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FINANÇAS 1

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Prévia do material em texto

Aula 01
André de Faria Thomáz
Finanças Corporativas 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou Bacharel em 
Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas - FAMINAS (2006). Pós-
Graduando em Docência Superior pela Universidade Gama Filho (2009), 
Pós-Graduado em MBA Executivo em Administração de Empresas 
(2009-2012), Mestre pela Pontifícia Universidade Católica 2011 em 
Administração, Doutor pela Pontifícia Universidade Católica 2018 
em Administração Prática nas funções Contador e de Professor nas 
Modalidades Presencial e EaD, Auditoria de Departamentos Contábil, 
Financeiro e Pessoal - tendo atuado nestas áreas incluindo as Obrigações 
Acessórias e Obrigatórias, experiência como Coordenador de Curso. 
Tenho experiência na área de Contabilidade atuando e lecionando 
principalmente com Contabilidade Básica, Economia, Planejamento e 
Contabilidade Tributária, Contabilidade de Custos e Análise de Custos, 
Gestão por Processos, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Análise 
das Demonstrações, Contabilidade Gerencial, Teoria da Contabilidade, 
Contabilidade Intermediária, Contabilidade Internacional, Auditoria, 
Contabilidade Empresarial, Controle Interno, Matemática, Logística 
Recursos Humanos, Gestão de Risco. E na área de Administração, 
Conteudista e Curador. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Autor 
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Contextualizações sobre Finanças Corporativas 10
Entendendo Finanças Corporativas 10
Objetivo da Administração Financeira 17
Desafios da Administração Financeira 18
Gestão de Capital de Giro 20
Capital a curto e a longo prazo 28
Aplicabilidade das Finanças Corporativas 37
Instrumentos do Capital 39
Fontes de Financiamentos a Curto Prazo 42
Finanças Corporativas 7
UNIDADE
01
Finanças Corporativas8
Você sabia que a área Finanças Corporativas é uma das mais 
demandas tanto na indústria, quanto no comércio e será responsável 
pela geração de grandes vagas de empregos nos próximos 10 anos? Isso 
mesmo. A área de Finanças faz parte da cadeia de Finanças e Contábil de 
uma empresa. Sua principal responsabilidade é conhecer os principais 
aspectos que norteiam a administração financeira de uma empresa é 
requisito fundamental para o gestor financeiro atual. A evolução dos 
procedimentos empresariais que envolvem transações financeiras 
ultrapassou o limite da estrutura interna organizacional e transformou as 
empresas em sistemas integrados com a realidade econômica nacional 
e mundial.
A importância da disciplina Finanças Corporativas está na 
necessidade de aperfeiçoar e atualizar constantemente as empresas e 
os profissionais envolvidos na gestão financeira no que diz respeito às 
informações cruciais sobre o mundo dos negócios. As empresas podem 
ser vistas como sistemas globalizados, cujos propósitos se vinculam à 
interação de mercados nacionais e internacionais na busca da otimização 
de resultados. Tal observação nos leva a entender os motivos pelos 
quais esse estudo é recomendado no trabalho empresarial.
Dessa forma, a complexidade das decisões exige o mapeamento 
monetário de todas as ações empresariais como forma de otimizar a 
distribuição de recursos e agregar mais valor ao negócio. Entendeu? Ao 
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
INTRODUÇÃO
Finanças Corporativas 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos:
1. Identificar as características das Finanças Corporativas;
2. Executar os Desafios da Administração Financeira; 
3. Identificar Capital a Curto e Longo prazo; 
4. Executar as Fontes de Financiamento a Curto Prazo.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Finanças Corporativas10
Contextualizações sobre Finanças 
Corporativas
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona as rotinas empresariais e como aplicar as 
finanças corporativas. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. As pessoas que tentaram ingressar dentro 
do ramo de finanças sem a devida instrução tiveram 
problemas ao aplicar e identificar suas características 
dentro das empresas. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá? Avante!
Entendendo Finanças Corporativas
Os conhecimentos aplicados à área de finanças corporativas 
abrangem a economia, a contabilidade, o mercado de capitais, a 
controladoria, a estatística, a administração financeira, a psicologia e 
o planejamento estratégico, que pode ser entendido como uma área 
de conhecimento formada por um conjunto integrado de saberes, que 
permite a aplicação com eficiência e eficácia dos recursos financeiros 
disponibilizados para as empresas. Nesse primeiro capítulo, serão 
abordados os desafios da administração financeira contemporânea e a 
gestão do capital de giro, assim como a definição de seus objetivos.
A importância da disciplina Finanças Corporativas está na 
necessidade de aperfeiçoar e atualizar constantemente as empresas e 
os profissionais envolvidos na gestão financeira no que diz respeito a 
informações cruciais sobre o mundo dos negócios. As empresas podem 
ser vistas como sistemas globalizados, cujos propósitos se vinculam à 
interação de mercados nacionais e internacionais na busca da otimização 
de resultados. Tal observação nos leva a entender os motivos pelos 
quais esse estudo é recomendado no trabalho empresarial. 
Finanças Corporativas 11
Kato (2012, p. 26) descreve: “[...] em sentido amplo, Finanças 
busca estudar os processos e os instrumentos envolvidos 
na transferência de recursos financeiros entre pessoas, 
organizações e governo”. Ao se levar em consideração essa 
afirmação, compreende-se a interdependência financeira dos 
elementos envolvidos na operacionalidade, na manutenção 
e na visão futura das empresas no mercado.
Figura 1: Agentes relacionados em finanças.
Fonte: Kato (2012, p. 26)
O fator operacionalidade está vinculado às pessoas, uma vez 
que elas são o ponto vital para a continuidade da empresa. Elas estão 
representadas na figura dos clientes, responsáveis pela geração dereceita, ou na figura dos funcionários/colaboradores, fonte expressiva 
do trabalho.
No caso das organizações, o fator de manutenção se identifica 
com a transferência de recursos, que é caracterizada pela integração 
com diferentes segmentos, os quais podem ser representados por 
fornecedores de produtos e serviços, instituições financeiras nacionais e 
internacionais e também pelos concorrentes, estes, por sua vez, atuam 
como colaboradores indiretos na criação de estratégias e diferenciais 
para a permanência no mercado.
Finanças Corporativas12
Em resumo, o domínio das finanças corporativas pode ser 
entendido como uma área de conhecimento formada por um conjunto 
integrado de saberes, que permite a aplicação com eficiência e eficácia 
dos recursos financeiros disponibilizados para as empresas. Recursos 
esses oriundos de capitais próprios ou de terceiros e que podem ser 
utilizados tanto para agregar valor ao negócio quanto para garantir o 
retorno esperado pelos acionistas.
A integração desses saberes é o que fundamenta as decisões 
financeiras empresariais. A importância da aplicação prática das 
finanças corporativas é justificada no contexto de trabalho da empresa, 
a fim de projetar, com maior segurança, perspectivas futuras de novos 
investimentos e crescimento no mercado.
Assaf Neto e Lima (2010, p. 2) complementam:
Esse processo decisorial básico ao sucesso de toda 
empresa vem assumindo complexidades e riscos cada 
vez maiores na economia brasileira. Altas taxas de juros, 
carga tributária elevada, baixo volume de crédito de longo 
prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, 
comportamento nas taxas de inflação, desafios para o 
crescimento de nossa economia, entre outros aspectos, vêm 
exigindo uma capacidade mais questionadora e analítica das 
unidades decisórias.
IMPORTANTE:
Por fim, não isolado do fator manutenção, porém associado 
diretamente à análise da visão futura da empresa, está o 
Governo. Suas determinações impactam financeiramente 
as empresas, tanto no ambiente interno quanto no externo. 
Podemos perceber os reflexos dessas determinações 
em aspectos que dizem respeito a juros, impostos, 
investimentos, inflação, variação cambial e demais 
atualizações pertinentes às decisões tomadas em relação 
ao mundo dos negócios.
Finanças Corporativas 13
Os conhecimentos aplicados à área de finanças corporativas 
abrangem a economia, a contabilidade, o mercado de capitais, a 
controladoria, a estatística, a administração financeira, a psicologia e o 
planejamento estratégico. A consolidação dessas informações propicia 
a análise situacional e gerencial dos procedimentos de trabalho que 
envolve recursos financeiros e oferece suporte aos administradores 
na condução dos negócios. O administrador tem como prerrogativa 
conseguir direcionar as funções da administração financeira para obter 
melhores resultados e maximizar o patrimônio empresarial.
A administração financeira surge como o ponto de partida para 
atingir o objetivo e o entendimento do processo de finanças corporativas 
no trabalho organizacional. Isso é possível graças à adequação dos 
recursos empregados na constituição, na manutenção e na continuidade 
dos negócios.
Figura 2
Fonte: pixabay
Por meio de uma análise minuciosa, pode-se perceber que 
as empresas surgem de um capital financeiro, o qual precisa ser 
administrado da melhor forma possível, de forma que se multiplique e a 
atividade empresarial seja mantida, sempre tendo em vista as regras do 
mercado no qual as organizações estão inseridas.
Finanças Corporativas14
As decisões de investimentos são as ações realizadas na escolha 
da melhor alternativa para a aplicação dos recursos disponíveis, tanto 
no ambiente interno quanto no externo à organização, objetivando 
benefícios financeiros futuros, já considerando a análise de risco e 
retorno.
