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Ilícito x delito: • Ilícito: Algo contrário a uma norma. Com a existência de vários sistemas morativos, a etiqueta, moda, etc. um mesmo comportamento considerado ilícito para um sistema normativo pode não ser para o outro. ➢ Ilícito penal: É uma ➢ Há com ter uma coisa ilícita mas não ser uma ilegalidade. ➢ Nem todo ilícito é ilícito penal, nem todo ilícito é crime. • Delito: É uma espécie de ilícito criminal, pois justifica o uso do direito penal sobre o réu. A violação grave, transcende o Direito Privado e vira uma violação para a sociedade. ➢ Delito = Crime (no Brasil), violação a lei penal. ➢ Contravenção penal: Penas curtas, diferente dos crimes. Sanção x pena: • Sanção: É uma consequência de um ato, que é imposta ao autor desse ato por alguém (Estado ou indivíduo). ➢ Kelsen: Ele afirma que a sanção é uma consequência de um ato ilícito, no entanto há divergências sobre essa afirmação. ✓ Nesse sentido que iremos trabalhar em Penal 1. • Pena: Uma espécie de sanção voltada para o direito penal. ➢ Sanção penal: Previsão da liberdade, ela é uma espécie de sanção penal sendo a mais grave, porém existem multas e limitações, além da prestação de serviços. Sendo previstas na lei penal para crimes. Direito x Moral: • Direito: A organização da aplicabilidade, sendo uma sanção organizada e produzida pelo Estado, como uma forma organizada da aplicação da lei. • Moral: É unilateral é que a moral interessa ao seu comportamento em relações as suas ações. Fenômeno x ciência: • Fenômeno: É um acontecimento que se dá em um mundo real. Os sistemas normativos também se qualificam como fenômenos, não há a necessidade de fenômeno material. ➢ A Ciência sendo a forma de saber, um conhecimento. Atualmente, a que mais se aproxima dos fenômenos. • Ciência: Objeto de estudo, ciência jurídica. ➢ A prática do direto é o que a ciência jurídica estuda ➢ O jurista: O trabalho do jurista não é científico, é político, pois interferem na regulamentação social. ✓ Ex: publicação de livros, educação no Direito, trabalho dos doutrinadores, etc. • Antigamente sendo dito que a principal ciência para o crime era com o sentido para o Direito, no entanto, atualmente já se acredita que todas as ciências têm suas análises. ➢ Para o Direito: O que se faz em um curso de Direito. ➢ Para a Economia: A criminalidade gera riqueza, seja por tráfico de drogas, tráfico de pessoas. Sendo um interesse também da Economia. ➢ Para a Sociologia: ➢ Para a Psicologia: Como se é feito um crime, porque é feito desse jeito, porque o criminoso realizou aquele crime. ➢ Para a Medicina: Laudo de exame toxicológico, exame de insanidade mental, etc. Direito Penal I 1ª Unidade Caderno de Direito Penal 1 – Professor: Daniel Nicory (FBDG) Por: Carla Pirajá (2022.2) • Elas estão em conjunto? Para a ciência do direito se resolver é preciso, em muitos casos a consulta dessas outras ciências. Porém, nem sempre há a necessidade dessa consulta, por isso não se é dito que ela são em conjunto e sim em consulta. • Teorias legitimadoras: ➢ Teorias que justificam a existência do Direito Penal ➢ Explicam por que esse mal é necessário (a punição é um mal necessário). ➢ Em quais condições que esse mal é necessário, um mal aceitado. • Teorias deslegitimados: ➢ Teoria que nega que o direito penal se justifique, que seja uma solução adequada aos conflitos que ele tenta resolver ➢ O direito penal deve ser abolido ou muito restrito ➢ A punição é um mal desnecessário. Teoria absolutas (retributivas). • São teorias que olham para o passado, você retribui. • Objeção ao utilitarismo, face à condição humana de fim em si mesmo. • Autonomia moral do criminoso (como um de nós, não é um monstro, um doente, é capaz de fazer escolhas) e o justo seria “colher o que planta”. • A pena deve ser aplicada independentemente e de sua utilidade, ser útil ou não. Aplica como retribuição, seria também uma forma de respeitar o direito do criminoso Retribuição ética (Emmanuel Kant) • Kant que fala sobre o “imperativo categórico” . • Se o mal foi praticado deve ser retribuído com outro mal. • Retribuição moral em alguns manuais, mas o professor prefere esse termo • Imperativo categórico: Aja de uma maneira certa e que você faria independentemente de seus interesses. Para Kant, o imperativo categórico é o certo para quem comete o crime, a pena é o correto. • O carto para quem comete o crime é aplicar a pena, Kant usa o Talião (Olho por olho, dente por dente). Sendo a base da ideia de proporção ao crime. Visão de proporcionalidade estrita como forma de retribuição ética, seguindo a ideia de imperativo categórico. Reconhecimento de que um mal foi praticado e por tanto retribuído. Retribuição logica (George W. F. Hegel). • É justo que seja punido, punição como retribuição. • Reconhece que o criminoso é uma pessoa capaz de fazer escolhas. • Hegel = o Crime é a negação do direito, a pena é a negação