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1 DESENHO TÉCNICO Profª. Esp. Herica Freitas Silva 2 DESENHO TÉCNICO PROFª. ESP. HERICA FREITAS SILVA 3 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa Revisão técnica: Prof. Esp. Heloiza Campos Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgilio Gomes Fernanda Cristine Barbosa Prof. Esp. Guilherme Prado Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Daniel Guadalupe Reis Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza P. Campos © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 4 DESENHO TÉCNICO 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2022 5 Desenhista Técnico-Mecânica pelo SESI/ SENAI (2013 - 2014). SolidWorks e AutoCad 2D e 3D pela WKS Informática (2013). Bacharel em Engenharia Mecânica pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga (2014 - 2018). Especialização em En- genharia de Materiais (2019 – 2020). Atualmen- te é Programadora de Computador pela em- presa EDM Automação, com foco em controlar e monitorar os consumos, gastos e projetos de eficiência energética da planta Aperam Timó- teo – MG. Pequena experiência com docência ministrando cursos validados pela faculdade Pitágoras e reconhecidos como material válido para hora extracurricular para os cursos de gra- duação. HELOIZA CAMPOS Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali- ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link : htvtp://lattes.cnpq.br/2691731798467071 Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado. 6 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 7 UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 SUMÁRIO 1.1 Definição de desenho Técnico................................................................................................................................................................................................................................................11 1.1.1 Desenho Técnico e Artístico........................................................ .............................................................................................................................................................................................11 1.1.2 Os Tipos de Desenho Técnico .................................................................................................................................................................................................................................................13 1.2 Conceituação Histórica do Desenho Técnico ............................................................................................................................................................................................................15 1.3 Objetivos do Desenho Técnico .............................................................................................................................................................................................................................................17 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................18 2.1 Utensílios e Ferramentas .......................................................................................................................................................................................................................................................23 2.1.1 As Ferramentas do Desenho Técnico Manual .................................................................................................................................................................................................................23 2.1.2 As Ferramentdas do Desenho Assistido Por Computador ........................................................................................................................................................................................26 2.2 Desenvolvimento de Caligrafia Técnica e Traços ..................................................................................................................................................................................................27 2.3 Desenho e Observação ...........................................................................................................................................................................................................................................................30 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................32 3.1 Representação Por Esquema ..............................................................................................................................................................................................................................................37 3.2 Representação por Croqui ....................................................................................................................................................................................................................................................38 3.3 Representação por Desenho Técnico ...........................................................................................................................................................................................................................40 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................45 INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO TÉCNICAS DE EXECUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO REPRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 4.1 A Importância da Normatização do Desenho .........................................................................................................................................................................................................50 4.2 Principais Normas ABNT Para Desenho .....................................................................................................................................................................................................................514.2.1 NBR 10067/1995 - Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico ..........................................................................................................................................................................51 4.2.2 NBR 16752/2020 - Desenho Técnico: Requisitos Para Apresentação em Folhas de Desenho ......................................................................................................................................52 4.2.3 NBR 16861/2020 - Desenho Técnico: Requistos Para Representação de Linhas e Escrita ..............................................................................................................................................53 4.2.4 NBR 8196/1999 - Desenho Técnico: Emprego de Escalas ......................................................................................................................................................................................................................54 4.2.5 NBR 12298/1995 - Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em Desenho Técnico ...........................................................................................................................54 4.2.6 NBR 8404/1984 - Indicação do Estado de Superfícies em Desenhos Técnicos ......................................................................................................................................................................55 4.2.7 NBR 6158/1995 - Sistema de Tolerâncias e Ajustes ......................................................................................................................................................................................................................................56 4.2.8 NBR 10126/1987 Versão Corrigida: 11988 - Cotagem em Desenho Técnico - Procedimento...........................................................................................................................................56 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................58 NORMATIZAÇÃO PARA DESENHO TÉCNICO 5.1 Escalas no Desenho Técnico ................................................................................................................................................................................................................................................62 5.1.1 Escala Natural ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................64 5.1.2 Escala de Redução..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................64 5.1.3 Escala de Ampliação ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................65 5.2 Desenvolvimento de Cotas ..................................................................................................................................................................................................................................................66 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................70 SISTEMA DE ESCALAS E COTAS UNIDADE 5 6.1 Desenhho de Layout para Desenho Técnico ...........................................................................................................................................................................................................74 6.2 Noções Básicas de Ergonomia Para Desenho Técnico ....................................................................................................................................................................................79 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................82 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................85 RESPOSTAS VAMOS PENSAR...................................................................................................................................................................................................................................................86 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................89 NOÇÕES DE LAYOUT DE DESENHO E ERGONOMIA UNIDADE 6 8 O N FI R A N O L I C V R O UNIDADE 1 A Unidade I retrata o conceito do desenho técnico, trazendo seu histórico, necessidade, aplicação e os principais objetivos do estudo dessa disciplina para a engenharia. UNIDADE 2 A Unidade II explicita as principais técnicas de desenvolvimento do desenho, iniciando com a apresentação dos utensílios e ferramentas para sua execução, juntamente com o desenvolvimento dos primeiros traços e as técnicas de observação e reprodução. UNIDADE 3 A Unidade III apresenta os principais meios de reprodução do desenho técnico, diferenciando um esquema de croqui e consequentemente o desenho técnico. UNIDADE 4 A Unidade IV demonstra as principais normas para o desenvolvimento do desenho técnico, assim como o seu uso para apoio na execução dos mesmos. UNIDADE 5 A Unidade V retrata itens muito importantes para o desenho técnico, que são o estudo das escalas e o desenvolvimento das cotas para representação e leitura do projeto. UNIDADE 6 A Unidade VI trata de noções básicas de layout de desenho, passo a passo como desenvolver conforme normatização e também itens relacionados à ergonomia. 9 INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO 10 1.1 DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO Seria possível que o desenvolvimento tecnológico da engenharia e a globalização avançasse sem a execução de projetos? Um projeto, seja de engenharia ou de outras áreas, envolve uma vasta gama de processos que executados em conjunto findam em um produto ou serviço. Uma das etapas de um projeto para um produto é o que se pode chamar de desenho técnico. O desenho técnico é sucintamente definido como uma representação gráfica (diferente de ilustração), capaz de conceber formato, dimensão e a posição de um determinado objeto em um espaço conforme cada situação. Pode também ser descrito como a “linguagem gráfica universal” das mais diversas áreas que ele atua, sendo necessário uma alfabetização geral de todos os falantes dessa “língua”. Assim como a alfabetização comum, aprendizado básico na educação, a linguagem do desenho técnico deve ser aprendida, desde os conceitos mais sucintos até os mais complexos. O desenho técnico é a principalforma de comunicação entre diferentes projetos nas áreas de mecânica, construção civil e arquitetura. Se essa linguagem não existisse, muito provavelmente seria impossível de executar certos projetos complexos nas áreas citadas. Conforme citam Ribeiro, Peres e Izidoro (2013), a compreensão do desenho técnico está além do que se pode ver, isto é, para que se possa interpretar essa linguagem é preciso que o leitor consiga imaginar as diversas variações do objeto no espaço. Isso porque grande maioria dos desenhos é impressa em duas dimensões (2D), e o leitor precisa ter a visão espacial desse objeto em três dimensões (3D). 1.1.1 Desenho Técnico e Artístico Diferentemente do desenho técnico, o artístico expressa o sentimento do autor. Sendo a interpretação livre conforme o tipo de observador, podendo ter diversos sentidos em uma única obra. Um exemplo clássico de representação artística é a pintura de um dos artistas, escultores, engenheiros, arquitetos e cientistas mais famosos do mundo, Leonardo Da Vinci. A Mona Lisa, expressa na Figura 1, é uma pintura que possui diversos significados de observadores distintos (BOAS, 1940). Figura 1: Mona Lisa Fonte: Da Vinci (1503) 11 Desenhar é uma forma de comunicação. No caso do desenho artístico, essa comunicação é livre, isto é, o artista pode utilizar qualquer tipo de técnica, ferramentas, instrumentos, traços e outros recursos para expressar a sua ideia. Diferentemente do desenho técnico, que exige que uma regra seja aplicada, determinando o tipo de instrumento para cada situação e classificação para todos os tipos de elementos utilizados em sua produção. Dessa forma, o desenhista técnico não é livre para expressar seus sentimentos, ou seja, precisa passar exatidão. O desenho técnico possui sentido único, baseando-se, claro, na alfabetização individual dos leitores. Um desenho técnico vai expressar a mesma informação para todos os seus observadores. Não obstante, um desenho técnico precisa transmitir de forma clara e exata sua proposta de execução. Essa proposta é construída através dos traçados, símbolos, elementos, numerações, nomenclaturas e outros componentes que fazem parte da construção de um desenho técnico. A Figura 2 apresenta uma vista em corte e frontal de uma peça com os componentes citados: Diferentemente da pintura de Da Vinci, nota-se uma padronização no desenho técnico. O mesmo é composto de simbologias, números representando medidas, identificação de tipos de representação e linhas de apoio para a geometria do produto Em uma empresa de projetos mecânicos existe a demanda diária de desenhos técnicos de peças, todos os projetistas da planta realizam seu trabalho com perfeição, tanto em conhecimento técnico quanto em prático. Dos 6 projetistas apenas 2 conhecem as normas de layout, nomenclatura e simbologia técnicas, já os 4 projetistas restantes fazem conforme acreditam ser certo, apesar de possuírem muito conhecimento prático e de mecânica, eles não possuem conhecimento das normas de padronização. Você acha que é uma tarefa fácil desvendar a interpretação pessoal dos 4 projetistas? O que poderia ser feito para que todos entrassem em um consenso? A) Treinamento de normas técnicas. B) Os 2 projetistas revisarem e refazerem todo projeto dos demais. C) Demissão dos 4 projetistas. D) Contratação de um sétimo projetista para revisão dos desenhos. VAMOS PENSAR? Figura 2: Vista frontal e em corte de uma peça mecânica Fonte: Ribeiro, Peres e Izidoro (2013) 12 observado. Dessa forma, espera-se que a leitura do desenho seja a mesma para distintos observadores, uma vez que todos conheçam as normas para representação gráfica técnica. 