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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 1 Tutorial 4 – mod XIV Neonatologia: sala de parto e saúde do RN Neonatologia: A sala de parto - As medidas de cuidado ao RN irão se diferenciar se o mesmo é considerado um RN de baixo risco ou de alto risco (necessidade de reanimação). - A identificação do RN de baixo risco se dá por 4 perguntas cardinais: A gestação é a termo? Ausência de mecônio? O RN está chorando ou respirando? O RN tem bom tono? - Se sim para as 4 perguntas, o RN é considerado de baixo risco. Se isso ocorrer, os primeiros cuidados devem ser feitos normalmente, podendo ser no colo materno (promover troca de calor e reforçar o vínculo mãe/bebê). - Se o RN for de baixo risco, ele deve ser posicionado de cabeça para baixo imediatamente após o parto para limpar a boca, faringe e nariz dos restos de sangue, muco e LA por ação da gravidade. O RN deve ser recebido nas seguintes condições: - Receber o RN em campos estéreis e aquecidos (a temperatura corporal de um RN é aproximadamente 3x maior que a de um adulto em relação ao seu peso e nos RNs de baixo peso a camada isolante de gordura é mais fina. Na sala de parto, a temp. dos RNs cai aproximadamente 0,3 graus/min, isso resulta em uma perda cumulativa de 2-3 graus o que corresponde a uma perda de calor de aproximadamente 200 kcal/kg, isso pode gerar acidose metabólica, hipoxemia e hipoglicemia em uma tentativa de compensar a perda calórica). - Colocá-lo em contanto pele-a-pele junto com o colo materno, com temperatura ambiente de 26 graus para prevenir perda de calor. - Seca-lo e desprezar os campos úmidos: a remoção cuidadosa do sangue depois do parto reduz o risco de infecções por agentes que crescem nesse meio. Uma vez que a temperatura está adequada, deve-se limpar pele e cordão umbilical com água morna ou solução suave de sabão. - Envolvê-lo em campos estéreis pré-aquecidos secos para diminuir perda de calor. - Clampeamento do cordão umbilical (após 1-3 minutos). O cord clamp deve ser colocado a 2-3 cm de distância da base do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool a 70% ou clorexidina alcóolica a 0,5%. Em neonatos de extremo baixo peso, usa-se gaze em SF 0,9%. - Avaliar Apgar no primeiro e no quinto minuto. - Realizar exame físico sumário. - Iniciar amamentação na primeira hora de vida (aumenta vínculo materno e diminui chance de hemorragia uterina). - Identificar neonato com pulseira. - Presença de respirações espontâneas sem esforços (FR> 30 irpm, FC> 100 bpm e cor rosada) são critérios para identificar um RN estável sem necessidade de reanimação. A acrocianose (cianose de extremidades) e cor de arlequim (um hemicorpo pálido e outro rosado) são achados sem relevância e NÃO significam que o RN está instável. - OBS: NÃO é mais necessária a aspiração da orofaringe e narinas em todos os RNs. Só será feito em casos de grande quantidade de secreção em VAS. Evita-se o estímulo doloroso e efeitos deletérios de estimulação vagal. - Prescrição Médica: Nitrato de Prata colírio a 1%: prevenção da oftalmia gonocócica- 1 gota em cada olho. Vitamina K 1 mg IM dose diária: prevenção de doença hemorrágica do recém nascido. Vacina anti-hepatite B 0,5 mL IM. Vacina contra BCG ID. Coletar sangue da mãe e do cordão umbilical para determinar tipo sanguíneo. Solicitar coombs indireto da mãe e coombs direto no cordão umbilical em casos de mãe Rh-. Coletar sangue materno para a realização do VDRL e anti-HIV. BOLETIM APGAR - É um escore de avaliação da vitalidade neonatal precoce. Criado pela anestesista Virgínia Apgar em 1952. - A nota de Apgar no primeiro minuto pode assinalar a necessidade de ressuscitação e o Apgar sequencial de 5, 10, 15 e 20 minutos podem prever o sucesso da ressuscitação. - Pontuação varia de 0-2 para cada um dos seguintes parâmetros: respiração, FC, tono, resposta reflexa e cor. BOLETIM APGAR SINAL 0 1 2 Esforço respiratório Ausente Lento ou irregular Bom, chorando FC Ausente < 100bpm > 100bpm EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 2 Tono Muscular Totalmente flácido Alguma flexão de extremidades Movimentos ativos Resposta ao cateter nas narinas Sem resposta Caretas Tosse ou espirro Cor Cianose central ou pálido Cianose de extremidades Róseo - A pontuação mínima é 0 e a máxima é 10. - Rotineiramente calcula-se o APGAR no 1-5 minutos. Sempre que a pontuação for menor ou igual a 6, o escore continua a ser calculado com intervalo de 5 minutos até que se obtenham uma nota maior ou igual a 7. - Se o escore for inferior a 7 no quinto minuto, recomenda-se sua aplicação a cada 5 minutos, até 20 minutos de vida. - Objetivo: identificar o RN deprimido que necessita de manobras