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Indaial – 2021 EnfErmagEm Prof.ª Ana Gabriela Silva Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba 2a Edição fundamEntos dE Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Ana Gabriela Silva Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S586f Silva, Ana Gabriela Fundamentos de enfermagem. / Ana Gabriela Silva; Lucia Aba Youssef Haboba – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 139 p.; il. ISBN 978-65-5663-827-0 ISBN Digital 978-65-5663-823-2 1. Enfermagem. - Brasil. I. Haboba, Lucia Aba Youssef. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fundamentos de Enfermagem. Nós abordaremos os fundamentos teóricos e práticos de enfermagem, isto é, princípios que ajudam a desenvolver conhecimentos e atitudes específicas, habilitando o profissional para que ele forneça a assistência de enfermagem em todas as fases do ciclo vital do indivíduo, seja em situações de menor ou de alta complexidade. A construção de tais conhecimentos abarca a aplicação de semiologia e semiotécnica com base nos aspectos ético e científicos, no raciocínio clínico e na sistematização da assistência. Além disso, conheceremos também as noções e técnicas de enfermagem em campo de estágio, assim como a relação profissional de enfermagem com o paciente. Na Unidade 1, estudaremos o conhecimento crítico na prática da enfermagem, destacando a coleta de dados, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento e a implantação dos cuidados. Em seguida, na Unidade 2, conheceremos os princípios para a prática de enfermagem, como a segurança do paciente, os sinais vitais e o exame físico, preparando o futuro profissional para uma prática responsável, consciente e ética. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos prevenção e controle de infecções. Desse modo, discorreremos acerca das características da infecção, higienização das mãos e preparo de ambiente estéril. Portanto, é um assunto de extrema relevância para uma prática de cuidados. Assim, espera-se que possa construir os seus conhecimentos, através dos materiais selecionados, que estimulem sua leitura e agucem sua curiosidade, por uma prática de cuidados de saúde com responsabilidade e ética promovendo uma aprendizagem eficaz, colaborando com uma formação profissional de excelência. Bons estudos! Prof.ª Ana Gabriela Silva Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Você lembra dos UNIs? Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você a entender melhor o que são essas informações adicionais e o porquê você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - CONHECIMENTO CRÍTICO NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM ..............................1 TÓPICO 1 - COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM ..............................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 ABORDAGEM AO PACIENTE ...............................................................................................6 2.1 ROTEIRO DE INFORMAÇÕES RELEVANTES .................................................................................... 9 2.2 ESCUTA ATIVA AO PACIENTE ............................................................................................................ 11 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................14 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM .................................................................... 17 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17 2 PENSAMENTO CRÍTICO E ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ..........18 2.1 PRINCIPAIS FONTES DE ERROS NO DIAGNÓSTICO E ENFERMAGEM ....................................22 2.2 APLICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AO PLANO DE CUIDADO DE ENFERMAGEM .......................23 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 25 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 26 TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS ................................ 29 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 29 2 ESTABELECER PRIORIDADES DE CUIDADOS ................................................................ 30 2.1 PENSAMENTO CRÍTICO DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO ..............................................................332.2 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS PRESTADOS E DOS OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS ......36 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 38 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 42 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 43 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45 UNIDADE 2 — PRINCÍPIOS PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM ......................................47 TÓPICO 1 — SEGURANÇA DO PACIENTE ............................................................................ 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 49 2 A SEGURANÇA DO PACIENTE ......................................................................................... 49 2.1 SEGURANÇA DO AMBIENTE .............................................................................................................54 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DO PACIENTE ..................................................56 2.3 CONTENÇÃO DO PACIENTE .............................................................................................................59 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 62 TÓPICO 2 - SINAIS VITAIS .................................................................................................. 65 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 65 2 OS SINAIS VITAIS ............................................................................................................. 65 2.1 TEMPERATURA CORPORAL .............................................................................................................65 2.2 PULSO .................................................................................................................................................. 67 2.3 RESPIRAÇÃO ......................................................................................................................................70 2.4 PRESSÃO ARTERIAL ......................................................................................................................... 72 2.5 DOR ....................................................................................................................................................... 74 RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 77 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................78 TÓPICO 3 - EXAME FÍSICO ..................................................................................................79 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................79 2 O EXAME FÍSICO ...............................................................................................................79 2.1 PREPARO DO AMBIENTE PARA O EXAME FÍSICO........................................................................ 79 2.2 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO FÍSICA ................................................................................................ 80 2.3 INSPEÇÃO GERAL DOS SISTEMAS E ÓRGÃOS ............................................................................82 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 89 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 93 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 94 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................96 UNIDADE 3 — PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES ................................................99 TÓPICO 1 — CARÁTER DA INFECÇÃO ................................................................................ 101 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 101 2 O CARÁTER DA INFECÇÃO ............................................................................................. 101 2.1 CADEIA DE INFECÇÃO ....................................................................................................................102 2.2 PROCESSO INFECCIOSO .................................................................................................................103 2.3 FATORES QUE INTERFEREM NO CONTROLE E NA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ............104 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................106 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................107 TÓPICO 2 - HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................................................109 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................109 2 A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .......................................................................................... 