1.1.2 Os Tipos de Desenho Técnico Depois de definir desenho técnico e diferenciá-lo de artístico, é importante saber que existem dois diferentes grupos e, em alguns casos, seus subgrupos. Pode-se dividir desenho técnico entre projetivos e não projetivos. A começar pelo desenho técnico não projetivo, que é a classificação que recebe cálculos algébricos, gráficos (Figura 3), esquemas matemáticos, diagramas, fluxogramas, histogramas e organogramas. Já o desenho técnico projetivo é a definição que se dá às projeções de um determinado objeto tanto em um como em vários planos, chamadas de vistas ortogonais e perspectivas geométricas. A Figura 4 demonstra a projeção de uma superfície circular sendo reproduzida em diferentes planos. O desenhista técnico não precisa ter habilidade artística para exercer o cargo. O desen- volvimento, a leitura e a interpretação de desenhos técnicos se dá principalmente pelo conhecimento das normas, técnicas e práticas relacionadas ao desenho técnico. FIQUE ATENTO Figura 3: Gráfico combinado Fonte: Elaborado pela autora (2021) 13 Figura 4: Representação nos planos Fonte: Ribeiro, Peres e Izidoro (2013, p.15) O desenho projetivo está presente em todo segmento industrial no mundo. Desse modo, ele pode ser dividido em um subgrupo. Conforme Silva (2015), essa subdivisão se dá nas modalidades: desenho técnico projetivo mecânico, de máquinas, estrutural, arquitetônico, elétrico, eletrônico e de tubulações. O desenho projetivo mecânico é destinado aos projetos que envolvem máquinas, peças mecânicas, conjuntos mecânicos, motores e os demais componentes mecânicos da indústria. O desenhista mecânico utiliza, em sua grande maioria, softwares de desenho e simulação com o intuito de possuir a maior quantidade de informações possíveis do projeto. Já o desenho projetivo de máquinas é destinado aos projetos de máquinas de construção, como escavadeiras, caminhões, tratores e outras máquinas utilizadas na indústria de construção. O desenhista de máquinas normalmente utiliza softwares de simulação para assegurar o funcionamento da máquina projetada, tanto em trabalho quanto manutenção e resistência mecânica. O desenho técnico estrutural é destinado aos projetos civis, como as estruturas físicas de construções, dimensionamento e seleção dos elementos que compõem a planta. Esse tipo de projeto é complementar ao projeto arquitetônico, que é voltado para a representação arquitetônica das construções. Ambos os tipos são utilizados dentro da mesma área de construção civil, entretanto, um complementa o outro para a execução do projeto. Os desenhos técnicos elétricos e eletrônicos são destinados, como o próprio nome sugere, aos diagramas eletroeletrônicos. Esse tipo de desenho é conhecido pela vasta gama de simbologias técnicas, sendo bastante completo. Normalmente, é utilizado no projeto de painéis eletroeletrônicos, parte elétrica da construção civil e de conjuntos mecânicos etc. O desenho técnico de tubulações é destinado à representação esquemática de tubulações em geral. Assim como o eletroeletrônico, esse tipo de desenho possui um grande número de símbolos para a representação. Um dos aspectos mais difíceis desse tipo de desenho técnico é a representação isométrica, mas que vêm sendo facilitada com os diferentes softwares ao longo da era digital. Indiferente do tipo do desenho técnico projetivo, a base é a mesma e todos os modelos seguem as mesmas normas para desenvolvimento. Isso porque independente 14 do segmento, o desenho técnico projetivo deve seguir critérios de execução para que seja bem entendido sem nenhuma dificuldade pelos seus observadores. Ao fazer uma busca pelo passado, nota-se que a necessidade da comunicação através do desenho é pré-histórica. Conforme os anos se passaram, o desenho assumiu uma forma de comunicação, como é o caso dos hieróglifos (Figura 5) utilizados pelos egípcios antigos. A concepção da geometria foi um grande marco na história da comunicação e pode ser vista como a manifestação matemática mais antiga. Essa ciência foi empregada para auxiliar na construção de pirâmides em 3.000 a.C. A partir desse ponto, Pitágoras e Platão associaram a geometria ao estudo da metafísica. Ela foi utilizada também Conforme Ribeiro, Peres e Izidoro (2013), o desenho técnico projetivoé utilizado em todos os segmentos industriais, presentes na forma dos subgrupos aqui estudados. Para entender um pouco mais sobre cada tipo de desenho técnico projetivo, recomenda-se a leitura dos itens 1.3 e 1.4 do Capítulo 1 da obra: Curso de Desenho Técnico e AutoCad. Disponível na Biblioteca Pearson: https://bit. ly/3JszOJC. Acesso em: 19 jul. 2021. BUSQUE POR MAIS 1.2. CONCEITUAÇÃO HISTÓRICA DO DESENHO TÉCNICO Figura 5: Hieróglifos egípcios entalhados em uma lápide Fonte: Serra (2008, p. 3) Zattar (2016) acredita que a comunicação global se torna difícil com a mais vasta gama de idiomas e ressalta a importância da padronização do desenho como forma de expressão. O estudo dessa disciplina agregará conhecimento técnico para sua interpretação independentemente do idioma materno. Disponível na Biblioteca Pearson: https://bit.ly/3BHa4rk. Acesso em: 19. jul. 2021. BUSQUE POR MAIS 15 na construção do conceito justo dos impostos sobre as grandes propriedades rurais (GONÇALVES et.al., 2007; ARAÚJO, 2007). Em meados do século XV, Leonardo da Vinci desenvolveu sua teoria acerca da teoria do desenho. Essa teoria utilizava o desenho como o principal instrumento para a compreensão da realidade. Através disso, da Vinci representou muitas de suas obras, projetos e inventos através de anotações gráficas (desenhos). Suas anotações gráficas apresentavam seus projetos sob diversas perspectivas, condições e escalas (MEGA, 2003), como pode ser visto na Figura 6: Pouco tempo depois, o desenho passou a ser visto como uma das primeiras formas utilizadas para a comunicação do homem. Utilizado para a construção de monumentos complexos, minuciosamente planejados e esboçados através do desenho. Mais adiante, o desenho tomou a forma técnica, seguindo padrões e regras que foram impulsionadas pela revolução industrial (COSTA, 2000). Entretanto, foi Gaspard Monge (1746-1818) que formalizou a geometria descritiva, apresentando uma sistemática de métodos representativos em planos. Sem essa teoria, a expansão industrial do século XIX não aconteceria. A geometria descritiva é a peça fundamental para a representação gráfica entre os planos (STAMATO et al., 1972). A definição sucinta de geometria descritiva pode ser dita como a representação dos objetos em três dimensões num plano bidimensional. Essa representação consta com o objeto estático, onde os planos representam a geometria do observador conforme a posição do plano. Um exemplo claro dessa representação é a Figura 7: Figura 6: Projeto de máquinas voadoras por da Vinci Fonte: Serra (2008, p. 5) Figura 7: Representação de um sólido utilizando a geometria descritiva Fonte: Serra (2008, p. 7) 16 Na representação em exemplo, o objeto em três dimensões é posicionado entre os planos. Cada plano age como um observador, enxergando e registrando a face que ele é capaz de assimilar. Dessa forma, a representação bidimensional se torna um comporto de várias vistas de um objeto inteiro. Essas vistas podem ser chamadas de: Vista superior, inferior, frontal, posterior, lateral esquerda e lateral direita. Esse conjunto de vistas recebe o nome de projeções ortogonais. A Figura 8 ilustra a seleção de vistas em um objeto em perspectiva 3D: Nos primórdios da elaboração técnica das representações ilustrativas de elementos, utilizavam-se recursos manuais. O homem fazia a representação gráfica de um objeto a mão livre, respeitando algumas parametrizações já impostas. Com o passar dos anos, os desenhos a mão livre começaram a dar espaço para os desenhos com instrumentos técnicos, como réguas, escalas, compassos, diferentes espessuras de grafite e outros utensílios de desenho (MORAES, 2001). Com a chegada da tecnologia, após as revoluções industriais e da invenção do computador, os desenhos manuais tomaram forma digital. Existe uma infinidade de softwares disponíveis gratuitamente ou pagos para a realização de desenhos técnicos dos mais variados tipos. O conceito de Projeto e Desenho Assistidos por Computador (CAD) do inglês Computer Aided Design cresceu e tomou conta do mercado de desenvolvimento de desenho técnico no mundo inteiro. Dentre os programas mais utilizados pelo mercado de desenho técnico, podem- se citar: AutoCad, 3DS Max, Revit e Civil 3D da empresa Autodesk, SolidWorks da Dassault Systèmes S.A, SketchUp da Trimble Navigation, Inventor CAM da Solid CAM e o Maya da Alias Systems Corporation. Esses são os principais programas disponíveis nos mais diversos sistemas operacionais e organizações de projetos e desenhos técnicos. Independente da modernização das práticas do desenho técnico, sua linguagem não sofreu alterações e o conceito de geometria descritiva continua sendo seu principal pilar. Ao longo de toda linha do tempo da evolução do desenho técnico foram criadas ao redor do globo as normas técnicas para a execução dessa atividade. Cada país com seu órgão legal criou sua coletânea de normas a fim de atender às necessidades de padronização do desenho. No Brasil, o órgão normativo é a Associação Brasileira de Normas Técnicas ou ABNT, como é popularmente conhecida. São dez as normas totais para padronização do desenho técnico no Brasil: Figura 8: Representação das vistas de um objeto em 3D Fonte:Desenvolvido pelo autor (2021) 17 • NBR 16752/2020 Desenho técnico — Requisitos para apresentação em folhas de desenho; • NBR 16861/2020 Desenho técnico — Requisitos para representação de linhas e escrita; • NBR 12298/1995 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenhos; • NBR 8404/1984 Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos; • NBR 6158/1995 Sistemas de tolerâncias e ajustes; • NBR ISO 463/2013 Especificações Geométricas dos Produtos (GPS) — Instrumentos de medição dimensional — Características metrológicas e de projeto de relógio comparador mecânico. Com todo esse histórico, o desenho técnico não poderia deixar de ser tão importante para a engenharia e para o crescimento industrial do mundo. A concepção da geometria descritiva e a normatização fazem dessa atividade uma das principais dos incontáveis projetos ao redor do globo. Por isso, essa forma de expressão de linguagem deve ser estudada e aprendida para que os projetos continuem sendo executados, fazendo o crescimento industrial e tecnológico ainda maior no Brasil e no mundo. Depois de ilustrar o histórico do desenho como ferramenta de comunicação, sua evolução através dos séculos e seu aperfeiçoamento pelo homem. Nota-se que o principal objetivo do desenho técnico é documentar e explicitar características físicas de um determinado objeto. Demonstrando de forma clara os pontos cruciais dos projetos, atentando-se aos mínimos detalhes de cada peça, planta, circuito ou tubulação. Para a vida acadêmica na engenharia, o desenho técnico tem o objetivo de exercitar a capacidade de visualização do discente, abrindo sua visão do que “não existe” e aprimorando sua capacidade crítica tanto nos projetos quanto em campo. Fazer a leitura e interpretação de um desenho técnico é tarefa muito importante para um engenheiro, isso porque na grande maioria das áreas de atuação desse profissional existe a presença desses documentos para leitura, interpretação e análise de solução de problemas ou até mesmo desenvolvimento de novos. Essa disciplina torna-se fundamental para o desenvolvimento acadêmico do estudante enquanto planejador, gerenciador, executor e idealizador de novos projetos. Não obstante, o desenho técnico é o primeiro passo para a carreira de projetista, isto é, idealizador de novos projetos para o mercado industrial. 1.3 OBJETIVOS DO DESENHO TÉCNICO 18 1. Na prática, o ser humano utiliza a língua nativa para comunicação. Cada país possui sua língua, sendo possível o estudo e a compreensão dos mais variados idiomas do mundo. O desenho técnico é uma forma de comunicação que pode ser sucintamente definido como: a) representação teórica (diferente de ilustração) capaz de conceber formato, dimensãoe a posição de um determinado objeto em um espaço conforme cada situação. b) representação artística capaz de conceber emoção, cor e a definição de um determinado objeto em um espaço conforme cada situação. c) representação gráfica (diferente de ilustração) capaz de conceber formato, dimensão e a posição de um determinado ser humano em um espaço conforme cada situação. d) representação gráfica (diferente de ilustração) capaz de conceber formato, dimensão e a posição de um determinado objeto em um espaço conforme cada situação. e) representação ilustrativa (diferente de arte) capaz de conceber formato, dimensão e a posição de um determinado objeto imaginário em um espaço conforme cada situação. 2. Marque a alternativa que preenche as lacunas do texto abaixo: Desenhar é uma forma de _______no caso do desenho _______ essa é livre, isto é, o artista pode utilizar qualquer tipo de _______, _______, _______, _______ e outros para expressar a sua ideia. Diferentemente do desenho _______, que exige que uma _______ seja aplicada, determina o tipo de _______ para cada situação e classificação para todos os tipos de _______ utilizados em sua produção. a) comunicação – técnico – técnica – ferramentas – instrumentos – traços – artístico – regra – instrumento – elementos. b) comunicação – artístico – técnica – ferramentas – instrumentos – traços – técnico – regra – instrumento – elementos. c) expressão – artístico – emoção – cor – ferramenta – traços – artístico – regra – instrumento – elementos. d) explicitação – técnico – técnica – ferramentas – instrumentos – traços – técnico – regra – instrumento – componentes. e) comunicação – artístico – técnica – ferramentas – instrumentos – traços – artístico – regra – instrumento – componentes. 3. Sabe-se que o desenho técnico possui sentido único, baseando-se, claro, na alfabetização individual dos leitores. Um desenho técnico vai expressar a mesma informação para todos os seus observadores. Não obstante, ele precisa transmitir de forma clara e exata sua proposta de execução. Essa proposta é construída através dos traçados, símbolos, elementos, numerações, nomenclaturas e outros componentes que fazem parte da construção de um desenho técnico. Assinale a alternativa abaixo que contém um exemplo de desenho técnico: FIXANDO O CONTEÚDO 19 a) b) c) d) e) 4. O desenho técnico, para que seja compreendido, é composto de um conjunto de padrões. Esses padrões são previstos por normas regulamentadoras que devem ser utilizadas para a alfabetização do observador. São exemplos de itens padronizados no desenho técnico: a) simbologias, medidas, identificação, linhas e geometria. b) símbolos, medidas, cores, números e letras. c) tipo de papel, espessura de linha, cor de linha, borda e margem. d) simbologia, métricas, identificação, grades e geometrias. e) cores, espessura de linha e marcação no papel. 20 5. No estudo do desenho técnico discute-se sobre os dois tipos presentes na sua execução, o desenho projetivo e não projetivo. Assinale a alternativa correta sobre a definição desses dois itens: I - Desenho técnico não projetivo é a classificação que recebe cálculos algébricos, gráficos, esquemas matemáticos, diagramas, fluxogramas, histogramas e organogramas. II - Desenho técnico projetivo é feito apenas em projetos. III - Desenho técnico projetivo são as projeções de um determinado objeto tanto em um como em vários planos, chamadas de vistas ortogonais e perspectivas geométricas. IV – Desenho técnico não projetivo é aquele que não é feito pelo projetista, e sim pelo artista. a) Todas estão corretas. b) Apenas II e IV estão corretas. c) Apenas III está correta. d) Nenhuma está correta. e) I e II estão corretas. 6. O desenho técnico projetivo é a representação gráfica de um objeto em diversos planos em duas dimensões, possui normatização e padronização e é utilizado para o desenvolvimento de novos produtos. São os principais tipos de desenho técnico projetivo: a) manutenção, de mecânico, estrutural, arquitetônico, elétrico, eletrônico e de canos. b) mecânico, de máquinas, estrutural, arquitetônico, elétrico, eletrônico e de tubulações. c) mecânico, de projetos, estrutural, arquitetônico, elétrico, eletrônico e de tubulações. d) manutenção, de máquinas térmicas, estrutural, arquitetônico, elétrico, eletrônico e de tubulações. e) mecânico, de ferrovias, estrutural, preditivo, elétrico, hidráulico e de tubulações. 7. Observe a definição: “Representação dos objetos em três dimensões num plano bidimensional, em vários ângulos diferentes e por vários pontos no espaço do observador.”. Estamos falando da: a) geometria descritora. b) geometria analítica. c) geometria tridimensional. d) geometria bidimensional. e) geometria descritiva. 8. Dentro do estudo do desenho técnico é muito importante a padronização, como a gramática na língua portuguesa, pois, para ser compreendido, um idioma deve possuir regras que facilitem sua disseminação pelo homem. No Brasil, o órgão regulamentador das normas para desenho técnico é: a) ABNT b) AWS 21 c) ISO d) AWI e) SAE 22 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 23 Para a realização do desenho técnico, como visto, segue-se uma lista de normas e padrões visando alcançar certa exatidão. Dentro do conceito de padronização e execução perfeita de um desenho técnico faz-se necessário o uso de diversas ferramentas e utensílios a fim de otimizar o processo de desenvolvimento do desenho. As ferramentas podem ser divididas entre físicas e virtuais. 