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Neonatologia, sala de parto e saúde do bebê - Tut 4

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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 1 
 
Tutorial 4 – mod XIV 
Neonatologia: sala de parto e saúde do RN 
Neonatologia: A sala de parto 
- As medidas de cuidado ao RN irão se diferenciar se o 
mesmo é considerado um RN de baixo risco ou de alto 
risco (necessidade de reanimação). 
- A identificação do RN de baixo risco se dá por 4 
perguntas cardinais: 
 A gestação é a termo? 
 Ausência de mecônio? 
 O RN está chorando ou respirando? 
 O RN tem bom tono? 
- Se sim para as 4 perguntas, o RN é considerado de 
baixo risco. Se isso ocorrer, os primeiros cuidados 
devem ser feitos normalmente, podendo ser no colo 
materno (promover troca de calor e reforçar o vínculo 
mãe/bebê). 
- Se o RN for de baixo risco, ele deve ser posicionado 
de cabeça para baixo imediatamente após o parto para 
limpar a boca, faringe e nariz dos restos de sangue, 
muco e LA por ação da gravidade. 
O RN deve ser recebido nas seguintes condições: 
- Receber o RN em campos estéreis e aquecidos (a 
temperatura corporal de um RN é aproximadamente 3x 
maior que a de um adulto em relação ao seu peso e nos 
RNs de baixo peso a camada isolante de gordura é 
mais fina. Na sala de parto, a temp. dos RNs cai 
aproximadamente 0,3 graus/min, isso resulta em uma 
perda cumulativa de 2-3 graus o que corresponde a 
uma perda de calor de aproximadamente 200 kcal/kg, 
isso pode gerar acidose metabólica, hipoxemia e 
hipoglicemia em uma tentativa de compensar a perda 
calórica). 
- Colocá-lo em contanto pele-a-pele junto com o colo 
materno, com temperatura ambiente de 26 graus para 
prevenir perda de calor. 
- Seca-lo e desprezar os campos úmidos: a remoção 
cuidadosa do sangue depois do parto reduz o risco de 
infecções por agentes que crescem nesse meio. Uma 
vez que a temperatura está adequada, deve-se limpar 
pele e cordão umbilical com água morna ou solução 
suave de sabão. 
- Envolvê-lo em campos estéreis pré-aquecidos secos 
para diminuir perda de calor. 
- Clampeamento do cordão umbilical (após 1-3 
minutos). O cord clamp deve ser colocado a 2-3 cm de 
distância da base do anel umbilical, envolvendo o coto 
com gaze embebida em álcool a 70% ou clorexidina 
alcóolica a 0,5%. Em neonatos de extremo baixo peso, 
usa-se gaze em SF 0,9%. 
- Avaliar Apgar no primeiro e no quinto minuto. 
- Realizar exame físico sumário. 
- Iniciar amamentação na primeira hora de vida 
(aumenta vínculo materno e diminui chance de 
hemorragia uterina). 
- Identificar neonato com pulseira. 
- Presença de respirações espontâneas sem esforços 
(FR> 30 irpm, FC> 100 bpm e cor rosada) são critérios 
para identificar um RN estável sem necessidade de 
reanimação. A acrocianose (cianose de extremidades) 
e cor de arlequim (um hemicorpo pálido e outro rosado) 
são achados sem relevância e NÃO significam que o 
RN está instável. 
- OBS: NÃO é mais necessária a aspiração da 
orofaringe e narinas em todos os RNs. Só será feito em 
casos de grande quantidade de secreção em VAS. 
Evita-se o estímulo doloroso e efeitos deletérios de 
estimulação vagal. 
- Prescrição Médica: 
 Nitrato de Prata colírio a 1%: prevenção da 
oftalmia gonocócica- 1 gota em cada olho. 
 Vitamina K 1 mg IM dose diária: prevenção de 
doença hemorrágica do recém nascido. 
 Vacina anti-hepatite B 0,5 mL IM. 
 Vacina contra BCG ID. 
 Coletar sangue da mãe e do cordão umbilical 
para determinar tipo sanguíneo. Solicitar 
coombs indireto da mãe e coombs direto no 
cordão umbilical em casos de mãe Rh-. 
 Coletar sangue materno para a realização do 
VDRL e anti-HIV. 
BOLETIM APGAR 
- É um escore de avaliação da vitalidade neonatal 
precoce. Criado pela anestesista Virgínia Apgar em 
1952. 
- A nota de Apgar no primeiro minuto pode assinalar a 
necessidade de ressuscitação e o Apgar sequencial de 
5, 10, 15 e 20 minutos podem prever o sucesso da 
ressuscitação. 
- Pontuação varia de 0-2 para cada um dos seguintes 
parâmetros: respiração, FC, tono, resposta reflexa e 
cor. 
BOLETIM APGAR 
SINAL 0 1 2 
Esforço 
respiratório 
Ausente Lento ou 
irregular 
Bom, 
chorando 
FC Ausente < 100bpm > 100bpm 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 2 
 
Tono 
Muscular 
Totalmente 
flácido 
Alguma 
flexão de 
extremidades 
Movimentos 
ativos 
Resposta ao 
cateter nas 
narinas 
Sem 
resposta 
Caretas Tosse ou 
espirro 
Cor Cianose 
central ou 
pálido 
Cianose de 
extremidades 
Róseo 
 
