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Ética e Moral Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira Vitor Amaral Poltronieri Martins 2022 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2022 Os autores Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP G633e Gomes, Alessandra Domingues Ética e moral / Alessandra Domingues Gomes. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 103 p. : il. Color. 1. Filosofia. 2. Ética. 3. Moral. 4. Ética medieval. Ética moderna. I. Centro Universitário UniFatecie. III. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD : 23 ed. 170 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTORA Prof.ª Especialista Alessandra Domingues Gomes ● Educação Especial – 2006 – ESAP – Faculdade Integrada do Vale do Ivaí. ● Educação Especial /Libras – 2010 - Faculdade Integrada do Vale do Ivaí. ● Gestão Educacional e organização publica – 2011 - Faculdade Integrada do Vale do Ivaí. ● Tutoria em EAD - Universidade Estadual de Londrina - 2016 ● Licenciatura em História – Unespar (2002 – 2005) ● Licenciatura em Filosofia – Unimes (2011 – 2013) ● Licenciatura em Pedagogia – Unimes (2013 – 2015) ● Licenciatura em Letras/Português – Uniasselvi (2018 -2020) CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8765496270465438 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Sejam bem-vindos (as) Ao curso de Ética e Moral. A partir de agora estaremos refletindo e nos apropriando de temas tão relevantes para a sociedade contemporânea. Nosso tema de estudos ser a Ética e a Moral, perpassando pela filosofia antiga, média, moderna e contemporânea. Iniciaremos nossa experiência filosófica sobre Ética e Moral através da Primeira unidade. Nela será abordado temas como: O conceito de ética e o homem e sociedade, O conceito da ética e moral, A distinção entre ética e moral, os dilemas éticos, a pluralidade ética e as fontes de regras morais. Na Segunda unidade nosso foco de estudo será a Introdução aos conceitos da ética e violência, o estudo sobre os filósofos gregos do período clássico como: Sócrates, Platão e a tripartição da Alma e Aristóteles. Na Terceira unidade nosso objetivo de conhecimento será: O bem viver helenista, O conceito de cinismo, epicurismo e estoicismo. Ainda na terceira unidade, abordaremos a Ética medieval, Ética e cristianismo, a Ética moderna com foco na razão, desejo e vontade; e ainda o imperativo categórico de Espinosa a Kant e finalizaremos abordando sobre Liberdade e determinismo. Finalizaremos com a Quarta unidade refletindo sobre a filosofia contemporânea tendo como principais focos de estudo a Ética na contemporaneidade e suas perspectivas filosóficas, Consumismo, a Ética e a vida animal, Ética e o meio ambiente, finalizando com a Ética profissional sala de aula e conselho de classe. Enfim, chegamos ao final de um estudo filosófico tão importante para compreensão e vivência em nossa contemporaneidade. Espero que esta leitura seja prazerosa e reflexiva, e ainda que a mesma possa agregar conhecimento e um pensamento crítico sobre o mundo e a sociedade, seja no passado, presente e abrindo portas para o futuro. Muito obrigada e bons estudos! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Introdução a Moral e Ética UNIDADE II ................................................................................................... 27 Ética na Filosofia Grega Clássica UNIDADE III .................................................................................................. 50 Introdução a Ética no Período Medieval e Moderno UNIDADE IV .................................................................................................. 78 A Ética Contemporânea e suas Perspectivas Filosóficas 3 Plano de Estudo: ● Conceitos éticos e o homem em sociedade; ● Conceito de Ética e Moral; ● Distinção entre Ética e Moral e Dilemas Éticos; ● Pluralidade Ética e Fontes de Regras Morais. Objetivos da Aprendizagem: ● Apresentar a origem da ética e moral no seu contexto histórico e sua contribuição para a compreensão dos elementos que interferem no processo social através da busca do esclarecimento dos universos que tecem a existência humana: trabalho, relações sociais e cultura; ● Conceituar os termos moral e ética e sua importância dentro do desenvolvimento do homem enquanto indivíduo e ser social; ● Relacionar historicamente o desenvolvimento dos seres humanos e a importância da compreensão e aplicação da conduta ética e moral em sociedade; ● Distinguir ética e moral. UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 4UNIDADE I Introdução a Moral e Ética INTRODUÇÃO Seja muito bem vindo (a)! O presente trabalho é uma introdução ao conceito de ética e moral assim como suas diferentes perspectivas dentro da filosofia. Seu objetivo é introduzir os alunos no conceito e nos problemas filosóficos relacionados à ética e a moral. Este debate ao longo dos tempos adquiriu diferentes posicionamentos na forma de agir e pensar, criando assim um caráter filosófico que abriu discussões quanto a perspectiva dos valores morais e a aplicação dos conceitos éticos. Portanto, seu estudo busca contribuir para o conhecimento, assim como desenvolver um pensamento crítico e social baseado no estudo de pensadores que marcaram a filosofia em um contexto global, desde a idade antiga até a contemporaneidade. Este trabalho está pautado em conceitos como: o sentido da Ética e da Moral, o papel do homem em sociedade, a distinção entre esses valores, as fontes que levam a formação das regras morais e o pluralismo ético. A presente unidade foi escrita através de pesquisa de autores e filósofos que permeiam o estudo e a analise filosófica. Além da troca de informações e discussões que se dão na atualidade por meio de grupos de estudos, leitura de revistas, entrevistas, entre outras metodologias. Muito obrigada e bons estudos! 5UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 1. CONCEITOS ÉTICOS E O HOMEM EM SOCIEDADE Para iniciar nossos estudos sobre ética é importante relembrar sua origem. O conceito da palavra filosofia tem origem do grego philosophia, que significa “amizade ao saber” ou “a busca por saber”. De acordo com Japiassú (2006,p. 108), (...) nesse sentido se estabeleceu uma diferença de natureza entre a ciência e quanto saber específico, conhecimento sobre o domínio do real e a filosofia que teria um caráter mais geral, mais abstrato, mais reflexivo no sentido da busca por princípios que tornam possível o próprio saber. Já o estudo da filosofia tem origem na Grécia Antiga em meados do século VI a.C, tendo como necessidade a explicação do mundo de maneira racional, antes do surgimento da filosofia o homem explicava o mundo através dos mitos. É sobre filosofia, ética e moral que iremos estuda a partir da agora. O estudo da ética tem como objetivo introduzir os alunos a conceitos e problemas filosóficos relacionados a compreensão do mundo. A expansão desse estudo criou vários pensares e bases teóricas através de investigações lógicas e reflexões, discussões e hipóteses foram surgindo em vários segmentos do conhecimento das ciências humanas. Dentre eles, destacamos o estudo da Ética e Moral que são responsáveis por direcionar as ações humanas desde a idade antiga até os dias atuais, suas teorias e concepções. O estudo da ética necessita ser compreendido e aprofundado de maneira que não se generalize seu conceito, mas que busque o seu conhecimento através da análise de suas hipóteses e a reflexão sobre a importância da ética para consciência humana. 6UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Buscar a consciência desse processo se faz pelo estudo da ética, internalizando concepções, e compreendendo que seus valores estão enraizados na cultura de um povo, nos costumes de determinadas sociedades e assim gerar reflexões e valores distintos. Portanto, seu trabalho se faz útil e presente àqueles que querem conhecer a filosofia, compreendendo seus conceitos, pois o estudo da ética engloba o estudo das ações individuais e coletivas, valores políticos, estéticos, ética, os valores morais tem sido alvo de questionamentos e estudos na sociedade contemporânea. Esses saberes se fazem presentes em sociedade de maneira global, não é direcionado somente ao estudo das ciências humanas, mas está nos conflitos cotidianos, nas questões profissionais que buscam respostas e explicações para pensamentos, ações e reações diante dos valores humanos e sociais atuais. A concepção engloba o estudo de ações individuais e coletivas, valores políticos estéticos, religiosos e humanos. Está presente no âmbito familiar, profissional, igrejas, nas ruas, ambientes institucionais, nas mídias sociais, enfim, em todos os espaços que apresentem um ambiente sociopolítico. Pensar em ética não significa mudar o mundo, mudar pessoas, mas sim refletir sobre as ações humanas, compreender valores, intenções, internalizar conceitos e a partir deles se posicionar diante de concepções éticas, assumindo valores e condutas. Muitos filósofos e teóricos discutiram sobre ética, criaram conceitos, reflexões e teoria. Filósofos do período clássico como Sócrates, Aristóteles, Platão, foram grandes nomes da filosofia que discutiram sobre tema. Na filosofia contemporânea desapontam nomes de extrema importância para o debate ético e moral, entre eles podemos citar: Schopenhauer, Kant, Marx. Nietsche, Comte, Sartre entre outros. 