do crime. Assim, a pena é a afirmação do Direito. Teorias relativas (preventivas) • São teorias para quais, é preciso punir para que o mal não surjam. • Estão preocupadas com aquilo que é capaz de precaver o crime. • Geral para prevenir que não entre no mundo criminal e a especial é a incidência. Teoria da prevenção geral: • São teorias que tem com o objetivo de agir sobre o corpo social. • Quando se aplica a punição há um criminoso e tem como o efeito preventivo na sociedade. ➢ Prevenção geral Negativa: É a teoria da punição exemplar/ coação psicológica/ legitimação. ✓ Pune os outros para os criminosos em potencial tenha medo de cometer um crime. ✓ Punição para que não se pratique o mesmo feito, estimulada apela impunidade. ✓ Além de grave, a pena tem que ser célere (sem demora), para que a memória do que ele fez ainda esteja “fresca” na mente. ✓ Todos nós somos criminosos em potencial. ✓ Reconhecimento da imperfeição humana ➢ Prevenção geral Positiva: É a teoria do reforço de expectativas normativas. ✓ Frustação da expectativa. ✓ A função da pena para Jakobs é evitar que você se ajuste a expectativa e evitar a normatividade. ✓ Garantidor do modelo de orientação de conduta social. Teoria da Prevenção especial: ✓ Ação sobre a pessoa do criminoso • Prevenção Especial Negativa (Cesare Lombroso e Enrico Ferri) ➢ Inocuização/neutralização/ torná-lo inofensivo. ➢ Reincidência ➢ Uma teoria que tem como o objeto de estudo o criminoso empiricamente. Trazer para as ciências sociais o método da ciência natural. ➢ A tradição filosófico e letras, assim o método inspirado na ciência natural, nasce-se a criminologia. ✓ Exemplo de nomes da época: Max Weber. ➢ Lombroso identificou um criminoso nato ✓ Primitivismo do ser humano ✓ Ideia de analgesia (insensibilidade a dor): se o criminoso é insensível a própria dor, ele será menos ainda em relação aos outros ✓ É como se o crime fosse o sintoma de uma personalidade criminosa, o criminoso vem antes do crime. ✓ Nessa teoria o criminoso é um ser diferente dos demais humanos. ✓ Ao se falar do livro “ O homem criminoso”: a maior parte não é apenas por identificar as características física, mas também das tatuagens dos criminoso, no qual eles tem mais. Sendo identificado como grupos (facções). ✓ Inspira o racismo científico ➢ Enrico vai tratar os tipos de criminosos ✓ Criminoso nato: tendencia ativa ao delito, mesmo que as situações sejam neutras ao crime, esse tipo de criminoso irá buscar uma forma de comer o crime. ✓ Criminoso louco: condições psiquiatras, ele não percebe a realidade como ela é. ✓ Criminoso passional: Alga que se associa ao feminicídio, crime impulsivo. Impelida pela situação do crime,agir por impulso. ✓ Criminoso ocasional: Oposto do nato, age quando as circunstâncias são favoráveis s ao crime, se aproveita da situação para sair impune. ✓ Criminoso habitual: o ocasional que começou a fazer o crime como um hábito pois não foi pego. ➢ O principal problema dessa teoria é porque a metodologia desse estudo são inaceitáveis e erradas. Além dessa generalização e maior vulnerabilidade do sistema penal. • Prevenção Especial Positiva: (Concepción Arenal) - Reassociação ➢ Essa teoria é uma que ao contrário das outras é difícil identificar os criadores dessa concepção. ➢ Por que irá tratar o criminoso igual? se eu fizer igual irei me tornar igual a ele. ➢ Evitar a reincidência, há coisas em comum, como aplicar a pena em condições individuais do criminoso. Teorias mistas ou ecléticas • Elas querem as duas coisas a pena ela retribui e previne • Porém a depender do momento as funções mudam Teoria dialética unificadora • Função na cominação (prevenção geral negativa): ➢ Cominar: prever na lei, o legislador previne a pena. Definir quais são os crimes a quantidade de pena ➢ Serve para dizer “se você cometer crimes você está ameaçado de receber penas pré- estabelecidas”. ➢ Comunicação com a sociedade como um todo. • Função na aplicação (prevenção geral positiva e retribuição): ➢ Aplicação: O acusado já foi identificado, processado e condenado, assim o juiz irá quantificar a pena desse determinado crime. ➢ Confirmando para a sociedade que ele foi punido e a retribuição pelo mal que ele fez. • Função na execução (prevenção especial positiva): ➢ O cumprimento da pena, não importa onde seja. ➢ Intenção de ressocializar essa pessoa na sociedade novamente. ➢ Tornar um preso um novo membro da sociedade • Que negam a justificativa da existência do direito penal, da sua utilidade. • Creem que não importam, não necessita desse mal. • Deve ser abolido ou muito restrito. Minimalistas Garantismo Penal - Luigi Ferrajoli • Reação controlada e previsível do Estado como mal menor • Reconhece que a pena é um mal que não resolve, não é o abolicionismo. • Visão do garantismo: deixando nas mão do estado é um mal menor do que a reação imprevisível e descontrolada da vítima • polícia é violenta mas é uma reação à violência da