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Apostila Ética e Moral (Unifatecie)

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Prévia do material em texto

Ética e Moral
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
Vitor Amaral Poltronieri Martins
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
G633e Gomes, Alessandra Domingues 
 Ética e moral / Alessandra Domingues Gomes. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 103 p. : il. Color. 
1. Filosofia. 2. Ética. 3. Moral. 4. Ética medieval. Ética
moderna. I. Centro Universitário UniFatecie. III. Núcleo de
Educação a Distância. III. Título. 
 CDD : 23 ed. 170 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA 
 Prof.ª Especialista Alessandra Domingues Gomes
● Educação Especial – 2006 – ESAP – Faculdade Integrada do Vale do Ivaí.
● Educação Especial /Libras – 2010 - Faculdade Integrada do Vale do Ivaí.
● Gestão Educacional e organização publica – 2011 - Faculdade Integrada do Vale
do Ivaí.
● Tutoria em EAD - Universidade Estadual de Londrina - 2016
● Licenciatura em História – Unespar (2002 – 2005)
● Licenciatura em Filosofia – Unimes (2011 – 2013)
● Licenciatura em Pedagogia – Unimes (2013 – 2015)
● Licenciatura em Letras/Português – Uniasselvi (2018 -2020)
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8765496270465438
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Sejam bem-vindos (as) 
Ao curso de Ética e Moral. A partir de agora estaremos refletindo e nos apropriando 
de temas tão relevantes para a sociedade contemporânea. Nosso tema de estudos ser a 
Ética e a Moral, perpassando pela filosofia antiga, média, moderna e contemporânea.
Iniciaremos nossa experiência filosófica sobre Ética e Moral através da Primeira 
unidade. Nela será abordado temas como: O conceito de ética e o homem e sociedade, O 
conceito da ética e moral, A distinção entre ética e moral, os dilemas éticos, a pluralidade 
ética e as fontes de regras morais.
Na Segunda unidade nosso foco de estudo será a Introdução aos conceitos da 
ética e violência, o estudo sobre os filósofos gregos do período clássico como: Sócrates, 
Platão e a tripartição da Alma e Aristóteles.
Na Terceira unidade nosso objetivo de conhecimento será: O bem viver helenista, 
O conceito de cinismo, epicurismo e estoicismo. Ainda na terceira unidade, abordaremos a 
Ética medieval, Ética e cristianismo, a Ética moderna com foco na razão, desejo e vontade; 
e ainda o imperativo categórico de Espinosa a Kant e finalizaremos abordando sobre 
Liberdade e determinismo.
Finalizaremos com a Quarta unidade refletindo sobre a filosofia contemporânea 
tendo como principais focos de estudo a Ética na contemporaneidade e suas perspectivas 
filosóficas, Consumismo, a Ética e a vida animal, Ética e o meio ambiente, finalizando com 
a Ética profissional sala de aula e conselho de classe. 
 Enfim, chegamos ao final de um estudo filosófico tão importante para compreensão 
e vivência em nossa contemporaneidade. Espero que esta leitura seja prazerosa e reflexiva, 
e ainda que a mesma possa agregar conhecimento e um pensamento crítico sobre o mundo 
e a sociedade, seja no passado, presente e abrindo portas para o futuro.
Muito obrigada e bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
 Introdução a Moral e Ética 
UNIDADE II ................................................................................................... 27
Ética na Filosofia Grega Clássica
UNIDADE III .................................................................................................. 50
Introdução a Ética no Período Medieval e Moderno 
UNIDADE IV .................................................................................................. 78
A Ética Contemporânea e suas Perspectivas Filosóficas
3
Plano de Estudo:
● Conceitos éticos e o homem em sociedade;
● Conceito de Ética e Moral;
● Distinção entre Ética e Moral e Dilemas Éticos;
● Pluralidade Ética e Fontes de Regras Morais.
Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar a origem da ética e moral no seu contexto histórico e
 sua contribuição para a compreensão dos elementos que 
interferem no processo social através da busca do esclarecimento 
dos universos que tecem a existência humana: trabalho, 
relações sociais e cultura;
● Conceituar os termos moral e ética e sua importância dentro do
desenvolvimento do homem enquanto indivíduo e ser social;
● Relacionar historicamente o desenvolvimento dos seres humanos e a importância
da compreensão e aplicação da conduta ética e moral em sociedade;
● Distinguir ética e moral.
UNIDADE I
 Introdução a Moral e Ética 
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 
4UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
INTRODUÇÃO
Seja muito bem vindo (a)!
O presente trabalho é uma introdução ao conceito de ética e moral assim como 
suas diferentes perspectivas dentro da filosofia. 
Seu objetivo é introduzir os alunos no conceito e nos problemas filosóficos 
relacionados à ética e a moral. Este debate ao longo dos tempos adquiriu diferentes 
posicionamentos na forma de agir e pensar, criando assim um caráter filosófico que abriu 
discussões quanto a perspectiva dos valores morais e a aplicação dos conceitos éticos. 
Portanto, seu estudo busca contribuir para o conhecimento, assim como desenvolver um 
pensamento crítico e social baseado no estudo de pensadores que marcaram a filosofia em 
um contexto global, desde a idade antiga até a contemporaneidade. 
Este trabalho está pautado em conceitos como: o sentido da Ética e da Moral, o 
papel do homem em sociedade, a distinção entre esses valores, as fontes que levam a 
formação das regras morais e o pluralismo ético.
A presente unidade foi escrita através de pesquisa de autores e filósofos que 
permeiam o estudo e a analise filosófica. Além da troca de informações e discussões que 
se dão na atualidade por meio de grupos de estudos, leitura de revistas, entrevistas, entre 
outras metodologias.
Muito obrigada e bons estudos!
5UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
1. CONCEITOS ÉTICOS E O HOMEM EM SOCIEDADE
Para iniciar nossos estudos sobre ética é importante relembrar sua origem. O conceito
da palavra filosofia tem origem do grego philosophia, que significa “amizade ao saber” ou “a 
busca por saber”. De acordo com Japiassú (2006,p. 108), (...) nesse sentido se estabeleceu 
uma diferença de natureza entre a ciência e quanto saber específico, conhecimento sobre 
o domínio do real e a filosofia que teria um caráter mais geral, mais abstrato, mais reflexivo
no sentido da busca por princípios que tornam possível o próprio saber.
Já o estudo da filosofia tem origem na Grécia Antiga em meados do século VI a.C, 
tendo como necessidade a explicação do mundo de maneira racional, antes do surgimento 
da filosofia o homem explicava o mundo através dos mitos. É sobre filosofia, ética e moral 
que iremos estuda a partir da agora.
 O estudo da ética tem como objetivo introduzir os alunos a conceitos e problemas 
filosóficos relacionados a compreensão do mundo. A expansão desse estudo criou vários 
pensares e bases teóricas através de investigações lógicas e reflexões, discussões e 
hipóteses foram surgindo em vários segmentos do conhecimento das ciências humanas. 
Dentre eles, destacamos o estudo da Ética e Moral que são responsáveis por direcionar 
as ações humanas desde a idade antiga até os dias atuais, suas teorias e concepções. 
O estudo da ética necessita ser compreendido e aprofundado de maneira que não se 
generalize seu conceito, mas que busque o seu conhecimento através da análise de suas 
hipóteses e a reflexão sobre a importância da ética para consciência humana.
6UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Buscar a consciência desse processo se faz pelo estudo da ética, internalizando 
concepções, e compreendendo que seus valores estão enraizados na cultura de um povo, 
nos costumes de determinadas sociedades e assim gerar reflexões e valores distintos.
Portanto, seu trabalho se faz útil e presente àqueles que querem conhecer a 
filosofia, compreendendo seus conceitos, pois o estudo da ética engloba o estudo das 
ações individuais e coletivas, valores políticos, estéticos, ética, os valores morais tem sido 
alvo de questionamentos e estudos na sociedade contemporânea.
Esses saberes se fazem presentes em sociedade de maneira global, não é 
direcionado somente ao estudo das ciências humanas, mas está nos conflitos cotidianos, 
nas questões profissionais que buscam respostas e explicações para pensamentos, ações 
e reações diante dos valores humanos e sociais atuais.
A concepção engloba o estudo de ações individuais e coletivas, valores políticos 
estéticos, religiosos e humanos. Está presente no âmbito familiar, profissional, igrejas, 
nas ruas, ambientes institucionais, nas mídias sociais, enfim, em todos os espaços que 
apresentem um ambiente sociopolítico. 
Pensar em ética não significa mudar o mundo, mudar pessoas, mas sim refletir 
sobre as ações humanas, compreender valores, intenções, internalizar conceitos e a partir 
deles se posicionar diante de concepções éticas, assumindo valores e condutas.
Muitos filósofos e teóricos discutiram sobre ética, criaram conceitos, reflexões e 
teoria. Filósofos do período clássico como Sócrates, Aristóteles, Platão, foram grandes 
nomes da filosofia que discutiram sobre tema. Na filosofia contemporânea desapontam 
nomes de extrema importância para o debate ético e moral, entre eles podemos citar: 
Schopenhauer, Kant, Marx. Nietsche, Comte, Sartre entre outros.