- A pontuação mínima é 0 e a máxima é 10. 
- Rotineiramente calcula-se o APGAR no 1-5 minutos. 
Sempre que a pontuação for menor ou igual a 6, o 
escore continua a ser calculado com intervalo de 5 
minutos até que se obtenham uma nota maior ou igual 
a 7. 
- Se o escore for inferior a 7 no quinto minuto, 
recomenda-se sua aplicação a cada 5 minutos, até 20 
minutos de vida. 
- Objetivo: identificar o RN deprimido que necessita de 
manobras de ressuscitação. Porém, apenas ele NÃO é 
fator de determinação para o início das manobras de 
reanimação. 
- A decisão de iniciar a reanimação é tomada pela 
avaliação da respiração, FC e cor ANTES do primeiro 
minuto. 
- O APGAR deve ser calculado depois que as medidas 
de cuidado inicial forem tomadas. 
- Teoricamente, a presença de um escore baixo indica 
a presença de asfixia neonatal e um escore alto 
(normal) sua ausência. Porém, estudos recentes 
mostram que valor de escore não é totalmente 
confiável, havendo uma proporção considerável de 
falsos-positivos (apgar baixo com ausência de asfixia 
neonatal) e falsos negativos. 
- Fatores que afetam o Apgar: 
 Falsos positivos (apgar baixo, s/ acidose ou 
hipóxia fetal): Imaturidade, analgésicos, 
narcóticos e tranquilizantes, sulfato de mg, 
trauma cerebral agudo, parto induzido, 
miopatia congênita, anomalia do SNC, 
anomalia pulmonar, obstrução de vias aéreas, 
pneumonia congênita e sepse, hemorragia-
hipovolemia etc. 
 Falsos negativos (apgar normal c/ acidose): 
acidose materna, níveis altos de catecolaminas 
fetais. 
- Um Apgar baixo no primeiro minuto indica que aquele 
neonato necessitou ou ainda necessita de cuidados de 
reanimação imediata. Porém, NÃO necessita aguardar 
o primeiro minuto para calcular apgar e para começar a 
ressuscitação. Isso deve ser feito o mais precoce 
possível. 
- Na prática, o escore é feito logo após a estabilização 
do RN. 
- O Apgar NÃO tem o “poder” de determinar ou predizer 
o prognóstico neurológico à longo prazo (ex: crianças 
com paralisia cerebral podem apresentar apgar normal 
ao nascimento, assim como nem todas as crianças com 
apgar baixo evoluirão com sequela neurológicas). 
- Apgar de 0-3 no quinto minuto OU pH do cordão 
umbilical < 7  associação com morte neonatal 
precoce. 
EXAME FÍSICO DO RN 
- Na sala de parto, faz-se um exame físico sumário, 
observando as condições de vitalidade e focalizando, 
principalmente no padrão respiratório, FC, cor, tônus e 
atividade espontânea. 
- Malformações graves também devem ser excluídas. 
- Faz-se a classificação do RN de acordo com peso, IG, 
maturidade, peso, estatura, perímetro cefálico em 
relação a IG, medido nas primeiras 12h de vida. 
 
 
 