sociedade (linchamento - continuar agredindo o indefeso mesmo após a legítima defesa) Teoria Agonística da pena - Eugênio Raúl Zaffaroni ✓ Pena e Guerra - Referência a Tobias Barreto • Faz crítica às teorias tradicionais da pena, nenhuma cumpre a função que pretende, não tem racionalidade jurídica • A resposta racional ao delito, dentro do campo jurídico, é o da reparação, punição criminal é um fato político e não jurídico, pena com a mesma justificativa da guerra - fato político de demonstração de poder do Estado • Pena e guerra podem ser justas, mas não jurídicas, como um ato de legítima defesa da sociedade -pega essa teoria dele para dizer que a pena não tem função jurídica, não pode haver a negação da existência da pena, porque ela existe • Direito penal, no âmbito doméstico, é equivalente ao direito humanitário no âmbito da guerra, para impor limites aos danos da pena Abolicionistas • A pena e o direito penal é caso tão perdido que precisa acabar • O diagnóstico é certo, mas o tratamento não • Ressignificar o crime como conflito, um problema, se entende que o estado oferece • Serviços de resolução do conflito, do problema e não de punição • Defesa da paz, da não violência ➢ O direito penal é só uma violência depois da violência ➢ Alguém tem que parar a violência Abolicionismo europeu - Louk Hulsman • Universalista, respeito à diversidade, poder e autoridade como serviço “Penas Perdidas” - pena como um fenômeno mais amplo de resposta, um fenômeno social • Visão majoritária • Olhando os males que a pena produziu • No lugar da pena é necessário se estabelecer como princípios o respeito à diversidade e de poder e autoridade como serviço ➢ Papel do estado é servir mesmo a quem cometeu o crime ➢ Por ressignificar o crime e se entender que o estado deve oferecer uma solução: ➢ Prática restaurativa das ações humanas ➢ No lugar de exacerbar a dor pela punição, é restaurar as relações que foram feridas pelo crime - conta o amadurecimento da pessoa. Abolicionismo afro diaspórico - Angela Davis • Interseccional. alternativas baseadas em políticas redistributivas e numa justiça voltada à reparação e à reconciliação • “Estarão as prisões obsoletas?” - centrada no encarceramento como política de estado de resposta ao crime ➢ Fala melhor da interseccionalidade • Na posição de Ângela Davis o sistema penal americano é um sistema penal que é contínuo da escravidão • A cadeia substitui a senzala como forma de privação da liberdade e controle social de um povo, a população africana, vista como perigosa pela classe dominante • 13° emenda da constituição americana aboliu a escravidão mas permite o trabalho compulsório como forma de pena • Prisão como um negócio, controle de compos com fabulosa lucratividade • prisão e direito penal como caso perdido - somente instrumento de controle da classe dominante, que os empreendedores morais (ex.: feministas) têm esperança de que ele agirá a favor deles, só que isso não vai funcionar ➢ Direito penal não foi feito para servir as mulheres, como no exemplo, e sim os grupos dominantes -redistribuição de bens sociais como forma de prevenir a violência e garantir a paz ➢ paz pela não violência, contrário às minimalistas ➢ redistribuição não como comunismo, mas como social-democrata em busca da paz Movimentos sociais abolicionistas • Antiproibicionismo ➢ Movimento social que luta pela regulamentação das drogas hoje tidas como ilícitas ➢ Diz que o proibicionismo falhou e fazer discurso de guerra contra as drogas ✓ Proibicionismo: proibir certas drogas ➢ Dorme do berço de ouro da hipocrisia: para algumas drogas e não outras e a distinção entre as lícitas e ilícitas é irracional; contra senso proibir maconha e liberar álcool ➢ Guerra na verdade contra certas pessoas que usam certas drogas ➢ Fundamentos da guerra: defesa da saúde, da integridade física dos outros e preservação da moralidade dos jovens (expõe a saúde) ➢ Diz para regular, com responsabilizar, ao invés de proibir e gastar recursos e vidas proibindo coisas que a sociedade sempre fez ✓ Exemplo: da proibição do álcool nos EUA: diminuiu muito pouco o uso e aumentou a letalidade, visto que não tinha mais regulamentação desse ➢ Encontrar uma solução que não envolva uma grande quantidade de encarceramento, intervenção policial, homicídios, etc. ➢ Regulação responsável: nenhuma droga é 100% proibida, nem que o uso seja apenas terapêutico. • Antimanicomialismo ➢ Voltado para a questão da saúde mental ➢ Defende que o tratamento da saúde mental tem que ser em liberdade e em conjunto com a família ➢ Deve ser utilizado apenas em casos de crise, mas não como o tratamento padrão Problemas inerentes à privação de liberdade • Instituições totais (Erving Goffman): ➢ Aquela em que o sujeito vive a totalidade das suas experiências, todas as suas interações acontecem ali, isoladas do mundo exterior e, em regra, não podem sair. ➢ Passam dia, tarde e noite; trabalham, dormem, se