1.1 O Homem em sociedade A ética se faz presente em todos os pensares, nas necessidades humanas nas relações familiares, de trabalho, sociais, religiosas, etc. O homem como centro desse saber sempre foi e será alvo de hipóteses, analises e reflexões que permeiam suas ações em sociedade. Viver de maneira ética significa fazer parte de um contexto no qual o indivíduo estará sempre sendo submetido a julgamentos externos, afinal a existência humana reflete em viver em comunidade, e assim fazer parte de um processo de observação e criticidade. O homem é um ser que vive em sociedade, assim a ética se faz necessária em uma relação em que se encontra duas ou mais pessoas. Suas ações são compartilhadas na vivencia com outros homens, interagindo diariamente com outros indivíduos, são inúmeros os questionamentos levantados por ele quanto ao conceito ético: como devo agir e me comportar diante de outros homens? qual a relação com o meio ambiente e meios social? 7UNIDADE I Introdução a Moral e Ética É difícil responder a tantas dúvidas no qual as respostas estão expressas e contextualizadas em discursos que levam a reflexões recorrentes sobre isso, no entanto nem sempre é possível chegar a conclusões pautadas numa verdade inquestionável, nem sempre é simples compreender a existência humana e seus inúmeros vieses. Aristóteles, filósofo grego, ao se referir à Ética afirma “o estudo da ética deve enfatizar o preparo do indivíduo para que o mesmo possa viver em sociedade. Há, portanto, um campo comum entre ética e política. A ética deve estabelecer o princípio de ação virtuosa; a política deve enfatizar os homens como um ser social procurando estabelecer os princípios de sua ação racional”. A vivência em sociedade acarreta no agir, pensar e repensar. Assim, o homem é o indivíduo que determina o que moral, o que é ética, virtude ou pecado, a ele cabe o princípio do que é bom ou mau para ele. O homem em sociedade tem como princípio uma ética antropocêntrica, pois será ele capaz de ter a percepção de sua existência, no qual Pitágoras cita que “o homem é a medida de todas as coisas”, apresentado em um mundo humano. O homem só pode se realizar e ser feliz em ligação e solidariedade com seus semelhantes, pois, “para amar o próximo é algo inerente a ele e que dele se erradia”. O amor é visto como uma força transcendental, é dela que o homem se fortalece para se relacionar com o mundo tornando-o como algo realmente seu. A ideia de que vivemos em sociedade, coletivamente parecer ser algo realmente óbvio, mas quando pensamos filosoficamente essas afirmações se tornam questionamentos a serem compartilhados. É possível fazer tal reflexão: Por que vivemos em sociedade ao invés de isolados? Segundo Aristóteles, a natureza humana tende a viver em sociedade, realizando seu próprio bem, ou seja, o homem vive em sociedade pela consciência que isso reflete no seu próprio bem, no seu sucesso, como uma condição obvia no qual o homem deixa exaltar seu instinto de sobrevivência. Assim, o homem busca alcançar a perfeição próximo a outros homens pois ele tende a ser naturalmente carente e será essa proximidade de outros homens que irá suprir essa falta. O Homem por si só e sua natureza humana é um ser carente, essa carência direciona os indivíduos para a busca por viver coletivamente, ou seja, essas relações e ações se fazem presentes através das relações afetivas, familiares, religiosas, profissionais, entre outras. Essa ação implica em resultados positivos ou negativos que estão pautados na grande maioria das vezes nas reações emocionais, determinando ações éticas ou na falta delas. 8UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Isso leva a entender que cada indivíduo se comporta de uma maneira a frente de seu meio social, tem reações exclusivas, esperadas ou conflitantes, o que não se pode deixar de destacar e que dentro desse turbilhão de sentimentos os princípios éticos serão colocados como prioritários ou não. É possível exemplificar através de ações como o casamento, diante das diversas situações que um casal é exposto, trair ou não é um questionamento ético ou ainda em um ambiente de trabalho, ter a promoção ou o reconhecimento esperado, nem sempre o resultado é fruto de trabalho e esforço, pode estar ligado a disputas individuais nas quais agir de forma antiética não deixa de ser uma possibilidade para alcançar o tão almejado sucesso. Mas porquê e para que ser ético? Será que o homem usa a ética como forma de ter reconhecimento na sociedade na qual pertence ou será que faz parte de uma ação na qual agir de forma ética seja o resultado de uma aprendizagem que se faz desde os primeiros anos de sua vida incluindo os ensinamentosque ele tem através da família, da escola, da igreja e disse ao meio social? Ser ético vai muito além de agir de acordo com as cobranças da sociedade, está relacionado a comportar-se de maneira correta priorizando sentir-se bem de acordo com suas ações, é responder anseios internos e assim viver em sua plenitude. Ser ético nem sempre terá como prêmio as conquistas mais esperadas, principalmente porque vivemos em uma sociedade que vive em constante disputa, em que o ser humano terá que viver com outros seres humanos. É nesse sentido que ele irá se deparar com ações nas quais não irá concordar, por entender não fazer parte de uma sociedade justa, mas servirá de exemplo para que ele não caia em erros e ações inerentes a uma sociedade nem sempre ética, mas que prioriza resultados acima de valores. Thomas Hobbes vai além do sentido ético no quanto à ação humana. Para ele, o homem já nasce mau ele não sabe viver em sociedade por isso muitas vezes se torna autoritário, com dificuldades de viver com outros homens e assim passa a ter ações consideradas errôneas. No entanto, isso é parte do seu caráter, ele por sua vez produz ações que não condizem com o princípio de ser um cidadão, de agir eticamente dentro dos padrões morais. Para Hobbes o homem tem o poder de querer alcançar todas as coisas e assim sim fará tudo para atingi-las, muitas vezes se impondo a outro homem pela força gerando a disputa, a competição, pois eticamente levar a outro a decepção, ao sofrimento não significa infringir a lei. A preocupação do homem é se manter dentro das regras de conduta e assim ser um indivíduo politicamente correto. 9UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Para ser ético, pois, é necessário ter algum tipo de fé. Isso não significa que se deve, necessariamente, possuir fé religiosa, mas que se deve acreditar em algum valor intangível, de alto significado moral, como bondade, caridade, sinceridade, honestidade (LISBOA, 2009, p. 131). Hobbes em sua obra leviatã diz "o homem é o lobo do homem". Esse pensamento se relacionado a defesa da Hobbes sobre a importância do contrato social, é através do contrato que os homens estipulam suas regras de vivência em sociedade, são imposições e sem elas o homem voltaria ao seu estado natural em uma luta incansável pela sobrevi- vência. Para ele, todo homem nasce igual sem princípios morais ou éticos, é sua vivência em sociedade que o fará praticar ou não esses valores, e ele se moldam de acordo com a cultura de um povo através dos tempos, nenhum valor é programado antecipadamente. Contrapondo ao pensamento de Hobbes, Rousseau argumenta em sua obra “Do Contrato Social” que, “O homem nasce naturalmente bom, é a sociedade que o corrompe”, ou seja, o homem é fruto do meio social no qual está inserido, ele é reflexo do meio social no qual faz parte. O convívio em sociedade, as relações humanas, a diversidade de problemas sociais e pessoais muitas vezes levam o homem a ações desmedidas. Principalmente injustiças e problemas sociais causam o descontentamento, a ira, a transgressão de valores resultando na inversão de valores e no corromper do homem. Assim sendo, o homem como um fruto social provoca ações injustas e antiéticas resultando em uma sociedade que causa insegurança e estranheza. A partir deste ponto de vista é possível compreender os motivos que acarretam o descontrole emocional, as ações muitas vezes livres das preocupações éticas, inseridas em um mundo frágil e desacreditado por parte daqueles que valorizam e entende que a ética é o princípio para alcançar mais justiça e igualdade. 10UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 2. CONCEITO DE ÉTICA E MORAL O estudo da ética está diretamente ligado ao comportamento humano. Definida como a ciência do ethos, palavra de origem grega. Segundo Japiassu (2006, p. 97), “é o conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, afazeres etc.) e da cultura (valores, ideias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou região”. A ética pode ser definida como o estudo das ações humanas ao longo dos tempos, seu comportamento, suas fundamentações e prática. Dessa forma, compreender a ética esta intrinsicamente ligado ao poder que os indivíduos tem de se relacionar em sociedade, dos conceitos criados de acordo com o tempo, os costumes e crenças, produzindo a partir desse contexto uma relação de valores e ações dentro de uma sociedade na qual irá pautar seus costumes e valores diante da humanidade. Quando compreendemos que a ética está relacionada com a cultura, costumes e crenças é possível compreender que valores éticos não são estáticos, mas passiveis de compreensão e adoção de práticas sociais diferenciadas de acordo com a história de cada sociedade ou indivíduo. Podemos exemplificar a cultura dos povos pré-colombianos Maias, povos esses de origem Olmeca que foram os primeiros habitantes da América Central, tinham em seus costumes os sacrifícios humanos, uma prática religiosa de adoração aos deuses nos quais prisioneiros de guerras ou uma virgem eram entregues a sacríficos, tendo seu coração retirado e entregue aos deuses adorados pelos Maias, geralmente relacionados com os elementos naturais, sendo uma forma de agradecimento e homenagem aos deuses. 11UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Se analisarmos a ação dos povos Maias na atualidade nos parece uma ação que foge dos nossos valores éticos, além da infração penal, mas de acordo com a cultura desses povos seria uma prática não só aceitável como também uma forma de sobrevivência religiosa. Para Aristóteles, a Ética é tem como princípio compreender e vivenciar o que é o “bem”, e seu significado para o homem. Pois a partir do conhecimento sobre o que é o bem, os indivíduos serão capazes de encontrar a felicidade segundo Aristóteles. Para o filosofo a felicidade não é um bem passageiro, mas sim uma conquista diária que se estende para vida inteira, sendo o homem dotado de razão e capaz de fazer suas próprias escolhas, se orientando para o bem. Na concepção aristotélica a boa ação é aquela própria do indivíduo que possui virtude e deriva de um discernimento acerca das opções práticas, no qual entram muitos fatores, entre os quais, a disposição inata, a educação e a experiência”. É tudo aquilo que está relacionado com o comportamento moral e sua ação no meio social, desta forma orientando a conduta dos seres humanos. Nomear algo como ético ou antiético está diretamente ligado com a forma de agir de um indivíduo em sociedade pois o homem deve agir de modo exemplar no que diz respeito aos valores morais e assim ter um comportamento socialmente bom do contrário resultará na transgressão de normas, o código ético. A ética está diretamente ligada em diversas áreas como direito, administração, medicina, no viver em sociedade, ética cristã entre outras. Na filosofia grega a ética estaria ligada a virtude e alcance da felicidade. Ela se fez presente na ética na antiguidade, principalmente nas discussões dos filósofos socráticos, ainda na idade média, ética moderna, ética contemporânea. A origem da ética tem berço na Grécia antiga no período conhecido como antropológico. A partir da filosofia socrática ela deixa de estar ligada as origens da natureza e passa a focar no modo de ser e no comportamento humano. Na Idade Média, sua base teórica está ligada a ética cristã no momento em que a igreja católica reina de maneira absoluta na sociedade em questão ditando normas, valores e regras. Assim a ética se baseia na obediência e na vontade das leis divinas em busca da salvação eterna. A ética moderna tem como foco o indivíduo que passa a fazer suas próprias escolhas e ações baseado no antropocentrismo. A ética contemporânea se mantém baseada nos seres humanos, no entanto, é focada nas escolhas próprias e pessoais relacionadas ao ambiente social. Assim, o existencialismo ganha espaçoem que o homem passa a ser responsável por suas escolhas atitudes e felicidade. 12UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Partindo do pressuposto que a ética é um objeto de investigação das ações humanas e os princípios que a norteiam, entendemos também em que uma sociedade tem sua cultura e a partir dela define valores, interpretações do bem e do mal, do certo e do errado. Essas interpretações levam o indivíduo a compreender sua ação através do mundo que o cerca. O comportamento humano é orientado por um conjunto de juízos norteado por sua realidade e o valor de suas ações. Portanto, o ser humano irá agir conforme esse conjunto de valores que são construídos culturalmente e a partir dele irá determinar o que é certo e errado, o desenvolvimento social de um indivíduo está diretamente relacionado ao seu cotidiano, sendo a ética responsável pela construção desse conhecimento norteada por um conjunto de valores. Dentro das mais diversas profissões encontramos o código de ética, este é um acordo estabelecido onde direitos e deveres estão presentes em empresas organizações instituições e categorias profissionais entre outras. Ela irá nortear a cultura, a função social e a missão de uma empresa estabelecida entre direitos e deveres nas mais diversas funções profissionais. Ela regulamenta o funcionamento de suas organizações assim como o comportamento de funcionários e seus membros, além da esfera empresarial, um código de ética pode ser previsto em governamentais e não-governamentais em categorias profissionais, partidos políticos e demais grupos que se orientam por uma postura social. Os códigos de ética são divididos entre direitos e deveres, tem como missão construir a identidade e o perfil de uma empresa, instituição ou grupo, visando assim uma base de respeito e conduta profissional. Alguns princípios estão presentes de forma constante em vários códigos, e entre eles podemos destacar: a necessidade de legitimidade, transparência na construção de valores, assédio moral ou sexual ou ainda profissional denúncia para questões de suborno e corrupção, a relação entre líderes, chefes e subordinados. Ao analisarmos sobre a atual situação da humanidade, podemos entender que vivemos um problema ético, o desafio de manter a razão moral em um momento histórico que desde sua contemporaneidade vem sendo marcado por guerras extermínio de pessoas, destruição do meio ambiente disputas políticas que perpassam os problemas da sociedade e se tornam problemas de autarquias particulares ou do interesse de pequenos grupos, e desta forma questões humanas são deixadas para um segundo plano e tudo isso passa a ser um problema ético pois a ética se pauta em questões humanas e sociais, cujo não existe o privilégio, onde não ocorre a exaltação de condições particulares mas prioriza as questões coletivas. 13UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Diferentes formações sociais e culturais instituíram um conjunto de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamento social que pudessem garantir a segurança física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social (CHAUI, 2007, p. 258). Quando o homem pensa de forma ética, ele não se pauta somente na pergunta sobre o “que é o bem” e o “que é o mal”, ele irá buscar respostas para questões que são pautadas em princípios e noções que tem como como ponto de partida a concepção do ser humano. Já no século XXI, questões éticas ainda são pautadas em uma ordem religiosa, colocando a vontade de Deus a ordem superior a natureza humana como justificativa de atos e ações, é necessário analisar as ações e a própria consciência quando a reflexão se remete a questões éticas, é possível argumentar sobre algumas questões como a hierarquia de valores, a felicidade, o prazer, o dever e a justiça entre outros. Ainda sobre a ética, é possível afirmar que existem conteúdos e questões a um nível determinado universalmente, válido para todos os tempos e lugares? Talvez caiba ao homem elencar primeiramente as necessidades humanas, depois suas prioridades dentro de um contexto social e humano e por fim colocar essa ética em prática a partir do momento em que esse conceito ético humaniza e não somente se faz por uma questão de valores exigidos pela sociedade. 2.1 Moral O conceito de moral pode ser definido como um conjunto de regras que determinam o comportamento dos seres humanos, individualmente ou em grupo social. A princípio, um sujeito moral é aquele que age e pensa de maneira a valorizar o bem contra o mal, é aquele que não transgrede as regras e as leis determinadas pela sociedade. Esse julgamento não está errado, mas busca uma ação e explicação mais concreta no qual o sujeito irá questionar o que é certo e errado, e como foi definido como sendo o certo a fazer ou errado a não fazer, pautando assim as ações humanas. Partindo do pressuposto de que a moral é um conjunto de normas, transcrições e va- lores que regulamentam o comportamento de um indivíduo em sociedade será ela que definirá quais são os limites que o homem estabelece para suas ações e intervenções na realidade no seu convívio social. O senso moral é aquele que leva o indivíduo a ter um parâmetro de referência em respeito a liberdade do outro, assim como a responsabilidade e a consciência de que isso significa não fazer ao outro o que não gostaria que fizesse assim mesmo. A integridade moral de uma pessoa a leva a defender o exercício pleno de sua liberdade e a liberdade de outros, baseando-se respeito ao meio da qual está inserido. Isso significa que uma ação moral está intrinsecamente ligada a manutenção do ambiente natural, os bens públicos, os deveres sociais, bem como a defesa dos direitos das pessoas instituídos pela norma jurídica resultando em uma convivência harmônica. 14UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Historicamente o homem já nasce em um mundo cultural e com sistema de significados pré-estabelecido no qual lhe é imposto regras de comportamento desde seus primeiros anos de vida. Assim é possível entender que vivemos em uma sociedade com uma moral pré-constituída onde podemos distinguir o que é moral e imoral. As normas morais podem variar de acordo com seu tempo o seu lugar e o seu espaço, assim como as formas de relacionamento e práticas que são determinadas culturalmente por uma sociedade. Pois bem, como demonstra a própria história da humanidade, a moral não somente se originada religião, mas também é anterior a ela. Durante milênios, o homem primitivo viveu sem religião, mas não sem certas normas consuetudinárias que regulamentavam as relações entre os indivíduos e a comunidade e, ainda que em forma embrionária, já tinham caráter moral (VÁZQUEZ, 2008, p. 91). O tempo e as relações humanas são responsáveis pelas modificações nas normas de comportamento. Se analisarmos a história, essas mudanças ocorreram de forma muito mais lenta desde a idade antiga até o século XIX. Já no século XX, esse processo teve uma mudança muito significativa pois o comportamento do homem passou a ser pautado em ações, pensamentos e significações nas quais as mudanças individuais e sociais passaram a ser relacionadas nas necessidades humanas que tiveram como foco a liberdade de ação, a expressão as mudanças culturais, influenciadas por movimentos artísticos, intelectuais e tecnológicos resultando em uma drástica mudança no comportamento e nos valores humanos. Sendo a moral um conjunto de regras que orientam o comportamento humano é necessário a compreensão de que uso da moral depende da aceitação das normas e da conscientização de cada indivíduo. Não se pode relacionar a liberdade a não aplicação de normas, ou ainda o cumprimento de deveres a um processo moral e ético, no qual se cumpre o dever moral que não acontece de forma espontânea e natural, mas sim como uma espécie de castigo, o homem aplica o uso da moral nãopor compreendê-la ou ainda concordar com ela, mas como uma forma obrigatória de cumprir a lei. O comportamento moral quando funciona de forma consciente age de maneira livre e responsável, em que a natureza humana coloca a obrigatoriedade da moral como um ato naturalmente espontâneo, e não como um fardo social. Ser moral está muito além de uma questão unicamente de imposição social, mas está entranhado na consciência do agir de forma ética, no uso da empatia, no respeito com o grupo social no qual está inserido, desta forma o compromisso moral flui de maneira natural e prazerosa. Retomando o período da filosofia grega clássica é possível compreender que os sofistas rejeitavam a tradição mítica pois entendiam que os princípios morais são fruto das convenções humanas. 15UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Já Sócrates se contrapõe aos sofistas pois entende que esses princípios não estão nas convenções, mas são frutos da natureza humana assim é possível identificar que a virtude basicamente se identifica com a sabedoria e o vício com a ignorância. Ainda para Sócrates os conceitos morais estavam estabelecidos na racionalidade, baseado em definições próprias elas estariam assumidas como valores morais universais. A partir da Idade Média cujo os valores religiosos estavam intrínsecos em grande parte da sociedade, os valores teocêntricos do mundo valorizaram o sentido de bem e de mal, assim como buscavam como perspectiva a visão de vida após a morte, considerando que a identidade moral estava relacionada ao homem temente a Deus. Na Idade Moderna os valores racionais tomaram o lugar das explicações religiosas, o homem crítico, pensante, assim como os ideais iluministas, reforçaram a necessidade de uma consciência moral e o mundo baseado na busca pela razão. Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do século 18, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; reconhecer a unilateralidade dê seu ponto de vista. E com isso está obedecendo a sua própria moral de uma maneira especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse modo, a moral do bandido e a do ladrão tornam-se irrepreensíveis do ponto de vista da moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem direitos humanos fundamentais (GIANOTTI, 1992, p. 245). Na contemporaneidade, o homem tem mudado seu foco. Suas relações sociais estão voltadas para uma sociedade em constante mudança, nas quais as relações sociais, econômicas e culturais priorizam relações humanas como uma forma de viver harmoniosamente em sociedade, a moral tradicional não perdeu o seu valor, mas se enfraqueceu em muitos sentidos, pois os homens passaram a ter um controle maior de seus sentimentos e ações visualizando seus próprios objetivos. 16UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 3. DISTINÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL E DILEMAS ÉTICOS Ao analisarmos a diferença entre o princípio ético e moral podemos entender que a moral tem um caráter prático, imediato, restrito, histórico e relativo. Já ética é uma reflexão filosófica sobre a moral, procura justificar a moral, o seu objeto e guia a sua ação de forma a priorizar a vida humana de forma racional. Embora a ética e moral sejam vistas de forma semelhantes isso não é verdade. A ação de contribuir para que o homem tenha um caráter íntegro, moral, busca colocar esse entendimento em um caráter prático imediatista, pois faz parte da vida cotidiana da sociedade e dos indivíduos por se tratar de um conjunto de regras e normas nas quais dizem o que devemos ou não fazer. A ideia da noção do imediato se faz pelo fato de usarmos o conceito moral continuamente. Ao contrário da ética, que se faz por uma reflexão filosófica tendo um caráter racional sobre a moral. O intuito da moral é fundamentá-la e justificá-la priorizando regras que são efetivamente importantes, entendidas como uma conduta aceitável, aplicável a todos os seres humanos, entendendo a ética como um caráter universal. O estudo da ética é aquele que guia a ação: os motivos as causas princípios e circunstâncias assim como analisa suas consequências. 17UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 3.1 Dilemas éticos Os dilemas éticos são situações nas quais o indivíduo se vê a frente de fazer escolhas nas quais há duas opções diferentes e ainda as mesmas não estejam de acordo com as normas sociais das quais o indivíduo pertence. Quando uma pessoa se depara com um dilema ético é necessário entender que nenhum valor social fornecerá a resposta exata para se tomar tal decisão. Na disciplina de filosofia, os dilemas éticos tem como objetivo despertar a reflexão filosófica discutindo sobre valores, ética, códigos de conduta entre outros assuntos pertinentes. Os dilemas éticos podem estar presentes na vida pessoal, na vida profissional, contemplando várias situações da vida cotidiana. Quando o dilema ético sai da esfera teórica e parte para esfera prática, é o momento no qual cada um irá de fato colocar seus princípios éticos, seus valores morais, como condição de suas escolhas como por exemplo na vida profissional, no momento em que é necessário escolher entre o sucesso e os valores, podemos hipoteticamente considerar a questão de um suborno no ambiente profissional, no momento em que ele ocorre a negativa em aceitá-lo pode significar um retrocesso quanto ao sucesso na esfera profissional. No entanto quando a conduta ética falta a vida de um profissional, o significado de sucesso passa a ser muito subjetivo e questionável, pois sonhos e ambições não devem perpassar a valores morais. São inúmeras as possibilidades de dilemas éticos, essa situação de conflito pode ser exemplificada em alguns exemplos, entre eles: ● Dilema hipotético: se refere a situações criadas nas quais o indivíduo reflete sobre um tema, sendo essas situações possíveis de ocorrerem na vida real muitas vezes presentes na rotina diária. ● Dilema real: são situações conflitantes nas quais o indivíduo se vem em uma posição de escolher, de tomada de decisão. Nem sempre o indivíduo é protagonista desta situação, mas a sua tomada de decisão faz parte do contexto na qual o dilema se encontra, um exemplo seria uma denúncia de abuso sexual de alguém próximo, você não é parte do problema, mas poderá refletir e ser parte da busca pela solução. ● Dilemas abertos: Esse tipo de reflexão pode ser usado em ambientes escolares, no qual os alunos terão informações referentes a um determinado conflito e assim discutir sobre qual o melhor caminho a ser tomado, objetivando assim a reflexão sobre os valores e a tomada de decisão mais coerente a situação exposta. 18UNIDADE I Introdução a Moral e Ética ● Dilemas fechados: neste estudo de caso, a situação exposta é apresentada assim como a decisão já tomada por seus protagonistas. Neste caso o objetivo é levar o aluno a discussão e reflexão quanto a tomada certa ou não de tais decisões. ● Dilemas completos: neste caso, a situação compartilhada já apresenta todos os resultados possíveis não cabendo nenhum tipo de tomada de decisões, terá como objetivo apenas a exposição ou o conhecimento do caso. ● Dilemas incompletos: neste caso, o objetivo é incentivar o debate, despertar a permanência dos valores éticos e morais e o uso da imaginação e criatividade na situação apresentada, assim o aluno terá uma reflexão e uma aprofundamento de conhecimento muito mais completo e preciso. 19UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 4. PLURALIDADE ÉTICA E FONTES DE REGRAS MORAIS A palavra pluralismo vem sendo discutida ao longo dos tempos por teóricos e filósofos. De acordo com Japiassu (2006, p. 219): A palavra pluralismo tem origem Latina que significa doutrina que afirma a existência de uma pluralidade ou multiplicidade de seres individuais e autônomos, e que considera o real comomúltiplo, irredutível a uma substância ou princípio único, o mesmo a dois princípios apenas como um dualismo. Pluralidade ética se faz através de uma diversidade de culturas no qual o indivíduo aprende a ter valores éticos e morais, sendo esses apresentados de diferentes formas, ela tem como base uma compreensão de um mundo diversificado o que causa diretamente uma multiplicidade de pensamentos e ações. Pluralismo se refere a uma multiplicidade de normas, teorias e fundamentos filosóficos pautado em ideias, costumes e hábitos relacionados a cultura, desta forma entendemos que seus princípios não sejam estáticos pois culturalmente os valores morais podem sofrer mudanças ou transições. A partir de um contexto histórico, a pluralidade ética está relacionada ao contato dos indivíduos com diversas culturas, nas quais se aprende valores éticos e morais de distintas maneiras. Neste sentido ele será capaz de compreender seu próprio contexto histórico, assim como a realidade ao seu redor. Ela servirá de base para compreensão de um mundo que possui diversas realidades, compreendendo que uma verdade é diferente da outra. 20UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Na antiguidade, possuíamos um mundo mais harmonioso, sem mudanças bruscas e drásticas, dessa forma, os valores não se diversificavam, era como se vivêssemos em uma verdade universal, no entanto, o mundo está em constante transformação e hoje vivemos uma em uma sociedade cada vez mais plural, cercada por novidades, maneiras diferentes de agir, de pensar. Não temos mais um único mundo, uma única verdade, um único poder. O mundo está em constante movimento, globalizado, diversificado em sua cultura, seu modo de ser, de viver, na diversidade de religiões, entre outras mudanças. Primeiramente, a sociedade se divide em esfera pública e privada. A ética privada estará relacionada a ética comportamental, na sexualidade, nas relações familiares entre outras questões. A pluralidade ética, quando permeia os princípios privados podem ser compreendidos como por exemplo na ética voltada a sexualidade, ela irá contemplar questões como a valorização humana dos parceiros, o respeito, a convivência em comunhão entre parceiros, etc. Na esfera pública se dará as questões governamentais, das relações públicas, da ecologia, dos partidos, relações políticas internacionais entre outras. No conceito público os valores são diferentes assim como seus critérios de julgamento. A ética na política tende a aplicar uma ética de princípios, de estratégias, eficácia e responsabilidade. Esse princípio pressiona e organiza a política a partir de um projeto que perpassa partidos e governos, e sua responsabilidade abrange um conceito muito maior do que as forças partidárias, ele está presente diretamente nas políticas públicas, combinando diretamente com a ética dos princípios, das estratégias e eficácia, é uma ética que tem um compromisso com a responsabilidade pública. Podemos dizer que a pluralidade ética está relacionada com a cultura. A palavra cultura vem do verbo latino que significa cultivar, criar. Segundo Japiassu (2006, p. 63), "no sentido filosófico a cultura pode ser considerada como um feixe de representações de símbolos, de imaginário, de atitudes e referências suscetíveis de irrigar de modo bastante desigual, mas globalmente o corpo social". Para a autora Marilena Chauí natureza e cultura não se opõe, pois, os humanos são considerados seres naturais embora diferentes de animais e plantas. Todavia, sua natureza pode se apresentar de forma agressiva destrutiva por isso não deve ser deixada em liberdade, necessita ser educada cultivada de acordo com a sociedade na qual está inserido pois a cultura se forma pelos ideais de uma sociedade. No senso comum, ela define uma sociedade a partir de costumes mais refinados ou não, muitas vezes gerando conceitos como: aquele indivíduo não tem Cultura. A cultura está relacionada a diferentes situações nas quais o homem tem a capacidade de criar soluções para elas. 21UNIDADE I Introdução a Moral e Ética Analisando até a contemporaneidade presente e relacionando uma sociedade atual voltada as tecnologias criadas pelo próprio homem são possíveis pensar que ela vem transformando o modo de vida e a cultura de um local ou sociedade? As tecnologias tendem a mudar pessoas e valores, assim o homem também apresentará mudanças que ocorrem de forma móvel e fragmentada. É comum compreender esse processo de modernização e tecnologia como um processo sem fim. Essa modernidade de fato colabora na formação de um novo sujeito. Culturalmente esse indivíduo também poderá transformar o seu meio, seus hábitos, seus costumes criando uma transformação social, afinal em um período pós-moderno as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas geraram uma grande instabilidade. A cultura de consumo que geram a ideia de um prazer instantâneo que não exigem muitos esforços são atrativos e imediatos. Esses atrativos de fato mudaram valores e conceitos em uma sociedade contemporânea. Os indivíduos se familiarizaram e se sentem confortáveis nessa nova realidade, entendendo ser alvo de um retrocesso na atual realidade tecnológica. É possível analisar este novo tempo de forma positiva ou negativa? É de conhecimento global que muitas inovações tecnológicas afetaram diretamente as relações humanas, como por exemplo: relações familiares, convívio social entre seus pares, entre outras ações, o que diretamente transformou conceitos morais estabelecidos por convenções de tradicional. Mas ao mesmo tempo é impossível não reconhecer os benefícios tecnológicos para a sociedade contemporânea. Eles proporcionaram qualidade para educação, facilidade de acesso a pesquisas, ao conhecimento. Facilitou as relações sociais no sentido da comunicação, da aproximação, da facilidade na troca de ideias, reflexões, assim como aproximou o conhecimento técnico e científico da sociedade, tornando este conhecimento possível e ao alcance de todos indiscriminadamente. Este pensamento está relacionado ao mundo globalizado, no entanto socialmente analisando é de conhecimento que as desigualdades sociais muitas vezes afastam este mundo tecnológico de milhares de cidadãos no Brasil e no mundo. 4.1 Fontes de regras éticas Os seres humanos desde seu nascimento pautam suas vidas através da educação recebida por seus pais, pela igreja, pela escola, pela sociedade na valorização das normas éticas e morais. Essas regras são importantes pois elas irão refletir na formação do ser humano, estão ligados ao desenvolvimento moral, social, ambiental e dentro de uma sociedade pautada em valores, é extremamente importante que os indivíduos saibam conduzir essas regras em sua vida pois nem sempre haverá uma regra específica para cada problema encontrado. 22UNIDADE I Introdução a Moral e Ética A natureza humana verdadeira: implica em apresentar o homem puro, verdadeiro que traria em si todas as virtudes de um caráter íntegro e correto todas as suas ações seriam ações éticas. A forma ideal universal e comum do comportamento humano: esta apresenta um caráter de verso ou ainda oposto aquilo que é apresentado quanto a ética universal uma espécie de segunda fonte das regras éticas. Busca refletida dos princípios do comportamento humano: sua explicação está relacionada à procura racional das razões da conduta humana buscando explicar o comportamento ético o que se define na busca de uma reflexão social. Legislação de cada país, de foros internacionais, ou mesmo o código de ética profissional de cada corpo social organizado: se refere a legislação de cada país assim como código de ética de empresas organizações ou meios profissionais Costumes: se refere a parte irracional, mas apela ao uso da razão. Ela entende que a moral não se restringe ao sentido lógico, mas também faz parte das paixões dos costumes e cultura. SAIBA MAIS Na atualidade, as FakeNews tomam conta das mídias sociais, televisão, revista, etc. No passado, essa prática já era comum, podemos citar por exemplo o plano Cohen que foi elaborado por Getúlio Vargas na década de 30 com o intuito de desestabilizar a ordem e assim chegar à tomada de poder. Essa tendência tem se espalhado nas redes sociais evidenciando o descompromisso com os valores éticos e morais. No vídeo abaixo, o professor e filósofo Mario Sérgio Cortella fala sobre o assunto de forma clara e pontual. Para saber mais acesse: https://www.youtube.com/watch?v=Vhxs7dfPsAw. Fonte: Fundação Dom Cabral. Site: https://www.fdc.org.br/sobreafdc/professores/cortella https://www.youtube.com/watch?v=Vhxs7dfPsAw https://www.fdc.org.br/sobreafdc/professores/cortella 23UNIDADE I Introdução a Moral e Ética REFLITA Especialmente os chamados homens de bem foram os que pareceram as moscas mais venenosas. Picam com toda inocência, mente com toda inocência. Como poderiam ser capazes de me fazer justiça? A citação acima é da obra “Assim falava Zaratustra” de Frederich Nietsche, nela o filosofo faz uma reflexão, sobre ética e justiça. Nesta obra Nietsche refletiu sobre a existência humana, o bem e o mal. Fonte: NIETZSCHE, F. Assim falava Zaratustra. Editora Lafonte. São Paulo, 2012. 