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Erupções eczematosas

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8 6° Período B | 1° AF | ATS I: Atenção integral à saúde do adulto e do idoso | Dermatologia 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
Erupções eczematosas 
Prof. Paula Mota | 04.08.2022 
 
ECZEMA 
• Agudo: úmido; 
 
• Subagudo: crostas; 
 
• Crônico: liquenificação; 
 
“Ocorre uma evolução no tempo”. 
 
ECZEMA ATÓPICO 
Manifestação eczematosa peculiar, de curso 
crônico, com períodos de crises e de acalmia. 
• 30% associado à asma ou rinite; 
• 15% associado a surtos de urticaria; 
• 70% antecedentes familiares de atopia; 
EPIDEMIOLOGIA 
• 45% dos casos até os 6 meses de vida; 
• 60% dos casos no 1° ano; 
• 85% dos casos antes dos 5 anos; 
• Mais de 70% dos casos remissão antes da 
adolescência; 
PATOGENIA 
GENÉTICO 
• Ambos os pais atópicos: 80%; 
• Um dos pais atópicos: 50%; 
CUTÂNEO 
• Menor limiar para prurido; 
• Limiar de reatividade anômalo; 
• Suor desencadeia prurido; 
• Xerose cutânea; 
• Menor número e tamanho das glândulas 
sebáceas; 
• Maior histamina e leucotrienos; 
• Alterações na barreira cutânea; 
IMUNE 
• Níveis séricos elevados de IgE, entre outras; 
AMBIENTAL 
• Agente infeccioso; 
• Alérgenos alimentares; 
• Aeroalérgenos; 
PSICOFISIOLÓGICOS 
• Labilidade emocional; 
• Hiperatividade; 
• Inteligência superior à média; 
 
QUADRO CLÍNICO 
De acordo com o período evolutivo: 
• Eczema atópico infantil 
• Eczema atópico pré-puberal 
• Eczema atópico do adulto 
“Prurido e a tendência à 
cronicidade/recidiva são as manifestações 
mais importantes”. 
 
 
 
 
9 6° Período B | 1° AF | ATS I: Atenção integral à saúde do adulto e do idoso | Dermatologia 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
ECZEMA ATÓPICO INFANTIL 
• A partir do 3° mês de vida; 
• Lesões na face que poupam o maciço 
central; 
• Face extensora dos membros e tronco; 
• Tende a melhorar com o avançar da ida-
de; 
 
ECZEMA ATÓPICO PRÉ-PÚBERAL 
• Dobras dos joelhos, cotovelos, pescoço, 
punhos e tornozelos; 
• Lesões caracterizadas por liquenificação; 
• 60% apresentam melhora efetiva ou desa-
parecimento total das lesões nesta fase; 
 
ECZEMA ATÓPICO DO ADULTO 
• Indivíduo com quadro grave na infância; 
• 25% dos diagnosticados na infância man-
tém a doença na fase adulta; 
• Pode evoluir com eritrodermia; 
• Liquenificação e escoriação; 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Clínico! 
 
• Prurido; 
• Morfologia e distribuição típica das lesões; 
• História pessoal ou familiar de atopia; 
• Dermatite crônica e recidivante; 
 
Prega de Dennie-Morgan. 
 
Pitiríase alba. 
TRATAMENTO 
MEDIDAS GERAIS 
• Piora com a exposição ao frio e calor ex-
cessivo, fatores ambientais, alimentares e 
psicológicos; 
• Preferir roupas leves e folgadas (suor desen-
cadeia prurido); 
• Banhos rápidos, água morna a fria, sabo-
netes suaves e hidratantes (usar apenas 1x 
ao dia); 
“Hidratar sempre após o banho com a pele 
ainda úmida, pois previne a perda de água 
do extrato córneo”. 
• Evitar amaciantes nas roupas; 
• Cortar as unhas; 
MEDICAMENTOSO 
Corticosteroides tópicos: medicamentos mais 
úteis. 
• Avaliar a potência do medicamento x ida-
de da criança; 
• Não retirar subitamente, diminuir a potên-
cia ou a frequência; 
 