 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 3 
 
 
- Avaliar as curvas de crescimento fetal. 
- O exame físico do RN requer delicadeza, flexibilidade 
e sequência. Se a criança está quieta e relaxada deve-
se fazer incialmente a palpação do abdômen e ausculta 
do coração, pois esses estão mais sujeitos a alterações 
decorrentes da manipulação. 
- Após o clampeamento do cordão, exposição do RN à 
mãe e à amamentação, o RN deve ser levado para o 
alojamento conjunto para os primeiros cuidados. Sendo 
assim, exames minuciosos devem ser realizados nas 
primeiras 24h de vida. 
- Nenhuma criança deve ter alta hospitalar sem um 
exame final, pois algumas anomalias (ex: sopros 
cardíacos) frequentemente aparecem e desaparecem 
no período neonatal imediato. 
Exame Geral 
- Avaliar atividadefísica do RN. 
- Tônus Muscular. 
- Presença de edema e sinal do cacifo. Edema de 
pálpebras geralmente é resultado de irritação pelo 
nitrato de prata. 
1. Pele 
- Os RN apresentam certa instabilidade vasomotora e 
lentidão circulatória periférica, essas alterações 
produzem uma cor vermelho-escura ou até mesmo 
violácea durante o choro (fechamento da glote que 
segue um choro mais vigoroso). 
- Pode ocorrer cianose de extremidades (acrocianose) 
quando há exposição ao frio. 
- O moteamento (aspecto semelhante ao mármore) da 
pele, também é um exemplo de instabilidade 
vasomotora, pode estar associado à doença grave 
(sepse) ou ser apenas decorrente da flutuação 
transitória da temperatura cutânea. 
- Pele: A pele do RN é mais fina e lisa quanto mais 
prematura for a criança. A maior proporção de água em 
sua constituição contribui para consistência quase 
gelatinosa nos prematuros extremos. Pode ter aspecto 
de “pergaminho” em RNs pós datismo. 
- Lanugem: são pelos finos, macios e imaturos 
encontrados nos prematuros. Nos RN termo, ela é 
substituída por pelos no escalpo. Tufos de pelo na 
coluna sugerem anormalidade como espinha bífida 
oculta, fístula ou tumor. 
- Vérnix Caseoso: substância graxenta, branco-
amarelada que recobre a superfície cutânea das dobras 
e serve de proteção a pele. 
- Millium sebáceo: acúmulo de queratina nos folículos 
pilosos, geralmente no nariz e no queixo, que 
desaparece espontaneamente em algumas semanas. 
- Hemangiomas: são comuns em pálpebras e pescoço. 
É um achado físico normal em recém-nascidos. 
- Manchas Salmão: manchas róseas ou vermelhas, 
que exacerbam durante o choro. Presentes na região 
da nuca, pálpebras ou glabela e são decorrentes de 
ectasia capilar. São observadas em 30-40% dos RNs e 
desaparecem em 1-2 anos. 
- Aparência vermelha intensa (pletora): policitemia. 
- Cor de Arlequim: divisão do corpo da região frontal 
ao púbis em metades vermelha e pálida. É uma 
alteração vasomotora transitória. NÃO significa doença 
nem condição mórbida associada. 
- Pérolas de Epstein: acúmulos temporários de células 
epiteliais no palato duro. Possuem desaparecimento 
espontâneo e algumas semanas após o nascimento. 
- Manchas Mongólicas: manchas azul-acinzentadas, 
localizadas no dorso e nas regiões glútea e 
lombossacra. Decorrem da presença de melanócitos na 
derme que ainda não migraram para a epiderme e 
tendem a desaparecer no primeiro ano de vida. 
Observada em RN negros e asiáticos. 
Achados que necessitam de avaliação e intervenção: 
- Eritema tóxico: erupção cutânea composta de 
pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de 1-3 
dias após o nascimento. Aparecem na face, tronco e 
membros. É classificado em exantema benigno e 
desaparecem em uma semana. 
- Palidez: pode representar asfixia (vasoconstrição), 
anemia (por hemorragia grave como rotura de víscera 
ocas ou placentárias), choque ou edema. 
- Petéquias e Equimoses: podem estar presentes na 
cabeça do RN por aumento da pressão durante o parto, 
especialmente se o parto for com fórcipe. Desaparecem 
em dias. 
- Melanose Pustulosa: erupções pustulosas 
autolimitadas observada em 2-5% dos RN de raça 
negra e apenas 0,6% em raça branca. Caracterizada 
por grupamento de pústulas, predominando na fronte, 
abaixo do mento, região retroauricular e cervical, dorso, 
mãos e pés. Após 2-3 dias as pústulas desaparecem, 
deixando tipicamente pequenas máculas hipercrômicas 
com um colarete de escamas brancas. As manchas 
hiperpigmentadas permanecem por cerca de 3 meses. 
- Milária: pequenas vesicopápulas que representam a 
obstrução ductal das glândulas sudoríparas écrinas. 
Ocorrem aproximadamente no 7 dia após o 
nascimento, em decorrência da sudorese excessiva 
(clima quente, roupas em excesso, febre). Há 2 tipos 
principais: Milária Cristalina (“gotas de orvalho”) e 
Milária rubra (“brotoeja”). A oclusão ductal é 
intraepidérmica e sua rotura leva ao extravasamento do 
suor para o tecido circunjacente provocando 
inflamações. Aparecem principalmente em regiões de 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 4 
 
fronte, cervical e axilar. A milária desaparece 
rapidamente por aplicação de compressas frias e 
resfriamento do ambiente. 
- Acne Neonatal: acomete 20% dos RN, ocorrendo a 
partir de 7-14 dias de vida. Surgem pápulas com centro 
branco ou preto, localizada principalmente na face, 
tronco superior e região proximal dos brações. 
Desaparecem após semanas. 
2. Crânio 
- O crânio apresenta uma forma arredondada ou 
modelada, ajustada ao canal de parto, em 
apresentação cefálica, com cavalgamento parcial dos 
ossos do crânio. 
- PC: varia de 33cm a 38 cm, com média de 35 cm. 
- As fontanelas são espaços ferroelásticos que 
representam a convergência das suturas. 
- A fontanela anterior ou bregmática tem diâmetro de 1-
3 cm e fecha entre 9-18 meses. 
- A fontanela posterior tem diâmetro de 0,5-0,7 cm e 
fecha-se com 2 meses de vidas. 
- Alterações craniais mais comuns: 
- Craniotabes: área amolecida deprimida no osso 
parietal, próximo à sutura sagital. Ocorre por 
compressão do crânio no osso pélvico da mãe na 
cavidade uterina. 
- Bossa serossanguínea (caput sucedaneum): 
edema de couro cabeludo causado por pressão no 
segmento cefálico durante o parto. Ultrapassa as 
suturas ósseas e a reabsorção é rápida. 
- Cefalematoma: abaulamento decorrente de 
hematoma subperiosteal pelo trauma do parto 
(apresentação cefálica). É observado geralmente no 
osso parietal, numa consistência líquida. Ocorre em 1-
2% dos casos. O abaulamento não ultrapassa a sutura 
e não apresenta equimose. Desaparece 
paulatinamente em 2 semanas a 3 meses. 
- Craniossinostose: fechamento prematuro de uma ou 
mais suturas cranianas, gerando uma configuração ou 
formato de crânio alterado. 
- Se ocorrer o fechamento de todas as suturas, haverá 
o impedimento do crescimento normal do crânio e 
desenvolvimento de hipertensão intracraniana. 
- Fontanelas muito amplas: fontanelas grandes 
(principalmente a anterior). Pode ser associada à 
doenças congênitas. 
3. Face 
Olhos 
- Fechados, mas se abrem espontaneamente quando o 
neonato é inclinado para frente (reflexo labiríntico). 
- Reflexos pupilares presentes: isocoria, hemorragia 
subconjuntival, escleral e retiniana comuns, córneas 
medindo aproximamente 1 cm (se maior e associado a 
lacrimejamento e fotofobia investigar glaucoma 
congênito). 
- Reflexo vermelho preservado (com oftalmoscópio). 
- Transparência de cristalino e corpo vítreo. 
- Ausência de pregas epicânticas (Síndrome de Down). 
- Investigação de catarata, retinoblastoma, 
corriorretinite e retinopatia da prematuridade. 
Orelhas 
- Pavilhão com formação completa. 
- Implantação normal das orelhas (hélice no plano dos 
olhos). 
- Membrana timpânica visível pela otoscopia. 
- Teste de audição: testada em RN de alto risco para 
surdez neurossensotial (infecção congênita) através do 
potencial evocado auditivo. 
Boca 
- Alterações comuns e transitórias: língua relativamente 
grande com frênulo curto (anquiloglossia). 
- Pérolas de Epstein: pequenos nódulos brancos no 
palato ou gengiva, devido agrupamento de células 
epiteliais. 
- Aftas de Bedmar: úlceras aftosas simétricas no 
palato. 
- Dentes Neonatais: geralmente um ou dois incisivos 
inferiores que tendem a cair espontaneamente. 
Nariz 
- Simetria 
- Narinas pérvias (respiração é basicamente nasal, 
sendo testada aproximando um chumaço de algodão 
do nariz do RN). 
- Permeabilidade das narinas. 
- Atresia de Coanas: pode justificar insuficiência 
respiratória no RN. 
- Coriza mucosanguinolenta: sugere sífilis congênita. 
4. Aparelho Cardiovascular 
- A FC do RN é de 120-160 bpm após 12h de vida. A 
PA sistólica ao nascer é de cerca de 70 mmHg, sendo 
um pouco menor em RN PIG. A saturação arterial de 
O2 situa-se em torno de 90% entre 30-180 min.- Cianose pode indicar cardiopatia ou doença 
respiratória. 
- Pulsos amplos podem ser encontrados em prematuros 
com persistência do canal arterial. 
- Podem ser auscultados sopros transitórios que, na 
maioria dos casos, não representam cardiopatias 
congênitas. Além disso, na maioria das malformações 
estruturais cardíacas não se ausculta sopro. 
5. Aparelho Respiratório 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 5 
 
