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LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS Nós já vimos que a Literatura faz parte do dia a dia da nossa sociedade e sempre influencia no modo de pensar da humanidade. Mas será que a Literatura age sozinha? A resposta é não. Vamos conhecer, então, a relação da Literatura com outras Linguagens Artísticas. Literatura e Arte Na aula sobre o que é Literatura, comentamos muito sobre a influência que os textos literários têm nos indivíduos e na sociedade como um todo. Essa mesma influência é exercida, com maior ou menor abrangência, por outras linguagens artísticas. A importância que a arte desempenha na sociedade é colossal. A arte introduz cada vez mais a ação da paixão; rompe o equilíbrio interno; modifica a vontade em um sentido novo; formula para a mente e revive para o sentimento aquelas emoções, paixões e vícios que sem ela teriam permanecido em estado indefinido e imóvel. A arte também é fundamental para educar o ser humano. Não é por acaso que, desde a remota Antiguidade, a arte tem sido considerada como um meio e um recurso da educação, ou seja, promove uma mudança duradoura do nosso comportamento e do nosso organismo. Freud considera a arte como um meio de conciliar os dois princípios hostis: o princípio de prazer e o princípio de realidade. Desse modo, as funções da Literatura e da Arte na sociedade são muito próximas. O limite é tão tênue que não dá pra negar que um filme, uma peça teatral, uma música ou um quadro são, em sua essência, literatura. Literatura e Música Literatura e Música sempre foram muito próximas. São artes que surgiram mais ou menos na mesma época. O teatro, por exemplo, nasceu de procissões em Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 1 http://www.seliganessahistoria.com.br/ louvor ao deus Dionísio, que seguiam um canto chamado Ditirambo, cantado por um sacerdote vestido de bode. E é fato que a literatura trabalha com a musicalidade da palavra e, por isso, as duas linguagens [música e literatura] são muito próximas desde o nascimento. Contudo, há diferenças sutis entre as duas, o que deve ser levado em consideração. Basicamente, todo autor de uma letra de música está fazendo poesia e, portanto, literatura. Mas para alguns, letra de música não é literatura, porque trata-se de um texto feito para se encaixar em uma melodia, enquanto a poesia, fora da música, encontra liberdade para expressar sentimentos que extrapolem o ritmo imposto pela melodia. Essa divergência tinha perdido a força até que o Prêmio Nobel de Literatura de 2016 foi concedido ao cantor e compositor americano Bob Dylan. O próprio Bob Dylan discordou do prêmio e disse: “nossas músicas estão vivas na terra dos vivos. Mas músicas são diferentes da literatura. Elas são para ser cantadas, não lidas”. Mas é impossível negar que as letras de canções como “All along the watchtower”, do próprio Dylan, que conta a história de um palhaço que pensa estar sendo roubado e de um ladrão que pensa que tudo é piada, sejam poesia da melhor qualidade, levando à reflexão social. Outro exemplo de canção que é uma verdadeira obra literária é “Faroeste Caboclo”, do brasileiro Renato Russo, que é inclusive considerado o maior autor literário do Distrito Federal. Assim, não dá pra impor um limite entre Música e Literatura, pois ambas caminham juntas e as diferenças entre uma e outra são muito tênues. Você, certamente, irá encontrar no ENEM, nos vestibulares e em outros concursos questões, de literatura ou língua portuguesa, envolvendo canções de compositores brasileiros. Além disso, é muito comum que artistas transitem entre as duas linguagens como é o caso de Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Tom Jobim, Letrux, Cacaso e Rita Lee. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 2 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Literatura e Arquitetura E por que a Arquitetura não seria também Literatura? Por mais que pareçam ser linguagens artísticas muito distintas, Literatura e Arquitetura carregam muitos pontos em comum. Primeiro por serem arte e, como tal, serem capazes de despertar sentimentos e reflexões no ser humano. Um bom exemplo de Arquitetura que provoca aquele estranhamento é o prédio conhecido por “Rainha da Sucata”, em Belo Horizonte. A construção pós-moderna acaba por destoar dos outros prédios da Praça da Liberdade, que seguem uma linha mais clássica, digamos assim. Além disso, muitas obras arquitetônicas carregam grandes histórias como o lendário labirinto de Dédalo, construído na antiguidade para ser a casa do minotauro, ou o Taj Mahal, que apesar de ser um túmulo, sempre nos faz lembrar da história de amor do