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Garrotilho em Equídeos

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BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 1 
GARROTILHO 
Sinonímia 
 Adenite Equina 
 
Definição 
É uma enfermidade infectocontagiosa aguda, sendo específica de equídeos. É 
caracterizada por linfadenite e infecção do trato superior causada pela bactéria β -
hemolítica Streptococcus equi (S. equi), pertencente ao grupo C de Lancefield. Acomete 
animais de todas as idades, embora com mais prevalência em animais jovens. 
Por quê Garrotilho? 
 O termo “garrotilho” vem do espanhol e significa angina grave que produz a morte 
por sufocação, o termo foi incorporado ao português e refere-se a cavalos afetados, mas 
não tratados, e que parecem estar sendo estrangulados por garrote devido ao aumento 
dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares que obstruem a faringe. 
 
Etiologia e Histórico: 
São causadas por bactérias da família Streptococcaceae gram-positivas. O 
garrotilho figura entre as doenças mais frequentes na criação de equídeos em todo o 
mundo. Vale ressaltar que equinos, muares e asininos são suscetíveis. 
• Acomete equídeos de entre 1 e 5 anos, com predomínio em animais com cerca 
de 1 ano de idade, o que coincide com a faixa etária do desmame dos potros 
• Morbidade é alta, podendo acometer 10 a 30% dos animais do plantel, chegando 
a 100% em surtos 
• Letalidade é baixa ocorrendo em até 10% dos animais não tratados e/ou com 
diagnostico tardio, e em 1 a 2% dos casos, mesmo que tenham tido o tratamento 
adequado, em virtude de desenvolvimento de complicações. 
• Prejuízos econômicos estão relacionados com a interrupção das atividades dos 
animais, bem como gastos com tratamento, além da morte ocasional de animais. 
 
 
 
 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
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Transmissão 
A transmissão ocorre por via aerógena / via oral, sendo as fontes de infecção 
equídeos doentes ou portadores que eliminam a bactéria pelo trato respiratório superior. 
A transmissão pode ocorrer de maneira direta e indireta. 
• Forma direta: ocorre pelo contato entre animais, cavalos que estão incubando a 
doença que apresentam sinais clínicos, mas estão se recuperando e por 
portadores. 
• Forma indireta: Através de fômites, secreções nasais e os conteúdos dos 
linfonodos e abscessos contaminam água, ração, pasto e utensílios de maneira 
geral (corda, sela, arreio, cabresto etc.) 
O agente permanece, na população, em equinos portadores: animais convalescentes 
ou aparentemente recuperados – podendo ser transmitido por secreção nasal. 
Vale lembrar que estresse, transporte, excesso de trabalho, viroses e parasitoses 
aumentam a suscetibilidade dos animais e podem desencadear a enfermidade em 
animais com infecção latente 
 
Resistência 
O vírus no ambiente pode se manter viável por até 3 meses, sob abrigo da luz 
solar direta, a até 2 meses na vegetação. Os estábulos permanecem contaminados. 
 
Patogenia 
Após o ingresso no equídeo suscetível por via oral ou nasal, a bactéria adere às 
células da mucosa nasal e bucal e em seguida se multiplica, invadindo a mucosa 
nasofaríngea causando faringite aguda e rinite. Poucas horas após a infecção da 
cavidade oronasal, o microrganismo é levado para os linfonodos regionais (retrofaríngeo 
e submandibulares), nos quais se multiplica no meio extracelular. 
A progressão viral ocorre através da presença do vírus nos linfonodos regionais, 
que determina quimiotaxia de neutrófilos, aumento da permeabilidade vascular loca, 
edema e formação de abcessos com acúmulo de grande coleção purulenta, que pode 
ser eliminada, em alguns animais, após a abscedação dos linfonodos, causando 
obstrução local por compressão. 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
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Sete a 14 dias após, fistulam, drenando na faringe, na bolsa gutural ou no 
exterior, liberando secreção purulenta e contaminando o ambiente por semanas. 
 
