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Fundamentos da Economia

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Renata Moreira Lopes
Fundamentos de 
Economia
RENATA MOREIRA LOPES
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
Belo Horizonte
novembro de 2015
COPYRIGHT © 2015
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização 
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo
Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar
Equipe EaD
Conheça 
a Autora
Renata Moreira Lopes é graduada em Ciências 
Econômicas pela Universidade Federal de 
Minas Gerias, graduada em Administração 
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais e Mestre em Administração pela FEAD- 
MG. Atualmente, é professora do Centro 
Universitário UNA. Tem experiência como 
professora em graduação, pós-graduação e 
EAD. Atua nas áreas de Economia (Economia 
e Mercado, Microeconomia, Macroeconomia), 
onde ministrou aulas presenciais e em EAD.
Prezado (a) aluno (a):
O objetivo desse curso é introduzirmos o estudo da Economia. Você 
aprenderá conceitos econômicos básicos, mas ao mesmo tempo 
essenciais para o entendimento da Economia. 
O estudo e entendimento da Economia são de grande importância 
para todo cidadão, pois tratam de uma ciência muito abrangente e que 
impacta diretamente a vida de toda uma sociedade. Compreender a 
Economia é fundamental para que você possa entender o mundo em 
que vive, além de ajudá-lo no processo de tomada de decisão na vida 
pessoal e profissional.
Um outro fato importante é que, quando você aprende Economia, seu 
conhecimento de país e de mundo amplia-se, e é possível compreender 
as decisões dos governantes quanto às mudanças de estratégias 
adotadas e seus resultados na vida de cada cidadão. 
A Ciência Econômica vai estudar formas de melhor distribuir os recursos 
que são escassos para todos os indivíduos. Esse estudo é dividido em 
dois ramos: Microeconomia e Macroeconomia. A Microeconomia vai se 
dedicar ao estudo do comportamento dos consumidores e produtores 
dentro do mercado de bens e serviços. Já a Macroeconomia vai tratar do 
estudo da Economia de forma global, como um todo.
Nesse material você entenderá as forças de oferta e demanda no 
mercado e como elas afetam os preços e as decisões de consumo.
Aprenderá também como as empresas tomam decisões a partir do 
levantamento dos custos dos fatores produtivos, importantes na 
formação de preço de um produto.
Apresentação 
da disciplina
Compreenderá também o funcionamento dos mercados competitivos 
e das outras formas de mercado que contam somente com um único 
vendedor ou poucos vendedores, afetando o bem-estar econômico.
Espero que aproveite o curso e utilize seus conhecimentos a partir de 
agora, tanto no seu dia a dia, ao decidir sobre consumo e investimento, 
quanto no seu trabalho, a partir das forças que regem a Economia.
UNIDADE 1 002
Oferta, Demanda e Mercado 003
Demanda X Oferta 004
Revisão 021
UNIDADE 2 023
A empresa: produção, custos e lucros 024
Empresas 025
O que são custos? 026
A função de produção: curto e longo prazo 026
Custos contábeis e custos explícitos 032
Revisão 033
UNIDADE 3 034
Estrutura de Mercado 035
Mercado perfeito 036
Mercados não-competitivos 038
Falhas de mercado 043
Revisão 044
UNIDADE 4 046
Economia brasileira contemporânea 047
Introdução à macroeconomia 048
Regime de metas inflacionárias 048
Política fiscal 050
O Banco Central e a política monetária 053
Relações internacionais: o setor externo 058
Políticas macroeconômicas adotadas na economia brasileira 070
Revisão 072
REFERÊNCIAS 074
Oferta, 
Demanda 
e Mercado
• Demanda X 
Oferta
• Revisão
Introdução
Nessa unidade, vamos estudar alguns conceitos econômicos 
essenciais para o entendimento de todo o restante do material. Será 
abordado inicialmente o conceito de Economia e a sua utilização na 
vida diária e profissional de todos os cidadãos. 
Você também entenderá que na economia sempre se deparará com 
escolhas, devido às diversas opções possíveis existentes em sua 
vida. E toda escolha implica em uma renúncia. Um exemplo na sua 
vida prática: para poder se dedicar ao estudo e tirar boas notas, 
você terá que renunciar a muitos convites de festas e baladas. 
Nessa unidade você também terá oportunidade de estudar o 
conceito de oferta e demanda e a sua relação com a variação nos 
preços dos produtos. Ao final da unidade será estudado o conceito 
de equilíbrio entre oferta e demanda e como esse equilíbrio afeta os 
preços dos produtos no mercado econômico.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
004
A Economia é uma importante ciência que vai estudar os recursos 
escassos e procurar melhores formas de distribuição desses 
recursos.
Segundo Troster e Mochón (2006, p.5), “a Economia estuda a 
maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo 
de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre 
os membros da sociedade”.
Demanda 
X Oferta
A Economia é uma 
importante ciência 
que vai estudar 
os recursos 
escassos
FIGURA 1 - Recursos escassos na Economia
Fonte: Site “Humortadela”.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
005
A escassez e o custo de oportunidade
FIGURA 2 – Trabalho x Educação
Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Ănima, 2014. 
Essa charge ilustra a escassez dos bens e como o indivíduo se 
adapta a esse fato. Quando os preços dos produtos se elevam e não 
há renda suficiente para arcar com os novos preços, é necessário 
fazer alterações no estilo de vida para se adaptar à nova realidade.
Os recursos existentes no mundo são escassos e as necessidades 
e desejos humanos são ilimitados. Dessa forma, o indivíduo irá 
sempre se deparar com escolhas para atender as suas necessidades 
da melhor maneira. 
Para adquirir os bens e serviços necessários para atender aos 
seus desejos, as pessoas se ocupam de atividades produtivas, são 
remuneradas e essa renda limitará o seu consumo. Dessa forma, 
as escolhas devem ser bem feitas para que o indivíduo alcance o 
nível de bem-estar material mais alto possível a partir dos recursos 
disponíveis.
Todo ser humano se depara com escolhas no seu dia a dia. Ao 
entrar para a faculdade você deve ter se deparado com dúvidas 
relacionadas ao curso escolhido. Será que estou fazendo uma boa 
escolha? Vou gostar desse curso? Vou conseguir um bom emprego 
e ser bem remunerado ao final desse curso?
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
006
Esses são exemplos de dúvidas que devem ter passado pela sua 
cabeça e você deve estar se perguntando: qual a relação com o 
estudo da Economia?
Um problema econômico é a escassez, que pode ser de renda, de 
tempo ou de recursos produtivos. Essa escassez pode ser cada vez 
maior se o indivíduo tem o desejo de adquirir uma quantidade de 
bens e serviços bem maior que a disponibilidade.
Ao fazer uma escolha, uma renúncia necessariamente acontecerá. 
Voltando ao exemplo da faculdade. Os benefícios que você obterá 
com essa escolha são inquestionáveis, como o enriquecimento 
intelectual e melhores oportunidades de emprego. Mas quais são os 
custos relacionados a essa escolha? Você vai pensar no custo dos 
livros, transporte, alimentação, mensalidade. Mas não estou falando 
somente desses custos. E o tempo que você passa em sala de aula 
e estudando em casa? Você poderia estar, por exemplo, trabalhando 
ou descansando nesse período. Caso houvesse a possibilidade de 
trabalhar no horário da aula, o salário que você deixa de ganhar 
pode ser considerado como um custo da sua educação.
Na Economia, este custo é chamado de custo de oportunidade, que 
é definido como a quantidade de bens ou serviços que devem ser 
renunciadospara a obtenção daquele escolhido. 
E não somente o indivíduo, mas também as empresas se deparam 
com escolhas no dia a dia que geram custo de oportunidade. 
Uma empresa, por exemplo, ao dedicar o seu investimento em 
um determinado produto, está abrindo mão de investir em outros 
produtos que poderiam ser produzidos.
Os Fatores de produção
Para atender as necessidades humanas, as empresas produzem 
bens e serviços, e, ao fazê-los, precisam dos chamados recursos 
ou fatores produtivos que serão combinados ao longo do processo 
produtivo. O que é isso?
As empresas 
se deparam 
com escolhas 
no dia a dia que 
geram custo de 
oportunidade.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
007
Segundo Viceconti e Neves (2005), os fatores de produção vão ser 
classificados como:
1. Terra ou Recursos Naturais: o que for fornecido pela 
natureza e é utilizado na produção.
2. Trabalho: o tempo e a capacidade intelectual de um 
indivíduo dedicado à atividade produtiva.
3. Capital: é o chamado estoque de capital e contempla os 
investimentos realizados em edificações, maquinários e 
instalações necessárias à produção dos bens.
As empresas ao tentarem otimizar sua produção e maximizarem 
os lucros, terão que fazer escolhas e considerar três problemas 
fundamentais:
- O que produzir? Dentro das possibilidades de produção, a escolha 
deverá ser feita almejando sempre o melhor resultado.
- Como produzir? A partir da definição do que produzir, deverão ser 
escolhidos quais os recursos produtivos que serão utilizados para 
a fabricação, objetivando o menor custo possível.
- Para quem produzir? A definição da destinação de tudo o que será 
produzido. 
O sistema econômico funcionará de acordo com a resolução dos 
problemas acima descritos. 
A curva ou fronteira de possibilidade 
de produção
Como falamos anteriormente, a sociedade se depara com diversas 
escolhas ao determinar uma produção. A curva ou fronteira de 
possibilidade de produção, vai demonstrar as opções que são 
oferecidas à sociedade e a necessidade de escolha.
As empresas ao 
tentarem otimizar 
sua produção e 
maximizarem os 
lucros, terão que 
fazer escolhas 
e considerar 
três problemas 
fundamentais:
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
008
Ao optar por produzir um determinado bem, uma renúncia será feita 
(custo de oportunidade).