2.1.1 AS FERRAMENTAS DO DESENHO TÉCNICO MANUAL A prática de desenho técnico de forma manual é uma das mais antigas no ramo dos projetos, isto é, tudo se iniciou com o desenvolvimento manual das peças, conjuntos, plantas e circuitos. Após a invenção do computador, sua modernização e a criação dos mais diversos softwares de desenho técnico, essa prática manual é utilizada em sua grande maioria para fins didáticos, ou seja, não é comum a realização de desenhos técnicos projetivos de forma manual nas organizações. Pensando no aprendizado, na forma didática do ensino do desenho técnico manual, é necessário conhecer as principais ferramentas e utensílios que os discentes utilizam para seu desenvolvimento. Dentre os utensílios utilizados pelo desenhista técnico, se pode destacar: lápis (variadas espessuras), lapiseiras, papel (conforme ISO 216), borracha, jogo de esquadros, escalímetro (régua 3D), régua paralela (régua em T), gabarito de formas, compasso e transferidor. O lápis e a lapiseira são os principais utensílios do desenhista. Com essas ferramentas, o executor consegue fazer traçados e escrita técnica com perfeição. Os lápis possuem classificação de acordo com B (negritude), H (dureza), F (Espessura da ponta) e HB (Mescla de H com B) e são classificados como duros médios e macios, conforme a Figura 9: Em suma, entre 9B e 4B ficam os lápis destinados aos traços escuros e espessos. No desenvolvimento de desenhos livres pode-se utilizar entre 3B e B. Para linhas médias e escrita padrão recomenda-se HB e F. Lápis para desenho técnico projetivo ficam entre H e2H. Para desenho técnico não projetivo ou artístico 3H a 5H; e para xilografia, xilogravura e desenhos especiais 6H a 9H (PORTAL DO PROJETISTA, 2021). As lapiseiras podem se subdividir de acordo com os milímetros do grafite. São elas: 0,3 mm, 0,5 mm, 0,7 mm e 0,9 mm. Os grafites recebem a gradação conforme os 2.1 UTENSÍLIOS E FERRAMENTAS É fundamental que o projetista conheça todas as ferramentas e técnicas para desenho manual antes de executar qualquer projeto digital. Isso porque as ferramentas digitais (softwares) baseiam-se rigorosamente nas técnicas e normas de desenho básico. FIQUE ATENTO Figura 9: Escala de classificação dos lápis Fonte: Portal do Projetista (2021) 24 lápis, destinados da mesma forma. As espessuras do grafite podem ser utilizadas para traçados diferentes, entretanto, as mais utilizadas para o desenho técnico são 0,5 e 0,7 mm, pois,dependendo da variação do grafite, o projetista consegue reproduzir um traçado similar ao de 0,3 e 0,9 mm. O papel para desenho técnico é sulfite, branco e sem linhas. Suas dimensões variam de acordo com o padrão internacional ISO 216, que classifica os tamanhos em três grupos, A, B e C. No Brasil, entretanto, utiliza-se mais a série A, sendo os papeis A4, A3 e A0 os mais comuns. As dimensões dos papéis comumente utilizados no Brasil estão explicitadas na Tabela 1: Não existe um padrão normativo para borracha, nem uma classificação para o desenho técnico, no entanto, as borrachas para o desenho técnico devem conseguir apagar o traço sem deixar marcas, sombras ou borrões. É ideal que ela seja rígida, para que não esfarele no ato de apagar, mas também seja dúctil o suficiente para que se possa lapidar novas arestas na borracha para apagar quinas e detalhes muito sutis. O jogo de esquadros, como ilustra a Figura 10, é composto por dois esquadros com angulações diferentes, um de 90° e 2 x 45° e o outro de 30°, 60° e 90°. Essa ferramenta é utilizada para desenhar ângulos, linhas retas utilizando a régua paralela e são um auxílio para a confecção de margens e legenda. O escalímetro, ou régua tridimensional (3D), é utilizado para a variação de escala em um desenho. Nessa ferramenta é possível encontrar seis tipos diferentes de escalas: 1: 20, 1: 25, 1: 50,1: 75, 1: 100 e 1: 125. Essa é uma importante ferramenta principalmente para o desenho técnico arquitetônico e estrutural (FRANCESCONI, 2010). Ela é apresentada conforme a Figura 11: Tabela 1: Dimensões de comuns da série A conforme ISO 216 Fonte: Adaptado de ISO 216 (2007) Figura 10: Esquadros Fonte: Cruz (2014, p.23) 25 Figura 11: Escalímetro Fonte: Cruz (2014, p.25) A régua paralela, ou em T, é uma ferramenta utilizada em conjunto, normalmente presa a uma prancheta ou a uma mesa de desenho. Ela auxilia no desenvolvimento de linhas paralelas horizontais e pode ser utilizada, como já visto, como auxílio para a utilização dos esquadros no desenvolvimento de linhas angulares e verticais. O gabarito de formas é um molde de variadas formas e pode ter formatos diferentes. O projetista utiliza-o para a agilidade na hora de confeccionar formas pré- definidas, diminuindo o tempo total da produção do desenho, otimizando seu trabalho e diminuindo a chance de erro. O compasso, Figura 12, é a ferramenta utilizada para o desenho de circunferências e também para desenvolver o método dos traçados angulares. Já o transferidor de grau é a escala graduada de leitura de ângulos do projetista. A prática de desenho técnico de forma manual é uma das mais antigas no ramo dos projetos, isto é, tudo se iniciou com o desenvolvimento manual das peças, conjuntos, plantas e circuitos. Após a invenção do computador, sua modernização e a criação dos mais diversos softwares de desenho técnico, essa prática manual é utilizada mormente para fins didáticos, ou seja, não é comum a realização de desenhos técnicos projetivos de forma manual nas organizações. Figura 12: Compasso Fonte: Francesconi (2010, p.04) Montenegro (2001) acredita que por mais que os instrumentos sejam de qua- lidade, ainda assim, existe um fator muito importante para o desenho técnico que é o nível de conhecimento do projetista. Dessa forma, ele explicita como utilizar as ferramentas estudadas anteriormente. Confira o Capítulo 2 de seu livro Desenho arquitetônico (4ª Edição). Disponível em Minha Biblioteca: ht- tps://bit.ly/3zXeXey. Acesso em: 26 jul. 2021. BUSQUE POR MAIS 26 2.1.2 As Ferramentas do Desenho Assistido por Computador É esperado que com a evolução da tecnologia, as atividades de engenharia, como cálculos, projetos, análises gráficas, estatísticas e outras passem a ser realizadas com o auxílio do computador e da internet. Com o desenho técnico não é diferente, é notório que as técnicas de desenho se adaptam às novas tecnologias e suas melhorias na engenharia. O desenho assistido por computador (CAD) é a inovação em desenho técnico, isto é, uma forma diferente de realizar determinado projeto dentro das mesmas padronizações existentes. Para o desenho técnico, como estudado no capítulo 1, existem diversos softwares capazes de replicar com exatidão as técnicas de desenho manual obtidas pelo projetista. Cada um com sua especialidade e particularidade. A Autodesk disponibiliza uma série de softwares para CAD, um deles que é bastante conhecido é o AutoCad. Com essa ferramenta é possível criar desenhos em 2D e 3D, sendo sólidos, superfícies ou malhas. De acordo com dados obtidos pela Autodesk, a produtividade cresce cerca de 63% com a utilização desse software. Outro programa bastante funcional, principalmente para a arquitetura, é o 3DS Max, que realiza toda a parte de design e renderização gráfica. Já o Revit é bastante utilizado para a criação de projetos, principalmente pela área de construção civil. Por último, o Civil 3D é amplamente utilizado para os projetos de urbanização, como pavimentação. O SolidWorks da empresa Dassault Systèmes S.A é um software de computação gráfica disponível para a criação de objetos em 3D. Através da idealização de um objeto sólido, é possível montar conjuntos complexos como o exemplo na Figura 13. A montagem de conjuntos é feita a partir do posicionamento no plano geométrico e no pareamento de faces sólidas. O SketchUp da empresa Trimble Navigation é normalmente utilizado pelos profissionais de arquitetura, sendo possível trabalhar com diversas ferramentas de design e decoração. Através da leitura de uma planta, o software é capaz de modelar um objeto em 3D e renderizar sua perspectiva. Nesse software também é possível importar plantas baixas desenhadas com o AutoCad. O Inventor CAM da Solid CAM é um programa muito útil para a indústria que realiza trabalhos por CNC (Comando numérico computadorizado). Nele, é possível fazer um desenho técnico com as medidas padronizadas e exportar para um programa de leitura CNC, fazendo com que o torno ou a fresadora CNC reproduza esse sólido com mais perfeição nos detalhes. Figura 13: Compasso Fonte: Francesconi (2010, p.04) 27 O Maya, inicialmente da Alias Systems Corporation, mas vendido para a Autodesk, é um software de design e desenvolvimento técnico. Normalmente, é utilizado pela área da medicina e tecnologia de animações e games. Entretanto, pode ser utilizado para a reprodução de objetos em duas e três dimensões. Independente do software utilizado, o importante para a execução de um bom desenho técnico é, sem dúvida, o conhecimento técnico do projetista. Principalmente seu treinamento e sua familiaridade com o programa a ser trabalhado. Dessa forma, pode-se garantir produtividade, maior assertividade, correção de erros e revisão dos projetos criados. Para o desenvolvimento das técnicas de desenho digital é fundamental que o projetista passe pela experiência manual, independentemente do quão evoluída a tecnologia seja. É preciso primeiro saber executar com maestria as técnicas manuais, antes de executar projetos utilizando qualquer software CAD. Um bom começo para as técnicas de desenho é conhecer a caligrafia técnica utilizada para o sistema de cotas e legenda. Para um bom desempenho na caligrafia técnica, é necessário que o projetista tenha em mente três parâmetros: seja legível, uniforme e adequada quando reproduzida. A escrita precisa respeitar a mesma largura para letras maiúsculas ou minúsculas, as linhas devem tocar-se preenchendo vazios entre intercessões. A NBR 16861/2020 descreve as dimensões em milímetros que devem ser utilizadas para cada tipo de caractere, como visto na Tabela 2: Ainda conforme a NBR 16861/2020, é possível interpretar as dimensões tabeladas conforme o Figura 14, que apresenta uma exemplificação. Para interpretação da imagem pode-se fazer uma correlação entre as cotas e a característica na Tabela 2. 2.2 DESENVOLVIMENTO DE CALIGRAFIA TÉCNICA E TRAÇOS Tabela 2 : Dimensões de caracterestécnicos conforme NBR 16861/2020 Fonte: Adaptado NBR 16861 (2020) 28 Além das dimensões tabeladas, a caligrafia técnica pode seguir dois padrões. Ela pode ser reta, ou seguir uma grafia itálica. Para a grafia no estilo itálico, é necessário definir um ângulo obrigatoriamente de 15 graus, isso em relação ao seu eixo vertical (CRUZ, 2014). A Figura 15 ilustra a angulação: Para o desenvolvimento das técnicas de desenho digital, é fundamental que o projetista passe pela experiência manual, independentemente do quão evoluída a tecnologia seja. É preciso primeiro saber executar com maestria as técnicas manuais, antes de executar projetos utilizando qualquer software CAD. Um bom começo para as técnicas de desenho é conhecer a caligrafia técnica utilizada para o sistema de cotas e legenda. Após o estudo da caligrafia, é necessário entender os tipos de traços (linhas) e determinar em qual ocasião cada um é utilizado. A NBR 16861/2020 determina a nomenclatura das linhas, assim como sua aplicação dentro do desenho técnico. Para a leitura e interpretação de um desenho, é extremamente importante que o projetista tenha cuidado com o traçado, desenhando cada tipo de linha em sua aplicação determinada, evitando assim que o observador se sinta confuso durante a leitura do desenho. O Quadro 1 apresenta os tipos de linha e sua aplicação: Figura 14: Aplicação das dimensões conforme NBR 16861/2020 Fonte: Adaptado NBR 16861 (2020) Figura 15: Modelo de caligrafia em itálico Fonte: Jeronymo (2016, p. 7) 29 Quadro 1: Tipos de linha e aplicação conforme NBR 16861/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16861/2020 Tipo de Linha Nomenclatura Utilização Contínua larga • Contorno visível; • Aresta visível. Contínua estreita • Linhas de interseção imaginárias; • Linhas de cotas; • Linhas auxiliares; • Linhas de chamadas; • Hachuras; • Contornos de seções rebatidas na própria vista; • Linhas de centros curtas. Contínua estreita à mão livre • Limites de vistas ou cortes parciais ou interrompidas se o limite não coincidir com linhas traço e ponto. Contínua estreita em ziguezague • Desenhos confeccionados por máquinas. Tracejada larga • Contornos não visíveis; • Arestas não visíveis. Tracejada estreita • Contornos não visíveis; • Arestas não visíveis. Traço e ponto estreita • Linhas de centro; • Linhas de simetrias; • Trajetórias.' Traço e ponto largo • Indicação das linhas ou superfícies com indicação especial. Traço dois pontos estreita • Contornos de peças adjacentes; • Posição limite de peças móveis; • Linhas de centro de gravidade; • Cantos antes da conformação; • Detalhes situados antes do plano de corte. É importante salientar que a norma é válida tanto para desenhos técnicos feitos à mão, quanto para aqueles feitos utilizando qualquer um dos softwares licenciados. Durante o aprendizado do desenho técnico é interessante que o discente treine sua caligrafia técnica e seu traçado com os diferentes tipos de materiais e ferramentas já explicitados na seção 2.1. Cruz (2014) complementa a tabela de linhas descritas pela NBR com a variação da sua nomenclatura nos softwares CAD (desenho assistido por computador). Confira o Capítulo 5 de seu livro Desenho Técnico. Disponível em Minha Biblioteca: https://bit.ly/3BHRCP4. Acesso em 26 jul. 2021. BUSQUE POR MAIS 30 O desenho técnico existe para complementar um projeto, explicitar dimensões e detalhes de um produto e conversar com o observador, a fim de estabelecer uma fiel reprodução dele. Mas, e quando é preciso desenhar algo que já foi produzido? Nesse caso, a observação é o fator fundamental na reprodução do desenho. A prática de desenho e observação é comumente utilizada para o aprendizado. Nesse caso, os discentes precisam reproduzir um objeto já existente, isto é, fazer a observação e utilizar a imaginação para construir a geometria descritiva daquele objeto. O observador precisa ser capaz de definir quantas vistas serão necessárias para determinar a quantidade de detalhes do desenho, qual a escala é representativa e, por fim, reproduzir sua observação. A Figura 16 ilustra uma reprodução por observação: Nesse caso, o desenhista observou a peça, imaginou sua representação conforme a geometria descritiva, definiu a quantidade de vistas necessárias para representar a maior quantidade de informações possíveis do objeto e passou para o papel o seu ponto de vista. Para esse caso, foram necessárias duas vistas: a vista superior e uma das vistas laterais, nesse caso, a direita. 2.3 DESENHO E OBSERVAÇÃO Figura 16: Reprodução por observação Fonte: Elaborado pelo autor (2021) Com os estudos obtidos até o presente capítulo, criou-se o conceito de projeções ortogonais, pelo qual representamos, através de duas dimensões, objetos tridimensionais. Sabe-se que as projeções ortogonais seguem a avaliação técnica do observador, definindo como frontal a vista que mais apresenta informações do objeto escolhido. Com base no estudo, observe os objetos abaixo e suas vistas e identifique as vistas: frontal, posterior, superior e laterais (quando necessário). VAMOS PENSAR? 31 a) b) 32 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O discente que irá aprender o desenho técnico precisa começar pelas práticas mais contemporâneas, o desenho manual. Para a execução do desenho técnico projetivo manual existe a necessidade de utilizar uma variedade de materiais que, por sua vez, oferecem ao desenhista as características necessárias para desenvolver diferentes estilos. Dentre os utensílios utilizados pelo desenhista técnico, pode-se destacar: a) lápis (espessuras variadas), lapiseira (diversas medidas), caneta (esferográfica preta), papel (conforme ISO 216), borracha, jogo de esquadros, escalímetro (régua 3D), régua paralela (régua em T), gabarito de formas, compasso e transferidor. b) lápis (única espessura), lapiseiras, papel (conforme ISO 9001), borracha, jogo de esquadros, escalímetro (régua 2D), régua paralela (régua em T), gabarito de formas, compasso e transferidor. c) lapiseiras (obrigatório), papel (conforme ABNT), borracha, cola, tesoura, jogo de esquadros, escalímetro (régua 3D), régua paralela (régua em T), gabarito de formas, compasso e transferidor. d) lápis, borracha, caneta, tesoura, cola, fita, papel e réguas. e) lápis (variadas espessuras), lapiseiras, papel (conforme ISO 216), borracha, jogo de esquadros, escalímetro (régua 3D), régua paralela (régua em T), gabarito de formas, compasso e transferidor. 