As decisões de financiamento têm como foco o subsídio financeiro 
do processo operacional da empresa, no sentido de angariar recursos 
para propostas de incremento de capital ou para suprir financeiramente 
situações desfavoráveis que venham a ocorrer no cotidiano. Em 
contrapartida, é necessária a análise do impacto da despesa financeira 
decorrente de juros e encargos relacionados com o benefício da 
utilização desse capital pela empresa.
Como última função, destacam-se a utilização do lucro, o 
planejamento e o controle financeiro. Esse ponto é decorrente das funções 
anteriores, pois o lucro é proveniente da adequada administração e da 
captação de recursos. Logo, pode-se estruturar um novo planejamento 
e procedimentos flexíveis de controle financeiro, com o estabelecimento 
de metas para expansão, gerenciamento de resultados, avaliação de 
desempenho e distribuição de dividendos.
A atuação do administrador financeiro é muito relevante para 
o melhor resulta do financeiro, assim como para a execução das 
funções descritas. O mundo dos negócios tem oferecido cada vez 
mais oportunidades para esse tipo de profissional, pois sua formação 
profissional reúne conhecimentos, habilidades, métodos, técnicas e 
ferramentas de gestão adequadas para suprir as exigências econômico-
financeiras do mercado e dos acionistas.
As altas taxas de mortalidade empresarial apontam para a 
falta de controle e planejamento financeiro. De acordo com dados do 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo 
(Sebrae-SP), aproximadamente 56% das micro e pequenas empresas 
(MPE) fecham suas portas até o quinto ano de existência e 29% antes 
de completar um ano (BEDÊ, 2005). Esses dados acabam reforçando a 
necessidade e a importância da atuação do administrador financeiro nas 
empresas.
Finanças Corporativas 15
Vários segmentos empresariais sofrem com a falta de profissionais 
capacitados, fato que, muitas vezes, acaba provocando um acúmulo de 
atividades e responsabilidades em torno de uma só pessoa. Entretanto, 
no caso do administrador financeiro, a execução de várias atividades 
é compensada pela alta remuneração salarial, devido ao leque de 
conhecimentos exigidos para desempenho da função.
Descrever as atribuições desse profissional é detalhar 
especificamente as ações já distribuídas no grupo de funções, 
mencionadas anteriormente. O objetivo dessas medidas é atender às 
diretrizes básicas da administração financeira.
De acordo com o tamanho da organização, o administrador 
financeiro pode atender por várias nomenclaturas relacionadas às 
atividades realizadas e ao tipo de informações que gerenciará. Assim, 
pode-se encontrar em uma mesma empresa o controller, o gestor 
financeiro e o tesoureiro.
Controller Gestor financeiro Tesoureiro
Administração de 
custos e preços
Administração de 
risco
Administração de 
Caixa
Orçamento
Administração do 
câmbio
Administração de 
crédito e cobrança
Avaliação de 
desempenho
Decisão de 
financiamento
Efetivação de 
pagamentos
Patrimônio
Decisão de 
investimento
Relacionamento com 
bancos
Planejamento 
tributário
Análise de retorno
Relatórios gerenciais
Planejamento e 
controle financeiro
Análise de 
contabilidade e 
auditoria
Relacionamento 
com acionistas e 
investidores
Fonte: o autor 
Finanças Corporativas16
O controller responde pelas áreas de planejamento, gerencia-
mento, avaliação e projeção de resultados. As informações controladas 
por esse profissional são utilizadas como mecanismos gerenciais na 
determinação de objetivos e metas de trabalho a serem atingidas.
O tesoureiro atua no sentido de atender aos requisitos mais 
práticos do controle financeiro na empresa. Suas atividades se 
concentram no registro e na efetivação de todos os recebimentos e 
pagamentos realizados, na consolidação do relatório de caixa, na criação 
e decisão de métodos de cobrança e crédito oferecidos aos clientes 
e na responsabilidade no relacionamento com bancos e instituições 
financeiras. “O tesoureiro é o responsável por gerenciar o caixae o 
crédito da empresa, seu planejamento financeiro e os gastos de capital” 
(Ross; Westerfield; Jordan, 2008, p. 2).
Figura 3 
Fonte: pixabay
Com base nas informações obtidas do controller e do tesoureiro, 
visualiza-se a figura do gestor ou diretor financeiro. Sua função é tomar 
as melhores decisões sobre investimentos, financiamentos e ações 
mediante o planejamento financeiro, a análise de risco e de retorno e a 
distribuição de dividendos aos acionistas. É o profissional que conhece o 
mercado e informa o presidente sobre a situação financeira geral (interna 
e externa) da empresa.
Finanças Corporativas 17
Objetivo da Administração Financeira
As teorias relacionadas à administração financeira detalham, de 
modo geral, o objetivo que se pretende atingir no contexto global no qual a 
empresa está inserida. Entretanto, o objetivo resumido não reflete a gama 
de ações, estratégias e métodos aplicados para que ele seja alcançado.
Salazar (2010, p. 4) explica que “O objetivo fundamental das 
finanças corporativas é a maximização do valor das empresas. 
A maximização da riqueza dos proprietários das grandes 
empresas e a capitalização do patrimônio líquido das médias 
e pequenas empresas”.
SAIBA MAIS:
Para crescer, obviamente a empresa necessita de 
lucro. Este, por sua vez, é a base inicial da construção 
da riqueza dos proprietários. Se, ao final do exercício 
financeiro, o resultado positivo das operações realizadas 
for integralmente distribuído entre os acionistas, não haverá 
nenhuma geração de riqueza, pois o patrimônio empresarial 
continuará o mesmo.
Atendendo ao princípio da continuidade empresarial, a geração 
de riqueza é constatada quando ocorre a destinação de parte do lucro 
para reaplicação de recursos no patrimônio. Logo, se o patrimônio se 
modifica positivamente, o valor da ação da empresa torna-se cada vez 
mais atrativo por demonstrar crescimento e valorização empresarial.
Na economia globalizada, os investidores externos buscam, 
mediante análise patrimonial, identificar se a empresa é geradora, ou 
não, de riqueza, para formalizar suas decisões de investimentos. As 
ações das companhias de capital aberto são negociadas no mercado. 
Para elas, a agregação de valor ao patrimônio é um fator de atratividade 
para a venda de suas ações e contribui para a melhor e maior visualização 
da organização no cenário mundial.
Finanças Corporativas18
A constante atualização de conhecimentos é a base para um 
resultado eficaz e satisfatório. Esse fato acontece tanto sob a ótica da 
empresa quanto sob a ótica dos mercados vinculados ao universo de 
negócios do mundo globalizado.
Desafios da Administração Financeira
A globalização aproximou economias diferentes para ampliar a 
comercialização de produtos e serviços e criar oportunidades de novos 
investimentos. Essas medidas visam à evolução das empresas em cenários 
internacionais, nos quais a administração tem muitos desafios em relação 
à organização e ao processamento de informações, especialmente 
quanto à gestão financeira, pois a gama de conhecimentos exigidos 
nesses cenários é muito mais abrangente do que se o gerenciamento da 
empresa se limitasse apenas ao mercado interno. 
EXPLICANDO MELHOR:
Em outras palavras, cabe ao setor de compras de uma 
empresa negociar preço, condições de pagamento e 
qualidade dos produtos ou serviços desejados diretamente 
com seus fornecedores, visando extrair deles a maior 
vantagem possível para a organização.
ACESSE:
Para complementar nossos estudos assista o vídeo sobre 
como a globalização atua dentro das finanças: http://bit.
ly/2QFCZUY
A decisão de ampliar a área de abrangência da empresa tem alguns 
pontos críticos. Entre eles, destacam-se o entendimento sobre situações 
legais e viabilidade em atividades de importação e exportação e os encargos 
da carga tributária incidente. Os mecanismos de controle financeiro também 
se tornam mais complexos, tendo em vista a utilização de outra moeda na 
efetivação de transações financeiras. Dessa forma, concretizar um novo 
negócio exige o conhecimento de regras que regem outras economias e 
monitoramento frequente da variação cambial de outras moedas.
Finanças Corporativas 19
Figura 4
Fonte: pixabay
Além desses parâmetros, é função atual da administração financeira 
controlar e avaliar condições de funcionamento e manutenção da empresa 
no atendimento de exigências legais vinculadas à sustentabilidade. 
Para tanto, exige-se a adequação a padrões de sustentabilidade e o 
desenvolvimento de ações que visem ao cumprimento de normas 
ambientais. Essas medidas exigem novos planejamentos financeiros 
que atendam à demanda de projetos que produzam reflexos positivos 
quanto à participação da empresa em questões de relevância social.
EXPLICANDO MELHOR:
O impacto financeiro gerado por esses procedimentos recai 
nas análises dos custos ocasionados e no tempo de retorno 
do capital investido. Entretanto, do ponto de vista social, 
verifica-se maior agregação de valor ao produto ou serviço 
oferecido. Trata-se, então, de uma estratégia vantajosa para 
o alcance das metas determinadas e para a valorização das 
ações da empresa no mercado.
O direcionamento dos negócios para estabelecer metas 
de crescimento e maiores expectativas de retorno em função das 
oportunidades criadas pelos projetos sociais exige do administrador 
prudência nas decisões financeiras. A razão disso está no fato de que a gestão 
Finanças Corporativas20
de recursos não é uma ciência exata. Ela depende de fatores que retratam 
a realidade do ambiente econômico e de hipóteses comportamentais 
do público-alvo a ser atendido. De forma resumida, acredita-se que o 
maior desafio da administração financeira contemporânea seja otimizar a 
conciliação e a integração geral de informações que oferecem subsídios 
para as negociações que ainda ocorrerão nos diferentes mercados.
