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Caderno Direito Penal 1 - 1 Unidade (Daniel Nicory FBDG)

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Ilícito x delito: 
• Ilícito: Algo contrário a uma norma. Com a 
existência de vários sistemas morativos, a etiqueta, 
moda, etc. um mesmo comportamento considerado 
ilícito para um sistema normativo pode não ser para 
o outro. 
➢ Ilícito penal: É uma 
➢ Há com ter uma coisa ilícita mas não ser uma 
ilegalidade. 
➢ Nem todo ilícito é ilícito penal, nem todo ilícito 
é crime. 
• Delito: É uma espécie de ilícito criminal, pois 
justifica o uso do direito penal sobre o réu. A 
violação grave, transcende o Direito Privado e vira 
uma violação para a sociedade. 
➢ Delito = Crime (no Brasil), violação a lei penal. 
➢ Contravenção penal: Penas curtas, diferente dos 
crimes. 
Sanção x pena: 
• Sanção: É uma consequência de um ato, que é 
imposta ao autor desse ato por alguém (Estado ou 
indivíduo). 
➢ Kelsen: Ele afirma que a sanção é uma 
consequência de um ato ilícito, no entanto há 
divergências sobre essa afirmação. 
✓ Nesse sentido que iremos trabalhar em 
Penal 1. 
• Pena: Uma espécie de sanção voltada para o direito 
penal. 
➢ Sanção penal: Previsão da liberdade, ela é uma 
espécie de sanção penal sendo a mais grave, 
porém existem multas e limitações, além da 
prestação de serviços. Sendo previstas na lei 
penal para crimes. 
 
 
 
 
 
Direito x Moral: 
• Direito: A organização da aplicabilidade, sendo 
uma sanção organizada e produzida pelo Estado, 
como uma forma organizada da aplicação da lei. 
• Moral: É unilateral é que a moral interessa ao seu 
comportamento em relações as suas ações. 
Fenômeno x ciência: 
• Fenômeno: É um acontecimento que se dá em um 
mundo real. Os sistemas normativos também se 
qualificam como fenômenos, não há a necessidade 
de fenômeno material. 
➢ A Ciência sendo a forma de saber, um 
conhecimento. Atualmente, a que mais se 
aproxima dos fenômenos. 
• Ciência: Objeto de estudo, ciência jurídica. 
➢ A prática do direto é o que a ciência jurídica 
estuda 
➢ O jurista: O trabalho do jurista não é científico, 
é político, pois interferem na regulamentação 
social. 
✓ Ex: publicação de livros, educação no 
Direito, trabalho dos doutrinadores, etc. 
• Antigamente sendo dito que a principal ciência para 
o crime era com o sentido para o Direito, no entanto, 
atualmente já se acredita que todas as ciências têm 
suas análises. 
➢ Para o Direito: O que se faz em um curso de 
Direito. 
➢ Para a Economia: A criminalidade gera 
riqueza, seja por tráfico de drogas, tráfico de 
pessoas. Sendo um interesse também da 
Economia. 
➢ Para a Sociologia: 
➢ Para a Psicologia: Como se é feito um crime, 
porque é feito desse jeito, porque o criminoso 
realizou aquele crime. 
➢ Para a Medicina: Laudo de exame 
toxicológico, exame de insanidade mental, etc. 
Direito Penal I 
1ª Unidade 
Caderno de Direito Penal 1 – Professor: Daniel Nicory (FBDG) 
Por: Carla Pirajá (2022.2) 
• Elas estão em conjunto? Para a ciência do direito se 
resolver é preciso, em muitos casos a consulta 
dessas outras ciências. Porém, nem sempre há a 
necessidade dessa consulta, por isso não se é dito 
que ela são em conjunto e sim em consulta. 
• Teorias legitimadoras: 
➢ Teorias que justificam a existência do Direito 
Penal 
➢ Explicam por que esse mal é necessário (a 
punição é um mal necessário). 
➢ Em quais condições que esse mal é necessário, 
um mal aceitado. 
• Teorias deslegitimados: 
➢ Teoria que nega que o direito penal se 
justifique, que seja uma solução adequada aos 
conflitos que ele tenta resolver 
➢ O direito penal deve ser abolido ou muito 
restrito 
➢ A punição é um mal desnecessário. 
Teoria absolutas (retributivas). 
• São teorias que olham para o passado, você retribui. 
• Objeção ao utilitarismo, face à condição humana de 
fim em si mesmo. 
• Autonomia moral do criminoso (como um de nós, 
não é um monstro, um doente, é capaz de fazer 
escolhas) e o justo seria “colher o que planta”. 
• A pena deve ser aplicada independentemente e de 
sua utilidade, ser útil ou não. Aplica como 
retribuição, seria também uma forma de respeitar o 
direito do criminoso 
Retribuição ética (Emmanuel Kant) 
• Kant que fala sobre o “imperativo categórico” . 
• Se o mal foi praticado deve ser retribuído com outro 
mal. 
• Retribuição moral em alguns manuais, mas o 
professor prefere esse termo 
• Imperativo categórico: Aja de uma maneira certa e 
que você faria independentemente de seus 
interesses. Para Kant, o imperativo categórico é o 
certo para quem comete o crime, a pena é o correto. 
• O carto para quem comete o crime é aplicar a pena, 
Kant usa o Talião (Olho por olho, dente por dente). 
Sendo a base da ideia de proporção ao crime. Visão 
de proporcionalidade estrita como forma de 
retribuição ética, seguindo a ideia de imperativo 
categórico. Reconhecimento de que um mal foi 
praticado e por tanto retribuído. 
Retribuição logica (George W. F. Hegel). 