No exemplo abaixo, temos uma empresa que é produtora de trigo e 
algodão. Essa empresa já possui uma capacidade produtiva instalada e 
ela tem que escolher a quantidade a ser produzida de trigo ou algodão, 
pois ela não consegue produzir toda a quantidade dos dois bens ao 
mesmo tempo. Conforme será demonstrado na tabela, para cada unidade 
de algodão produzida, ela terá que deixar de produzir 0,5 unidade de trigo.
FIGURA 3 – Trigo x Algodão
Fontes: Revista Globo Rural e Site “Iguatu.net”
TABELA 1 - Custo de oportunidade
*Unidades de trigo que não devem ser produzidas para obter-se uma unidade adicional de algodão
Fonte: TROSTER e MOCHON, 2002, p.15.
 OPÇÃO ALGODÃO TRIGO CUSTO DE OPORTUNIDADE*
 A 0 7,5 
 B 1 7,0 0,5
 C 2 6,0 1,0
 D 3 4,5 1,5
 E 4 2,5 2,0
 F 5 0,0 2,5
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
009
GRÁFICO 1 - Curva ou fronteira de possibilidade de produção
A
B
C
D
E
F
1 2 3 4 5 
7,5 
7,0 
 
6,0
 
4,5 
2,5
Trigo
Fonte: TROSTER e MÓCHON, 2002, p.15.
Algodão
A curva reflete as opções oferecidas à sociedade e as possíveis 
escolhas, lembrando que a maior produção de um bem implica 
na menor produção do segundo bem, devido a existência de uma 
limitação na capacidade produtiva instalada.
Nesse exemplo, o custo de oportunidade de uma unidade de 
algodão é o número de unidades de trigo que é preciso deixar de se 
produzir para obtê-la.
Fluxos econômicos numa Economia de Mercado
Ao verificarmos a versão simplificada do funcionamento de 
Economia de Mercado, é necessário fazer a distinção de dois 
agentes econômicos fundamentais: as unidades produtivas ou 
empresas e as unidades consumidoras ou famílias.
As famílias, proprietárias do fator de produção Trabalho, utilizam os 
salários, renda originária da cessão de seu uso para empresas, para 
comprar os bens e serviços que essas produzem e que satisfaçam 
às suas necessidades.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
010
FIGURA 4 – Pagamento pela compra de bens e serviços = Dispêndio 
Fonte: VICECONTI e NEVES, 2005, p.8.
UNIDADES DE 
PRODUÇÃO:
EMPRESAS
UNIDADES 
CONSUMIDORAS:
FAMÍLIAS
PAGAMENTO PELA COMPRA DE BENS E SERVIÇOS = DISPÊNDIO
BENS E SERVIÇOS
FATORES DE PRODUÇÃO
PAGAMENTO PELO USO DOS FATORES DE PRODUÇÃO = RENDA
Somente através do funcionamento desse fluxo que o mercado 
econômico funcionará.
Mercados e competição
Agora vamos entender o funcionamento do mercado econômico de 
acordo com a oferta e demanda, que acontece apenas no mercado 
competitivo.
Juntas, a oferta e a demanda fazem funcionar a economia e através 
dessa interação será determinada a quantidade a ser produzida e o 
preço dos produtos.
O mercado competitivo, como será estudado mais adiante, é aquele 
onde existe um grande número de vendedores e compradores e 
nenhum deles, individualmente, consegue exercer alguma influência 
sobre os preços.
Demanda
Para iniciar esse estudo, vamos verificar o comportamento dos 
compradores ou demandantes.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
011
“A quantidade demandada de um bem qualquer é a quantidade 
desse bem que os compradores desejam e podem comprar”. 
(MANKIW, 2009, p.67).
A quantidade demandada irá variar de acordo com o seu preço 
de venda. Quanto menor o preço de um produto, maior será a 
quantidade demandada e vice-versa. Essa é a chamada Lei da 
Demanda. 
 A Lei da Demanda apresenta essa relação inversa entre preço e quantidade, 
porque quando o preço de um bem aumenta, alguns consumidores 
deixarão de adquiri-lo e outros irão trocá-lo por bens que podem substituí-
lo. Ex.: Se o preço do tomate subir, os consumidores podem simplesmente 
deixar de consumi-lo ou trocá-lo por outro legume.
A curva da demanda
Conforme demonstrado na tabela abaixo, quanto maior for o preço 
de um produto, menor será a quantidade demandada. Através do 
gráfico, pode ser verificado que a curva de demanda é decrescente, 
pois demonstra essa relação inversa entre preço e quantidade.
Para exemplificar a relação existente entre preço e demanda, na 
tabela abaixo serão demonstradas as alterações existentes nas 
quantidades demandadas mediante as alterações nos preços. 
Quanto maior o preço do CD, menor será a quantidade demandada 
desse bem.
A quantidade 
demandada irá 
variar de acordo 
com o seu preço 
de venda.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
012
 PREÇO DE UM CD (R$) QUANTIDADE DEMANDADA (UNID.)
 10 13
 15 10
 20 7
 25 4
 30 1
TABELA 2 - Tabela de demanda
Fonte: MOCHON, 2007, p.18.
GRÁFICO 2 - Curva de demanda
Fonte: MOCHON, 2007, p.18.
A curva de demanda é a relação entre o preço de um bem e a 
quantidade demandada.
Deslocamentos da curva de demanda 
O deslocamento da curva de demanda acontecerá quando houver 
uma alteração em qualquer um dos fatores que podem influenciar a 
demanda, com exceção do preço. 
Os fatores que fazem uma curva de demanda se deslocar são:
• A renda dos consumidores: uma renda menor diminui o 
consumo e uma renda maior aumenta o consumo. Se a 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
30
25
20
15
10
5
 
Curva de demanda de CDs
Preço de 
um CD (R$)
Quantidade de CDs
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
013
demanda por um bem aumenta quando há um aumento 
na renda, esse bem é chamado bem normal. Se a demanda 
por um bem cai quando a renda aumenta, esse bem é 
chamado de bem inferior. Um exemplo de bem inferiorpode 
ser a passagem de ônibus. Se sua renda aumenta, você vai 
querer comprar um carro e deixar de andar de ônibus.
• Preço dos bens relacionados: quando há um aumento 
do preço de um bem, você pode deixar de comprá-lo e 
adquirir o seu substituto que pode ser mais barato. Por 
exemplo, se houve um aumento na carne bovina eu posso 
adquirir a carne suína, mais barata, no seu lugar. Quando 
o aumento no preço de um bem, eleva a demanda de 
outro bem, esses bens podem ser classificados como 
bens substitutos. Quando o aumento do preço de um bem 
reduz a demanda de outro bem, podemos dizer que esses 
bens são complementares. Os bens complementares são, 
frequentemente, pares de bens usados em conjunto, como 
por exemplo sanduíche e maionese.
• Preferência dos consumidores: essas alterações podem 
ocorrer ao longo do tempo, devido à inovações tecnológicas 
ou campanhas publicitárias que levam à alterações nas 
demandas dos consumidores. Se há um aumento na 
demanda de um produto, a curva se deslocará para direita. 
Se há uma redução na demanda do produto, a curva se 
deslocará para a esquerda.
• Tamanho do mercado e outros fatores: o tamanho do 
mercado está relacionado com a quantidade de pessoas 
que demandam aquele tipo de produto e, um outro fator que 
pode influenciar a demanda, é a expectativa relacionada à 
atividade econômica futura.
Se há um 
aumento na 
demanda de um 
produto, a curva 
se deslocará 
para direita. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
014
GRÁFICO 3 - Deslocamentos da curva de demanda
Fonte: MANKIW, 2009, p.70.
Uma das grandes inovações nos últimos anos no mercado automotivo 
brasileiro foi a introdução dos veículos flex fuel, que permitem tanto o uso de 
gasolina quanto de álcool como combustível no mesmo carro. Antes dessa 
inovação, o consumidor brasileiro tinha de optar entre um veículo movido 
a gasolina ou a etanol, ficando restrito à utilização de apenas um tipo de 
combustível. Nesse sentido, a introdução dos veículos flex fuel no mercado 
brasileiro aumentou o grau de substituibilidade entre os dois combustíveis 
para o consumidor que adquirir um carro desse tipo. Em outras palavras, 
caso o preço da gasolina suba, o consumidor que possui um carro flex fuel 
pode optar por colocar etanol no seu tanque (configurando um movimento 
de mercado típico de bens substitutos entre si). 
 Oferta
A oferta demonstra a quantidade de produtos que os produtores 
ou ofertantes irão disponibilizar para o mercado. Na oferta, quanto 
maior for o preço de um produto, maior será a quantidade de 
produtores que irão ofertar aquele produto no mercado, porque 
os produtores querem aumentar os seus lucros. Quanto menor o 
preço de um produto, menor a quantidade de produtos que serão 
Preço do 
sorvete de 
casquinha
Quantidade de sorvete de casquinha
0
Curva de demanda, D3
Diminuição 
da demanda
Aumento da 
demanda
Curva de 
demanda, D1
Curva de 
demanda, D2
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
015
PREÇO DO SORVETE DE CASQUINHA (R$) QUANTIDADE OFERTADA DO SORVETE DE CASQUINHA
0,00 0
0,50 0
1,00 1
1,50 2
2,00 3
2,50 4
3,00 5
ofertados naquele mercado. 
TABELA 3 - Quantidade ofertada de sorvete
Fonte: MANKIW, 2009, p.73.
Na TABELA 3 você pôde observar que quanto maior o preço da 
casquinha de sorvete, mais produtores irão participar desse 
mercado e oferecer mais produtos, pois o que eles querem é 
aumentar seus lucros. Quando o preço está baixo, vários ofertantes 
saem daquele mercado porque não querem obter um baixo lucro 
pela venda do produto, pois os custos de produção não serão 
cobertos por aquele preço.
A curva de oferta é crescente, porque mostra uma relação direta 
entre preço e quantidade, ou seja, quanto maior o preço de um 
produto, maior será a quantidade ofertada. Essa é a Lei da Oferta.