príncipe Shah Jahar com a sua esposa preferida. Literatura e Escultura A relação entre a Literatura e a Escultura é um pouco mais forte do que com a Arquitetura. Só que as primeiras esculturas, datadas de 30.000 a.C., tinham formas femininas na maior parte das vezes, pois representavam a fertilidade em rituais religiosos. A religião seguiu influenciando a escultura, conforme as civilizações iam se desenvolvendo. O melhor exemplo são as estátuas de deuses egípcios que misturavam formas humanas e de animais. Vale lembrar que a representação de deuses por meio da escultura se inspira nas histórias que as religiões contam sobre eles, ou seja, essas esculturas são inspiradas na Literatura Oral. E quando a literatura escrita começou a se desenvolver na Grécia Antiga, as esculturas também passaram a retratar temas que fora da religião, além do uso de novos materiais como o bronze e o mármore. Vamos usar como exemplo da relação entre Escultura e Literatura a estátua de Laocoonte, que acreditam ter sido esculpida entre os anos 40 a.C. e 37 d.C. Laocoonte teria sido um sacerdote troiano que alertou sobre os riscos de se aceitar o lendário Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 3 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Cavalo de Madeira como presente dos gregos. Como a deusa Atena estava do lado dos gregos e não gostou nada daquele alerta, ela enviou duas serpentes gigantes para matar Laocoonte e seus dois filhos. Agora, compare a escultura com esse trecho da Eneida, escrita por Virgílio por volta do século I a.C. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 4 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Lacoonte, sacerdote de Netuno escolhido pela sorte, imolava um enorme touro diante dos altares consagrados. Eis, porém, que duas serpentes, vindas de Tênedos pelo mar tranquilo (eu me horrorizo contando!) estendem pelas águas seus anéis imensos e emparelhadas avançam para a praia; [...] Elas, com um movimento certo, seguem em direção a Lacoonte; e, primeira, uma e outra serpente, enlaçando os pequenos corpos de seus filhos, enrolam-se em torno de suas presas e com suas dentadas despedaçam os pobres membros; depois, se apoderam do próprio Lacoonte, que correra em auxílio, empunhando uma arma, e o sufocam com suas dobras enormes; [...] Ele esforça-se para afastar os nós com as mãos, molhado nas ínfulas pela baba e pela negra peçonha e ao mesmo tempo lança até os astros os seus gritos terríveis; Até parece que o escultor seguiu o texto literário para dar forma à sua escultura! Literatura e Pintura Pra explicar a relação entre Literatura e Pintura, basta lembrar que a pintura surgiu como Literatura, já que a maioria das pinturas rupestres representam cenas da realidade dos homens mais primitivos. No recorte da pintura rupestre a seguir, podemos identificar claramente se tratar de uma cena de caça a um animal com chifres, possivelmente um boi, por cinco homens armados com arcos. Provavelmente eles estão em meio a uma manada, pois existem outros animais do mesmo portecorrendo na mesma direção dos homens. Mas a aproximação maior entre pintura e literatura aconteceu mesmo a partir do Renascimento, quando foram desenvolvidas muitas técnicas inovadoras na arte pictórica. Foi quando os pintores passaram a representar a realidade com mais detalhes, inclusive buscando representar a luz natural. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 5 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Nessa mesma época, a Literatura também começa a ser produzida com novas técnicas, como o Dolce Stil Nuovo, que deu origem ao soneto. Daí em diante, a Pintura e a Literatura partilharam temas e estéticas comuns, e tornaram-se mais fortes na função de incentivar o pensamento crítico nas sociedades humanas. Impossível não perceber a evolução do pensamento humano quando olhamos uma sequência de obras que inclui a Mona Lisa, de Da Vinci; A Criação de Adão, de Michelangelo; O Nascimento de Vênus, de Sandro Boticelli; Narciso, de Caravaggio; A Ponte Japonesa, de Claude Monet; O Grito, de Edvard Munch; A Noite Estrelada, de Van Gogh; e A Persistência da Memória, de Salvador Dali. Bom destacar que, no Brasil, a relação entre Literatura e Pintura foi muito presente no período do Romantismo, quando se buscava criar uma identidade nacional para a nova Pátria que se formava com a Independência. Nessa época, a temática indianista era muito comum às duas linguagens, como no quadro Iracema, Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 6 http://www.seliganessahistoria.com.br/ inspirado na personagem do romance de José de Alencar, pintado por José Maria de Medeiros. E mesmo no caso das pinturas