• É justo que seja punido, punição como retribuição. 
• Reconhece que o criminoso é uma pessoa capaz de 
fazer escolhas. 
• Hegel = o Crime é a negação do direito, a pena é a 
negação do crime. Assim, a pena é a afirmação do 
Direito. 
Teorias relativas (preventivas) 
• São teorias para quais, é preciso punir para que o 
mal não surjam. 
• Estão preocupadas com aquilo que é capaz de 
precaver o crime. 
• Geral para prevenir que não entre no mundo 
criminal e a especial é a incidência. 
Teoria da prevenção geral: 
• São teorias que tem com o objetivo de agir sobre o 
corpo social. 
• Quando se aplica a punição há um criminoso e tem 
como o efeito preventivo na sociedade. 
➢ Prevenção geral Negativa: É a teoria da 
punição exemplar/ coação psicológica/ 
legitimação. 
✓ Pune os outros para os criminosos em 
potencial tenha medo de cometer um crime. 
✓ Punição para que não se pratique o mesmo 
feito, estimulada apela impunidade. 
✓ Além de grave, a pena tem que ser célere 
(sem demora), para que a memória do que 
ele fez ainda esteja “fresca” na mente. 
✓ Todos nós somos criminosos em potencial. 
✓ Reconhecimento da imperfeição humana 
 
➢ Prevenção geral Positiva: É a teoria do reforço 
de expectativas normativas. 
✓ Frustação da expectativa. 
✓ A função da pena para Jakobs é evitar que 
você se ajuste a expectativa e evitar a 
normatividade. 
✓ Garantidor do modelo de orientação de 
conduta social. 
Teoria da Prevenção especial: 
✓ Ação sobre a pessoa do criminoso 
• Prevenção Especial Negativa (Cesare Lombroso e 
Enrico Ferri) 
➢ Inocuização/neutralização/ torná-lo inofensivo. 
➢ Reincidência 
➢ Uma teoria que tem como o objeto de estudo o 
criminoso empiricamente. Trazer para as 
ciências sociais o método da ciência natural. 
➢ A tradição filosófico e letras, assim o método 
inspirado na ciência natural, nasce-se a 
criminologia. 
✓ Exemplo de nomes da época: Max Weber. 
➢ Lombroso identificou um criminoso nato 
✓ Primitivismo do ser humano 
✓ Ideia de analgesia (insensibilidade a dor): 
se o criminoso é insensível a própria dor, 
ele será menos ainda em relação aos outros 
✓ É como se o crime fosse o sintoma de uma 
personalidade criminosa, o criminoso vem 
antes do crime. 
✓ Nessa teoria o criminoso é um ser diferente 
dos demais humanos. 
✓ Ao se falar do livro “ O homem criminoso”: 
a maior parte não é apenas por identificar as 
características física, mas também das 
tatuagens dos criminoso, no qual eles tem 
mais. Sendo identificado como grupos 
(facções). 
✓ Inspira o racismo científico 
 
➢ Enrico vai tratar os tipos de criminosos 
✓ Criminoso nato: tendencia ativa ao delito, 
mesmo que as situações sejam neutras ao 
crime, esse tipo de criminoso irá buscar 
uma forma de comer o crime. 
✓ Criminoso louco: condições psiquiatras, 
ele não percebe a realidade como ela é. 
✓ Criminoso passional: Alga que se associa 
ao feminicídio, crime impulsivo. Impelida 
pela situação do crime,agir por impulso. 
✓ Criminoso ocasional: Oposto do nato, age 
quando as circunstâncias são favoráveis s 
ao crime, se aproveita da situação para sair 
impune. 
✓ Criminoso habitual: o ocasional que 
começou a fazer o crime como um hábito 
pois não foi pego. 
➢ O principal problema dessa teoria é porque a 
metodologia desse estudo são inaceitáveis e 
erradas. Além dessa generalização e maior 
vulnerabilidade do sistema penal. 
 
• Prevenção Especial Positiva: (Concepción 
Arenal) - Reassociação 
➢ Essa teoria é uma que ao contrário das outras é 
difícil identificar os criadores dessa concepção. 
➢ Por que irá tratar o criminoso igual? se eu fizer 
igual irei me tornar igual a ele. 
➢ Evitar a reincidência, há coisas em comum, 
como aplicar a pena em condições individuais 
do criminoso. 
 
Teorias mistas ou ecléticas 
• Elas querem as duas coisas a pena ela retribui e 
previne 
• Porém a depender do momento as funções mudam 
Teoria dialética unificadora 
• Função na cominação (prevenção geral negativa): 
➢ Cominar: prever na lei, o legislador previne a 
pena. Definir quais são os crimes a quantidade 
de pena 
➢ Serve para dizer “se você cometer crimes você 
está ameaçado de receber penas pré-
estabelecidas”. 
➢ Comunicação com a sociedade como um todo. 
• Função na aplicação (prevenção geral positiva e 
retribuição): 
➢ Aplicação: O acusado já foi identificado, 
processado e condenado, assim o juiz irá 
quantificar a pena desse determinado crime. 
➢ Confirmando para a sociedade que ele foi 
punido e a retribuição pelo mal que ele fez. 
• Função na execução (prevenção especial positiva): 
➢ O cumprimento da pena, não importa onde seja. 
➢ Intenção de ressocializar essa pessoa na 
sociedade novamente. 
➢ Tornar um preso um novo membro da 
sociedade 
• Que negam a justificativa da existência do direito 
penal, da sua utilidade. 
• Creem que não importam, não necessita desse mal. 
• Deve ser abolido ou muito restrito. 