Gestão de Capital de Giro 
Qualquer organização utiliza recursos financeiros para suprir 
suas despesas e custos essenciais na sequência dos negócios. Muito 
se discute sobre a apuração do lucro, porém, para que o resultado 
alcançado seja satisfatório durante o exercício financeiro, a empresa 
precisa dispor frequentemente de recursos para administrar o processo 
operacional. Hoji (2009, p. 11-12) afirma que
[...] existe uma correlação entre o lucro e o caixa, mas eles 
podem ser diferentes no aspecto temporal apresentando 
diferença no início, mas convergindo para o mesmo valor ao 
final do ciclo operacional. Uma empresa que gera lucro pode 
estar em dificuldade financeira por não gerar caixa.
IMPORTANTE:
O recurso financeiro disponível de forma imediata para 
aplicação nos procedimentos empresariais pode ser 
entendido como capital de giro. Ehrhardt e Brigham (2012, 
p. 632) destacam duas importantes definições: capital de 
giro e capital de giro líquido. O primeiro, “algumas vezes 
denominado capital de giro bruto, simplesmente se refere 
ao ativo circulante usado nas operações”. Já o segundo 
é “definido como os ativos circulantes menos passivos 
circulantes totais”.
Em ambos os conceitos, existe a necessidade de acompanhamento 
constante dos dados do balanço patrimonial (BP) e da demonstração do 
fluxo de caixa (DFC). O acompanhamento do balanço patrimonial se deve 
Finanças Corporativas 21
à totalização dos grupos ativo e passivo circulantes. Eles evidenciam 
todos os bens e direitos como obrigações de curto prazo da empresa. 
O acompanhamento da demonstração do fluxo de caixa é importante 
devido à movimentação financeira diária da empresa na forma de 
recebimentos e pagamentos efetuados. O resultado do fechamento 
de caixa é crucial para a decisão de financiar ou não as atividades 
empresariais com recursos de terceiros.
EXPLICANDO MELHOR:
A gestão do capital de giro é a ferramenta que 
proporcionará o alcance do lucro desejado, uma vez que 
o trabalho constante no controle financeiro das operações 
proverá oportunidadesde investimentos que, juntamente 
com as atividades habituais da empresa, agregarão mais 
valor ao negócio. Logo, o controle das obrigações e do 
capital, próprio ou de terceiros, deve ser coerente com a 
capacidade de pagamento da organização.
Para identificar o valor disponível para a empresa na forma de 
capital de giro, é preciso definir alguns padrões de trabalho. Esses 
padrões se referem:
 � ao controle e à formação de estoque;
 � às condições de créditos a receber;
 � à definição de valores mínimos de caixa necessários;
 � à limitação de créditos a pagar.
Nesse sentido, a delimitação do ciclo operacional e financeiro da 
empresa auxilia na constatação da necessidade de financiamento ou 
incremento de capital de giro no fluxo das atividades empresariais. Ross, 
Westerfield e Jordan (2008, p. 627) explicam que o ciclo operacional 
“descreve o modo como um produto se movimenta através das contas 
do ativo circulante. O produto começa a vida como estoque, é convertido 
em contas a receber quando é vendido e finalmente é convertido em 
caixa quando recebemos a venda”.
Vale salientar que a determinação da duração do ciclo operacional 
oscila de acordo com a atividade empresarial. O conhecimento desses 
períodos é primordial para a adequação e gestão do capital de giro. 
Finanças Corporativas22
Hoji e Silva (2010, p. 10) definem que “o ciclo financeiro tem início com 
o primeiro desembolso e termina geralmente com o recebimento da 
venda. Caso haja pagamento de custos ou despesas após o recebimento 
da venda, é nesse momento que se encerra o ciclo financeiro”.
O planejamento de um capital de giro positivo para a empresa 
acontece durante a previsão e a determinação de prazos satisfatórios 
nas condições de trabalho, seja para fornecedores ou para clientes. No 
início da vida empresarial, o ideal é que não sejam oferecidos ao cliente 
prazos superiores aos ofertados pelo fornecedor. Dessa forma, o gestor 
poderá administrar as contas com os recursos disponíveis.
IMPORTANTE:
Na constituição de uma empresa, o ideal é que o capital 
de giro seja programado na distribuição do capital social. 
Essa necessidade se deve ao simples fato de que a 
empresa iniciante passará por diversas fases até chegar 
à estabilização. Essas fases são: adaptação ao mercado; 
divulgação de seu produto ou serviço; procura e fidelização 
de clientes. Até então, o capital de giro tende a suprir as 
necessidades financeiras da organização.
Vários fatores podem intervir na composição do capital de giro. 
Não existe uma regra, pois as variáveis do ambiente empresarial irão 
colaborar ou dificultar essa composição. Questões como localização 
do empreendimento, facilidade de compra, acesso para a entrega de 
produtos e disponibilidade de distribuição após a venda influenciarão na 
determinação dos ciclos empresariais e, por fim, incidirão diretamente 
na formação e na identificação do capital de giro. 
O aumento do investimento em capital de giro pode ser motivado 
por várias situações apresentadas pelo mercado. Quando financiado por 
recursos de terceiros, não necessariamente será reflexo de uma crise 
financeira, pois poderá ser oriundo de uma oportunidade de negócios que 
renderá benefícios financeiros futuros. Por exemplo, um financiamento 
adquirido para ampliação da produção, visando ao aumento de produtos 
comercializados mediante novos contratos e parcerias estabelecidas.
Finanças Corporativas 23
Entretanto, o mercado poderá ser um fator de risco para a atividade 
empresarial. Produtos e serviços com preços vinculados à determinação 
do mercado oferecerão risco. Esse fato se deve à probabilidade de 
turbulências econômicas, políticas e financeiras incidirem diretamente na 
operacionalidade da empresa, o que afeta negativamente o capital de giro.
A necessidade de capital de giro está associada basicamente a 
três definições, que levam em consideração valores, segundo Brom e 
Balian (2007): necessidade de capital de giro positiva, negativa e nula.
A necessidade de capital de giro positiva se reflete na falta de 
recursos para gerir as atividades de curto prazo da empresa. Nessa 
situação, há uma demanda de recursos para atender ao giro do negócio 
e é por isso que surge a necessidade de financiamento, que pode ser por 
meios próprios ou de terceiros. Essa medida tem o objetivo de cumprir 
as aplicações efetuadas. 
Assim, ACO > PCO.
Entende-se por ACO, ativo circulante operacional, os recursos 
correntes para a execução das atividades do cotidiano empresarial. Por 
PCO entende-se o passivo circulante operacional, representado pelas 
obrigações empresariais de curto prazo.
A necessidade de capital de giro negativa é reflexo da empresa 
capitalizada e fruto da sobra de recursos, que poderão ser utilizados para 
uma possível expansão ou investimentos no mercado financeiro, visto que 
as atividades operacionais estão sendo mantidas com folga financeira. 
Desse modo, PCO > ACO.
A última possibilidade é aquela em que a empresa apresenta uma 
necessidade nula em relação aos recursos para financiar o seu giro, isto 
é, não falta dinheiro para manter as atividades cotidianas, mas também 
não há sobra financeira para aplicações e investimentos.
SAIBA MAIS:
Quando ocorre o crescimento da empresa, fruto de sua 
própria atividade, há a necessidade de aumentar o capital 
de giro para acompanhar o fluxo da operacionalidade e 
garantir a implementação de novas estratégias, como 
maior prazo para clientes e novos projetos de produtos e 
serviços a serem ofertados.
Finanças Corporativas24
Nesse caso, PCO = ACO.
O administrador define o montante considerado como capital 
de giro suficiente. Essa definição depende da análise dos recursos 
movimentados pela empresa no período, considerando todos os custos 
e as despesas de manutenção e produção, tais como as previsões de 
receitas e de rentabilidades dos investimentos realizados.
Na gestão contemporânea dos negócios, toda decisão de caráter 
financeiro deve levar em consideração a análise dos mercados interno 
e externo em que a empresa está inserida. Não basta somente fixar 
o valor a ser destinado como capital de giro, é necessário aplicá-lo 
corretamente e verificar se ele condiz com as necessidades operacionais 
e de demanda do produto/serviço ofertado.
O ponto inicial dessa análise é a identificação de um período no 
qual não ocorram significativas variações nas operações de produção e 
venda. Desse modo, após o aporte inicial de giro, a própria receita obtida 
pela empresa será suficiente para financiar as atividades do próximo 
ciclo financeiro. Assim, mantém-se o nível ideal de capital de giro em 
situações econômicas relativamente estáveis.
No caso das economias inflacionárias, as análises e aplicações 
tornam-se mais elaboradas e frequentes devido às oscilações constantes 
do mercado. Nesse sentido, a empresa preserva seu princípio de 
continuidade e busca a otimização de resultados. Contudo, a receita 
que financiava um ciclo financeiro permanente deve ser periodicamente 
revisada para acompanhar os impactos nos preços provocados pela 
incidência da inflação. Isso requer aumento constante do valor destinado 
ao capital de giro. Assaf Neto (2010, p. 514) ressalta que, em suma, o que se 
nota é que muitas vezes, para manter a mesma capacidade de produção 
e venda, a empresa que atua em contextos inflacionários se vê obrigada a 
efetuar aplicações financeiras adicionais em seu capital de giro.