de ressuscitação. Porém, apenas ele NÃO é fator de determinação para o início das manobras de reanimação. - A decisão de iniciar a reanimação é tomada pela avaliação da respiração, FC e cor ANTES do primeiro minuto. - O APGAR deve ser calculado depois que as medidas de cuidado inicial forem tomadas. - Teoricamente, a presença de um escore baixo indica a presença de asfixia neonatal e um escore alto (normal) sua ausência. Porém, estudos recentes mostram que valor de escore não é totalmente confiável, havendo uma proporção considerável de falsos-positivos (apgar baixo com ausência de asfixia neonatal) e falsos negativos. - Fatores que afetam o Apgar: Falsos positivos (apgar baixo, s/ acidose ou hipóxia fetal): Imaturidade, analgésicos, narcóticos e tranquilizantes, sulfato de mg, trauma cerebral agudo, parto induzido, miopatia congênita, anomalia do SNC, anomalia pulmonar, obstrução de vias aéreas, pneumonia congênita e sepse, hemorragia- hipovolemia etc. Falsos negativos (apgar normal c/ acidose): acidose materna, níveis altos de catecolaminas fetais. - Um Apgar baixo no primeiro minuto indica que aquele neonato necessitou ou ainda necessita de cuidados de reanimação imediata. Porém, NÃO necessita aguardar o primeiro minuto para calcular apgar e para começar a ressuscitação. Isso deve ser feito o mais precoce possível. - Na prática, o escore é feito logo após a estabilização do RN. - O Apgar NÃO tem o “poder” de determinar ou predizer o prognóstico neurológico à longo prazo (ex: crianças com paralisia cerebral podem apresentar apgar normal ao nascimento, assim como nem todas as crianças com apgar baixo evoluirão com sequela neurológicas). - Apgar de 0-3 no quinto minuto OU pH do cordão umbilical < 7 associação com morte neonatal precoce. EXAME FÍSICO DO RN - Na sala de parto, faz-se um exame físico sumário, observando as condições de vitalidade e focalizando, principalmente no padrão respiratório, FC, cor, tônus e atividade espontânea. - Malformações graves também devem ser excluídas. - Faz-se a classificação do RN de acordo com peso, IG, maturidade, peso, estatura, perímetro cefálico em relação a IG, medido nas primeiras 12h de vida. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 3 - Avaliar as curvas de crescimento fetal. - O exame físico do RN requer delicadeza, flexibilidade e sequência. Se a criança está quieta e relaxada deve- se fazer incialmente a palpação do abdômen e ausculta do coração, pois esses estão mais sujeitos a alterações decorrentes da manipulação. - Após o clampeamento do cordão, exposição do RN à mãe e à amamentação, o RN deve ser levado para o alojamento conjunto para os primeiros cuidados. Sendo assim, exames minuciosos devem ser realizados nas primeiras 24h de vida. - Nenhuma criança deve ter alta hospitalar sem um exame final, pois algumas anomalias (ex: sopros cardíacos) frequentemente aparecem e desaparecem no período neonatal imediato. Exame Geral - Avaliar atividadefísica do RN. - Tônus Muscular. - Presença de edema e sinal do cacifo. Edema de pálpebras geralmente é resultado de irritação pelo nitrato de prata. 1. Pele - Os RN apresentam certa instabilidade vasomotora e lentidão circulatória periférica, essas alterações produzem uma cor vermelho-escura ou até mesmo violácea durante o choro (fechamento da glote que segue um choro mais vigoroso). - Pode ocorrer cianose de extremidades (acrocianose) quando há exposição ao frio. - O moteamento (aspecto semelhante ao mármore) da pele, também é um exemplo de instabilidade vasomotora, pode estar associado à doença grave (sepse) ou ser apenas decorrente da flutuação transitória da temperatura cutânea. - Pele: A pele do RN é mais fina e lisa quanto mais prematura for a criança. A maior proporção de água em sua constituição contribui para consistência quase gelatinosa nos prematuros extremos. Pode ter aspecto de “pergaminho” em RNs pós datismo. - Lanugem: são pelos finos, macios e imaturos encontrados nos prematuros. Nos RN termo, ela é substituída por pelos no escalpo. Tufos de pelo na coluna sugerem anormalidade como espinha bífida oculta, fístula ou tumor. - Vérnix Caseoso: substância graxenta, branco- amarelada que recobre a superfície cutânea das dobras e serve de proteção a pele. - Millium sebáceo: acúmulo de queratina nos folículos pilosos, geralmente no nariz e no queixo, que desaparece espontaneamente em algumas semanas. - Hemangiomas: são comuns em pálpebras e pescoço. É um achado físico normal em recém-nascidos. - Manchas Salmão: manchas róseas ou vermelhas, que exacerbam durante o choro. Presentes na região da nuca, pálpebras ou glabela e são decorrentes de ectasia capilar. São observadas em 30-40% dos RNs e desaparecem em 1-2 anos. - Aparência