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Termos Técnicos ao comercio exterior Aula um

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25/09/2022 12:00 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERMOS TÉCNICOS AO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25/09/2022 12:00 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19
Profa. Luciana Mazzuti Leal
CONVERSA INICIAL
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Vamos iniciar esta disciplina, que tem por objetivo
apresentar informações e soluções operacionais sobre comércio exterior, importações, exportações e
temas relacionados à área. Inicialmente, abordaremos o significado de “comércio exterior”, seu
contexto, regulamentações internacionais, visão macroeconômica do livre-comércio e, por fim, os
órgãos brasileiros responsáveis por controlar o comércio exterior.
Para discorrermos juntos sobre o assunto, iremos estudar a origem do comércio exterior, suas
leis e o impacto das trocas de produtos e serviços entre os países, tanto na compra (importação)
quanto na venda (exportação). O comércio exterior engloba a logística nacional e internacional no
país de origem e no país de destino, a burocracia aduaneira e as formas de pagamento, seguindo
praticamente todos os ritos de um negócio local, mas ultrapassando fronteiras.
CONTEXTUALIZANDO
Praticamente todos os países dependem do comércio exterior. Alguns são especialistas em
tecnologia, maquinários, remédios, produtos hospitalares, peixes, vinhos, chocolates ou, como é o
caso do Brasil, commodities agrícolas.
O comércio internacional começou a ser regulamentado após a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) a fim de promover a cooperação internacional e o livre-comércio entre países. Em 1947 teve
início a Organização Mundial do Comércio (OMC), após a assinatura do Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio (GATT), responsável por criar e gerenciar regras do sistema multilateral de comércio.
O acordo ficou em vigência até 1994 e, a partir de 1995, após a oitava rodada do GATT –
conhecida como rodada do Uruguai –, o assunto ficou sob a responsabilidade da OMC, que passou a
regular e determinar as regras do 
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livre-comércio e solucionar disputas, até os dias de hoje. Atualmente tem 164 países-membros,
dentre eles o Brasil, e representa 98% do comércio mundial (OMC, 2019).
Com a globalização, o comércio internacional tem se tornado uma ferramenta universal para os
países se desenvolverem pelo comércio exterior, já que se relaciona diretamente com a balança
comercial – a soma total do que é importado ou exportado num país – e com o produto interno
bruto (PIB) – soma de tudo que é produzido de bens e serviços. Em 2018 o Banco Mundial avaliou o
Brasil como a nona maior economia do mundo, mas participava de apenas 1,1% do comércio
internacional (Banco Mundial, 2019).
O Brasil participa de forma ínfima no comércio exterior, e existe uma carência de
desenvolvimento no país. Esse desenvolvimento se refere aos negócios internacionais e à relação
comercial entre os países. Para que as empresas possam atuar no comércio exterior, é necessário
cada vez mais profissionais capazes de desenvolver atividades de compra e venda internacional, e de
auxiliar na internacionalização do país.
O mercado para profissionais capacitados em comércio exterior, em sua maioria, se concentra
em empresas exportadoras, importadoras e prestadoras de serviço, como despachantes aduaneiros
ou agentes de carga. As atividades vão desde a gestão de processos e terceiros até projetos de
viabilidade comercial.
TEMA 1 – INTRODUÇÃO À TERMINOLOGIA TÉCNICA DE COMÉRCIO
EXTERIOR
É possível compreender o comércio exterior como a troca de produtos e serviços entre países.
Essa troca se dá pela compra (importação) e pela venda (exportação), como veremos a seguir.
1.1 IMPORTAÇÃO
Segundo a Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais, “A importação compreende a
entrada temporária ou definitiva em território nacional de bens ou serviços originários ou
procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito” (Brasil, 2015). A importação pode ser feita
por pessoa física ou jurídica, seguindo as normas da Receita Federal e considerando a devida carga
de impostos.
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Conforme veremos à frente, a carga tributária na importação compreende cinco impostos:
1.  Imposto de Importação (II);
2.  Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
3.  Programa de Integração Social (PIS);
4.  Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
5.  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Receita Federal é o principal órgão responsável pelo controle dos impostos e do comércio
exterior no Brasil, por meio do Regulamento Aduaneiro, que apresenta as leis e regras no Decreto n.