Sinais Clínicos 
O período de incubação é variável entre 1 e 3 semanas. 
Classicamente, os principais sinais clínicos incluem início abrupto de febre (39 a 
41ºC), linfadenopatia (submandibular e retrofaríngea) com dor à palpação, descarga 
nasal (inicialmente serosa, que passa à mucopurulenta e purulenta em alguns dias), 
inapetência, tosse produtiva bem como dificuldade respiratória e deglutição. 
Em geral, o curso clínico da doença perdura 2 a 4 semanas, com recuperação 
espontânea da maioria dos animais, com ou sem supuração dos abcessos. 
 
Complicações do Garrotilho 
As principais complicações são o garrotilho bastardo, púrpura hemorrágica, 
empiema da bolsa gutural e pneumonia aspirativa. Vale ressaltar que os casos 
complicados tendem a cronicidade ou à evolução fatal. 
• Garrotilho bastardo, espúrio ou metastático é a disseminação sistêmica do 
microrganismo (S. equi) dos linfonodos para diferentes órgãos, provocando abcessos. 
Maior frequência de disseminação nos pulmões, mesentério, fígado, baço, rins e 
cérebro tendo risco de ruptura e infecção generalizada. 
Nesses casos os animais podem desenvolver quadros de pneumonia, artrite, 
tendinite, nefrite, celulite, panoftalmite, linfadenite mesentérica, encefalite e miocardite. 
Sugere-se que esteja relacionada a virulência da linhagem, suscetibilidade e 
higidez do animal, fatores genéticos e instituição tardia ou inadequada de tratamento. 
• Púrpura hemorrágica é o desenvolvimento de uma reação imunomediada. Sugere-
se que seja secundária a uma reação exacerbada de equídeos infectados com 
linhagens virulentas do microrganismo (S. equi), levando ao acúmulo de complexos 
imunes na parede dos vasos sanguíneos. 
Clinicamente, os animais com esta complicação apresentam dificuldade respiratória, 
taquicardia, edema (cabeça, membros e abdome), petéquias e equimoses em mucosas, 
conjuntivas e serosas de órgãos, evoluindo para morte ocasional. Em casos graves, os 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
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animais podem manifestar, também cólicas por vasculite no trato digestório, além de 
desprendimento da pele acima dos casos. 
Acomete, frequentemente, animais convalescentes e, raramente, animais vacinados. 
• Empiema da bolsa gutural é o resultado da ruptura do linfonodo retrofaríngeo, com 
disseminação do microrganismo (S. equi) para a bolsa gutural caracteriza um caso 
grave de empiema (acúmulo de secreções purulentas) com tendência a cronicidade da 
infecção. 
Os equídeos com empiema da bolsa gutural apresentam secreção nasal purulenta 
profusa(purulenta) e perda de peso. Com a evolução do quadro podem ocorrer a 
formação de fístulas e abscedação externa do conteúdo da bolsa gutural, com 
eliminação expressiva de secreção purulenta em vários pontos fistulados abaixo da 
base das orelhas. 
• Pneumonia aspirativa 
• Outras complicações clínicas 
- Sistema Nervoso Central: é rara, e resulta em encefalite, manifestada clinicamente por 
hiperestesia, apoio da cabeça em obstáculos, andar em círculos, tremores, excitação, 
ataxia, rigidez da nuca, incoordenação e paralisia dos membros. 
- Hemiplegia laríngea: compressão ou lesão do nervo laríngeo com agravamento da 
dificuldade respiratória 
- Miosites com atrofia muscular na região glútea, quadros de glomerulonefrite e 
miocardite. 
- Casos clínicos mamários incluem sinais de edema, hiperemia e sensibilidade à 
palpação das mamas, bem como leite de coloração e aspecto alterados (presença de 
pus e grumos). 
 
Diagnostico 
É fundamentado em achados clínico-epidemiológicos e apoiado em exames 
subsidiários (demonstração do agente em esfregaços de exsudato nasal). 
A confirmação é realizada pelo isolamento do S. equi subesp. equi obtido de 
material purulento coletado de linfonodos, secreção nasal e bolsa gutural, das lesões ou 
órgãos afetados. 
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A PCR temsido adotada em programas de controle e profilaxia do garrotilho em 
propriedades endêmicas, no controle de surtos ou em criatórios de animais de elite. A 
técnica apresenta boa sensibilidade e elevada especificidade, auxiliando a detecção em 
animais assintomáticos. Porém, recomenda-se seu uso simultâneo com o cultivo 
microbiológico convencional, pois esta pode resultar positiva mesmo na ausência de 
bactérias viáveis. 
 