GRÁFICO 4 - Curva de oferta 
Fonte: MANKIW, 2009, p.74.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
$ 3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
 
Preço do sorvete de casquinha
Quantidade de sorvete de casquinha
1. Um aumento 
no preço
2. Aumenta a quantidade ofertada de sorvetes de casquinhas
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
016
Deslocamentos da curva de oferta
E quais são os fatores que podem causar o deslocamento da curva 
de oferta, aumentando ou diminuindo a quantidade ofertada de um 
determinado produto? 
• Preço dos fatores produtivos ou insumos: quando 
há uma alteração no preço dos insumos utilizados na 
produção de um bem, os custos serão modificados. Dessa 
forma o produtor poderá produzir mais ou menos de um 
determinado bem. Quando aumenta o preço de um insumo, 
o produtor irá ofertar menos daquele bem e o contrário irá 
ocorrer na redução do preço desse insumo.
• Tecnologia existente: inovações tecnológicas podem 
aumentar a produção de um determinado bem sem 
aumentar o custo de produção, o que levará o produtor a 
ofertar mais produtos.
• Expectativas: a quantidade de produto produzido dependerá 
das expectativas em relação ao futuro da atividade 
econômica de um país. No ano da Copa, os brasileiros 
compram mais televisores, sendo assim, será percebido 
um aumento na oferta de televisores no mercado.
GRÁFICO 5 - Deslocamento da curva de oferta
Fonte: MANKIW, 2009, p.76. 
Preço do 
sorvete de 
casquinha
Quantidade de sorvete de casquinha
Curva da oferta, O3
Redução 
da oferta
Aumento 
da oferta
Curva da oferta, O1
Curva da oferta, O2
 Quando 
aumenta o 
preço de um 
insumo, o 
produtor irá 
ofertar menos 
daquele bem.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
017
Oferta e demanda reunidas – equilíbrio de mercado
Após a análise em separado das curvas de oferta e demanda, 
vamos analisá-las em conjunto e verificar o que acontece com essa 
interação.
GRÁFICO 6 - Deslocamento da curva de oferta
Fonte: MANKIW, 2009, p.76. 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 
$ 2,00 
Preço do sorvete 
de casquinha
Preço do 
Equilíbrio
Quantidade 
de sorvete de casquinha
Demanda
Oferta
Equilibrio 
Quantidade 
de Equilibrio 
No ponto de interseção das curvas de oferta e demanda teremos 
o chamado Ponto de Equilíbrio. Nesse ponto, temos o preço de 
equilíbrio onde os preços dos ofertantes e demandantes coincidem. 
O preço de equilíbrio também pode ser chamado de preço de 
ajustamento do mercado, porque, a esse preço, o mercado está 
satisfeito: os compradores compraram tudo que desejavam 
comprar e os vendedores venderam tudo que desejavam vender.
A quantidade de equilíbrio é o ponto onde a quantidade ofertada é 
igual a quantidade demandada.
Entretanto, esse mercado de equilíbrio nem sempre acontece. 
Quando há uma mercadoria excedente, que não foi vendida, a 
concorrência entre os vendedores fará o preço descer. Isso ocorre 
quando há um excesso de oferta, situação onde a quantidade 
 A quantidade 
de equilíbrio é 
o ponto onde 
a quantidade 
ofertada é igual 
a quantidade 
demandada.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
018
ofertada é maior do que a quantidade demandada. Ao contrário, 
quando há mais demandantes do que mercadorias oferecidas no 
mercado, haverá uma pressão dos ofertantes para elevar os preços. 
Isso acontecerá quando há um excesso de demanda, situação onde 
a quantidade demandada é maior do que a quantidade ofertada.
GRÁFICO 7 - Mercados em desequilíbrio
Fonte: Mankiw, 2009, p.78.
0 4 7 10 0 4 7 10 
$ 2,50 
$ 2,00 
$ 2,00 $ 1,50 
Preço do 
sorvete de 
casquinha
Preço do 
sorvete de 
casquinha
Quantidade 
de sorvete de 
casquinha
Quantidade 
de sorvete de 
casquinha
Demanda
Demanda
Excesso de oferta
Excesso de oferta
Excesso de 
demanda
Oferta
Oferta
Quantidade 
demandada
Quantidade 
ofertada
Quantidade 
ofertada
Quantidade 
demandada
(a) Excesso de oferta (b) Excesso de demanda
No painel (a), temos um excesso de oferta. Como o preço de mercadode R$ 2,50 está acima do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada (10 
sorvetes) excede a quantidade demandada (4). Os fornecedores tentam 
aumentar suas vendas reduzindo o preço do sorvete, e isso conduz o 
preço ao seu nível de equilíbrio.
No painel (b), temos um excesso de demanda. Como o preço de mercado 
de R$ 1,50 está abaixo do equilíbrio, a quantidade demandada (10 
sorvetes) supera a quantidade ofertada (4). Com muitos compradores indo 
atrás de poucos bens, os fornecedores podem tirar vantagem da escassez 
elevando os preços. Assim, em ambos os casos, o ajustamento dos preços 
conduz o mercado em direção ao equilíbrio entre oferta e demanda.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
019
Fonte: Acervo institucional
FIGURA 5 - Hospedagem
Se a disputa para conseguir ingressos para os shows do Rock in Rio 2013 
foi grande, a luta para garantir uma hospedagem no Rio de Janeiro em 
setembro, que não comprometa o orçamento dos fãs, pode ser ainda 
maior.
Um levantamento feito pelo HostelBookers mostrou que a procura por 
estadia em hostels nos fins de semana de 13 a 15 e 19 a 22 de setembro 
cresceu quase 200%. Como consequência, o preço médio das diárias 
também registrou um aumento na casa dos três dígitos – média de 138% 
nos quartos compartilhados.
Fator turismo prevalece
Se alguns preferem a comodidade de instalar-se próximo à Cidade do 
Rock (na Barra da Tijuca), há quem prefira evitar o valor inflacionado dos 
hotéis da região e optar por outras áreas.
“Além de pagarem bem menos que em hotéis tradicionais, os jovens 
preferem ficar em um hostel pelo fator social. Especialmente em grandes 
eventos como o Rock in Rio, onde aproveitam para fazer amigos, organizar 
passeios, dividir o táxi até o local do show etc.”, avalia Juan Perez, gerente 
de marketing para o mercado de língua portuguesa do HostelBookers.
Para ele, os viajantes preferem ficar em áreas propícias para o turismo, 
onde podem aproveitar a praia e fazer passeios antes do shows. Por 
isso Copacabana, Ipanema e Santa Teresa estão entre os bairros mais 
procurados.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
020
 
Fonte: Revista Hotéis. Aumento da procura duplica preço de hostels para o Rock in 
Rio 2013. Ed. 122. 
Imagine na Copa
Um hostel localizado em Copacabana, por exemplo, cobra R$ 45 pela diária 
de uma cama em quarto para 6 pessoas durante o ano. Em setembro, 
durante os finais de semana do Rock in Rio, a mesma cama passa para 
R$ 110.
O fenômeno se repete mesmo em áreas menos turísticas, como a Favela 
do Vidigal. Um dos hostels mais populares da região passou o valor da 
diária em dormitório de 4 camas de R$ 60 para R$ 220, e já não tem mais 
disponibilidade de vagas para setembro.
“Assim como já acontece em períodos como o Carnaval e o Réveillon, 
esta relação entre procura e alta dos preços é um bom indicador do que 
acontecerá durante a Copa do Mundo de 2014”, diz Perez, prevendo 
que muitos torcedores já devem começar a reservar a hospedagem nas 
próximas semanas, um ano antes do início do campeonato.
Comparativo de preços 
Usando como base de comparação a procura para 2 noites no mês de 
junho/2013 e 2 noites durante os fins de semana de setembro quando 
acontece o Rock in Rio, o levantamento mostrou o seguinte:
Quartos compartilhados:
• Aumento de 195% nas pesquisas para as datas do Rock in Rio
• Aumento de 138% nos preços das diárias
• Preço médio por noite/pessoa: de R$ 40 para R$ 95
Quartos privativos:
• Aumento de 193% nas pesquisas para as datas do Rock in Rio
• Aumento de 94% no preço das diárias
• Preço médio por noite/pessoa: de R$ 85 para R$ 165
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
021
Revisão
A Economia estuda como administrar os recursos disponíveis, com 
o objetivo de produzir bens diversos e distribuí-los para consumo 
entre os membros da sociedade.
A escassez não é um problema tecnológico, mas de disparidade 
entre desejos humanos e meios disponíveis. Uma vez satisfeitas as 
necessidades, surgem novos desejos.
O custo de oportunidade que ocorre ao se fabricar um produto, é o 
que se deve renunciar em termos de outros bens que deixam de ser 
produzidos com os mesmos recursos.
Os recursos ou fatores produtivos são insumos utilizados na 
produção de um bem e são divididos em três grandes grupos: terra, 
trabalho e capital.
A fronteira de possibilidades de produção é côncava em relação à 
origem. Isso porque o custo de oportunidade aumenta conforme 
continua o processo de substituição da produção de um bem ou 
serviço pela produção de outro.
Por mercado se entende a instituição social, onde bens e serviços 
são trocados de maneira livre e voluntária.
A demanda de determinado consumidor por um bem específico 
demonstra a relação existente entre o preço de um bem e sua 
quantidade demandada. Essa relação pode ser visualizada através 
da representação gráfica da curva decrescente de demanda, que 
apresenta a relação inversa entre preço e quantidade, comprovando 
assim, a chamada Lei da Demanda.
A oferta reflete o desejo da quantidade de bens que o empresário 
irá ofertar no mercado mediante os preços relacionados. Essa 
Por mercado 
se entende 
a instituição 
social, onde 
bens e serviços 
são trocados de 
maneira livre e 
voluntária.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 1
022
interação pode ser visualizada através da representação gráfica 
da curva crescente da oferta, que demonstra a relação direta 
entre preço e quantidade, ou seja, quanto maior o preço maior a 
quantidade de produtos ofertada pelos produtores.