Minimalistas 
Garantismo Penal - Luigi Ferrajoli 
• Reação controlada e previsível do Estado como mal 
menor 
• Reconhece que a pena é um mal que não resolve, 
não é o abolicionismo. 
• Visão do garantismo: deixando nas mão do estado é 
um mal menor do que a reação imprevisível e 
descontrolada da vítima 
• polícia é violenta mas é uma reação à violência da 
sociedade (linchamento - continuar agredindo o 
indefeso mesmo após a legítima defesa) 
 
 
 
Teoria Agonística da pena - Eugênio Raúl Zaffaroni 
✓ Pena e Guerra - Referência a Tobias Barreto 
• Faz crítica às teorias tradicionais da pena, nenhuma 
cumpre a função que pretende, não tem 
racionalidade jurídica 
• A resposta racional ao delito, dentro do campo 
jurídico, é o da reparação, punição criminal é um 
fato político e não jurídico, pena com a mesma 
justificativa da guerra - fato político de 
demonstração de poder do Estado 
• Pena e guerra podem ser justas, mas não jurídicas, 
como um ato de legítima defesa da sociedade -pega 
essa teoria dele para dizer que a pena não tem 
função jurídica, não pode haver a negação da 
existência da pena, porque ela existe 
• Direito penal, no âmbito doméstico, é equivalente 
ao direito humanitário no âmbito da guerra, para 
impor limites aos danos da pena 
Abolicionistas 
• A pena e o direito penal é caso tão perdido que 
precisa acabar 
• O diagnóstico é certo, mas o tratamento não 
• Ressignificar o crime como conflito, um problema, 
se entende que o estado oferece 
• Serviços de resolução do conflito, do problema e 
não de punição 
• Defesa da paz, da não violência 
➢ O direito penal é só uma violência depois da 
violência 
➢ Alguém tem que parar a violência 
Abolicionismo europeu - Louk Hulsman 
• Universalista, respeito à diversidade, poder e 
autoridade como serviço 
“Penas Perdidas” - pena como um fenômeno mais 
amplo de resposta, um fenômeno social 
• Visão majoritária 
• Olhando os males que a pena produziu 
• No lugar da pena é necessário se estabelecer como 
princípios o respeito à diversidade e de poder e 
autoridade como serviço 
➢ Papel do estado é servir mesmo a quem 
cometeu o crime 
➢ Por ressignificar o crime e se entender que o 
estado deve oferecer uma solução: 
➢ Prática restaurativa das ações humanas 
➢ No lugar de exacerbar a dor pela punição, é 
restaurar as relações que foram feridas pelo 
crime - conta o amadurecimento da pessoa. 
 
 
Abolicionismo afro diaspórico - Angela Davis 
• Interseccional. alternativas baseadas em políticas 
redistributivas e numa justiça voltada à reparação e 
à reconciliação 
• “Estarão as prisões obsoletas?” - centrada no 
encarceramento como política de estado de resposta 
ao crime 
➢ Fala melhor da interseccionalidade 
• Na posição de Ângela Davis o sistema penal 
americano é um sistema penal que é contínuo da 
escravidão 
• A cadeia substitui a senzala como forma de 
privação da liberdade e controle social de um povo, 
a população africana, vista como perigosa pela 
classe dominante 
• 13° emenda da constituição americana aboliu a 
escravidão mas permite o trabalho compulsório 
como forma de pena 
• Prisão como um negócio, controle de compos com 
fabulosa lucratividade 
• prisão e direito penal como caso perdido - somente 
instrumento de controle da classe dominante, que os 
empreendedores morais (ex.: feministas) têm 
esperança de que ele agirá a favor deles, só que isso 
não vai funcionar 
➢ Direito penal não foi feito para servir as 
mulheres, como no exemplo, e sim os grupos 
dominantes -redistribuição de bens sociais 
como forma de prevenir a violência e garantir a 
paz 
➢ paz pela não violência, contrário às 
minimalistas 
➢ redistribuição não como comunismo, mas como 
social-democrata em busca da paz 
Movimentos sociais abolicionistas 
• Antiproibicionismo 
➢ Movimento social que luta pela regulamentação 
das drogas hoje tidas como ilícitas 
➢ Diz que o proibicionismo falhou e fazer 
discurso de guerra contra as drogas 
✓ Proibicionismo: proibir certas drogas 
➢ Dorme do berço de ouro da hipocrisia: para 
algumas drogas e não outras e a distinção entre 
as lícitas e ilícitas é irracional; contra senso 
proibir maconha e liberar álcool 
➢ Guerra na verdade contra certas pessoas que 
usam certas drogas 
➢ Fundamentos da guerra: defesa da saúde, da 
integridade física dos outros e preservação da 
moralidade dos jovens (expõe a saúde) 
➢ Diz para regular, com responsabilizar, ao invés 
de proibir e gastar recursos e vidas proibindo 
coisas que a sociedade sempre fez 
✓ Exemplo: da proibição do álcool nos EUA: 
diminuiu muito pouco o uso e aumentou a 
letalidade, visto que não tinha mais 
regulamentação desse 
➢ Encontrar uma solução que não envolva uma 
grande quantidade de encarceramento, 
intervenção policial, homicídios, etc. 
➢ Regulação responsável: nenhuma droga é 100% 
proibida, nem que o uso seja apenas 
terapêutico. 
• Antimanicomialismo 
➢ Voltado para a questão da saúde mental 
➢ Defende que o tratamento da saúde mental tem 
que ser em liberdade e em conjunto com a 
família 
➢ Deve ser utilizado apenas em casos de crise, 
mas não como o tratamento padrão 
Problemas inerentes à privação de liberdade 
• Instituições totais (Erving Goffman): 
➢ Aquela em que o sujeito vive a totalidade das 
suas experiências, todas as suas interações 
acontecem ali, isoladas do mundo exterior e, em 
regra, não podem sair. 
