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Estágio das Receitas

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- -1
Estágios das receitas
Fabiane Zanette
Introdução
Nesse tema, trataremos sobre a sequência de atividades que são percorridas pelos órgãos públicos e os
caminhos que a receita faz, desde a previsão até seu recolhimento. Se tratando de recursos públicos, todas as
decisões, etapas e instruções são calcadas em leis e manuais. Assim, o Manual de Procedimentos nos traz as fases
que devem ser reconhecidas no governo ou repartições que executarão as receitas: lançamento, arrecadação e
recolhimento. Estágios necessários apenas para receitas orçamentárias e não para as extraorçamentárias.
Assim, um tributo é reconhecido em que momento? Previsão de receita nas leis orçamentárias é dinheiro líquido
e certo em caixa pública? É o que vamos estudar, a seguir.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar os estágios das receitas.
1 Previsão e lançamento
A receita orçamentária é composta por etapas: planejamento, execução e controle e avaliação. Planejamento é a
mesma coisa que previsão, mas é dentro da etapa “execução e controle” que estão os três estágios que
abordaremos nesse tema.
1.1 Previsão
Previsão ou planejamento é a prévia de arrecadação da receita orçamentária, disposta nas leis orçamentárias
anuais, projetada com base em alguns métodos de apuração. O próprio Manual da Receita Nacional (2008, p. 42)
orienta como deve ser feito o cálculo da previsão na fórmula a seguir.
•
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Figura 1 - Cálculo de previsão da receita
Fonte: Zodiacphoto, Shutterstock, 2019.
Projeção = Base de Cálculo x (índice de preço) x (índice de quantidade) x (efeito legislação).
• se baseia na série histórica de arrecadação da receita, de acordo com o comportamentoBase de cálculo:
mensal dela. Podendo escolher entre as opções de arrecadação de cada mês do ano anterior, tirar a média
trimestral de cada trimestre do ano anterior, tirar a média mensal do ano anterior ou a média mensal dos
últimos meses anteriores.
• são diversos índices existentes, (nacional e regionais), divulgados pelos órgãos oficiais, comoÍndice de preço: 
INPC, IPA, etc. A escolha mais adequada do índice deve ser idêntica ao fato gerador da receita, ou seja, se a
projeção é de receitas de juros, o melhor é utilizar índices de variação de juros e não de inflação.
• se relaciona fisicamente com algum fator de produção, como produto interno brutoÍndice de quantidade:
real, variação na produção de minérios reais e na produção industrial real, entre outros. A escolha desse índice,
idêntico ao anterior, também deve ser feita com base no fato gerador.
• são mudanças na lei que podem afetar o cálculo, como alteração de alíquotas, a exemplo doEfeito legislação:
imposto de renda no início do ano, valor que será usado nesse item da fórmula.
1.2 Lançamento
Iniciando a etapa de execução, o lançamento não é um estágio de todas as receitas orçamentárias, pois é preciso
verificar a procedência do crédito fiscal e a pessoa responsável pela sua quitação (devedor/contribuinte/sujeito
passivo).
A procedência do crédito fiscal é o fato gerador, isto é, se não se conhece o valor numérico do fato gerador, não é
possível mensurar o valor do crédito. Logo, não se pode lançar e sim apenas prever, arrecadar e recolher. IPTU e
IPVA têm fatos geradores já de prévio conhecimento, pois os valores venais estão de posse dos órgãos públicos
para apurar o valor do tributo cobrado e a quem de obrigação será seu lançamento.
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O lançamento está previsto na Lei 4.320/64:
“Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.” (grifo nosso)
“Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.”
São três as modalidades de lançamentos:
• o órgão publico lança sem depender do devedor/contribuinte, como é o caso de IPTU eDireto (ou de ofício) - 
IPVA.
• depende de informações do devedor/contribuinte para que possa ser lançado, como no casoPor declaração - 
das declarações anuais do IRPF.