 
 
 
10 6° Período B | 1° AF | ATS I: Atenção integral à saúde do adulto e do idoso | Dermatologia 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
Imunomoduladores tópicos: tacrolimus. 
• Quadro menos intensos ou como manuten-
ção; 
Anti-histamínico: prurido. 
• Sedativos à noite; 
• Não sedativos pela manhã; 
Antibióticos: 
• Infecções bacterianas podem desencade-
ar crises de eczema atópico; 
Corticosteroides orais 
• Em casos mais severos: 1-2 mg/kg/dia; 
• Atentar para os efeitos colaterais (dermati-
te crônica); 
Fototerapia 
• UVB; 
Imunossupressores orais: ciclosporina, azatio-
prina, metotrexato. 
• Casos graves e resistentes, na tentativa de 
desmame de corticoide oral; 
 
ECZEMA SEBORRÉICO 
• Afecção crônica, recorrente, não conta-
giosa; 
• Regiões cutâneas ricas em glândulas sebá-
ceas; 
• Predisposição familiar e discreta predomi-
nância no sexo masculino; 
 
PATOGENIA 
• Alterações qualitativas do sebum; 
• Glândulas sebáceas estimuladas pelos 
androgênios; 
• Lactentes: androgênios maternos; 
• Puberdade; 
• Maior ocorrência dos 18 aos 40 anos; 
• Número de bactérias e leveduras está 
aumentando; 
• Fatores agravantes: tensão emocional, ca-
lor, umidade, diabetes e obesidade; 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
DERMATITE SEBORRÉICA DO LACTENTE 
 
• Escamas gordurosas e aderentes em base 
eritematosa no couro cabeludo (crosta 
láctea); 
• Mancha eritêmato-escamosas na face, 
tronco, áreas de dobras e intertriginosas 
como pescoço, nuca, axilas e região ingui-
nal/genitoanal; 
• Prurido discreto e curso crônico; 
DERMATITE SEBORRÉICA DO ADULTO 
 
• Lesões eritêmato-escamosas no couro ca-
beludo, face, particularmente no sulco na-
sogeniano e glabela, região retroauricular, 
região pubiana e axilar; 
• Quadro crônico, com períodos de acalmia 
e recaídas; 
TRATAMENTO 
LACTENTE 
• Remoção das escamas com óleo mineral, 
seguido por corticoide de baixa potência; 
ADULTO 
Couro cabeludo: 
• Xampu com cetoconazol, ácido salicílico, 
enxofre, coaltar; 
• Loção capilar com corticoide; 
 
 
11 6° Período B | 1° AF | ATS I: Atenção integral à saúde do adulto e do idoso | Dermatologia 
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Face e corpo: 
• Creme de corticoide pode ser alternado 
com creme de cetoconazol (opção: usar 
corticoide de baixa potência na crise e an-
tifúngico na manutenção); 
Casos refratários: 
• Isotretinóina oral; 
 
ECZEMA DE CONTATO 
 
→ Eczema de contato por irritação primária; 
→ Eczema de contato fototóxico; 
→ Eczema de contato alérgica; 
→ Eczema de contato fotoalérgico; 
 
1. ECZEMA DE CONTATO POR IRRITAÇÃO 
PRIMÁRIA 
Causada por exposição a agentes com pro-
priedades de provocar dano tecidual. 
• Ação cáustica na pele: perda na barreia 
de proteção da pele; 
• Não precisa de sensibilização prévia; 
• Sabões, detergentes, xampus, limpadores 
industriais, plantas, pesticidas, solventes, 
ácidos, álcalis; 
POR IRRITANTE PRIMÁRIO ABSOLUTO 
 