2. Observe a escala a seguir: O lápis é fundamental para o desenhista, utilizando o material correto é possível realizar uma infinidade de traços. Os lápis possuem classificação de acordo com B (negritude), H (dureza), F (Espessura da ponta) e HB (Mescla de H com B). Visto isso, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira: I - 9B e 4B ( ) – Linhas médias e escrita padrão. II - 3B e B ( ) – Xilografia / Xilogravura. III - HB e F ( ) – Desenho técnico projetivo. IV - H e2H ( ) – Desenhos livres. V - 3H a 5H ( ) – Desenho não projetivo e artístico. VI - 6H a 9H ( ) - Traços escuros e espessos. a) III – IV – VI – II – V – I. b) III – VI – IV – II – V – I. c) IV – VI – I – III – II – V. d) V – II – I – VI – IV – III. e) III – II – I – V – IV – VI. 33 3. Para a confecção de desenhos técnicos, o papel utilizado é o sulfite (branco e sem pautas). As dimensões para desenho variam conforme a ISO 216 em classificações A, B e C. Todavia, a classificação utilizada para o desenho é a A, sendo os tamanhos A4, A3 e A0 os mais comuns. Com base no capítulo estudado, assinale a alternativa que apresenta as dimensões dos modelos A4, A3 e A0 respectivamente: a) A4 (20 x 30), A3 (30 x 40) e A0 (85 x 119) b) A4 (84,1 x 118,9), A3 (29,7 x 42) e A0 (21 x 29,7) c) A4 (21 x 29,7), A3 (29,7 x 42) e A0 (84,1 x 118,9) d) A4 (50 x 32), A3 (23,9 x 42,11) e A0 (85 x 118,95) e) A4 (21 x 29,5), A3 (29,5 x 42) e A0 (84,1 x 119,9) 4. Esse instrumento é utilizado para medir e desenvolver umavariação de escala em um desenho, sendo possível encontrar seis tipos diferentes de escalas: 1: 20, 1: 25, 1: 50 ,1: 75, 1: 100 e 1: 125. Essa é uma importante ferramenta principalmente para os desenhos técnico mecânico, arquitetônico e estrutural, que trabalham bastante com escalas de redução. O texto se refere à/ao: a) Escalímetro. b) Borracha. c) Régua em T. d) Transferidor. e) Esquadro de 30 e 60°. 5. Essa evolução é a inovação do desenho técnico, isto é, uma forma diferente de realizar projetos dentro das mesmas padronizações existentes. Existem no mercado diversos softwares capazes de replicar com exatidão as técnicas de desenho manual obtidas pelo projetista. Cada um com sua especialidade e particularidade. Estamos falando das ferramentas de: a) desenho manual (CAD). b) desenho técnico no computador (CAD). c) desenho técnico projetivo por computador (CAD). d) desenho computadorizado automático (CAD). e) desenho assistido por computador (CAD). 6. Observe o objeto ilustrado abaixo: 34 A vista frontal de um objeto deve ser determinada de acordo com o observador, ele a escolherá com base na maior quantidade de informação que a face possui. Assumindo essa afirmação, considere a vista frontal do objeto acima apontada pela seta e assinale qual a sua melhor representação bidimensional: a) b) c) d) e) 7. A NBR 16861:2020 determina tanto a nomenclatura quanto a utilização das diferentes linhas contidas no desenho técnico. O projetista, no entanto, precisa saber com exatidão qual o tipo de linha deve ser aplicado em determinadas situações dentro do desenho técnico. Essa interpretação deve fazer parte não só da execução, mas também da leitura de projetos. Observe a afirmação a seguir: “Essa linha é utilizada para a representação de limites de vistas ou cortes parciais ou 35 interrompidas somente se o limite não coincidir com linhas traço e ponto.”. A afirmação acima se refere à aplicação da linha: a) ziguezague. b) contínua larga. c) traço dois pontos estreita. d) contínua estreita à mão livre. e) traço e ponto largo. 8. De acordo com A NBR 16861:2020 e os tipos de linha para desenho técnico, associe a segunda coluna com a primeira. I - ( ) - Tracejada larga. II - ( ) - Contínua estreita em ziguezague. III - ( ) - Contínua estreita a mão livre. IV - ( ) - Contínua estreita. a) I – II – III – IV. b) IV – III – II – I. c) III – II – IV – I. d) I – II – IV – III. e) IV – II – III – I. 36 REPRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 37 3.1 REPRESENTAÇÃO POR ESQUEMA Os termos empregados no desenho técnico são bastante variados e podem, inclusive, confundir os discentes que estejam cursando a disciplina. Para que não haja conflito entre os termos utilizados, a NBR 10067 (1995) os divide em diversos grupos conforme o aspecto geométrico da representação gráfica, o grau de elaboração e a pormenorização do desenho, o material e a execução e o método de obtenção. Dentro dessa classificação existem diversas definições para as mais variadas formas de expressão gráfica, as quais enquadram os termos de desenho técnico projetivo, não projetivo, esboço, desenho preliminar, croqui, definitivo, desenho de componente, de conjunto, detalhado, desenho original e reprodução (NBR 10067, 1995). Um esquema representa um determinado objeto por traços simples, isto é, desenvolve os elementos contidos nele por símbolos gráficos simples e diretos. Normalmente, ele contém as principais ideias e elementos básicos do objeto, a fim de passar ao leitor a maior quantidade de informação possível em menor tempo. Não se deve confundir o esquema com a representação técnica do desenho, pois nesse tipo não existe o emprego de cotas, escalas ou legendas. São representações mais simples, para serem executadas em um curto período de tempo, e mesmo que apresentem a maior gama de informações possível, são executados mais rapidamente porque não requerem um estudo tão avançado para serem reproduzidos. O esquema é uma representação não projetiva. Ele pode ser encontrado em sua grande maioria na representação de esquemas hidro-eletro-pneumáticos. Mesmo não sendo uma representação projetiva, o esquema possui simbologias, anotações e destaques que serão o diferencial na leitura e interpretação do desenho. Um exemplo clássico desse tipo de representação é apresentado na Figura 17: Outra área muito abrangente pelos esquemas é a hidráulica. Os circuitos hidráulicos também são considerados representações por esquema. Bem similares aos elétricos, os esquemas hidráulicos possuem a maior quantidade de informação possível acerca de um sistema hidráulico, representado através de simbologias técnicas e desenhos simples. A Figura 18 demonstra um exemplo: Figura 17: Exemplo de um esquema elétrico Fonte: Mattede (2014, s.p) 38 As simbologias e representações esquemáticas utilizadas pela pneumática não diferem da hidráulica. Em alguns casos, o que difere são pequenas alterações indicativas de robustez do equipamento, uma vez que a pneumática trabalha com ar comprimido e a hidráulica com fluidos líquidos (como óleos). Apesar de se tratarem de representações simplificadas, todos os esquemas são executados baseando-se em normatização legal, principalmente para a reprodução de simbologia técnica, que deve respeitar seu padrão para a interpretação do observador. A simbologia elétrica é ditada pela NBR 5410/2004 - Projetos elétricos; já a simbologia para elementos hidráulicos e pneumáticos é ditada pela NBR 8896/1985 – Símbolos gráficos para sistemas e componentes hidráulicos e pneumáticos. Croqui é um termo de origem francesa que traduzido para o português é o mesmo que esboço. Esses esboços representam os objetos de maneira rápida, sendo o estágio inicial de um desenho técnico, que pode representar os estágios iniciais de um projeto ou até mesmo representar componentes e elementos que façam parte de um sistema maior. Em geral, ele apresenta as ideias iniciais que cercam a representação a ser concluída, ou seja, é a fase inicial do desenho técnico (PACHECO; CONCÍLIO; FILHO, 2017). Os traços desse tipo de representação são simples, obrigatoriamente feito à mão livre, sem uma escala bem definida ou elementos obrigatórios como cotas, simbologias e outros. À medida que o desenhista idealiza e estuda o seu esboço, ele toma mais complexidade, apresentando uma maior qualidade e também exibindo uma maior quantidade de informações. A Figura 19 ilustra um croqui: Figura 18: Exemplo de um esquema hidráulico Fonte: Elaborado pelo autor (2021) 3.2 REPRESENTAÇÃO POR CROQUI 39 Os esboços fazem parte não só do desenho mecânico ou automotivo, mas podem ser vistos também na construção civil, projetos de dutos, montagem de equipamentos complexos e também na arquitetura. Na Figura 20 têm-se um exemplo de um croqui feito por Oscar Niemeyer de um parque e um centro cívico em Vicência: A representação do desenho em formato de esboço é o primeiro passo do desenho técnico, de um projeto e de uma execução. Através do esboço, o autor consegue imaginar todos os detalhes, estudar cada intercepção do projeto e definir todos os pontos cruciais para o desenvolvimento do desenho técnico projetivo, que pode seguir a produção manual ou não. Figura 19: Exemplo de um croqui Fonte: Mattede (2014, s.p) Figura 20: Croqui de Oscar Niemeyer Fonte: Mattede (2014, s.p) O croqui não é um elemento obrigatório no desenvolvimento de um projeto, o autor pode ou não desenvolvê-lo. Todavia, é uma ferramenta muito importante para dar forma a uma imaginação, colocar no papel e poder discutir as possíveis melhorias e mudanças no projeto. E mesmo que os desenhos técnicos não sejam manuais, isto é, sejam reproduzidos por CAD, pode-se fazer os croquis manuais para auxílio na hora da construção do projeto final do objeto idealizado inicialmente. FIQUE ATENTO 40 A representação por desenho técnico é a etapa final desse projeto. Trata-se da representação gráficade um objeto, apresentando formatos, elementos, tipos diferentes de traçados, simbologia, caligrafia técnica, cotas, legenda e margem. Todos esses elementos contidos no desenho técnico devem manter-se de acordo com a vigência das normas utilizadas para sua padronização (MORAES, 2001). Essa representação é amplamente utilizada na engenharia, na arquitetura e na construção civil como a última etapa do projeto, ou seja, o arquivo base para a execução de um projeto nas áreas afins. Em alguns casos, a representação gráfica necessita do auxílio de diferentes vistas (posições) e uma perspectiva (bidimensional) do objeto. Como visto, as vistas são projeções em duas dimensões de um objeto conforme a orientação do observador no espaço. Ela representa todas as faces do objeto, entretanto, nem sempre há necessidade de utilizar todas elas. A Figura 21 ilustra o conceito de projeções ortogonais conforme posicionamento do observador em relação ao plano de exibição: As projeções ortogonais podem ser apresentadas de duas formas, no primeiro diedro e no terceiro diedro. Os diedros são regiões limitadas por dois semiplanos que formam uma linha perpendicular entre si, esses diedros são enumerados conforme a posição anti-horária (assim como um círculo trigonométrico) (PACHECO; CONCÍLIO; FILHO, 2017). A Figura 22 ilustra os diedros e sua numeração: 3.3 REPRESENTAÇÃO POR DESENHO TÉCNICO Figura 21: rebatimento das projeções ortogonais em planos distintos Fonte: Pedroso (2018, p. 30) Figura 22: Diedros (1° ao 4°) Fonte: Pessoa (2014, p. 6) 41 Em desenho técnico, os dois diedros utilizados são o primeiro e o terceiro, sendo o primeiro utilizado pela maioria dos países do globo, incluindo o Brasil (por recomendação pela ABNT). Já o terceiro diedro é utilizado por uma pequena parcela de países, como o Estados Unidos e o Canadá. A representação das vistas ortogonais em cada diedro difere uma da outra, sendo apresentada na Figura 23: Nota-se claramente que as representações ortogonais tanto no primeiro quanto no terceiro diedro priorizam a vista frontal dentro do desenho. O que diferencia ambos os diedros são as vistas ortogonais restantes, sendo que no primeiro projeta-se a vista no sentido oposto do que é visto, já no terceiro diedro projeta-se a vista no mesmo sentido. Para leitura e interpretação, o observador precisa ter em mente essas posições, entretanto, existe uma simbologia obrigatória utilizada na legenda para identificar em qual diedro o projeto se encontra. Essa simbologia pode ser vista na Figura 24: Independente do diedro utilizado, é preciso que as vistas possuam as dimensões reais do objeto, sem aproximações ou arredondamentos (mesmo quando em escalas de ampliação e redução). Além disso, elas precisam estar devidamente espaçadas com a mesma distância entre si e possuir todas as cotas (medições) necessárias para sua interpretação. Agora que você sabe o que são as vistas e o que são os diedros, vamos praticar um pouco. Observe os três objetos ilustrados nas alternativas A, B e C, reproduza em primeiro diedro as vistas frontal, superior e lateral esquerda: a) b) c) VAMOS PENSAR? Figura 23: Representação das vistas ortogonais no 1° e 3° diedro Fonte: Ribeiro, Perez e Izidoro (2013, p. 31) Figura 24: Simbologia técnica da representação dos diedros Fonte: Pessoa (2017, p. 7) 42 Para melhor aproveitamento do conteúdo de relacionado às projeções ortogo- nais, sugere-se a resolução dos exercícios do Capítulo 3, obra: Curso de Desenho Técnico e AutoCad, por Ribeiro, Peres e Izidoro (2013). Disponível em: https://bit.ly/39hbCfN. Acesso em: 28 jul. 2021. BUSQUE POR MAIS Uma perspectiva é a representação gráfica de um objeto de três dimensões em um plano de duas dimensões (papel), ela é criada com a finalidade de instruir o obser- vador da representação real do objeto contido no desenho. Na perspectiva é possível representar largura, altura e profundidade dos objetos representados. Além do mais, essa representação classifica-se em três grupos e seus subgrupos: cavaleira (obliqua), axonométrica e cônica. A perspectiva cavaleira representa o objeto paralelo ao plano. Nesse tipo de repre- sentação, tanto altura como largura são representadas com dimensões reais do objeto, enquanto a profundidade é reduzida. A perspectiva cônica, também conhecida como perspectiva do arquiteto, representa com maior precisão a realidade do olho humano. Sua principal diferença é a presença de linhas oblíquas ao objeto, chamadas de ponto de fuga (PF) (MORAES, 2001). Já a perspectiva axonométrica se subdivide em três tipos. A isométrica baseia-se em uma representação de três linhas (semi-retas) partindo de uma mesma origem (for- mando ângulo de 120° entre elas). A perspectiva dimétrica possui o mesmo conceito, porém apenas duas de suas semi-retas possuem ângulos iguais. A representação tri- métrica é o resultado do ângulo diferente entre os três traçados (PACHECO; CONCÍLIO; FILHO, 2017). Ainda existem dúvidas quanto representações isométricas? Recomenda-se a leitura e resolução dos exercícios do Capítulo 4 do livro Manual de Desenho Técnico para Engenharia, de Leake e Borgerson (2015). Disponível em: https://bit.ly/3mLiFRb. Acesso em: 28 jul. 2021. BUSQUE POR MAIS Para que a representação seja um desenho técnico, como dito, existe a necessi- dade da presença de margens, legendas e o sistema de cotas do objeto. As margens e legendas formam o conjunto chamado de layout (leiaute), esse conjunto é determinado pela NBR 16752/2020 - Desenho técnico — Requisitos para apresentação em folhas de desenho. A folha para desenho, como já estudado, pode ser sulfite (branca) ou papel com legenda e bordas já dimensionados. O tipo de papel mais usual na prática de desenho técnico é o classe A, mais po- pularmente os tamanhos, A4, A3 e A0. As margens do papel do tipo A utilizado para o desenho técnico devem obedecer às dimensões conforme a Tabela 3. 43 Papel Margem Esquerda Margem Direita Espessura Linha A0 20 mm 10 mm 1,0 mm A1 20 mm 10 mm 1,0 mm A2 20 mm 10 mm 0,7 mm A3 20 mm 10 mm 0,7 mm A4 20 mm 10 mm 0,7 mm Tabela 3: Dimensões de margens para papel A conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) A folha pode ser utilizada nas duas orientações existentes, paisagem ou retrato, conforme necessidade do desenho. A margem à esquerda do desenho é por norma mais larga (o dobro) das demais, as margens superior e inferior replicam o padrão da direita. Utiliza-se a parte esquerda do papel para anexar desenhos em cadernos, por esse motivo a dimensão é dobrada, para que haja espaço para furações e amarrações do desenho. A contagem da dimensão das margens é feita da extremidade limite do papel para o centro, conforme a Figura 25: Figura 25: Representação da margem conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) Independente da orientação, a legenda toma o canto inferior direito. Suas dimen- sões são 178 milímetros de comprimento, e 100 de altura, essa configuração satisfaz le- gendas para tamanhos de papel, A4, A3 e A2. Para os formatos A1 e A0 utiliza-se por padrão 175 milímetros de comprimento e 100 de altura (NBR 16752, 2020). A Figura 26 ilustra a representação da legenda no formato paisagem: Figura 26: Representação da legenda no formato paisagem conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) As cotas no desenho técnico existem com a finalidade de quantificar medidas. Elas definem a exatidão e mensura com precisão as dimensões do desenho apresenta- do. Sem as medidas, afinal, não seria possível reproduzir o desenho. O sistema de cota- gem é regido pela NBR 10126/1998. Sua aplicação não tem restrição quanto a posição no desenho, entre tanto existe um padrão a ser seguido. 