➢ Passam dia, tarde e noite; trabalham, dormem, 
se alimentam. 
➢ Prisões, manicômios, quarteis, colégios 
internos, asilos, conventos, internatos, etc.. 
➢ Normalmente são privadas da liberdade sem 
terem feito nada de errado. 
➢ Ideia de recorrer as pessoas a espaços que elas 
não podem sair, vai além da prisão, há muito 
tempo nem sempre é uma punição. 
➢ A prisão era usada como prisão punitiva, as 
pessoas eram presas para aguardar o 
julgamento. Como forma de punição, érelativamente recente, século XVIII. 
➢ Nem toda prisão é pena (avanço humanitário). 
As penas eram muito brutais, sendo assim, a 
prisão um avanço humanitário, como uma 
forma de humanizar a punição. 
➢ Percebe-se que o grande mal que esse locais 
provocam é a perda da individualização, perda 
da identidade pessoal, confusão entre o ser o 
ambiente. 
➢ A desumanização pela objetificação, além de 
uma infantilização, pois quando se prende 
alguém você tira todas as decisões dessa pessoa 
(quando irá comer, quando irá tomar banho...), 
perde a autonomia. 
➢ -Pensamento do sistema: como preparar alguém 
para a liberdade => dando o tratamento oposto 
à liberdade -É importante preparar o preso pois 
ele vai sair, então como preparar? Sistema 
progressivo de pena: liberar aos poucos dar 
esperança de sair facilita o controle da 
população 
• Instituições disciplinares (Michel Foucault) 
➢ Sociedade punitiva do início da idade moderna 
se torna sociedade disciplinar 
➢ Vigilância como prevenção: controle do 
comportamento a partir da vigilância constante 
- consegue o comportamento adequado, mais 
do que pela violência 
➢ Crise de saúde mental com a hiper vigilância: a 
sensação de vigilância constante, o sofrimento 
mental era quase de todos. 
➢ Sofrimento mental em massa vem da vigilância 
constante: perda de privacidade, de 
recolhimento 
➢ sustenta a ideia de vigilância - sua liberdade é 
incerteza, daí surge a vigilância, para preparar a 
reação 
➢ Prisões reais: não cumprem a função de 
prevenção, pelo contrário, aumentam a 
incidência de crimes, aprimoram práticas 
criminosas, multiplicam crimes, não reinserem 
na sociedade, separam mais, não capacitam, e 
sim incapacitam, cumpre a função de causar um 
mal, 
➢ Ficar preso, mesmo com condições boas, faz 
sofrer, as pessoas saem piores do que estavam -
Reincidência - quem comete um crime depois 
de ter sido condenado e ter cumprido a pena 
➢ Problemas decorrentes da falta de efetividade 
do ordenamento 
Seletividade no sistema penal 
✓ Por que é mais fácil captar algumas pessoas e 
outras não? 
• O sistema escolhe critérios para selecionar os 
criminosos, quem não preenche o perfil tem mais 
chance de não ser apanhado pelo sistema 
• Um crime que mais exemplifica esses critérios de 
separação e seletividade é o tráfico de drogas. 
➢ Racial: A seletividade racial no país como um 
Brasil tem uma super representação de negros e 
perdão em relação a população total, mesmo em 
estados de população mais negra como a Bahia. 
Pois infeliz o fato mais importante da nossas 
sociedade é a escravidão, história marcada com 
submissão de duas raças contra uma, o 
preconceito racial afeta pessoas não brancas de 
uma classe social mais 
➢ Faixa etária: Jovens mais vistos como 
criminosos, imaturidade, impulsividade - é 
papel da juventude inovar, se rebelar - 
comportamento visto como mais perigoso 
➢ Gênero: O homem é mais visto como perigoso, 
criminoso e suspeito, relação com o patriarcado 
e associado a violência e ocupação do espaço 
público, posição de provedor, quando a mulher 
é selecionada ela é estigmatizada em dobro: 
violou a norma social e a norma do patriarcado 
- sujeição em relação ao homem, disciplina, o 
papel esperado dela, aceita-se com mais 
normalidade a criminalidade masculina, e 
vigia-se mais o homem mas critica-se mais a 
mulher 
Teoria do etiquetamento (Howard Becker) 
• Deixa de olhar para o indivíduo criminoso e começa 
a olhar para as sociedades criminógenas (geradoras 
de crime), é mais importante do que identificar no 
criminoso a sua personalidade, é observar os 
mecanismos de criminalização, como a sociedade 
escolhe as pessoas e condutas para criminalizar 
• Também é chamada de teoria da rotulação não 
existem comportamento criminoso, e sim rotulados 
de criminosos (comportamentos permitidos em uma 
sociedade e proibidos em outras) 
• Por mais que seja ofensivo, não existe nenhum 
comportamento que na sua essência seja criminoso 
sempre 
• Comportamento desviante - ideia de desvio 
➢ 3 tipos e sentidos: 
✓ Minoritário: comportamento que desvia 
da média, do normal (maior frequência) 
✓ Danoso ou disfuncional: comportamento 
que causa prejuízo ou para o próprio agente 
ou para terceiros - beber, uso do cigarro, 
uso de drogas (parcela funcional - dano 
associado a um benefício) - a maior parte 
deles (sedentarismo, má alimentação) são 
comportamentos associados a um risco que 
podem não se realizar. 