É como se as necessidades de investimento em giro crescessem 
de forma exponencial, não sendo acompanhadas, com a mesma 
intensidade, pela entrada de novos recursos para financiamento.
Finanças Corporativas 25
Figura 05
Fonte: pixabay
Nesse cenário entre a relação de risco-retorno para o financiamento 
mostra-se relevante em relação ao capital de giro, visto que, nesse caso, 
as propostas de curto e longo prazos revelam projeções diferentes.
IMPORTANTE:
Viera (2008) aponta paradois componentes responsáveis 
pela aplicação em ativos circulantes da empresa: os de 
investimentos de forma permanente/fixa, ou seja, aqueles 
que são necessários mesmo em épocas desfavoráveis 
aos negócios, e os investimentos destinados a atender à 
sazonalidade do produto/serviço, os quais apresentam 
caráter temporário ou sazonal. 
Com isso, o administrador poderá optar por financiamentos de 
curto ou longo prazos para prover essas necessidades.
Para o aporte de giro nos períodos sazonais, a melhor opção 
é pelos recursos ofertados no curto prazo. Já para as necessidades 
permanentes busca-se a integração entre os fornecedores, caracterizada 
como fonte de recursos espontâneos e propostas de longo prazo.
A vantagem dessa linha de ação é que a empresa consegue se 
prevenir financeiramente para o cumprimento de suas obrigações tanto 
no curto como no longo prazo. Lembrando que, antes de qualquer 
decisão, é importante analisar as taxas de juros cobradas, pois essa é a 
medida inicial na mensuração do risco e da influência na verificação da 
rentabilidade do processo e, por fim, no retorno esperado.
Finanças Corporativas26
As políticas de investimentos em ativos circulantes proporcionam ao 
administrador definir a manutenção ou o incremento de recursos financeiros 
em cada conta, à medida que a atividade empresarial se desenvolve.
Na concepção de Ehrhardt e Brigham (2012, p. 836), “A política de 
capital de giro envolve duas questões básicas: (1) qual o montante apropriado 
de ativos circulantes que a empresa deve manter, tanto no total como em 
cada conta específica, e (2) como os ativos circulantes devem ser financiados”.
A análise dos montantes financeiros que oscilam no grupo do 
ativo circulante é chamada de política de investimento. Em economias 
consideradas instáveis, há a possibilidade de aplicação de três linhas de 
políticas de investimentos em ativos circulantes.
As políticas de investimento têm estreita relação com o volume 
de vendas de produtos/serviços, visto que as vendas representam a 
fonte principal de receita que a empresa tem para a continuidade do seu 
negócio. Essas políticas são descritas por Vieira (2008) como agressivas, 
moderadas e restritivas.
Figura 6
Fonte: VIEIRA, Administração Estratégica do Capital de Giro.2008, p. 41.
IMPORTANTE:
Na compreensão da composição do capital de giro de 
uma empresa, encontram-se as contas do grupo do ativo 
circulante descrito no balanço patrimonial. Cada conta 
reflete um modo diferenciado de gestão, visualizando 
formas de converter novas oportunidades de negócios em 
dinheiro imediato para aplicação de recursos. 
Finanças Corporativas 27
A política agressiva é marcada por um volume maior de recursos 
investidos em estoques, bancos e contas a receber de clientes. É uma 
política de crédito mais folgada, também chamada pelos autores de 
política de afrouxamento ou abundante. A utilização dessa modalidade 
exige que o administrador considere vantajosa a manutenção de estoques 
altos, o que reduz o giro (quantidades de compras). Nessa política, os altos 
valores deixados em conta corrente ou caixa precisam ser administrados 
a favor do processo operacional e financeiro da empresa. Por exemplo, os 
recursos disponíveis de forma imediata podem reduzir encargos de juros 
ou multas, o que minimiza o grau de despesas empresariais. Outra opção 
é o aproveitamento de oportunidades de mercado caracterizadas pela 
relação custo/benefício, mediante descontos atrativos com fornecedores 
pelo pagamento à vista.
IMPORTANTE:
A política moderada se encontra entre a política agressiva 
e a restritiva. O volume de recursos investidos é suficiente 
para suprir as necessidades operacionais e não trabalhar 
com faltas nem com excessos. É utilizada por empresas 
mais realistas, preocupadas com o fator de risco de sua 
atividade de mercado.
O giro de estoques é maior do que o da política agressiva, o que 
caracteriza empresas que trabalham com produtos perecíveis ou com 
validade mínima. O setor alimentício é um bom exemplo.
Como última análise, apresenta-se a política restritiva, também 
denominada escassez ou intencional. Ela é caracterizada pelo investimento 
mínimo em caixa, recebíveis e estoques. Esse método de gestão é justificável 
em função da sazonalidade de produtos/serviços. O risco de perdas em 
vendas é minimizado mesmo que o número de compras aumente. Em 
contrapartida, agrega-se maior retorno sobre o investimento, com maiores 
oportunidades de lucros, mas não de valor (aumento de patrimônio).
O giro do ativo circulante é obtido pela divisão entre as vendas e o 
ativo circulante (v/ac). O resultado nos dá o valor do montante de venda 
gerado para cada unidade de capital investida no circulante. Sobre esse 
tema, Vieira (2008, p. 42) afirma:
Finanças Corporativas28
A comparação dos resultados produzidos pelas alternativas 
de investimento que podem ser implementadas revela que 
a produtividade do capital investido varia muito. Dessa forma, 
o giro do ativo circulante será mais elevado para a política 
restritiva (significando maior produtividade dos recursos 
investidos) e irá se reduzindo gradativamente à medida que 
essa política se torna mais agressiva.
Juntamente com o controle da produtividade do capital, está o 
esforço em definir estratégias para o crescimento das vendas, pois, em 
uma situação restritiva, as metas determinadas pela empresa são mais 
fáceis de serem atingidas. Em contrapartida, o aspecto financeiro recebe 
o impacto da pouca geração de valor por não conseguir acumular um 
recurso maior no capital de giro.
A responsabilidade de agregar valor e de promover o equilíbrio 
racional de recursos financeiros aplicados no capital de giro exige do 
administrador financeiro o acompanhamento dos cenários de mercado 
que apontam situações de risco e retorno para a atividade empresarial.
Capital a curto e a longo prazo
A grande velocidade e a profundidade com que ocorrem 
alterações nos ambientes interno e externo em que a empresa atua 
trazem consequências importantes e rápidas nas bases sobre as 
quais foram fundamentadas as políticas. Dessa forma, as políticas são 
estabelecidas para as condições próximas às encontradas no momento 
de sua definição. Havendo alterações nos ambientes internos e externos, 
as políticas deverão ser revistas e redefinidas. (LEMES JÚNIOR; RIGO; 
CHEROBIM, 2010, p. 374).
Finanças Corporativas 29
É impossível abordar capital de giro sem mencionar a gestão de caixa. 
Faz parte de uma boa gestão de caixa definir procedimentos de controle dos 
recursos financeiros necessários à manutenção das atividades empresariais. 
O modelo de controle comumente utilizado é o fluxo de caixa, o qual Sá 
(2009, p. 11) conceitua como o método de captura e registro dos fatos e 
valores que provoquem alterações no saldo de caixa e sua apresentação 
em relatórios estruturados, de forma a permitir sua compreensão e análise.
Para os efeitos desta definição, a expressão “caixa” significa 
“moeda” e todos os valores que possam ser prontamente convertidos 
em moeda, tais como depósitos bancários, cheques que possam ser 
depositados irrestrita e imediatamente, e aplicações de curtíssimo prazo.
Sob o enfoque da administração financeira, o gestor define o 
controle de caixa com base nas informações que são pertinentes à 
atividade empresarial e no tempo necessário para a tomada de decisão. 
Dessa forma, podem ser encontrados controles de caixa diários, 
semanais, quinzenais ou mensais. Entretanto, quanto maior for o prazo de 
controle, maior será o risco na tomada de decisão financeira em razão de 
imprevistos que podem vir a ocorrer.
Já no registro contábil, a demonstração do fluxo de caixa é um 
registro formal. Sua estrutura deve apresentar o grupo de demonstrações 
financeiras ou contábeis obrigatórias da empresa. No setor financeiro, o 
fechamento do controle de caixa provém de dois relatórios específicos: 
ocontrole de bancos e o controle de caixa interno.
IMPORTANTE:
A gestão do capital de giro estará sempre vinculada às 
situações de risco da empresa. Uma vez que o risco 
operacional relacionado à atividade sofra alterações pelas 
mudanças de mercado, imediatamente haverá ajustes de 
estratégias para minimizar o risco financeiro, que está ligado à 
manutenção dos capitais. O resultado maximizado do retorno 
é fruto de uma eficiente gestão de riscos. O capital de giro 
é o componente empresarial que dimensiona a distribuição 
de recursos empresariais. Essa distribuição pode acontecer 
na forma de capacidade de pagamento das obrigações, 
disponibilidade de dinheiro para novos investimentos ou 
alerta para decisões de busca de capital de terceiros.
Finanças Corporativas30
Figura 07
Fonte: pixabay
SAIBA MAIS:
O controle bancário é realizado por meio do procedimento 
de conciliação bancária. Nela são verificadas todas as 
entradas e saídas de recursos nas instituições financeiras que 
mantêm relação de negócios com a empresa. A tecnologia 
via internet oferece suporte para o gerenciamento à 
distância desses recursos.