44 A cotagem é representada por um par de linhas auxiliares puxadas da extremida- de do desenho, que não o toquem, juntamente com uma linha paralela ao desenho e perpendicular às linhas auxiliares (linha de cota). Normalmente na extremidadeda linha de cota existe a presença de uma seta ou de um traço simples, a Figura 27 demonstra: Figura 27: Representação do formado da cota conforme NBR 10126/1998 Fonte: NBR 10126 (1998, p.04) A numeração das cotas exige o desenvolvimento da caligrafia técnica, podendo conter números, letras e simbologia técnica. Esse caractere é o que recebe o nome de cota, ele é posicionado sempre na posição superior da cota ou à esquerda, sem tocar a cota e também sem sofrer rotação, formando sempre um ângulo de 90° entre o carac- tere e a cota. A Figura 28 representa: Figura 28: Representação de cotagem conforme NBR 10126/1998 Fonte: NBR 10126 (1998, p.03) Todas as cotas devem possuir o mesmo tamanho, posicionadas sempre no centro da linha de cota. As Linhas auxiliares e de cotagem são de espessura mais fina do que as margens do desenho, utiliza-se a linha continua estreita para a sua confecção. Com todos os elementos citados explora-se a representação do desenho técnico. Esse tipo de representação é mais complexa e deve ser fiel ao objeto, apresentando sempre todas as informações necessárias para a execução dele. É importante que tanto projetista quanto leitor estejam cientes das normas que envolvem a construção dessa representação. 45 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A NBR 10647/1989 define os termos utilizados para o Desenho Técnico, essas definições possuem divisões em sua classificação. Cada classificação possui sua distinção, podendo variar desde técnicas utilizadas, tipos de representação e também o método de execução do desenho. Essas definições estão descritas nos tópicos da norma brasileira, são elas: a) Quanto ao aspecto geométrico - Quanto ao grau de elaboração - Quanto ao grau de pormenorização - Quanto ao material empregado - Quanto à técnica de execução - Quanto ao modo de obtenção b) Quanto as vistas ortográficas - Quanto ao grau de perspectiva - Quanto ao grau de pormenorização - Quanto ao material empregado - Quanto à técnica de execução - Quanto ao modo de obtenção c) Quanto ao aspecto geométrico - Quanto ao grau de esboço - Quanto ao grau de pormenorização - Quanto ao material empregado - Quanto à técnica de execução - Quanto ao modo de patente d) Quanto ao aspecto geométrico - Quanto as vistas ortográficas - Quanto ao grau de pormenorização - Quanto ao software empregado - Quanto à técnica de execução - Quanto ao modo de patente e) Quanto ao aspecto técnico - Quanto ao grau de geometria - Quanto ao grau de pormenorização - Quanto ao material manual empregado - Quanto à técnica de elaboração - Quanto ao modo de obtenção 2. Leia atentamente a afirmação: “Essa representação é uma forma básica das relações e funções de um objeto ou sistema, através da utilização de traços simples, sem o detalhamento de estruturas e componentes desse objeto/sistema. É uma representação muito utilizada para as áreas de eletrotécnica, hidráulica e pneumática. ” A afirmação acima é a definição de um: a) Croqui. b) Esboço. c) Desenho Técnico. d) Esquema. e) rascunho. 3. Leia atentamente a afirmação e faça o que se pede: “É um termo de origem francesa que pode ser traduzido como esboço. É uma representação feita manualmente, contendo os detalhes cruciais para o projeto, não possui distinção de tipos de linhas, tipo de papel técnico ou necessita de legendas. É a etapa inicial do desenho técnico. Apesar de ser importante para o desenvolvimento, não é obrigatório. ” A afirmação acima é a definição de um: 46 a) Esquema. b) Desenho Técnico. c) Rascunho. d) Anotação Técnica. e) Croqui. 4. Para que seja considerado um desenho técnico projetivo, é necessário que a representação gráfica respeite e reproduza normas e regras impostas pela disciplina e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sua execução deve respeitar os seguintes elementos: a) Formas, cores, elementos, traços distintos, símbolos padrão, cotas, legenda, margem e carimbo. b) Formato, elementos, diferentes tipos de traços, simbologia e caligrafia técnica, cotas, legenda e margem. c) Geometria, elementos, diferentes tipos de traços, simbologia e norma técnica, cotas, legenda e margem. d) Formato, elementos, único tipo de traços, simbologia e caligrafia técnica, cotas, legenda e margem. e) Forma, diferentes tipos de traços, simbologia e caligrafia técnica, cotas, legenda, margem e carimbo. 5. Os diedros são regiões limitadas por dois semi-planos que formam uma linha perpendicular entre si, esses diedros são enumerados conforme a posição anti-horária, similar ao círculo trigonométrico na geometria. Cada intersecção desses planos (diedros) são utilizadas para representar as projeções ortogonais de objetos que estejam inseridos nele. Nem todos os diedros são utilizados para representações técnicas, apenas dois deles são utilizados devido melhor representatividade. Na maioria dos países do mundo, assim como no Brasil utiliza-se qual diedro? a) 3º Diedro b) 1º Diedro c) 2º Diedro d) 1º e 3º Diedros e) 4º Diedro 6. O primeiro diedro é mundialmente utilizado, com recomendações pela ABNT no Brasil. Essa representação é a primeira no sentido anti-horário na representação da intersecção entre os planos. Observe a figura: 47 De acordo com a representação do primeiro diedro, enumere as projeções ortogonais com base no desenho. ( ) Vista frontal ( ) Vista lateral posterior ( ) Vista superior ( ) Vista inferior ( ) Vista lateral esquerda ( ) Vista lateral direita a) 1 – 4 – 2 – 5 – 3 – 6 b) 1 – 6 – 5 – 2 – 3 – 4 c) 1 – 2 – 3 – 5 – 6 – 4 d) 1 – 5 – 2 – 6 – 3 – 4 e) 1 – 6 – 2 – 5 – 3 – 4 7. As projeções ortogonais são uma forma de apresentar ao observador maior quantidade de detalhes de um objeto. Através da confecção das vistas o desenhista traz ao observador a capacidade de imaginar o que não é visto. Entretanto em alguns casos não é necessário que se desenhe todas as vistas para que se tenha uma representação completa. Através dessa informação assinale a alternativa que contenha a representação correta da perspectiva ao lado: a) b) c) d) e) 8. O papel utilizado na produção de um desenho técnico pode ser o sulfite branco, ou papel já fabricado com legenda e margens. A orientação do uso é livre, mas independentemente dessa orientação é obrigatório que a legenda seja exibida no canto direito inferior da folha. A dimensão da legenda pode sofrer alterações mínimas conforme o tamanho de folha, especificamente para os papéis A4, A3 e A2 as dimensões são: a) 175 mm de comprimento e 100 de altura. b) 173 mm de comprimento e 100 de altura. c) 178 mm de comprimento e 115 de altura. 48 d) 178 mm de comprimento e 100 de altura. e) 178 mm de comprimento e 102 de altura. 49 NORMATIZAÇÃO PA- RADESENHO TÉCNICO 50 4.1 A IMPORTÂNCIA DA NORMATIZAÇÃO DO DESENHO Imagine que você está dirigindo um carro, pense em quantas normas de trânsito existem. A indicação das luzes dos semáforos, as cores das faixas nas vias, as diferentes placas e indicações que os motoristas e pedestres conhecem e respeitam. Agora imagine que essas leis de trânsito vão mudar de acordo com o estado do país que você visitar, ou seja, uma permissão para dirigir em Minas Gerais não é a mesma em Brasília ou Amazonas. Agora imagine a importância das leis de trânsito para o motorista, e como a vida dele seria mais complicada se fosse diferente em cada lugar que ele precisasse visitar. Pense que sem a padronização existente, o motorista iria precisar aprender as novas regras, perdendo um tempo gigantesco com o conhecimento da nova padronização para permanecer poucos dias em um lugar em específico. A normatização para o desenho técnico segue a mesma linha de raciocínio. Imagine várias empresas diferentes cada uma com a sua norma padrão para um desenho técnico. O desenhista ou leitor de desenhos precisaria aprender em cada nova empresa,as novas regras para leitura e interpretação de desenhos dentro de suas diretrizes. A normatização é importante principalmente pela padronização da atividade, mas também na alfabetização do público que executa esse trabalho. Como visto anteriormente, o desenho técnico é uma forma de comunicação. Representa através de elementos gráficos as características físicas de um determinado projeto. Por se tratar de uma ferramenta de comunicação, é necessário que seja padronizado, assim como a língua nativa de um país, ou como as regras de trânsito, conforme no exemplo dado. Assim como o idioma nativo de um país, as normas de desenho técnico podem ser diferentes dependendo do local em que se está. Para desenho técnico existem as normas internacionais, chamadas ISO (International Organization for Standardization), que são normas de padronização global, isto é, não mudam independente do país em que se esteja. Existe também a normatização internacional utilizada nos Estados Unidos e no Canadá, chamada ASME (American Society of Mechanical Engineers), e as normas brasileiras licenciadas pela ABTN (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Dentro das representações ortogonais, previstas por normatização, alguns países suge- rem a representação em primeiro diedro, entretanto, existe em uma minoria a represen- tação em terceiro diedro. Para fins de conhecimento e leitura do desenho técnico, faz- -se necessário o estudo e a memorização das posições ortogonais nos diferentes diedros. Qual das normas brasileiras abaixo apresenta a simbologia e representação ortogonal em ambos os diedros? A. NBR 16861:2020 D. NBR 16752:2020 C. NBR 14611:2000 D. NBR 12298:1995 E. NBR 10067/1995 VAMOS PENSAR? 51 As normas, tanto padrão internacional quanto nacional, podem sofrer alterações, revisões e cancelamentos a qualquer momento. Por isso, quando existir a necessidade de pesquisar uma norma específica é interessante procurar saber sobre as versões mais recentes ou cancelamento da mesma. FIQUE ATENTO 4.2 PRINCIPAIS NORMAS ABNT PARA DESENHO As normas brasileiras para desenho técnico foram criadas devido à necessidade de padronização dessa atividade como linguagem gráfica mundial. No Brasil, o órgão responsável pela distribuição desses documentos é a Associação Brasileira de Normas Técnicas, que é mais popularmente conhecida pela sua sigla ABNT. A ABNT distribui e supervisiona grande parte das normas utilizadas em diversos segmentos no país. No Brasil, a norma global de desenho é a NBR 10067/1995, mas existem normas auxiliares que determinam diversas padronizações para a execução dessa atividade. São elas: NBR 16752/2020 Desenho técnico — Requisitos para apresentação em folhas de desenho; NBR 16861/2020 Desenho técnico — Requisitos para representação de linhas e escrita; NBR 12298/1995 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenhos; NBR 8404/1984 Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos; NBR 6158/1995 Sistemas de tolerâncias e ajustes; NBR ISO 463/2013 Especificações Geométricas dos Produtos (GPS) — Instrumentos de medição dimensional — Características metrológicas e de projeto de relógio comparador mecânico. 4.2.1 NBR 10067/1995 - Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico Essa norma foi aprovada para utilização em junho de 1995, trata-se da norma que as terminologias utilizam para o desenho técnico. É a primeira norma regulamentadora que deve ser estudada para o início do aprendizado do desenho técnico. A Figura 29 apresenta as informações gerais da norma. Figura 29: Capa da NBR 10067/1995 Fonte: NBR 10067 (1995) 52 Em seus tópicos, a norma explicita os termos utilizados para o desenho técnico, classificando-os quanto a: geometria, elaboração do desenho, pormenorização, tipo de material empregado, técnica e execução e o modo de obtenção (NBR 10067, 1995). São os conceitos básicos que devem ser aprendidos antes do estudo prático do desenho técnico. 4.2.2 NBR 16752/2020 - Desenho Técnico: Requisitos para Apresentação em Folhas de Desenho Essa norma foi aprovada para utilização em janeiro de 2020, trata-se da norma que padroniza o leiaute de folha para a apresentação do desenho técnico, desde a padronização das margens, legenda espaço para o desenho, texto, símbolos e posicionamento dos elementos dentro da página. Recomenda-se que para melhor aproveitamento das instruções previstas por norma, consulte-se as demais normas incluindo a norma geral 10067/1995. A Figura 30 apresenta as informações gerais da norma: Em seus primeiros tópicos essa norma dita: espaçamento para o desenho, para o texto e para a legenda da obra. As condições para espaçamento de desenho padronizam a representação tanto em retrato quanto em paisagem, assim como explana que o desenho principal deve ser posicionado acima e à esquerda da folha (NBR 16752, 2020). Um exemplo clássico desse posicionamento seria um desenho das vistas ortogonais sendo complementadas por uma perspectiva isométrica, cuja perspectiva (desenho principal) tomaria o espaço esquerdo superior, enquanto as vistas ortogonais seriam reproduzidas no restante do espaço do papel. Quanto ao espaçamento para o texto técnico, a norma dispõe da configuração padrão do texto na legenda, sendo que a largura do texto deve respeitar as dimensões da legenda. Além disso, a legenda de um desenho deve conter, conforme NBR 16752/2020, explanações, instrução, referência, localização da planta ou objeto e tábua de revisão. A Figura 31 ilustra essa orientação: Figura 30: Capa da NBR 16752/2020 Fonte: NBR 16752 (2020) 53 Figura 31: Espaçamento para texto conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) Figura 32: Capa da NBR 16861/2020 Fonte: NBR 16861 (2020) É uma norma bastante complexa em conceitos, mas apresenta explicação simples e direta. Ao final de seu estudo, o discente será capaz de dispor dos componentes do desenho técnico de forma padrão conforme a norma, assim como compreender os motivos da padronização receber esse posicionamento para facilitar o dobramento e arquivamento do desenho. Ademais, essa norma também dispõe dos parâmetros técnicos de marcas de centro, escala referencial, referência por malhas e marcas de corte para papel sulfite branco. Salientando que as orientações são válidas tanto para novas produções, quanto para cópias de produções já realizadas. 4.2.3 NBR 16861/2020 - Desenho Técnico: Requisitos Para Representação de Linhas e Escrita Essa norma foi aprovada para utilização em novembro de 2020, trata-se da norma que padroniza o desenvolvimento de escrita técnica e padronização de caracteres especiais, linhas e escrita. A Figura 32 apresenta as informações gerais da norma. Nela é possível encontrar noções gerais, como legibilidade da escrita, uniformidade e padrão de tamanho das letras, espaçamento entre elas e adequação de reprodução. Além disso, ela especifica o dimensionamento de letras maiúsculas, minúsculas, números e angulação da escrita técnica (NBR 16861/2020). Além do mais, a norma também representa os padrões de desenvolvimento de linhas para o desenho técnico. Através da descrição das linhas, a norma apresenta exemplos técnicos demonstrando situações reais de aplicação dos traçados, demonstrando a prioridade da aplicação dos traçados, assim como o correto posicionamento de alguns elementos em desenho técnico. 