✓ Proibido ou ilícito: não só o desvio da 
normas sociais mas a violação da norma 
socialmente imposta 
✓ Desvio dos 3: beber e dirigir, uso de 
anabolizantes (prescrito não é ilícito), maus 
tratos aos animais, violência doméstica - 
mesmo assim nem sempre o risco pode 
ocorrer 
➢ Esses 3 sentidos de comportamentos desviantes 
não correspondem, pois a sociedade é plural, 
composta de pessoas com morais diferentes, e 
os comportamentos mais penalizados são os 
que os mais poderosos não praticam. 
➢ Eles impõem sua moral relativa aos outros e 
passam a mão na cabeça dos seus próprios 
desvios, sendo, então, menos estigmatizados, e 
rotulam o crime - como reduzir essa situação - 
humanizar o outro - sua preocupação não é com 
o ato desviante isolado: interesse na ideia de 
carreira - como o comportamento participa de 
uma trajetória. 
• Profecia auto realizadora: 
➢ Problema que ocorre ao rotular, enquanto o ato 
ilícito não é descoberto as pessoas vivem nas 
sombras, quando o seu comportamento é 
detectado pela primeira vez ele é rotulado 
➢ A maior chance de manter alguém numa 
carreira criminosa é rotulá-la pela primeira vez. 
➢ Ela estando nas sombras é mais provável de 
abandonar o comportamento, quando se rotula 
alguém como desviante, mais difícil é tirá-lo do 
caminho, de corrigir, quando rótula e 
compartimentaliza fica mais difícil de tirar a 
pessoa da carreira criminal. 
➢ Rotular é identificar com o objetivo de corrigir, 
só que tem o efeito contrário. 
➢ Grandes soluções para a redução da 
criminalidade são da prevenção pré-delitiva 
(com relação a toda a sociedade), prevenção 
não criminal (não pelo sistema criminal mas por 
outros meios) -por isso a ideia de trajetória, e 
não do ato isolado. 
• Empreendedores morais -o conceito chave dele é 
o de carreira 
➢ Comportamento como parte de uma trajetória, 
estuda a carreira também de quem reprime o 
desvio, os empreendedores morais. 
➢ Empreitada moral: dedicar a vida a reprimir, 
regular o comportamento dos outros, dois 
grupos básicos, os que lutam para mudar a 
moralidade vigente: 
➢ tem uma visão moral de mundo e quer impor 
essa na sociedade, fazer com que essa se torne 
direito, quando conseguem ou mudam de causa 
ou mudam para o segundo grupo 
Breve histórico da teoria dos princípios 
• Se aproximando dos valores, são orientações de 
condutas, uma orientação geral para conduta. 
➢ Por que temos valores? Defendemos a família, 
segurança, liberdade, tolerância, etc... 
➢ Para que serve defender esses valores? 
• Subsidiariedade dos princípios: 
➢ O sistema de normas pensado no sec. 19, o 
princípio não integrava, era um subsídio das 
normas. 
➢ Eram resolução de dúvidas para a interpretação 
do sistema. 
➢ Após o pós guerra, os princípios se tornam 
centrais para o ordenamento. 
• Centralidade dos princípios: 
➢ A grande mudança é reconhecer eu princípio 
também é norma. 
➢ A norma jurídica tem duas principais espécies, 
regras e princípios. 
➢ Com esse reconhecimento, são impositivos e 
não apenas orientações, no entanto eles 
funcionam de modo diferente. 
➢ Toda norma tem uma descrição de fato e uma 
consequência, tanto as regras quando aos 
princípios, 
➢ No entanto os princípios são formulados de 
modo diferente das regras. 
✓ Nas regras, a situação de fato prevista é 
muito mais clara, seguindo o método 
hipotético condicional (se,então). Além de 
funcionar no “tudo ou nada” 
✓ Nos princípios, eles não são de método 
hipotético condicional, eles são orientações 
mais gerais. Funcionam como 
mandamentos de otimização. 
Conceitos de princípios 
• Princípios penais são orientações para limitação do 
poder do Estado. 
➢ O direito penal serve para alimentação ou 
limitação do poder Estado? Os professores 
dizem que é para limitação. Necessita de freio 
• Existem dois principais conceitos de princípios, os 
mandamentos nuclear do sistema e o mandamento 
de otimização. 
• Mandamento nuclear do sistema – Canotilho: 
➢ Ideia de generalidade, o princípios que irradia 
seu sentido para as regras. 
➢ Ele está no centro as regras na periferia, orienta 
a aplicação de muitas regras. 
✓ Quantas regras não são inspiradas nos 
princípios? exemplo: princípio da 
segurança. 
• Mandamento de otimização – Alexy: 
➢ Quando duas regras entram em conflito, há uma 
antinomia, hierarquia vem primeiro depois 
cronologia. 
➢ A diferença par aos princípios é que nem 
sempre para aplicar um afasta-se o outro, não é 
tudo ou nada. 
➢ Pode-se reconhecer que um vale mais e 
preservar o máximo possível o anterior. 
✓ Exemplo: Liberdade de expressão e 
liberdade religiosa 
➢ Método de resolução é a ponderação. 
✓ Na ponderação olha-se par aos dois 
princípios em resolução, um sendo m ais 
importante que o outro porém há a 
preservação do outro menos importante. 
Nas regras isso não existe, ou é tudo ou é 
nada, se um é mais importante que o outro, 
um dos dois é anulado. 
Princípios penais em espécie 
Legalidade: lei prévia, escrita, estrita e certa – 
Feuerbach. 
• A depender do princípio que você der a ele, é regra. 
• Legalidade: O mais importante do direito penal 
“não há crime sem lei anterior que o defina, não há 
pena sem previa e cominação legal”. 