Tratamento 
 A abordagem terapêutica do garrotilho depende dos sinais clínicos e do estágio ou 
da gravidade da doença. Além disso, a alocação dos animais em ambiente isolado, com 
disponibilidade de alimento de boa qualidade, fácil acesso a água e, possibilidade de 
descanso em geral, é suficiente para a recuperação dos animais. 
 Na vigência de surtos de garrotilho, indica-se o tratamento antimicrobiano imediato, 
a penicilina é, historicamente, o antimicrobiano de escolha para tratamento. No entanto, 
têm se notado a eficácia do fármaco está cada diz mais reduzida, em virtude da 
pressão seletiva para linhagens do S. equi resistentes. 
 Portanto, deve-se saber que as cepas de S. equi são sensíveis às penicilinas, 
sulfonamidas e clorafenicol, sendo resistentes a estreptomicinas, tetraciclinas e 
gentamicina. 
Nos animais que apresentam os sintomas clínicos precoces sugestivos do 
garrotilho, o tratamento é direcionado para bloquear a abscedação dos linfonodos que 
pode ser feita através da administração de Penicilina G, na dosagem de 15.000 UI/Kg 
IM, com intervalo de 12 em 12 horas. 
Quando os animais apresentam a abscedação dos linfonodos, os esforços são 
voltados para a maturação e drenagem dos abscessos, e autores orientam para 
utilização de compressas quentes, para que os linfonodos fiquem flutuantes e haja a 
ruptura espontânea, ou mesmo para facilitar sua drenagem. 
Avaliar uso de antibioticoterapia parenteral – interrupção do desenvolvimento do 
abscesso, ao invés de acelerar sua maturação se febre prolongada, anorexia, depressão 
e letargia persistirem, ela passa a ser necessária. 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
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Após a drenagem deve-se fazer limpeza no local com iodo para evitar infecções 
secundárias. A terapia de apoio constitui-se de fluidoterapia, alimentação por sonda 
nasogástrica e se necessário a traqueostomia. 
 Para animais que foram expostos ao agente, mas que ainda não apresentem os sinais 
devido ao tempo de incubação da doença pode haver a recomendação de penicilina na 
dosagem de 90.000UI/Kg PV IV, com intervalos de 48 horas, durante 21 dias. 
 Os animais que apresentam complicações decorrentes do garrotilho devem ter o 
tratamento direcionado ao cuidado dos problemas específicos. A antibioticoterapia com 
penicilina é apropriada para a abscedação metastática tanto do abdômen quanto do 
tórax. 
Animais que apresentam púrpura hemorrágica, além da antimicrobianos também se 
deve utilizar corticoesteróides e reposição hidroeletrolítica e energética. 
 
Profilaxia e Controle 
Controle do fluxo de equídeos, cuidados sanitários na aquisição de animais, 
adoção de quarentenários, isolamento e tratamento de animais doentes, cuidados na 
formação de lotes de animais no pós-desmame, higiene e desinfecção de instalações e 
utensílios de manejo dos animais, exames clínicos e laboratoriais periódicos nos 
equídeos do plantel e adoção de profilaxia vacinal em propriedades endêmicas. 
 
Vacinas 
Diferentes vacinas estão disponíveis para a profilaxia da doença como imunógenos 
por via parenteral e intranasal, utilizando bactérias inativadas, atenuadas ou vacinas de 
subunidades. 
Vale ressaltar que, as vacinas inativadas não conferem proteção total aos animais, 
pois não induzem o estimulo antigênico adequado de imunidade local da nasofaringe, 
reconhecida como a principal porta de entrada do microrganismo. 
Em potros, a vacinação deve ocorrer após os 4 meses de idade, até lá a 
imunidade passiva por ingestão de colostro perdura. 
 
Controles e surtos 
Animais acometidos devem ser isolados e tratados até a remissão completa dos 
sinais clínicos. Todos os animais do plantel que não tiveram contato com os doentes 
devem ser revacinados.

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