O deslocamento da curva de demanda acontece devido a alguns 
fatores: renda dos consumidores, preço dos bens relacionados, 
preferências dos consumidores e tamanho do mercado.
As variáveis que podem levar a um deslocamento da curva de 
oferta são: preço dos fatores produtivos, tecnologias existentes e 
expectativas.
Na situação de equilíbrio, as quantidades ofertadas e demandadas 
se igualam. Um preço superior ao de equilíbrio produzirá um excesso 
de oferta, isto é, uma situação em que a quantidade ofertada é 
superior à demandada. Por outro lado, se o preço for menor que o 
de equilíbrio, haverá um excesso de demanda, ou seja, uma situação 
em que a quantidade demandada é superior à ofertada.
A empresa: 
produção, 
custos e lucros
• Empresas
• O que são 
custos?
• A função de 
produção: curto e 
longo prazo
• Custos 
contábeis e 
custos explícitos
• Revisão
Introdução
A economia é composta por milhares de empresas que produzem 
bens e serviços que usufruímos todos os dias. Temos micro, 
pequenas, médias e grandes empresas, que juntas empregam 
milhões de pessoas, que constituem a força de trabalho ativa do 
nosso país. Independente da empresa ser pública ou privada, será 
empregado o uso dos fatores produtivos: terra, trabalho e capital.
As empresas, como ofertantes desse mercado, observam os 
custos dos fatores produtivos envolvidos na produção de um bem, 
com o objetivo de maximizar seus lucros, otimizando assim a sua 
sobrevivência no mercado.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
025
Nas sociedades modernas, as empresas são responsáveis por 
oferecer os bens e serviços diversos. 
Segundo Tróster e Móchon (2002, p.20), “a empresa é a unidade de 
produção básica. Contrata trabalho e compra fatores com o fim de 
fazer e vender bens e serviços.”
Os gestores responsáveis pelo funcionamento das empresas, 
organizam a produção, incorporam novas ideias, processos 
ou atividades, tomam decisões e, para tanto, munem-se das 
informações necessárias. 
Qualquer que seja o produto ou serviço realizado pela empresa, o 
empresário diariamente precisa tomar múltiplas decisões sobre 
sua atividade produtiva. De todas essas decisões, as duas mais 
relevantes são:
• Qual quantidade produzir e;
• Como produzir determinado bem, objetivando a 
maximização dos lucros.
Empresas
A empresa é 
a unidade de 
produção básica. 
Contrata trabalho 
e compra fatores 
com o fim de 
fazere vender 
bens e serviços.
Tipos de empresa conforme sua 
natureza jurídica
As empresas possuem diferentes classificações, de acordo com a 
sua natureza jurídica:
• Fundações: Trata-se de um patrimônio personalizado, 
destinado ao desenvolvimento de certas atividades (religiosas, 
morais, culturais, de assistência) conforme previsto no ato de 
sua instituição.
• Associações: Apresentam quadro de associados e não 
têm finalidade lucrativa; suas atividades (recreativas, 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
026
esportivas, caritativas, assistenciais, culturais, religiosas) 
visam atender seus associados ou terceiros.
• Sociedades: Apresentam quadro de sócios e possuem 
finalidade lucrativa.
O que são 
custos?
Praticamente toda decisão implica um custo, já que ao escolher 
uma opção estamos deixando de lado muitas outras (custo de 
oportunidade). Além do chamado custo de oportunidade, temos o 
custo contábil, que refere-se aos gastos relacionados à produção.
Os custos ocupam um lugar muito importante, pois ajudam a 
selecionar as melhores decisões para se ajustar aos objetivos das 
empresas, como a maximização dos lucros.
Mas, o que é lucro? O montante que a empresa recebe pela venda 
da sua produção é chamado de receita total. O que a empresa 
gasta com os insumos utilizados na produção é chamado de custo 
total. O lucro é a receita total menos o custo total (MANKIW, 2009).
L = RT – CT
A Função de 
Produção: curto e 
longo prazo
O que é Função de Produção? Trata-se da relação entre a quantidade 
de insumos, que são os bens utilizados na produção de outro bem, 
usada para produzir um bem e a quantidade produzida desse bem. 
Os custos 
ocupam um 
lugar muito 
importante.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
027
Os custos de produção no curto prazo
O curto prazo é um período ao longo do qual as empresas 
conseguem ajustar a produção, mudando os fatores variáveis, tais 
como trabalho e as matérias-primas. No curto prazo, os fatores 
fixos, como as instalações e os equipamentos, não podem ser 
plenamente ajustados.
A produção no curto prazo apresenta dois tipos de custos: os custos 
variáveis, que dependem do volume da produção, (por exemplo a 
matéria-prima utilizada) e, os custos fixos, que não dependem 
do volume de produção, pois incorre-se neles ainda que nada 
se produza (exemplo: o aluguel do imóvel onde a empresa está 
instalada). 
O custo total de uma empresa é a soma dos custos fixos mais os 
custos variáveis.
CT= CF + CV
O custo médio de uma empresa vai ser encontrado através da 
divisão do custo total pela quantidade produzida.
Custo marginal é o custo adicional ou extra, vinculado à produção 
de uma unidade adicional do produto (Ex.: a cada unidade produzida 
de um lápis de escrever, a empresa vai precisar de mais madeira.)
 
Cmg=delta(variação) CT/delta(variação) Q
Para analisar a Função Produção, vamos considerar o quadro 
abaixo, verificando a quantidade de bens produzidos, aumentando 
o fator variável trabalho e mantendo fixos os demais fatores 
produtivos.
Cme= CT
 Q
A produção 
no curto prazo 
apresenta dois 
tipos de custos: 
os custos 
variáveis e os 
custos fixos.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
028
QUADRO 1 - Produto total e Produto Marginal do Trabalho – Produção de biscoitos
Quantidade de 
trabalhadores
Produto 
 total
Produto 
Marginal
Custo da 
Fábrica
Custo dos 
trabalhadores 
Custo 
Total
0 0 0 30 0 30
1 50 50-0 = 50 30 10 40
2 90 90-50= 40 30 20 50
3 120 120-90= 30 30 30 60
4 140 140-120= 20 30 40 70
5 150 150-140 = 10 30 50 80
6 155 155-150= 5 30 60 90
O produto marginal de qualquer insumo no processo de produção 
é o aumento da quantidade produzida que se obtém a partir de 
uma unidade adicional do insumo em questão. Quando o número 
de trabalhadores sobe de 1 para 2, a produção sobe de 50 para 90, 
de modo que o produto marginal do segundo trabalhador são 40 
biscoitos. E, quando o número de trabalhadores sobe de 2 para 3, 
a produção de biscoitos aumenta para 120, de modo que o produto 
marginal do terceiro trabalhador são 30 biscoitos.
Fonte: MANKIW, 2009, p.261.
Observe que, à medida que o número de trabalhadores aumenta, o produto 
marginal diminui. O segundo trabalhador tem um produto marginal de 40 
biscoitos, o terceiro, de 30, e o quarto, de 20. Essa propriedade é chamada 
produto marginal decrescente. O que pode explicar a redução na produção 
é que, com o aumento do número de trabalhadores, eles passam a ter que 
compartilhar equipamentos e trabalhar com uma lotação cada vez maior. 
Portanto, ao contratar mais trabalhadores, cada trabalhador adicional 
contribui menos para a produção total de biscoitos.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
029
GRÁFICO 8 - Função de Produção
GRÁFICO 9 - Curva de Custo Total
Fonte: MANKIW, 2009, p.263.
Fonte: MANKIW, 2009, p.263.
Quantidade 
produzida 
(biscoitos por 
hora)
Número de trabalhadores 
contratados
Função de 
produção
Custo 
total
0 1 2 3 4 5 6
160
140
120
100
80
60
40
20
0 20 40 60 80 100 120 140 160
$ 90
80
70
60
50
40
30
20
10
Quantidade produzida 
(biscoitos por hora)
Número de trabalhadores 
contratados
Curva de 
custo total
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
030
A Função de Produção no gráfico mostra a relação entre o número 
de trabalhadores empregados e a quantidade total de produtos. 
A Função de Produção torna-se menos inclinada à medida que o 
número de trabalhadores aumenta, o que reflete a diminuição do 
produto marginal.
A curva de custo total ilustra a relação entre a quantidade produzida 
e o custo total de produção. A inclinação da curva de custo total 
aumenta com a quantidade produzida por causa do produto 
marginal decrescente.
A Lei dos Rendimentos Decrescentes, confirma o que foi verificado 
no gráfico anterior. Em uma produção com pelo menos um fator 
fixo, à medida que são acrescentadas mais unidades de fatores 
variáveis, os incrementos na produção serão cada vez menores.
Os custos de produção no longo prazo
No longo prazo, diferentemente do curto prazo, todos os fatores 
produtivos podem ser alterados de acordo com a quantidade de 
produção que for necessária.
Um exemplo para explicar a diferença é se analisarmos uma fábrica 
de carros após um incentivo de redução de IPI. No curto prazo, o 
aumento de demanda pelos carros pode ser atendido através de 
contratação de horas-extras. No longo prazo, se a expectativa de 
aumento na demanda permanecer, a fábrica pode ampliar a sua 
planta e dessa forma produzir mais carros.
No longo prazo, a produção vai acontecer em torno das alterações 
nos fatores produtivos e são estabelecidas em torno do conceito de 
rendimentos de escala.
Escala significa o tamanho da empresa medido por sua produção. 
Ao verificar a quantidade de produtos produzidos através dos 
fatores produtivos instalados a empresa pode apresentar:
Escala significa 
o tamanho 
da empresa 
medido por sua 
produção. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
031
• Rendimentos de escala crescente: à medida que a 
quantidade utilizada de todos os fatores varia em 
determinada proporção, a quantidade obtida do produto 
varia em uma proporção maior. 
• Rendimentos constantes de escala: quando a quantidade 
dos fatores utilizados e a quantidade obtida de produtos 
variam na mesma proporção.