vermelha intensa (pletora): policitemia. - Cor de Arlequim: divisão do corpo da região frontal ao púbis em metades vermelha e pálida. É uma alteração vasomotora transitória. NÃO significa doença nem condição mórbida associada. - Pérolas de Epstein: acúmulos temporários de células epiteliais no palato duro. Possuem desaparecimento espontâneo e algumas semanas após o nascimento. - Manchas Mongólicas: manchas azul-acinzentadas, localizadas no dorso e nas regiões glútea e lombossacra. Decorrem da presença de melanócitos na derme que ainda não migraram para a epiderme e tendem a desaparecer no primeiro ano de vida. Observada em RN negros e asiáticos. Achados que necessitam de avaliação e intervenção: - Eritema tóxico: erupção cutânea composta de pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de 1-3 dias após o nascimento. Aparecem na face, tronco e membros. É classificado em exantema benigno e desaparecem em uma semana. - Palidez: pode representar asfixia (vasoconstrição), anemia (por hemorragia grave como rotura de víscera ocas ou placentárias), choque ou edema. - Petéquias e Equimoses: podem estar presentes na cabeça do RN por aumento da pressão durante o parto, especialmente se o parto for com fórcipe. Desaparecem em dias. - Melanose Pustulosa: erupções pustulosas autolimitadas observada em 2-5% dos RN de raça negra e apenas 0,6% em raça branca. Caracterizada por grupamento de pústulas, predominando na fronte, abaixo do mento, região retroauricular e cervical, dorso, mãos e pés. Após 2-3 dias as pústulas desaparecem, deixando tipicamente pequenas máculas hipercrômicas com um colarete de escamas brancas. As manchas hiperpigmentadas permanecem por cerca de 3 meses. - Milária: pequenas vesicopápulas que representam a obstrução ductal das glândulas sudoríparas écrinas. Ocorrem aproximadamente no 7 dia após o nascimento, em decorrência da sudorese excessiva (clima quente, roupas em excesso, febre). Há 2 tipos principais: Milária Cristalina (“gotas de orvalho”) e Milária rubra (“brotoeja”). A oclusão ductal é intraepidérmica e sua rotura leva ao extravasamento do suor para o tecido circunjacente provocando inflamações. Aparecem principalmente em regiões de EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 4 fronte, cervical e axilar. A milária desaparece rapidamente por aplicação de compressas frias e resfriamento do ambiente. - Acne Neonatal: acomete 20% dos RN, ocorrendo a partir de 7-14 dias de vida. Surgem pápulas com centro branco ou preto, localizada principalmente na face, tronco superior e região proximal dos brações. Desaparecem após semanas. 2. Crânio - O crânio apresenta uma forma arredondada ou modelada, ajustada ao canal de parto, em apresentação cefálica, com cavalgamento parcial dos ossos do crânio. - PC: varia de 33cm a 38 cm, com média de 35 cm. - As fontanelas são espaços ferroelásticos que representam a convergência das suturas. - A fontanela anterior ou bregmática tem diâmetro de 1- 3 cm e fecha entre 9-18 meses. - A fontanela posterior tem diâmetro de 0,5-0,7 cm e fecha-se com 2 meses de vidas. - Alterações craniais mais comuns: - Craniotabes: área amolecida deprimida no osso parietal, próximo à sutura sagital. Ocorre por compressão do crânio no osso pélvico da mãe na cavidade uterina. - Bossa serossanguínea (caput sucedaneum): edema de couro cabeludo causado por pressão no segmento cefálico durante o parto. Ultrapassa as suturas ósseas e a reabsorção é rápida. - Cefalematoma: abaulamento decorrente de hematoma subperiosteal pelo trauma do parto (apresentação cefálica). É observado geralmente no osso parietal, numa consistência líquida. Ocorre em 1- 2% dos casos. O abaulamento não ultrapassa a sutura e não apresenta equimose. Desaparece paulatinamente em 2 semanas a 3 meses. - Craniossinostose: fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas, gerando uma configuração ou formato de crânio alterado. - Se ocorrer o fechamento de todas as suturas, haverá o impedimento do crescimento normal do crânio e desenvolvimento de hipertensão intracraniana. - Fontanelas muito amplas: fontanelas grandes (principalmente a anterior). Pode ser associada à doenças congênitas. 