alimentam. ➢ Prisões, manicômios, quarteis, colégios internos, asilos, conventos, internatos, etc.. ➢ Normalmente são privadas da liberdade sem terem feito nada de errado. ➢ Ideia de recorrer as pessoas a espaços que elas não podem sair, vai além da prisão, há muito tempo nem sempre é uma punição. ➢ A prisão era usada como prisão punitiva, as pessoas eram presas para aguardar o julgamento. Como forma de punição, érelativamente recente, século XVIII. ➢ Nem toda prisão é pena (avanço humanitário). As penas eram muito brutais, sendo assim, a prisão um avanço humanitário, como uma forma de humanizar a punição. ➢ Percebe-se que o grande mal que esse locais provocam é a perda da individualização, perda da identidade pessoal, confusão entre o ser o ambiente. ➢ A desumanização pela objetificação, além de uma infantilização, pois quando se prende alguém você tira todas as decisões dessa pessoa (quando irá comer, quando irá tomar banho...), perde a autonomia. ➢ -Pensamento do sistema: como preparar alguém para a liberdade => dando o tratamento oposto à liberdade -É importante preparar o preso pois ele vai sair, então como preparar? Sistema progressivo de pena: liberar aos poucos dar esperança de sair facilita o controle da população • Instituições disciplinares (Michel Foucault) ➢ Sociedade punitiva do início da idade moderna se torna sociedade disciplinar ➢ Vigilância como prevenção: controle do comportamento a partir da vigilância constante - consegue o comportamento adequado, mais do que pela violência ➢ Crise de saúde mental com a hiper vigilância: a sensação de vigilância constante, o sofrimento mental era quase de todos. ➢ Sofrimento mental em massa vem da vigilância constante: perda de privacidade, de recolhimento ➢ sustenta a ideia de vigilância - sua liberdade é incerteza, daí surge a vigilância, para preparar a reação ➢ Prisões reais: não cumprem a função de prevenção, pelo contrário, aumentam a incidência de crimes, aprimoram práticas criminosas, multiplicam crimes, não reinserem na sociedade, separam mais, não capacitam, e sim incapacitam, cumpre a função de causar um mal, ➢ Ficar preso, mesmo com condições boas, faz sofrer, as pessoas saem piores do que estavam - Reincidência - quem comete um crime depois de ter sido condenado e ter cumprido a pena ➢ Problemas decorrentes da falta de efetividade do ordenamento Seletividade no sistema penal ✓ Por que é mais fácil captar algumas pessoas e outras não? • O sistema escolhe critérios para selecionar os criminosos, quem não preenche o perfil tem mais chance de não ser apanhado pelo sistema • Um crime que mais exemplifica esses critérios de separação e seletividade é o tráfico de drogas. ➢ Racial: A seletividade racial no país como um Brasil tem uma super representação de negros e perdão em relação a população total, mesmo em estados de população mais negra como a Bahia. Pois infeliz o fato mais importante da nossas sociedade é a escravidão, história marcada com submissão de duas raças contra uma, o preconceito racial afeta pessoas não brancas de uma classe social mais ➢ Faixa etária: Jovens mais vistos como criminosos, imaturidade, impulsividade - é papel da juventude inovar, se rebelar - comportamento visto como mais perigoso ➢ Gênero: O homem é mais visto como perigoso, criminoso e suspeito, relação com o patriarcado e associado a violência e ocupação do espaço público, posição de provedor, quando a mulher é selecionada ela é estigmatizada em dobro: violou a norma social e a norma do patriarcado - sujeição em relação ao homem, disciplina, o papel esperado dela, aceita-se com mais normalidade a criminalidade masculina, e vigia-se mais o homem mas critica-se mais a mulher Teoria do etiquetamento (Howard Becker) • Deixa de olhar para o indivíduo criminoso e começa a olhar para as sociedades criminógenas (geradoras de crime), é mais importante do que identificar no criminoso a sua personalidade, é observar os mecanismos de criminalização, como a sociedade escolhe as pessoas e condutas para criminalizar • Também é chamada de teoria da rotulação não existem comportamento criminoso, e sim rotulados de criminosos (comportamentos permitidos em uma sociedade e proibidos em outras) • Por mais que seja ofensivo, não existe nenhum comportamento que na sua essência seja criminoso sempre • Comportamento desviante - ideia de desvio ➢ 3 tipos e sentidos: ✓ Minoritário: comportamento que desvia da média, do normal (maior frequência) ✓ Danoso ou disfuncional: comportamento que causa prejuízo ou para o próprio agente ou para terceiros - beber, uso do cigarro, uso de drogas (parcela funcional - dano associado a um benefício) - a maior parte deles (sedentarismo, má alimentação) são comportamentos associados a um risco que podem não se realizar. ✓ Proibido ou ilícito: não só o desvio da normas sociais mas a violação da norma socialmente imposta ✓ Desvio dos 3: beber e dirigir, uso de anabolizantes (prescrito não é ilícito), maus tratos aos animais, violência doméstica - mesmo assim nem sempre o risco pode ocorrer ➢ Esses 3 sentidos de comportamentos desviantes não correspondem, pois a sociedade é plural, composta de pessoas com morais diferentes, e os comportamentos mais penalizados são os que os mais poderosos não praticam. ➢ Eles impõem sua moral relativa aos outros e passam a mão na cabeça dos seus próprios desvios, sendo, então, menos estigmatizados, e rotulam o crime - como reduzir essa situação - humanizar o outro - sua preocupação não é com o ato desviante isolado: interesse na ideia de carreira - como o comportamento participa de uma trajetória. • Profecia auto realizadora: ➢ Problema que ocorre ao rotular, enquanto o ato ilícito não é descoberto as pessoas vivem nas sombras, quando o seu comportamento é detectado pela primeira vez ele é rotulado ➢ A maior chance de manter alguém numa carreira criminosa é rotulá-la pela primeira vez. ➢ Ela estando nas sombras é mais provável de abandonar o comportamento, quando se rotula alguém como desviante, mais difícil é tirá-lo do caminho, de corrigir, quando rótula e compartimentaliza fica mais difícil de tirar a pessoa da carreira criminal. ➢ Rotular é identificar com o objetivo de corrigir, só que tem o efeito contrário. ➢ Grandes soluções para a redução da criminalidade são da prevenção pré-delitiva (com relação a toda a sociedade), prevenção não criminal (não pelo sistema criminal mas por outros meios) -por isso a ideia de trajetória, e não do ato isolado. • Empreendedores morais -o conceito chave dele é o de carreira ➢ Comportamento como parte de uma trajetória, estuda a carreira também de quem reprime o desvio, os empreendedores morais. ➢ Empreitada moral: dedicar a vida a reprimir, regular o comportamento dos outros, dois grupos básicos, os que lutam para mudar a moralidade vigente: ➢ tem uma visão moral de mundo e quer impor essa na sociedade, fazer com que essa se torne direito, quando conseguem ou mudam de causa ou mudam para o segundo grupo Breve histórico da teoria dos princípios • Se aproximando dos valores, são orientações de condutas, uma orientação geral para conduta. ➢ Por que temos valores? Defendemos a família, segurança, liberdade, tolerância, etc... ➢ Para que serve defender esses valores? • Subsidiariedade dos princípios: ➢ O sistema de normas pensado no sec. 19, o princípio não integrava, era um subsídio das normas. ➢ Eram resolução de dúvidas para a interpretação do sistema. ➢ Após o pós guerra, os princípios se tornam centrais para o ordenamento. • Centralidade dos princípios: ➢ A grande mudança é reconhecer eu princípio também é norma. ➢ A norma jurídica tem duas principais espécies, regras e princípios. ➢ Com esse reconhecimento, são impositivos e não apenas orientações, no entanto eles funcionam de modo diferente. ➢ Toda norma tem uma descrição de fato e uma consequência, tanto as regras quando aos princípios, ➢ No entanto os princípios são formulados de modo diferente das regras. ✓ Nas regras, a situação de fato prevista é muito mais clara, seguindo o método hipotético condicional (se,então). Além de funcionar no “tudo ou nada” ✓ Nos princípios, eles não são de método hipotético condicional, eles são orientações mais gerais. Funcionam como mandamentos de otimização. Conceitos de princípios • Princípios penais são orientações para limitação do poder do Estado. ➢ O direito penal serve para alimentação ou limitação do poder Estado? Os professores dizem que é para limitação. Necessita de freio • Existem dois principais conceitos de princípios, os mandamentos nuclear do sistema e o mandamento de otimização. • Mandamento nuclear do sistema – Canotilho: ➢ Ideia de generalidade, o princípios que irradia seu sentido para as regras. ➢ Ele está no centro as regras na periferia, orienta a aplicação de muitas regras. ✓ Quantas regras não são inspiradas nos princípios? exemplo: princípio da segurança. • Mandamento de otimização – Alexy: ➢ Quando duas regras entram em conflito, há uma antinomia, hierarquia vem primeiro depois cronologia. ➢ A diferença par aos princípios é que nem sempre para aplicar um afasta-se o outro, não é tudo ou nada. ➢ Pode-se reconhecer que um vale mais e preservar o máximo possível o anterior. ✓ Exemplo: Liberdade de expressão e liberdade religiosa ➢ Método de resolução é a ponderação. ✓ Na ponderação olha-se par aos dois princípios em resolução, um sendo m ais importante que o outro porém há a preservação do outro menos importante. Nas regras isso não existe, ou é tudo ou é nada, se um é mais importante que o outro, um dos dois é anulado. Princípios penais em espécie Legalidade: lei prévia, escrita, estrita e certa – Feuerbach. • A depender do princípio que você der a ele, é regra. • Legalidade: O mais importante do direito penal “não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem previa e cominação legal”. ➢ Esse princípio é uma