abstratas, que se tornaram mais comuns no século XX, a relação delas com a poesia e seus símbolos é marcante. Literatura e Artes Cênicas No caso da Literatura e das Artes Cênicas, não existem dúvidas sobre a relação. O Teatro, assim como a Dança, surgem de um texto literário. Juntamente com o Épico e o Lírico, o Gênero Dramático é produzido desde o surgimento da Literatura Ocidental. A diferença, é que o Texto Teatral não é escrito com o objetivo de ser lido, mas de ser falado pelos atores durante uma encenação. É claro que uma encenação teatral não envolve apenas o texto. Envolve a música na trilha sonora, envolve a pintura e a escultura nos cenários e até mesmo na iluminação. Mas tudo isso é desenvolvido a partir do texto literário teatral. No caso dos espetáculos de dança, eles também seguem um roteiro, como é o caso de obras clássicas do balé, como o “Quebra Nozes” ou “O Lago dos Cisnes”. E mesmo nas danças populares ou folclóricas existe a representação de uma história ou tradição oral, o que também ser considerado Literatura. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 7 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Literatura e Fotografia Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 8 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Embora foto e texto pareçam formas opostas de expressão, a Literatura e a Fotografia se relacionam desde o surgimento dos daguerreótipos, nome das primeiras fotografias, criando diálogos entre realidade e imaginação. E, claro, as fotografias podem contar histórias. Na fotografia acima, é possível perceber que: ela foi tirada durante o dia, no Rio de Janeiro já que o bonde tem o nome de Cascadura, bairro carioca; provavelmente a foto foi feita no Carnaval, pois existem homens vestidos de mulher e um deles tem um pandeiro na mão; também dá para definir que trata-se de uma fotografia anterior a 1942, pois o preço da passagem é de 200 réis, moeda que circulou no Brasil até aquele ano. No Brasil, a fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat desenvolveu o projeto “Equivalências Fotográficas”, trabalho em que ela registra as imagens de cenários descritos nas obras de João Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto e Jorge Amado. Esse trabalho pode ser conferido no acervo do Instituo Moreira Salles. O surgimento da fotografia também gerou uma discussão sobre o valor das obras de arte. Em “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica”, o filósofo alemão Walter Benjamin levanta a questão se uma fotografia de uma obra de arte tem o mesmo valor da obra. Mas essa é uma questão que você verá com mais profundidade nas aulas de Filosofia e Sociologia. Literatura e Cinema Agora me responde: o que acontece quando juntamos a Literatura, a Fotografia e as Artes Cênicas? A resposta é Cinema. O cinema nasceu sendo documental. Os primeiros filmes produzidos pelos irmãos Lumiére, os pais do cinema, retratavam fatos cotidianos como a saída de funcionários de uma fábrica ou a chegada de um trem à estação. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 9 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Mas não demorou muito para a Literatura começar a influenciar o Cinema. Em 1902, o francês Georges Méliès lançou Viagem à Lua, cujo roteiro foi inspirado nos livros “Da Terra à Lua”, de Júlio Verne, e “Os Primeiros Homens na Lua”, de H. G. Wells. Daí por diante o Cinema passou a adaptar inúmeras obras literárias para o formato de filmes. O melhor exemplo é William Shakespeare que é o escritor mais adaptado para o cinema no mundo todo, com quase 900 filmes inspirados em sua obra. Na literatura brasileira, autores como Nelson Rodrigues e Jorge Amado lideram o ranking de adaptações cinematográficas. Sempre tem aquele debate de que o livro é melhor que o filme, ou vice-versa. Mas isso se deve à diferença de linguagens. Algumas coisas escritas precisam passar por modificações para serem transformadas em imagens em movimento. Mas com o desenvolvimento tecnológico do cinema, hoje em dia as adaptações literárias conseguem ser até mais fiéis, embora as diferenças entre as linguagens continuarem existindo. Literatura e Quadrinhos Se buscarmos a fundo a origem dos quadrinhos, voltaremos ao tempo das cavernas e das pinturas rupestres que, já falamos aqui, podem ser consideradas uma forma de Literatura. Mas foi no século XIX que começaram a aparecer tirinhas desenhadas em jornais da Europa e Estados Unidos. O quadrinho moderno, colorido como é hoje, com narrativas mais elaboradas e balões indicando as falas dos personagens, surgiu com “The Yellow Kid” ou “O Garoto Amarelo”, publicado por um jornal de Nova York a partir de 1895. Nessa