1.1 O Homem em sociedade
A ética se faz presente em todos os pensares, nas necessidades humanas nas 
relações familiares, de trabalho, sociais, religiosas, etc. O homem como centro desse saber 
sempre foi e será alvo de hipóteses, analises e reflexões que permeiam suas ações em 
sociedade. Viver de maneira ética significa fazer parte de um contexto no qual o indivíduo 
estará sempre sendo submetido a julgamentos externos, afinal a existência humana reflete 
em viver em comunidade, e assim fazer parte de um processo de observação e criticidade.
O homem é um ser que vive em sociedade, assim a ética se faz necessária em uma 
relação em que se encontra duas ou mais pessoas. Suas ações são compartilhadas na 
vivencia com outros homens, interagindo diariamente com outros indivíduos, são inúmeros 
os questionamentos levantados por ele quanto ao conceito ético: como devo agir e me 
comportar diante de outros homens? qual a relação com o meio ambiente e meios social? 
7UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
É difícil responder a tantas dúvidas no qual as respostas estão expressas e 
contextualizadas em discursos que levam a reflexões recorrentes sobre isso, no entanto 
nem sempre é possível chegar a conclusões pautadas numa verdade inquestionável, nem 
sempre é simples compreender a existência humana e seus inúmeros vieses. 
Aristóteles, filósofo grego, ao se referir à Ética afirma “o estudo da ética deve enfatizar 
o preparo do indivíduo para que o mesmo possa viver em sociedade. Há, portanto, um
campo comum entre ética e política. A ética deve estabelecer o princípio de ação virtuosa; a
política deve enfatizar os homens como um ser social procurando estabelecer os princípios
de sua ação racional”.
A vivência em sociedade acarreta no agir, pensar e repensar. Assim, o homem 
é o indivíduo que determina o que moral, o que é ética, virtude ou pecado, a ele cabe o 
princípio do que é bom ou mau para ele. O homem em sociedade tem como princípio uma 
ética antropocêntrica, pois será ele capaz de ter a percepção de sua existência, no qual 
Pitágoras cita que “o homem é a medida de todas as coisas”, apresentado em um mundo 
humano. O homem só pode se realizar e ser feliz em ligação e solidariedade com seus 
semelhantes, pois, “para amar o próximo é algo inerente a ele e que dele se erradia”. O 
amor é visto como uma força transcendental, é dela que o homem se fortalece para se 
relacionar com o mundo tornando-o como algo realmente seu.
A ideia de que vivemos em sociedade, coletivamente parecer ser algo realmente 
óbvio, mas quando pensamos filosoficamente essas afirmações se tornam questionamentos 
a serem compartilhados. É possível fazer tal reflexão: Por que vivemos em sociedade ao 
invés de isolados?
Segundo Aristóteles, a natureza humana tende a viver em sociedade, realizando 
seu próprio bem, ou seja, o homem vive em sociedade pela consciência que isso reflete 
no seu próprio bem, no seu sucesso, como uma condição obvia no qual o homem deixa 
exaltar seu instinto de sobrevivência. Assim, o homem busca alcançar a perfeição próximo 
a outros homens pois ele tende a ser naturalmente carente e será essa proximidade de 
outros homens que irá suprir essa falta.
O Homem por si só e sua natureza humana é um ser carente, essa carência direciona 
os indivíduos para a busca por viver coletivamente, ou seja, essas relações e ações se fazem 
presentes através das relações afetivas, familiares, religiosas, profissionais, entre outras. 
Essa ação implica em resultados positivos ou negativos que estão pautados na grande 
maioria das vezes nas reações emocionais, determinando ações éticas ou na falta delas. 
8UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Isso leva a entender que cada indivíduo se comporta de uma maneira a frente de seu 
meio social, tem reações exclusivas, esperadas ou conflitantes, o que não se pode deixar de 
destacar e que dentro desse turbilhão de sentimentos os princípios éticos serão colocados 
como prioritários ou não. É possível exemplificar através de ações como o casamento, diante 
das diversas situações que um casal é exposto, trair ou não é um questionamento ético ou 
ainda em um ambiente de trabalho, ter a promoção ou o reconhecimento esperado, nem 
sempre o resultado é fruto de trabalho e esforço, pode estar ligado a disputas individuais 
nas quais agir de forma antiética não deixa de ser uma possibilidade para alcançar o tão 
almejado sucesso.
Mas porquê e para que ser ético? Será que o homem usa a ética como forma de ter 
reconhecimento na sociedade na qual pertence ou será que faz parte de uma ação na qual 
agir de forma ética seja o resultado de uma aprendizagem que se faz desde os primeiros 
anos de sua vida incluindo os ensinamentosque ele tem através da família, da escola, da 
igreja e disse ao meio social? 
Ser ético vai muito além de agir de acordo com as cobranças da sociedade, está 
relacionado a comportar-se de maneira correta priorizando sentir-se bem de acordo com 
suas ações, é responder anseios internos e assim viver em sua plenitude. Ser ético nem 
sempre terá como prêmio as conquistas mais esperadas, principalmente porque vivemos 
em uma sociedade que vive em constante disputa, em que o ser humano terá que viver com 
outros seres humanos. É nesse sentido que ele irá se deparar com ações nas quais não irá 
concordar, por entender não fazer parte de uma sociedade justa, mas servirá de exemplo 
para que ele não caia em erros e ações inerentes a uma sociedade nem sempre ética, mas 
que prioriza resultados acima de valores.
Thomas Hobbes vai além do sentido ético no quanto à ação humana. Para ele, 
o homem já nasce mau ele não sabe viver em sociedade por isso muitas vezes se torna
autoritário, com dificuldades de viver com outros homens e assim passa a ter ações
consideradas errôneas. No entanto, isso é parte do seu caráter, ele por sua vez produz
ações que não condizem com o princípio de ser um cidadão, de agir eticamente dentro dos
padrões morais. Para Hobbes o homem tem o poder de querer alcançar todas as coisas
e assim sim fará tudo para atingi-las, muitas vezes se impondo a outro homem pela força
gerando a disputa, a competição, pois eticamente levar a outro a decepção, ao sofrimento
não significa infringir a lei. A preocupação do homem é se manter dentro das regras de
conduta e assim ser um indivíduo politicamente correto.
9UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Para ser ético, pois, é necessário ter algum tipo de fé. Isso não significa que 
se deve, necessariamente, possuir fé religiosa, mas que se deve acreditar em 
algum valor intangível, de alto significado moral, como bondade, caridade, 
sinceridade, honestidade (LISBOA, 2009, p. 131).
Hobbes em sua obra leviatã diz "o homem é o lobo do homem". Esse pensamento 
se relacionado a defesa da Hobbes sobre a importância do contrato social, é através do 
contrato que os homens estipulam suas regras de vivência em sociedade, são imposições 
e sem elas o homem voltaria ao seu estado natural em uma luta incansável pela sobrevi-
vência. Para ele, todo homem nasce igual sem princípios morais ou éticos, é sua vivência 
em sociedade que o fará praticar ou não esses valores, e ele se moldam de acordo com 
a cultura de um povo através dos tempos, nenhum valor é programado antecipadamente.
Contrapondo ao pensamento de Hobbes, Rousseau argumenta em sua obra “Do 
Contrato Social” que, “O homem nasce naturalmente bom, é a sociedade que o corrompe”, 
ou seja, o homem é fruto do meio social no qual está inserido, ele é reflexo do meio social 
no qual faz parte.
O convívio em sociedade, as relações humanas, a diversidade de problemas sociais 
e pessoais muitas vezes levam o homem a ações desmedidas. Principalmente injustiças e 
problemas sociais causam o descontentamento, a ira, a transgressão de valores resultando 
na inversão de valores e no corromper do homem. Assim sendo, o homem como um 
fruto social provoca ações injustas e antiéticas resultando em uma sociedade que causa 
insegurança e estranheza. A partir deste ponto de vista é possível compreender os motivos 
que acarretam o descontrole emocional, as ações muitas vezes livres das preocupações 
éticas, inseridas em um mundo frágil e desacreditado por parte daqueles que valorizam e 
entende que a ética é o princípio para alcançar mais justiça e igualdade.
10UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
2. CONCEITO DE ÉTICA E MORAL
O estudo da ética está diretamente ligado ao comportamento humano. Definida
como a ciência do ethos, palavra de origem grega. Segundo Japiassu (2006, p. 97), “é o 
conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, 
afazeres etc.) e da cultura (valores, ideias ou crenças), característicos de uma determinada 
coletividade, época ou região”. 
A ética pode ser definida como o estudo das ações humanas ao longo dos tempos, 
seu comportamento, suas fundamentações e prática. Dessa forma, compreender a ética 
esta intrinsicamente ligado ao poder que os indivíduos tem de se relacionar em sociedade, 
dos conceitos criados de acordo com o tempo, os costumes e crenças, produzindo a partir 
desse contexto uma relação de valores e ações dentro de uma sociedade na qual irá pautar 
seus costumes e valores diante da humanidade.