concretização do princípio de segurança jurídica, por mais prejudicial que seja um comportamento, ele só será crime se a lei disser que ele é crime , só será punido antes se a lei criminalizar o comportamento. • Esse princípio da legalidade se dividem em três: ➢ Reserva legal – Subprincípio da legalidade eu para definir crimes e penas, é preciso seguir um processo. ➢ Lei penal em branco heterogênea: Quando um ato penal é complementado (só a lei em sentido formal e material pode prever crimes e culminar penas- estabelecer a pena na lei). ➢ Exemplo: Arma de fogo. ✓ Lei em sentido formal é aquele que é aprovado por meio do processo legislativo ordinário, aprovado pelo congresso e sancionado pelo presidente. ⎯ É o que tem nome de “lei”. ✓ Lei em sentido material é ato normativo capaz de inovar no ordenamento constituindo leis e obrigações. ✓ Irretroatividade: Se há a prática de um ato em um tempo, a lei que entrará em vigor será a da época no qual ocorreu o ato. ✓ Taxatividade – STF, ADO 26: Ela deve definir detalhadamente o crime, ela é precisa. Se não está escrito, não é crime. ❖ Homofobia: Na constituição proíbe todas as forma de descriminalização, no entanto a lei que pune as minorias não expressa todas as questões de gênero e sexo. Assim, apesar da taxatividade da lei, o congresso definiu que em algum casos, como o da homofobia, o legislativo define uma lei provisória até o momento em que o congresso se manifeste. Ignorando completamente a lei da taxatividade. Retroatividade da lei penal benéfica: • Sempre que um alei pena for mais benéfica ela alcança os atos praticados antes da sua vigência. Evitar a retroação. ➢ Abolitio criminis: Quando um crime previsto em uma lei é revogado e deixa de ser crime. ➢ Lei parcial mais benéfica – súmula 501 STJ: Significa que uma parte da lei retroativa é mais benéfica e outra parte não. ✓ Lei de drogas: É cabível a aplicação retroativa da lei, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na integra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação, sendo vedada a combinação das leis. ✓ Resumindo: retroage tudo ou não retroage nada. Proporcionalidade • Proporcionalidade- as penas têm que ser proporcionais ao crime. Começa com a lei do talião (olho por olho, dente por dente). A ideia básica já é evidenciada. • Existem várias formas, não havendo um acordo com a proporcionalidade, mas existe uma ideia entre crime e pena. Ideia de justa-medida, Ideia de justiça. A teoria do direitos fundamentais discute um método de aplicação da proporcionalidade. ➢ Havendo três (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). Proporcionalidade é uma relação entre meios e fins. Essa relação se dá na relação de o meio ser a pena e o fim reprovar o crime. Histórico (talião) • Método (adequações, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). • Adequação: relação entre meios e fins, nessa fase se pergunta se o meio é adequado ao alcance do fim que você deseja. o meio é a pena e o fim é a proteção de bens jurídicos. Prever crimes para proibir comportamentos que afetam os direitos das outras pessoas. • Necessidade: um meio é um meio necessário para alcançar o fim, a pena é necessário para alcançar o bem, desse modo, diz que não há um outro meio menos severo viável para alcançar resultados. • Proporcionalidade em sentido estrito: Relação de custo-benefício, se avalia o custo-benefício, se a medida é exagerada ou não. ➢ Princípio da proporcionalidade como: proibição do excesso ➢ Princípio da proporcionalidade como: Proibição da pena insuficiente. ➢ Serve par ao controle de constitucionalidade das leis penais. ➢ Como não há outra forma de expandir o direito penal além da lei, porém há como evitar alguns atos, como impedir que o legislador revogue o homicídio, pelo princípio da constitucionalidade. • Dimensões (proibição do excesso, proibição da proteção insuficiente) • Momentos (cominação, aplicação e execução da pena): A função da pena muda, nessa teoria unificadora. ➢ Cominação da pena: prevenção geral negativa, comunica qual o comportamento negativo e desencoraja ➢ Aplicação da pena: Retribuição geral positiva, confirmando a vigência da norma. ➢ Execução da pena: prevenção especial positiva, unificação. Culpabilidade • Não está previsto na constituição • Relação com responsabilidade • Individualização da pena Intervenção mínima Como o Direito penal é a forma mais intensa de controle do comportamento humano, ele só deve ser usando quando estivermos diante de comportamento mais preocupantes e graves. ➢ Nem todo ilícito é crime. • Subsidiariedade: o que não é o principal, sendo assim, a forma principal de controle social não é o principal (em um estado democrático), sendo invocado apenas quando outros ramos do direito não resolvem. ➢ Exemplo: Calote/inadimplência – Comete um ilícito de Direito Civil. Desse modo, o Direito Civil atua como o ramo principal para essa conduta social. ➢ Exemplo 2: Comprar