110 2.1 HIGIENIZAÇÃO SIMPLES ...................................................................................................................110 2.2 ASSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS .................................................................................................116 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 118 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 119 TÓPICO 3 - PREPARO DE AMBIENTE ESTÉRIL ................................................................ 121 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121 2 O PREPARO DO AMBIENTE ESTÉRIL ............................................................................. 121 2.1 PREPARAÇÃO DE CAMPO ESTÉRIL .............................................................................................. 122 2.2 PREPARO E PARAMENTAÇÃO DE AVENTAL E LUVAS ESTÉREIS ......................................... 124 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 127 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................136 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................139 1 UNIDADE 1 - CONHECIMENTO CRÍTICO NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • elaborar e realizar a coleta de dados, abordando todas as necessidades biopsicossociais dos pacientes; • realizar os diagnósticos de enfermagem com base nas necessidades de cuidados do paciente; • aplicar os diagnósticos de enfermagem com base nos cuidados necessários; • estabelecer prioridades e avaliar os cuidados prestados, com base nas prioridades do indivíduo.Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM TÓPICO 2 – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, conheceremos a importância e os cuidados de uma prática de enfermagem ética, responsável e humanizada. Para isso, precisamos desenvolver a compreensão sobre o pensamento crítico no que diz respeito ao processo do cuidar, nos atentando ao fato de que tal processo envolve o paciente, os familiares, a equipe de cuidados, uma boa comunicação e uma busca ativa e curiosa no processo investigativo dos agravos à saúde do paciente. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 Segundo Murta e Garcia (2006), as atitudes ideais para desenvolver um raciocínio critico são: confiança; pensar de maneira independente; imparcialidade; responsabilidade e obrigação; assumir riscos; disciplina; perseverança e criatividade; curiosidade; integridade e humildade. IMPORTANTE O enfermeiro é um ser humano que, a partir de estudos científicos e raciocínio critico, se propõe obter habilidades que envolvam a prática do cuidar. No entanto, também é um ser humano com sentimentos, emoções, uma história de vida e valores próprios, os quais deverão ser observados para que não causem interferências em seus julgamentos. Naturalmente, não há conhecimento sobre as outras pessoas e suas implicações, principalmente em relação aos pacientes que estarão sob seus cuidados. Ao desenvolvermos um raciocínio lógico e crítico, devemos ter como parâmetro os fatores objetivos e subjetivos, inclusive aqueles ligados a nós mesmos e nossa cultura. Precisamos compreender que toda e qualquer experiência a ser adquirida dará subsídios para uma prática segura e de qualidade, mas, essencialmente, a um processo de empatia e alteridade. Cabe observarmos que o desenvolvimento do pensamento crítico é também um processo reflexivo. Portanto, relacionar significados exige reflexão, pois envolve discriminar o que é relevante, as influências culturais e fazer conexões dentro de determinado contexto. De acordo com Barros et al. (2015), existem quatro principais atributos do pensamento: 4 • Reflexão: como um processo crítico, discrimina o que é relevante e determina a razão das ações. • Contexto: inclui cultura, fatos, conceitos, regras, princípios e pressupostos que moldam o modo de construção do conhecimento. É atributo para a compreensão. • Diálogo: por meio do diálogo a situação é moldada de forma reflexiva para gerar o entendimento. • Tempo: a noção de tempo indica que a aplicação prévia da aprendizagem tem impacto sobre a ação futura. A enfermagem é determinada por uma série de condutas sistematizadas, garantindo a qualidade e o cuidado eficaz ao paciente. Os cuidados de enfermagem são pautados por diversas ações que envolvem a assistência ao ser humano em suas necessidades básicas, buscando o processo de promoção, recuperação, prevenção e manutenção da saúde. Para tanto, é necessário praticar o reconhecimento dos direitos do paciente em suas necessidades biopsicossociais, estabelecendo prioridades. O cuidado tem sido estudado na enfermagem a partir do desenvolvimento de teorias e práticas para uma atuação profissional de qualidade. O enfermeiro deve aprender a respeitar a sensibilidade do outro, a diversidade cultural e as práticas de vida diária de cada um, para que ele possa ser e se sentir humano, conseguindo, a partir disso, promover o processo da cura. Cuidar, em enfermagem, também é ajudar o paciente a lidar com seus problemas de saúde. Assim, o profissional de enfermagem precisa adquirir conhecimentos técnicos e habilidades para cuidar do outro e, também, com sensibilidade e empatia, responder a todas as necessidades do paciente, de forma humanizada, integral e sistematizada. Essa padronização das práticas de enfermagem vem de encontro ao processo de aprendizado sobre os conhecimentos científicos implícitos nas práticas de assistência. O ser humano é, em essência, um ser social, de modo que cria vínculos, laços afetivos e se sente responsável e comprometido com aqueles que ama, portanto, é sensível e vive no cuidar e ser cuidado. Desse modo, a prática da enfermagem tem como origem o processo do cuidar nas bases cientificas de atuação, além das necessidades humanas básicas quando a pessoa está fragilizada, por isso também tem compromisso com o cuidado existencial, ou seja, o autocuidado, a autoestima, autovalorização e cidadania, afinal, cuidar não é apenas um ato, é uma atitude (MURTA; GARCIA, 2006). ATENÇÃO 5 A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi institucionalizada em 2002, a partir da Resolução do COFEN Nº 272/2002, sendo que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) é o órgão federal responsável por normatizar e fi scalizar o exercício da profi ssão de enfermagem, zelando pelo cumprimento das leis do exercício profi ssional. O principal objetivo da SAE é estabelecer uma melhora na qualidade da assistência, ou seja, na prática de um processo de trabalho adequado às necessidades humanas. É uma atividade exclusiva do enfermeiro, que, a partir do método e da estratégia de trabalho científi co, busca identifi car situações de saúde ou doença que sirvam como parâmetro para a assistência de enfermagem. Em 2009, foi publicada a Resolução do COFEN nº 358/2009, que dispõe sobre a SAE e a implementação do Plano de Enfermagem (PE) em todos os ambientes em que ocorrem os cuidados do profi ssional de enfermagem (COFEN, 2009). O PE é iniciado quando o paciente entra no sistema de saúde, e consiste nas cinco etapas: • coleta de dados de enfermagem ou histórico de enfermagem; • diagnóstico de enfermagem; • planejamento da assistência de enfermagem; • implementação; • avaliação de enfermagem. Assim, o objetivo da equipe de enfermagem, composta por auxiliar de enfermagem, técnico e enfermeiro é garantir informações precisas, de qualidade e com o máximo de informações. Esse processo ocorre a partir do que determina a abordagem sistemática da prática de enfermagem, conforme citado anteriormente: • Investigação: levantamento de dados. • Diagnóstico: fornece as bases para as intervenções de enfermagem. • Planejamento: defi ne o plano de cuidados. • Implementação: execução do plano. • Avaliação: avalia as consequências da intervenção dos cuidados prestados. Historicamente, o processo de enfermagem coincide com o que Florence Nightingale (1820-1910), considerada precursora da enfermagem moderna, enfatiza: o profi ssional da enfermagem deveria ser ensinado a observar e ter um julgamento sobre suas práticas. Segundo Barros et al. (2015), no Brasil, o processo de enfermagem foi introduzido por Wanda de Aguiar Horta (1926-1981), na década de 1970, que o defi niu como a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas visando a assistência ao ser humano. INTERESSANTE 6 O processo de enfermagem começa quando o paciente é admitido na unidade de saúde e continua até sua alta. A coleta de dados ou investigação é a primeira fase do atendimento. O histórico de dados do paciente tem como objetivo principal, como o próprio nome indica, uma coleta de informações sobre a situação de saúde, procurando evidências de funcionamento anormal ou de fatores de risco. Portanto, a atuação desses profi ssionais deve ser efetiva, visando as informações de maior importância na abordagem, observação e na escuta ativa, ou seja, total atenção ao que está sendo dito, buscando informações com base na queixa e no exame físico do paciente. Cabe lembrar que a enfermagem é formada por uma equipe com uma linguagemunifi cada, humanizada e focada na recuperação do paciente a partir de cuidados necessários, promovendo uma melhora na qualidade de vida do paciente. 