3. Face Olhos - Fechados, mas se abrem espontaneamente quando o neonato é inclinado para frente (reflexo labiríntico). - Reflexos pupilares presentes: isocoria, hemorragia subconjuntival, escleral e retiniana comuns, córneas medindo aproximamente 1 cm (se maior e associado a lacrimejamento e fotofobia investigar glaucoma congênito). - Reflexo vermelho preservado (com oftalmoscópio). - Transparência de cristalino e corpo vítreo. - Ausência de pregas epicânticas (Síndrome de Down). - Investigação de catarata, retinoblastoma, corriorretinite e retinopatia da prematuridade. Orelhas - Pavilhão com formação completa. - Implantação normal das orelhas (hélice no plano dos olhos). - Membrana timpânica visível pela otoscopia. - Teste de audição: testada em RN de alto risco para surdez neurossensotial (infecção congênita) através do potencial evocado auditivo. Boca - Alterações comuns e transitórias: língua relativamente grande com frênulo curto (anquiloglossia). - Pérolas de Epstein: pequenos nódulos brancos no palato ou gengiva, devido agrupamento de células epiteliais. - Aftas de Bedmar: úlceras aftosas simétricas no palato. - Dentes Neonatais: geralmente um ou dois incisivos inferiores que tendem a cair espontaneamente. Nariz - Simetria - Narinas pérvias (respiração é basicamente nasal, sendo testada aproximando um chumaço de algodão do nariz do RN). - Permeabilidade das narinas. - Atresia de Coanas: pode justificar insuficiência respiratória no RN. - Coriza mucosanguinolenta: sugere sífilis congênita. 4. Aparelho Cardiovascular - A FC do RN é de 120-160 bpm após 12h de vida. A PA sistólica ao nascer é de cerca de 70 mmHg, sendo um pouco menor em RN PIG. A saturação arterial de O2 situa-se em torno de 90% entre 30-180 min.- Cianose pode indicar cardiopatia ou doença respiratória. - Pulsos amplos podem ser encontrados em prematuros com persistência do canal arterial. - Podem ser auscultados sopros transitórios que, na maioria dos casos, não representam cardiopatias congênitas. Além disso, na maioria das malformações estruturais cardíacas não se ausculta sopro. 5. Aparelho Respiratório EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 5 - A respiração intrauterina inicia-se por volta da 24 semana de gestação, e é por volta de 30-90 irpm. - A FR no RN ao nascer tem em média 50 irpm. Prematuros podem apresentar valores mais elevados. Padrão respiratória é abdominal. Fisiologicamente os ápices pulmonares se expandem antes das bases, sendo que esta última tem sua total expansão em 2-4 dias. - A FR acima de 60 durante períodos de respiração regular indica a presença de doença provavelmente de origem pulmonar ou cardíaca. 6. Alterações Hematológicas - A volemia do RN é cerca de 85 ml/kg - A Hb no quarto dia é de 16-17g%. - O número de hemácias no final da primeira semana é de 5.200.000/mm³. - Leucometria ao nascer: situa-se entre 15-20 mil células/mm³, caindo para 12 mil no final da primeira semana, com predomínio de polimorfonucleares até o sexto dia e linfócitos até o quarto ano. - Contagem de plaquetas: 250.000 células/mm³. 7. Alterações Metabólicas - A glicemia cai após as primeiras horas de vida e situa- se em torno de 50 mg% até a primeira alimentação, sendo que após isso ocorre uma elevação para 70 mg%. 8. Abdômen - Abdômen escavado deve remeter à hérnia diafragmática congênita. - O fígado costuma ser palpável até 2 cm abaixo da margem costal. Baço não palpável. - O sistema glucoroniltransferase não está completamente maduro, dando origem à icterícia fisiológica do RN (inicio com 48h e pico no terceiro dia e desaparecimento no final da primeira semana). - A musculatura lisa do tubo digestivo tem tônus diminuído, o que facilita a distensão abdominal. Porém, distensões significativas faz pensar em obstrução ou perfuração do TGI, geralmente por íleo meconial. Distensões abdominais tardias representam obstrução intestinal, sepse ou peritonite. - Avaliar patência do ânus e presença de mecônio. - O coto umbilical mumifica durante a primeira semana e cai entre o sétimo e o décimo dia. - Hérnia umbilical é frequente, pode ter resolução espontânea nos primeiros dois anos de vida. 9. Aparelho Urinário - A TFG encontra-se baixa no período fetal, aumenta com a IG e no período pós-natal. - A produção do filtrado glomerular inicia em torno do quarto mês da vida intrauterina. - Cerca de 90% dos RNs urinam nas primeiras 24h de vida, e 100% antes de 48h de vida. Ao final do décimo dia o volume urinário é de 100-300 ml/dia. - A presença de artéria umbilical única sugere malformações congênitas associadas, principalmente renais. 10. Aparelho Genital - Testíuclos devem ser palpáveis na bolsa escrotal, mas podem estar no canal inguinal. - Aderência do prepúcio à glande é muito comum e raramente necessita de tratamento. - A hiper-reflexia cremastérica pode elevar os testículos durante o choro ou no frio. - Analisar: criptoquirdia, hidrocele, hipospádia e epispádia, sinéquias, hipertrofia de glândulas mamárias em ambos os sexos. 