• o devedor/contribuinte antecipa o pagamento sem que a autoridade administrativa façaPor homologação - 
um exame prévio, como os recolhimentos do ICMS. Também recebe o nome de autolançamento ou indireto, pois
parte do sujeito passivo.
2 Arrecadação
O estágio de receber/cobrar/tomar posse é o início da realização da receita, pertencente ao exercício financeiro
em que está sendo arrecada, conforme consta no caput do art. 55, da Lei 4.320/64. É representado pela emissão
de um documento de arrecadação em contra partida ao desembolso monetário.
Pode ser Direta e Indireta. Na Direta, o sujeito passivo paga/desembolsa sem intermédios de terceiros, como
ocorre em impostos a pagar nas declarações anuais de imposto de renda, em que se paga a arrecadação
diretamente ao tesouro público via DARF, por intermédio de agentes arrecadadores. Já na indireta há um
terceiro envolvido nessa arrecadação, como é caso de empregadores que retêm os impostos de renda,
SAIBA MAIS
Algumas receitas orçamentárias não podem nem ser “lançadas”, muito menos “previstas”,
como no caso das doações em dinheiro, pois não há como se quer prever que ocorrerão com
base em exercícios passados.
FIQUE ATENTO
É muito importante não confundir lançamento de receita com lançamento contábil. O primeiro
trata-se da previsão de uma arrecadação pública. Já o segundo se refere a lançamentos que
possuem as partidas dobradas.
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diretamente ao tesouro público via DARF, por intermédio de agentes arrecadadores. Já na indireta há um
terceiro envolvido nessa arrecadação, como é caso de empregadores que retêm os impostos de renda,
mensalmente, dos empregados e ficam responsáveis por repassar o valor aos órgãos públicos, por meio de
agentes arrecadadores.
Figura 2 - Processo de arrecadação
Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Tais formas de arrecadar em nada tem a ver com a figura do agente arrecadador. Esse é apenas a pessoa
autorizada a receber, em mãos, em nome dos Tesouros, o valor em moeda para quitar a obrigação do sujeito
passivo/ devedor.
2.1 Regime de contabilização da receita pública
O regime adotado para orçamentos na contabilidade pública é o misto ou orçamentário. Assim, para regime de
caixa são consideradas as receitas e para regime de competência são consideradas as despesas.
De acordo com o Art. 35, “Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nêle arrecadadas; II - as despesas nêle
legalmente empenhadas.” O texto trata a receita pelo enfoque orçamentário, sendo o regime de competência
misto. Porém, a mesma lei, em outro artigo, chama a atenção para a contabilização patrimonial em que são
utilizados os Princípios Fundamentais de Contabilidade, propriamente o da Oportunidade e Competência,
descrito como enfoque patrimonial. Segundo o Art. 89, “A contabilidade evidenciará os fatos ligados à
administração orçamentária, financeira patrimonial e industrial.”
Assim, no momento que ocorreu o fato gerador, a receita deve ser reconhecida, independente do desembolso ou
recebimento monetário, registrando o direito de receber, em contrapartida, a variação do ativo. Aqui, temos o
enfoque patrimonial, com os registros do primeiro estágio da receita (lançamento), os quais evidenciam a
execução financeira e patrimonial pública, pois independem de execução orçamentária.
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Figura 3 - Regimes Públicos
Fonte: PALUDO, 2013, p. 118.
De outra forma, o enfoque orçamentário (regime de caixa para receitas) considera que as receitas devem ser
reconhecidas no momento da sua arrecadação, para se proceder a execução orçamentária. Logo, podemos
observar que ingressos orçamentários não passíveis do estágio de lançamentos são reconhecidos apenas no
exato momento da sua arrecadação. Portanto, toda receita arrecadada pertence ao seu próprio exercício
financeiro, registrado pelo regime de caixa.
Quando a receita passa por lançamento e arrecadação, irá ser demonstrada, primeiramente, em patrimônio pelo
regime de competência e, posteriormente,na sua arrecadação pelo regime de caixa. Se a receita começa
diretamente pela arrecadação, teremos apenas regime de caixa.