➢ Esse princípio é uma concretização do princípio 
de segurança jurídica, por mais prejudicial que 
seja um comportamento, ele só será crime se a 
lei disser que ele é crime , só será punido antes 
se a lei criminalizar o comportamento. 
• Esse princípio da legalidade se dividem em três: 
➢ Reserva legal – Subprincípio da legalidade eu 
para definir crimes e penas, é preciso seguir um 
processo. 
➢ Lei penal em branco heterogênea: Quando 
um ato penal é complementado (só a lei em 
sentido formal e material pode prever crimes e 
culminar penas- estabelecer a pena na lei). 
➢ Exemplo: Arma de fogo. 
✓ Lei em sentido formal é aquele que é 
aprovado por meio do processo legislativo 
ordinário, aprovado pelo congresso e 
sancionado pelo presidente. 
⎯ É o que tem nome de “lei”. 
✓ Lei em sentido material é ato normativo 
capaz de inovar no ordenamento 
constituindo leis e obrigações. 
✓ Irretroatividade: Se há a prática de um ato 
em um tempo, a lei que entrará em vigor 
será a da época no qual ocorreu o ato. 
✓ Taxatividade – STF, ADO 26: Ela deve 
definir detalhadamente o crime, ela é 
precisa. Se não está escrito, não é crime. 
❖ Homofobia: Na constituição proíbe 
todas as forma de descriminalização, no 
entanto a lei que pune as minorias não 
expressa todas as questões de gênero e 
sexo. Assim, apesar da taxatividade da 
lei, o congresso definiu que em algum 
casos, como o da homofobia, o 
legislativo define uma lei provisória até 
o momento em que o congresso se 
manifeste. Ignorando completamente a 
lei da taxatividade. 
Retroatividade da lei penal benéfica: 
• Sempre que um alei pena for mais benéfica ela 
alcança os atos praticados antes da sua vigência. 
Evitar a retroação. 
➢ Abolitio criminis: Quando um crime previsto 
em uma lei é revogado e deixa de ser crime. 
➢ Lei parcial mais benéfica – súmula 501 STJ: 
Significa que uma parte da lei retroativa é mais 
benéfica e outra parte não. 
✓ Lei de drogas: É cabível a aplicação 
retroativa da lei, desde que o resultado da 
incidência das suas disposições, na integra, 
seja mais favorável ao réu do que o advindo 
da aplicação, sendo vedada a combinação 
das leis. 
✓ Resumindo: retroage tudo ou não retroage 
nada. 
Proporcionalidade 
• Proporcionalidade- as penas têm que ser 
proporcionais ao crime. Começa com a lei do talião 
(olho por olho, dente por dente). A ideia básica já é 
evidenciada. 
• Existem várias formas, não havendo um acordo 
com a proporcionalidade, mas existe uma ideia 
entre crime e pena. Ideia de justa-medida, Ideia de 
justiça. A teoria do direitos fundamentais discute 
um método de aplicação da proporcionalidade. 
➢ Havendo três (adequação, necessidade e 
proporcionalidade em sentido estrito). 
Proporcionalidade é uma relação entre meios e 
fins. Essa relação se dá na relação de o meio ser 
a pena e o fim reprovar o crime. 
Histórico (talião) 
• Método (adequações, necessidade e 
proporcionalidade em sentido estrito). 
• Adequação: relação entre meios e fins, nessa fase se 
pergunta se o meio é adequado ao alcance do fim 
que você deseja. o meio é a pena e o fim é a proteção 
de bens jurídicos. Prever crimes para proibir 
comportamentos que afetam os direitos das outras 
pessoas. 
• Necessidade: um meio é um meio necessário para 
alcançar o fim, a pena é necessário para alcançar o 
bem, desse modo, diz que não há um outro meio 
menos severo viável para alcançar resultados. 
• Proporcionalidade em sentido estrito: Relação de 
custo-benefício, se avalia o custo-benefício, se a 
medida é exagerada ou não. 
➢ Princípio da proporcionalidade como: 
proibição do excesso 
➢ Princípio da proporcionalidade como: 
Proibição da pena insuficiente. 
➢ Serve par ao controle de constitucionalidade 
das leis penais. 
➢ Como não há outra forma de expandir o direito 
penal além da lei, porém há como evitar alguns 
atos, como impedir que o legislador revogue o 
homicídio, pelo princípio da 
constitucionalidade. 
• Dimensões (proibição do excesso, proibição da 
proteção insuficiente) 
• Momentos (cominação, aplicação e execução da 
pena): A função da pena muda, nessa teoria 
unificadora. 
➢ Cominação da pena: prevenção geral 
negativa, comunica qual o comportamento 
negativo e desencoraja 
➢ Aplicação da pena: Retribuição geral positiva, 
confirmando a vigência da norma. 
➢ Execução da pena: prevenção especial 
positiva, unificação. 
Culpabilidade 
• Não está previsto na constituição 
• Relação com responsabilidade 
• Individualização da pena 
Intervenção mínima 
Como o Direito penal é a forma mais intensa de controle 
do comportamento humano, ele só deve ser usando 
quando estivermos diante de comportamento mais 
preocupantes e graves. 
➢ Nem todo ilícito é crime. 
• Subsidiariedade: o que não é o principal, sendo 
assim, a forma principal de controle social não é o 
principal (em um estado democrático), sendo 
invocado apenas quando outros ramos do direito 
não resolvem. 
➢ Exemplo: Calote/inadimplência – Comete um 
ilícito de Direito Civil. Desse modo, o Direito 
Civil atua como o ramo principal para essa 
conduta social. 
➢ Exemplo 2: Comprar algo e não ter o dinheiro 
para pagar e furtar algo, ambos o dinheiro não 
foi recebido ao vendedor. Porém o Direito 
Penal condena apenas de for furto, pois é 
considerado mais grave. 