- A respiração intrauterina inicia-se por volta da 24 
semana de gestação, e é por volta de 30-90 irpm. 
- A FR no RN ao nascer tem em média 50 irpm. 
Prematuros podem apresentar valores mais elevados. 
Padrão respiratória é abdominal. Fisiologicamente os 
ápices pulmonares se expandem antes das bases, 
sendo que esta última tem sua total expansão em 2-4 
dias. 
- A FR acima de 60 durante períodos de respiração 
regular indica a presença de doença provavelmente de 
origem pulmonar ou cardíaca. 
6. Alterações Hematológicas 
- A volemia do RN é cerca de 85 ml/kg 
- A Hb no quarto dia é de 16-17g%. 
- O número de hemácias no final da primeira semana é 
de 5.200.000/mm³. 
- Leucometria ao nascer: situa-se entre 15-20 mil 
células/mm³, caindo para 12 mil no final da primeira 
semana, com predomínio de polimorfonucleares até o 
sexto dia e linfócitos até o quarto ano. 
- Contagem de plaquetas: 250.000 células/mm³. 
7. Alterações Metabólicas 
- A glicemia cai após as primeiras horas de vida e situa-
se em torno de 50 mg% até a primeira alimentação, 
sendo que após isso ocorre uma elevação para 70 
mg%. 
8. Abdômen 
- Abdômen escavado deve remeter à hérnia 
diafragmática congênita. 
- O fígado costuma ser palpável até 2 cm abaixo da 
margem costal. Baço não palpável. 
- O sistema glucoroniltransferase não está 
completamente maduro, dando origem à icterícia 
fisiológica do RN (inicio com 48h e pico no terceiro dia 
e desaparecimento no final da primeira semana). 
- A musculatura lisa do tubo digestivo tem tônus 
diminuído, o que facilita a distensão abdominal. Porém, 
distensões significativas faz pensar em obstrução ou 
perfuração do TGI, geralmente por íleo meconial. 
Distensões abdominais tardias representam obstrução 
intestinal, sepse ou peritonite. 
- Avaliar patência do ânus e presença de mecônio. 
- O coto umbilical mumifica durante a primeira semana 
e cai entre o sétimo e o décimo dia. 
- Hérnia umbilical é frequente, pode ter resolução 
espontânea nos primeiros dois anos de vida. 
9. Aparelho Urinário 
- A TFG encontra-se baixa no período fetal, aumenta 
com a IG e no período pós-natal. 
- A produção do filtrado glomerular inicia em torno do 
quarto mês da vida intrauterina. 
- Cerca de 90% dos RNs urinam nas primeiras 24h de 
vida, e 100% antes de 48h de vida. Ao final do décimo 
dia o volume urinário é de 100-300 ml/dia. 
- A presença de artéria umbilical única sugere 
malformações congênitas associadas, principalmente 
renais. 
10. Aparelho Genital 
- Testíuclos devem ser palpáveis na bolsa escrotal, mas 
podem estar no canal inguinal. 
- Aderência do prepúcio à glande é muito comum e 
raramente necessita de tratamento. 
- A hiper-reflexia cremastérica pode elevar os testículos 
durante o choro ou no frio. 
- Analisar: criptoquirdia, hidrocele, hipospádia e 
epispádia, sinéquias, hipertrofia de glândulas mamárias 
em ambos os sexos. 
11. Sistema Nervoso (Reflexos) 
- O RN altera períodos de atividade motora com 
períodos de repouso e tem tônus preservado com 
postura em flexão dos membros. 
- Em bebês à termo, o cotovelo não alcança o esterno 
na adução passiva dos braços (“Sinal do Cachecol”) e 
o Ângulo Poplíteo é <90 graus quando se tentada a 
flexão forçada sobre o tronco. 
- Principais reflexos pesquisados: 
 Reflexo de Sucção: Tocar os lábios do RN 
com o cotonete, verificando movimento de 
sucção. Desaparece em vígilia aos 3 meses e 
durante o sono aos 6 meses. 
 Reflexo de Preensão Palmar: RN em posição 
supina, o examinador coloca o dedo na face 
palmar do bebê, em resposta, ocorre flexão dos 
dedos e fechamento da mão. Desaparece aos 
seis meses. 
 Reflexo de Preensão Plantar: RN em posição 
supina, examinador comprime o polegar sobre 
a face plantar abaixo dos dedos. Resposta é 
flexão dos dedos dos pés. Desaparece após 15 
meses. 
 Reflexo de Moro (Reflexo do Abraço): Em 
posição supina, eleva-se o bebê pelo tronco 
acima do plano da mesa e repentinamente o 
solta, apoiando-o em seguida para que não 
caia. O objetivo é produzir extensão rápida do 
pescoço e cabeça, obtendo em a abdução 
seguida de adução e flexão das extremidades 
superiores e flexão do pescoço e choro. 
Desaparece após os 6 meses, mas sua forma 
“típica” desaparece já aos 3 meses. 
 Reflexo do Apoio Plantar e Marcha: Segura-
se o RN de pé pelas axilas, e ao colocar os pés 
apoiados sobre uma superfície, imediatamente 
ele retificará o corpo e iniciará a marcha reflexa. 
Desaparece em 2 meses. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 6 
 
