou governo que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar. No Brasil a Constituição de 1891 é um exemplo de Constituição outorgada.
II - A Constituição promulgada, também chamada de democrática, é aquele fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo para em nome dele atuar. Como exemplo tem-se a Constituição de 1937.
III - A Constituição pactuada é aquela em que o poder constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular. Trata-se de modalidade anacrônica, dificilmente ajustando-se à noção moderna de Constituição, intimamente associada à ideia de unidade do poder constituinte. Exemplificam-nas a Magna Carta de 1215.
Assinale a alternativa CORRETA:
A) A assertiva II é verdadeira e a I e III são falsas.
B) A assertiva III é verdadeira e a I e II são falsas.
C) As assertivas II e III são verdadeiras e a I é falsa.
D) Somente a assertiva II é a verdadeira.
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra B correta. Vejamos:
Afirmativa I – é correto informar que a Constituição outorgada é aquela imposta unilateralmente por grupo ou governo que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar, mas é incorreto dispor que, no Brasil, a Constituição de 1891 é um exemplo de Constituição outorgada.
Afirmativa II – é correto informar que a Constituição promulgada, também chamada de democrática, é aquele fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo para em nome dele atuar, mas é incorreto dispor, como exemplo de Constituição promulgada, a Constituição de 1937.
Afirmativa III – É correto informar que “A Constituição pactuada é aquela em que o poder constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular. Trata-se de modalidade anacrônica, dificilmente ajustando-se à noção moderna de Constituição, intimamente associada à ideia de unidade do poder constituinte. Exemplificam-nas a Magna Carta de 1215”.
Letras A, C e D. Incorretas pelo acima exposto.
07. FUNDEP (GESTÃO DE CONCURSOS) - 2019 - PREFEITURA DE CONTAGEM - MG PROCURADOR MUNICIPAL
Sobre as classificações das Constituições, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) Quanto à ideologia, as Constituições podem ser ecléticas ou ortodoxas.
( ) As Constituições costumeiras são aglutinadas em um texto solene.
( ) Sob o aspecto da extensão, as Constituições podem ser ortodoxas e sintéticas.
( ) As Constituições cesaristas são aquelas oriundas de plebiscito popular.
Assinale a sequência correta.
A) V F V V
B) V F F V
C) F V F F
D) F V V F
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra B correta. Vejamos:
Quanto à afirmativa I – É correto dispor que “Quanto à ideologia, as Constituições podem ser ecléticas ou ortodoxas”.
Diz que uma constituição é ortodoxa, quando ela difunde apenas uma ideia, uma doutrina, uma convicção. Exemplo: Constituição da Antiga URSS de 1977.
A constituição eclética é aquela que apresenta várias ideias, várias doutrinas, várias convicções. A Constituição brasileira vigente é classificada com uma constituição eclética.
Quanto à afirmativa II – As Constituições costumeiras NÃO são aglutinadas em um texto solene, e sim em textos ou leis esparsas.
Quanto à afirmativa III – Sob o aspecto da extensão,as Constituições podem ser analíticas e sintéticas.
Quanto à afirmativa IV – É correto dispor que “As Constituições cesaristas são aquelas oriundas de plebiscito popular”.
Letra A, C e D. Incorretas pelo exposto acima.
08. VUNESP - 2019 - PREFEITURA DE CAMPINAS - SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL - CONHECIMENTOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto
A) à origem, as constituições podem ser dogmáticas ou históricas.
B) à extensão, as constituições podem ser analíticas ou sintéticas.
C) à forma, as constituições podem apresentar-se como promulgadas ou outorgadas.
D) à estabilidade, as constituições podem ser materiais ou formais.
E) ao conteúdo, as constituições podem ser escritas ou não escritas.
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra B correta. Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto à extensão, as constituições podem ser analíticas ou sintéticas.
Letra A. Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto à origem, as constituições podem ser outorgadas, promulgadas, cesaristas e pactuadas.
Letra C. Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto à extensão, as constituições podem ser sintéticas e analíticas.
Letra D. Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto à forma, as constituições podem ser escritas ou não escritas (costumeiras).
Letra E. Considerando-se as classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que, quanto ao conteúdo, as constituições podem ser formais ou materiais.
09. IADES - 2019 - SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL
Acerca do conceito, das classificações e dos princípios fundamentais da Constituição, assinale a alternativa correta.
A) Quanto à forma, as constituições podem ser materiais ou formais.
B) Constituições outorgadas são as que derivam do trabalho de uma assembleianacional constituinte composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração.
C) Quanto à modificação de seu texto, constituição flexível é aquela que pode ser alterada por meio de processo legislativo mais dificultoso e específico do que o existente para as demais espécies normativas.
D) Constituição não escrita é o conjunto de regras não aglutinado em um texto solene, mas fundamentado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções.
E) Sintética é a constituição que regulamenta todos os assuntos que entendam relevantes à formação, à destinação e ao funcionamento do Estado.
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra D correta. É correto dispor que a “Constituição não escrita é o conjunto de regras não aglutinado em um texto solene, mas fundamentado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções”.
Letra A. Quanto à forma, as constituições podem ser escritas ou costumeiras.
Letra B. Constituições PROMULGADAS são as que derivam do trabalho de uma assembleia nacional constituinte composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração.
Letra C. Quanto à modificação de seu texto, constituição RÍGIDA é aquela que pode ser alterada por meio de processo legislativo mais dificultoso e específico do que o existente para as demais espécies normativas.
Letra E. ANALÍTICA é a constituição que regulamenta todos os assuntos que entendam relevantes à formação, à destinação e ao funcionamento do Estado.
10. QUADRIX - 2019 - PREFEITURA DE JATAÍ - GO - AUDITOR DE CONTROLADORIA
A Constituição brasileira de 1988 pode ser classificada, quanto à A) ontologia, em normativa.
B) extensão, em sintética.
C) finalidade, em garantista.
D) ideologia, em ortodoxa.
E) mutabilidade, em semirrígida.
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Letra A correta. A Constituição brasileira de 1988 pode ser classificada quanto à ontologia, em normativa, quanto à extensão, em analítica, quanto à ideologia, em eclética e quanto à mutabilidade, em rígida. Letra B, C D e E. Incorretas pelo exposto acima.
QUESTIONÁRIO
01. Quanto à forma, como podem ser classificadas as constituições?
02. Quanto ao conteúdo, como podem ser classificadas as constituições?
03. Quanto à origem, como podem ser classificadas as constituições?
04. Quanto à ideologia, como podem ser classificadas as constituições?
05. Quanto à ontologia, como podem ser classificadas as constituições?
REFERÊNCIAS
01. GONÇALVES, Bernardo. Curso de Direito Constitucional. 9º edição. Juspodivm:
Bahia. P. 40
02. MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. 3º edição. Editora Saraiva: São
Paulo. Pp. 217-218
03. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet e MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12º edição. Editora Saraiva: São Paulo. P. 73.
04. MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 34º edição. Ed. Atlas: Rio de Janeiro p. 43.
05. BAHIA, Flávia. Direito Constitucional. 03º edição. Ed. Armador: Recife. Pp. 48-49.
06. ALVES, Murilo Ricardo Silva. A Constituição da Republica Federativa do Brasil e sua classificação ontológica: uma conversa com Karl Loewenstein, Konrad Hesse e Ferdinand Lassale. Disponível na revista Âmbito jurídico. Acesso 30.04.2020.
07. Repetição da citação 03 (Branco e Mendes).
08. Repetição da citação 06 (Murilo Alves) Até a próxima!
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