11. Sistema Nervoso (Reflexos) - O RN altera períodos de atividade motora com períodos de repouso e tem tônus preservado com postura em flexão dos membros. - Em bebês à termo, o cotovelo não alcança o esterno na adução passiva dos braços (“Sinal do Cachecol”) e o Ângulo Poplíteo é <90 graus quando se tentada a flexão forçada sobre o tronco. - Principais reflexos pesquisados: Reflexo de Sucção: Tocar os lábios do RN com o cotonete, verificando movimento de sucção. Desaparece em vígilia aos 3 meses e durante o sono aos 6 meses. Reflexo de Preensão Palmar: RN em posição supina, o examinador coloca o dedo na face palmar do bebê, em resposta, ocorre flexão dos dedos e fechamento da mão. Desaparece aos seis meses. Reflexo de Preensão Plantar: RN em posição supina, examinador comprime o polegar sobre a face plantar abaixo dos dedos. Resposta é flexão dos dedos dos pés. Desaparece após 15 meses. Reflexo de Moro (Reflexo do Abraço): Em posição supina, eleva-se o bebê pelo tronco acima do plano da mesa e repentinamente o solta, apoiando-o em seguida para que não caia. O objetivo é produzir extensão rápida do pescoço e cabeça, obtendo em a abdução seguida de adução e flexão das extremidades superiores e flexão do pescoço e choro. Desaparece após os 6 meses, mas sua forma “típica” desaparece já aos 3 meses. Reflexo do Apoio Plantar e Marcha: Segura- se o RN de pé pelas axilas, e ao colocar os pés apoiados sobre uma superfície, imediatamente ele retificará o corpo e iniciará a marcha reflexa. Desaparece em 2 meses. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 6 Reflexo de Procura: Tocar suavemente a bochecha do lactente, ele roda o pescoço em direção ao lado estimulado e abre a boca. Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (Magnus de Klejin): RN em posição supina sofre rotação da cabeça para um calo por 15 segundos. A resposta esperada é a extensão das extremidades do lado do queixo e a flexão das extremidades do lado occiptal. Desaparece após 4 meses. Reflexo do Extensor Suprapúbico: RN em posição supina, pressiona-se a pele acima do púbis com os dedos. Resposta esperada: extensão de ambos os MMII com rotação interna e adução da articulação coxofemoral. Desaparece em 1 mês. Reflexo do Extensor Cruzado: RN em posição supina e uma das extremidades inferiores é submetida à flexão passiva. Resposta: extensão do MMII contralateral com adução e rotação interna da coxa. Desaparece após 6 semanas. Reflexo do Calcanhar: RN em posição supina, percute-se o calcanhar do RN quando ele está com o membro examinada em flexão de quadril e joelho e tornozelo em posição neutra. Resposta: extensão do MI estudado. Desaparece em 3 semanas. Reflexo de Landau: Com uma das mãos suspendemos o RN pela superfície ventral, com a outra flexionamos a cabeça rapidamente e todo corpo entra em flexão. Surge nos primeiros 3 meses e desaparece ao final do segundo ano. Reflexo de Babkin: Pressionamos a mão do lactente e verificamos a abertura da boca. Reflexo de Expulsão: Tocar a língua do RN com uma colher, sendo que ele faz movimento de protusão da mesma. Desaparece por volta de 2 meses, sua permanência por mais tempo levanta a suspeita de paralisia cerebral. Reflexo do Paraquedista: Segura-se o RN pela região ventral e aproxima-se da mesa de exame bruscamente para dar-lhe a impressão de que está caindo. Resposta: RN estende os braços e abre as mãos na tentativa de proteger- se. Surge aos 8-9 meses e permanece por toda vida. 12. Sistema Endócrino - A hipófise e a tireoide atingem pleno funcionamento antes do nascimento. As paratireoides atingem sua atividade logo após o nascimento. - Devido estimulação hormonal, pode haver certo grau de ingurgitamento mamário, em ambos os sexos, que pode permanecer por semanas a meses. Em RN a termo, uma secreção semelhante a colostro “leite de bruxa” pode aparecer, sem qualquer significado patológico. 13. Sistema Ortopédico - Membros são simétricos e exibem movimentação ativa. Em RN a termo, as pregas plantares ocupam os 2/3 anteriores das plantas dos pés. Manobra de Barlow e Ortolani: utilizada para avaliação e dx de displasia de quadril. - Barlow: utilizada para induzir um deslocamento em quadris instáveis: o examinador segura as coxas do bebe apoiando seu polegar na virilha e o 4-5 dedo no grande trocanter femoral, gentilmente com a coxa em adução, imprime uma força para trás na tentativa de induzir o deslocamento.- Ortolani: manobra oposta, ou seja, realizada para reduzir a cabeça femoral deslocada: as mãos do examinador ficam na mesma posição, mas agora o movimento passivo é realizado na abdução da coxa com tração para frente do grande trocantes. A manobra é positiva quando há um “clique” no quadril. IDENTIFICAÇÃO - Após o exame físico sumário do RN estável e saudável, faz-se a identificação com o nome completo da mãe, data e hora do nascimento. PRESCRIÇÃO Instalação de gotas de nitrato de prata a 1% (Credê) nos olhos do RN Administrar vitamina K hidrossolúvel 1mg IM Exame de coto umbilical Realização de medidas antropométricas: peso, cm, PC. Avaliação da IG: Capurro e New Ballard Aleitamento Materno sob livre demanda. Vacinação contra hepatite B 0,5 ml IM Vacinação contra BCG ID Testes de Triagem Neonatal - Criação da Política Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) pelo MS em 2001, oficializou a triagem biológica (pezinho), triagem auditiva e triagem ocular. Teste do pezinho - Deve ser colhido no RN com 3-5d, de preferência do 3º dia. Nunca antes de 48h de amamentação e nunca superior a 30 dias. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 7 - Para a realização do teste na rede pública, a mãe deve ir a UBS. - É feito uma pequena punção no calcanhar do bebê. O sangue é absorvido em papel filtro, que deve permanecer em temperatura ambiente, até a completa secagem do sangue (2h) e depois deve ser encaminhada ao laboratório. - Objetivo de realizar o rastreamento das seguintes doenças: Fase I: Fenilcetonúria: através da medida de fenilalanina no sangue do papel filtro Fase I: Hipotireoidismo congênito: através da medida de TSH ou T4L. Fase II: Doença falciforme e outras hemoglobinopatias: através da eletroforese da Hb. Fase III: Fibrose Cística: medida da tripsina imunorreativa em sangue do papel filtro. Fase IV: Hiperplasia Adrenal Congênita: dosagem da 17-OH- progesterona no sangue do papel filtro. Fase IV: Deficiência de Biotinidase: dosagem da enzima biotinidase no sangue do papel filtro. - Há ainda mais uma série de outras doenças possíveis de rastrear com esse teste, porém só são feitas na rede privada. Teste da orelhinha – Triagem auditiva - O déficit auditivo apresenta-se como um problema de grande impacto na saúde infantil. 1-6/1000NV normais ou 1-4/100 RN com fator de risco para tal. - Recomenda-se fazer o teste até os 3 meses de vida para detecção e intervenção precoce, quando necessário. - Fatores de risco potenciais para alterações auditivas: Asfixia (apgar < 6 no quinto minuto) HF de surdez, infecção TORCHS Sepse, meningite Hemorragia intraventricular Convulsões Espinha bífida Drogas ototóxicas Peso ao nascimento menor que 1.500g Anomalias craniofaciais Ventilação mecânica por mais de 5 dias - 50% das perdas auditivas são decorrentes de causas genéticas e 70% destas são do tipo não sindrômito, ou seja, não identificáveis no exame morfológico. - A intensidade da fala humana situa-se entre 40-80 dB, e já se considerada déficit auditivo quando há perda maior ou igual a de 35 dB. - Exames de triagem: + comum os dois primeiros Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA): feito durante o sono do bebe, coloca-se um fone externo ao ouvido, gerando emissão de estímulo sonoro e captação do seu retorno (eco). Pesquisa do reflexo cócleo palpebral (RCP) Bera - Potencial Auditivo de Tronco Encefálico: mais complexo, exige sedação. Fones de emissão são colocados nos ouvidos do bebê, os eletrodos são posicionados na cabeça e tem função de captar ondas eletrofisiológicas. - RN com triagem normal e sem fator de risco faz o teste 1 vez. Aqueles RN com fator de risco deve ser acompanhado por uma equipe e fazer avaliações periódicas nos dois primeiros anos de vida. - Se comprovado o comprometimento condutivo, o neonato faz exame otorrino e depois um novo teste. - Se a falha não for de comprometimento de orelha externa ou média, faz-se uma avaliação audiológica completa, pois pode haver perda neurossensorial. - Se essa for confirmada, faz-se intervenção: prótese auditiva, orientação familiar e terapia com fono. Se a prótese for colocada antes dos 6 meses, a criança poderá ter um desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento social comparado as crianças normais. Teste do olhinho ou reflexo vermelho - Triagem visual - Ou Teste de Bruckner. Feito com oftalmoscópio ou retinoscópio. - As principais doenças que podem ser detectáveis são: Catarata congênita Retinopatia de prematuridade Retinoblastoma Glaucoma congênito Descolamento de retina Hemorragia vítrea - O teste deve ser realizado: Antes da alta da maternidade Na primeira consulta de puericultura 2 meses de vida (ideal para cirurgia de catarata) 6, 9 e 12 meses Após 1 ano: 2x por ano - O teste é normal quando os dois olhos têm um reflexo vermelho brilhante. - Pontos pretos, assimetria ou a presença de reflexo branco (leucocoria) indicam a necessidade de avaliação mais cuidadosa – feita pelo oftalmologista. Reanimação do bebê - Medcurso - A mortalidade de crianças menores de 5 anos caiu drasticamente no mundo, com 3,6 milhões de mortes a menos em 2013, se comparadas ao ano 2000. Isso ocorreu principalmente pela prevenção e tratamento de doenças infecciosas no período pós-neonatal. - As principais causas de