algo e não ter o dinheiro para pagar e furtar algo, ambos o dinheiro não foi recebido ao vendedor. Porém o Direito Penal condena apenas de for furto, pois é considerado mais grave. ➢ Exemplo 3: Imposto de renda, entre março e abril há a declaração do imposto de renda, não paga o boleto, será processado pelo Estado por Ilicitude Civil. Porém se for por fraude, declarar menos ou mais que tem, para abaixar o valor, comete um crime tributário. Um caso é mais grave o outro, pis um é levado pela má fé. ✓ O Direito Penal é muito levado pela má fé. ➢ Exemplo 4: Se há uma multa de excesso de velocidade comete uma ilicitude mas não comete um crime de trânsito, se comete um acidente de trânsito mas sem vítima, não é crime de trânsito mas se acidentou alguém e fugiu, é crime. • Fragmentariedade: O Direito Penal pega muito pela fragmentariedade, “as pontasdo iceberg”, a consequência da subsidiariedade, como não abrange todas as ilegalidades o Direito penal é fragmentado. • Apenas os mais problematizo, pois o Direito Penal é a forma mais dura de controle social. ➢ Um arquipélago de ilicitudes num oceano de licitudes. ➢ Nem todo comportamento socialmente indesejável é propriedade do Direito Penal. Havendo outras formas de controle desse indesejável. ➢ Uma sociedade que torna os comportamentos criminosos, sendo eles mudados ao longo dos anos. Ofensividade • O Direito Penal só pode ser usado para reprimir comportamento que representam um risco importante para o bem jurídico proibido (lesão ou ameaça de lesão). • Insignificância: O valor do bem é uma das variáveis, há outras três variáveis relativas à conduta, não apenas valendo do valor material, geralmente sendo ignorado quando há valor sentimental comprovado. ✓ Não justifica usa do Direito Penal para agir em algo “insignificância”. ➢ Exemplo: Se a pessoa rouba para comer ela só será imputada, se for em estado de necessidade ou de insignificância, mesmo tendo todo o dinheiro do mundo para comorar a comida mas rouba a comida, age o princípio da insignificância, sendo resolvido pelo Direito Civil. ➢ Exemplo 2: Não justifica movimentar o Direito penal para movimentar o furto de uma bic mas se for uma Mont Blanc, significa. ➢ Exemplo 3: fazer um gato de rede elétrica para manter uma pessoa em “homecare” viva, entra em estado e necessidade apesar de ser u valor maior que o salário-mínimo. ✓ Até 10% do salário-mínimo (R$ 120,00). ➢ Critérios jurisprudenciais - STF HC 84.421; STJ 1/10 SM. • Adequação social: Alguns comportamentos que são legalmente proibidos são tolerados, sendo difícil de se ver utilizado. Uma criança recém nascida tendo sua orelha furada é uma lesão corporal, mas por ser tão bem aceito socialmente não entra no Direito Penal esse caso. Dignidade humana • É a sacralidade do humano, no qual, cada um tem uma existência da terra que tem que ser respeitada • Essa dignidade independe do merecimento pois, mesmo o pior dos seres humanos tem que ter sua dignidade respeitada. ➢ Humanidade das penas: Devem ser aplicadas, executadas de forma digna, sem crueldade e humilhação, proibindo as penas cruéis e perpetuas. ➢ Intransferência das penas: A pena não pode passar do condenado, familiares não podem responder pelo crime do condenado. ✓ Exemplo: se o adolescente comete um crime o responsável comete um crime civil mas não é preso. Direito penal como Proteção de bens jurídicos - Roxin • Ele entende o Direito penal como proteção de bens jurídicos, proíbe a lesão e a ameaça de legal aos bens jurídicos • É limitar o Direito penal, pois o princípio de reserva legal que diz: “”, no entanto o que é necessário para que esse princípio seja valido? ➢ É necessário que haja a proteção de um bem jurídico. Proteção de bens x infração de dever • O direito de fato funciona como uma punição de infração dos deveres, no entanto o legislador não pode impor deveres ao cidadão, quando não se protege um bem jurídico ➢ Exemplo: Fidelidade matrimonial não é um bem jurídico. ➢ Para saber qual são os bens jurídicos protegidos em uma sociedade é necessário olhar para sociedade e seus costumes. • Uma lei penal só se justifica se ela defende um bem jurídico, pois senão a gente veria a lei penal como infração de deveres sem justificativa. Conceito de Bem-jurídico • É um conceito que vão surgir na doutrina no século 20, e vários autores têm posições diferentes. ➢ É uma teoria amplamente aceita, porém não é unanime. ➢ Há bens jurídicos que não são apenas individuais as eu afeta uma coletividade. • Claus Roxin: Para ele são circunstâncias reais dadas ou finalidades necessárias para uma vida segura e livre, que garanta todos os direitos humanos e civis de cada um na sociedade, ou para um sistema estatal que baseia nesses objetivos. ➢ A diferença entre finalidade e realidade indica que os bens jurídicos não são necessariamente são fixados ao legislador com anterioridade, como por exemplo a vida humana, mas que eles também possam ser