 Reflexo de Procura: Tocar suavemente a 
bochecha do lactente, ele roda o pescoço em 
direção ao lado estimulado e abre a boca. 
 Reflexo Tônico Cervical Assimétrico 
(Magnus de Klejin): RN em posição supina 
sofre rotação da cabeça para um calo por 15 
segundos. A resposta esperada é a extensão 
das extremidades do lado do queixo e a flexão 
das extremidades do lado occiptal. Desaparece 
após 4 meses. 
 Reflexo do Extensor Suprapúbico: RN em 
posição supina, pressiona-se a pele acima do 
púbis com os dedos. Resposta esperada: 
extensão de ambos os MMII com rotação 
interna e adução da articulação coxofemoral. 
Desaparece em 1 mês. 
 Reflexo do Extensor Cruzado: RN em 
posição supina e uma das extremidades 
inferiores é submetida à flexão passiva. 
Resposta: extensão do MMII contralateral com 
adução e rotação interna da coxa. Desaparece 
após 6 semanas. 
 Reflexo do Calcanhar: RN em posição supina, 
percute-se o calcanhar do RN quando ele está 
com o membro examinada em flexão de quadril 
e joelho e tornozelo em posição neutra. 
Resposta: extensão do MI estudado. 
Desaparece em 3 semanas. 
 Reflexo de Landau: Com uma das mãos 
suspendemos o RN pela superfície ventral, 
com a outra flexionamos a cabeça rapidamente 
e todo corpo entra em flexão. Surge nos 
primeiros 3 meses e desaparece ao final do 
segundo ano. 
 Reflexo de Babkin: Pressionamos a mão do 
lactente e verificamos a abertura da boca. 
 Reflexo de Expulsão: Tocar a língua do RN 
com uma colher, sendo que ele faz movimento 
de protusão da mesma. Desaparece por volta 
de 2 meses, sua permanência por mais tempo 
levanta a suspeita de paralisia cerebral. 
 Reflexo do Paraquedista: Segura-se o RN 
pela região ventral e aproxima-se da mesa de 
exame bruscamente para dar-lhe a impressão 
de que está caindo. Resposta: RN estende os 
braços e abre as mãos na tentativa de proteger-
se. Surge aos 8-9 meses e permanece por toda 
vida. 
12. Sistema Endócrino 
- A hipófise e a tireoide atingem pleno funcionamento 
antes do nascimento. As paratireoides atingem sua 
atividade logo após o nascimento. 
- Devido estimulação hormonal, pode haver certo grau 
de ingurgitamento mamário, em ambos os sexos, que 
pode permanecer por semanas a meses. Em RN a 
termo, uma secreção semelhante a colostro “leite de 
bruxa” pode aparecer, sem qualquer significado 
patológico. 
13. Sistema Ortopédico 
- Membros são simétricos e exibem movimentação 
ativa. Em RN a termo, as pregas plantares ocupam os 
2/3 anteriores das plantas dos pés. 
Manobra de Barlow e Ortolani: utilizada para 
avaliação e dx de displasia de quadril. 
- Barlow: utilizada para induzir um deslocamento em 
quadris instáveis: o examinador segura as coxas do 
bebe apoiando seu polegar na virilha e o 4-5 dedo no 
grande trocanter femoral, gentilmente com a coxa em 
adução, imprime uma força para trás na tentativa de 
induzir o deslocamento.- Ortolani: manobra oposta, ou seja, realizada para 
reduzir a cabeça femoral deslocada: as mãos do 
examinador ficam na mesma posição, mas agora o 
movimento passivo é realizado na abdução da coxa 
com tração para frente do grande trocantes. A manobra 
é positiva quando há um “clique” no quadril. 
 