6.759/2009. Em outras palavras, o Regulamento Aduaneiro é o coração das atividades de comércio
exterior, e é de fundamental importância que os profissionais o conheçam.
Figura 1 – Rotina de exportação e importação de produtos
Fonte: Vectorfusionart/Shutterstock.
As importações para pessoa física são restritas a consumo próprio, impossibilitadas de
comercialização. Isso significa que importações pelos Correios, DHL, FedEx, TNT ou outros correios
internacionais não podem ser feitas com o objetivo de venda no mercado local, além de existir um
limite no valor de cinco mil dólares americanos (valor de 2020).
Produtos ou serviços importados são exclusivamente comercializados por pessoas jurídicas
devidamente registradas na Receita Federal e em dia com seus tributos. “Devidamente registradas”
significa ter os cadastros para emitir notas fiscais e recolher tributos, além de um responsável legal da
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empresa no contrato social e um CNPJ digital que o permita exercer personalidade jurídica. O CNPJ
digital é a identidade digital da pessoa jurídica no meio eletrônico, que permite autenticar atividades
da empresa em sistemas públicos e privados.
Pessoa física é o ser humano possuidor de direitos e deveres e com registro no Cadastro de
Pessoa Física (CPF), da Receita Federal. Já a pessoa jurídica é a união de uma ou mais pessoas físicas,
mais patrimônio ($), com a finalidade de prestar serviços ou produzir bens. Como exemplo, podemos
citar empresas, microempresas, ONGs e associações.
Os profissionais da área de importação podem atuar nas empresas importadoras ou em
prestadoras de serviço. Exemplos dessas atividades vão desde compras internacionais, controle do
andamento dos processos, registro das importações, controle da logística aérea, marítima e
rodoviária até internação da importação no estoque da empresa, por meio da emissão da nota fiscal
de entrada.
1.2 EXPORTAÇÃO
Segundo o Ministério da Economia, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), “A exportação é
basicamente a saída da mercadoria pelas fronteiras do país, inclusive mar territorial, decorrente de
um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas”
(Brasil, 2015). “Divisas” se refere à entrada ou saída de dinheiro e, sim, é possível exportar sem
receber dinheiro, como devolução de embalagens reutilizáveis ou produtos intermediários
manufaturados.
Figura 2 – Processo de importação e exportação de produtos
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Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock.
Também conforme o MDIC (Brasil, 2015),
A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorrentes internos, pois diversifica
mercados, aproveita melhor sua capacidade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido,
incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais. A atividade de
exportar pressupõe uma boa postura profissional, conhecimento das normas e versatilidade.
Além dos fatores apresentados, as empresas exportadoras utilizam benefícios fiscais para se
tornar mais competitivas nomercado externo, como redução do recolhimento de impostos nas
matérias-primas, compra no mercado interno destinada à exportação e isenção de impostos na
exportação. Vale lembrar que isso é praticado por todos os países, inclusive de forma ilegal em
alguns casos, como nos processos de “dumping” na OMC – quando um país vende seu produto mais
barato no mercado externo do que em seu próprio mercado. Aprofundaremos esse assunto nos
próximos capítulos.
Existem várias formas de uma empresa exportar produtos, podendo contratar profissionais
capazes de organizar todos os documentos e contratação de terceiros, montagem do preço de venda
ou por meio do programa Exporta Fácil, dos Correios.
1.3 LOGÍSTICA
No comércio exterior, a logística pode ser dividida em dois tipos: internacional – que trata dos
meios de transporte aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário – e nacional – transporte aéreo,
rodoviário, ferroviário e fluvial.
Figura 3 – Exportação e importação de mercadorias
Fonte: Vectorpouch/Shutterstock.
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No comércio exterior, o ponto determinante da contratação logística depende dos international
commercial terms (Incoterms), ou, em português, “termos comerciais internacionais”. Essa contratação
deve considerar o que está sendo comprado e as responsabilidades do exportador e do importador.