• Dano imediato após o contato; 
• Ardor, queimação, bolhas; 
• Contato acidental com ácidos e álcalis; 
POR IRRITANTE PRIMÁRIO ABSOLUTO DE EFEITO 
RETARDADO 
• Dano surge após 12 a 24 horas do contato; 
• Podofilina; 
POR IRRITANTE PRIMÁRIO RELATIVO 
• Forma mais frequente; 
• Exige vários contatos com o irritante (dias, 
semanas, meses...); 
• Ultrapassa o limiar de tolerância; 
• Quando compatível com eczema crônico; 
• Exclusão do agente não leva à cura ime-
diata: agentes como água e trauma man-
tém a dermatite; 
• Desaparecimento lento e progressivo com 
a exclusão do agente; 
• Ex. Dermatite de mãos (80%), dermatite de 
fraldas (fator traumático); 
 
 
 
2. ECZEMA DE CONTATO FOTOTÓXICO 
Mesmo mecanismo da dermatite de contato 
por irritante primário. 
• A substância torna-se irritante quando sua 
estrutura química é modificada pelo sol; 
• Não requer contato prévio; 
• Ex. queimadura com limão; 
 
 
3. ECZEMA DE CONTATO ALÉRGICA 
 
 
 
12 6° Período B | 1° AF | ATS I: Atenção integral à saúde do adulto e do idoso | Dermatologia 
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Reação imunológica do tipo IV. 
→ Via aferente; 
→ Via eferente; 
→ Fase de resolução; 
VIA AFERENTE: FASE DE SENSIBILIZAÇÃO 
• Absorção do hapteno pela pele; 
• Combinação do hapteno com uma proteí-
na; 
• Internalização antígeno pelas APC; 
• Migração das APC para as áreas corticais 
dos linfonodos regionais; 
• Tempo mínimo para a fase de sensibiliza-
ção: 4 a 5 dias; 
FASE EFERENTE: FASE DE ELICITAÇÃO 
• Indivíduo previamente sensibilizado entra 
em contato novamente com o antígeno; 
• Em 24-48 horas, a reação inflamatória se 
desenvolve; 
FASE DE RESOLUÇÃO 
• Término da reação inflamatória; 
 
4. ECZEMA DE CONTATO FOTOALÉRGICA 
Mesmo mecanismo da dermatite de contatoalérgica. 
• A reação imunológica do tipo IV necessita 
da presença concomitante da radiação 
apropriada e do fotoalérgeno; 
• Em geral, ocorre em áreas fotoexpostas; 
• Ex. perfumes, anti-histamínicos tópicos; 
 
ECZEMA DE CONTATO IRRITATIVO x ALÉRGICO 
ECZEMA DE CONTATO IRRITATIVO (80%) 
• Maior demarcação anatômica da lesão; 
• Água, sabão, detergente, solventes; 
• Concentração: maior; 
• Sensibilização desnecessária; 
• Testes de contato são inúteis; 
ECZEMA DE CONTATO ALÉRGICO (20%) 
• Demarcação anatômica menos evidente; 
• Cosméticos, medicamentos, níquel; 
• Concentração: menor; 
• Sensibilização necessária; 
• Testes de contato são úteis na avaliação 
do paciente; 
TESTE DE CONTATO 
 
Leitura após 48 – 96 horas. 
• (-): negativo; 
• (+): discreto eritema com algumas pápu-
las; 
• (++): eritema, pápulas e vesículas; 
• (+++): intenso eritema, pápula e vesículas 
confluentes; 
 
TRATAMENTO 
• Evitar o contato; 
• Evitar agentes que mantem o processo, 
como água, detergente e sabões; 
Corticosteroides tópicos e/ou orais. 
• Creme ou pomadas; 
• Quanto maior a potência, maior seus efei-
tos colaterais: indução a telangiectasias, 
atrofia da pele e ação sistêmica no eixo 
hipotálamo-hipofisário-adrenal; 
• Casos severos: prednisona 1mg/kg/dia, em 
desmame progressivo; 
 
ECZEMA DESIDRÓTICO 
Vesículas pruriginosas nas palmas das mãos, 
plantas dos pés e laterais dos dedos, de cará-
ter crônico e recidivante. 
 
• Maior frequência de 20-40 anos; 
• Relacionada à estresse emocional; 
• Constituição atópica, dermatite de conta-
to e hiperidrose; 
• Tratamento: emolientes + corticoides;

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