• Rendimentos decrescentes de escala: à medida que a 
quantidade dos fatores utilizados varia em determinada 
proporção, a quantidade obtida de produtos varia em uma 
proporção menor.
Lições de uma fábrica de alfinetes
“Quem tudo faz, nada sabe”. Essa frase ajuda a explicar por que as 
empresas às vezes usufruem de economias de escala. Alguém que tenta 
fazer de tudo geralmente acaba fazendo tudo mal. Se uma empresa 
quer que seus trabalhadores sejam o mais produtivo que puderem, 
muitas vezes é melhor confiar a cada um uma tarefa limitada que possa 
ser dominada. Entretanto, isso só é possível se a empresa tem muitostrabalhadores e gera uma grande quantidade de produto.
Em seu famoso livro “A Riqueza das Nações”, Adam Smith descreveu uma 
visita que fez a uma fábrica de alfinetes. Smith ficou impressionado com 
a especialização entre os trabalhadores e com as economias de escala 
resultantes. Ele escreveu: “Um homem estende o arame, o outro estica, 
um terceiro o corta, um quarto lhe deixa com a ponta, um quinto lixa o topo 
para receber a cabeça; a feitura da cabeça requer duas ou três operações 
distintas; encaixá-la é uma atividade peculiar; branqueá-la é outra; até 
mesmo embalá-los é um negócio por si só”.
Smith relatou que, graças à especialização, a fábrica de alfinetes produzia 
milhares de alfinetes por trabalhador, por dia. Ele conjeturou que, se os 
trabalhadores tivessem optado por trabalhar separadamente e não como 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
032
uma equipe de especialistas, “eles certamente não poderiam, cada um por 
si só, fazer sequer vinte alfinetes por dia”. Em outras palavras, por causa 
da especialização, uma grande fábrica de alfinetes pode atingir uma maior 
produção por trabalhador e um menor custo por alfinete do que uma 
fábrica de alfinetes menor.
A especialização que Smith observou na fábrica de alfinetes prevalece na 
economia moderna. Se você quiser construir uma casa por exemplo, pode 
tentar fazer tudo sozinho, mas muitas pessoas recorrem a um construtor, 
que, por sua vez, contrata carpinteiros, encanadores, eletricistas, pintores e 
muitos outros tipos de trabalhadores. Esses trabalhadores especializam-se 
em atividades específicas, e isso lhes permite fazer melhor o seu trabalho 
do que se fossem generalistas. Na verdade, o uso da especialização para 
alcançar economias de escala é um dos motivos pelos quais as sociedades 
modernas são tão prósperas. (MANKIW, 2009, p.271).
Custos Contábeis 
e Custos Explícitos
O conceito de custo em economia é mais amplo que o empregado 
na Contabilidade. Nas Ciências Contábeis, o custo corresponde 
ao gasto monetário no qual se incorre pela utilização dos fatores 
produtivos. Em economia, o conceito de custo relevante é o custo 
de oportunidade, que inclui os custos dos fatores que não exigem 
desembolso em dinheiro. Ao fazer um determinado investimento, o 
indivíduo tem que analisar as oportunidades existentes para aplicar 
aquele recurso financeiro e verificar qual a mais viável.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 2
033
Revisão
A empresa se encarrega de produzir e distribuir a maior parte dos 
bens e serviços que circulam na economia.
O objetivo de qualquer empresa é a maximização dos lucros.
A Função de Produção é a relação técnica que nos diz qual 
quantidade máxima de produto é possível obter com cada 
combinação de fatores produtivos, durante determinado período.
Os custos de uma empresa refletem seu processo de produção. 
A propriedade do produto marginal decrescente mostra que 
a inclinação da Função de Produção diminui à medida que a 
quantidade de um insumo aumenta.
Ao se analisar o comportamento de uma empresa, é importante 
incluir todos os custos de oportunidade da produção.
No curto prazo, os fatores fixos não podem sofrer alterações. No 
longo prazo todos os fatores podem ser alterados de acordo com 
expectativa de demanda existente.
Os custos totais de uma empresa podem ser divididos em custos 
fixos e custos variáveis. Custos fixos são aqueles que não mudam 
quando a empresa altera a quantidade produzida. Custos variáveis 
são aqueles que mudam quando a empresa altera a quantidade 
produzida.
No longo prazo, de acordo com a produtividade obtida pela 
empresa através do uso dos fatores produtivos, ela pode apresentar 
rendimentos de escala crescente, rendimentos de escala 
decrescente e rendimentos de escala constante.
Ao se analisar o 
comportamento 
de uma empresa, 
é importante 
incluir todos 
os custos de 
oportunidade da 
produção.
Estrutura 
de Mercado
• Mercado 
perfeito
• Mercados não-
competitivos
• Falhas de 
mercado
• Revisão
Introdução
Há dois extremos nos mercados. Num deles, está o monopólio, no 
qual apenas uma firma vende um bem, que não possui substitutos 
similares. No outro extremo está o mercado de concorrência 
perfeita, no qual muitas firmas vendem bens que são substitutos 
entre si. Os outros mercados existentes ficam entre esses dois 
extremos. 
Podemos começar mostrando um exemplo prático desses dois 
mercados para que você possa entender o que será abordado 
nessa unidade.
Numa fábrica de gelatina, o comprador ao adquirir mais açúcar, foi 
informado que seu fornecedor está praticando um preço dez por 
cento acima do valor do açúcar adquirido na última compra. Para 
evitar que esse aumento impacte no custo de produção desse 
produto, o comprador buscará outros concorrentes no mercado 
na tentativa de comprar açúcar por um preço mais baixo. Esse 
mercado apresenta as características de um mercado competitivo, 
onde há muitos vendedores, muitos demandantes, e nenhum deles 
tem capacidade para afetar o preço de mercado.
Entretanto, se a empresa fornecedora de energia da sua cidade 
decide reajustar o preço da tarifa em dez por cento, você teria que 
aceitar o aumento, pois dificilmente encontraria um fornecedor 
alternativo, já que se trata de um mercado não competitivo.
Portanto, esses dois mercados afetam diferentemente os ofertantes 
e demandantes, de acordo com as características de cada um.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
036
Mercado 
Perfeito
Fonte: Acervo Institucional.
Como se diferenciam os mercados ou concorrência? A concorrência 
entre um grande número de vendedores que vende um produto ou 
serviço homogêneo (concorrência perfeita) será diferente daquela 
observada em um mercado em que os concorrentes são numerosos, 
mas conseguem diferenciar o produto ou serviço que oferecem 
(concorrência monopolística), e daquela em que existe apenas um 
número reduzido de vendedores (oligopólio). Como caso extremo, 
em que a concorrência inexiste, destaca-se o mercado controlado 
por um único produtor (monopólio). Quanto maior o número de 
participantes, mais competitivo será o mercado (MÓCHON, 2006).
FIGURA 6 - Concorrência
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
037
FIGURA 7 - Tipos de Estrutura de mercado
Fonte: MÓCHON, 2006, p.67 [Esquema 5.1].
NÚMERO DE VENDEDORES
Muitos Poucos Um
Concorrência perfeita
(produtos idênticos)
OligopólioConcorrência monopolística 
(diferenciados)
Monopólio
Características dos mercados 
competitivos
Os mercados competitivos ou de concorrência perfeita apresentam 
as seguintes características:
1. Existência de elevado números de ofertantes e 
demandantes: isso implica que a decisão individual de 
cada um deles exercerá pouca influência sobre o mercado 
global.
2. Os bens oferecidos pelos diferentes vendedores são 
praticamente idênticos ou homogêneos: supõe que não 
existe diferença entre o produto que vende um ofertante e o 
que vendem os demais.
3. As empresas podem entrar ou sair livremente do mercado: 
todas as empresas participantes poderão entrar e sair do 
mercado de forma imediata. Assim, por exemplo, se uma 
empresa está produzindo calçados esportivos e não obtém 
lucros, abandonará esta atividade e começará a produzir 
outros bens mais lucrativos.
4. As empresas individualmente não são capazes de fixar 
o preço: como não há barreiras de entrada e o produto é 
homogêneo, nenhuma empresa sozinha consegue afetar o 
preço de venda. Cada empresa vende seu produto ao preço 
fixado pelo mercado, consciente de que se cobrar mais, 
verá sua produção encalhada, já que os produtores sabem 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
038
que há muitas outras empresas vendendo um produto 
idêntico a um preço menor.
5. Existe informação perfeita: pois todos os participantes 
têm pleno conhecimento das condições gerais em que o 
mercado opera.
Nos mercados de concorrência perfeita, as empresas que buscam 
os maiores lucrosdevem recorrer ao máximo à tecnologia, ou seja, 
incorporar os últimos avanços em técnicas produtivas, atingindo 
uma maior eficiência e melhor aproveitamento dos fatores 
produtivos.
Mercados 
não-competitivos
FIGURA 8 - Monopólio
Fonte: Acervo Institucional.
As empresas participantes desse cenário têm poder de mercado, 
isto é, capacidade de influir sobre os preços. 
Um extremo desse mercado é o monopólio, onde existe apenas 
uma empresa ofertante daquele tipo de produto no mercado e 
As empresas 
participantes 
desse cenário 
têm poder de 
mercado, isto é, 
capacidade de 
influir sobre os 
preços. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
039
com plena capacidade de determinar o preço. Apesar de existirem 
poucas empresas monopolistas no mercado, existem fatores que 
favorecem o seu aparecimento:
1. Barreiras legais: o governo tem interesse em explorar 
determinados bens ou serviços e limita a entrada de outros 
participantes nesses setores.
2. Patentes e direitos autorais: as patentes protegem os 
inventores e os direitos autorais protegem os escritores 
e artistas, evitando que outros copiem as suas ideias 
livremente durante um certo número de anos.
3. Controle de recursos estratégicos: uma empresa controla 
a produção de um determinado fator produtivo, por ser 
a única detentora de um fator produtivo essencial na 
produção de um bem.