Quando falamos “responsabilidades”, nos referimos a “quando e quem irá pagar o quê”.
Para cada tipo de logística existem documentos e controles específicos. A documentação
principal da logística do comércio exterior é o conhecimento de carga (ou conhecimento de
transporte). Conforme a Receita Federal (Brasil,2014),
o conhecimento de carga, também conhecido como conhecimento de transporte emitido pelo
transportador, define a contratação da operação de transporte internacional, comprova o
recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino, constitui
prova de posse ou propriedade da mercadoria e é um documento que ampara a mercadoria e
descreve a operação de transporte.
O conhecimento de carga recebe denominações específicas em razão da via de transporte:
Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário (CRT), Conhecimento de Carga Ferroviária
(TIF/CTF), Bill of Lading (BL) ou Air Waybill (AWB) (Brasil,2014).
TEMA 2 – ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Organizações internacionais são instituições criadas por países com um fim específico, que
podem ser da área financeira, de saúde, política, ambiental, entre outros. Sobre o comércio exterior,
podemos citar três organizações:
1.  OMC;
2.  FMI;
3.  Banco Mundial.
Veremos agora a estrutura operacional de cada uma, e o que elas fazem.
2.1 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
Assumpção (2007) comenta que
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A OMC é uma organização permanente e com personalidade jurídica própria, com 150 membros.
Entrou em funcionamento em 1º de janeiro de 1995, com objetivo de promover e estabelecer
negociações tarifárias multilaterais, mediar a solução de conflitos, não só de origem comercial, mas
como também relacionados a direitos autorais e tratamento a investimentos estrangeiros diretos.
Em resumo, ela determina as regras para que o comércio internacional possa ocorrer de forma
saudável, mantendo os interesses dos envolvidos.
Em relação às regras, que são a base do sistema comercial multilateral, a OMC (2019) defende:
Não discriminação entre seus parceiros comerciais nem entre produtos e serviços próprios e
estrangeiros;
Redução de barreiras que podem ser tributárias, proibições ou quotas que restrinjam
seletivamente as quantidades;
Previsibilidade e transparência nos negócios, evitando barreiras comerciais levantadas de forma
arbitrária;
Competitividade para desencorajar práticas injustas, como subsídios à exportação e produtos
de dumping abaixo do custo para ganhar participação de mercado;
Privilégios especiais a países menos desenvolvidos, como maior tempo para se ajustar aos
acordos;
Medidas de proteção ao meio ambiente, saúde pública e animal, e fitossanidade.
2.2 FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI)
O FMI é uma agência especializada das Nações Unidas que tem por objetivo “promover a
cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional,
promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em
todo o mundo” (Brasil, 2017).
Atualmente o FMI tem 189 países-membros, e sua missão é exercida de três maneiras:
1. Monitoramento do sistema monetário internacional: processo pelo qual o FMI
controla as políticas econômicas e os sistemas monetários dos países-membros;
2. Empréstimos aos países-membros: é responsabilidade central do FMI dar empréstimos
a países-membros que enfrentem problemas (atuais ou potenciais) de balanço de pagamentos;
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3. Capacitação: programa que auxilia os países-membros a implementar políticas
econômicas para promover a estabilidade e o crescimento.
Conforme veremos, uma diferença entre o Banco Mundial e o FMI é que este tenta resolver
crises e problemas financeiros, e aquele ajuda no desenvolvimento dos países, principalmente
estrutural.
2.3 BANCO MUNDIAL
O Banco Mundial é uma agência independente das Nações Unidas e auxilia os países rumo ao
desenvolvimento. São 60 bilhões de dólares anuais em empréstimos para os 187 países-membros.
Dentro do Banco Mundial existe o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird),
que atua como uma cooperativa. Conforme as Nações Unidas, o Bird
atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos financeiros, o seu pessoal
altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para apoiar os esforços das nações em
desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro, sustentável e equitativo. O objetivo
principal é a redução da pobreza e das desigualdades. (Brasil, 2011)
O Banco Mundial atua no Brasil há mais de 60 anos e já financiou 50 bilhões de dólares na
gestão pública, infraestrutura, desenvolvimento urbano, educação, saúde e meio ambiente. Um dos
principais exemplos de atuação do Banco Mundial é a parceria com o Governo Federal no Bolsa
Família, responsável pela redução na desigualdade social e em projetos de luta contra doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs), como a aids.