➢ Exemplo 3: Imposto de renda, entre março e 
abril há a declaração do imposto de renda, não 
paga o boleto, será processado pelo Estado por 
Ilicitude Civil. Porém se for por fraude, declarar 
menos ou mais que tem, para abaixar o valor, 
comete um crime tributário. Um caso é mais 
grave o outro, pis um é levado pela má fé. 
✓ O Direito Penal é muito levado pela má 
fé. 
➢ Exemplo 4: Se há uma multa de excesso de 
velocidade comete uma ilicitude mas não 
comete um crime de trânsito, se comete um 
acidente de trânsito mas sem vítima, não é 
crime de trânsito mas se acidentou alguém e 
fugiu, é crime. 
• Fragmentariedade: O Direito Penal pega muito 
pela fragmentariedade, “as pontasdo iceberg”, a 
consequência da subsidiariedade, como não 
abrange todas as ilegalidades o Direito penal é 
fragmentado. 
• Apenas os mais problematizo, pois o Direito Penal 
é a forma mais dura de controle social. 
➢ Um arquipélago de ilicitudes num oceano de 
licitudes. 
➢ Nem todo comportamento socialmente 
indesejável é propriedade do Direito Penal. 
Havendo outras formas de controle desse 
indesejável. 
➢ Uma sociedade que torna os comportamentos 
criminosos, sendo eles mudados ao longo dos 
anos. 
Ofensividade 
• O Direito Penal só pode ser usado para reprimir 
comportamento que representam um risco 
importante para o bem jurídico proibido (lesão ou 
ameaça de lesão). 
• Insignificância: O valor do bem é uma das 
variáveis, há outras três variáveis relativas à 
conduta, não apenas valendo do valor material, 
geralmente sendo ignorado quando há valor 
sentimental comprovado. 
✓ Não justifica usa do Direito Penal para agir 
em algo “insignificância”. 
➢ Exemplo: Se a pessoa rouba para comer ela só 
será imputada, se for em estado de necessidade 
ou de insignificância, mesmo tendo todo o 
dinheiro do mundo para comorar a comida mas 
rouba a comida, age o princípio da 
insignificância, sendo resolvido pelo Direito 
Civil. 
➢ Exemplo 2: Não justifica movimentar o Direito 
penal para movimentar o furto de uma bic mas 
se for uma Mont Blanc, significa. 
➢ Exemplo 3: fazer um gato de rede elétrica para 
manter uma pessoa em “homecare” viva, entra 
em estado e necessidade apesar de ser u valor 
maior que o salário-mínimo. 
✓ Até 10% do salário-mínimo (R$ 120,00). 
➢ Critérios jurisprudenciais - STF HC 84.421; 
STJ 1/10 SM. 
• Adequação social: Alguns comportamentos que 
são legalmente proibidos são tolerados, sendo 
difícil de se ver utilizado. Uma criança recém 
nascida tendo sua orelha furada é uma lesão 
corporal, mas por ser tão bem aceito socialmente 
não entra no Direito Penal esse caso. 
 
 
Dignidade humana 
• É a sacralidade do humano, no qual, cada um tem 
uma existência da terra que tem que ser respeitada 
• Essa dignidade independe do merecimento pois, 
mesmo o pior dos seres humanos tem que ter sua 
dignidade respeitada. 
➢ Humanidade das penas: Devem ser aplicadas, 
executadas de forma digna, sem crueldade e 
humilhação, proibindo as penas cruéis e 
perpetuas. 
➢ Intransferência das penas: A pena não pode 
passar do condenado, familiares não podem 
responder pelo crime do condenado. 
✓ Exemplo: se o adolescente comete um 
crime o responsável comete um crime civil 
mas não é preso. 
Direito penal como Proteção de bens 
jurídicos - Roxin 
• Ele entende o Direito penal como proteção de bens 
jurídicos, proíbe a lesão e a ameaça de legal aos 
bens jurídicos 
• É limitar o Direito penal, pois o princípio de reserva 
legal que diz: “”, no entanto o que é necessário para 
que esse princípio seja valido? 
➢ É necessário que haja a proteção de um bem 
jurídico. 
Proteção de bens x infração de dever 
• O direito de fato funciona como uma punição de 
infração dos deveres, no entanto o legislador não 
pode impor deveres ao cidadão, quando não se 
protege um bem jurídico 
➢ Exemplo: Fidelidade matrimonial não é um 
bem jurídico. 
➢ Para saber qual são os bens jurídicos protegidos 
em uma sociedade é necessário olhar para 
sociedade e seus costumes. 
• Uma lei penal só se justifica se ela defende um bem 
jurídico, pois senão a gente veria a lei penal como 
infração de deveres sem justificativa. 
Conceito de Bem-jurídico 
• É um conceito que vão surgir na doutrina no século 
20, e vários autores têm posições diferentes. 
➢ É uma teoria amplamente aceita, porém não é 
unanime. 
➢ Há bens jurídicos que não são apenas 
individuais as eu afeta uma coletividade. 
• Claus Roxin: Para ele são circunstâncias reais 
dadas ou finalidades necessárias para uma vida 
segura e livre, que garanta todos os direitos 
humanos e civis de cada um na sociedade, ou para 
um sistema estatal que baseia nesses objetivos. 
➢ A diferença entre finalidade e realidade indica 
que os bens jurídicos não são necessariamente 
são fixados ao legislador com anterioridade, 
como por exemplo a vida humana, mas que eles 
também possam ser criados por ele como é o 
caso das pretensões do Direito Tributário. 