4. Grandes economias de escala: economias de escala 
existem quando uma firma amplia a produção e encontra 
um custo médio menor.
Resposta dos Governos aos Monopólios
Em reação à perda de eficiência gerada pelos monopólios, os poderes 
públicos podem tomar as seguintes providências:
1. Regular o funcionamento dos monopólios: a regulação é a 
solução habitual no caso dos monopólios naturais, como as 
companhias de gás ou água. Essas companhias não podem 
fixar as tarifas que desejam, e sim um preço regulado pelos 
organismos públicos.
2. Aumentar a concorrência mediante leis antitruste: a questão 
da defesa da concorrência sempre constituiu uma preocupação 
crescente dos governos de vários países ao longo das últimas 
décadas. No caso do Brasil, o Sistema Brasileiro de Defesa da 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
040
Concorrência (SBDC) é, em última instância, o responsável pela 
aprovação de mudanças nas estruturas de mercado no país por 
meio de fusões ou outros atos de concentração e, excluindo-se 
alguns setores regulados, pela coibição de práticas e condutas 
anticompetitivas.
A legislação brasileira estabelece que a defesa da concorrência é uma 
atribuição do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), 
autarquia vinculada à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério 
da Justiça e à Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do 
Ministério da Fazenda.
3. Converter alguns monopólios privados em empresas públicas: 
no passado, para resolver o problema dos monopólios 
administrados por empresas privadas, era frequente que os 
Estados optassem por tomar a propriedade dessas empresas e 
geri-las eles próprios. Em muitos países europeus, é comum que 
o Estado possua e administre boa parte dos serviços públicos, 
como telecomunicações, energia elétrica, água, gás ou correios. 
O grande problema dessa conduta, é que em empresas públicas, 
dificilmente os gestores são demitidos, e, quando a gestão é ruim, quem 
perde são os consumidores. Por isso, durante as últimas décadas temos 
presenciado um importante processo de privatização de empresas 
públicas e liberalização dos setores regulados. Para tanto, a concorrência 
tem sido estimulada em todas as atividades que tradicionalmente 
funcionavam em regime monopolista.
Oligopólio
O oligopólio é uma estrutura de mercado em que atuam poucos 
ofertantes em um grande mercado de demandantes. Um exemplo 
de oligopólio é o mercado das empresas de telefonia celular. 
Atualmente no Brasil temos quatro empresas para um universo de 
aproximadamente 200 milhões de celulares habilitados. 
Um exemplo 
de oligopólio é 
o mercado das 
empresas de 
telefonia celular. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
041
O caso extremo do oligopólio, denominado duopólio, é aquele em 
que existem apenas dois produtores.
Quando um mercado é composto de um número reduzido de 
empresas, estas tomam consciência de sua interdependência. 
Característica específica do oligopólio, a chamada interação ou 
interdependência estratégica, surge quando os planos de cada 
empresa dependem da conduta de seus concorrentes.
A partir dessa interação foi que surgiu a Teoria dos Jogos1 , que 
estuda como as pessoas se comportam em situações estratégicas. 
Por essa razão, é lógico que as empresas oligopolistas, na hora 
de tomar qualquer decisão, levem em conta a reação previsível da 
concorrência, o que ocasiona os comportamentos estratégicos. 
Por exemplo, ao inovar com o lançamento de um novo produto, a 
empresa adota a estratégia de sair à frente do seu concorrente e 
assim aumentar sua participação no mercado. 
As empresas participantes do mercado de oligopólio, podem 
realizar acordos sobre produção e preço. Esse tipo de acordo é 
conhecido como colusão, e o grupo de empresas que atua desse 
modo, como cartel. Essa prática, apesar de apresentar restrições 
legais, infelizmente ainda é adotada com o objetivo de alcançar 
uma maximização conjunta dos lucros. Muitas empresas optam 
por praticar a colusão tácita, isto é, não fazem acordos explícitos, 
mas também não concorrem entre si. Nesses casos, as empresas 
acordam preços muito similares, conseguindo assim elevar os 
lucros e reduzir o risco da atividade.
As empresas, ao optarem por cooperar, podem atingir assim o 
chamado Equilíbrio de Nash (em homenagem ao economista John 
1 Teoria dos Jogos – foi empregada para analisar a interação entre duopolistas. 
Quando em um setor há apenas dois concorrentes, e cada um começa a se 
perguntar como o outro reagirá as suas decisões.
O caso extremo 
do oligopólio, 
denominado 
duopólio, é 
aquele em que 
existem apenas 
dois produtores.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
042
Nash, cuja vida foi retratada no livro e no filme chamados Uma 
Mente Brilhante). O Equilíbrio de Nash é aquela situação em que 
os agentes econômicos interagem entre si e cada um escolhe sua 
melhor estratégia, dadas as estratégias escolhidas pelos demais.
Concorrência monopolística
No mercado de concorrência monopolística, temos a participação 
de várias empresas, que vendem produtos similares mas não 
idênticos. Oferecem produtos diferenciados que acabam interferindo 
na escolha do consumidor. Podemos exemplificar utilizando as 
empresas que produzem refrigerante. Existem atualmente várias 
empresas participantes desse mercado, mas aquele consumidor 
de Coca-Cola, sempre vai comprar esse refrigerante, por causa 
do sabor, independente do seu preço. A escolha do produto é 
determinada pela preferência do consumidor. 
Além das diferenças físicas dos bens, os ofertantes, por meio 
da publicidade ou de um atendimento personalizado, tentam 
criar diferenças subjetivas, capazes de ampliar ou intensificar a 
heterogeneidade dos produtos.
Mercado Monopsônico
Um mercado monopsônico é aquele em que há apenas um único 
comprador. Ex.: Vários produtores de leite com apenas um laticínio 
comprando essa produção.
Mercado Oligopsônico
Um mercado oligopsônico é aquele caracterizado pela existência 
de um pequeno número de compradores responsável por uma 
parcela significativa das compras ocorridas no mercado. Ex.: A 
indústria automobilística (poucas empresas) é a responsável pela 
maioria das vendas na indústria de autopeças.
O caso extremo 
do oligopólio, 
denominado 
duopólio, é 
aquele em que 
existem apenas 
dois produtores.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
043
Falhas de 
mercado
As falhas de mercado ocorrem quando os mercados não são 
eficientes, ou seja, quando em certas ocasiões de produção ou 
de consumo de um bem ou serviço, ocorremefeitos colaterais, 
positivos ou negativos.
Esses efeitos colaterais são conhecidos como externalidades ou 
economias externas.
Veja um exemplo de externalidade na produção:
Uma mineradora, ao extrair o minério de ferro, gera um efeito ambiental 
negativo, que toda a sociedade terá como custo social. Ao compor 
o preço do minério de ferro, a mineradora apenas considera o custo 
privado da produção, ignorando o custo social.
Nesses casos, o governo precisa intervir, cobrando impostos ou 
concedendo subsídios que forcem o sistema de preços a igualar os 
custos e os benefícios privados e sociais associados ao consumo e à 
produção de determinado bem ou serviço. Ou seja, o sistema de preços 
deve internalizar o custo social, mediante a aplicação de um imposto, à 
produção ou ao consumo, que reduza a quantidade transacionada. 
Os impostos utilizados na correção de externalidades são chamados 
de impostos pigouvianos ou impostos de Pigou, em homenagem ao 
economista Alfred Pigou, um dos primeiros a abordar esse tema.
Esses efeitos 
colaterais são 
conhecidos como 
externalidades 
ou economias 
externas.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
044
Revisão
Há dois extremos nos mercados. Num deles, está o monopólio, no 
qual apenas uma firma vende um bem, que não possui substitutos 
similares. No outro extremo está o mercado de concorrência 
perfeita, no qual muitas firmas vendem bens que são substitutos 
entre si. Os outros mercados existentes ficam entre esses dois 
extremos. 
Sob um sistema de concorrência imperfeita, as empresas têm 
poder para influenciar o preço. 
Na concorrência imperfeita temos o monopólio, oligopólio, 
concorrência monopolística, oligopsônio e monopsônio.
As causas para a aparição do monopólio são: acesso exclusivo a 
certos recursos, patentes, concessões públicas e existência de 
economias de escala.
A legislação em defesa da concorrência tenta evitar que, uma 
vez instituídas regras que permitam a concorrência, esta se veja 
fraudada pelo comportamento dos agentes econômicos. A política 
de concorrência serve para aprimorar e fiscalizar o funcionamento 
dos mercados.
Temos oligopólio quando a demanda é atendida por alguns poucos 
ofertantes. O caso extremo do oligopólio, em que existem apenas 
dois produtores, é denominado duopólio.
Dizemos que um oligopólio encontrou uma solução colusiva quando 
todos os concorrentes, de forma explícita, estabelecem acordos que 
lhes permitam ter informações sobre o comportamento ou reação 
dos demais diante de uma decisão tomada no mercado. Dentro 
desse tipo de solução a mais característica é o cartel (combinação 
de empresas que tentam limitar as forças da concorrência para 
Sob um sistema 
de concorrência 
imperfeita, as 
empresas têm 
poder para 
influenciar o 
preço. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 3
045
acordar um preço comum e alcançar a maximização conjunta dos 
lucros).
Quando falamos em soluções não colusivas, entendemos que os 
concorrentes não dispõem de informações sobre o comportamento 
e a reação de seus concorrentes diante de qualquer solução que 
se tome. Nesse caso, a Teoria dos Jogos pode ser usada como 
referência para estudar o comportamento oligopolístico. Ela analisa 
o comportamento dos indivíduos em situações estratégicas, isto 
é, considerando como os outros poderiam responder às suas 
decisões.
A concorrência monopolística surge quando existem muitos 
vendedores, mas cada um é capaz de diferenciar seu produto e, 
assim, acaba atuando como monopolista de sua marca.
Um mercado monopsônico é aquele em que há apenas um único 
comprador. Um mercado oligopsônico é aquele caracterizado pela 
existência de um pequeno número de compradores responsável por 
uma parcela significativa das compras ocorridas no mercado. 