No ambiente interno, o controle de caixa é realizado mediante os 
recebimentos e pagamentos efetuados na própria empresa. Como há 
um planejamento, os recursos para atender a situações emergenciais já 
são programados. Logo, na conclusão do processo, as informações são 
reunidas em um relatório consolidado.
O administrador pode tirar conclusões sobre aspectos de liquidez 
da empresa por meio do exame minucioso e da crítica permanente sobre 
o controle de caixa. Essas medidas são importantes porque indicam 
como anda a liquidez da empresa, fator essencial para a continuidade dos 
negócios, uma vez que reflete na capacidade de cumprir as obrigações 
da organização em relação aos agentes detentores do capital de terceiros.
Finanças Corporativas 31
Ainda referenciando as observações de Sá (2009, p.4), é prudente 
destacar que a geração de caixa é mais importante do que a geração de 
lucro, já que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro, é a falta 
de caixa. São inúmeros os exemplos de empresas que se inviabilizaram 
financeiramente, mesmo apresentando lucros contábeis.
Curiosamente, o inverso também é verdadeiro. Incontáveis empresas 
sobrevivem e sobreviveram longos períodos de prejuízos viabilizando a 
liquidez. A análise do fluxo de caixa permite que os sintomas de fragilização 
da estrutura de capital de giro sejam detectados a tempo para que se 
possam tomar as medidas necessárias à correção desta distorção.
Uma tomada de decisão coerente depende do relatório formal de 
recebimentos e pagamentos e da apuração do capital de giro mediante 
controle de caixa. Ela também depende da definição dos seguintes 
pontos: determinar as razões empresariais para reter caixa, definir técnicas 
de gestão de caixa e calcular prazos e valores estratégicos de caixa.
SAIBA MAIS:
As duas primeiras situações envolvem ações que buscam 
melhores resultados financeiros. Quanto aos cálculos, a 
informação preconiza a identificação de períodos nos quais 
as ações deverão ser implementadas ou asseguradas por 
razões de segurança financeira.
A reserva de caixa, para precaver-se em relação às atividades 
rotineiras, tem o objetivo de agilizar pagamentos de gastos específicos, 
que podem estar relacionados com alguma mudança do mercado, ou 
pode cobrir flutuações negativas imprevistas. São os chamados saldos 
de segurança.
A estreita ligação com as instituições financeiras – por meio de 
conta corrente, aplicações financeiras e até mesmo contratação de 
empréstimos funciona como “moeda de troca” nas relações de negócios. 
O serviço prestado pelo banco é sempre cobrado financeiramente, o que 
provoca uma melhoria nos seus índices de lucro. Mas, para a empresa, a 
utilização desses serviços oferece oportunidades de maior margem para 
aquisição de financiamentos ou tratamento com recebíveis. A margem 
mínima de valor depositado em conta garante à empresa os chamados 
Finanças Corporativas32
saldos compensatórios, porém, para serem mantidos, eles devem ser 
preservados em caixa.
Os descontos comerciais oferecidos pelos fornecedores para 
pagamentos antecipados muitas vezes valem a pena. O impacto é 
sentido no futuro, pois a redução de custo do produto causa aumento 
da margem de lucro empresarial.
VOCÊ SABIA?
As técnicas de gestão de caixa são implementadas de 
acordo com o nível e o fluxo de atividades da empresa. 
Grandes organizações, além de gerenciarem seus recursos 
financeiros no mercado interno, preocupam-se com a 
cotação cambial nos negócios firmados em outras moedas. 
Assim, estabelecer padrões de trabalho que viabilizem a 
maior e mais rápida movimentação de recursos é função 
do gestor financeiro. Quando se trata de outra moeda, 
a complexidade no monitoramento do capital de giro 
aumenta pelo simples motivo de haver alteração constante 
no valor das outras moedas em relação ao real.
Ehrhardt e Brigham (2012) dividem as técnicas de gestão de 
caixa em sincronização do fluxo de caixa, aceleração do processo de 
compensação de cheques e definição de políticas de cobrança.
Para a sincronização de caixa em uma relação temporal, é 
necessário estabelecer, de forma geral, uma correspondência entre 
períodos de recebimentos e períodos de pagamentos. Pode-se executar 
essa medida por meio da programação de prazos com fornecedores e 
clientes. O resultado desse procedimento é a preservação dos saldos de 
segurança e o alcance de um bom nível de capital de giro líquido.
A aceleração do processamento de cheques talvez seja a questão 
mais fácil de ser administrada no cenário contemporâneo, devido à 
possibilidade e ao crescente uso de cartões de débito e crédito nas 
transações financeiras. A preocupação com o controle dos cheques é 
que, muitas vezes, estes são emitidos em locais distantes e a demora 
na compensação pode gerar aumento no índice de inadimplência no 
momento do resgate ou da compensação na agência bancária. Desse 
Finanças Corporativas 33
modo, sugere-se a adoção de um controle específico para esses 
documentos, com o objetivo de respeitar os prazos programados sem 
ampliar o tempo para desconto.
Na definição de métodos para política de cobrança, a empresa 
repassa ao banco a execução desses serviços. Isso ocorre principalmente 
nos grandes centros, devido à falta de tempo para encontrar-se com 
o cliente para receber pelo produto ou serviço prestado. Essa atitude 
difere-se da prática convencional, que agrega maior custo na contratação 
de um ou mais funcionários para cumprir essa tarefa. 
SAIBA MAIS:
De acordo com Ehrhardt e Brigham (2012, p. 650), um 
sistema de cobrança bancária reduz o prazo necessário 
para receber cheques, depositá-los e processar sua 
compensação por meio do sistema bancário e disponibilizá-
los para uso. Serviços de cobrança bancária podem 
disponibilizar o dinheiro entre dois a cinco dias mais rápido 
que o sistema “convencional”.
Na última etapa, entendida como etapa prática do planejamento 
de caixa, estão os cálculos básicos para a resposta na definição de 
prazos e valores mínimos. São três aplicações: ciclo de caixa, giro de 
caixa e caixa mínimo operacional.
O fechamento do ciclo de caixa (CC) ou ciclo financeiro (CF) 
corresponde ao tempo compreendido entre a aquisição de materiais ou 
mercadorias dos fornecedores e o recebimento da venda do produto. 
Ele é composto por três análises diferenciadas de prazo, que resultarão 
na resposta final.
Dessa maneira, tem-se que:
CF = PMRE + PMRV - PMPF
Em que:
PMRE = prazo médio de renovação de estoques
PMRV = prazo médio de recebimento de vendas
PMPF = prazo médio de pagamentos de fornecedores
O prazo médio de estoques (PME) pode ser obtido pela fórmula:
PME = Saldo médio de estoques × 360
Finanças Corporativas34
Custo das mercadorias vendidas
Veja o seguinte exemplo: uma empresa mantém como estoque de 
segurançao valor médio de R$ 15.000,00. Se o custo da mercadoria vendida 
for de R$ 90.000,00, o PME será de 60 dias, conforme demonstração:
PME = 
 15.000,00 
× 360 = 60 dias
 90.000,00
Conceder prazos a clientes é uma prática empresarial quase 
obrigatória nos dias atuais, principalmente no trabalho com a concorrên-
cia. De maneira recíproca, ao passo que há benefícios, também ocorrem 
limitações, pois os custos e os riscos inerentes a essa ação são assumidos 
integralmente pela empresa. Os benefícios estão concentrados na 
possibilidade de ampliação dos níveis operacionais, ganho de escala e 
escoamento da produção e, automaticamente, maior giro dos estoques.
SAIBA MAIS:
As informações para a resposta desse cálculo são 
encontradas no balanço patrimonial, pela conta cliente ou 
duplicatas a receber, e na demonstração de resultado do 
exercício (DRE), pela conta receita operacional bruta.
Os fornecedores são elementos vitais para a continuidade da 
empresa, pois o financiamento de seu capital (mercadoria/matéria-
prima) permite a concessão de prazos aos clientes. Enquanto a empresa 
busca um número menor de dias para receber dos clientes, com os 
fornecedores a situação é contrária. Quanto maior for o prazo, melhor 
será para a empresa. A fórmula adotada nessa definição é:
PMPF =
 Saldo médio de fornecedores 
× 360
 Montante de compras
O ciclo financeiro, por sua vez, reflete o equilíbrio e a organização 
financeira da empresa, por isso deve ser permanentemente monitorado 
e avaliado. Uma das atribuições do gestor financeiro é a capacidade de 
negociar maiores prazos com os fornecedores. Outra atribuição desse 
profissional é promover a motivação do departamento de vendas, 
para que novas estratégias sejam criadas para antecipar o tempo de 
recebimento dos clientes. Assim, podem ser evidenciados os aspectos 
que garantem a competitividade da empresa no mercado. O giro do 
Finanças Corporativas 35
caixa (GC) demonstra a média de vezes que os recursos entram e saem 
da empresa no período de um ano. Ele é obtido pelo seguinte cálculo:
GC =
 360
 CC
No caso do exemplo trabalhado, a empresa teria um giro de caixa 
de 24 vezes, pois seu ciclo de caixa fechou em 15 dias.
Quanto ao custo financeiro da estocagem, o administrador deve ter 
como parâmetro inicial de análise que toda mercadoria ou todo insumo 
estocado precisa de investimento de recursos financeiros. Sempre tendo 
em vista que esse investimento irá ficar imobilizado por determinados 
momentos. Assim, definir padrões elevados de estoque pode prejudicar 
a empresa, visto que será mais difícil aproveitar oportunidades de 
aplicação de recursos que ofereçam liquidez de forma mais rápida. 