2 ABORDAGEM AO PACIENTE A abordagem direcionada ao paciente implica compreensão do processo do cuidar, uma vez que ele envolve todas as questões pertinentes ao paciente, ou seja, na visão biopsicossocial do indivíduo, nas instâncias mais profundas que envolvem sua vida, suas crenças, seu emocional, os aspectos materiais, morais e éticos, enfi m, sua forma de viver. Desse modo, o enfermeiro precisa trabalhar no contexto da prática da empatia, da ocupação, da preocupação do envolvimento com o outro, da compaixão e do processo de amorosidade com o ser humano fragilizado em seu corpo e sua essência. Além disso, deve ter como base os aspectos éticos e legais que envolvem o processo do cuidar na enfermagem. Naturalmente, o paciente procura um atendimento em decorrência de suas necessidades ou de seus familiares, o que signifi ca uma interrupção do curso normal de sua vida, além da convivência com pessoas estranhas e em ambiente não familiar (quando se trata de internações). O processo de humanização é muito importante para minimizar o sofrimento do paciente e de sua família, tornando menos agressiva a própria condição do doente. A equipe de enfermagem precisa estar disponível para responder todas as perguntas feitas pelo paciente, sobre informações, exames e procedimentos a serem realizados. Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência por meio da educação. Além de recuperar, manter e promover sua saúde, contando com a colaboração de outros grupos profi ssionais. NOTA 7 Ao receber o paciente no sistema de saúde, é necessário providenciar os cuidados necessários, com gentileza, cordialidade e compreensão, despertando a confi ança e segurança no paciente. Mesmo o paciente estando doente, é importante preservar os seus direitos, como: respeito ao ser chamado pelo nome; decidir junto com os profi ssionais sobre os seus direitos, cuidados; ser informado sobre os procedimentos e tratamentos que lhe serão dispensados, além da manutenção de sua privacidade física; sobre o sigilo a respeito de informações sobre a sua vida e seu estado de saúde. Para tanto, a coleta de dados deve ser realizada em ambiente calmo, iluminado e sem interrupções e pautada nos princípios éticos que norteiam a profi ssão. Ao examinar, o enfermeiro deve demonstrar interesse genuíno pela pessoa que está sendo examinada, e demais atributos referidos na arte do cuidado, como o desvelo e a compaixão. Deve realizar o seu julgamento clínico sem juízo de valor, respeitando a cultura, a condição social, a orientação sexual, o gênero, a idade e o momento enfrentado pela pessoa (BARROS et al., 2015, p. 45). QUADRO 1 – CONDUTAS PARA UMA ABORDAGEM ADEQUADA AO PACIENTE FONTE: Adaptado de Murta e Garcia (2006) Outro fator relevante é a comunicação, ou seja, a forma como o paciente consegue exteriorizar o que se passa em seu mundo interior, trazendo informações ao profi ssional de enfermagem. O intuito do profi ssional deve ser esclarecer, perceber o que é necessário sem adotar uma postura de julgamentos prévios, muitas vezes tendo que respeitar o silêncio do outro. IMPORTANTE 8 A coleta de dados, segundo Barros et al. (2015), pode ser de quatro tipos: • Avaliação inicial: com o propósito de avaliar o estado de saúde da pessoa, identifi car problemas e estabelecer um relacionamento terapêutico. • Avaliação focalizada: tem como fi nalidade verifi car a presença ou ausência de um diagnóstico em particular. • Avaliação de emergência: utilizada em situações em que há ameaça à vida. • Avaliação de acompanhamento: realizada em determinado período após uma avaliação prévia. Independentemente do tipo de coleta, é fundamental que o profi ssional da enfermagem possa ter como referência as necessidades humanas básicas, em uma abordagem humanizada e integral, ou seja, biopsicossocial. A entrevista deve ser pautada em um processo de escuta ativa, sem julgamentos, com disponibilidade absoluta do enfermeiro, pois se trata de um momento crítico da vida do paciente, já bastante fragilizado em função da doença. Na consulta de enfermagem, a entrevista é uma das ferramentas utilizadas para a coleta de dados, sendo descrita como a primeira etapa do processo de enfermagem, porém, ocorre continuamente, pois é essencial para todo o desenvolvimento do processo, para que todas as próximas etapas possam ser realizadas adequadamente. Alguns pontos são essenciais para que a entrevista estabeleça a qualidade da relação entre enfermeiro e paciente: conforto do paciente; permitir que ele se expresse plenamente; linguagem compatível com o nível cultural do paciente; a forma de comunicação. Mesmo existindo um roteiro para a entrevista, é importante deixar o paciente falar livremente sobre sua visão a respeito da doença que o acometeu, além do levantamento de dados obtidos pelo familiar que acompanha o paciente, pois a família poderá colaborar com informações que o doente possa ter omitido ou não consegue verbalizar. Envolvida a família, as próximas etapas poderão ter resultados mais consistentes, uma vez que em um processo de humanização, o cuidar envolve atenção aos afetos do paciente. A entrevista tem como objetivo o levantamento de dados referentes ao estado físico e emocional do paciente, permitindo a reunião de informações que irão direcionar o profi ssional sobre o que especifi camente deve ser investigado no exame físico. NOTA 9 Como aponta Murta e Garcia (2006), respeitar a fala livre do paciente já é um ato terapêutico, pois pode se tratar de um desabafo, reduzindo, assim, a ansiedade. Conforme o paciente relata acerca da sua condição, a enfermeira precisa estruturar a história, e caso apareçam dúvidas, o papel da profissional é fazer perguntas para levantar pontos importantes. O exame físico (cujo assunto será desenvolvido na Unidade 3), tendo como base as informações da entrevista, irá realizar a coleta de dados que validarão a entrevista, levantando os dados sobre a saúde do paciente e suas respectivas anormalidades apontadas no histórico em relação a suas queixas. Deverá fazer uma investigação de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, a semiologia e a semiotécnica, que consiste em estudar a metodologia das ações a serem implementadas após o exame físico. Para a etapa do exame físico é de grande relevância o sigilo, a privacidade, um ambiente adequado, instrumentos e aparelhos necessários, como esfigmomanômetro, estetoscópio, termômetro, fita métrica, lanterna, algodão, abaixador de língua, entre outros. Também serão utilizados processos da inspeção, ausculta, palpação e percepção de cheiros. Assim, a partir da entrevista e do exame físico, é possível estabelecer o procedimento da coleta de dados, a primeira das cinco fases sequenciais e interrelacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. 2.1 ROTEIRO DE INFORMAÇÕES RELEVANTES Tendo ocorrido a primeira abordagem ao paciente, isto é, o levantamento de dados a partir da entrevista (conhecer hábitos individuais e biopsicossociais e espirituais) e do exame físico (estado de saúde do paciente), é necessário, então, ter um roteiro com as informações relevantes para colocar em prática os cuidados adequados. Na área da saúde, o objetivo não é a cura somente, mas sim produzir o cuidado, pois ele é o caminho para tal, ou seja, é a essência dos serviços de saúde (MURTA; GARCIA, 2006). IMPORTANTE 10 O profi ssional de enfermagem precisa apresentar uma postura cordial, atitude acolhedora, compreensiva e atenciosa, gerando confi ança e tranquilidade. Deve, portanto, se inteirar da enfermidade relatada pelo paciente, percebendo a linguagem verbal e não verbal, assim como as angústias e a relação com sua história.Devemos observar que o levantamento de dados de enfermagem, em qualquer nível de análise (indivíduos, famílias e comunidades), consiste em informações subjetivas, oferecidas pelas pessoas, e em dados objetivos obtidos por meio de exames e diagnósticos, por exemplo (NANDA, 2010). Para Barros et al. (2015), devido à natureza dos dados coletados, podemos considerar que eles não são indicadores perfeitos ou exatos do estado de saúde ou do problema apresentado pela pessoa. Nesse contexto, a qualidade da informação, mais do que a quantidade, é importante para o julgamento do diagnóstico. Na entrevista esquematizada, facilitando a compreensão das próximas etapas a serem cumpridas na assistência de enfermagem, é preciso abordar os seguintes aspectos: identifi cação, queixa principal, histórico da doença atual, antecedentes pessoais e antecedentes familiares (POSSO, 2006). Conforme mencionamos, essas informações devem ser coletadas com escuta ativa e raciocínio critico, assegurando que a próxima etapa, o diagnóstico de enfermagem, assim como a implementação das intervenções adequadas, pode ser realizado com o máximo de segurança e assertividade. A seguir, iremos analisar o roteiro com as informações relevantes para construir um instrumento de coleta de dados que padronize o processo da entrevista inicial: • Identifi cação: nome; idade (relaciona-se a problemas que incidem em determinadas faixas etárias); sexo (certos problemas são mais frequentes em determinados sexos); etnia (algumas doenças são mais comuns em etnias especifi