TEMA 3 – VISÃO MACROECONÔMICA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A visão macroeconômica do comércio exterior é a forma como olhamos para países, economias,
moedas, câmbio e políticas de comércio exterior, ou como os países avaliam seus parceiros
comerciais. Todos esses fatores, em conjunto, determinam o ambiente no qual países e empresas se
inserem para comercializar produtos e serviços.
Figura 4 – Comércio exterior na atualidade
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Fonte: Any Dean Photography/Shutterstock.
3.1 RISCO-PAÍS
A economia de um país se relaciona diretamente ao risco de negócios. Frequentemente vemos
nos jornais que o risco Brasil aumenta e abaixa dependendo das políticas internas e externas, e isso
ocorre com todos os países.
Existe um índice denominado Emerging markets bond index plus (EMBI+) – em português, “Índice
de títulos de mercados emergentes” – que mede o grau do ambiente financeiro para investimentos
estrangeiros em países emergentes. Essa avaliação tem impacto direto nos investimentos e,
consequentemente, na entrada ou saída de moeda estrangeira, e na cotação dessa moeda. Já é uma
realidade vivenciada no Brasil há muitos anos pois, quanto maior o risco político ou econômico,
menores os investimentos e maior a cotação de moedas estrangeiras em relação ao real.
3.2 MOEDAS
Moeda é a forma de pagamento nas transações monetárias, e cada país tem sua própria: nos
Estados Unidos a moeda é o dólar; na Comunidade Europeia a moeda é o euro; e no Brasil,o real.
Antigamente as moedas tinham como lastro o ouro, portanto seu valor estava no seu peso, como
garantia. Atualmente esse lastro são as riquezas de um país, não mais utilizando metais como forma
de garantia.
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Figura 5 – Moeda como símbolo de riqueza
Fonte: Pogonici/Shutterstock.
Na maioria dos negócios entre países, o dólar e o euro são as moedas-padrão, utilizadas como
referência nos fechamentos de câmbio, e as moedas de cada país costumam ser convertidas a elas,
para se referir a seus pagamentos. Uma importação em dólar ou euro será paga em reais, porém
convertida na quantidade de reais equivalentes ao valor do dólar ou euro no dia do pagamento. No
Brasil o câmbio é denominado flutuante livre, variando para cima ou para baixo, dependendo apenas
dos agentes de mercado para estabelecer o valor das moedas; vale lembrar que a oferta e a demanda
também interferem no preço das moedas. No futuro veremos detalhadamente como funcionam as
operações de câmbio e as regras de pagamentos internacionais.
Além do risco-país e o valor das moedas, os objetivos macroeconômicos de um país se
relacionam ao seu crescimento econômico, nível de emprego, taxa de inflação e equilíbrio da balança
comercial – esta nada mais é do que o valor total das exportações subtraído do valor total das
importações; comparando-a a uma pessoa física, seria algo como a “conta-corrente” do país. Dois
termos são utilizados para a balança comercial: superávit e déficit. Temos o primeiro quando a
entrada de divisas é maior que a saída, e no déficit temos o oposto: maior saída do que entrada.
3.3 INFLAÇÃO E ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO
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Conforme mencionamos, inflação é o aumento contínuo do valor dos produtos ao longo do
tempo; um termômetro da economia que mede o poder de compra da moeda. Ela é medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A seguir, vejamos a tabela do IPCA (abril de 2020) e os grupos de produtos e serviços:
Tabela 1 – IPCA, abril de 2020
Fonte: Brasil, 2020
Outros fatores que compõem a visão macroeconômica do comércio exterior são os acordos
internacionais e os blocos econômicos, que veremos nos próximos capítulos.