24UNIDADE I Introdução a Moral e Ética CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho sobre o estudo filosófico da moral e ética, teve como objetivo desenvolver uma pesquisa que permita ao estudante uma reflexão sobre conceitos e valores, que possibilitem uma compreensão mais ampla na sua jornada de estudos trazendo uma compreensão teórica sobre o tema, e ainda desenvolver nas suas práticas educacionais uma discussão filosófica que lhe proporcione, reflexão e aprendizagem. Diante do presente trabalho, foi possível identificar que o estudo da filosofia contempla aspectos amplos que buscam uma compreensão racional quanto a existência do homem em sociedade e suas relações cotidianas nos grupos nos quais pertence. É possível concluir que as questões éticas e morais estão em todas as atividades do nosso cotidiano. Sua reflexão filosófica, a busca pelo conhecimento racional valorizando a cultura, a educação, a tradição e o comportamento humano de uma sociedade, nos faz compreender que o sentido ético é responsável pelas ações de um indivíduo em um grupo social. Sua resposta enquanto ser social está diretamente ligada aos direitos do homem e o julgamento que o mesmo irá fazer quanto à compreensão dos valores éticos e morais e a aplicação em sua vida. 25UNIDADE I Introdução a Moral e Ética LEITURA COMPLEMENTAR O lobo e o cordeiro La Fontaine A razão do mais forte vai sempre vencer é o que adiante vocês hão de ver. Num límpido regato um dia um cordeiro, sereno, bebia. Eis que surge um lobo faminto: — Como ousas sujar minha água? Diz o lobo com fingida mágoa: — Logo vais receber o castigo por assim desafiar o perigo. — Senhor — o cordeiro responde —, não te zangues: não vês que me encontro vinte passos abaixo de ti, e, portanto, seria impossível macular tua água daqui? — Tu a sujas — diz o bicho feroz. — Além disso estou informado que falaste de mim ano passado. — Como poderia te ter ofendido se não era nascido então, e o leite materno inda bebo? — Ora, ora, se não foste tu, com certeza foi teu irmão. — Não o tenho. — Então foi algum dos teus: pois que nunca me deixam em paz. Tu, teus pastores e cães; necessária a vingança se faz. E no fundo da floresta com toda tranquilidade O lobo devora o cordeiro sem outra formalidade. MORAL DA HISTÓRIA: Esta fabula, mostra o oprimido indefeso diante do opressor, que persegue inocentes com falsos pretextos, mas que a realidade se justifica quando sem motivo real, o lobo abate o cordeiro. Fonte: Fábula o Lobo e o Cordeiro. Disponível em: https://sites.google.com/site/ fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro. Acesso em: 30 set. 2021. https://sites.google.com/site/fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro https://sites.google.com/site/fabulasfabulosascommoral/livro-primeiro/o-lobo-e-o-cordeiro 26UNIDADE I Introdução a Moral e Ética MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Ética a Nicômaco Autor: Aristóteles. Editora: Editora Atlas. Sinopse: Esta é a principal obra de Aristóteles sobre a ética. Sua proposta neste livro foi examinar e argumentar sobre a felicidade, virtudes morais, justiça, coragem, sabedoria entre outros temas que são questões propostas quanto a ética. FILME/VÍDEO Título: O Advogado do Diabo Ano: 1997. Sinopse: Kevin Lomax (Keanu Reeves), advogado de uma pequena cidade da Flórida que nunca perdeu um caso, contratado John Milton (Al Pacino), dono da maior firma de advocacia de Nova York. Kevin recebe um salário e várias mordomias. No início, tudo parece correr bem, mas logo Mary Ann (Charlize Theron), a esposa do advogado, sente saudades de sua antiga casa e começa a testemunhar aparições demoníacas. No entanto o personagem está totalmente envolvido em seu trabalho, nas oportunidades financeiras e de visibilidade profissional. As questões éticas surgem quando Kevin deixa de priorizar sua família, seus valores, e passa a fazer qualquer ação que o leve aos seus objetivos. 27 Plano de Estudo: ● Introdução ao estudo sobre a relação dos conceitos éticos e violência; ● Ética na filosofia antiga; ● Ética socrática; ● A tripartição da alma para Platão e o viver mal por ignorância; ● A Ética Aristotélica. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar a relação entre os conceitos éticos e processo do desenvolvimento da violência, que resulta na violência social contemporânea; ● Compreender o que representou a Ética Socrática para a filosofia grega no período clássico e sua influência para sociedade do período moderno e contemporâneo; ● Estabelecer a importância dos estudos desenvolvidos por Platão, suas teorias, compreendendo a relação entre o corpo e alma de acordo com Platão; ● Conhecer a Ética Aristotélica e os conceitos desenvolvidos por Aristóteles. UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 28UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 28UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo (a)! Prezado (a) educando (a), é com muito prazer que daremos continuidade aos nossos estudos sobre a filosofia e suas mais diversas vertentes. Nossos estudos se iniciarão através dos conceitos sobre a ética na filosofia grega clássica, perpassando os conceitos filosóficos de Sócrates, Platão e Aristóteles. Ainda nesse sentido será abordada a ideia de violência e virtude de acordo com os conceitos filosóficos dos autores. Nossa abordagem filosófica continua ao refletirmos sobre a ética na filosofia antiga, priorizando as perspectivas dos filósofos gregos e seu legado quanto a importância da reflexão para a formação humana e social do indivíduo. Dando continuidade à nossa reflexão filosófica e nossos estudos teremos uma leitura sobre a visão socrática da ética, suas ideias, conceitos e sua contribuição para o estudo da ética nos vários períodos históricos. Assim continuaremos nossos estudos abordando a visão filosófica de Platão, filósofo presente no período clássico que faz uma inteligente e profunda reflexão quanto a relação entre o corpo e a alma e ainda a tripartição da alma. E por último, estaremos concluindo os estudos deste capítulo abordando sobre a Ética Aristotélica e seus aprofundamentos filosóficos conceituando seu legado junto ao conhecimento de mundo. Espero que tenham um momento de estudo satisfatório e que essa leitura possa colaborar no aprofundamento de seus estudos relacionando a importância da filosofia e seus conceitos éticos para a sociedade em seus mais diversos períodos. Muito obrigada e bom estudo! 29UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 29UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO DOS CONCEITOSÉTICOS E VIOLÊNCIA Ao analisarmos os conceitos éticos desde a antiguidade até os dias atuais, é fácil perceber que no centro do conceito ético está violência. O sentido da violência pode ser muito amplo pois perpassa a violência física que está nas ruas, nas escolas, nas áreas de trabalho, lazer e entre as famílias. A violência moral e psicológica causa danos tão irreparáveis quanto as marcas físicas. Ao longo dos tempos, os esforços para controlar, evitar, diminuir seu fluxo tem sido intenso, mas tal ação não tem impactado em mudanças realmente consistentes. Cria-se leis, punições severas, mas os atalhos que a justiça proporciona aumenta a sensação de impunidade. O princípio da violência é fundamentado como exercício da força física e da coação psíquica, obrigando a alguém a fazer algo contrário a sim, a seus interesses e desejos, contrário ao seu corpo e consciência. 30UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 30UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 1.1 Ética e violência A violência é uma forma abrupta e desorientada de obrigar outro a realizar algo contra a pessoa a agir contra sua vontade, sendo que os tipos de violência podem ser inúmeros como veremos abaixo: a) Violência física: Resulta da força física para saltar, ferir, matar, constranger, a realizar atos contra a própria vontade. b) Violência passiva: Também denominada como omissão. Está presente quando o indivíduo deixa de tornar as ações necessárias para salvar a vida ou evitar o sofrimento de outros. c) Violência indireta: É quando o ato em si não é violento, mas pode desencadear um efeito posterior violento, por exemplo: a destruição da camada de ozônio que pode causar câncer de pele. d) Violência simbólica: É uma das expressões de violência mais comuns e resulta na natureza psicológica que atua sobre a consciência. A violência existe quando as informações são manipuladas ideologicamente de uma maneira a levar aceitação sem críticas. e) Violência branca: É o tipo de violência que não apresenta tortura ou violência física. Muitas vezes não é possível conhecer seu agente causador, esta ação de violência não é prevista no código penal, o que muitas vezes não a caracteriza como violência. Um exemplo: a pobreza extrema muitas vezes atribuída a ordem natural, no entanto pode ser interpretado como descaso dos governantes, falta de planejamento econômico. Outro exemplo são crianças fora da escola privadas da educação. Estabelecer juízo de valores pode gerar uma série de avaliações sobre o mundo através das mais diversas situações. Assim, o juízo de valor, pode ser um caminho para constituição de avaliações sobre as coisas, pessoas e situações. Assim o juízo ético deve avaliar intenções e ações sendo o critério do certo e errado, onde ocorre a possibilidade de vivenciar culturas e sociedades diferentes também irão definir a violência de maneira particular. A violência está diretamente ligada com a falta de ética de um indivíduo, que não se utiliza de valores éticos que não segue padrões morais ou compreende seus valores. Na atualidade, as leis estão sendo desenvolvidas com a necessidade de priorizar valores éticos para sua formação, no entanto, na prática a violência e o distanciamento da ética estão cada vez mais presentes. A ética se encontra no nosso cotidiano através das redes sociais, jornais, revistas e, televisão entre outros meios de comunicação. 31UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 31UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 1.2 Violência contra a mulher A Assembleia Geral das Nações Unidas de 1993 define como sendo violência contra mulher quando qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em danos físicos, sexual, psicológico ou de sofrimento para mulher, como por exemplo ameaça, coerção ou privação da liberdade em público ou na vida privada. A violência física é caracterizada quando alguém causa ou tenta causar dor por meio de força física de alguém como por exemplo arma ou instrumentos que possam causar lesões internas, externas ou ambas. A tendência atual de pesquisas mostra que a violência contra as mulheres é formada por diferentes fatores pessoais, situacionais e socioculturais, que se relacionados podem provocar abuso. Diversos são os fatores que apresentam relação com a violência entre eles destacamos as características pessoais do agressor como: ser homem, ter presenciado violência física na infância, ter sofrido abuso, pai ausente, consumo de bebidas e drogas. Quanto aos fatores físicos da relação se apresentam os conflitos conjugais e a relação de poder em que o controle masculino na relação se faz presente como no caso do controle financeiro, a tomada de decisões, entre outros. Um terceiro fator está relacionado com a comunidade, apresentando características como: pobreza, desemprego associação com a delinquência, isolamento de familiares e outras mulheres. O último se apresenta com os fatores da sociedade que tem como características normas sociais que concedem ao homem o controle sobre o comportamento feminino, associação da violência, solução de conflitos, conceito de masculinidade ligado a honra ou agressão papéis rígidos de ambos os sexos. A tendência atual quanto as pesquisas relacionadas a violência contra mulher mostram que ela ocorre devido a interação de diversos fatores pessoais e situacionais e socioculturais, levando ao abuso nos quais estão divididos em quatro categorias sendo eles: ● Fatores pessoais do agressor: ser homem, ter presenciado violência conjugal quando criança, ter sofrido abuso quando criança, pai ausente, consumo de bebidas alcoólicas ou drogas; ● Fatores de risco: conflito conjugal, controle masculino nas finanças e na tomada de decisões da família; ● Fatores da comunidade: pobreza, desemprego, associação a delinquência, isolamento das mulheres e famílias; ● Fatores da sociedade: normas socioculturais que concedam ao homem o controle sobre o comportamento feminino, aceitação da violência como forma de resolução de conflitos, conceito de masculinidade ligado a dominação honra ou agressão, papéis rígidos para ambos os sexos. 32UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 32UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Outro fato importante em relação à violência contra mulher é porque muitas não reagem aos seus agressores entre: medo de represália, perda do suporte financeiro, preocupação com os filhos, dependência emocional, perda do suporte familiar e dos amigos, esperança na mudança de comportamento do homem. A legislação em defesa a agressão contra mulheres: no Brasil foi sancionada a Lei de 7 de agosto de 2006, a Lei 11.340 que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”, por Maria da Penha ser uma mulher nordestina que lutou durante anos para criação de uma legislação menos conivente com os agressores das mulheres. Esta lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres. A Lei Maria da Penha (nº11340/2006) traz artigos de extrema importância nos quais podemos cita: Art. 2° - Toda mulher, independente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Art. 3° - Serão asseguradas as mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos a vida, a segurança, à saúde, alimentação, à educação, a cultura, a moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Art. 5° - Para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial. 1.3 Violência contra criançase adolescentes A criança até o século XIX, era vista como ser adulto, que poderia trabalhar e realizar todas as tarefas que um adulto desempenha assim como ser punida por seus atos caso infringisse alguma conduta moral. A violência física é a mais frequente forma de violência contra criança, a razão e que as crianças são indefesas e estão em desenvolvimento, o caráter disciplinador da conduta exercida por seus responsáveis ultrapassa o sentido de educar, variando de uma simples palmada ao espancamento e homicídios. Existem muitas divergências contra o método correto no processo educacional entre pais e filhos, no entanto, é percebido que na atualidade a tendência é desconsiderar qualquer forma de correção física mesmo que seja uma simples palmada, que em alguns países a mesma já é proibida por lei. As famílias menos favorecidas normalmente têm acesso facilitado aos serviços sociais, pois vivem em constantes e variadas intervenções nas suas vidas privadas devido às suas condições sociais, econômicas, por isso costumam ser mais notificadas quanto aos casos de violência e agressão. Já as famílias com maior poder aquisitivo costumam ser menos notificadas, pois ao procurarem serviços como o caso de médicos, psicólogos, tendem a solicitar uma maior discrição sobre o caso. 33UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 33UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Os motivos que mais desencadeiam a violência são: consumo de drogas por parte do agressor, comportamento rebelde da criança e distúrbios comportamentais da criança. As agressões físicas são muito comuns em crianças e adolescentes, tendo como origem uma cultura que justifica que reforça a punição corporal como medida educativa, a negligência ao que tudo indica está associada a situações de pobreza e maus-tratos. No entanto, isso não significa uma regra pois na atualidade é muito comum encontrarmos famílias economicamente estáveis que promovem a violência contra crianças e adolescentes por diversos motivos, sendo que seu agressor geralmente usa como justificativa a desobediência, a rebeldia, o que normalmente é comprovado que as motivações são totalmente inexpressivas, que não refletem uma justificativa moral para tal violência e mesmo assim vale ressaltar que o responsável por uma criança ou adolescente deve promover a proteção e não há agressão. Em 1924, a união internacional do fundo para salvação de crianças estabeleceu, através da declaração de Genebra, a primeira tentativa de codificar os direitos elementares das crianças, sendo posteriormente ratificada pela liga das nações. Em 1948, a declaração universal dos direitos humanos das nações unidas reafirma o direito a cuidados e assistência especiais ao a essa parcela da sociedade. Em 1959 foi realizada a assembleia geral da ONU nas quais foram aprovadas leis em defesa dos direitos da criança, presente na constituição da declaração dos direitos da criança. Na Constituição Brasileira promulgada em 1988 foram estabelecidas leis de extrema importância nas quais preserva o direito da criança e do adolescente em relação à vida e a saúde: Art. 227 - É dever da família da sociedade e do Estado assegurar a criança e ao adolescente, com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Já 1990 foi sancionada a lei 8069, nas quais contemplam crianças e adolescentes, nas quais destacamos os seguintes artigos: Art. 3° - A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana sem prejuízo da proteção integral de que se trata esta lei Art. 5° - nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência discriminação exploração violência crueldade e opressão punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. 34UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 34UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 1.4 Violência contra idosos É considerado idoso toda pessoa com 60 anos de idade ou mais conforme estipulado pela lei 3561/1977. Entende-se como violência toda situação de vulnerabilidade física e ou mental, muitas vezes no caso dos idosos se apresentam através de estupro, maus cuidados de higiene, má nutrição, vestuário inadequado, escaras, impactação fecal, entre outros. É comum encontrarmos o abandono de idosos pois os mesmos necessitam de cuidados e atenção especial devido a sua fragilidade, doenças, limitações físicas, mentais, o que acaba acarretando aos seus responsáveis uma atenção especial. Nestes casos, é muito comum encontrarmos situações de abandono, e ainda condições de maus-tratos físicos, levando a vítima a desenvolver lesões e traumas. Outra questão é a violência psicológica na qual danos irreparáveis são causados, na maioria dos casos proveniente daqueles que deveriam garantir a segurança a saúde e o bem-estar do idoso, além do amor e da afetividade. As motivações que podem acarretar esta violência são inúmeras, entre elas o abuso de álcool e drogas por parte de quem cuida do idoso, histórico de violência familiar, a dependência financeira do idoso, é comum o responsável depende financeiramente do idoso levando a condições de violência também, o fato do idoso sofrer de depressão ou algum distúrbio mental ou psíquico que necessita de cuidados ainda mais específicos. A legislação contra violência e agressão a idosos é expressa através da Lei 8842/94 e 10741/3 que institui o estatuto do idoso. A Lei 8842/94 que regulamenta o Conselho Nacional do Idoso determina: a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania garantindo sua participação na comunidade defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para: o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; o idoso deve ser o principal agente e destinatário das transformações a serem efetivados através desta política. Na Lei 10741/03 é possível destacar os seguintes artigos: Art. 3°- É obrigação da família da comunidade da sociedade e do poder público assegurar ao idoso com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, a saúde, alimentação, a educação, a cultura, ao esporte ao lazer ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar. Art. 4°- Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência discriminação violência, crueldade ou opressão e todo atentado aos seus direitos por ação ou omissão será punido na forma da lei (BRASIL, 2003, online). 35UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 35UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Quando abordamos o tema violência na atualidade, nos deparamos com situações que afetam muitas pessoas ou grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade, além de crianças, idosos, mulheres, a violência se estende a homossexuais, transexuais, a violência urbana, xenofobia, racismo, que geram discussões intermináveis, casos de abandono, de negligencia, de situações de risco que se fazem presentes cada vez mais na vida das pessoas, despertando tantos questionamentos relacionados aos deveres e obrigações, associados as políticas públicas e ao descaso quanto aos menos favorecidos. 36UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 36UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 2. ÉTICA NA FILOSOFIA ANTIGA Ao estudarmos a Ética na filosofia antiga, observamos que ela está diretamente ligada com os princípios da moral e da ética. É comum ao homem em sua natureza pensar o bem e a felicidade relacionando-as com uma conduta regada a virtudes. A virtude é uma força expressa no caráter de cada indivíduo que consiste em promovero bem sendo guiado por valores racionais. Quando a conduta ética está relacionada a aquilo que deverá ser realizado pelo homem, o que é correto, o que é eticamente aceitável. Quando pensamos na filosofia na antiguidade, entendemos que a mesma tem uma relação muito direta com as virtudes éticas, políticas, sociais, ou seja, entre a conduta de um indivíduo e os valores tradicionais da sociedade Os filósofos antigos consideravam que a ética se posiciona entre nossas vontades e desejos e a nossa razão. A natureza humana é passional e o papel da ética é educar nosso caráter para seguirmos os preceitos da razão. Quando a vontade humana é abordada é de entendimento racional que a mesma deverá ser controlada a fim de dominar as paixões. Quando um ser passional se deixar levar pelos apetites e desejos, torna-se escravo deles, passa a desconhecer a moderação, o sentido da razão e o controle emocional. Portanto, a ética entendida como uma forma de educar o caráter de dominar impulsos e desejos a fim de orientar a sua vontade para o bem e a felicidade, assim a relação entre a virtude do sujeito e seus valores coletivos terá como produto um indivíduo virtuoso. 37UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 37UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Na Grécia antiga durante o século V a. C, ocorria uma intensa reflexão a respeito das regras éticas e o convívio em sociedade, os gregos buscavam entender o comportamento humano no qual tinha como objetivo o estudo de uma forma de alcançar a felicidade e a plenitude. A ética estava diretamente relacionada à política e administração da polis campo, este direcionado aos homens, na vida privada se fazia presente a desigualdade, a falta de liberdade, num contexto no qual mulheres e escravos estavam destinados a submissão do homem, sendo assim a mulher era destinada a procriação e o escravo ao trabalho. O ser político, o viver numa Pólis, significa que tudo era decidido mediante palavras e persuasão, e não através de força e violência. Para os gregos forçar alguém mediante violência, ordenar ao invés de persuadir, eram modos pré-políticos de lidar com as pessoas, típicos da vida fora da pólis característicos do lar e da vida em família, na qual o chefe da casa intervia com poderes incontestes e despóticos. (ARENDT, 2007, p. 35-36) 38UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 38UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica 3. ÉTICA SOCRÁTICA Sócrates (470 a.C - 399 a C) marcou a filosofia, não por ser um dos primeiros filósofos, mas por seu legado, por sua constante busca pelo conhecimento, suas reflexões para encontrar o caminho da verdade. Sócrates questionava o que era a verdade? o que é o bem? O que é justiça? E assim se tornou um Marco da filosofia ocidental. Para Sócrates a reflexão era o ponto de partida, pois somente a partir do momento em que os questionamentos e as reflexões passavam a fazer parte da busca pelo conhecimento do homem seria possível chegar à verdade universais, das quais validaria uma verdade única para humanidade em qualquer tempo ou espaço. Para Sócrates, o homem deveria ter ciência da sua própria ignorância e a partir de então buscar o verdadeiro conhecimento, Sócrates percebeu que a sabedoria vinha principalmente da consciência de que o homem não é detentor de todo saber, e a partir daí surgiu a célebre frase tão conhecida por toda a humanidade: só sei que nada sei. Urge ter em mente que saber significa, para Kant, ciências, mais exatamente, ciências empíricas, porque ele limita a ciência a experiências e, neste espaço, a metafísica não é possível como ciência empírica, ou seja, as ideias de Deus, imortalidade e liberdade não podem ser conhecidas, segundo a estrutura do conhecimento científico ponto podem apenas ser pensadas, porque o conhecer não constitui toda a possibilidade. Não constitui toda a realidade do ser humano (NODARI, 2010, p. 130). 39UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 39UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica Em sua busca pela verdade pelo conhecimento, Sócrates chegou na fase chamada de maiêutica, para ele essa técnica tem como princípio trazer a luz, conceber a vida, chegar ao conhecimento. Sócrates defende que a verdade está no próprio homem, no entanto a dificuldade de encontrar essa verdade se faz pelo fato de que o homem vive envolto em falsas ideias, que atrapalha o desenvolvimento racional do homem. Sócrates não deixou nenhum escrito, tudo que sabemos sobre ele se faz através de Platão seu fiel discípulo. Os problemas éticos tiveram início desde a antiguidade. Na Grécia antiga muitos eram os questionamentos, as indagações quanto aos princípios éticos. Foi através de Sócrates conhecido como o pai da moral que a ética passou a ser mais sistematizada. Para ele não existiam normas e verdades universalmente válidas, pois a ética era vista de forma relativista ou subjetiva. No entanto, Sócrates defendeu a ideia de um saber universalmente válido advindo da essência humana que pode levar a uma moral universal. Esta essência humana está ligada a alma racional do homem, o homem de fato se sustenta pela razão e desta forma fundamenta as normas morais, com isso presume-se que a ética socrática é racionalista, ou seja, o indivíduo que age conforme a razão age corretamente. De acordo com os textos de Platão e Aristóteles, Sócrates andava pelas praças questionando as pessoas o que eram os valores pelos quais as orientavam ao agir. Gerando uma reflexão quanto ao pensamento racionalista de Sócrates sobre à formação dos valores éticos. O objetivo de Sócrates ao buscar resposta junto aos atenienses era levá-los a indagar não apenas quanto ao sentido dos costumes estabelecidos, ou seja, os valores éticos ou Morais da coletividade, mas também entender o caráter pessoal, e o que leva os seres humanos a respeitar ou não os valores coletivos. Sócrates questionava sobre a virtude e o bem. Buscava entender o que a sociedade considerava virtuoso e bom, assim como compreender se tem efetivamente consciência de suas ações, se essas ações de fato correspondem a um caráter virtuoso ou simplesmente fazem parte de uma conduta moral que deve ser seguida a fim de ter um reconhecimento em sociedade, como alguém eticamente correto. Em toda sociedade há uma moral constituída em momentos, lugares e tempos diferentes por isso, pode-se dizer que, no que se refere ao pensamento filosófico, a uma moral na sociedade antiga, uma moral medieval, uma moral moderna e uma moral contemporânea (SILVA, 2017, p. 94). 40UNIDADE I Introdução a Moral e Ética 40UNIDADE II Ética na Filosofia Grega Clássica As questões socráticas entendem a ética como uma parte da filosofia que irá definir valores e obrigações. Para Sócrates, é um sujeito moral ou ético aquele que tem consciência de seus atos, quem estabelece suas ações de acordo com suas intenções e atitudes, que busca agir de maneira virtuosa, não como um processo de aceitação ou reconhecimento, mas como uma necessidade de agir de forma humanamente correta. As reflexões acerca do pensamento de Sócrates são encontradas nos escritos de vários pesquisadores. Conhecendo sobre Sócrates através das obras de Platão, é comum encontrarmos questionamentos como o que é considerado como coragem, justiça, amizade, amor. Desta forma analisar sobre os conceitos morais e éticos que sempre foram discutidos por Sócrates levam o interlocutor a refletir sobre essas questões. Sócrates passou sua vida buscando respostas para questões consideradas como virtuosas, além disso para Sócrates conhecer as causas e os fins de uma ação estabelece quais são os valores. A sabedoria humana de que Sócrates se diz mestre consiste na busca de justificação filosófica (isto é, de um fundamento) da vida moral. Este fundamento consiste na própria natureza ou essência do homem. À diferença dos Sofistas, Sócrates chega a estas conclusões: o homem é a sua alma. E por alma ele entendia a consciência, a personalidade
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