Com isso, a grande quantidade de compra leva à necessidade de um 
alto grau de captação de recursos de terceiros, mesmo que sejam de 
fornecedores. O resultado é a diminuição da rentabilidade do negócio.
O cuidado com as mercadorias e os insumos utilizados pela 
empresa requer um profissional que execute as atividades de recepção, 
conferência, movimentação, fracionamento e despacho. Essas atribuições 
colaboram com a eliminação do desperdício e proporcionam uma melhora 
no aproveitamento dos recursos aplicados. Outro cuidado a ser tomado 
é em relação ao obsoletismo, que se relaciona ao acompanhamento da 
validade do produto e à oportunidade de o mercado aceitá-lo.
A necessidade de investimentos em seguros está associada ao 
fator acidente. Vários são os exemplos de empresas que, em decorrência 
de calamidades como incêndios, enchentes e desabamentos, além de 
furtos ocorridos, perdem seus estoques e ficam impossibilitadas de 
trabalhar. Essa situação prejudica a entrada de receitas no caixa.
SAIBA MAIS:
O controle e a gestão são direcionados para a verificação 
e o monitoramento de todas as operações realizadas nos 
estoques. Dessa forma, o patrimônio empresarial será 
preservado e será agregado valor aos incrementos de capital 
de giro realizados. O resultado será a concretização dos 
conceitos de eficácia e de eficiência objetivados pela empresa.
Finanças Corporativas36
No foco da administração, a identificação dos tipos de estoques 
existentes permite a organização de métodos de trabalho que atendam 
às premissas operacionais da empresa. Na visão de Lemes Júnior, Rigo 
e Cherobim (2010), os principais tipos de estoques são classificados em:
a. Matérias-primas:
Componente principal em uma industrialização. Sua quantidade 
delimita o número de produtos a serem fabricados, do mesmo modo 
que a falta desse material provoca uma estagnação no trabalho da 
fábrica. Exemplo: parafina em uma fábrica de velas.
b. Componentes:
Correspondem a matérias que também estruturarão o produto 
final. São agregados ao produto no decorrer da etapa produtiva e variam 
no sentido de quantidades e especificações descritas na medida ou 
fórmula da mercadoria industrializada.
Quanto maior for o número de componentes, mais complexos 
serão os controles. Exemplo: barbante e corante para composição da vela.
c. Insumos:
Colaboram para a operacionalidade do processo produtivo. Não 
estão no produto final, mas subsidiam o dia a dia da fabricação. Exemplo: 
lubrificantes para as máquinas da fábrica. Autores como Kato (2012) 
consideram esses elementos como materiais para manutenção, seja da 
produção ou da empresa em geral.
d. Produtos em processo:
São as unidades que não cumpriram todas as etapas produtivas 
e, por estarem inacabadas, não poderão ser vendidas. O ideal é que a 
empresa minimize a quantidade e o tempo de armazenagem desses 
produtos tendo em vista que não são fontes de receita e que eles 
ocupam lugares de produtos que já poderiam ser vendidos.
e. Produtos acabados:
Consistem nas unidades prontas para a venda e que deverão ser 
entregues no menor prazo possível a fim de liberar o espaço ocupado. 
Independentemente do tipo de estoque a ser considerado, é importante 
que seja realizada a análise custo/benefício financeiro para a empresa, 
principalmente na quantidade e variedade de elementos controlados.
Finanças Corporativas 37
Aplicabilidade das Finanças Corporativas
INTRODUÇÃO:
O método do lote econômico prevê a quantidade 
armazenada em estoque de forma suficiente. A finalidade 
é não gerar custos excedentes para a empresa, bem 
como definir o número de pedidos de compra no período. 
Essas medidas produzem uma melhor organização com 
os fornecedores na entrega do material e com o setor 
financeiro no controle dos prazos de pagamentos.
Groppelle e Nikbakht (2009, p. 341) conceituam: “O lote 
econômico de compra (LEC) é a quantidade de um item que, 
quando pedido regularmente, resulta em custos mínimos de 
pedido e de manutenção”. 
Para a obtenção desses dados, utiliza-se a fórmula:
Em que:
Q = quantidades requeridas do produto por período de tempo
CP = custo por período de compra
Cm = custo de manutenção do estoque.
O sistema just in time (JIT) consiste em administrar os estoques 
com quantidades mínimas, porém suficientes para atender às demandas 
ou à produção imediata. O benefício verificado é a alta rotatividade dos 
estoques, o que permite o trabalho com mercadorias ou insumos novos. No 
entanto, o risco está associado à possibilidade de ocorrer uma solicitação 
de aumento de demanda. Essa situação pode gerar oscilação nos valores 
dos custos dos pedidos, o que causará a diminuição da margem de lucro.
Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 425) ratificam: “O 
objetivo principal do sistema JIT é minimizar o investimento 
em estoques, evitando a sua passagem, por algum tempo, 
pelos almoxarifados da empresa, reduzindo a quase zero a 
idade média do estoque”.
Finanças Corporativas38
O alcance de uma gestão eficiente de estoques passa pelos 
procedimentos de compras planejadas e estruturadas com base em 
objetivos e políticas de trabalho definidas. Controlar o estoque não significa 
somente registrar quantidades,mas identificar a sua localização e as 
condições de armazenagem dos produtos. 
Na relação com o capital de giro, a otimização da gestão de 
estoques permite melhor distribuição dos recursos financeiros em busca 
de resultados melhorados, levando-se em consideração as condições de 
operacionalidade da empresa.
O mercado, por sua vez, é muito inteligente. Nenhuma empresa 
consegue manter-se nele sem reaplicar parte dos recursos adquiridos por 
meio do lucro em sua atividade e em seu patrimônio. Diante de vários fatores 
que influenciam na atividade empresarial, a aplicação de métodos auxiliadores 
na tomada de decisão é sempre bem recebida na atividade cotidiana de uma 
empresa. As oscilações financeiras provocadas pelas taxas de juros, pelos 
índices de preços e pela inflação exigem o constante monitoramento do fluxo 
financeiro, bem como a supervisão de ganhos da atividade empresarial. Dessa 
forma, é possível projetar situações aceitáveis para os resultados almejados, a 
fim de consolidar a permanência da empresa no mercado. Assim, os controles 
financeiros são diferenciais apresentados na relação com os concorrentes. O 
objetivo é a adequação de todas essas evoluções sem que a organização 
sofra as consequências de uma crise financeira.
O custo médio ponderado ou total de capital (WACC – do inglês 
Weighted Average Cost of Capital) representa a taxa mínima de atratividade 
da empresa. Essa taxa representa o retorno mínimo esperado dos 
investimentos da organização ou dos resultados para a remuneração 
adequada das fontes de financiamento.
IMPORTANTE:
Alguns cuidados são necessários na administração 
das informações do WACC para a tomada de decisões 
financeiras. A verificação de um novo WACC deve ser 
realizada quando houver modificação nas proporções 
das fontes de capital ou nos custos específicos de cada 
fonte. Essas alterações podem ser por meio de novos 
empréstimos ou financiamentos ou por meio de um 
incremento de capital no patrimônio líquido.
Finanças Corporativas 39
É prudente lembrar que, se a empresa disponibiliza títulos de 
crédito no mercado, como debêntures, esses valores são entendidos como 
capitais de terceiros. Por isso, merecem o cálculo de seu custo específico 
relacionado à taxa de remuneração do título ofertada pela empresa.
SAIBA MAIS:
Na análise de novos investimentos, o WACC é uma medida 
referencial para a comparação dos retornos ofertados. 
A avaliação de diferentes propostas é uma opção para a 
seleção do investimento mais atrativo financeiramente, 
tendo em vista que as considerações sobre os riscos de 
cada proposta devem estar relacionadas.
O WACC permite que o gestor financeiro identifique os resultados 
mínimos a serem alcançados e, assim, projete ações empresariais para 
atingir determinados objetivos. Como o planejamento se caracteriza 
como um plano de ações flexível e aberto, as adequações mediante 
a evolução econômica de certos dados proporcionam decisões mais 
rápidas e ágeis, que respondem aos reflexos da economia de mercado.
Instrumentos do Capital 
INTRODUÇÃO:
As mudanças frequentes dos índices de mercado impactam 
as atividades empresariais e provocam o constante ajuste 
no planejamento e na distribuição de recursos para o 
alcance dos objetivos e das metas esperadas. Na área 
financeira, essas alterações tornam-se mais complexas de 
serem reavaliadas e readequadas.
O gestor financeiro, além de atualizado, precisa estar atento 
às informações repassadas pelo mercado. Ele deve organizar-se nos 
métodos de trabalho para ter a opção de escolher entre várias linhas de 
ação, conforme as mudanças ocorridas. Os objetivos são a manutenção 
e o crescimento da estrutura patrimonial.
Finanças Corporativas40
A teoria convencional defende a existência de uma estrutura 
ótima de capital. Ela se fundamenta na possibilidade de uso combinado 
e adequado das fontes de financiamento. Essa medida tem o intuito de 
reduzir o custo total (WACC) e maximizar a riqueza dos acionistas.
Segundo Assaf Neto e Lima (2010, p. 242), “Ao minimizar 
seu custo total de capital, a empresa torna seus projetos de 
investimentos mais rentáveis e, desse modo, pode maximizar 
seu valor de mercado”.