Quando compreendemos que a ética está relacionada com a cultura, costumes e 
crenças é possível compreender que valores éticos não são estáticos, mas passiveis de 
compreensão e adoção de práticas sociais diferenciadas de acordo com a história de cada 
sociedade ou indivíduo. Podemos exemplificar a cultura dos povos pré-colombianos Maias, 
povos esses de origem Olmeca que foram os primeiros habitantes da América Central, tinham 
em seus costumes os sacrifícios humanos, uma prática religiosa de adoração aos deuses 
nos quais prisioneiros de guerras ou uma virgem eram entregues a sacríficos, tendo seu 
coração retirado e entregue aos deuses adorados pelos Maias, geralmente relacionados com 
os elementos naturais, sendo uma forma de agradecimento e homenagem aos deuses.
11UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Se analisarmos a ação dos povos Maias na atualidade nos parece uma ação que 
foge dos nossos valores éticos, além da infração penal, mas de acordo com a cultura desses 
povos seria uma prática não só aceitável como também uma forma de sobrevivência religiosa.
Para Aristóteles, a Ética é tem como princípio compreender e vivenciar o que é o 
“bem”, e seu significado para o homem. Pois a partir do conhecimento sobre o que é o bem, 
os indivíduos serão capazes de encontrar a felicidade segundo Aristóteles. Para o filosofo 
a felicidade não é um bem passageiro, mas sim uma conquista diária que se estende para 
vida inteira, sendo o homem dotado de razão e capaz de fazer suas próprias escolhas, se 
orientando para o bem. Na concepção aristotélica a boa ação é aquela própria do indivíduo 
que possui virtude e deriva de um discernimento acerca das opções práticas, no qual entram 
muitos fatores, entre os quais, a disposição inata, a educação e a experiência”. 
É tudo aquilo que está relacionado com o comportamento moral e sua ação no meio 
social, desta forma orientando a conduta dos seres humanos. Nomear algo como ético ou 
antiético está diretamente ligado com a forma de agir de um indivíduo em sociedade pois 
o homem deve agir de modo exemplar no que diz respeito aos valores morais e assim ter
um comportamento socialmente bom do contrário resultará na transgressão de normas,
o código ético.
A ética está diretamente ligada em diversas áreas como direito, administração, 
medicina, no viver em sociedade, ética cristã entre outras. Na filosofia grega a ética estaria 
ligada a virtude e alcance da felicidade. Ela se fez presente na ética na antiguidade, 
principalmente nas discussões dos filósofos socráticos, ainda na idade média, ética 
moderna, ética contemporânea.
A origem da ética tem berço na Grécia antiga no período conhecido como 
antropológico. A partir da filosofia socrática ela deixa de estar ligada as origens da natureza 
e passa a focar no modo de ser e no comportamento humano. 
Na Idade Média, sua base teórica está ligada a ética cristã no momento em que a 
igreja católica reina de maneira absoluta na sociedade em questão ditando normas, valores 
e regras. Assim a ética se baseia na obediência e na vontade das leis divinas em busca da 
salvação eterna. 
A ética moderna tem como foco o indivíduo que passa a fazer suas próprias escolhas 
e ações baseado no antropocentrismo. 
A ética contemporânea se mantém baseada nos seres humanos, no entanto, é 
focada nas escolhas próprias e pessoais relacionadas ao ambiente social. Assim, o 
existencialismo ganha espaçoem que o homem passa a ser responsável por suas escolhas 
atitudes e felicidade.
12UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Partindo do pressuposto que a ética é um objeto de investigação das ações 
humanas e os princípios que a norteiam, entendemos também em que uma sociedade tem 
sua cultura e a partir dela define valores, interpretações do bem e do mal, do certo e do 
errado. Essas interpretações levam o indivíduo a compreender sua ação através do mundo 
que o cerca. O comportamento humano é orientado por um conjunto de juízos norteado 
por sua realidade e o valor de suas ações. Portanto, o ser humano irá agir conforme esse 
conjunto de valores que são construídos culturalmente e a partir dele irá determinar o que 
é certo e errado, o desenvolvimento social de um indivíduo está diretamente relacionado 
ao seu cotidiano, sendo a ética responsável pela construção desse conhecimento norteada 
por um conjunto de valores.
Dentro das mais diversas profissões encontramos o código de ética, este é um 
acordo estabelecido onde direitos e deveres estão presentes em empresas organizações 
instituições e categorias profissionais entre outras. Ela irá nortear a cultura, a função social 
e a missão de uma empresa estabelecida entre direitos e deveres nas mais diversas 
funções profissionais. Ela regulamenta o funcionamento de suas organizações assim 
como o comportamento de funcionários e seus membros, além da esfera empresarial, um 
código de ética pode ser previsto em governamentais e não-governamentais em categorias 
profissionais, partidos políticos e demais grupos que se orientam por uma postura social. 
Os códigos de ética são divididos entre direitos e deveres, tem como missão construir a 
identidade e o perfil de uma empresa, instituição ou grupo, visando assim uma base de 
respeito e conduta profissional.
Alguns princípios estão presentes de forma constante em vários códigos, e entre 
eles podemos destacar: a necessidade de legitimidade, transparência na construção de 
valores, assédio moral ou sexual ou ainda profissional denúncia para questões de suborno 
e corrupção, a relação entre líderes, chefes e subordinados.
Ao analisarmos sobre a atual situação da humanidade, podemos entender que 
vivemos um problema ético, o desafio de manter a razão moral em um momento histórico 
que desde sua contemporaneidade vem sendo marcado por guerras extermínio de pessoas, 
destruição do meio ambiente disputas políticas que perpassam os problemas da sociedade 
e se tornam problemas de autarquias particulares ou do interesse de pequenos grupos, e 
desta forma questões humanas são deixadas para um segundo plano e tudo isso passa 
a ser um problema ético pois a ética se pauta em questões humanas e sociais, cujo não 
existe o privilégio, onde não ocorre a exaltação de condições particulares mas prioriza as 
questões coletivas.
13UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Diferentes formações sociais e culturais instituíram um conjunto de valores 
éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, 
de comportamento social que pudessem garantir a segurança física e psíquica 
de seus membros e a conservação do grupo social (CHAUI, 2007, p. 258).
 Quando o homem pensa de forma ética, ele não se pauta somente na pergunta sobre 
o “que é o bem” e o “que é o mal”, ele irá buscar respostas para questões que são pautadas
em princípios e noções que tem como como ponto de partida a concepção do ser humano.
Já no século XXI, questões éticas ainda são pautadas em uma ordem religiosa, 
colocando a vontade de Deus a ordem superior a natureza humana como justificativa de 
atos e ações, é necessário analisar as ações e a própria consciência quando a reflexão se 
remete a questões éticas, é possível argumentar sobre algumas questões como a hierarquia 
de valores, a felicidade, o prazer, o dever e a justiça entre outros.
Ainda sobre a ética, é possível afirmar que existem conteúdos e questões a um 
nível determinado universalmente, válido para todos os tempos e lugares? Talvez caiba ao 
homem elencar primeiramente as necessidades humanas, depois suas prioridades dentro 
de um contexto social e humano e por fim colocar essa ética em prática a partir do momento 
em que esse conceito ético humaniza e não somente se faz por uma questão de valores 
exigidos pela sociedade.
2.1 Moral 
O conceito de moral pode ser definido como um conjunto de regras que determinam 
o comportamento dos seres humanos, individualmente ou em grupo social. A princípio, um
sujeito moral é aquele que age e pensa de maneira a valorizar o bem contra o mal, é aquele
que não transgrede as regras e as leis determinadas pela sociedade. Esse julgamento
não está errado, mas busca uma ação e explicação mais concreta no qual o sujeito irá
questionar o que é certo e errado, e como foi definido como sendo o certo a fazer ou errado
a não fazer, pautando assim as ações humanas.
Partindo do pressuposto de que a moral é um conjunto de normas, transcrições e va-
lores que regulamentam o comportamento de um indivíduo em sociedade será ela que definirá 
quais são os limites que o homem estabelece para suas ações e intervenções na realidade 
no seu convívio social. O senso moral é aquele que leva o indivíduo a ter um parâmetro de 
referência em respeito a liberdade do outro, assim como a responsabilidade e a consciência 
de que isso significa não fazer ao outro o que não gostaria que fizesse assim mesmo.
A integridade moral de uma pessoa a leva a defender o exercício pleno de sua 
liberdade e a liberdade de outros, baseando-se respeito ao meio da qual está inserido. 
Isso significa que uma ação moral está intrinsecamente ligada a manutenção do ambiente 
natural, os bens públicos, os deveres sociais, bem como a defesa dos direitos das pessoas 
instituídos pela norma jurídica resultando em uma convivência harmônica.
14UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Historicamente o homem já nasce em um mundo cultural e com sistema de 
significados pré-estabelecido no qual lhe é imposto regras de comportamento desde seus 
primeiros anos de vida. Assim é possível entender que vivemos em uma sociedade com uma 
moral pré-constituída onde podemos distinguir o que é moral e imoral. As normas morais 
podem variar de acordo com seu tempo o seu lugar e o seu espaço, assim como as formas 
de relacionamento e práticas que são determinadas culturalmente por uma sociedade. 