cas); estado civil (avaliação de estados emocionais decorrentes de problemas familiares, sexuais, de relacionamento etc.); grau de instrução; profi ssão (problemas decorrentes da ocupação); naturalidade (avaliação de alterações relacionadas a costumes, alimentação ou doenças características de determinadas regiões). • Queixa principal: o que motivou a procura pelo serviço de saúde. Quando a queixa for dor, deve-se determinar suas características quanto a localização, duração e intensidade (em uma escala de 0 a 10). A observação de alguns sinais emitidos pelo A coleta de dados pode ser ampla, com dados predeterminados em um contato inicial, ou pode ser focalizada, quando realizada com dados específi cos de acordo com a situação apresentada. ATENÇÃO 11 paciente, também é importante na determinação e avaliação da dor: sinais vitais, náuseas, coloração da pele, tensão muscular, postura, expressão facial e verbal, ansiedade e depressão, fatores estes de ordem fisiológica, comportamental e afetiva. • Histórico da doença atual: sintomas relacionados com a doença devem ser investigados de forma minuciosa, como horário de aparecimento e duração. • Antecedentes pessoais: como alergias, medicações em uso, vícios, hábitos, hidratação, sono, higiene e eliminação e religião. • Antecedentes familiares: pesquisando doenças congênitas, hereditárias e contagiosas. Após a realização da entrevista, o paciente deve ser informado de seu final e que o próximo momento será o exame físico, para verificação dos sinais vitais, estatura, peso e queixas apresentadas, pedindo que ele colabore para uma melhor avaliação dos aspectos informados na entrevista, além do esclarecimento de dúvidas apresentadas, se ainda houver. No exame físico, como já estudamos, o objetivo é confirmar os dados informados na entrevista, além de acrescentar outros, se necessário. Buscar informações que possam ser úteis para a aplicação de intervenções da enfermagem, além de favorecer o diagnóstico. 2.2 ESCUTA ATIVA AO PACIENTE Durante todo o processo de coleta de dados, desde a entrada do paciente ao sistema de saúde, além das características já citadas sobre o enfermeiro, a escuta ativa é a principal característica a ser aplicada durante a entrevista, a partir da prática da alteridade, ou seja, colocar-se no lugar do outro, sem julgamentos, compreendendo a realidade do cliente a partir do seu ponto de vista. A compreensão do processo da escuta ativa se dá na percepção da humanização, enquanto peça-chave para ver o paciente em sua integralidade. As observações do enfermeiro devem seguir um plano lógico e ordenado. Essas informações são obtidas por meio da utilização dos sentidos: visão (inspeção), audição (ausculta), olfato (percepção de cheiros) e tato (palpação) (MURTA; GARCIA, 2006). ATENÇÃO 12 Estabelecido esse entendimento, aplica-se a comunicação (ou a forma de comunicação), com o intuito de estar e ser a escuta necessária para a prática do “ouvir”. Sendo que ouvir é um processo mecânico que ocorre a partir do estímulo ao aparelho auditivo, ao passo que, escutar implica diretamente em prestar atenção ao que está sendo dito, refletir e assimilar o conteúdo, e no caso do enfermeiro, sem julgamentos. Segundo Martins (2014), o profissional de enfermagem deve estar receptivo e disponível, portanto, precisa expressar o desejo de ouvir, de conversar, não interrompendo o paciente, de modo a ser verdadeiro, compartilhando esperanças e sentimentos. A comunicação ocorre conforme o profissional de enfermagem utiliza uma linguagem, e o paciente passa a se sentir à vontade em responder, uma vez que o enfermeiro deixa evidente sua disposição para escutar. A percepção do profissional o fará utilizar uma linguagem compreensível, e em caso de dúvidas por parte do paciente, deve refazer as perguntas com outras palavras, portanto, precisa estar atento às manifestações corporais também. Desse modo, a comunicação pode não ser efetiva por diversos motivos, tais como: limitações presentes no emissor ou no receptor; falta de capacidade de concentração da atenção; pressuposição da compreensão da mensagem; imposição de valores; influência de mecanismos inconscientes (MURTA; GARCIA, 2006). De acordo com Martins (2014), a escuta ativa estabelece dois atributos, o da compreensão e o da ajuda. Também estabelece uma relação de ajuda entre o e enfermeiro e seu paciente, promove a compreensão, o conforto e a segurança do paciente, assim como a busca de informação e planejamento dos cuidados, uma gestão eficaz da doença por meio da adesão terapêutica e do autocuidado, uma redução de fatores de risco e complicações, além de uma melhoria dos resultados em saúde. A estruturação de técnicas para uma escuta ativa equivale ao comprometimento com a pessoa (MARTINS, 2014). Por outro lado, existem algumas barreiras para a realização de uma escuta ativa: interromper o doente, demonstrar impaciência e tirar conclusões precipitadas. Embora pareça simples, a prática da escuta é uma das questões mais desafiadoras. Saber ouvir o paciente implica considerar informações para além do que o paciente fala, além das possibilidades do indivíduo em verbalizar aquilo que está acontecendo. No entanto, cabe destacar que não é um dom natural, mas sim uma prática constante. A escuta ativa pode acelerar o processo de busca de intervenções positivas no cuidado da enfermagem. IMPORTANTE 13 Escutar não é sinônimo de ouvir. Derivado do verbo “escutar”, do latim “auscultare”, signifi ca tornar-se ou estar atento para ouvir, aplicar o ouvido com atenção para perceber (MARTINS, 2014). NOTA 14 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • O processo de enfermagem abrange cinco fases: investigação ou levantamento de dados; diagnóstico; planejamento; implementação e avaliação. • A coleta de dados da enfermagem envolve ações que fornecem subsídios para a prática dos cuidados, a partir de uma visão integral e humanizada do paciente, focando nas informações de maior importância na abordagem, observação e na escuta ativa, ou seja, buscando informações tendo como base a queixa e o exame físico do paciente. • A abordagem ao paciente ocorre a partir da percepção de suas necessidades básicas. • Na consulta de enfermagem, ocorre a entrevista com questões referentes à identificação do paciente, sua queixa principal e fatores pertinentes ao seu estado em geral. • O examefísico é feito com o intuito de confirmar os dados fornecidos na entrevista, além de outros aspectos necessários para as próximas etapas do processo de sistematização. • Sobre a importância da escuta ativa, trata-se da prática da empatia, alteridade, comunicação e da disposição do profissional de enfermagem em ouvir o paciente. RESUMO DO TÓPICO 1 15 1 O enfermeiro é um ser humano que, a partir de pesquisas científicas e raciocínio crítico, está disposto a obter habilidades da prática do cuidar. No entanto, também é um ser humano com sentimentos, emoções e valores próprios, porém, esses aspectos não podem interferir em seus julgamentos. Assim, o cuidado tem sido estudado na enfermagem, a partir de teorias e práticas para uma atuação profissional de qualidade. Desse modo, surgiu a Sistematização da Assistência a Enfermagem (SAE), na qual podemos notar que o processo de enfermagem ocorre em cinco etapas interrelacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Sobre as etapas, analise as sentenças a seguir e classifique V paras verdadeiras e F para as falsas: ( ) No diagnóstico, ocorre o levantamento de dados com entrevista e exame físico. ( ) A entrevista deve se pautar em um processo de escuta ativa, sem julgamentos, além de disponibilidade absoluta por parte do enfermeiro. ( ) São informações relevantes na coleta de dados: identificação, queixa principal, histórico da doença atual, antecedentes pessoais e antecedentes familiares. ( ) Na abordagem ao paciente, é necessário apenas que ele responda o que está sendo perguntado, sem que haja nenhuma preocupação com as necessidades básicas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – V – F. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) F – V – V – F. d) ( ) V – V – F – V. 2 De maneira geral, a prática da escuta é uma das habilidades mais difíceis de desenvolver, mas possui extrema importância para o profissional de enfermagem. Saber ouvir o paciente é atentar para além do que o paciente fala, é se observar além das possibilidades do indivíduo em verbalizar aquilo que está acontecendo. Ao escutar o paciente, é possível acelerar o processo de busca de intervenções positivas no cuidado da enfermagem. A respeito da escuta ativa, analise as sentenças a seguir: I- A escuta ativa estabelece dois atributos, o da compreensão e o da ajuda. II- É interessante interromper o paciente, demonstrar impaciência e tirar conclusões precipitadas. III- Uma escuta ativa estabelece uma relação de ajuda entre o e enfermeiro e seu paciente, promove a compreensão, o conforto e a segurança do paciente. IV- Sem a escuta ativa, há uma redução de fatores de risco e complicações, além de melhoria nos resultados em saúde. AUTOATIVIDADE 16 Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença IV está correta. c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas. d) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 3 Na consulta de enfermagem, a entrevista é uma das ferramentas utilizadas para a coleta de dados, sendo a primeira etapa do processo de enfermagem, mas ela ocorre continuamente, pois é essencial para todo o desenvolvimento do processo, ou seja, para que todas as próximas etapas possam ser realizadas adequadamente. A respeito da entrevista, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Tem como propósito o levantamento de dados sobre o estado físico e emocional do paciente. b) ( ) Tem como objetivo o estabelecimento de normas para um atendimento rápido, para que o paciente seja recebido e encaminhado imediatamente para tratamentos. c) ( ) Tem como propósito reunir informações que irão direcionar o profissional de enfermagem sobre o que especificamente investigar no exame físico. d) ( ) Tem como objetivo o conforto do paciente, permitindo que ele se expresse plenamente. 