morte neonatais são, respectivamente: complicações de prematuridade, eventos relacionados ao parto e infecções. - O Brasil, também conseguiu reduzir as mortes de crianças abaixo de 5 anos em 78% entre 1990 e 2013. No ano de 2013, a mortalidade neonatal correspondeu a 69% dos óbitos infantis e desses, 76% ocorreram entre 0-6 dias após o nascimento. Sendo assim, a mortalidade neonatal EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 8 precoce está associada à asfixia perinatal e Síndrome de Aspiração de Mecônio em RN de baixo risco. - As intervenções para reduzir os casos acima são: medidas de prevenção primária (melhora da saúde materna, reconhecimento de situações de risco no pré- natal, disponibilização de recursos humanos para atender o parto e reconhecer complicações obstétricas) e tratamento do evento (reanimação neonatal imediata) e tratamento das complicações. - Ao nascimento, cerca de 1 a cada 10 RNs necessitam de ajuda para iniciar uma respiração efetiva. 1 em cada 100 necessitam de intubação traqueal, e 1-2 em cada 1.000 requerem intubação acompanhada de massagem cardíaca e/ou medicações. - A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor é a IG e/ou peso ao nascer. - Outras condições associadas à necessidade de reanimação ao nascer: - Todo o material necessário para a reanimação deve ser preparado, testado e estar disponível em local de fácil acesso antes do nascimento. - A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a presença de um pediatra em todo o nascimento. - A equipe que atua no atendimento da sala de parto deve ser treinada para execução de procedimentos necessários. 1. Clampeamento do Cordão Umbilical - Após a extração do concepto pela cavidade uterina, avalia se o RN começou a respirar ou chorar e se o tônus muscular está em flexão. - Se a resposta for “sim” clampeamento tardio (1-3 minutos) do cordão, independente do aspecto do líquido amniótico. - Se a circulação placentário não estiver intacta (DPP, rotura, placenta prévia, nó no cordão) e se o RN não iniciar respiração ou não mostrar tônus muscular em flexão clampeamento imediado do cordão (até 60 segundos). - Em RN que não mostraram respiração ao nascer, o clampeamento tardio retarda o início da ventilação com pressão positiva. 2. Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao nascer - Se ao nascimento, o RN é a termo, estárespirando e chorando e com tônus muscular em flexão, independente do aspecto do líquido amniótico ele apresenta boa vitalidade e deve continuar junto da mãe depois do campleamento do cordão umbilical. - Deve-se então: prover calor, manter vias aéreas prévias e avaliar vitalidade de maneira continuada. - Manter temperatura corporal entre 36,5-37,5 e temperatura ambiente entre 23-26 graus. - Secar corpo e segmento cefálico com compressas aquecidas e deixar o RN em contato com a mãe, coberto com tecido de algodão seco e aquecido. - Avaliar FC, tônus muscular e respiração/choro. - Assegurar amamentação. 3. Passos Iniciais: Estabilização/Reanimação - Diante da resposta “não” para uma das 3 perguntas, conduz o RN à mesa de reanimação: Gestação a termo? Respiração ou choro presente? Tônus muscular em flexão? - Passos iniciais para estabilização (tempo máximo de 30 segundos): Prover calor (temperatura axilar entre 36,5-37,5). Cuidado para evitar hipertermia, pois pode levar à lesão cerebral. Posicionar a cabeça em leve extensão (manter permeabilidade de vias aéreas). Evitar hiperextensão. Aspirar boca e narinas (se necessário): reservadas em RNs que apresentam obstrução de vias aéreas. Aspira-se delicadamente com sonda traqueal (n. 8-10) conectada a um aspirador a vácuo. Evitar a introdução de sonda de aspiração de maneira brusca ou na faringe posterior, pois pode induzir a uma resposta vagal e ao espasmo laríngeo com apneia e bradicardia. Secar - O RN é levado à mesa reanimação envolto em campos aquecidos e posicionado sob calor radiante, em decúbito dorsal, com a cabeça voltada para o profissional de saúde. A mesa de reanimação NÃO deve ter qualquer inclinação. 