Em resumo, a teoria convencional acredita que os capitais de 
terceiros podem produzir uma estrutura ótima, se utilizados até determinado 
ponto, e resultar em um nível de endividamento aceitável. Por outro lado, 
o aumento do endividamento gera o crescimento dos demais custos da 
empresa e diminui a rentabilidade e a geração de riqueza.
No mercado brasileiro, para que as empresas consigam delimitar 
projeções favoráveis de suas estruturas de capital, é conveniente adotar 
metas a serem atingidas em prazos menores. Dessa maneira, a utilização 
de passivos onerosos por incremento de capital seria realizada com 
opções de curto prazo.
Os fatores direcionados para esse cenário são os múltiplos 
indexadores de preços. Se eles forem considerados no planejamento 
financeiro da organização, sempre provocarão algum tipo de impacto ou 
mudança futura. São os casos dos índices gerais de preços da economia 
(Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M, Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor – INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
– IPCA), da variação cambial e da inflação.
É interessante e recomendável que o gestor financeiro analise 
as hipóteses de mercado disponíveis para captação de recursos de 
terceiros. Essas possibilidades precisam ser compatíveis com o tamanho 
da organização (pequeno, médio ou grande portes), com os benefícios 
oferecidos e a análise tributária requerida pelo regime vigente.
De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 222), os 
memso citam que:
Finanças Corporativas 41
No caso de micro e pequenas empresas, as vantagens do 
endividamento diminuem, em função do regime tributário 
adotado, que permite recolher Imposto de Renda com base 
no faturamento (lucro presumido, simples), e não no lucro 
real. O resultado é que as despesas de juros, nesse caso, 
não são dedutíveis para o pagamento do Imposto de Renda, 
tornando o uso de capital de terceiros menos atraente.
Outra situação é a diversificação de custos nas ofertas de capitais 
de terceiros disponíveis no Brasil. Nesse cenário, não se visualiza um 
equilíbrio, pois há casos em que as taxas de juros são definidas pelo 
mercado e tendem a ser elevadas e em que há o subsídio por meio de 
políticas governamentais de incentivo setorial. Como exemplo, pode ser 
citado o apoio à agricultura e à exportação de pequenas empresas ou 
microempreendedores.
Com isso, no Brasil, cada empresa, conforme seu ramo de 
atividade, terá uma estrutura de capital. Essa estrutura busca melhores 
resultados sobre o retorno mínimo necessário e sobre as aplicações de 
recursos, fugindo, assim, de uma regra exata e preestabelecida aquela 
que diz que as empresas devem manter os índices de lucro e retorno.
Os gestores podem contar com algumas informações no 
estabelecimento de diretrizes para compor a estrutura de capital 
adequada para a empresa. Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010) 
apontam dez linhas de informação norteadas para a escolha de uma 
estrutura de capital. 
A composição desse rol de análises exige que o gestor conheça 
a operacionalidade da empresa em vários aspectos. Entre eles, 
encontram-se a saúde financeira, a visão futura de mercado e os riscos 
da atividade empresarial. Em relação aos riscos, é necessário associá-
los à sazonalidade do produto/serviço e às perspectivas de longo prazo 
dos sócios acionistas. Esse é o caminho para a construção de bases para 
a inclusão dos elementos que estão disponíveis no ambiente externo e, 
conjuntamente, estarão influenciando o patrimônio empresarial. Por fim, 
Groppelli e Nikbakht (2009, p. 208) sintetizam:
Finanças Corporativas42
Como podemos ver, a correta composição do financiamento 
ou estrutura de capital é de difícil determinação. A decisão 
finalrepresenta um compromisso. No final das contas, todo o 
esforço que um administrador pode fazer é para a obtenção 
de uma razoável avaliação da saúde da empresa que seja, 
se possível, melhor do que a de seu setor como um todo e 
melhor do que a das empresas concorrentes.
Fontes de Financiamentos a Curto Prazo
A procura por opções de recursos de terceiros é uma prática 
constante no ambiente empresarial. Espera-se que as taxas oferecidas 
sejam atrativas e, ao mesmo tempo, atendam às necessidades de 
capitais das empresas no financiamento de suas atividades.
TESTANDO:
A evolução nos métodos de administração de estoques 
forçou as empresas a se readequarem para atender as 
necessidades do mercado e da produção com melhor 
aplicação de recursos financeiros, para evitar o risco da 
falta de capital para outras atividades e o risco de possíveis 
perdas de mercadorias ou matérias-primas. As inovações 
constantes na qualidade, modelo e função de determinados 
produtos demandam estratégias de gerenciamento de 
estoques, no intuito de evitar desperdícios, acúmulo de 
unidades e obsoletismo.
A reduzida oferta de créditos de longo prazo inibe o crescimento e a 
competitividade das empresas brasileiras. O resultado é o financiamento 
da atividade por meio de recursos próprios, o que provoca a não 
aplicação da alavancagem financeira. A utilização de recursos próprios é 
obtida por intermédio da reaplicação na empresa de parte dos lucros do 
período. É a chamada reaplicação de dividendos.
A grande questão, nesse aspecto, é que o custo de capital próprio 
é mais caro para as empresas do que o custo de capital de terceiros. 
Assim, em grande parte dos casos, os acionistas procuram no recurso 
externo a fonte financiadora para o desenvolvimento de suas atividades.
Finanças Corporativas 43
Groppelli e Nikbakht (2009, p. 300-301, grifos no original) 
listam as principais razões para as empresas buscarem 
recursos na forma de financiamento em longo prazo:
1. Os aumentos esperados nas vendas futuras requerem 
fundos para a área de marketing e demais funções de apoio 
para manterem-se competitivas;
2. Com o crescimento da empresa, suas capacidades 
operacionais precisam aumentar;
3. Uma empresa deve continuar a se modernizar e a 
introduzir equipamentos mais eficientes;
4. Mudanças na demanda forçam a empresa a abandonar 
suas instalações obsoletas e a investir em uma nova 
capacidade de produção;
5. O financiamento de longo prazo de projetos de pesquisa 
e desenvolvimento promove um ciclo de vida saudável;
6. No longo prazo, grande parte do capital circulante torna-
se permanente e deve ser financiado como tal.
Os repasses de recursos internos são caracterizados pela 
participação de fundos que objetivam atender aos interesses econômicos 
nacionais. Dessa forma, a liberação dos recursos para a concessão de 
créditos está relacionada ao atendimento de necessidades de setores 
específicos, como agricultura, construção civil, atividades industriais e 
comerciais com foco em exportação. Normalmente, estão associados 
a esses repasses o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB).
A CEF e o BB direcionam os financiamentos voltados às áreas 
imobiliária e rural, respectivamente. Já o BNDES abrange interesses 
maiores para um universo também maior de favorecidos. Fortuna (2010, 
p. 319) contextualiza:
As políticas operacionais do BNDES orientam e normatizam 
a concessão de financiamento – o Apoio Financeiro –, 
estabelecendo critérios para priorizar os projetos que 
Finanças Corporativas44
promovam o desenvolvimento com inclusão social, estimu-
lando os empreendimentos que criem empregos e renda, 
contribuindo também para a geração de divisas, em 
consonância com as orientações do Governo Federal. Na 
condição de instituição financeira, o BNDES utiliza critérios 
bancários para a concessão dos seus financiamentos e segue 
a legislação, normas e resoluções que regulamentam as 
instituições financeiras públicas, sendo auditado pelo Tribunal 
de Contas da União – TCU.
As linhas disponíveis para crédito no BNDES são:
a. Finem: tem o objetivo de atender a empreendimentos para 
a realização de projetos de modernização, expansão ou implantação 
empresarial, incluindo a aquisição de máquinas de fabricação nacional. 
São alternativas para valores superiores a R$ 10.000.000,00.
b. BNDES automático: tem a mesma linha de ação que o Finem, 
porém, limitado a R$ 10.000.000,00 por cliente a cada período de 12 meses.
c. Cartão BNDES: seu foco é destinado para micro, pequenas 
e médias empresas com crédito pré-aprovado e limites de até R$ 
500.000,00. O cliente solicita o cartão a instituições financeiras 
autorizadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen) e pode amortizar em 
parcelas limitadas de 3 a 48 vezes mensais e fixas. Também é cobrada 
uma anuidade do cartão.
d. Finame máquinas e equipamentos e Finame agrícola: são 
financiamentos ofertados para aquisição de máquinas e equipamentos 
nacionais vinculados à área rural, industrial e comercial.
e. Finame, leasing: não têm limite de valor e são concedidos à 
empresa arrendadora do bem para a compra de máquinas de fabricação 
nacional que serão disponibilizados para os usuários chamados de 
arrendatários.
Finanças Corporativas 45
Dessa forma, os financiamentos para aquisição de máquinas e 
equipamentos devem basear-se na necessidade real da empresa. O 
investimento em modernização que gera um longo período de dívidas 
não pode afetar os recursos para o giro do negócio, como a necessidade 
de aquisição de insumos para a produção e mercadorias. Quando se 
fala em gerar riqueza mediante aumento patrimonial, nem sempre as 
imobilizações são o melhor caminho.
f. Empréstimo-ponte: financia projetos específicos, selecionados 
mediante critérios adotados pelo BNDES. Os recursos são concedidos 
no período de estruturação da atividade de longo prazo.
g. Project Finance: parceria financeira com uma Sociedade 
por Ações. Nela os fluxos de caixa esperados precisam ter condições 
de saldar o financiamento, assim como as receitas futuras do projeto 
necessitam ser vinculadas aos financiadores.
Existem também os créditos vinculados à exportação e os que 
atendem ao mercado de valores mobiliários.