criados por ele como é o caso das pretensões do Direito Tributário. ➢ Bens jurídicos e direitos humanos: dimensões* individualidade, coletividade e solidariedade. • Direitos humanos: São fenômenos transnacionais, bens jurídicos são o que o estado reconhece como tal, nem todo o bem jurídico merece proteção do Direito penal, e nem toda ofensa é digna ao direito penal. ➢ Só interessa ao Direito penal as formas mais graves de bens jurídicos. ➢ Exemplo: Proteção a bem material, nem sempre o Direito Penal irá proteger. ➢ A interpretação do que é o bem jurídico, a depender do Estado, há diferentes oposições. • Francisco de Assis Toledo: São coisas reais ou objetos ideias dotados de valor, isto é, coisas materiais e objetivos imateriais que, além de serem i que são “valem”. Por isso são, em gera, apetecidos, procurados, disputados, defendidos e , pela mesma razão, expostos a certos perigosos de ataques ou sujeitos a determinadas lesões. ➢ Bens jurídicos são valores ético-sociais que o Direito seleciona com o objetivo de assegurar a paz social, e coloca sob sua proteção para que não sejam expostos a perigo de ataque ou a lesões efetivas. • Claudio Brandão: Bem jurídico deve ser definido, pois, como o valor tutelado pela norma penal, funcionando como um pressuposto imprescindível à existência da sociedade. • Yuri Carneiro: Valor tutelado pelo direito penal, que possui seu substrato na Constituição, ancorado na realidade social, sendo o elemento material da estrutura do delito e que tenha a capacidade hermenêutica de relativizar o princípio da liberdade e de concretizar o princípio da dignidade da pessoa humana, enquanto valor fundamental para a convivência pacífica em sociedade. • Eugenio Raul Zaffaroni e José Henrique Pierangeli: Bem jurídico penalmente tutelado é a relação de disponibilidade de um indivíduo com um objeto, protegida pelo Estado, que revela seu interesse mediante a tipificação penal de condutas que o afetam. ➢ Uma crítica muito frequente afirma que há bens jurídicos que não são ‘disponíveis’, o que se pretende demonstrar nos casos dos bens jurídicos ‘vida’ e ‘Estado’. Antes de mais nada, esta objeção parte da crença de que só se pode dispor ilimitadamente, porque confunde ‘disposição’ com ‘faculdade de destruição’. A nós parece óbvio que a destruição é um limite da disposição e, além do mais, muito estranho e pouco usado. ✓ Diverge um pouco dos outros 4, pois o que está sendo protegido não é a vida em si mas a relação de disponibiliza com a vida. Negação da tese do bem jurídico: • Gunther Jakobs: Não se pode inferir, a partir dos bens que estão no contato social, quais os riscos que um bem precisa suportar no contato social, sem gozar da tutela penal, pois esses bens não pertencem a uma categoria que possa ser determinada de forma isolada, antes de sua inserção no contato social; na realidade, apenas existem bens jurídicos quando e na medida que desempenha uma 'função', ou seja na medida em que estejam na vida social causando e recebendo efeitos. ➢ Na visão de Jakobs há apenas um bem jurídico Princípios decorrentes da centralidade do Bem-jurídico • Alteridade: Significa que o Direito Penal só pune as ofensas a bens jurídicos do outro. Não pune a autolesão ➢ Exemplo: Suicídio não é crime, mas só quem ajudá-lo (se você ajuda a autolesão é um terceiro). • Lesividade ou ofensividade (revisão): Ofensividade só são punidos os comportamento mais gaves contra os bens jurídicos mais importantes. ➢ Mesmo tratando de um bem jurídico protegido, patrimônio, nem toda forma de lesão ao patrimônionão é crime. • Insignificância ou bagatela (revisão): Esse princípio é complementar a ofensiva, se a ofensa não for significativa, não é crime. ➢ Exemplo: Furtar uma caneta bic e furtar um carro. Princípio do Bem-jurídico • Limitadora: Limitar o direito penal, na medida em que diz que só se pode punir um comportamento quando ele fere um bem jurídico. ➢ Desse modo, o bem jurídico exerce um princípio limitador. ➢ Só as ofensas mais graves, aos bens jurídico mais importantes, pode ser punido. • Sistemática: O código penal se organiza de acordo com os bens jurídicos, como a honra e a propriedade. Formas de afetar o bem jurídico • Pode ser afetado ou ofendido pelo dano ou pelo perigo • Dano: Ato tentado ou consumado que quer destruir ou atentar o bem. • Perigo: Faz algo que se expõe a risco mas não na tentativa de provocar um dano ➢ Homicídio: Dano ➢ Tentativa de homicídio: também dano ➢ Fazer uma corrida na rua (raxa): Perigo • Perigo concreto: Expõe o bem ao risco e consegue visualizar muito bem o risco. ➢ Exemplo: Corrida ilegal de carros em uma rua movimentada. • Perigo abstrato: Expõe o bem ao risco e não consegue visualizar muito bem o risco. Você presume o risco. ➢ Exemplo: Porte ilegal de armas, não causa danos legal a alguém mas há riscos. Gera perigo abstrato. ➢ Mesmo assim é criminatório.
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