4. Avaliação durante a Estabilização/Reanimação - As decisões quanto à reanimação dependem da avaliação simultânea da respiração e da FC. - Avaliação da respiração: observação da expansão torácica do RN ou da presença de choro. A respiração EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 9 espontânea está adequada se os movimentos são regulares e suficientes para manter a FC > 100 bpm. Se o pcte não apresentar movimentos respiratórios ou se eles forem irregulares (padrão gasping: suspiros profundos entremeados por apneia), a respiração é inadequada. - FC: é a principal determinante para iniciar as diversas manobras de reanimação. Deve-se determinar FC de maneira rápida, acurada e confiável. Faz por: palpação do cordão umbilical, ausculta do precórdio com estetoscópio, detecção do sinal de pulso pela oximetria e da atividade elétrica do coração pelo monitor cardíaco. Tanto a palpação do cordão quanto a ausculta precordial subestimam a FC, sendo o mais indicado a monitorização cardíaca. - Faz-se a avaliação inicial da FC auscultando o precórdio. Ausculta por 6 seg. e depois multiplicar o valor por 10. Se a FC<100 o RN não apresenta movimentos respiratórios regulares, enquanto um profissional da saúde inicia a ventilação com pressão positiva (VPP) e outro fixa os 3 eletrodos no monitor cardíaco e o sensor de oximetro. - Vale lembrar que o boletim APGAR NÃO é utilizado para indicar procedimentos na reanimação neonatal, porém, sua realização permite avaliar a resposta do paciente às manobras realizadas e a sua eficácia. Assim se o APGAR é <7 no quinto minuto, recomenda-se realiza-lo a cada 5 minutos até 20 minutos de vida. Portanto, é necessário documentar o escore de APGAR de maneira concomitante à dos procedimentos de reanimação executados. - Em RN que foram realizados os passos inicias de estabilização e a avaliação mostrou respiração espontânea regular e FC> 100 bpm, deve-se avaliar as condições clínicas gerais e sempre que possível, deixa-lo em contato com a mãe, coberto com tecido de algodão seco e aquecido. Observar atividade, tônus muscular e respiração/choro. - Em RN que foram realizados os passos inicias mas a avaliação a seguir mostrou respiração ausente ou irregular ou FC <100 bpm, deve-se iniciar VPP nos primeiros 60 seg após o nascimento e acompanhar FC pelo monitor cardíaco e saturação de oxigênio pelo oximetro. 5. Líquido Amniótico Meconial - A presença desse líquido pode indicar sofrimento fetal e aumentar o risco de reanimação ser necessária. - Na vigência de líquido amniótico meconial, independente de sua viscosidade, a aspiração das vias aéreas ao desprendimento do polo cefálico do concepto NÃO deve ser realizada. - Sendo assim, se o pcte com líquido é pré-termo tardio ou pós-termo e não iniciou movimentos respiratórios regulares ou o tônus musculares está flácido, é necessário leva-lo à mesa de reanimação e fazer os passos iniciais e também fazer a aspiração. - Em RNs com líquido de qualquer viscosidade e que são levados à mesa de reanimação, que apresentem apneia, respiração irregular e/ou FC <100 bpm é fundamental inicial VPP com máscara facial e ar ambiente nos primeiros 60 seg de vida. 6. Ventilação com Pressão Positiva (VPP) - O ponto crítico para o sucesso da reanimação é a ventilação adequada, fazendo com que os pulmões inflem e com isso haja dilatação da vasculatura pulmonar e hematose apropriada. - A VPP precisa ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida (Golden Minute). - A VPP pode ser feita através da máscara facial ou cânula traqueal. - Importante saber sobre oxigenação: Inicialmente quando a VPP é indicada, deve iniciar a oxigenoterapia com ar ambiente (oxigênio 21%). Uma vez iniciada a ventilação, acompanha-se com a oximetria de pulso. - Se o RN não melhorar nem atingir os índices de saturação desejáveis, recomenda-se verificar e corrigir a técnica de ventilação antes de lhe oferecer oxigênio suplementar. 7. Massagem Cardíaca - A asfixia pode desencadear vasoconstrição periférica, hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade miocárdica, bradicardia e eventualmente parada cardíaca. A VPP geralmente reverte esse quadro na maioria dos pacientes, mas quando isso não ocorre, é provável que a hipoxemia e a acidose metabólica estejam deprimindo o miocárdio, sendo que o fluxo pulmonar está comprometido e o sangue não seja adequadamente oxigenado. Nesses casos, a massagem cardíaca é indicada. - A massagem só é indicada após 30 segundos de VPP (com canula traqueal e oxigênio de 60-100%) com tecida adequada e se a FC estiver < 60 bpm. - Realizada no terço inferior do esterno (logo abaixo da região intermamilar e poupando o apêndice xifoide), onde se situa a maior parte do VE. Faz-se com dois polegares justapostos, o restante da mão circunda o tórax. O profissional situa-se atrás da cabeça do RN enquanto outro ventila no lado. - Relação 3:1, ou seja, 3 mov. De massagem cardíaca para 1 de ventilação, com frequência de 120 eventos por minutos (90 mov de massagem e 30 ventilações). 8. Medicações - Quando a FC permanece< 60 bpm, mesmo após a VPP com cânula traqueal, oxigênio a 100% e massagem cardíaca adequada, o uso de adrenalina, expansor de volume ou ambos está indicada. - Via preferencial: EV (veia umbilical). EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 10
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