IDENTIFICAÇÃO 
- Após o exame físico sumário do RN estável e 
saudável, faz-se a identificação com o nome completo 
da mãe, data e hora do nascimento. 
PRESCRIÇÃO 
 Instalação de gotas de nitrato de prata a 1% 
(Credê) nos olhos do RN 
 Administrar vitamina K hidrossolúvel 1mg IM 
 Exame de coto umbilical 
 Realização de medidas antropométricas: peso, 
cm, PC. 
 Avaliação da IG: Capurro e New Ballard 
 Aleitamento Materno sob livre demanda. 
 Vacinação contra hepatite B 0,5 ml IM 
 Vacinação contra BCG ID 
Testes de Triagem Neonatal 
- Criação da Política Nacional de Triagem Neonatal 
(PNTN) pelo MS em 2001, oficializou a triagem biológica 
(pezinho), triagem auditiva e triagem ocular. 
Teste do pezinho 
- Deve ser colhido no RN com 3-5d, de preferência do 3º 
dia. Nunca antes de 48h de amamentação e nunca 
superior a 30 dias. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 7 
 
- Para a realização do teste na rede pública, a mãe deve ir 
a UBS. 
- É feito uma pequena punção no calcanhar do bebê. O 
sangue é absorvido em papel filtro, que deve permanecer 
em temperatura ambiente, até a completa secagem do 
sangue (2h) e depois deve ser encaminhada ao 
laboratório. 
- Objetivo de realizar o rastreamento das seguintes 
doenças: 
 Fase I: Fenilcetonúria: através da medida de 
fenilalanina no sangue do papel filtro 
 Fase I: Hipotireoidismo congênito: através da 
medida de TSH ou T4L. 
 Fase II: Doença falciforme e outras 
hemoglobinopatias: através da eletroforese da 
Hb. 
 Fase III: Fibrose Cística: medida da tripsina 
imunorreativa em sangue do papel filtro. 
 Fase IV: Hiperplasia Adrenal Congênita: 
dosagem da 17-OH- progesterona no sangue do 
papel filtro. 
 Fase IV: Deficiência de Biotinidase: dosagem 
da enzima biotinidase no sangue do papel filtro. 
- Há ainda mais uma série de outras doenças possíveis de 
rastrear com esse teste, porém só são feitas na rede 
privada. 
Teste da orelhinha – Triagem auditiva 
- O déficit auditivo apresenta-se como um problema de 
grande impacto na saúde infantil. 1-6/1000NV normais ou 
1-4/100 RN com fator de risco para tal. 
- Recomenda-se fazer o teste até os 3 meses de vida para 
detecção e intervenção precoce, quando necessário. 
- Fatores de risco potenciais para alterações auditivas: 
 Asfixia (apgar < 6 no quinto minuto) 
 HF de surdez, infecção TORCHS 
 Sepse, meningite 
 Hemorragia intraventricular 
 Convulsões 
 Espinha bífida 
 Drogas ototóxicas 
 Peso ao nascimento menor que 1.500g 
 Anomalias craniofaciais 
 Ventilação mecânica por mais de 5 dias 
- 50% das perdas auditivas são decorrentes de causas 
genéticas e 70% destas são do tipo não sindrômito, ou 
seja, não identificáveis no exame morfológico. 
- A intensidade da fala humana situa-se entre 40-80 dB, e 
já se considerada déficit auditivo quando há perda maior 
ou igual a de 35 dB. 
- Exames de triagem: + comum os dois primeiros 
 Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA): feito 
durante o sono do bebe, coloca-se um fone 
externo ao ouvido, gerando emissão de estímulo 
sonoro e captação do seu retorno (eco). 
 Pesquisa do reflexo cócleo palpebral (RCP) 
 Bera - Potencial Auditivo de Tronco Encefálico: 
mais complexo, exige sedação. Fones de 
emissão são colocados nos ouvidos do bebê, os 
eletrodos são posicionados na cabeça e tem 
função de captar ondas eletrofisiológicas. 
- RN com triagem normal e sem fator de risco faz o teste 1 
vez. Aqueles RN com fator de risco deve ser 
acompanhado por uma equipe e fazer avaliações 
periódicas nos dois primeiros anos de vida. 
- Se comprovado o comprometimento condutivo, o 
neonato faz exame otorrino e depois um novo teste. 
- Se a falha não for de comprometimento de orelha externa 
ou média, faz-se uma avaliação audiológica completa, pois 
pode haver perda neurossensorial. 
- Se essa for confirmada, faz-se intervenção: prótese 
auditiva, orientação familiar e terapia com fono. Se a 
prótese for colocada antes dos 6 meses, a criança poderá 
ter um desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento 
social comparado as crianças normais. 
Teste do olhinho ou reflexo vermelho - Triagem visual 
- Ou Teste de Bruckner. Feito com oftalmoscópio ou 
retinoscópio. 
- As principais doenças que podem ser detectáveis são: 
 Catarata congênita 
 Retinopatia de prematuridade 
 Retinoblastoma 
 Glaucoma congênito 
 Descolamento de retina 
 Hemorragia vítrea 
- O teste deve ser realizado: 
 Antes da alta da maternidade 
 Na primeira consulta de puericultura 
 2 meses de vida (ideal para cirurgia de catarata) 
 6, 9 e 12 meses 
 Após 1 ano: 2x por ano 
- O teste é normal quando os dois olhos têm um reflexo 
vermelho brilhante. 
- Pontos pretos, assimetria ou a presença de reflexo 
branco (leucocoria) indicam a necessidade de avaliação 
mais cuidadosa – feita pelo oftalmologista. 
Reanimação do bebê - Medcurso 
- A mortalidade de crianças menores de 5 anos caiu 
drasticamente no mundo, com 3,6 milhões de mortes a 
menos em 2013, se comparadas ao ano 2000. Isso 
ocorreu principalmente pela prevenção e tratamento de 
doenças infecciosas no período pós-neonatal. 
- As principais causas de morte neonatais são, 
respectivamente: complicações de prematuridade, 
eventos relacionados ao parto e infecções. 
- O Brasil, também conseguiu reduzir as mortes de 
crianças abaixo de 5 anos em 78% entre 1990 e 2013. No 
ano de 2013, a mortalidade neonatal correspondeu a 69% 
dos óbitos infantis e desses, 76% ocorreram entre 0-6 dias 
após o nascimento. Sendo assim, a mortalidade neonatal 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 8 
 