As falhas de mercado ocorrem quando os mercados não são 
eficientes, ou seja, quando em certas ocasiões de produção ou 
de consumo de um bem ou serviço, ocorrem efeitos colaterais, 
positivos ou negativos.
Economia 
Brasileira 
Contemporânea
• Introdução à 
macroeconomia
• Regime de metas 
inflacionárias
• Política fiscal
• O Banco Central 
e a política 
monetária
• Relações 
internacionais: o 
setor externo
• Políticas 
macroeconômicas 
adotadas na 
economia 
brasileira
• Revisão
Introdução
Quando você concluir os estudos e começar a procurar por 
um emprego, sua experiência será moldada pelas condições 
econômicas do momento. O cenário poderá ser de uma economia 
onde todas as empresas estão expandindo sua produção de bens 
e serviços, o nível de emprego está aumentando e é fácil encontrar 
trabalho. Ou poderá ser um momento onde as empresas estão 
reduzindo a produção, o nível de emprego está em queda e leva 
muito tempo para encontrar um bom trabalho. 
Como a saúde geral da economia afeta profundamente a todos 
nós, as mudanças nas condições econômicas são muito noticiadas 
pela mídia. Os jornais, a internet e a TV apresentam frequentemente 
alguma nova estatística sobre a economia. A estatística pode 
medir o crescimento econômico (PIB), a taxa que os preços estão 
aumentando (a inflação), a porcentagem da força de trabalho que 
está sem trabalhar (taxa de desemprego), a despesa total nas lojas 
(vendas no varejo) ou o desequilíbrio do comércio entre o Brasil e o 
resto do mundo (o déficit comercial). Todas essas estatísticas são 
macroeconômicas e trata-se do que vamos estudar nessa unidade.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
048
Introdução à 
Macroeconomia
Regime de metas 
inflacionárias
Um dos mais importantes indicadores mensurados na economia é 
o Produto Interno Bruto (PIB), que é o valor de mercado de todos 
os bens e serviços finais produzidos em um país (dentro de suas 
fronteiras) em dado período de tempo. O PIB é constituído pela 
soma do consumo, investimento, compras de bens e serviços pelo 
governo e exportações líquidas. 
O PIB é a medida mais abrangente da atividade econômica de 
uma nação. As autoridades que elaboram as políticas utilizam as 
informações sobre o PIB para monitorar flutuações econômicas 
de curto prazo e tendências de crescimento a longo prazo para a 
economia.
FIGURA 9 – Inflação
Fonte: Acervo Institucional.
A inflação acontece quando os preços se elevam. Ela se torna muito 
danosa para uma economia, quando sai do controle do governo e 
O PIB é a medida 
mais abrangente 
da atividade 
econômica de 
uma nação. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
049
principalmente se acelera demais, se tornando uma hiperinflação. 
Num cenário de inflação, o poder aquisitivo dos indivíduos é corroído 
pelo aumento de preço dos produtos e há perda do valor da moeda.
Para evitar que a inflação alcance patamares muito altos e fora de 
controle, o governo brasileiro passou a adotar a partir de 1999, o 
Regime de Metas Inflacionárias.
Na atualidade, diversos países adotam a prática de “Regime de 
Metas para a Inflação”. Esse regime é caracterizado por três 
elementos:
1. O gestor: o Banco Central (Bacen), principal agente do 
sistema financeiro, é o responsável pela gestão do regime. 
A ele cabe manter a inflação sob controle (isto é, dentro das 
metas estabelecidas).
2. A meta: o Bacen estabelece com antecedência as metas de 
inflação para os anos à frente. Em geral, são fixadas faixas 
de tolerância para a inflação, um intervalo com valores 
máximos e mínimos entre os quais está o “alvo” ou centro 
da meta. No Brasil, as metas são definidas pelo CMN – 
Conselho Monetário Nacional, composto pelo presidente do 
Banco Central, o Ministro do Planejamento e o Ministro da 
Fazenda.
3. O instrumento: o Bacen utiliza a taxa de juros básica que 
no Brasil é a Selic (Sistema de Liquidação e Custódia) 
com o objetivo de manter a inflação nos limites das metas 
estabelecidas. O Copom (Comitê de Política Monetária), 
composto dos diretores e presidente do Bacen, se reúne 
periodicamente e examina a tendência da inflação.
O que acontece se a inflaçãocomeça a ultrapassar o limite das 
metas estabelecidas? A lógica é simples: havendo ameaça de 
descumprimento da meta inflacionária, o Bacen eleva as taxas de 
Na atualidade, 
diversos países 
adotam a prática 
de “Regime de 
Metas para a 
Inflação”. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
050
juros. Com isso, visa reduzir a demanda por bens e serviços e criar 
um ambiente desfavorável à alta de preços. Se a meta está para 
ser cumprida com certa folga, o Bacen pode reduzir as taxas de 
juros. Isso contribui para a retomada do consumo e pode provocar 
nova pressão inflacionária. Desde que isso não leve novamente ao 
descumprimento da meta, as taxas de juros podem ser mantidas 
em baixa.
A inflação é um fenômeno complexo que pode estar associado a 
diversos fatores, nem todos muito sensíveis aos juros fixados pelo 
Bacen. De todo o modo, desde a Grande Depressão, os países 
desenvolvidos perceberam que é melhor conviver com uma taxa 
de inflação baixa e constante do que com uma deflação (queda 
contínua nos preços). Atualmente, todos os países desenvolvidos 
têm metas de inflação (explícitas ou implícitas). Quanto mais 
estáveis as taxas de juros, mais longos se tornam os horizontes de 
planejamento das empresas.
Política 
fiscal
FIGURA 10 - Política fiscal
Fonte: Acervo Institucional.
A inflação é 
um fenômeno 
complexo que 
pode estar 
associado 
a diversos 
fatores.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
051
Para controlar a atividade econômica de um país, evitando 
oscilações bruscas nos preços dos produtos e procurando 
minimizar os problemas de uma inflação descontrolada, o governo 
pode adotar políticas macroeconômicas. Nessa unidade você 
estudará a política fiscal, monetária e cambial que podem ser 
utilizadas em conjunto ou separadamente, objetivando um maior 
crescimento econômico, controle dos preços e maiores índices de 
empregos.
Política fiscal: as decisões do governo que se referem ao nível de 
gasto público e aos impostos. Incide sobre a renda e o consumo 
dos indivíduos e oferece incentivos aos investimentos e outras 
decisões econômicas.
As medidas expansionistas (aumento do gasto público ou redução 
de impostos) tenderão a criar déficit no orçamento e são utilizadas 
para impulsionar a demanda agregada (investimento e consumo), 
enquanto as medidas restritivas (redução do gasto público e 
aumento de impostos) atuarão no sentido contrário. Como exemplo 
de uso da política fiscal, podemos falar da redução do IPI dos 
veículos automotivos. O governo brasileiro adotou essa estratégia 
em 2010 e tornou a repetir em 2012 com o objetivo de aumentar 
o consumo de carros novos, evitando assim maiores taxas de 
desemprego devido a uma queda na produção da indústria.
A condução da política fiscal envolve tanto a administração 
dos gastos públicos (G) quanto o gerenciamento das receitas 
tributárias (T). Através dos gastos públicos, o governo pode 
interferir na demanda agregada por bens e serviços, intensificando 
ou desacelerando o nível de atividade. Nesse sentido, o excesso de 
gastos públicos pode ser um fator gerador de inflação de demanda. 
Ao mesmo tempo, os gastos públicos podem servir como um 
freio à recessão gerada em movimentos de desaquecimento. Por 
fim, a arrecadação tributária afeta indiretamente o gasto privado. 
Elevações de impostos podem reduzir tanto o consumo privado 
quanto o investimento privado.
A condução da 
política fiscal 
envolve tanto a 
administração dos 
gastos públicos 
(G) quanto o 
gerenciamento 
das receitas 
tributárias (T). 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
052
Orçamento Público
Orçamento do setor público: é uma descrição de seus planos de 
gasto e financiamento. Na esfera federal, o governo brasileiro, 
anualmente, faz um planejamento dos seus gastos e das fontes de 
receita que serão utilizados no ano seguinte. 
As receitas públicas são as receitas do Estado obtidas basicamente 
por meio dos impostos. Os impostos são as receitas públicas 
criadas por lei e de cumprimento obrigatório para os sujeitos 
contemplados por ela.
Orçamento do setor público = Receitas públicas – Gastos públicos
Se as receitas públicas superam os gastos públicos, haverá 
um superávit orçamentário. Pelo contrário, haverá um déficit 
orçamentário quando as receitas públicas forem menores que os 
gastos públicos. O orçamento estará equilibrado quando a receita 
pública for igual ao gasto público.
O setor público tem diferentes modos de financiar o déficit público, 
veja quais são:
1. Emissão de moeda: isto equivale a mera fabricação de 
dinheiro. Este fato fará com que haja mais dinheiro em 
circulação e, portanto, a demanda agregada tende a ficar 
aquecida, causando um aumento do nível de preços. Ao 
perceberem o aquecimento da demanda, os produtores 
logo aumentarão seus preços, o que pode fazer com 
que o resultado seja apenas inflação, sem nenhuma 
consequência sobre o nível da atividade.
2. Emissão de títulos da dívida pública: o Estado coloca à 
venda títulos de renda fixa (Letras do Tesouro Nacional). 
3. Aumento dos impostos: serve como aumento da 
arrecadação da receita do governo. Entretanto, a carga 
O orçamento 
estará 
equilibrado 
quando a 
receita pública 
for igual ao 
gasto público.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
053
O Banco Central e a 
Política Monetária
A “Lei da Oferta e da Demanda” tem uma forma simples de analisar 
a formação dos preços na economia. A escassez eleva o preço, seja 
por causa de uma demanda elevada, seja por causa de uma oferta 
reduzida. No sentido contrário, preços em baixa são causados por 
uma abundância relativa, seja esta devido à falta de demanda ou a 
excesso de oferta. 