54 4.2.4 NBR 8196/1999 - DESENHO TÉCNICO: EMPREGO DE ESCALAS Essa norma foi aprovada para utilização em dezembro de 1999, trata-se da norma que padroniza a aplicação de escalas em desenho técnico, tratando de ampliação (para objetos pequenos) e redução (para objetos grandes). A Figura 33 apresenta as informações gerais da norma. Por mais que a norma tenha sido cancelada em 2016, suas diretrizes e especificações de escala ainda são válidas e encontradas nas literaturas de desenho mais atualizadas (TOSCANI, 2020). Para o estudo das escalas, representa-se com a nomenclatura conforme a Equação1, na qual “X” representa um valor numérico inteiro, que é utilizado para representar o tamanho do objeto e o tamanho de referência da representação gráfica. Eq. 1 ESCALA = X:X Para as escalas de redução, o valor à esquerda é igual a 1, o que representa que a medida do objeto não sofreu alterações, o valor à direita representa o fator de redução, ou seja, o divisor das medidas reais do desenho (TOSCANI, 2020). Exemplos: Escala 1:2 quer dizer que se uma peça mede 50 metros, no desenho está representada 50/2 vezes, isto é, 25 metros. Para as escalas de ampliação, o valor à esquerda é igual ao multiplicador da medida, o que representa que a medida do objeto sofreu alterações, o valor à direita é igual a 1 (TOSCANI, 2020). Exemplos: Escala 2:1 quer dizer que se uma peça mede 2 milímetros, no desenho está representada 2*2 vezes, isto é, 4 milímetros. 4.2.5 NBR 12298/1995 – Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em Desenho Técnico Essa norma foi aprovada para utilização em abril de 1995, trata-se da norma que padroniza a aplicação da representação de cortes em desenhos técnicos. A Figura 34 apresenta as informações gerais da norma. Figura 33: Capa da NBR 8196/1999 (Cancelada) Fonte: NBR 8196 (1999)) 55 Quando existe um objeto a ser representado, espera-se que seu desenho técnico tenha a maior quantidade de informação possível, isto é, seja uma referência concreta para sua reprodução. Em alguns casos, faz-se necessária uma representação em corte, revelando uma área não vista através das vistas ortogonais ou perspectiva. Esses cortes são representados com traçados conforme a aplicação da NBR 8403 e também com as instruções da NBR 12298. As hachuras são linhas representando uma área sólida onde o corte hipotético passaria removendo material. Dessa forma, essas áreas são representadas graficamente conforme as orientações da norma de padronização de hachuras. Além dessa representação, a norma explicita também os tipos de representações que podem ser cortes parciais ou totais. A norma também apresenta as diferentes representações para materiais distintos (NBR 12298, 1995). 4.2.6 NBR 8404/1984 – Indicação do Estado de Superfícies em Desenhos Técnicos Essa norma foi aprovada para utilização em março de 1984, trata-se da norma que padroniza a aplicação de representação de superfície em desenhos técnicos. A Figura 35 apresenta as informações gerais da norma. Figura 34: Capa da NBR 12298 Fonte: NBR 12298 (1995) Figura 35: Capa da NBR 8404 Fonte: NBR 8404 (1984) 56 No contexto da norma são apresentados os símbolos básicos de superfície, assim como a simbologia utilizada para a representação do tipo de acabamento, como fresamento, polimento etc. Também representa os símbolos de indicação de estrias de superfície dos desenhos técnicos. 4.2.7 NBR 6158/1995 – Sistema de Tolerâncias e Ajustes Essa norma foi aprovada para utilização em junho de 1995, trata-se da norma que padroniza a aplicação de dimensões mecânicas para tolerância e ajustes. A Figura 36 apresenta as informações gerais da norma. É uma norma específica para desenho técnico mecânico e abrande seções de até 3.150 milímetros. Normalmente, é aplicada em formas cilíndricas, mas pode também ser utilizada em outras geometrias. 4.2.8 NBR 10126/1987 Versão Corrigida:1998 – Cotagem em Desenho Técnico - Procedimento Essa norma foi aprovada para utilização em novembro de 1987, mas passou por uma correção em 1998. Trata-se da norma que padroniza a aplicação de cotas para mensurar desenhos técnicos. A Figura 37 apresenta as informações gerais da norma. Figura 36: Capa da NBR 6158/1995 Fonte: NBR 6158 (1995) O sistema de tolerâncias e ajustes demanda um aprendizado diferenciado quanto a: geometrias, simbologias e nomenclaturas. Para melhor entendi- mento de sua aplicação, sugere-se a leitura do Capítulo 3 da obra: Desenho técnico mecânico, escrita por Vilseke et. al. (2018). Disponível na Minha Biblioteca: https://bit.ly/3A5vwF6. Acesso em 02 ago. 2021. BUSQUE POR MAIS 57 Haveria no ser humano, portanto, uma tensão noodinâmica, isto é, uma situação comum à pessoa no tocante ao dualismo entre o ‘ser’ – a existência humana – e o ‘dever ser’, em relação a um sentido de vida. Esta abordagem é utilizada por Viktor Frankl ao destacar que todas as pessoas apresentam esta tensão noodinâmica, a qual irá dividi-las em duas dimensões: o ‘ser’, que refere a existência em sua dimensão mais objetiva; e o ‘dever ser’, que relaciona os esforços e ações tomadas para buscar um sentido à existência. As realizações humanas derivam, portanto, desta busca pelo sentido, equilibrando a tensão entre as dimensões apresentadas (FRANKL, 2011). É nesta direção que os elementos religiosos se colocam como uma chave hermenêutica, isto é, um elemento interpretativo do ser humano a partir da espiritualidade e suas vivências, construindo, a partir da religião, um conjunto de valores éticos e sociais que constituem a identidade humana em seu espaço natural. Esta espiritualidade se insere, como uma cunha, no conflito entre o ‘ser’ e o poder expresso no ‘dever ser’, ou seja, entre o desejo de satisfazer todos os instintos e a ação comunitária focada na gratidão e na ajuda ao semelhante. Desta forma, assim como a espiritualidade permite conectar a pessoa ao sagrado, também se orienta para a existência comum, ou seja, a relação da pessoa com o mundo, fazendo com que ele não apenas esteja no mundo como os outros animais, mas seja um no mundo a partir de sua racionalidade (AQUINO, 2020). A norma apresenta uma estruturação básica do sistema de cotagem de desenhos, demonstrando os elementos básicos que compõem um conjunto de cota: linha de chamada (auxiliar), linha de cota e cota (medida). A norma apresenta também posicionamento da cotagem no desenho técnico, apresentando com exemplos gráficos cada aplicação. Figura 37: Capa da NBR 10126/1998 Fonte: NBR 6158 (1995) Para melhor aproveitamento do conteúdo relacionado ao sistema de cota- gem em desenhos, sugere-se a leitura do Capítulo 4 da obra: Fundamentos de desenho técnico mecânico, escrita por Bareta e Webber (2010). Disponível na Biblioteca Pearson: https://bit.ly/3A71gtE. Acesso em 2 de agosto de 2021. BUSQUE POR MAIS 58 1. Sabe-se que a normatização em desenho técnico surgiu com a necessidade de transformar a representação gráfica em linguagem universal para projetos. Existe ao redor do globo uma vasta gama de órgãos fiscalizadores e normativos, que juntos trabalham em função de um órgão mundial que padroniza todas as ferramentas úteis para o desenvolvimento humano. Para a certificação internacional de normas e padrões, o órgão responsável é: a) ASME (American Society of Mechanical Engineers) b) ISO (International Organization for Standardization) c) AWS (American Welding Society) d) SAE (Society of Automotive Engineer) e) ABTN (Associação brasileira de normas técnicas) 2. A normatização brasileira para desenho técnico possui uma vasta gama de diferentes tipos uma delas foi aprovada para utilização em junho de 1995, padroniza as terminologias utilizadas para o desenho técnico. É a primeira norma regulamentadora que deve ser estudada para o início do aprendizado do desenho técnico. Essa norma é a: a) NBR 16861/2020 d) NBR ISO 28139/2012 c) NBR 15795/2010 d) NBR 15164:2004 e) NBR 10067/1995 3. A representação por escala é um recurso muito importante para o desenho técnico, sua normatização pela ABNT foi aprovada para utilização em dezembro de 1999, cancelada em 2016, mas suas diretrizes ainda vigoram em literaturas atualizadas. Essa norma padroniza a aplicação de escalas em desenho técnico, tratando de ampliação (para objetos pequenos) e redução (para objetos grandes). Qual o número dessa NBR? a) NBR 8402 d) NBR 10126 c) NBR 8169 d) NBR 8196 e) NBR 10067 4. A variedade de detalhes de um desenho técnico engrandece sua representação, isto é, quanto mais detalhes ele tem, melhor para o leitor e para a futura fabricaçãodo objeto. Em alguns casos, faz-se necessária uma representação em corte, chamada hachura. Esses cortes são representados com traçados padronizados, conforme aplicação de outras diretrizes de desenho, mas possuem uma normatização específica, que é a: FIXANDO O CONTEÚDO 59 a) NBR 14611 d) NBR 10126 c) NBR 15732 d) NBR 12298 e) NBR 10067 5. Sabe-se que a normatização em desenho técnico surgiu com a necessidade de transformar a representação gráfica em linguagem universal para projetos. Existe ao redor do globo uma vasta gama de órgãos fiscalizadores e normativos, que juntos trabalham para definir a padronização individual de cada país, respeitando as diretrizes do padrão ISO. Para a certificação nacional de normas e padrões, o órgão responsável é: a) ASME (American Society of Mechanical Engineers) b) ISO (International Organization for Standardization) c) AWS (American Welding Society) d) SAE (Society of Automotive Engineer) e) ABTN (Associação brasileira de normas técnicas) 6. A normatização brasileira para desenho técnico possui uma vasta gama de diferentes tipos. Essa norma foi aprovada para utilização em março de 2020, trata-se da norma que padroniza o desenvolvimento de escrita técnica e a padronização de caracteres especiais. Essa norma é a: a) NBR 16752 d) NBR 10126 c) NBR 8403 d) NBR 12298 e) NBR 10067 7. Leia o texto e assinale a alternativa que melhor preencha as lacunas: O desenho técnico é uma forma de __________ e representa, através de elementos ______, as características físicas de um determinado ______. Por se tratar de uma ferramenta de comunicação, é necessário que seja __________, assim como a língua nativa de um país, ou como as regras de trânsito. a) comunicação – gráficos – desenho - padronizado b) interligação – geométricos – objeto - normatizado c) comunicação – gráficos – objeto - padronizado d) comunicação – gráficos – objeto - normatizado e) interligação – geométricos – projeto - normatizado 8. Sabe-se que a normatização em desenho técnico surgiu com a necessidade de transformar a representação gráfica em linguagem universal para projetos. Existe ao redor do globo uma vasta gama de órgãos fiscalizadores e normativos, que juntos trabalham para definir a padronização individual de cada país, respeitando as diretrizes do padrão ISO. Para a certificação de países que utilizam o terceiro diedro, como Estados 60 Unidos e Canadá, o órgão responsável pelas diretrizes de padronização é: a) ASME (American Society of Mechanical Engineers) b) ISO (International Organization for Standardization) c) AWS (American Welding Society) d) SAE (Society of Automotive Engineer) e) ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 61 SISTEMA DE ESCALAS E COTAS 62 5.1 ESCALAS NO DESENHO TÉCNICO Para concretizar o estudo de escalas em desenho técnico, é preciso que os conceitos de espaço, dimensão e medidas estejam bem fixados. O espaço é uma ordenação de planos infinitos, que se dão em todas as direções e comportam todos os objetos tridimensionais. As dimensões são as medidas de um determinado objeto em relação à sua definição no espaço, isto é, para que seja considerado um objeto físico, é preciso que existam medidas combinadas às dimensões espaciais. O conceito de espaço pode ser apresentado em quatro dimensões distintas, sendo elas: unidimensional, bidimensional, tridimensional e a quarta dimensão. Dentro do espaço unidimensional, podem-se citar os objetos em apenas uma dimensão, ou seja, objetos construídos a partir de um ponto, um segmento de reta, semirretas ou uma reta completa. Já o espaço bidimensional é aquele que comporta os objetos representados em duas dimensões, sendo esses configurados com comprimento e largura. É possível afirmar que o espaço bidimensional é o próprio plano, e que o espaço tridimensional é a agrupamento de infinitos espaços bidimensionais. Dentre os objetos que podem ser representados nesse espaço, podem-se citar todos em primeira dimensão e as representações em duas dimensões, como circunferências, retângulos, quadrados, projeções ortogonais, sombras etc. A representação no espaço tridimensional abrange todas as anteriores, entretanto, adiciona um terceiro elemento, a profundidade. Nesse espaço, os objetos passam a ter largura, comprimento e profundidade. As direções do plano tridimensional, assim como os demais, são infinitas e por isso é permitido representar qualquer objeto, em qualquer dimensão das medidas apresentadas. A quarta dimensão, não utilizada para desenho, é a última dimensão no espaço, incluindo todas as características das anteriores, porém com o acréscimo do tempo. Ela é a dimensão do espaço e tempo. Contudo, as dimensões espaciais são infinitas, mas não são perceptíveis para os seres humanos. Para determinar uma escala de um objeto, é necessário o entendimento do conceito envolvendo o seu tamanho real. Esse conceito se refere à medida real (tamanho) que um objeto possui em sua totalidade. Um exemplo simples para demonstrá-lo é uma régua graduada de 30 centímetros, esse objeto possui seu tamanho real de 30 centímetros independentemente do local em que esteja, isso desprezando qualquer alteração física no objeto. O primeiro passo para determinar a escala de um objeto é, sem dúvida, aprender a medir seu tamanho real. Durante o estudo do desenho técnico aprende-se sobre as dimensões dos papéis utilizados para registro. Cada papel possui sua dimensão, e é notório que os objetos maiores do que as dimensões do papel não podem ser representados em sua totalidade. Faça a seguinte analogia, imagine uma folha de papel sulfite de tamanho A4, suas dimensões são de 21 centímetros de largura por 29,7 de altura. Agora tente desenhar em seu tamanho real a régua de 30 centímetros (na orientação paisagem). Por mais que o papel seja 0,3 centímetros menor do que a régua, a representação gráfica estará incompleta, faltando os três milímetros finais da régua. É fato que em alguns casos as representações podem — e devem — ser em sua totalidade, como é o caso de um parafuso, uma chave, uma porca, um copo, um talher etc. Esses 63 objetos podem ser representados em sua totalidade em uma folha de tamanho A4. Mas você deve estar se perguntando sobre os outros tamanhos, como o A3 ou até mesmo o A0. A régua de 30 centímetros caberia facilmente em uma folha de tamanho A3, isso resolveria o problema, certo? Errado! Imagine representar em um papel A0 um caminhão de carga, ou até mesmo um maquinário pesado como um trator, um guindaste etc. Não seria possível representar nem mesmo os pneus em seu tamanho real no papel, por isso existe a necessidade de utilizar escalas para que a representação gráfica desse conjunto aconteça. Da mesma forma que ocorre com os objetos grandes, pode-se imaginar a dificuldade da representação de objetos muito pequenos. Pense no seu smartphone, tente encontrar nele algum parafuso. São pequenos, não são? Normalmente, os parafusos utilizados na fixação de elementos de comunicação, como o caso dos smartphones, possuem dimensões de aproximadamente 1,4 milímetros de largura e 2 de comprimento. Pense novamente no papel A4, agora em milímetros, sendo 210 milímetros de largura por 297 de comprimento. Agora mentalize a representação desse parafuso em seu tamanho real. O comprimento da folha seria de quase 150 vezes maior do que o objeto. Para satisfazer as condições de ambas as situações existe para o desenho técnico um sistema de escalas. As escalas podem ser de dois tipos, redução para desenhos que necessitem da redução de suas medidas, de forma a serem representados em folhas de tamanhos variados, e ampliação para desenhos que necessitem do aumento de suas medidas para um detalhamento melhor de suas propriedades e dimensões. Dessa forma, a escala serve para assegurar a representação gráfica de um objeto de qualquer tamanho real em um papel (ABRANTES; FILHO, 2018). Em desenho técnico as escalas são representadas por números inteiros separados por doispontos (X : X). O número da esquerda sempre será a escala do desenho, enquanto o da direita será a escala do objeto. A Figura 38 ilustra a explicação: Figura 38: Nomenclatura de escalas Fonte:Elaborado pelo autor (2021) A atenção na hora de anotar na legenda a escala do desenho é muito importante, pois o erro pode ser fatal para o projeto. Deve-se atentar que, em ampliação, o número maior será sempre o primeiro e, em redução, o menor vem antes do maior FIQUE ATENTO A escala deve ser representada no desenho técnico levando a abreviação “ESC” para a palavra “ESCALA”. Dessa forma, seria: Normal ESC 1 : 1; Ampliação ESC 2 : 1; e Redução ESC 1 : 2. A informação de escala é exibida na legenda do desenho, seu posicionamento dentro desse espaço é dado conforme a configuração do projetista, mas a escala é um elemento obrigatório dentro da legenda. 