precoce está associada à asfixia perinatal e Síndrome de 
Aspiração de Mecônio em RN de baixo risco. 
- As intervenções para reduzir os casos acima são: 
medidas de prevenção primária (melhora da saúde 
materna, reconhecimento de situações de risco no pré-
natal, disponibilização de recursos humanos para atender 
o parto e reconhecer complicações obstétricas) e 
tratamento do evento (reanimação neonatal imediata) e 
tratamento das complicações. 
- Ao nascimento, cerca de 1 a cada 10 RNs necessitam de 
ajuda para iniciar uma respiração efetiva. 1 em cada 100 
necessitam de intubação traqueal, e 1-2 em cada 1.000 
requerem intubação acompanhada de massagem 
cardíaca e/ou medicações. 
- A necessidade de procedimentos de reanimação é maior 
quanto menor é a IG e/ou peso ao nascer. 
- Outras condições associadas à necessidade de 
reanimação ao nascer: 
- Todo o material necessário para a reanimação deve ser 
preparado, testado e estar disponível em local de fácil 
acesso antes do nascimento. 
- A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a 
presença de um pediatra em todo o nascimento. 
- A equipe que atua no atendimento da sala de parto deve 
ser treinada para execução de procedimentos 
necessários. 
1. Clampeamento do Cordão Umbilical 
- Após a extração do concepto pela cavidade uterina, 
avalia se o RN começou a respirar ou chorar e se o tônus 
muscular está em flexão. 
- Se a resposta for “sim”  clampeamento tardio (1-3 
minutos) do cordão, independente do aspecto do líquido 
amniótico. 
- Se a circulação placentário não estiver intacta (DPP, 
rotura, placenta prévia, nó no cordão) e se o RN não iniciar 
respiração ou não mostrar tônus muscular em flexão  
clampeamento imediado do cordão (até 60 segundos). 
- Em RN que não mostraram respiração ao nascer, o 
clampeamento tardio retarda o início da ventilação com 
pressão positiva. 
2. Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao 
nascer 
- Se ao nascimento, o RN é a termo, estárespirando e 
chorando e com tônus muscular em flexão, independente 
do aspecto do líquido amniótico ele apresenta boa 
vitalidade e deve continuar junto da mãe depois do 
campleamento do cordão umbilical. 
- Deve-se então: prover calor, manter vias aéreas prévias 
e avaliar vitalidade de maneira continuada. 
- Manter temperatura corporal entre 36,5-37,5 e 
temperatura ambiente entre 23-26 graus. 
- Secar corpo e segmento cefálico com compressas 
aquecidas e deixar o RN em contato com a mãe, coberto 
com tecido de algodão seco e aquecido. 
- Avaliar FC, tônus muscular e respiração/choro. 
- Assegurar amamentação. 
3. Passos Iniciais: Estabilização/Reanimação 
- Diante da resposta “não” para uma das 3 perguntas, 
conduz o RN à mesa de reanimação: 
 Gestação a termo? 
 Respiração ou choro presente? 
 Tônus muscular em flexão? 
- Passos iniciais para estabilização (tempo máximo de 30 
segundos): 
 Prover calor (temperatura axilar entre 36,5-37,5). 
Cuidado para evitar hipertermia, pois pode levar à 
lesão cerebral. 
 Posicionar a cabeça em leve extensão (manter 
permeabilidade de vias aéreas). Evitar 
hiperextensão. 
 Aspirar boca e narinas (se necessário): 
reservadas em RNs que apresentam obstrução 
de vias aéreas. Aspira-se delicadamente com 
sonda traqueal (n. 8-10) conectada a um 
aspirador a vácuo. Evitar a introdução de sonda 
de aspiração de maneira brusca ou na faringe 
posterior, pois pode induzir a uma resposta vagal 
e ao espasmo laríngeo com apneia e bradicardia. 
 Secar 
- O RN é levado à mesa reanimação envolto em campos 
aquecidos e posicionado sob calor radiante, em decúbito 
dorsal, com a cabeça voltada para o profissional de saúde. 
A mesa de reanimação NÃO deve ter qualquer inclinação. 
4. Avaliação durante a Estabilização/Reanimação 
- As decisões quanto à reanimação dependem da 
avaliação simultânea da respiração e da FC. 
- Avaliação da respiração: observação da expansão 
torácica do RN ou da presença de choro. A respiração 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 9 
 