 Pois bem, como demonstra a própria história da humanidade, a moral 
não somente se originada religião, mas também é anterior a ela. Durante 
milênios, o homem primitivo viveu sem religião, mas não sem certas normas 
consuetudinárias que regulamentavam as relações entre os indivíduos e a 
comunidade e, ainda que em forma embrionária, já tinham caráter moral 
(VÁZQUEZ, 2008, p. 91).
 O tempo e as relações humanas são responsáveis pelas modificações nas normas 
de comportamento. Se analisarmos a história, essas mudanças ocorreram de forma muito 
mais lenta desde a idade antiga até o século XIX. Já no século XX, esse processo teve uma 
mudança muito significativa pois o comportamento do homem passou a ser pautado em 
ações, pensamentos e significações nas quais as mudanças individuais e sociais passaram 
a ser relacionadas nas necessidades humanas que tiveram como foco a liberdade de ação, 
a expressão as mudanças culturais, influenciadas por movimentos artísticos, intelectuais e 
tecnológicos resultando em uma drástica mudança no comportamento e nos valores humanos.
Sendo a moral um conjunto de regras que orientam o comportamento humano é 
necessário a compreensão de que uso da moral depende da aceitação das normas e da 
conscientização de cada indivíduo. Não se pode relacionar a liberdade a não aplicação 
de normas, ou ainda o cumprimento de deveres a um processo moral e ético, no qual se 
cumpre o dever moral que não acontece de forma espontânea e natural, mas sim como 
uma espécie de castigo, o homem aplica o uso da moral nãopor compreendê-la ou ainda 
concordar com ela, mas como uma forma obrigatória de cumprir a lei.
O comportamento moral quando funciona de forma consciente age de maneira livre 
e responsável, em que a natureza humana coloca a obrigatoriedade da moral como um ato 
naturalmente espontâneo, e não como um fardo social. Ser moral está muito além de uma 
questão unicamente de imposição social, mas está entranhado na consciência do agir de 
forma ética, no uso da empatia, no respeito com o grupo social no qual está inserido, desta 
forma o compromisso moral flui de maneira natural e prazerosa. 
Retomando o período da filosofia grega clássica é possível compreender que os 
sofistas rejeitavam a tradição mítica pois entendiam que os princípios morais são fruto das 
convenções humanas. 
15UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Já Sócrates se contrapõe aos sofistas pois entende que esses princípios não 
estão nas convenções, mas são frutos da natureza humana assim é possível identificar 
que a virtude basicamente se identifica com a sabedoria e o vício com a ignorância. Ainda 
para Sócrates os conceitos morais estavam estabelecidos na racionalidade, baseado em 
definições próprias elas estariam assumidas como valores morais universais.
A partir da Idade Média cujo os valores religiosos estavam intrínsecos em grande 
parte da sociedade, os valores teocêntricos do mundo valorizaram o sentido de bem e de 
mal, assim como buscavam como perspectiva a visão de vida após a morte, considerando 
que a identidade moral estava relacionada ao homem temente a Deus.
Na Idade Moderna os valores racionais tomaram o lugar das explicações religiosas, 
o homem crítico, pensante, assim como os ideais iluministas, reforçaram a necessidade de
uma consciência moral e o mundo baseado na busca pela razão.
Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do 
século 18, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo 
cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; reconhecer a unilateralidade 
dê seu ponto de vista. E com isso está obedecendo a sua própria moral de 
uma maneira especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela como 
um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse 
modo, a moral do bandido e a do ladrão tornam-se irrepreensíveis do ponto 
de vista da moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem 
direitos humanos fundamentais (GIANOTTI, 1992, p. 245).
 Na contemporaneidade, o homem tem mudado seu foco. Suas relações sociais 
estão voltadas para uma sociedade em constante mudança, nas quais as relações 
sociais, econômicas e culturais priorizam relações humanas como uma forma de viver 
harmoniosamente em sociedade, a moral tradicional não perdeu o seu valor, mas se 
enfraqueceu em muitos sentidos, pois os homens passaram a ter um controle maior de 
seus sentimentos e ações visualizando seus próprios objetivos.
16UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
3. DISTINÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL E DILEMAS ÉTICOS
Ao analisarmos a diferença entre o princípio ético e moral podemos entender que a
moral tem um caráter prático, imediato, restrito, histórico e relativo. Já ética é uma reflexão 
filosófica sobre a moral, procura justificar a moral, o seu objeto e guia a sua ação de forma 
a priorizar a vida humana de forma racional.
Embora a ética e moral sejam vistas de forma semelhantes isso não é verdade. 
A ação de contribuir para que o homem tenha um caráter íntegro, moral, busca colocar 
esse entendimento em um caráter prático imediatista, pois faz parte da vida cotidiana da 
sociedade e dos indivíduos por se tratar de um conjunto de regras e normas nas quais dizem 
o que devemos ou não fazer. A ideia da noção do imediato se faz pelo fato de usarmos o
conceito moral continuamente.
Ao contrário da ética, que se faz por uma reflexão filosófica tendo um caráter 
racional sobre a moral. O intuito da moral é fundamentá-la e justificá-la priorizando regras 
que são efetivamente importantes, entendidas como uma conduta aceitável, aplicável a 
todos os seres humanos, entendendo a ética como um caráter universal.
O estudo da ética é aquele que guia a ação: os motivos as causas princípios e 
circunstâncias assim como analisa suas consequências.
17UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
3.1 Dilemas éticos
Os dilemas éticos são situações nas quais o indivíduo se vê a frente de fazer 
escolhas nas quais há duas opções diferentes e ainda as mesmas não estejam de acordo 
com as normas sociais das quais o indivíduo pertence.
Quando uma pessoa se depara com um dilema ético é necessário entender que 
nenhum valor social fornecerá a resposta exata para se tomar tal decisão.
Na disciplina de filosofia, os dilemas éticos tem como objetivo despertar a reflexão 
filosófica discutindo sobre valores, ética, códigos de conduta entre outros assuntos 
pertinentes.
Os dilemas éticos podem estar presentes na vida pessoal, na vida profissional, 
contemplando várias situações da vida cotidiana. Quando o dilema ético sai da esfera teórica 
e parte para esfera prática, é o momento no qual cada um irá de fato colocar seus princípios 
éticos, seus valores morais, como condição de suas escolhas como por exemplo na vida 
profissional, no momento em que é necessário escolher entre o sucesso e os valores, 
podemos hipoteticamente considerar a questão de um suborno no ambiente profissional, 
no momento em que ele ocorre a negativa em aceitá-lo pode significar um retrocesso 
quanto ao sucesso na esfera profissional. No entanto quando a conduta ética falta a vida 
de um profissional, o significado de sucesso passa a ser muito subjetivo e questionável, 
pois sonhos e ambições não devem perpassar a valores morais. 
São inúmeras as possibilidades de dilemas éticos, essa situação de conflito pode 
ser exemplificada em alguns exemplos, entre eles:
● Dilema hipotético: se refere a situações criadas nas quais o indivíduo reflete
sobre um tema, sendo essas situações possíveis de ocorrerem na vida real muitas
vezes presentes na rotina diária.
● Dilema real: são situações conflitantes nas quais o indivíduo se vem em uma
posição de escolher, de tomada de decisão. Nem sempre o indivíduo é protagonista
desta situação, mas a sua tomada de decisão faz parte do contexto na qual o
dilema se encontra, um exemplo seria uma denúncia de abuso sexual de alguém
próximo, você não é parte do problema, mas poderá refletir e ser parte da busca
pela solução.
● Dilemas abertos: Esse tipo de reflexão pode ser usado em ambientes escolares,
no qual os alunos terão informações referentes a um determinado conflito e assim
discutir sobre qual o melhor caminho a ser tomado, objetivando assim a reflexão
sobre os valores e a tomada de decisão mais coerente a situação exposta.
18UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
● Dilemas fechados: neste estudo de caso, a situação exposta é apresentada
assim como a decisão já tomada por seus protagonistas. Neste caso o objetivo é
levar o aluno a discussão e reflexão quanto a tomada certa ou não de tais decisões.
● Dilemas completos: neste caso, a situação compartilhada já apresenta todos os
resultados possíveis não cabendo nenhum tipo de tomada de decisões, terá como
objetivo apenas a exposição ou o conhecimento do caso.
● Dilemas incompletos: neste caso, o objetivo é incentivar o debate, despertar a
permanência dos valores éticos e morais e o uso da imaginação e criatividade na
situação apresentada, assim o aluno terá uma reflexão e uma aprofundamento de
conhecimento muito mais completo e preciso.
19UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
4. PLURALIDADE ÉTICA E FONTES DE REGRAS MORAIS
A palavra pluralismo vem sendo discutida ao longo dos tempos por teóricos e
filósofos. De acordo com Japiassu (2006, p. 219): 
A palavra pluralismo tem origem Latina que significa doutrina que afirma 
a existência de uma pluralidade ou multiplicidade de seres individuais e 
autônomos, e que considera o real comomúltiplo, irredutível a uma substância 
ou princípio único, o mesmo a dois princípios apenas como um dualismo. 