64 Ao utilizar o escalímetro, ou a régua tridimensional, o desenhista precisa saber que ele só representa escalas de redução. Dessa forma, será útil apenas em leituras ou reproduções de desenhos que estejam configurados com essa escala específica, para identificar qual escala foi utilizada na reprodução de redução de diversos desenhos. De todos os escalímetros vendidos no Brasil, a grande maioria encontra-se no sistema ISO, baseadas em metros. São as escalas de redução encontradas nessa ferramenta: • ESC 1:2; • ESC 1:2,5; • ESC 1:50; • ESC 1:75; • ESC 1:100; • ESC 1:125; • Etc. 5.1.1 Escala Natural A escala 1:1 (lê-se um para um) é a escala natural, ou seja, a escala que representa graficamente as dimensões reais do objeto. Essa escala é a mais simples, pois não modifica nenhuma cota do desenho. Um exemplo seria a representação de uma régua de 30 centímetros em uma folha de tamanho A3, seu desenho seria real, respeitando as dimensões originais da régua. É obrigatório apresentar a escala no formato correto, a palavra “escala” abreviada, sucedida de um espaço e os números separados por dois pontos. É obrigatório que a caligrafia seja técnica e escrita deve ser em maiúsculo “ESC”. 5.1.2 Escala de Redução A escala de redução é utilizada quando existe a necessidade de reduzir as dimensões reais do objeto. É representada da mesma forma que a escala natural, sendo o algarismo da esquerda referente ao desenho e o da direita referente ao objeto. Exemplo: Um objeto que deverá ser reduzido duas vezes o seu tamanho real tem a escala representada pela simbologia ESC 1:2. Para entender melhor as funcionalidades da escala de redução, deve-se compreender que as medidas descritas em um desenho feito na redução serão o número de vezes menor do que o desenho apresentado. Observe a Figura 39, nela a escala utilizada foi de 1 para 20 (ESC 1:20), ou seja, suas dimensões serão 20 vezes menores do que o valor do objeto. A escala pode ser bem definida com o simples conceito de ser a representação da medida de cada desenho em relação à sua dimensão real nas condições adversas de representatividade. Sugere-se a leitura do Capítulo 6 da obra: Desenho arquitetônico 4° ed., escrita por Montenegro (2001). Disponível na Biblioteca Pearson: https://bit.ly/3Q42Hym. Acesso em: 8 ago. 2021. BUSQUE POR MAIS 65 No rodeiro de vagão apresentado para identificar a escala real da peça, basta multiplicar o valor das cotas por 20. Dessa forma, se a representação é de 2.360 milímetros no comprimento da peça, o valor real corresponde ao produto de 2.360*20, resultando em 47.200 milímetros. Assim, com o diâmetro real, dá-se pelo produto da cota 740*20, resultando em 14.800 milímetros. Deve-se tomar os cuidados ao realizar o produto na identificação do tamanho real do objeto. Isso porque o leitor deve, em um primeiro momento, identificar em qual unidade o desenho se encontra. Após identificar a unidade, ele deverá identificar a escala e fazer o produto para definir a dimensão real que o objeto deverá possuir. 5.1.3 Escala de Ampliação A escala de ampliação é utilizada quando existe a necessidade de ampliar as dimensões reais de um objeto. É representada da mesma forma que as demais escalas. Exemplo: Um objeto que deverá ser ampliado duas vezes o seu tamanho real tem a escala representada pela simbologia ESC 2:1. Para entender melhor as funcionalidades da escala de ampliação, deve-se compreender que as medidas descritas em um desenho feito na ampliação serão o número de vezes maior do que o desenho apresentado. Observe a Figura 40. Nela, a escala utilizada foi de 2 para 1 (ESC 2:1), ou seja, suas dimensões serão 2 vezes maiores do que o valor do objeto. Figura 39: Representação da escala de redução Fonte:Pessoa (2014, p.05) Especificamente nos desenhos técnicos civis, as escalas de redução ou ampliação, dependerão da quantidade de detalhes que é necessária no projeto, sugere-se a leitura do Capítulo 1 da obra: Desenho técnico civil, escrita por Corrêa (2019). Disponível na Minha Biblioteca: https://bit.ly/3QaCKx5. Acesso em: 08 ago. 2021 BUSQUE POR MAIS 66 Esse desenho técnico é a representação gráfica de uma agulha utilizada para a aplicação de vacinas e medicamentos, sua escala de ampliação é duas vezes maior do que o desenho real. Para descobrir o tamanho real do objeto, o leitor deverá dividir o valor das cotas por 2, ou seja, o comprimento real da agulha será a razão entre 30 milímetros por 2, sendo 15 milímetros, já o diâmetro será a razão de 0,8 por 2, resultando em 0,4 milímetros. Sempre que o leitor interpreta um desenho, ele deve primeiramente realizar a identificação em qual sistema de unidades ele se encontra, posteriormente, a escala. Quando o leitor não se atenta a esses detalhes, a chance de que a execução do projeto seja falha torna-se maior. Sabemos que a representação das vistas ortogonais e o conhecimento geométrico dos objetos não são o suficiente para uma representação gráfica utilizada no desenho técnico. Dessa forma, o sistema de cotas é utilizado a fim de complementar a representação. Através dele, é possível quantificar o projeto, com as devidas dimensões utilizadas para sua fabricação. O sistema de cotas é importante tanto para novos projetos, quanto para a criação de novos. Como estudado no capítulo 4 deste livro, a cotagem para desenho técnico é padronizada conforme ABNT/NBR 10126/1998. Nessa norma pode-se consultar qualquer dúvida em relação aos tipos, execução, layout e aplicação das técnicas de cotagem, que são válidas para qualquer tipo de desenho técnico independente de sua área de aplicação. A cotagem é composta pela linha auxiliar (ou de chamada), linha de cota e a cota (medida). A linha auxiliar deve ser realizada em formato estreito contínuo, conforme NBR 8403 já estudada. Essa linha não toca o desenho, mas também não deve ser muito distante da região a ser cotada. Ela se estenderá até a intersecção com a linha de cota ultrapassando de 1 a 2 milímetros sua dimensão. A linha auxiliar deve obrigatoriamente tocar a linha de cota, veja o exemplo na Figura 41: Figura 40: Representação da escala de redução Fonte:Pessoa (2014, p. 6) 5.2 DESENVOLVIMENTO DE COSTAS Figura 41: Cotagem conforme NBR 10126/1998 Fonte:NBR 10126 (1998, p. 3) 67 As linhas auxiliares podem estar em duas posições diferentes, perpendiculares ao traço a ser dimensionado, ou levemente oblíqua, aproximadamente 60°. No entanto, é preferível que as linhas auxiliares sejam perpendiculares sempre que possível. Além disso, deve-se evitar ao máximo cortar outras linhas com as linhas auxiliares, para sempre representar o mais limpo possível. A linha de cota também é executada com o traço estreito e contínuo, ela nunca deve ser interrompida, mesmo que o elemento apresentado esteja seccionado (observar o exemplo na Figura 42). Mesmo que exista a necessidade de uma linha de chamada cruzar a linha de cota, ela deve permanecer contínua, sem sofrer nenhum seccionamento. Indicações de começo e fim nas linhas de cota devem ser realizadas aplicando-se setas ou traços oblíquos, o primeiro emsua grande maioria utilizado. As setas podem ser simples ou totalmente preenchidas (observar a Figura 43). Não se deve utilizar tipos de limites diferentes em um mesmo desenho, isto é, se o limite escolhido for a seta, todas as linhas de cotas deverão ser expressas com setas. Além disso, a dimensão da linha de cota deve ser a mesma da parte medida do desenho, ou seja, se a medida é de 10 milímetros, a linha de cota deverá ter 10 milímetros, assim como o desenho. As linhas de cota e seus limites podem ser representadas de duas formas, mas sempre deverão ser alinhados. Nenhuma cota deve possuir altura maior que a outra. Os limites das linhas de cota podem ser representados entre as linhas de chamada, ou externamente, como expressa a Figura 44: Para a representação de raios, a linha de cota deve possuir apenas uma representação de limite, sendo a outra extremidade representada livre (sem finalização). A Figura 45 ilustra a representação de raio, que pode ser tanto dentro ou fora do limite do contorno do desenho, ou da linha auxiliar, isso varia conforme a melhor visualização para o projeto. Figura 42: Cotagem conforme NBR 10126/1998 Fonte:NBR 10126 (1998, p. 3) Figura 43: Finalização de linhas de cota conforme NBR 10126/1998 Fonte: Adaptado de NBR 10126 (1998, p. 4) Figura 44: Limites das linhas de cota conforme NBR 10126/1998 Fonte: NBR 10126 (1998, p. 5) 68 Para a representação de raios, a linha de cota deve possuir apenas uma representação de limite, sendo a outra extremidade representada livre (sem finalização). A Figura 45 ilustra a representação de raio, que pode ser tanto dentro ou fora do limite do contorno do desenho, ou da linha auxiliar, isso varia conforme a melhor visualização para o projeto. A cota (medida) é o último elemento que compõe o sistema de cotagem de um desenho técnico. Ela deve seguir todas as indicações do desenvolvimento de caracteres técnicos, conforme NBR 10126/1998, já estudada nos capítulos 2 e 4. As cotas devem ocupar a posição superior das linhas de cota, nunca abaixo, também podem ser representadas à esquerda quando a linha de cota formar um ângulo de 90 graus com a largura da folha, veja o exemplo na Figura 46: Além dessa recomendação, as cotas nunca devem ser separadas, cortadas ou rasuradas por outras linhas. Devem ser legíveis e apresentar o mesmo tamanho em toda a extensão do desenho. Elas também não devem ser executadas em traços mais espessos do que os traços da linha de cota, sendo preferencialmente utilizado o estreito contínuo para sua representação. As cotas para ângulos sofrem exceções, podendo ser representadas em formas distintas. Essa exceção pode ser dada conforme a necessidade do desenho, isto é, caso haja variação na legibilidade da cota. Se não existir nenhuma condição especial, dar preferência à representação padrão. Observe a Figura 46 ilustrando as exceções: Figura 45: Cotagem para raios conforme NBR 10126/1998 Fonte: NBR 10126 (1998, p. 5) Figura 46: Cotas conforme NBR 10126/1998 Fonte: NBR 10126 (1998, p. 5) Figura 46: Exceções em ângulos conforme NBR 10126/1998 Fonte: Adaptado de NBR 10126 (1998, p. 5) 69 Existem algumas inconsistências na cotagem desse desenho, identifique-as e refaça o desenho da forma indicada pela Norma Regulamentadora. Com base em todo o estudo relacionado ao sistema de cotagem de desenhos, observe a vista ortogonal abaixo: VAMOS PENSAR? 70 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A representação por desenho técnico é possível a partir de três tipos distintos, um deles é respeitando-se as dimensões reais do objeto (recomendado quando possível). Contudo, nem sempre existe a possibilidade da representação em tamanho real, muitas vezes, existe a necessidade de representar as medidas do objeto em tamanho menor que seu tamanho real para que haja um encaixe de toda a extensão da peça nos padrões do papel. A escala definida pelo texto é chamada de: a) escala de ampliação. b) escala de redução. c) escala de mensuração. d) escala de métricas. e) escala de representação. 2. A representação por desenho técnico é possível a partir de três tipos distintos, um deles é respeitando-se as dimensões reais do objeto (recomendado quando possível). Contudo, nem sempre existe a possibilidade da representação em tamanho real, muitas vezes, existe a necessidade de representar as medidas do objeto em tamanho maior que seu tamanho real para que haja um melhor detalhamento. A escala definida pelo texto é chamada de: a) escala de ampliação. b) escala de redução. c) escala de mensuração. d) escala de métricas. e) escala de representação. 3. Ao utilizar o escalímetro, o projetista precisa conhecer todas as suas escalas de redução. Entendendo que a fermenta só será útil no que tange à leitura e confecção de desenhos que sejam reduzidos conforme as escalas disponíveis em sua graduação. Assinale a alternativa que contenha as escalas de redução mais comum nesse tipo de ferramenta de desenho: a) ESC 2:1; ESC 2,5:1; ESC 50:1; ESC 75:1; ESC 100:1; ESC 125:1. b) ESC 1:2; ESC 1:2,5; ESC 1:50; ESC 1:75; ESC 1:10; ESC 1:12,5. c) ESC 2:1; ESC 1:2,5; ESC 1:550; ESC 1:75; ESC 1:100; ESC 125:1. d) ESC 1:2; ESC 1:2,5; ESC 1:50; ESC 7,5:1; ESC 1:100; ESC 1:125. e) ESC 1:2; ESC 1:2,5; ESC 1:50; ESC 1:75; ESC 1:100; ESC 1:125. 4. A escala de redução é utilizada quando o desenho não pode ser representado em sua totalidade, isto é, o valor das cotas do desenho é “X” vezes menor do que o tamanho real da peça. Observe o desenho abaixo: 71 A escala utilizada nessa representação foi a 1:2, isto é, o desenho encontra-se duas vezes menor do que a dimensão real da peça. Assinale a alternativa que satisfaz o tamanho real da peça com base nas cotas da vista superior 10, 52 e R12 respectivamente: a) 5, 25,5 e R6. b) 5, 104 3 R24. c) 20, 104 e R24. d) 20, 104 e R6. e) 5, 25,5 e R3. 5. A escala de ampliação é utilizada quando o desenho não tem dimensões reais suficientemente grandes para satisfazer a qualidade dos detalhes, isto é, o valor das cotas do desenho é “X” vezes maior do que o tamanho real da peça. Observe o desenho abaixo: A escala utilizada nessa representação foi a 5:1, isto é, o desenho encontra-se cinco vezes maior do que a dimensão real da peça. Assinale a alternativa que satisfaz o tamanho real da peça com base nas cotas 60°, 105 mm e 12 mm respectivamente: a) 12°, 21 mm e 24 mm. b) 300°, 525 mm e 60 mm. c) 1,2°, 2,1 mm e 2,4 mm. d) 12°, 21 mm e 2,4 mm. e) 12°, 21 mm e 24,5 mm. 6. Avalie a figura abaixo: 72 Baseando-se nos itens que compõem o sistema de cotagem de um desenho técnico, assinale a alternativa que melhor representa os itens indicados pelas letras A, B e C respectivamente, a) Cota, Linha de Cota e Linha Auxiliar. b) Cota, Linha Auxiliar e Linha de Cota. c) Medida, Linha de Cotagem e Linha de Chamada. d) Medição, Linha Auxiliar e Linha de Cota. e) Cota, Linha de Cotagem e Linha Auxiliar. 7. O sistema de cotagem é muito importante para a representação gráfica de um elemento, é através dele que as dimensões reais são expressas para execuções do objeto. De acordo com o conteúdo estudado, leia as sentenças e classifique-as entre verdadeira e falsa, depois marque a alternativa que representa a resposta correta. I ( ) As cotas nunca devem ser separadas, seus números devem ser sempre representados juntos. II ( ) Não é necessária a apresentação das cotas conforme caligrafia técnica para desenho. III ( ) As linhas de chamada são desenhadas com o traço contínuo estreito. a) A I é verdadeira e II e III são falsas. b) Todas as alternativas são verdadeiras. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Todas as alternativas são falsas. e) Somente I e III são verdadeiras. 8. Leia as afirmativas abaixo: I. Quando utilizamos a escala de redução, o desenho possui dimensão ______ que o objeto. II. Quando utilizamos a escala de ampliação, o desenho possui dimensão ______ que o objeto. Agora assinale a alternativa que complementa as lacunas das sentenças I e II: a) menor - menor. b) maior- menor. c) menor - maior. d) menor - igual. e) igual - maior. 73 NOÇÕES DE LAYOUT DE DESENHO E ERGONOMIA 74 Quando se fala no desenvolvimento do layout do desenho técnico é importante lembrar que toda a construção da representação desde a configuração da página até o dobramento final é importante. Após o desenvolvimento do capítulo 4 deste livro, obteve-se uma noção de quais as normas que regem essa padronização do layout e como eles podem ser combinados para que representem o ideal para o desenho técnico. Aprendemos que o desenho técnico deve ser uma representação legível, tanto para quem lê quanto para quem executa o projeto. Sendo assim, é importante que o layout seja padronizado para que satisfaça as posições e os dimensionamentos básicos para que o desenho fique bem executado e consequentemente mais fácil de ser interpretado. Neste capítulo será estudada a combinação dos padrões básicos de layout até que se forme o desenho técnico de fato. A aplicação das NBRs 16765/2019 e 16752/2020. Para iniciar os estudos no desenvolvimento do layout de desenho técnico, o primeiro ponto a ser discutido deve ser o dimensionamento do papel utilizado. O tamanho do papel é importante tanto para o desenvolvimento técnico de escalas, cotas, representações quanto para outros aspectos importantes da representação gráfica. Além disso, em alguns casos, ele terá influência direta na dimensão de elementos componentes do desenho técnico, como a legenda, por exemplo, e também no dobramento final para o arquivamento desses projetos. O desenho técnico deve, conforme NBR 16752 (2020), ser executado no menor tamanho de papel possível, isso claro sem comprometer a legibilidade de seus detalhes. O papel poderá ser utilizado em orientação retrato ou paisagem, conforme a necessidade da reprodução desejada. A norma também relembra que os formatos mais recomendados são os componentes da série A. Em desenho técnico projetivo, os tamanhos A0, A3 e A4 são os mais indicados para uso. A série A possui uma semelhança geométrica que atende às condições básicas de bipartição, isto é, seus tamanhos variam em múltiplos ou submúltiplos do formato padrão indicado por norma. Sendo esse formato 841 mm x 1189 mm. A Figura 47 ilustra essa descrição: Você já estudou o quanto a padronização é importante para o desenho técnico projetivo. Entendeu o motivo da constante insistência de normatização para execução dessa repre- sentação, e aplicou, ao longo da sua jornada, técnicas e normas para desenvolver suas atividades. Antes de prosseguir para o conteúdo do capítulo, tente imaginar quais seriam os itens importantes para o desenvolvimento de um layout correto para o desenho técnico: a. Padronização de página, cotas, desenho, margem e legenda. b. Padronização de tamanho de folha, margens, legenda, espaçamento para o desenho, espaçamento para texto e legenda. c. Padronização de margem, legenda e desenho. e. Padronização de legenda e margens. f. Aplicação das normas técnicas para desenvolver o melhor layout conforme a necessida- de do meu projeto. VAMOS PENSAR? 