4 O paciente deve ser recebido no sistema de saúde com os cuidados necessários, ou seja, com gentileza, respeito e compreensão, despertando a confiança e segurança dele. Em todos os casos, é importante preservar os direitos do paciente. Indique cinco condutas para uma abordagem correta ao paciente. 5 Para elaborar um instrumento de coleta adequado a partir da entrevista, existe um roteiro básico a ser seguido: identificação, queixa principal, histórico da doença atual, antecedentes pessoais e antecedentes familiares. Indique o que é relevante coletar sobre antecedentes pessoais e antecedentes familiares. 17 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os seguintes temas: a elaboração do pensamento crítico e do diagnóstico de enfermagem, as principais fontes de erros no diagnóstico e, por fi m, a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidado da enfermagem. Para que o profi ssional de enfermagem possa elaborar um diagnóstico a partir da investigação inicial, é de suma importância que ele desenvolva um raciocínio crítico e investigativo, organizando da melhor forma este processo, garantindo que o planejamento alcance resultados efetivos. O desenvolvimento do raciocínio crítico demanda atenção a questões relevantes, como conhecimento cientifi co, empenho, curiosidade, capacidade de resoluções de problemas e disponibilidade para a escuta ativa, tendo em vista a quantidade de pessoas e de processos envolvidos nos cuidados ao paciente. O diagnóstico de enfermagem tem por objetivo identifi car as necessidades do indivíduo que precisa de atendimento, buscando oferecer uma base adequada para as intervenções de enfermagem, alcançando, assim, os resultados necessários ao processo do cuidar. A respeito das necessidades do ser humano, elas são classifi cadas em: psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. UNIDADE 1 TÓPICO 2 - Para a aplicação do diagnóstico no plano de cuidados, devemos ter a percepção do grau de dependência do paciente, fazendo o julgamento clínico sobre as respostas obtidas, os problemas apresentados e seus processos de vida. Alguns fatores podem determinar os erros no diagnóstico de enfermagem, a começar por uma coleta de dados incorreta, com pouca atenção, sem conhecimento científi co sobre patologias, sinais e sintomas, estresse e falta de atenção na escuta. Portanto, a falta de capacitação profi ssional e as difi culdades de interpretação por defi ciência na construção do raciocínio crítico são determinantes para o impedimento de uma boa elaboração do diagnóstico de enfermagem. IMPORTANTE 18 O uso do diagnóstico de enfermagem permite que o profi ssional repense seu papel e sua proposta de trabalho, pois promove maior aproximação com o paciente, uma vez que é aplicado o processo de humanização. Além disso, facilita a priorização de cuidados e a transmissão de informações para a equipe, estimula o desenvolvimento de uma visão crítica, contribui para o desenvolvimento do conhecimento científi co e para o desenvolvimento pessoal. Assim, na construção da excelência na aplicação dos cuidados da enfermagem, devemos observar os referenciais que sustentam o diagnóstico enfermagem, como técnica, habilidade interpessoal, raciocínio clínico e pensamento crítico (BARROS et al., 2015). Uma intervenção de enfermagem é uma ação autônoma, baseada em justifi cativa científi ca executada para benefi ciar o paciente de forma previsível em relação ao diagnóstico e à meta da enfermagem. O raciocínio clínico está presente ao identifi car o diagnóstico de enfermagem, defi nir metas, escolher as intervenções e avaliar os resultados obtidos. NOTA 2 PENSAMENTO CRÍTICO E ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é de grande importância desenvolver o pensamento crítico e científi co, com base nos parâmetros estabelecidos adequadamente ao ser humano no processo de saúde. Desse modo, a contextualização da doença terá sido pautada já construção de um raciocínio investigativo e assertivo, levando a aplicação do diagnóstico aoplano de cuidados da enfermagem. Os enfermeiros podem e sentir desconfortáveis ao estabelecer diagnósticos de enfermagem em decorrência de uma lacuna entre o levantamento de dados e os diagnósticos, causada por falhas nos instrumentos da coleta (BARROS, 2010). ATENÇÃO 19 Considerando que o profi ssional de enfermagem precisa ter conhecimento sobre os diagnósticos (como defi nições e características), é necessário que ele recorra aos processos lógicos do pensamento, e não somente a informações de outras pessoas, ou seja, o profi ssional deve aprender e raciocinar acerca dos conceitos, portanto, não se trata de um processo de memorização. Além disso, é importante procurar apoio, a fi m de adquirir confi ança no raciocínio (NANDA, 2010). O processo diagnóstico determina o processo ativo do pensamento, em que o enfermeiro investiga na memória os conhecimentos para possíveis explicações dos dados. Identifi car diagnósticos é uma atividade complexa, pois trata-se da interpretação do comportamento humano relacionado à saúde, além da escolha adequada de intervenções. Assim, o pensamento crítico deve ser empregado no raciocínio diagnóstico, objetivando uma interpretação altamente precisa das respostas humanas aos problemas de saúde. De acordo com Murta e Garcia (2006), as características a serem desenvolvidas são: • confi ança; • pensar de maneira independente; • imparcialidade; • responsabilidade e obrigação; • assumir riscos; • disciplina; • perseverança; • criatividade e curiosidade; • integridade e humildade; • observação, comunicação e ouvir refl exivamente; • usar terapeuticamente o silêncio e verbalizar a aceitação e o interesse; • usar frases com sentido aberto; • repetir comentários ou última palavras ditas pelo cliente; • fazer pergunta e devolver a pergunta feita; • usar frases descritivas; • permitir que o paciente escolha o assunto; Para raciocinar sobre o diagnóstico junto à investigação de enfermagem, é preciso, inicialmente, ter a hipótese diagnóstica, analisada ao longo do processo investigativo, além da investigação completa, evidentemente (BARROS et al., 2015). ATENÇÃO 20 • verbalizar dúvidas; • dizer não; • usar terapeuticamente o humor; • resumir o conteúdo da conversa. Tendo compreendido a importância do raciocínio critico no desenvolvimento de um diagnóstico de enfermagem, a próxima ação é a elaboração do diagnóstico, a partir dos dados coletados, para a execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades especificas do ser humano A estrutura do diagnóstico de enfermagem é composta por: • Problema: título ou diagnóstico. • Caracterização: evidenciado por sinais e sintomas, parte do diagnóstico que dá a primeira indicação da aplicabilidade ou não de um diagnóstico. • Características definidoras: características das pessoas e família, ou seja, características que o cliente apresenta e que dão subsídio ao diagnóstico de enfermagem. • Origem: fatores relacionados ou fatores de risco, de alguma forma contribuem para o diagnóstico. Para Carpenito (2006), após a fase da coleta de dados, é preciso analisar e comparar os dados obtidos, com o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem. Para fazer um diagnóstico de enfermagem preciso, é necessário coletar dados válidos e pertinentes; agrupar os dados; diferenciar diagnósticos de enfermagem (diagnósticos clínicos sobre as informações do paciente), de problemas colaborativos (complicações fisiológicas que podem vir a ocorrer); formular corretamente os diagnósticos de enfermagem e selecionar os diagnósticos prioritários. Preparando, assim, a próxima etapa, isto é, a implementação da intervenção de enfermagem, que consiste na determinação global da assistência de enfermagem a partir dos diagnósticos estabelecidos. Os tipos de diagnósticos de enfermagem podem ser: • Real: descreve um julgamento clínico que o enfermeiro validou devido à presença de características definidoras maiores. • De risco: descreve um julgamento clínico em que o indivíduo está mais vulnerável ao desenvolvimento de um problema. • De promoção da saúde: é preciso aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana. • De bem-estar: julgamento clínico sobre o paciente em transição, de um nível específico de saúde para um outro mais elevado. • De síndrome: conjunto de diagnósticos reais ou de risco previsíveis devido a um certo evento ou situação. 