Pluralidade ética se faz através de uma diversidade de culturas no qual o indivíduo 
aprende a ter valores éticos e morais, sendo esses apresentados de diferentes formas, ela 
tem como base uma compreensão de um mundo diversificado o que causa diretamente 
uma multiplicidade de pensamentos e ações.
Pluralismo se refere a uma multiplicidade de normas, teorias e fundamentos 
filosóficos pautado em ideias, costumes e hábitos relacionados a cultura, desta forma 
entendemos que seus princípios não sejam estáticos pois culturalmente os valores morais 
podem sofrer mudanças ou transições.
A partir de um contexto histórico, a pluralidade ética está relacionada ao contato dos 
indivíduos com diversas culturas, nas quais se aprende valores éticos e morais de distintas 
maneiras. Neste sentido ele será capaz de compreender seu próprio contexto histórico, 
assim como a realidade ao seu redor. Ela servirá de base para compreensão de um mundo 
que possui diversas realidades, compreendendo que uma verdade é diferente da outra.
20UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Na antiguidade, possuíamos um mundo mais harmonioso, sem mudanças bruscas 
e drásticas, dessa forma, os valores não se diversificavam, era como se vivêssemos em uma 
verdade universal, no entanto, o mundo está em constante transformação e hoje vivemos 
uma em uma sociedade cada vez mais plural, cercada por novidades, maneiras diferentes 
de agir, de pensar. Não temos mais um único mundo, uma única verdade, um único poder. 
O mundo está em constante movimento, globalizado, diversificado em sua cultura, seu 
modo de ser, de viver, na diversidade de religiões, entre outras mudanças. 
Primeiramente, a sociedade se divide em esfera pública e privada. A ética privada 
estará relacionada a ética comportamental, na sexualidade, nas relações familiares entre 
outras questões. A pluralidade ética, quando permeia os princípios privados podem ser 
compreendidos como por exemplo na ética voltada a sexualidade, ela irá contemplar 
questões como a valorização humana dos parceiros, o respeito, a convivência em comunhão 
entre parceiros, etc.
Na esfera pública se dará as questões governamentais, das relações públicas, da 
ecologia, dos partidos, relações políticas internacionais entre outras. No conceito público os 
valores são diferentes assim como seus critérios de julgamento. A ética na política tende a 
aplicar uma ética de princípios, de estratégias, eficácia e responsabilidade. Esse princípio 
pressiona e organiza a política a partir de um projeto que perpassa partidos e governos, e 
sua responsabilidade abrange um conceito muito maior do que as forças partidárias, ele está 
presente diretamente nas políticas públicas, combinando diretamente com a ética dos princípios, 
das estratégias e eficácia, é uma ética que tem um compromisso com a responsabilidade 
pública. Podemos dizer que a pluralidade ética está relacionada com a cultura. 
A palavra cultura vem do verbo latino que significa cultivar, criar. Segundo Japiassu 
(2006, p. 63), "no sentido filosófico a cultura pode ser considerada como um feixe de 
representações de símbolos, de imaginário, de atitudes e referências suscetíveis de irrigar 
de modo bastante desigual, mas globalmente o corpo social". 
Para a autora Marilena Chauí natureza e cultura não se opõe, pois, os humanos 
são considerados seres naturais embora diferentes de animais e plantas. Todavia, sua 
natureza pode se apresentar de forma agressiva destrutiva por isso não deve ser deixada 
em liberdade, necessita ser educada cultivada de acordo com a sociedade na qual está 
inserido pois a cultura se forma pelos ideais de uma sociedade.
No senso comum, ela define uma sociedade a partir de costumes mais refinados 
ou não, muitas vezes gerando conceitos como: aquele indivíduo não tem Cultura. A cultura 
está relacionada a diferentes situações nas quais o homem tem a capacidade de criar 
soluções para elas.
21UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
Analisando até a contemporaneidade presente e relacionando uma sociedade 
atual voltada as tecnologias criadas pelo próprio homem são possíveis pensar que ela vem 
transformando o modo de vida e a cultura de um local ou sociedade?
As tecnologias tendem a mudar pessoas e valores, assim o homem também 
apresentará mudanças que ocorrem de forma móvel e fragmentada. É comum compreender 
esse processo de modernização e tecnologia como um processo sem fim. Essa modernidade 
de fato colabora na formação de um novo sujeito. Culturalmente esse indivíduo também 
poderá transformar o seu meio, seus hábitos, seus costumes criando uma transformação 
social, afinal em um período pós-moderno as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas 
geraram uma grande instabilidade. A cultura de consumo que geram a ideia de um prazer 
instantâneo que não exigem muitos esforços são atrativos e imediatos.
Esses atrativos de fato mudaram valores e conceitos em uma sociedade 
contemporânea. Os indivíduos se familiarizaram e se sentem confortáveis nessa nova 
realidade, entendendo ser alvo de um retrocesso na atual realidade tecnológica. É possível 
analisar este novo tempo de forma positiva ou negativa?
É de conhecimento global que muitas inovações tecnológicas afetaram diretamente 
as relações humanas, como por exemplo: relações familiares, convívio social entre seus 
pares, entre outras ações, o que diretamente transformou conceitos morais estabelecidos 
por convenções de tradicional.
Mas ao mesmo tempo é impossível não reconhecer os benefícios tecnológicos para 
a sociedade contemporânea. Eles proporcionaram qualidade para educação, facilidade 
de acesso a pesquisas, ao conhecimento. Facilitou as relações sociais no sentido da 
comunicação, da aproximação, da facilidade na troca de ideias, reflexões, assim como 
aproximou o conhecimento técnico e científico da sociedade, tornando este conhecimento 
possível e ao alcance de todos indiscriminadamente.
Este pensamento está relacionado ao mundo globalizado, no entanto socialmente 
analisando é de conhecimento que as desigualdades sociais muitas vezes afastam este 
mundo tecnológico de milhares de cidadãos no Brasil e no mundo.
4.1 Fontes de regras éticas
Os seres humanos desde seu nascimento pautam suas vidas através da educação 
recebida por seus pais, pela igreja, pela escola, pela sociedade na valorização das normas 
éticas e morais. Essas regras são importantes pois elas irão refletir na formação do ser 
humano, estão ligados ao desenvolvimento moral, social, ambiental e dentro de uma 
sociedade pautada em valores, é extremamente importante que os indivíduos saibam 
conduzir essas regras em sua vida pois nem sempre haverá uma regra específica para 
cada problema encontrado.
22UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
A natureza humana verdadeira: implica em apresentar o homem puro, verdadeiro 
que traria em si todas as virtudes de um caráter íntegro e correto todas as suas ações 
seriam ações éticas.
A forma ideal universal e comum do comportamento humano: esta apresenta 
um caráter de verso ou ainda oposto aquilo que é apresentado quanto a ética universal uma 
espécie de segunda fonte das regras éticas. 
Busca refletida dos princípios do comportamento humano: sua explicação 
está relacionada à procura racional das razões da conduta humana buscando explicar o 
comportamento ético o que se define na busca de uma reflexão social.
Legislação de cada país, de foros internacionais, ou mesmo o código de ética 
profissional de cada corpo social organizado: se refere a legislação de cada país assim 
como código de ética de empresas organizações ou meios profissionais
Costumes: se refere a parte irracional, mas apela ao uso da razão. Ela entende 
que a moral não se restringe ao sentido lógico, mas também faz parte das paixões dos 
costumes e cultura. 
SAIBA MAIS
Na atualidade, as FakeNews tomam conta das mídias sociais, televisão, revista, etc. No 
passado, essa prática já era comum, podemos citar por exemplo o plano Cohen que foi 
elaborado por Getúlio Vargas na década de 30 com o intuito de desestabilizar a ordem e 
assim chegar à tomada de poder. Essa tendência tem se espalhado nas redes sociais 
evidenciando o descompromisso com os valores éticos e morais. No vídeo abaixo, o 
professor e filósofo Mario Sérgio Cortella fala sobre o assunto de forma clara e pontual. 
Para saber mais acesse: https://www.youtube.com/watch?v=Vhxs7dfPsAw.
Fonte: Fundação Dom Cabral.
Site: https://www.fdc.org.br/sobreafdc/professores/cortella 
https://www.youtube.com/watch?v=Vhxs7dfPsAw
https://www.fdc.org.br/sobreafdc/professores/cortella
23UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
REFLITA
Especialmente os chamados homens de bem foram os que pareceram as moscas mais 
venenosas. Picam com toda inocência, mente com toda inocência. Como poderiam ser 
capazes de me fazer justiça?
A citação acima é da obra “Assim falava Zaratustra” de Frederich Nietsche, nela o filosofo 
faz uma reflexão, sobre ética e justiça. Nesta obra Nietsche refletiu sobre a existência 
humana, o bem e o mal. 
Fonte: NIETZSCHE, F. Assim falava Zaratustra. Editora Lafonte. São Paulo, 2012.
24UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho sobre o estudo filosófico da moral e ética, teve como objetivo 
desenvolver uma pesquisa que permita ao estudante uma reflexão sobre conceitos e valores, 
que possibilitem uma compreensão mais ampla na sua jornada de estudos trazendo uma 
compreensão teórica sobre o tema, e ainda desenvolver nas suas práticas educacionais 
uma discussão filosófica que lhe proporcione, reflexão e aprendizagem. Diante do presente 
trabalho, foi possível identificar que o estudo da filosofia contempla aspectos amplos que 
buscam uma compreensão racional quanto a existência do homem em sociedade e suas 
relações cotidianas nos grupos nos quais pertence.