➢ Bens jurídicos e direitos humanos: dimensões* 
individualidade, coletividade e solidariedade. 
• Direitos humanos: São fenômenos transnacionais, 
bens jurídicos são o que o estado reconhece como 
tal, nem todo o bem jurídico merece proteção do 
Direito penal, e nem toda ofensa é digna ao direito 
penal. 
➢ Só interessa ao Direito penal as formas mais 
graves de bens jurídicos. 
➢ Exemplo: Proteção a bem material, nem 
sempre o Direito Penal irá proteger. 
➢ A interpretação do que é o bem jurídico, a 
depender do Estado, há diferentes oposições. 
• Francisco de Assis Toledo: São coisas reais ou 
objetos ideias dotados de valor, isto é, coisas 
materiais e objetivos imateriais que, além de serem 
i que são “valem”. Por isso são, em gera, apetecidos, 
procurados, disputados, defendidos e , pela mesma 
razão, expostos a certos perigosos de ataques ou 
sujeitos a determinadas lesões. 
➢ Bens jurídicos são valores ético-sociais que o 
Direito seleciona com o objetivo de assegurar a 
paz social, e coloca sob sua proteção para que 
não sejam expostos a perigo de ataque ou a 
lesões efetivas. 
• Claudio Brandão: Bem jurídico deve ser definido, 
pois, como o valor tutelado pela norma penal, 
funcionando como um pressuposto imprescindível 
à existência da sociedade. 
• Yuri Carneiro: Valor tutelado pelo direito penal, 
que possui seu substrato na Constituição, ancorado 
na realidade social, sendo o elemento material da 
estrutura do delito e que tenha a capacidade 
hermenêutica de relativizar o princípio da liberdade 
e de concretizar o princípio da dignidade da pessoa 
humana, enquanto valor fundamental para a 
convivência pacífica em sociedade. 
• Eugenio Raul Zaffaroni e José Henrique 
Pierangeli: Bem jurídico penalmente tutelado é a 
relação de disponibilidade de um indivíduo com um 
objeto, protegida pelo Estado, que revela seu 
interesse mediante a tipificação penal de condutas 
que o afetam. 
➢ Uma crítica muito frequente afirma que há bens 
jurídicos que não são ‘disponíveis’, o que se 
pretende demonstrar nos casos dos bens 
jurídicos ‘vida’ e ‘Estado’. Antes de mais nada, 
esta objeção parte da crença de que só se pode 
dispor ilimitadamente, porque confunde 
‘disposição’ com ‘faculdade de destruição’. A 
nós parece óbvio que a destruição é um limite 
da disposição e, além do mais, muito estranho e 
pouco usado. 
✓ Diverge um pouco dos outros 4, pois o que 
está sendo protegido não é a vida em si mas 
a relação de disponibiliza com a vida. 
Negação da tese do bem jurídico: 
• Gunther Jakobs: Não se pode inferir, a partir dos 
bens que estão no contato social, quais os riscos que 
um bem precisa suportar no contato social, sem 
gozar da tutela penal, pois esses bens não pertencem 
a uma categoria que possa ser determinada de forma 
isolada, antes de sua inserção no contato social; na 
realidade, apenas existem bens jurídicos quando e 
na medida que desempenha uma 'função', ou seja na 
medida em que estejam na vida social causando e 
recebendo efeitos. 
➢ Na visão de Jakobs há apenas um bem jurídico 
Princípios decorrentes da 
centralidade do Bem-jurídico 
• Alteridade: Significa que o Direito Penal só pune 
as ofensas a bens jurídicos do outro. Não pune a 
autolesão 
➢ Exemplo: Suicídio não é crime, mas só quem 
ajudá-lo (se você ajuda a autolesão é um 
terceiro). 
• Lesividade ou ofensividade (revisão): 
Ofensividade só são punidos os comportamento 
mais gaves contra os bens jurídicos mais 
importantes. 
➢ Mesmo tratando de um bem jurídico protegido, 
patrimônio, nem toda forma de lesão ao 
patrimônionão é crime. 
• Insignificância ou bagatela (revisão): Esse 
princípio é complementar a ofensiva, se a ofensa 
não for significativa, não é crime. 
➢ Exemplo: Furtar uma caneta bic e furtar um 
carro. 
Princípio do Bem-jurídico 
• Limitadora: Limitar o direito penal, na medida em 
que diz que só se pode punir um comportamento 
quando ele fere um bem jurídico. 
➢ Desse modo, o bem jurídico exerce um 
princípio limitador. 
➢ Só as ofensas mais graves, aos bens jurídico 
mais importantes, pode ser punido. 
 
• Sistemática: O código penal se organiza de acordo 
com os bens jurídicos, como a honra e a 
propriedade. 
Formas de afetar o bem jurídico 
• Pode ser afetado ou ofendido pelo dano ou pelo 
perigo 
• Dano: Ato tentado ou consumado que quer destruir 
ou atentar o bem. 
• Perigo: Faz algo que se expõe a risco mas não na 
tentativa de provocar um dano 
➢ Homicídio: Dano 
➢ Tentativa de homicídio: também dano 
➢ Fazer uma corrida na rua (raxa): Perigo 
• Perigo concreto: Expõe o bem ao risco e consegue 
visualizar muito bem o risco. 
➢ Exemplo: Corrida ilegal de carros em uma rua 
movimentada. 
• Perigo abstrato: Expõe o bem ao risco e não 
consegue visualizar muito bem o risco. Você 
presume o risco. 
➢ Exemplo: Porte ilegal de armas, não causa 
danos legal a alguém mas há riscos. Gera perigo 
abstrato. 
➢ Mesmo assim é criminatório.

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