TEMA 4 – LIVRE-COMÉRCIO
O livre-comércio nada mais é do que a troca de bens e serviços sem incidência de impostos e
protecionismo, visto que os países têm várias ferramentas para proteger a indústria local e sua
economia, como veremos à frente.
Para iniciar o tema sobre livre-comércio, partimos do mercantilismo, do termo “mercantil”, que
significa “concluir um negócio”, conforme Tripoli e Prates (2016) no livro Comércio internacional:
teoria e prática. Os autores ainda citam que “O mercantilismo consistia em um conjunto de práticas e
medidas que os Estados deveriam adotar para se beneficiarem do desenvolvimento econômico,
territorial e social”.
Outro autor, Adam Smith (1723-1790) – considerado o pai da economia moderna com sua obra
mais importante, A riqueza das nações, publicada em 1776 –, defendia que as economias deveriam
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ser autorreguláveis sem interferência do Estado para ser mais eficientes. Conforme Tripoli e Prates
(2016), “Smith defendia o livre-comércio, contrapondo-se aos mercantilistas, que defendiam ações
protecionistas”.
Conforme já vimos, a OMC também defende o livre-comércio e a não discriminação entre
produtos e serviços próprios e estrangeiros, além da redução de barreiras, previsibilidade e
transparência nas relações comerciais.
4.1 ZONAS DE LIVRE-COMÉRCIO
Zonas de livre-comércio são blocos econômicos ou agrupamentos de países que, juntos,
definem a redução ou desobrigação de tarifas no comércio entre eles. Podemos dizer que são uma
integração aduaneira com uma política tributária comum entre os blocos ou países.
Existem três tipos de zonas de livre-comércio:
1. União aduaneira: integração econômica, união aduaneira e 
livre-comércio intrazona, com política comercial comum entre os países. Exemplo: Mercosul;
2. Mercado comum: eliminação das tarifas entre os países e livre circulação de pessoas
entre eles. Exemplo: União Europeia;
3. União econômica monetária: mesmas características do Item 2, porém com a
unificação das moedas em circulação nos países. Exemplo: Comunidade Europeia.
Atualmente a Comunidade Europeia é o maior exemplo de bloco econômico em funcionamento.
4.2 ACORDOS COMERCIAIS
Figura 6 – Acordos comerciais em andamento
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Fonte: Myvector/Shutterstock.
Acordos comerciais podem ser feitos entre blocos econômicos ou entre países com finalidades
diversas. Conforme o governo brasileiro, o Brasil tem acordos no âmbito multilateral e regional no
Mercosul e na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), além de ter acordos de bens,
serviços, investimentos, compras governamentais, sistema geral e global de preferências e de meio
ambiente.
Saiba mais
Todos os acordos comerciais do Brasil podem ser encontrados em: <http://www.investexpor
tbrasil.gov.br/acordos-comerciais.> Acesso em: 17 ago. 2020.
Adiante veremos os principais acordos comerciais do Brasil e como eles funcionam.
TEMA 5 – ÓRGÃOS ANUENTES
Para entendermos os órgãos anuentes, é necessário saber o que são intervenientes do comércio
exterior. Conforme a Instrução Normativa da Receita Federal n. 1.288/2012,
http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais.
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Considera-se interveniente do comércio exterior, o importador, o exportador, o beneficiário de
regime aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante aduaneiro e seus ajudantes, o
transportador, o agente de carga, o operador de transporte multimodal (OTM), o operador
portuário, o depositário, o administrador de recinto alfandegado, o perito, o assistente técnico, ou
qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou indireta, com a operação de comércio exterior.
Em resumo, são todos os envolvidos nos processos do comércio exterior, e os órgãos anuentes
também são intervenientes, porém com a função de autorizar e gerenciar a entrada e saída de bens e
serviços.
5.1 ÓRGÃOS ANUENTES NO BRASIL
Tais órgãos (15 no total) atuam na anuência de importações de produtos/operações a eles
pertinentes, conforme a lista a seguir:
Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
Agência Nacional do Cinema – Ancine
Comando do Exército – Comexe
Departamento de Operações de Comércio Exterior – Decex
Departamento de Polícia Federal – DPF
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBC
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC
Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa.