É possível concluir que as questões éticas e morais estão em todas as atividades 
do nosso cotidiano. Sua reflexão filosófica, a busca pelo conhecimento racional valorizando 
a cultura, a educação, a tradição e o comportamento humano de uma sociedade, nos faz 
compreender que o sentido ético é responsável pelas ações de um indivíduo em um grupo 
social. Sua resposta enquanto ser social está diretamente ligada aos direitos do homem e 
o julgamento que o mesmo irá fazer quanto à compreensão dos valores éticos e morais e
a aplicação em sua vida.
25UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
LEITURA COMPLEMENTAR
O lobo e o cordeiro 
La Fontaine 
A razão do mais forte vai sempre vencer é o que adiante vocês hão de ver. Num 
límpido regato um dia um cordeiro, sereno, bebia. Eis que surge um lobo faminto: 
— Como ousas sujar minha água? Diz o lobo com fingida mágoa: 
— Logo vais receber o castigo por assim desafiar o perigo. 
— Senhor — o cordeiro responde —, não te zangues: não vês que me encontro 
vinte passos abaixo de ti, e, portanto, seria impossível macular tua água daqui? 
— Tu a sujas — diz o bicho feroz. — Além disso estou informado que falaste de 
mim ano passado. 
— Como poderia te ter ofendido se não era nascido então, e o leite materno inda bebo? 
— Ora, ora, se não foste tu, com certeza foi teu irmão. 
— Não o tenho. 
— Então foi algum dos teus: pois que nunca me deixam em paz. Tu, teus pastores 
e cães; necessária a vingança se faz. 
E no fundo da floresta com toda tranquilidade O lobo devora o cordeiro sem outra 
formalidade. 
MORAL DA HISTÓRIA: Esta fabula, mostra o oprimido indefeso diante do opressor, 
que persegue inocentes com falsos pretextos, mas que a realidade se justifica quando sem 
motivo real, o lobo abate o cordeiro.
Fonte: Fábula o Lobo e o Cordeiro. Disponível em: https://sites.google.com/site/
fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro. Acesso em: 30 set. 2021.
https://sites.google.com/site/fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro
https://sites.google.com/site/fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro
26UNIDADE I Introdução a Moral e Ética
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Ética a Nicômaco
Autor: Aristóteles.
Editora: Editora Atlas.
Sinopse: Esta é a principal obra de Aristóteles sobre a ética. Sua 
proposta neste livro foi examinar e argumentar sobre a 
felicidade, virtudes morais, justiça, coragem, sabedoria entre 
outros temas que são questões propostas quanto a ética.
FILME/VÍDEO
Título: O Advogado do Diabo
Ano: 1997.
Sinopse: Kevin Lomax (Keanu Reeves), advogado de 
uma pequena cidade da Flórida que nunca perdeu um caso, 
contratado John Milton (Al Pacino), dono da maior firma de 
advocacia de Nova York. Kevin recebe um salário e várias 
mordomias. No início, tudo parece correr bem, mas logo Mary 
Ann (Charlize Theron), a esposa do advogado, sente saudades 
de sua antiga casa e começa a testemunhar aparições 
demoníacas. No entanto o personagem está totalmente 
envolvido em seu trabalho, nas oportunidades financeiras e de 
visibilidade profissional. As questões éticas surgem quando Kevin 
deixa de priorizar sua família, seus valores, e passa a fazer 
qualquer ação que o leve aos seus objetivos.
27
Plano de Estudo:
● Introdução ao estudo sobre a relação dos conceitos éticos e violência;
● Ética na filosofia antiga;
● Ética socrática;
● A tripartição da alma para Platão e o viver mal por ignorância;
● A Ética Aristotélica.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a relação entre os conceitos éticos e processo do
desenvolvimento da violência, que resulta na violência social contemporânea;
● Compreender o que representou a Ética Socrática para a filosofia grega no período
clássico e sua influência para sociedade do período moderno e contemporâneo;
● Estabelecer a importância dos estudos desenvolvidos por Platão, suas teorias, 
compreendendo a relação entre o corpo e alma de acordo com Platão;
● Conhecer a Ética Aristotélica e os conceitos desenvolvidos por Aristóteles.
UNIDADE II
Ética na Filosofia Grega Clássica
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 
28UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 28UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
INTRODUÇÃO
 Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado (a) educando (a), é com muito prazer que daremos continuidade aos 
nossos estudos sobre a filosofia e suas mais diversas vertentes.
Nossos estudos se iniciarão através dos conceitos sobre a ética na filosofia grega 
clássica, perpassando os conceitos filosóficos de Sócrates, Platão e Aristóteles. Ainda 
nesse sentido será abordada a ideia de violência e virtude de acordo com os conceitos 
filosóficos dos autores.
Nossa abordagem filosófica continua ao refletirmos sobre a ética na filosofia antiga, 
priorizando as perspectivas dos filósofos gregos e seu legado quanto a importância da 
reflexão para a formação humana e social do indivíduo.
Dando continuidade à nossa reflexão filosófica e nossos estudos teremos uma 
leitura sobre a visão socrática da ética, suas ideias, conceitos e sua contribuição para o 
estudo da ética nos vários períodos históricos.
Assim continuaremos nossos estudos abordando a visão filosófica de Platão, 
filósofo presente no período clássico que faz uma inteligente e profunda reflexão quanto a 
relação entre o corpo e a alma e ainda a tripartição da alma.
E por último, estaremos concluindo os estudos deste capítulo abordando sobre 
a Ética Aristotélica e seus aprofundamentos filosóficos conceituando seu legado junto ao 
conhecimento de mundo.
Espero que tenham um momento de estudo satisfatório e que essa leitura possa 
colaborar no aprofundamento de seus estudos relacionando a importância da filosofia e 
seus conceitos éticos para a sociedade em seus mais diversos períodos.
Muito obrigada e bom estudo!
29UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 29UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO DOS CONCEITOSÉTICOS E VIOLÊNCIA
Ao analisarmos os conceitos éticos desde a antiguidade até os dias atuais, é fácil
perceber que no centro do conceito ético está violência. O sentido da violência pode ser 
muito amplo pois perpassa a violência física que está nas ruas, nas escolas, nas áreas 
de trabalho, lazer e entre as famílias. A violência moral e psicológica causa danos tão 
irreparáveis quanto as marcas físicas. Ao longo dos tempos, os esforços para controlar, 
evitar, diminuir seu fluxo tem sido intenso, mas tal ação não tem impactado em mudanças 
realmente consistentes. Cria-se leis, punições severas, mas os atalhos que a justiça 
proporciona aumenta a sensação de impunidade. O princípio da violência é fundamentado 
como exercício da força física e da coação psíquica, obrigando a alguém a fazer algo 
contrário a sim, a seus interesses e desejos, contrário ao seu corpo e consciência.
30UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 30UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
1.1 Ética e violência
A violência é uma forma abrupta e desorientada de obrigar outro a realizar algo 
contra a pessoa a agir contra sua vontade, sendo que os tipos de violência podem ser 
inúmeros como veremos abaixo:
a) Violência física: Resulta da força física para saltar, ferir, matar, constranger, a
realizar atos contra a própria vontade.
b) Violência passiva: Também denominada como omissão. Está presente quando
o indivíduo deixa de tornar as ações necessárias para salvar a vida ou evitar o
sofrimento de outros.
c) Violência indireta: É quando o ato em si não é violento, mas pode desencadear
um efeito posterior violento, por exemplo: a destruição da camada de ozônio que
pode causar câncer de pele.
d) Violência simbólica: É uma das expressões de violência mais comuns e
resulta na natureza psicológica que atua sobre a consciência. A violência existe
quando as informações são manipuladas ideologicamente de uma maneira a
levar aceitação sem críticas.
e) Violência branca: É o tipo de violência que não apresenta tortura ou violência
física. Muitas vezes não é possível conhecer seu agente causador, esta ação de
violência não é prevista no código penal, o que muitas vezes não a caracteriza como
violência. Um exemplo: a pobreza extrema muitas vezes atribuída a ordem natural, no
entanto pode ser interpretado como descaso dos governantes, falta de planejamento
econômico. Outro exemplo são crianças fora da escola privadas da educação.
Estabelecer juízo de valores pode gerar uma série de avaliações sobre o mundo 
através das mais diversas situações. Assim, o juízo de valor, pode ser um caminho para 
constituição de avaliações sobre as coisas, pessoas e situações. Assim o juízo ético deve 
avaliar intenções e ações sendo o critério do certo e errado, onde ocorre a possibilidade de 
vivenciar culturas e sociedades diferentes também irão definir a violência de maneira particular. 
A violência está diretamente ligada com a falta de ética de um indivíduo, que não 
se utiliza de valores éticos que não segue padrões morais ou compreende seus valores. 