época, a temática dos quadrinhos era o humor, por isso que, em Inglês, eles são chamados de “Comics”. Mas não demorou muito para que a Literatura e os Quadrinhos começassem a dialogar, surgindo histórias bem mais sérias. Muitas obras Literárias foram adaptadas para os Quadrinhos. Alguns Clássicos da Literatura Mundial, como “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, “A Metamorfose”, de Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 10 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Franz Kafka, ou “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes podem ser lidos em sua versão HQ. Também existem adaptações em quadrinhos de obras brasileiras como “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, entre várias outras. Mas além das adaptações, algumas histórias originais em quadrinhos são verdadeiras obras literárias. Tanto que a revista americana Times elegeu o quadrinho “Watchmen” como um dos 100 melhores romances de todos os tempos. Também não dá pra negar que as histórias da nossa queridíssima Turma da Mônica são Literatura Infantil de ótima qualidade. Literatura e Games Bem mais recente é a relação entre Literatura e Jogos Eletrônicos. E não estou falando de jogos que aproveitam personagens literários, o que já é uma forte ligação entre as duas linguagens. Estou falando é de grandes histórias que são contadas dentro deGames. Embora muita gente torça o nariz para os videogames, quem é fã deste tipo de jogo certamente já se envolveu com histórias como as das franquias “God of War” ou “The Last of Us”. Se considerarmos que as emoções que são despertadas em um jogador são as mesmas despertadas em um leitor, temos uma relação muito próxima entre a Literatura e os Games. Podemos até dizer que os jogos eletrônicos são um novo canal para os textos literários. Literatura e Arte Digital Já deu pra perceber que as artes evoluem conforme o homem desenvolve novas tecnologias. Desenhos rupestres foram produzidos até a sociedade dominar a escrita, que é uma tecnologia. Novas tecnologias como a fotografia e o cinema influenciaram profundamente as artes no século XX. E agora, com computadores Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 11 http://www.seliganessahistoria.com.br/ cada vez mais potentes e inteligentes, a Arte Digital começa a se tornar cada vez mais comum no dia a dia das pessoas. E a Literatura começa a expandir o seu espaço no universo digital. Não se trata apenas de transferir o texto de uma folha de papel para uma tela eletrônica. É usar o meio digital para explorar a linguagem literária em aspectos mais amplos, como o uso do movimento das palavras, das formas, das sonoridades, entre outros. Assim, começa-se a estabelecer uma relação de proximidade entre a Literatura e a Arte Digital. Literatura, Rádio e Televisão O Rádio e a Televisão são considerados meios de comunicação de massa, pois atingem um público muito grande devido ao alcance que possuem. A Literatura sempre esteve presente nesses veículos, principalmente por meio das radionovelas e telenovelas. Porém, a produção intensa de conteúdos para esses veículos fez surgir o conceito de “Cultura de Massa”. É um debate bastante amplo e você deve se aprofundar nesse tema nas aulas de Sociologia e Filosofia. Conclusão Cada uma das linguagens artísticas citadas nessa aula existem de forma independente uma da outra, mas estão constantemente se influenciando. Além disso, as linguagens artísticas se relacionam muito com outas áreas do conhecimento. Por isso, você vai encontrar nos concursos, vestibulares e, principalmente, no ENEM questões que ligam as artes a matérias como Geografia, História, Filosofia e até mesmo com as ciências exatas. Assim, é muito importante que você tenha uma atenção maior com as manifestações artísticas que estão presentes no nosso dia a dia e com os sentimentos que elas despertam em você. Afinal, as linguagens artísticas são o registro do nosso passado, do nosso presente e (por que não?) do nosso futuro. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 12 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Referências Bibliográficas LITERATURA digital. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo12153/literatura-digital>. Acesso em: 23 de Out. 2019. Verbete da Enciclopédia. STEIL, J. & TAVARES, E.F. Literatura, cultura e outras artes: percursos críticos, interpretativos e metodológicos. Letras, Santa Maria, v. 25, n. 51, p. 7-11, jul./dez. 2015 BRAIT, Beth. Literatura e outras linguagens. São Paulo: Contexto, 2010, p.240 Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 13 http://www.seliganessahistoria.com.br/
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