Mas, afinal, o que determina qual é o órgão anuente para importar ou exportar determinado
produto? A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Trata-se de um conjnto de oito números que
classificam as mercadorias e determinam os impostos.
Os órgãos mais comuns na importação são:
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1. Anvisa: é o órgão responsável pelo controle sanitário de mercadorias importadas e
nacionais, garantindo as normas impostas pelo Ministério da Saúde. No caso do comércio
exterior, a Anvisa controla a entrada e saída dos produtos de origem natural, medicamentos,produtos hospitalares, alimentos, entre outros;
2. Mapa: órgão responsável pelo controle das operações comerciais que envolvem
produtos de origem animal ou vegetal e agropecuária, como animais e derivados, vegetais e
derivados, agrotóxicos, fertilizantes, vinhos e outros, além de fiscalizar o controle de pragas
oriundas de outros países nas importações pelo controle de embalagens de madeira e paletes,
conforme a Instrução Normativa Mapa n. 32/2015 – podemos identificar essa fiscalização no
carimbo de tratamento da madeira na figura a seguir:
Figura 7 – Carimbo de tratamento
Fonte: Dima Moroz/Shutterstock.
Determinado o órgão anuente, também será possível identificar a necessidade (ou não) de uma
licença de importação ou exportação.
TROCANDO IDEIAS
No Tema 1.3 abordamos a logística no comércio exterior e apresentamos algumas opções
internacionais e nacionais. Na sua opinião, é possível utilizar uma ou mais opções num único
processo de importação ou exportação? Compartilhe a resposta com os colegas!
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NA PRÁTICA
Orientações para a atividade:
1. Leia a Rota 1;
2. Leia o trecho da matéria jornalística e a atividade proposta (a seguir);
3. Faça a tarefa solicitada;
4. Bons estudos e bom trabalho!
Atividade prática 1 – Leia o trecho a seguir:
A guerra comercial entre Estados Unidos e China
Desde o início do ano de 2018, o sistema multilateral de negociação do comércio foi desafiado com
decisões unilaterais dos Estados Unidos da América (EUA) relativas ao aumento de tarifas de
importação para determinados parceiros comerciais, especialmente a China. O pano de fundo
dessas medidas dos EUA é o aumento do déficit comercial do país nos últimos anos. Em 2017, os
EUA apuraram um déficit na balança comercial de bens de US$ 861 bilhões, contra US$ 797 bilhões,
em 2016. Em 2017, houve um aumento do déficit bilateral com a China em 7%, chegando a US$
363 bilhões, o equivalente a 42% do déficit total. (Carvalho; Azevedo; Massuquetti, 2019)
Após a leitura do texto, responda:
1. Com base no texto apresentado, comente a relação do livre-comércio defendida pela
OMC e as ações tomadas pelos Estados Unidos;
2. Você acredita que a guerra comercial entre Estados Unidos e China irá afetar o comércio
exterior no Brasil? Por quê?
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula! Iniciamos com o contexto teórico sobre importação, exportação,
logística, órgãos internacionais, risco-país, moedas, livre-comércio e órgãos anuentes.
O objetivo desta aula foi compreender os termos iniciais do desenvolvimento do comércio
exterior brasileiro e o entendimento das necessidades para os profissionais do setor. Assim será
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/19
possível desenvolver os tópicos necessários para a gestão dos processos de forma mais técnica e
avançada nas próximas aulas.
REFERÊNCIAS
ACORDOS comerciais. Invest Export Brasil, [S.l.], 3 set. 2015. Disponível em:
http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais. Acesso em: 17 ago. 2020.
ASSUMPÇÃO, R. M. Exportação e Importação, conceitos e procedimentos básicos. Curitiba:
Ibpex, 2007.
BANCO MUNDIAL. Gross domestic product. 2019. Disponível em:
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 Commodities são matérias-primas essenciais com baixo índice de industrialização, como
petróleo, soja, milho etc.
 DHL, FedEx e TNT são empresas globais de correio, conhecidas como couriers.
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