A segunda modalidade de financiamentos de longo prazo são os 
repasses de recursos externos, os quais vêm de poupanças captadas no 
exterior e repassadas a empresas interessadas mediante a intervenção 
de instituições financeiras nacionais. Para que o repasse aconteça, faz-
se necessária a participação do banco estrangeiro liberador do recurso, 
do banco nacional receptor e de outro que será o distribuidor.
O valor do financiamento (repasse) é fixado em dólares (US$) e 
o pagamento é vinculado a parcelas trimestrais. As taxas de juros são 
anuais e compostas pela taxa Libor (London Interbank Offered Rate) e 
pelo título de risco (spread).
EXPLICANDO MELHOR:
As decisões de substituição são de uma importância crítica 
para a empresa, pois são em geral irreversíveis, isto é, 
não têm liquidez e comprometem grandes quantias. Uma 
decisão apressada de “livrar-se de uma sucata” ou capricho 
de possuir sempre o “último modelo” podem causar 
problemas sérios de capital de Giro. (CASAROTTO FILHO; 
KOPITTKE, 2010, p. 155).
Finanças Corporativas46
Os empréstimos e financiamentos diretos, descritos como a 
terceira modalidade de financiamento de longo prazo, são ofertados 
pelas instituições financeiras componentes do mercado de capitais. Eles 
oscilam na linha de atendimento de recursos para os capitais de giro 
e fixo. Os juros cobrados são relativamente altos se comparados com 
linhas de crédito do BNDES, porém sua contratação é mais rápida e 
menos burocrática.
A quarta modalidade é a subscrição de debêntures. Conforme 
explica Pinheiro (2009, p. 212),
Debênture é um título emitido por uma sociedade anônima, 
previamenteautorizado pela Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), com a finalidade de captar recursos de médio e de 
longo prazos, destinados normalmente a financiamento 
de projetos de investimento ou alongamento de perfil do 
passivo. Caracteriza-se como título de valor mobiliário, sem 
remuneração baseada em taxas de renda fixa.
Para a empresa emissora dos títulos, a vantagem reside no fato de 
os juros remuneratórios serem mais atrativos do que outras formas de 
captação de recursos. Além disso, a empresa preserva a autonomia de 
seu patrimônio, pois os títulos não geram direitos sobre o capital social.
As garantias oferecidas no mercado são vinculadas aos ativos 
da empresa. Ademais, há a possibilidade de serem pagas bonificações, 
participação nos lucros e prêmios de reembolso por parte da empresa 
IMPORTANTE:
Nessa modalidade, entre outras despesas, são cobradas 
comissões de repasse, de abertura de crédito e IR. As 
comissões de repasse são pagas ao banco nacional, que 
é o responsável por repassar os recursos, e as comissões 
de abertura de crédito são pagas ao banco estrangeiro, 
fornecedor dos recursos. O IR é referente aos juros enviados 
ao exterior e, nesse caso, o pagamento é também de 
responsabilidade da empresa beneficiada com os recursos. 
As demais despesas se referem ao registro do contrato e às 
garantias hipotecárias.
Finanças Corporativas 47
emissora dos títulos. O limite de emissão das debêntures, no geral, é 
vinculado ao capital social da companhia. 
Santos e Schimidt (2007, p. 121) informam:
A companhia poderá adquirir suas próprias debêntures, 
desde que o faça por valor igual ou inferior ao nominal. 
Este dispositivo tem por finalidade possibilitar uma melhor 
administração da dívida, uma melhor especulação ou fraude 
que possa lesar os demais tomadores das debêntures.
Esse procedimento resulta nas debêntures em tesouraria. Elas 
são adotadas também pelas empresas, como forma de incentivar o 
mercado na aquisição de seus títulos.
As principais classificações de factoring praticadas no Brasil são o 
adiantamento sobre títulos comprados pelo agente factor, as operações 
líquidas no vencimento, o adiantamento sobre títulos a serem emitidos, 
o factoring contra a entrega de mercadorias e administração de caixa. 
Nessa última classificação em especial, cabe detalhar que a casa 
factoring assume a gestão do caixa da empresa.
Em razão de assumir os riscos das operações realizadas, os custos 
são bem caros e tornam-se maiores do que os empréstimos em instituições 
financeiras. Como benefícios, há maior flexibilidade de financiamento, 
redução de custos financeiros disfarçados e eliminação de risco.
A flexibilidade de financiamento se deve à possibilidade que a 
casa factoring tem de recusar algum título utilizado na operação. Assim, 
as empresas encaminham para as transações somente títulos de clientes 
com qualidades creditícias, minimizando situações desagradáveis no 
relacionamento com a instituição.
O custo financeiro disfarçado é um aspecto de comparação 
com uma instituição financeira, que se utiliza de médias e outras taxas 
para justificar o serviço. Isso acaba por “mascarar” o custo real. Já na 
abrangência das factorings, o valor é determinado no momento da 
negociação, sem adicionais ou reajustes extras, e os riscos, como já 
foram referenciados, são assumidos pela casa factoring, o que isenta a 
empresa de maiores análises.
Finanças Corporativas48
Por último, está o financiamento de curto prazo por microcréditos. 
A criação de uma linha para atender às necessidades de pequenos 
empreendimentos traduz a relevância dessa atividade no contexto 
nacional. Os pequenos negócios são geradores de emprego, renda 
e melhoria na qualidade de vida. O microcrédito é utilizado para 
complementar financeiramente as etapas que compreendem o ciclo 
operacional e criar estratégias competitivas para a continuidade no 
mercado em que essas pequenas empresas estão inseridas.
SAIBA MAIS:
A indicação de uso desse tipo de crédito acontece quando 
a empresa necessita de recursos em, no máximo, cinco 
dias e não há possibilidade de negociação direta com a 
agência bancária em razão da emergência da necessidade 
do dinheiro. Para essa prática, é necessário que a empresa 
esteja em uma situação financeira sólida o bastante para 
arcar com os altos índices de juros, sem prejudicar o fluxo 
financeiro de forma agressiva.
A modalidade de vendedor é identificada na relação comercial 
entre fornecedor, cliente e banco: o fornecedor vende o prazo para o 
cliente, que financia junto ao banco o pagamento. Em seguida, o banco 
libera o dinheiro ao fornecedor, que recebe à vista a mercadoria vendida.
A procura por recursos financeiros pode estar relacionada a 
financiamentos de curto ou longo prazo. As razões motivadoras para esse 
tipo de operação sempre estarão ligadas a decisões necessárias para 
manter o funcionamento e a competitividade das empresas no mercado. 
O reflexo das constantes evoluções das políticas monetárias 
pode, em determinado momento, deixar as empresas incapacitadas 
financeiramente de realizar algum procedimento operacional. Por isso, 
nos intuitos de recuperar o prejuízo e buscar o lucro já planejado, os 
bancos e agentes fornecedores de crédito tornam-se os grandes 
parceiros empresariais.
Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010), para o gerencia-
mento dessa decisão por parte da empresa, alguns fatores devem ser 
analisados pelo administrador financeiro:
Finanças Corporativas 49
 � a empresa deve oferecer maior margem de contribuição de 
suas atividades ou produtos em relação aos custos do empréstimo;
 � os prazos precisam ser ajustados de acordo com as 
disponibilidades de caixa da empresa;
 � os padrões necessitam ser definidos como garantias;
 � os custos efetivos totais devem ser calculados.
As formas de financiamento de curto prazo permitem maior 
operacionalidade às atividades empresariais. No entanto, elas devem ser 
gerenciadas de maneira cuidadosa para que não se incentive o aumento 
excessivo dos índices de endividamento empresarial.
O ideal é que esses recursos sejam utilizados para fomentar a 
colocação de produtos e serviços no mercado em maiores quantidades. 
Além disso, espera-se que eles gerem um retorno financeiro lucrativo 
no mesmo prazo do financiamento e reduzam o risco financeiro da 
operação realizada.
Quanto às modalidades de financiamento de recursos em curto 
prazo, as empresas podem optar por algumas opções, delimitadas em:
 � créditos bancários (subsídios em empréstimos, operações 
de desconto de títulos, operações de hotmoney, créditos rotativos e 
operações de vendas);
 � operações de fomento mercantil – factoring;
 � microcréditos.
Pereira apud Pinheiro (2009, p. 397) conclui que:
A convivência com crescimento econômico, a taxas pelo 
menos históricas, associado com um nível natural de emprego, 
reflete que o sistema econômico está mantendo o nível de 
atividades funcionando a plena capacidade, o que incentiva 
maiores investimentos empresariais. Por conseguinte, tal 
fenômeno estimula que os empresários procurem mais o 
mercado de capitais para financiar estes investimentos. Cria-
se então certo clima de confiança, a partir de expectativas de 
que o país só tem a melhorar, influenciando positiva- mente a 
todos os participantes desse mercado.
Finanças Corporativas50
RESUMINDO:
A relação financeira estabelecida entre empresas, governos 
e mercados deve integrar medidas e procedimentos que 
sejam benéficos para todas as partes. Assim, o resultado 
positivo de um beneficiará a execução e o resultado de 
outro. O governo, por sua vez, deve estudar alternativas 
que melhorem as condições de trabalho empresarial, 
uma vez que o aumento dos lucros contribui para a 
gestão de medidas econômicas que afetam a vida da 
população, oferece melhores e maiores condições de 
compra, aquece a economia e viabiliza a distribuição de 
recursos no mercado.

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