A partir do momento que uma guia de pagamento é gerada, se tem uma obrigação do sujeito passivo de pagar e
um direito do órgão de receber. Dessa forma, como a arrecadação pertence ao mesmo exercício financeiro, se
torna disponível para realização de despesas, pois o governo conta com essa quantia para pagamento das contas.
Caso não haja o recebimento na data prevista, quem deve passa a ser um “devedor duvidoso”, conhecido na
contabilidade pública como dívida ativa.
3 Recolhimento
É a transferência de numerário que os agentes arrecadadores fizeram para os cofres públicos, de uma só vez
(não pode ser fragmentado), para uma conta única disponível ao Tesouro. No caso de cofres federais é a Conta
Única do Tesouro Nacional, mantida pelo Banco Central do Brasil, representado pelo agente financeiro Brasil do
Brasil.
FIQUE ATENTO
Em um primeiro momento e regra, a contabilidade pública trabalha com regime de
competência somente se houver menção, solicitação, direcionamento e perguntas sobre receita
orçamentária, sendo possível dizer que é pelo regime de caixa.
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Figura 4 - Transferência de numerário aos cofres públicos
Fonte: Robyn Mackenzie, Shutterstock, 2019.
É nessa fase que acontece a prestação de contas dos agentes arrecadadores ao agente público. Podemos observar
o controle que esse estágio tem para o contribuinte e gestores públicos, quando criado o calendário fiscal. Nele,
cada tipo de tributo tem uma data específica para se pagar/recolher, sempre divulgada aos usuários devedores,
como no caso da contabilidade privada, na qual existe uma data limite para recolher impostos de rendas, outra
data para seguridade social, etc.
Os prazos de transferências dos valores recolhidos pelos agentes arrecadadores autorizados para o Tesouro são
variados, no caso de DARF ou GPS, que devem ser feitas em dia útil e via GRU. Tudo é concentrado no Banco do
Brasil, o qual deve repassar em até dois dias uteis.
EXEMPLO
Emissão do carnê de IPTU de R$ XX,YY, em novembro de 2018, para pagamento apenas a
partir de janeiro de 2019. Temos, então, o reconhecimento apenas desse “lançamento” sob o
enfoque patrimonial/contábil/competência do valor R$ XX,YY, no ano de 2018. Houve a
arrecadação somente em fevereiro de 2019, registrada sob o enfoque orçamentário/caixa no
referido mês e ajuste também do lançamento de 2018.
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Fechamento
Compreendemos os estágios das receitas públicas e verificamos que não é o título da receita que define se elas
passarão por estágios ou não, mas se são o fato gerador. Vimos que nem todas as receitas passam pelas três
fases, bem como nos regimes aplicados na contabilidade pública.
Também entendemos que toda a receita orçamentária arrecada é registrada no regime de caixa, fato importante
para gestão das contas públicas no exercício que ocorreram, sendo que algumas podem ser previamente
lançadas.
Referências
BRASIL. Ministério da Fazenda. 1. ed. Brasília: 2008. Disponível em: www.tesouro.Manual da Receita Nacional.
fazenda.gov.br. Acesso em: 24/12/2019.
GIACOMONI, J. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.Orçamento Público.
KOHAMA, H. . Teoria e Prática. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2016. Contabilidade Pública
MOTA. F. G. L. . 1. ed. Brasília: Vestcon, 2009.Contabilidade Aplicada ao Setor Público
BRASIL. 4. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro paraLei Federal nº 4.320, de 17 de março de 196
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm. Acesso em: 24/12/2019.
	Introdução
	1 Previsão e lançamento
	1.1 Previsão
	Cálculo de previsão da receita
	1.2 Lançamento
	2 Arrecadação
	Processo de arrecadação
	2.1 Regime de contabilização da receita pública
	Regimes Públicos
	3 Recolhimento
	Transferência de numerário aos cofres públicos
	Fechamento
	Referências

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