Na atualidade, as leis estão sendo desenvolvidas com a necessidade de priorizar valores 
éticos para sua formação, no entanto, na prática a violência e o distanciamento da ética 
estão cada vez mais presentes. A ética se encontra no nosso cotidiano através das redes 
sociais, jornais, revistas e, televisão entre outros meios de comunicação.
31UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 31UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
1.2 Violência contra a mulher
A Assembleia Geral das Nações Unidas de 1993 define como sendo violência contra 
mulher quando qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em danos 
físicos, sexual, psicológico ou de sofrimento para mulher, como por exemplo ameaça, coerção 
ou privação da liberdade em público ou na vida privada. A violência física é caracterizada 
quando alguém causa ou tenta causar dor por meio de força física de alguém como por 
exemplo arma ou instrumentos que possam causar lesões internas, externas ou ambas.
A tendência atual de pesquisas mostra que a violência contra as mulheres é formada 
por diferentes fatores pessoais, situacionais e socioculturais, que se relacionados podem 
provocar abuso. Diversos são os fatores que apresentam relação com a violência entre eles 
destacamos as características pessoais do agressor como: ser homem, ter presenciado 
violência física na infância, ter sofrido abuso, pai ausente, consumo de bebidas e drogas. 
Quanto aos fatores físicos da relação se apresentam os conflitos conjugais e a relação de 
poder em que o controle masculino na relação se faz presente como no caso do controle 
financeiro, a tomada de decisões, entre outros. Um terceiro fator está relacionado com a 
comunidade, apresentando características como: pobreza, desemprego associação com 
a delinquência, isolamento de familiares e outras mulheres. O último se apresenta com os 
fatores da sociedade que tem como características normas sociais que concedem ao homem 
o controle sobre o comportamento feminino, associação da violência, solução de conflitos,
conceito de masculinidade ligado a honra ou agressão papéis rígidos de ambos os sexos.
A tendência atual quanto as pesquisas relacionadas a violência contra mulher 
mostram que ela ocorre devido a interação de diversos fatores pessoais e situacionais e 
socioculturais, levando ao abuso nos quais estão divididos em quatro categorias sendo eles:
● Fatores pessoais do agressor: ser homem, ter presenciado violência conjugal
quando criança, ter sofrido abuso quando criança, pai ausente, consumo de bebidas
alcoólicas ou drogas;
● Fatores de risco: conflito conjugal, controle masculino nas finanças e na tomada
de decisões da família;
● Fatores da comunidade: pobreza, desemprego, associação a delinquência,
isolamento das mulheres e famílias;
● Fatores da sociedade: normas socioculturais que concedam ao homem o
controle sobre o comportamento feminino, aceitação da violência como forma de
resolução de conflitos, conceito de masculinidade ligado a dominação honra ou
agressão, papéis rígidos para ambos os sexos.
32UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 32UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
Outro fato importante em relação à violência contra mulher é porque muitas não 
reagem aos seus agressores entre: medo de represália, perda do suporte financeiro, 
preocupação com os filhos, dependência emocional, perda do suporte familiar e dos amigos, 
esperança na mudança de comportamento do homem.
A legislação em defesa a agressão contra mulheres: no Brasil foi sancionada a Lei 
de 7 de agosto de 2006, a Lei 11.340 que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”, por 
Maria da Penha ser uma mulher nordestina que lutou durante anos para criação de uma 
legislação menos conivente com os agressores das mulheres. Esta lei cria mecanismos 
para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres.
A Lei Maria da Penha (nº11340/2006) traz artigos de extrema importância nos quais 
podemos cita:
Art. 2° - Toda mulher, independente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana sendo-lhe asseguradas as 
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde 
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3° - Serão asseguradas as mulheres as condições para o exercício efetivo 
dos direitos a vida, a segurança, à saúde, alimentação, à educação, a cultura, 
a moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, a cidadania, 
a liberdade, a dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Art. 5° - Para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou 
patrimonial.
1.3 Violência contra criançase adolescentes
A criança até o século XIX, era vista como ser adulto, que poderia trabalhar e realizar 
todas as tarefas que um adulto desempenha assim como ser punida por seus atos caso 
infringisse alguma conduta moral. A violência física é a mais frequente forma de violência 
contra criança, a razão e que as crianças são indefesas e estão em desenvolvimento, o 
caráter disciplinador da conduta exercida por seus responsáveis ultrapassa o sentido de 
educar, variando de uma simples palmada ao espancamento e homicídios. Existem muitas 
divergências contra o método correto no processo educacional entre pais e filhos, no entanto, 
é percebido que na atualidade a tendência é desconsiderar qualquer forma de correção física 
mesmo que seja uma simples palmada, que em alguns países a mesma já é proibida por lei.
As famílias menos favorecidas normalmente têm acesso facilitado aos serviços 
sociais, pois vivem em constantes e variadas intervenções nas suas vidas privadas devido 
às suas condições sociais, econômicas, por isso costumam ser mais notificadas quanto 
aos casos de violência e agressão. Já as famílias com maior poder aquisitivo costumam 
ser menos notificadas, pois ao procurarem serviços como o caso de médicos, psicólogos, 
tendem a solicitar uma maior discrição sobre o caso.
33UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 33UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
 Os motivos que mais desencadeiam a violência são: consumo de drogas por parte 
do agressor, comportamento rebelde da criança e distúrbios comportamentais da criança. As 
agressões físicas são muito comuns em crianças e adolescentes, tendo como origem uma 
cultura que justifica que reforça a punição corporal como medida educativa, a negligência 
ao que tudo indica está associada a situações de pobreza e maus-tratos.
No entanto, isso não significa uma regra pois na atualidade é muito comum 
encontrarmos famílias economicamente estáveis que promovem a violência contra 
crianças e adolescentes por diversos motivos, sendo que seu agressor geralmente usa 
como justificativa a desobediência, a rebeldia, o que normalmente é comprovado que as 
motivações são totalmente inexpressivas, que não refletem uma justificativa moral para tal 
violência e mesmo assim vale ressaltar que o responsável por uma criança ou adolescente 
deve promover a proteção e não há agressão.
Em 1924, a união internacional do fundo para salvação de crianças estabeleceu, 
através da declaração de Genebra, a primeira tentativa de codificar os direitos elementares 
das crianças, sendo posteriormente ratificada pela liga das nações. Em 1948, a declaração 
universal dos direitos humanos das nações unidas reafirma o direito a cuidados e assistência 
especiais ao a essa parcela da sociedade. Em 1959 foi realizada a assembleia geral da ONU 
nas quais foram aprovadas leis em defesa dos direitos da criança, presente na constituição 
da declaração dos direitos da criança. Na Constituição Brasileira promulgada em 1988 
foram estabelecidas leis de extrema importância nas quais preserva o direito da criança e 
do adolescente em relação à vida e a saúde:
Art. 227 - É dever da família da sociedade e do Estado assegurar a criança 
e ao adolescente, com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a 
dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão.
Já 1990 foi sancionada a lei 8069, nas quais contemplam crianças e 
adolescentes, nas quais destacamos os seguintes artigos:
Art. 3° - A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes a pessoa humana sem prejuízo da proteção integral de que se 
trata esta lei
Art. 5° - nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de 
negligência discriminação exploração violência crueldade e opressão punido 
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos 
fundamentais.
34UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 34UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
1.4 Violência contra idosos
É considerado idoso toda pessoa com 60 anos de idade ou mais conforme estipulado 
pela lei 3561/1977.
Entende-se como violência toda situação de vulnerabilidade física e ou mental, 
muitas vezes no caso dos idosos se apresentam através de estupro, maus cuidados de 
higiene, má nutrição, vestuário inadequado, escaras, impactação fecal, entre outros.
É comum encontrarmos o abandono de idosos pois os mesmos necessitam de 
cuidados e atenção especial devido a sua fragilidade, doenças, limitações físicas, mentais, 
o que acaba acarretando aos seus responsáveis uma atenção especial. Nestes casos, é
muito comum encontrarmos situações de abandono, e ainda condições de maus-tratos
físicos, levando a vítima a desenvolver lesões e traumas. Outra questão é a violência
psicológica na qual danos irreparáveis são causados, na maioria dos casos proveniente
daqueles que deveriam garantir a segurança a saúde e o bem-estar do idoso, além do
amor e da afetividade. As motivações que podem acarretar esta violência são inúmeras,
entre elas o abuso de álcool e drogas por parte de quem cuida do idoso, histórico de
violência familiar, a dependência financeira do idoso, é comum o responsável depende
financeiramente do idoso levando a condições de violência também, o fato do idoso sofrer
de depressão ou algum distúrbio mental ou psíquico que necessita de cuidados ainda mais
específicos. A legislação contra violência e agressão a idosos é expressa através da Lei
8842/94 e 10741/3 que institui o estatuto do idoso.
A Lei 8842/94 que regulamenta o Conselho Nacional do Idoso determina: a família, 
a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania 
garantindo sua participação na comunidade defendendo sua dignidade, bem-estar e o 
direito à vida;
O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser 
objeto de conhecimento e informação para: o idoso não deve sofrer discriminação de 
qualquer natureza; o idoso deve ser o principal agente e destinatário das transformações a 
serem efetivados através desta política.