Com a moeda ocorre algo semelhante. Basta que seja feita pequena 
adaptação para melhor compreender a taxa de juros como um preço e 
o Banco Central como um grande agente no mercado monetário, capaz 
de gerar escassez ou abundância de moeda no sistema financeiro. Em 
última instância, o Banco Central é o guardião da moeda.
Para analisar com mais detalhes os mecanismos por meio dos quais 
o Bacen atua, deve-se lembrar que ele é um agente privilegiado no 
tratamento com o sistema bancário. Quando o Bacen estabelece a 
taxa de juros com a qual opera, essa taxa passa a ser um parâmetro 
para as demais operações do sistema financeiro.
FIGURA 11 – Banco
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Ănima, 2014.
Funções do Banco Central: 
tributária no Brasil é tão elevada, que o brasileiro não 
consegue mais aceitar uma elevação nos impostos.
A “Lei da Oferta 
e da Demanda” 
tem uma 
forma simples 
de analisar 
a formação 
dos preços na 
economia. 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
054
O Banco Central do Brasil (Bacen) é o responsável pelo controle 
e funcionamento do sistema financeiro. Uma de suas tarefas 
fundamentais consiste em manter sob controle a quantidade de 
dinheiro ajustado aos objetivos pré-estabelecidos. Ao fazer esse 
controle, simultaneamente condiciona-se a taxa de juros.
Quais são as funções do Banco Central?
1. Banco dos bancos: é responsabilidade do Banco Central 
zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, e 
como tal possuir um papel regulador e fiscalizador sobre os 
agentes que compõem o sistema, além de funcionar como 
emprestador em última instância, em momentos em que 
as instituições passem por problemas de liquidez. Define o 
depósito compulsório2 ou taxa de reserva compulsória.
2. Depositário das reservas internacionais: o Banco Central 
mantém em seu ativo um estoque de moedas estrangeiras 
que viabilizam sua intervenção no mercado cambial. O 
Bacen lança mão dessas reservas quando o valor do dólar 
está muito valorizado ou desvalorizado. Em caso de alta do 
dólar, o governo vende dólares no mercado, aumentando a 
oferta de moeda e consequentemente reduzindo o valor do 
dólar no mercado. Em caso de queda, é feito o movimento 
contrário.
3. Banco do governo: o Bacen éresponsável pelo controle das 
contas do governo, fazendo pagamentos e recebimentos 
para este.
4. Banco emissor: responsável pela emissão e controle do 
volume de moeda em circulação, garantindo que a taxa de 
juros de mercado esteja no nível adequado para o controle 
da inflação.
2 - Depósito compulsório - O depósito compulsório é geralmente feito através 
de determinação legal, obrigando os bancos comerciais e outras instituições 
financeiras a depositarem, junto ao Banco Central, parte de suas captações em 
depósitos à vista ou outros títulos contábeis.
O Banco Central 
do Brasil (Bacen) 
é o responsável 
pelo controle e 
funcionamento do 
sistema financeiro.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
055
A Política Monetária
Política monetária são decisões do governo a fim de modificar a 
quantidade de moeda ou a taxa de juros (MÓCHON, 2007, p.206).
A política monetária pretende influir na atividade econômica, atuando sobre 
o gasto total da economia e, em particular, sobre o gasto das famílias e 
sobre o investimento das empresas. Dado que o gasto está relacionado 
com a quantidade de dinheiro existente na economia e com as condições 
de crédito, principalmente com a taxa de juros, o BACEN procura controlar 
ambas as variáveis.
A política monetária posta em prática
O governo, e em particular o Ministério da Fazenda, normalmente 
no começo do ano, encarregam-se de estimar e calcular qual 
evolução deve seguir as principais variáveis da economia: preços 
e desempregos. A partir dessas previsões, o Bacen estima qual 
quantidade de dinheiro deve existir na economia para que os 
objetivos pretendidos sejam alcançados.
FIGURA 12 - Política monetária
Fonte: Elaborado pela autora.
Conselho Monetário Nacional
BACEN
Sistema Bancário
Oferta monetária
Taxa de juros Condições Creditícias
Demanda agregada 
• Consumo 
• Investimento
Produção real Emprego Inflação
Política 
monetária 
são decisões 
do governo 
a fim de 
modificar a 
quantidade de 
moeda ou a 
taxa de juros.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
056
Política monetária restritiva: engloba um conjunto de medidas 
que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de dinheiro e a 
encarecer os empréstimos (elevar a taxa de juros).
Política monetária expansiva: é formada por aquelas medidas que 
tendem a acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e a 
baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros). 
Os instrumentos da Política Monetária
1. O coeficiente de reservas ou depósito compulsório: 
O coeficiente de caixas define-se como a porcentagem 
sobre o total dos depósitos que as entidades financeiras 
têm de cobrir em efetivo ou na forma de depósito no Bacen.
Esta porcentagem é decidida pelo Bacen e é obrigatoriamente 
cumprida por todas as entidades financeiras. Ao se elevar o 
coeficiente de caixa, a quantidade de dinheiro de que essas 
entidades dispõem para emprestar a seus clientes diminuirá, e será 
de se esperar que ocorra uma elevação na taxa de juros. Sucederá o 
contrário se o Bacen reduzir o coeficiente.
2. Operações de open-market: Este é o principal instrumento 
utilizado no Brasil. O Bacen possui um estoque de títulos 
públicos. Quando o objetivo é reduzir a base monetária, 
vende parcela dos títulos públicos de sua carteira retirando 
moeda de circulação. Se o objetivo for a expansão 
monetária, o Bacen compra títulos no mercado, ampliando 
sua carteira e monetizando a economia.
3. Operações de redesconto: Essas operações ocorrem 
quando os bancos comerciais solicitam empréstimo ao 
Bacen. A variável importante é a taxa de juros cobrada 
pelo Banco Central em seus empréstimos aos bancos 
comerciais, ou seja, a taxa de juros de redesconto. Essa 
taxa pode ser usada para sinalizar as taxas de juros a 
serem praticadas pelo mercado.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
057
Os Efeitos da Política Monetária
• Efeitos sobre a demanda agregada: A elevação das taxas 
de juros por parte do Bacen induz o sistema financeiro a 
reduzir o volume de empréstimo ao setor privado, o que 
encarece a oferta de crédito, desestimulando o gasto dos 
agentes econômicos, tanto em investimentos produtivos 
quanto em consumo. O inverso ocorre quando há redução 
da taxa de juros.
• Efeitos sobre a inflação: Os economistas, chamados 
monetaristas, defendem que a inflação é causada por 
um aumento excessivo da oferta monetária. Por isso, o 
controle do crescimento da oferta monetária é um fator 
chave para conter o aumento dos preços.
• Efeitos sobre a entrada de capitais estrangeiros: Uma taxa 
de juros elevada incentiva a entrada de capital estrangeiro 
no país e desincentiva a fuga de capitais. O Brasil é um país 
que tem um das taxas de juros mais elevada do mundo e 
está com a economia relativamente estabilizada. Sendo 
assim, os investidores estrangeiros que conseguem capital 
pagando juros muito baixos, aplicam esse dinheiro no país 
obtendo uma maior rentabilidade. Isso é o que chamamos 
de transações especulativas, cujo fim é a obtenção de 
lucros através de ganhos em relação às taxas de juros.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
058
Relações Internacionais: 
o Setor Externo
FIGURA 13 - Relações internacionais
Fonte: Acervo Institucional.
Fluxos de comércio, renda e capitais
As influências econômicas externas às vezes têm um efeito 
poderoso sobre a economia. Uma economia está ligada ao resto do 
mundo através de dois canais externos: o comércio (exportação e 
importação) e o financiamento (transação de ativos financeiros).
As relações econômicas de um país com o resto do mundo são 
complexas, pois envolvem um conjunto muito grande de transações. 
O estudo dessas relações exige um tratamento sistemático e deve 
ser feito por meio de uma das mais importantes ferramentas 
contábeis utilizadas na economia: o balanço de pagamentos.
O balanço de pagamentos é o registro das transações dos residentes de 
um país com o resto do mundo. Existem duas contas principais no balanço 
de pagamentos: a conta corrente e a conta capital.
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
unidade 4
059
A conta corrente registra o comércio de bens e serviços, assim 
como os pagamentos de transferências. São registrados os 
pagamentos e recebimentos relativos a todas as transações 
realizadas com bens e serviços entre um país e o exterior. Os 
serviços incluem fretes, pagamento de royalties3 e de juros. Os 
pagamentos de transferências consistem em remessas, doações e 
concessões. A balança comercial registra o comércio de bens. Existe 
um superávit em conta corrente se as exportações excedem as 
importações somadas às transferências líquidas aos estrangeiros, 
isto é, se as receitas provenientes do comércio de bens e serviços e 
transferências 
A conta capital registra a compra e venda de ativo, como, por 
exemplo, estoques, títulos e terra. Ocorre um superávit da conta 
capital, quando as receitas provenientes da venda de estoques, 
títulos, terra, depósitos bancários e outros ativos excederem os 
pagamentos sobre a compra de ativos estrangeiros. No caso do 
contrário ocorrer, haverá um déficit.
Quando o balanço de pagamentos como um todo se encontra 
em déficit, o país tem que pagar mais moeda estrangeira aos 
estrangeiros do que recebe.
Entendida a lógica básica da organização do balanço de 
pagamentos, deve se detalhar um pouco mais os itens a serem 
registrados em cada bloco.
Balança Comercial – Nessa conta é registrado, 
período a período, os valores em moeda estrangeira 
relativos às exportações e importações de bens 
ocorridas em um determinado país. Somente o 
valor dos bens importados e exportados deve ser 
contabilizado na balança comercial. Nenhum tipo 
de serviço (tais como fretes) deve ser colocado 
lado a lado com a transação de bens.
3 Royalty é uma palavra de origem inglesa que se refere a uma importância cobrada 
pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção, marca, entre 
outros, ou pelo autor de uma obra,

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