21 O processo de desenvolvimento de um enunciado do diagnóstico de enfermagem se dá a partir de sete eixos: • o conceito diagnóstico é o componente central; • o sujeito do diagnóstico, o paciente; • o julgamento, que especifica o sentido do diagnóstico; • a localização, parte do corpo ou função relacionada; • a idade, ou seja, feto, neonato, bebê, criança que começa a andar, criança pré- escolar, criança em idade escolar, adolescente, adulto e idoso; • o tempo, como agudo, crônico, intermitente, contínuo; • situação do diagnóstico: real, promoção da saúde, de risco ou bem-estar. As prioridades são estabelecidas com base nas necessidades do paciente, em relação a seus aspectos biopsicossociais, e são denominados pela Classificação da Nanda como domínios. Portanto, temos: promoção à saúde, nutrição, eliminação e troca, atividade/repouso, percepção e cognição, autopercepção, papeis e relacionamentos, sexualidade, enfrentamento e tolerância ao estresse, princípios da vida, segurança/ proteção. Assim, para um diagnóstico de enfermagem eficaz e com padrões seguros para a implementação das intervenções de enfermagem, a partir da coleta de dados, é preciso respeitar seguinte roteiro: • a estrutura do diagnóstico; • o tipo de diagnóstico; • os sete eixos de diagnóstico; • as prioridades nas necessidades do paciente. O roteiro produzido pela NANDA (North American Nursing Diagnosis Association), fundada em 1982, tem por objetivo padronizar os termos para enfermagem. Foi aprovada, em 1986, a Classificação de Diagnósticos da Enfermagem – Taxonomia, com mais de 200 termos e definições para respostas humanas: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir. Os dados são validados por meio de instrumentos representativos das propriedades da resposta humana que está sendo avaliada. Trata-se de um sistema que possibilita a colocação de diagnósticos em uma estrutura de organização que inclui intervenções e resultados da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) e Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC), criando um sistema de linguagem capaz de documentar o atendimento de enfermagem de forma padronizada. INTERESSANTE 22 2.1 PRINCIPAIS FONTES DE ERROS NO DIAGNÓSTICO E ENFERMAGEM O diagnóstico de enfermagem, como estudamos anteriormente, deve ter como componentes básicos o conhecimento cientifi co, o pensamento crítico, conhecimento dos parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas à saúde, uma coleta de dados efi caz, um raciocínio clínico adequado, uma boa comunicação, curiosidade investigativa, enfi m, uma série de requisitos necessários para a elaboração de um diagnóstico, sem causar inferências nas etapas seguintes da SAE. No que diz respeito à linguagem utilizada, tanto na padronização das informações quanto no processo da entrevista, os dados coletados devem ser os mais fi dedignos possíveis, e no exame físico, a avaliação deve ser feita com todas as ferramentas pertinentes, com as informações de maior relevância em linguagem clara e precisa. De acordo com Barros (2015), uma linguagem uniforme e padronizada facilita a comunicação e o uso de sistemas informatizados, além disso, promove a representação do conhecimento clínico de enfermagem. As habilidades cognitivas de análise, o raciocínio lógico e a aplicação de padrões são apenas três dos processos de pensamentos necessários para um diagnóstico preciso de enfermagem (NANDA, 2010). ATENÇÃO A partir dos estudos de Silva et al. (2011), foi constatado que o diagnósticode enfermagem é considerado como uma das etapas mais complexas na sistematização de assistência, gerando muitos problemas em sua realização. O profi ssional de enfermagem encontra grandes difi culdades para sua implantação, além de a julgar como uma prática desnecessária. Segundo a pesquisa, apesar de os enfermeiros pesquisados acreditarem na importância da SAE e na melhoria da qualidade da assistência, promovendo autonomia e unifi cação da linguagem, verifi cou-se que grande parte dos profi ssionais demonstrou A falta de evidências para uma decisão diagnóstica, ou seja, sem envolvimento absoluto por parte do profi ssional e sem responsabilidade na sua discussão com a equipe de enfermagem, pode ocasionar erros graves. ATENÇÃO 23 falta de conhecimento sobre a sistematização, inclusive, não puderam citar nenhum diagnóstico de enfermagem e não a utilizavam, nem mesmo executavam as etapas de investigação, diagnóstico, planejamento implementação e avaliação. Também se verificou a ausência de formulários, além de condições inadequadas de trabalho. Portanto, podemos perceber uma falta de capacitação, um desconhecimento das teorias e práticas aplicadas no processo de ensino e aprendizagem do profissional de enfermagem, ainda em sua formação, assim como em uma educação continuada em ambiente de trabalho, o que acarreta erros na elaboração do diagnóstico de enfermagem. Além da falta de responsabilidade, ética e conhecimento pertinentes ao plano de aprendizado das práticas de enfermagem. 2.2 APLICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AO PLANO DE CUIDADO DE ENFERMAGEM Ao finalizar o processo em que se estabelece o diagnóstico de enfermagem, é necessário planejar a implementação dos cuidados e das intervenções da enfermagem, conforme já mencionamos. Para tanto, são elaborados os planos de cuidados. Os planos de cuidados têm a função de representar o conjunto prioritário de diagnóstico: proporcionar um roteiro para orientar o registro; comunicar a equipe de enfermagem sobre o que ensinar, o que observar e o que implementar; proporcionar resultados para a revisão e a avaliação do atendimento; orientar as intervenções que a equipe de enfermagem precisa implementar. Para orientar e avaliar o atendimento de enfermagem, o plano de cuidados deve incluir: relatórios diagnósticos, resultados esperados, ordens ou intervenções, além de estado do diagnóstico e evolução do paciente. Os planos de cuidados eficazes utilizam informações escritas, não confiando apenas na comunicação verbal, desse modo, ajudam a dar continuidade ao tratamento ao paciente, proporcionando possibilidades para a revisão e reavaliação dos atendimentos. QUADRO 2 – TIPOS DE DIAGNÓSTICOS 24 FONTE: Adaptado de Carpenito (1999) A partir da elaboração adequada do diagnóstico de enfermagem, é preciso realizar sua aplicação no plano de cuidado. Identificadas as necessidades do paciente, o qual é atendido de acordo com o grau de dependência e a natureza da extensão, o profissional determina a assistência de enfermagem que o paciente deve receber conforme o diagnóstico estabelecido. Dessa forma, notemos que é fundamental planejar os cuidados e procedimentos mais adequados, com a intenção de minimizar ou solucionar os problemas reais ou potenciais do paciente. As prioridades devem ser estabelecidas de acordo com a situação e a percepção do paciente e da família, assim como o grau de ameaça a seu bem-estar, garantindo a individualização do processo. Na escolha de cada ação de cuidado, devemos sempre considerar o conjunto de consequências positivas ou negativas que terá como resultado. 25 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é imprescindível desenvolver o pensamento crítico e científico, com base nos parâmetros estabelecidos. • Após a fase da coleta de dados, deve-se analisar e comparar os dados obtidos, com o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem. • Para fazer um diagnóstico de enfermagem preciso, é necessário coletar dados válidos e pertinentes, assim como agrupar os dados, diferenciar diagnósticos de enfermagem, de problemas colaborativo, entre outros aspectos. • O diagnóstico de enfermagem possui um roteiro a ser respeitado, o que evita erros. • A partir da elaboração adequada do diagnóstico de enfermagem, é feita sua aplicação no plano de cuidado de enfermagem. 26 1 De acordo com nossos estudos, o roteiro produzido pela NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) objetiva a padronização dos termos para enfermagem. Em 1986, então, foi formalizada a Classificação de Diagnósticos da Enfermagem, com mais de 200 termos. As prioridades, em relação às necessidades humanas, são denominadas como domínios. Sobre os domínios, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Vem de encontro a promoção a saúde, nutrição e eliminação, entre outros. b) ( ) São determinados pela estrutura do diagnóstico. c) ( ) São padrões inseguros de aplicação. d) ( ) Vem de encontro ao padrão diagnóstico. 2 Sabemos que para fazer um diagnóstico de enfermagem com precisão é necessário coletar dados válidos e pertinentes, agrupar tais dados, diferenciar diagnósticos de enfermagem de problemas colaborativos, formular corretamente os diagnósticos de enfermagem e selecionar os diagnósticos prioritários. Sobre os tipos de diagnósticos, associe os itens utilizando os códigos a seguir: I- Real. II- De risco. III- De promoção da saúde. IV- De bem-estar. V- De síndrome. ( ) Julgamento clínico sobre o paciente em transição. ( ) Descreve um julgamento clínico que o enfermeiro validou em decorrência da presença de características definidoras maiores. ( ) Aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana. ( ) Conjunto de diagnósticos reais ou de risco previsíveis devido a um evento ou situação. ( ) Descreve um julgamento clínico em que um indivíduo está mais vulnerável ao desenvolvimento de um problema. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) III – IV – II – V – I. b) ( ) II – V – III – I – IV. c) ( ) IV – I – III – V – II. d) ( ) I – III – IV – V – II. AUTOATIVIDADE 27 3 Pudemos compreender que o diagnóstico de enfermagem apresenta como elementos básicos o conhecimento científico, o pensamento crítico, conhecimento sobre os parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas a saúde, uma coleta de dados eficaz, um raciocínio clínico adequado, uma boa comunicação, curiosidade investigativa, enfim, uma série de requisitos necessários. No entanto, algumas questões podem ser uma fonte de erros no diagnóstico de enfermagem. Quanto ao que pode gerar erros no diagnóstico, assinale alternativa CORRETA: a) ( ) Falta de capacitação, desconhecimento das teorias e práticas aplicadas no processo de ensino e aprendizagem do profissional de enfermagem. b) ( ) A linguagem utilizada na padronização das informações e no processo da entrevista. c) ( ) O diagnóstico de enfermagem é uma etapa muito complexa do processo de enfermagem. d) ( ) No exame físico, a avaliação deve ser feita com todas as ferramentas pertinentes. 4 Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é essencial se basear nos parâmetros estabelecidos no processo de saúde, para que ao contextualizar a doença, haja um raciocínio investigativo e assertivo, levando a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidados da enfermagem. Descreva como ocorre o desenvolvimento do raciocínio crítico na enfermagem. 5 O diagnóstico de enfermagem tem por objetivo a identificação das necessidades do paciente, oferecendo uma base adequada para as intervenções de enfermagem. Assim, é possível alcançar os resultados necessários. Porém, alguns fatores podem determinar erros no diagnóstico de enfermagem. Indique três desses fatores. 28 29 TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 3, conheceremos o processo de planejamento e implementaçãode cuidados, tendo em vista a forma de estabelecer prioridade nos cuidados e outros aspectos. Após o processo de investigação e diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro deve planejar as próximas etapas, pensando em como serão determinados os resultados desejados e identificando as intervenções para alcançá-los. O planejamento, nessa etapa do PE, tem por objetivo planejar a implementação das intervenções de enfermagem. Toda ação de planejamento exige uma visão crítica e que priorize as ações da equipe de enfermagem, afinal, para planejar é necessário coletar todas as informações acerca dos objetivos e das metas deverão individualizadas (para cada paciente). Para isso, as ações são priorizadas com base nas necessidades do paciente, na prevenção, promoção, recuperação e manutenção de sua saúde. O planejamento exige uma visão sobre os recursos humanos envolvidos, as perspectivas do paciente e os fatores de risco. O planejamento, então, é o plano de cuidados. O enfermeiro deverá delegar à sua equipe de enfermagem os cuidados de determinada tarefa, esperando resultados com responsabilidade, conhecimento crítico e ética. Porém, não deverá delegar quando é exigido uma investigação, pensamento e julgamento complexos, pois o resultado da intervenção poderá ser imprevisível, com um grande risco e necessidade de solução de problemas e criatividade. Sendo assim, para a implementação das intervenções, veremos que deve ser utilizado o roteiro a partir das anotações de enfermagem. Com essa aplicação, poderemos estudar a última etapa do PE, a avaliação, que tem a intenção de recolher todos os dados que foram trabalhados em prol da saúde do paciente, verificando se houve eficácia, se os objetivos foram alcançados, se houve mudanças positivas ou negativas no estado de saúde do paciente, e por meio da evolução da enfermagem, proceder com avaliação e reavaliação a partir dos resultados obtidos, gerando, então, o relatório de enfermagem. UNIDADE 1 30 As anotações da enfermagem serão avaliadas com base em uma coerência de informações, por isso é tão importante que a cada troca de turno haja o processo de comunicação e escuta ativa, pois não é só o paciente que deve ser ouvido, mas a própria liderança e os demais membros da equipe. Os erros de anotação, a falta de orientação e responsabilidade da equipe pode levar a erros que, em um processo mais crítico, pode ocasionar uma piora ao paciente, portanto, algumas determinações devem ser feitas apenas pelo enfermeiro. Erros como medicações equivocadas, estresse, falta de raciocínio e de curiosidade investigativa, de conhecimento, de capacitação e treinamento podem fazer com que no momento das anotações, a equipe tenha difi culdades na clareza das informações, inferindo diretamente na responsabilidade do enfermeiro, no desequilíbrio da equipe e no prejuízo como um todo. A partir disso, podemos concluir que, as etapas do PE, em suas fases interrelacionadas, devem aderir ao processo do raciocínio critico, garantindo um planejamento, implementação da prescrição da enfermagem, uma avaliação de qualidade, levando ao principal objetivo da equipe da enfermagem no processo de cuidar, ou seja, promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde do paciente em um atendimento biopsicossocial. Na implementação, a capacitação da equipe irá determinar se o planejamento esteve adequado às necessidades do paciente. Na prescrição da enfermagem, cumprida pela equipe, além de estabelecer critérios para uma conduta individualizada ao paciente, deve ser usada uma linguagem coesa, clara, objetiva, fundamentando todo o processo de sistematização. ATENÇÃO Os cinco certos de delegar em enfermagem são: a tarefa certa, a pessoa certa, na situação certa, comunicação certa e avaliação certa. NOTA 2 ESTABELECER PRIORIDADES DE CUIDADOS Para que o enfermeiro estabeleça as prioridades em relação aos cuidados, é essencial planejar as ações de intervenção aplicáveis ao diagnóstico, utilizando seus conhecimentos práticos, científi cos, a sua experiência e seu pensamento crítico e clínico. 31 Visando, assim, a garantia de um prognóstico que possa atender às necessidades básicas do paciente, alteradas após a implementação do plano assistencial a partir dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. Em seguida, é o momento de: • determinar as prioridades imediatas a partir da identifi cação do objetivo; • observar quais problemas necessitam de atenção imediata e quais podem esperar, ou seja, quais serão o enfoque da enfermagem, quais serão delegadas ou encaminhadas para outros profi ssionais e quais deles exigirão uma abordagem multidisciplinar; • fi xar metas, ou seja, estabelecer resultados esperados e a maneira de benefi ciar o paciente com os cuidados de enfermagem; • determinar as intervenções e planejar a assistência levando em consideração os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, a aplicabilidade da intervenção e a rentabilidade dela, assim como a necessidade de reavaliação ainda na fase de planejamento, mantendo o foco na evolução do diagnóstico. Nesse contexto, também fazem parte a família, a equipe de saúde e enfermagem; • fazer o registro individualizado do plano de cuidados, redigindo um plano padronizado, para tratar da situação específi ca do paciente. Para Barros (2015), o planejamento pode ser compreendido a partir do estabelecimento de diagnósticos, metas ou resultados esperados, além da prescrição das ações de enfermagem, as quais serão executados na fase de implementação. A priorização dos diagnósticos pode ser realizada segundo sua importância vital: aqueles que não podem esperar e demandam atenção imediata; problemas que devem ser controlados; problemas que podem ser adiados sem comprometer a saúde dos pacientes que estão sob cuidados do enfermeiro. Sendo assim, o planejamento é a etapa em que o enfermeiro efetivamente prepara um plano de ação para ter efi cácia e assertividade em seus próximos passos no processo de cuidar. Ao planejar, é preciso ter em mente quais informações serão relevantes ou não. Precisamos considerar também o conhecimento científi co, as habilidades do enfermeiro e de sua equipe, a aceitação do paciente e os materiais disponíveis no ambiente em que o cuidado será aplicado. O resultado esperado pode ser atingido se houver tempo sufi ciente e se o paciente concordar com as condições para atingi-lo. ATENÇÃO 32 O processo de saúde-doença, além de seus padrões estabelecidos por um conhecimento científi co, tem seus padrões subjetivos e emocionais que devem ser percebidos pelo enfermeiro, e no qual a equipe deve ser capacitada para seguir o que for proposto. É importante salientar que, ao informar o outro, a qualidade da informação está muito ligada ao próprio aspecto biopsicossocial