espontânea está adequada se os movimentos são 
regulares e suficientes para manter a FC > 100 bpm. Se o 
pcte não apresentar movimentos respiratórios ou se eles 
forem irregulares (padrão gasping: suspiros profundos 
entremeados por apneia), a respiração é inadequada. 
- FC: é a principal determinante para iniciar as diversas 
manobras de reanimação. Deve-se determinar FC de 
maneira rápida, acurada e confiável. Faz por: palpação do 
cordão umbilical, ausculta do precórdio com estetoscópio, 
detecção do sinal de pulso pela oximetria e da atividade 
elétrica do coração pelo monitor cardíaco. Tanto a 
palpação do cordão quanto a ausculta precordial 
subestimam a FC, sendo o mais indicado a monitorização 
cardíaca. 
- Faz-se a avaliação inicial da FC auscultando o precórdio. 
Ausculta por 6 seg. e depois multiplicar o valor por 10. Se 
a FC<100 o RN não apresenta movimentos respiratórios 
regulares, enquanto um profissional da saúde inicia a 
ventilação com pressão positiva (VPP) e outro fixa os 3 
eletrodos no monitor cardíaco e o sensor de oximetro. 
- Vale lembrar que o boletim APGAR NÃO é utilizado para 
indicar procedimentos na reanimação neonatal, porém, 
sua realização permite avaliar a resposta do paciente às 
manobras realizadas e a sua eficácia. Assim se o APGAR 
é <7 no quinto minuto, recomenda-se realiza-lo a cada 5 
minutos até 20 minutos de vida. Portanto, é necessário 
documentar o escore de APGAR de maneira concomitante 
à dos procedimentos de reanimação executados. 
- Em RN que foram realizados os passos inicias de 
estabilização e a avaliação mostrou respiração 
espontânea regular e FC> 100 bpm, deve-se avaliar as 
condições clínicas gerais e sempre que possível, deixa-lo 
em contato com a mãe, coberto com tecido de algodão 
seco e aquecido. Observar atividade, tônus muscular e 
respiração/choro. 
- Em RN que foram realizados os passos inicias mas a 
avaliação a seguir mostrou respiração ausente ou irregular 
ou FC <100 bpm, deve-se iniciar VPP nos primeiros 60 seg 
após o nascimento e acompanhar FC pelo monitor 
cardíaco e saturação de oxigênio pelo oximetro. 
5. Líquido Amniótico Meconial 
- A presença desse líquido pode indicar sofrimento fetal e 
aumentar o risco de reanimação ser necessária. 
- Na vigência de líquido amniótico meconial, independente 
de sua viscosidade, a aspiração das vias aéreas ao 
desprendimento do polo cefálico do concepto NÃO deve 
ser realizada. 
- Sendo assim, se o pcte com líquido é pré-termo tardio ou 
pós-termo e não iniciou movimentos respiratórios 
regulares ou o tônus musculares está flácido, é necessário 
leva-lo à mesa de reanimação e fazer os passos iniciais e 
também fazer a aspiração. 
- Em RNs com líquido de qualquer viscosidade e que são 
levados à mesa de reanimação, que apresentem apneia, 
respiração irregular e/ou FC <100 bpm é fundamental 
inicial VPP com máscara facial e ar ambiente nos primeiros 
60 seg de vida. 
6. Ventilação com Pressão Positiva (VPP) 
- O ponto crítico para o sucesso da reanimação é a 
ventilação adequada, fazendo com que os pulmões inflem 
e com isso haja dilatação da vasculatura pulmonar e 
hematose apropriada. 
- A VPP precisa ser iniciada nos primeiros 60 segundos de 
vida (Golden Minute). 
 
- A VPP pode ser feita através da máscara facial ou cânula 
traqueal. 
- Importante saber sobre oxigenação: Inicialmente quando 
a VPP é indicada, deve iniciar a oxigenoterapia com ar 
ambiente (oxigênio 21%). Uma vez iniciada a ventilação, 
acompanha-se com a oximetria de pulso. 
- Se o RN não melhorar nem atingir os índices de 
saturação desejáveis, recomenda-se verificar e corrigir a 
técnica de ventilação antes de lhe oferecer oxigênio 
suplementar. 
7. Massagem Cardíaca 
- A asfixia pode desencadear vasoconstrição periférica, 
hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade 
miocárdica, bradicardia e eventualmente parada cardíaca. 
A VPP geralmente reverte esse quadro na maioria dos 
pacientes, mas quando isso não ocorre, é provável que a 
hipoxemia e a acidose metabólica estejam deprimindo o 
miocárdio, sendo que o fluxo pulmonar está comprometido 
e o sangue não seja adequadamente oxigenado. Nesses 
casos, a massagem cardíaca é indicada. 
- A massagem só é indicada após 30 segundos de VPP 
(com canula traqueal e oxigênio de 60-100%) com tecida 
adequada e se a FC estiver < 60 bpm. 
- Realizada no terço inferior do esterno (logo abaixo da 
região intermamilar e poupando o apêndice xifoide), onde 
se situa a maior parte do VE. Faz-se com dois polegares 
justapostos, o restante da mão circunda o tórax. O 
profissional situa-se atrás da cabeça do RN enquanto 
outro ventila no lado. 
- Relação 3:1, ou seja, 3 mov. De massagem cardíaca para 
1 de ventilação, com frequência de 120 eventos por 
minutos (90 mov de massagem e 30 ventilações). 
8. Medicações 
- Quando a FC permanece< 60 bpm, mesmo após a VPP 
com cânula traqueal, oxigênio a 100% e massagem 
cardíaca adequada, o uso de adrenalina, expansor de 
volume ou ambos está indicada. 
- Via preferencial: EV (veia umbilical). 
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