Na Lei 10741/03 é possível destacar os seguintes artigos:
Art. 3°- É obrigação da família da comunidade da sociedade e do poder público 
assegurar ao idoso com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, a 
saúde, alimentação, a educação, a cultura, ao esporte ao lazer ao trabalho, à 
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar.
Art. 4°- Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência discriminação 
violência, crueldade ou opressão e todo atentado aos seus direitos por ação ou 
omissão será punido na forma da lei (BRASIL, 2003, online).
35UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 35UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
Quando abordamos o tema violência na atualidade, nos deparamos com situações 
que afetam muitas pessoas ou grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade, 
além de crianças, idosos, mulheres, a violência se estende a homossexuais, transexuais, 
a violência urbana, xenofobia, racismo, que geram discussões intermináveis, casos de 
abandono, de negligencia, de situações de risco que se fazem presentes cada vez mais 
na vida das pessoas, despertando tantos questionamentos relacionados aos deveres e 
obrigações, associados as políticas públicas e ao descaso quanto aos menos favorecidos.
36UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 36UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
2. ÉTICA NA FILOSOFIA ANTIGA
Ao estudarmos a Ética na filosofia antiga, observamos que ela está diretamente
ligada com os princípios da moral e da ética.
É comum ao homem em sua natureza pensar o bem e a felicidade relacionando-as 
com uma conduta regada a virtudes. A virtude é uma força expressa no caráter de cada 
indivíduo que consiste em promovero bem sendo guiado por valores racionais. Quando 
a conduta ética está relacionada a aquilo que deverá ser realizado pelo homem, o que é 
correto, o que é eticamente aceitável.
Quando pensamos na filosofia na antiguidade, entendemos que a mesma tem uma 
relação muito direta com as virtudes éticas, políticas, sociais, ou seja, entre a conduta de 
um indivíduo e os valores tradicionais da sociedade
Os filósofos antigos consideravam que a ética se posiciona entre nossas vontades e 
desejos e a nossa razão. A natureza humana é passional e o papel da ética é educar nosso 
caráter para seguirmos os preceitos da razão. Quando a vontade humana é abordada é de 
entendimento racional que a mesma deverá ser controlada a fim de dominar as paixões. 
Quando um ser passional se deixar levar pelos apetites e desejos, torna-se escravo deles, 
passa a desconhecer a moderação, o sentido da razão e o controle emocional.
Portanto, a ética entendida como uma forma de educar o caráter de dominar impulsos 
e desejos a fim de orientar a sua vontade para o bem e a felicidade, assim a relação entre a 
virtude do sujeito e seus valores coletivos terá como produto um indivíduo virtuoso.
37UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 37UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
Na Grécia antiga durante o século V a. C, ocorria uma intensa reflexão a 
respeito das regras éticas e o convívio em sociedade, os gregos buscavam entender o 
comportamento humano no qual tinha como objetivo o estudo de uma forma de alcançar 
a felicidade e a plenitude.
A ética estava diretamente relacionada à política e administração da polis campo, 
este direcionado aos homens, na vida privada se fazia presente a desigualdade, a falta de 
liberdade, num contexto no qual mulheres e escravos estavam destinados a submissão do 
homem, sendo assim a mulher era destinada a procriação e o escravo ao trabalho.
O ser político, o viver numa Pólis, significa que tudo era decidido mediante 
palavras e persuasão, e não através de força e violência. Para os gregos 
forçar alguém mediante violência, ordenar ao invés de persuadir, eram 
modos pré-políticos de lidar com as pessoas, típicos da vida fora da pólis 
característicos do lar e da vida em família, na qual o chefe da casa intervia 
com poderes incontestes e despóticos. (ARENDT, 2007, p. 35-36)
38UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 38UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
3. ÉTICA SOCRÁTICA
Sócrates (470 a.C - 399 a C) marcou a filosofia, não por ser um dos primeiros
filósofos, mas por seu legado, por sua constante busca pelo conhecimento, suas reflexões 
para encontrar o caminho da verdade. Sócrates questionava o que era a verdade? o que é 
o bem? O que é justiça? E assim se tornou um Marco da filosofia ocidental.
Para Sócrates a reflexão era o ponto de partida, pois somente a partir do momento em 
que os questionamentos e as reflexões passavam a fazer parte da busca pelo conhecimento 
do homem seria possível chegar à verdade universais, das quais validaria uma verdade 
única para humanidade em qualquer tempo ou espaço. Para Sócrates, o homem deveria 
ter ciência da sua própria ignorância e a partir de então buscar o verdadeiro conhecimento, 
Sócrates percebeu que a sabedoria vinha principalmente da consciência de que o homem 
não é detentor de todo saber, e a partir daí surgiu a célebre frase tão conhecida por toda a 
humanidade: só sei que nada sei.
Urge ter em mente que saber significa, para Kant, ciências, mais exatamente, 
ciências empíricas, porque ele limita a ciência a experiências e, neste 
espaço, a metafísica não é possível como ciência empírica, ou seja, as ideias 
de Deus, imortalidade e liberdade não podem ser conhecidas, segundo a 
estrutura do conhecimento científico ponto podem apenas ser pensadas, 
porque o conhecer não constitui toda a possibilidade. Não constitui toda a 
realidade do ser humano (NODARI, 2010, p. 130).
39UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 39UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
Em sua busca pela verdade pelo conhecimento, Sócrates chegou na fase chamada 
de maiêutica, para ele essa técnica tem como princípio trazer a luz, conceber a vida, chegar 
ao conhecimento. Sócrates defende que a verdade está no próprio homem, no entanto a 
dificuldade de encontrar essa verdade se faz pelo fato de que o homem vive envolto em 
falsas ideias, que atrapalha o desenvolvimento racional do homem. Sócrates não deixou 
nenhum escrito, tudo que sabemos sobre ele se faz através de Platão seu fiel discípulo.
Os problemas éticos tiveram início desde a antiguidade. Na Grécia antiga muitos 
eram os questionamentos, as indagações quanto aos princípios éticos. Foi através de 
Sócrates conhecido como o pai da moral que a ética passou a ser mais sistematizada.
Para ele não existiam normas e verdades universalmente válidas, pois a ética era 
vista de forma relativista ou subjetiva. No entanto, Sócrates defendeu a ideia de um saber 
universalmente válido advindo da essência humana que pode levar a uma moral universal. 
Esta essência humana está ligada a alma racional do homem, o homem de fato se sustenta 
pela razão e desta forma fundamenta as normas morais, com isso presume-se que a ética 
socrática é racionalista, ou seja, o indivíduo que age conforme a razão age corretamente.
De acordo com os textos de Platão e Aristóteles, Sócrates andava pelas praças 
questionando as pessoas o que eram os valores pelos quais as orientavam ao agir. 
Gerando uma reflexão quanto ao pensamento racionalista de Sócrates sobre à formação 
dos valores éticos.
O objetivo de Sócrates ao buscar resposta junto aos atenienses era levá-los a 
indagar não apenas quanto ao sentido dos costumes estabelecidos, ou seja, os valores 
éticos ou Morais da coletividade, mas também entender o caráter pessoal, e o que leva os 
seres humanos a respeitar ou não os valores coletivos.
Sócrates questionava sobre a virtude e o bem. Buscava entender o que a sociedade 
considerava virtuoso e bom, assim como compreender se tem efetivamente consciência de 
suas ações, se essas ações de fato correspondem a um caráter virtuoso ou simplesmente 
fazem parte de uma conduta moral que deve ser seguida a fim de ter um reconhecimento 
em sociedade, como alguém eticamente correto.
Em toda sociedade há uma moral constituída em momentos, lugares e tempos 
diferentes por isso, pode-se dizer que, no que se refere ao pensamento 
filosófico, a uma moral na sociedade antiga, uma moral medieval, uma moral 
moderna e uma moral contemporânea (SILVA, 2017, p. 94).
40UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 40UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica
As questões socráticas entendem a ética como uma parte da filosofia que irá definir 
valores e obrigações. Para Sócrates, é um sujeito moral ou ético aquele que tem consciência 
de seus atos, quem estabelece suas ações de acordo com suas intenções e atitudes, que 
busca agir de maneira virtuosa, não como um processo de aceitação ou reconhecimento, 
mas como uma necessidade de agir de forma humanamente correta.
As reflexões acerca do pensamento de Sócrates são encontradas nos escritos de 
vários pesquisadores. Conhecendo sobre Sócrates através das obras de Platão, é comum 
encontrarmos questionamentos como o que é considerado como coragem, justiça, amizade, 
amor. Desta forma analisar sobre os conceitos morais e éticos que sempre foram discutidos 
por Sócrates levam o interlocutor a refletir sobre essas questões.
Sócrates passou sua vida buscando respostas para questões consideradas como 
virtuosas, além disso para Sócrates conhecer as causas e os fins de uma ação estabelece 
quais são os valores. 
A sabedoria humana de que Sócrates se diz mestre consiste na busca 
de justificação filosófica (isto é, de um fundamento) da vida moral. Este 
fundamento consiste na própria natureza ou essência do homem. À diferença 
dos Sofistas, Sócrates chega a estas conclusões: o homem é a sua alma. 
E por alma ele entendia a consciência, a personalidade

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