e da equipe em ação. O ser humano, em seus aspectos éticos e legais, faz julgamentos próprios, e muitas vezes tais julgamentos não condizem com a realidade profi ssional estabelecida. Por isso, o Conselho Regional de Enfermagem (COREN), que regulamenta e fi scaliza a profi ssão, trata de ações ligadas aos direitos e deveres do enfermeiro, em relação à sua prática no ambiente profi ssional. Tratar da saúde do paciente do mesmo modo como gostaria que sua saúde ou de seu familiar fosse tratada, isso se chama alteridade. O enfermeiro ter tais informações para adequar a linguagem, para que o êxito das equipes seja real, é exatamente na fase da implementação e da avaliação que surge a possibilidade de recorrer a novas estratégias, caso sejam necessárias. Porém, as estratégias só poderão ser reavaliadas se os agravos não levarem o paciente a uma situação de maior gravidade. Portanto, cabe ao enfermeiro estar em constante reavaliação de suas próprias práticas. Ao estabelecer as prioridades, o enfermeiro passa a ter segurança de que suas ações deverão estar em concordância com o diagnóstico de enfermagem, e que a prescrição acontecerá com uma comunicação ativa,para que ao efetuarem as anotações de enfermagem, os resultados sejam assertivos e coerente. Caso o planejamento tenha uma avaliação coerente, sem grandes intercorrências, é fundamental praticar a monitorização, questão que envolve a constante coleta de dados selecionados para analisar se as condições do paciente melhoraram, pioraram ou permanecem dentro de um limite normal. Cabe ressaltar que a monitorização não melhora o estado de saúde do paciente ou evita problemas. Ela proporciona informações necessárias para determinar o tipo de intervenção. No diagnóstico real, monitora condições de melhora; no de alto risco, Ao treinar a equipe, é fundamental ter clareza, linguagem adequada e estabelecer as principais metas que deverão ser seguidas, fazendo com que a comunicação seja compreendida, pois o enfermeiro, enquanto líder, deve estar preparado para um trabalho a ser delegado e cumprido de forma objetiva, profi ssional e com êxito. IMPORTANTE 33 monitora sinais de aparecimento do problema; no de bem-estar, monitora a participação do paciente nas mudanças do estilo de vida; e nos problemas colaborativos, o surgimento de um problema ou a mudança em um problema já existente. 2.1 PENSAMENTO CRÍTICO DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO O objetivo da implementação é a ação do enfermeiro, na qual ele executa as atividades prescritas na etapa de planejamento da assistência. Essa etapa é dividida em duas partes interdependentes: a prescrição de enfermagem (realizada pelo enfermeiro) e execução da prescrição (realizada pela equipe de enfermagem). As duas ações são extremamente complexas e envolvem toda a equipe de enfermagem, exigindo do enfermeiro o desenvolvimento do pensamento crítico, para que possa, a partir da resolução dos diagnósticos apresentados, ter clareza e resultados positivos sobre suas ações. O fato de o enfermeiro fazer uma prescrição, prevendo os resultados, não garante que ela será executada, pois depende totalmente da colaboração e da concreta visão sobre o cuidar por parte da equipe. Então, o enfermeiro formula as atividades de enfermagem para monitorar, prevenir, reduzir ou eliminar os diagnósticos de enfermagem estabelecidos, sendo a fase do processo de enfermagem que envolve o início do plano de cuidados. Essa ação se dá a partir da prescrição de enfermagem. A maneira pela qual o enfermeiro é capaz de auxiliar o paciente a alcançar resultados, envolve tais ações: • Dependentes: implementam as recomendações médicas e indicam a maneira pela qual a recomendação pode ser executada. • Interdependentes: descrevem as atividades que o enfermeiro realiza em colaboração com outros membros da equipe de saúde. • Independentes: atividades executadas pelo enfermeiro sem recomendação médica direta ou dos demais profissionais de saúde. O enfermeiro tem licença para recomendar algumas ações em virtude sua formação e experiência, focando em atividades necessárias para a promoção, manutenção ou restauração da saúde, auxiliando o cliente a chegar aos resultados desejados, oferecendo um ambiente seguro e terapêutico. Para cada resultado esperado, o enfermeiro é responsável por propor intervenções de enfermagem e prescrever ações que visem reduzir ou eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico, assim como proporcionar níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e monitorar o estado de saúde atual ou o surgimento de problemas (BARROS et al., 2015) IMPORTANTE 34 Além disso, as ações podem ser de cuidado direto (realizadas diretamente) ou de cuidado indireto (realizadas sem a presença da pessoa e intervenções de coordenação e controle do ambiente em que o cuidado é oferecido). Ambas devem ser prescritas pelo enfermeiro logo após o diagnóstico da enfermagem ter sido realizado. Com isso, a prescrição de enfermagem é o roteiro que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento do paciente. A elaboração e execução da prescrição de enfermagem exige conhecimento técnico, cientifi co, tomada de decisões e busca de conhecimentos específi cos quando necessário. Os itens devem ser enumerados e checados, assim como deve ser feita a utilização de verbos (comandos de ação) no infi nitivo (fazer, ajudar, orientar, supervisionar e observar, por exemplo) e indicativos da dependência do paciente. Para Murta e Garcia (2006), no plano assistencial constam: • Prescrição de enfermagem: conjunto de medidas que direcionam e coordenam a assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada, tendo como objetivo a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. • Relatório de enfermagem: toda e qualquer anotação feita pela equipe de enfermagem (auxiliar, técnico e enfermeiro) no prontuário do paciente, assim como as intercorrências que não tenham sido previstas pelo enfermeiro na prescrição de enfermagem. Tudo o que é prescrito pelo enfermeiro deve ser checado pelo profi ssional que executou as ações. Toda a equipe deve realizar anotações relacionadas às intervenções prescritas, pois elas contribuem signifi cativamente na reavaliação da pessoa cuidada. ATENÇÃO A anotação de enfermagem, de acordo com Murta e Garcia (2006), tem como foco registrar todas as informações sobre a assistência prestada pela equipe de enfermagem, a fi m de estabelecer um processo de comunicação entre todos os membros da equipe. Devem constituir a base da SAE, subsidiando a conduta diagnóstica e terapêutica, além de constituir documento legal e em auditorias. Dentro desse contexto, ocorrem as anotações e a evolução de enfermagem. Para tanto, as informações devem ser claras, objetivas, com letra legível, sem rasuras, com datas, horários, identifi cação do profi ssional e terminologias corretas. IMPORTANTE 35 Os dados precisam se apresentar objetivos e evidentes, sem análise, com a descrição feita por todos e quando ocorre o fato. Cabe destacar que as anotações são feitas sobre o que foi observado ou realizado, sem interpretações ou julgamento. Outros detalhes também são importantes, como o nome do paciente e todas as outras informações, iniciar sempre a anotação com data, horário e terminar com o nome e COREN. Além disso, utilizar termos científicos, abreviaturas conhecidas, horário preciso, sem espaço em branco ou rasuras, e não deixar espaço entre a anotação e a assinatura. As anotações devem, então, conter: • condições gerais do paciente no início do plantão; • dados referentes às necessidades básicas, a saber: nutrição, hidratação, sono e repouso, locomoção, motilidade, eliminação, sinais vitais, comunicação e tratamentos realizados; • sinais (o que é observado) e sintomas (o que é relatado pelo paciente); • acidentes e intercorrências, se houverem; • condições gerais do paciente ao término do plantão; • não repetir anotações checadas na prescrição de enfermagem; • todas as anotações devem ser feitas logo após a verificação da ocorrência do cuidado prestado; • evitar expressões como “hábitos fisiológicos normais”, “sem anormalidades”, “sem intercorrência”, “sem queixas” e outras que materializam julgamentos de quem anotou. A evolução de enfermagem refere-se à uma criteriosa análise das 24 horas, sobre todas as ações que ocorreram dentro do processo de implementação e intervenções ocorridas. Na evolução de enfermagem cabe uma atenção especial às intercorrências apontadas, as quais não fariam parte do plano de cuidados. Nesse momento, já se estabelece a avaliação, ou seja, a última etapa da SAE, podendo levar a novos planejamentos e novas prescrições. O enfermeiro, em seu cotidiano, utiliza processos mentais que muitas vezes não se restringem a raciocínios lógicos. Do inconsciente surgem os meios, a partir dos quais se tiram as conclusões a respeito do paciente, ainda que sem uma conexão direta com fatos relatados ou observados (BARROS, 2010). ATENÇÃO 36 QUADRO 3 – DIFERENÇA ENTRE ANOTAÇÃO E EVOLUÇÃO FONTE: A autora 2.2 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS PRESTADOS E
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