6.1 DESENVOLVIMENTO DE LAYOUT PARA DESENHO TÉCNICO 75 Após a definição do tamanho do papel e sua orientação, deve-se contextualizar a construção do dimensionamento das margens, legenda e do espaço reservado para o desenho e o texto. As margens, embora sejam iguais em dimensões para todos os formatos de papel tamanho A, possuem uma pequena variação de espessura de linha, sendo A0 e A1 1 mm e o restante (A2-A4) de 0,7 mm de espessura (NBR 16752, 2020). Uma vez dimensionadas as margens, deve-se dimensionar o espaço para os elementos seguintes que são: o desenho, a legenda e o espaço para texto (destinado a anotações diversas como material, acabamento etc.). A área destinada para o desenho pode ser calculada, entretanto, a NBR 16752 (2020) já possui essa padronização tabelada, o que facilita a divisão e o posicionamento do projeto. Para saber sobre o espaço para desenho nos respectivos tipos de papel, acompanhar a Tabela 4: O espaço para texto deve ser representado conforme necessidade e orientação do papel. Ele pode aparecer à direta ou abaixo do espaço para desenho, conforme a Figura 48. Lembrando que o texto não deve ultrapassar seu espaço e nem ficar sobre a legenda. As linhas representadas na imagem são fictícias, isto é, não devem ser desenhadas cortando a legenda. A caligrafia utilizada na escrita do texto deve respeitar a NBR 8402/1994. Quando o espaço destinado ao texto for apresentado no espaço inferior ao desenho, sua altura varia Figura 47: Semelhança geométrica padrão A conforme NBR 16752/2020 Fonte: NBR 16752 (2020, p. 2) Formato Espaço p/ desenho(mm) A0 821x1159 A1 574x811 A2 400x564 A3 277x30 A4 180x277 Tabela 4 : Espaço para desenho conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020, p. 6) Figura 48 : Disposição do espaço para texto conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) 76 de acordo com a necessidade da anotação. Sua largura pode ser similar à da legenda ou respeitando o mínimo de 100 milímetros (NBR 16752, 2020). A divisão do espaço para texto é feita em colunas, atendendo à necessidade do texto a ser escrito. Entretanto, o texto deve respeitar as condições de dobramento do desenho para formato A4. Dentro do espaço para texto deve existir: explicação sobre o desenho, instrução de execução, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. Para melhor visualização, observar a Figura 49: Os elementos não variam conforme a orientação do espaço de texto. Assim, independente se ele estará em posição vertical ou horizontal deve possuir os itens estipulados por norma. Além do mais, é importante acrescentar que essas informações não devem poluir o desenho técnico, sendo claras e objetivas. A explanação é o elemento de texto que compreende as informações adicionais para a leitura e interpretação do desenho, como por exemplo: simbologias, designações, abreviações e dimensões. A instrução compreende toda a lista de execução do desenho, como: material a ser utilizado, superfície do desenho, local de instalação e número de elementos do desenho. A referência compreende informação relevante quanto à utilização de outras obras. A localização da planta compreende as informações da localização do desenho em referência ao dobramento do mesmo em A4. Já a tábua de revisão compreende qualquer informação relacionada a alterações no desenho após sua finalização, isto é, qualquer mudança após sua primeira aprovação final. A caligrafia técnica é um tema muito importante para o desenvolvimento do desenho técnico, ela é a base do desenhista. Através do seu desenvolvimento, o desenhista não só pratica o traçado, mas treina a mecanização dela em seu cérebro, sugere-se para revisão a leitura do Capítulo 5, Desenho técnico, da autoria de Pacheco et.al. (2017). Disponível na Biblioteca Pearson: https://bit. ly/3A4d1'kf. Acesso em: 12 ago. 2021. BUSQUE POR MAIS Figura 49 : Elementos do espaço de texto vertical conforme NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) 77 Lembre-se de que por mais que a legenda apareça “dentro” do espaço para texto, ela não faz parte dos elementos desse componente. Ela é um componente à parte na construção do layout do desenho técnico, além de que é obrigatória, mas o espaço para texto não. FIQUE ATENTO Dentro do espaço para texto podem existir diversos itens, dentre eles, as anotações de desenho, sugere-se a leitura do Capítulo 4 da obra: Desenho técnico, da autoria de Cruz (2014). Disponível na Minha Biblioteca: https://bit. ly/3QltiHa Acesso em: 12 ago. 2021. BUSQUE POR MAIS A legenda é um elemento obrigatório no layout do desenho técnico. É nela que são expressos itens importantes para o desenho, como: autor, título do desenho, tipo de documento, responsável pelo desenho, aprovador, data de emissão, escala, número do desenho, diedro (1° ou 3°) e itens secundários. As informações dentro da legenda devemrespeitar a padronização do desenvolvimento de caracteres conforme norma e não devem poluir o desenho. Não devem ser apresentadas informações incompletas ou rasuradas, a falta de informações também não deve ocorrer. É importante que essas informações sejam dispostas em linhas e colunas. As linhas devem possuir a mesma dimensão e as colunas podem variar conforme a necessidade do autor. A Figura 50 apresenta um modelo de legenda preenchido: Após a construção de todos esses espaços adiciona-se o desenho à folha, complementando os elementos da representação gráfica. Ao final da construção desses itens, obtém-se o layout padrão do desenho técnico. A Figura 51 apresenta um modelo de folha de desenho no tamanho A4 e orientação retrato: Figura 50 : Legenda conforme NBR 16752/2020 Fonte: NBR 16752 (2020, p. 12) 78 A última etapa da construção do layout do desenho técnico parte de uma necessidade relacionada aos tamanhos das folhas para desenho. Como estudado, elas variam de A0 até A4, sendo este último o tamanho padrão de encadernamento. Logo, desenhos que são projetados em papel maior do que A4 precisam ser dobrados a fim de comportarem essa dimensão. A norma que padroniza o dobramento de desenho técnico é a NBR 16752/2020. O dobramento de um desenho técnico deve levar em consideração alguns pontos importantes. O primeiro deles é certificar que a legenda esteja totalmente visível, por isso suas dimensões são padronizadas, para que no dobramento ela fique à vista. O segundo ponto é sobre o sentido de dobramento, que deve ser feito a partir do lado direito do desenho (NBR 16752, 2020). De acordo com a necessidade de cada formato, o dobramento se repete “n” vezes até atingir o tamanho A4, que deve respeitar as dimensões conforme a NBR 10068. Sendo o maior número de dobras ficando com o formato A0, decrescendo à medida que se aproximam do formato A4. O Quadro 2 ilustra o passo a passo do dobramento, demonstrando as dimensões e o resultado final após a ação: Figura 51 : Exemplo de folha de desenho NBR 16752/2020 Fonte: NBR 16752 (2020, p. 22) Formato Dobramento Resultado A0 79 Figura 52 : Dobramento de folhas de desenho conforme a NBR 16752/2020 Fonte: Adaptado de NBR 16752 (2020) A1 A2 A3 É importante lembrar que quando a folha de desenho possuir furação na margem esquerda para encadernamento, ela deverá permanecer dobrada para trás a fim de não mostrar a furação no dobramento. Ergonomia é um termo amplamente utilizado em diversas atividades cotidianas do homem. É a palavra que define a realização de alguma atividade com o máximo de conforto possível para o executante. No Brasil, existem normas regulamentadoras que tratam de aspectos ergonômicos dentre as atividades laborais, e a mais comum delas, talvez a mais conhecida, é a NR 17 – Ergonomia (NR 17, 1990). Quando se fala em ergonomia no desenho técnico, deve-se recordar que existem duas situações a que o profissional dessa área está submetido. A primeira delas, é claro, o desenho manual, aquele realizado nas mesas de desenho técnico com os instrumentos e as ferramentas para execução da atividade. O segundo caso é o desenho assistido por 6.2 NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA PARA DESENHO TÉCNICO 80 computador (CAD), onde o executante está realizando uma atividade bem mais comum no seu dia a dia. No desenho técnico manual tanto nas salas de aula como no mercado de trabalho, a ergonomia é muito importante para quem executa. Isso porque a atividade é desenvolvida utilizando-se as mesas de desenho, que possuem dimensões que comportam os variados tipos de papel discutidos anteriormente. Ver exemplo na Figura 53: Para a execução do desenho, o desenhista não deverá debruçar-se sobre a mesa, por esse motivo esse equipamento deve possuir ajuste vertical, possibilitando que ela se adapte à necessidade do usuário. Conforme Alves et. al. (2015), a postura adequada é: pescoço flexionado em um ângulo maior ou igual a 20º, tronco entre 20 e 60 e as pernas flexionando entre 90 e 60º. A Figura 54 demonstra a ergonomia na prática: Quanto mais confortável o desenhista fica, melhor será a sua execução do desenho. É importante lembrar que essa inclinação da mesa de desenho não afeta a aderência da folha, que é fixada à mesa utilizando-se fitas de fixação para que não oscile durante a atividade. Quando se fala em desenho CAD, deve-se lembrar que as posições de ergonomia adotadas devem ser tais quais ao trabalho em escritório utilizando um computador. Os pés precisam ficar totalmente apoiados no chão ou em uma superfície que proporcione a angulação de 90º, as pernas precisam respeitar o ângulo também de 90º, a coluna Figura 53 : Mesas de desenho de uma sala de aula Fonte: Alves et. al. (2015, p.06) Figura 54 : Ergonomia do desenhista frente à mesa de desenho Fonte: Alves et. al. (2015, p.11) 81 deve permanecer reta e o pescoço não deve apresentar angulação. A Figura 55 ilustra a postura correta à esquerda e errada à direita: A postura correta não é a única prevenção para a ergonomia do desenhista que trabalha com CAD. É recomendado, segundo a NR 17 (1990), que a cada 60 minutos, o executante da tarefa se levante e se alongue para promover a circulação e prevenir as doenças relacionadas ao trabalho. Figura 55 : Postura certa e errada frente a um computador Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3p55ueY Acesso em: 12 ago. 2021 82 1. Sabe-se que o tamanho do papel utilizado em desenho técnico é preferencialmente as folhas de tamanho A. Esse papel varia de tamanho conforme sua nomenclatura, como por exemplo o tamanho A4 que é o mais utilizado. Assinale a alternativa que contenha a ordem de dimensão decrescente (da maior para a menor) os tamanhos de papel padrão A: a) A0 – A2 – A4 b) A6 – A5 – A4 – A3 – A2 – A1 – A0 c) A1 – A2 – A3 – A4 – A5 – A6 – A7 d) A0 – A1 – A2 – A3 – A4 – A5 – A6 e) A0 – A1 – A3 – A5 – A7 – A9 – A11 2. O layout de desenho técnico é a representação final dos projetos prontos, desde a escolha do papel até a finalização da representação. Para a construção desse leiaute existem elementos que não podem faltar, isto é, são elementos obrigatórios para a representação do desenho técnico. São eles: a) Margem, desenho, legenda e espaço para texto. b) Papel, margem, legenda e desenho. c) Papel A4, margem, legenda e desenho. d) Margem, desenho, legenda e tabulação. e) Margem, desenho e legenda. 3. O espaço para texto deve ser representado conforme necessidade e orientação do papel. Ele pode aparecer à direta ou abaixo do espaço para desenho. Lembrando que o texto não deve ultrapassar seu espaço e nem ficar sobre a legenda. São elementos do espaço para texto: a) Explicação sobre o desenho, instrução de execução, legenda, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. b) Explicação sobre o desenho, instrução de execução, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. c) Explicação sobre o desenho, escala, legenda, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. d) Explicação sobre o desenho, escala, legenda, referência de desenho, diedro, localização da planta e a tábua de revisão. e) Explicação sobre o desenho, instrução de execução, número do desenho, escala legenda, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. 4. Dos elementos componentes do espaço para texto, existe um deles que é utilizado para a representação de revisões no desenho. Essas revisões ocorrem quando há necessidade de mudança no desenho técnico após a sua primeira aprovação oficial. Sejam as revisões alterações ou correções do projeto, elas devem ser anotadas com data, FIXANDO O CONTEÚDO 83 autor e item revisado. Estamos falando do(a): a) legenda. b) referência. c) localização da planta. d) instrução de execução. e) tábua de revisão. 5. O dobramento das folhas de desenho técnico ocorre devido à necessidade de armazenamento dos projetos. Uma vez desenhadas, principalmente as folhas de maior dimensão,precisam ser armazenadas e para isso precisam ser dobradas conforme a NBR 16752/2020. O tamanho de um dos formatos adotados como o padrão é: a) A1. b) A4. c) A0. d) A5. e) A3. 6. legenda de um desenho técnico é um item obrigatório na construção do layout do desenho técnico. Ela é localizada no canto inferior direito e possui dimensões que variam conforme a NBR 10068. Ela deve conter obrigatoriamente uma lista de informações inerentes para o desenho técnico, são eles: a) autor, título do desenho, tipo de documento, responsável pelo desenho, aprovador, data de emissão, escala, número do desenho e tábua de revisão. b) autor, título do desenho, tipo de documento, responsável pelo desenho, aprovador, data de emissão, escala, número do desenho e diedro (1° ou 3°). c) autor, título do desenho, instrução de execução, referência de desenho, localização da planta e a tábua de revisão. d) explicação sobre o desenho, instrução de execução, responsável pelo desenho, aprovador, data de emissão, escala, número do desenho e diedro (1° ou 3°). e) explicação sobre o desenho, instrução de execução, responsável pelo desenho, aprovador, data de emissão, escala, número do desenho e diedro (1° ou 2°). 7. O dobramento do desenho técnico é normatizado pela NBR 16752/2020. Deve- se executá-lo conforme orientações da norma, e deve-se certificar alguns pontos importantes para que fique aceitável. Esses pontos inerentes para o desenho técnico são: a) Dobramento a partir do lado esquerdo, legenda visível e furação explícita. b) Dobramento a partir do lado direito, legenda escondida e furação implícita. c) Dobramento a partir do lado direito, legenda visível e furação implícita. d) Dobramento a partir do lado esquerdo, legenda escondida e furação explícita. e) Legenda visível. 84 8. A ergonomia no desenho técnico manual é muito importante porque o desenhista pode sofrer consequências graves caso não execute seu trabalho com segurança. As lesões podem abranger pernas, tronco (coluna) e pescoço. Para isso, a mesa de desenho técnico é reclinável, de forma a garantir uma postura ideal para o desenhista. Essa postura é composta de: a) pescoço flexionado em um ângulo menor ou igual a 20º, tronco entre 40 e 60 e as pernas flexionadas entre 120 e 60º. b) pescoço flexionado em um ângulo igual a 20º, tronco maior que 60º e as pernas flexionadas entre 90 e 60º. c) pescoço flexionado em um ângulo maior ou igual a 25º, tronco entre 20 e 60 e as pernas flexionadas entre 90 e 60º. d) pescoço flexionado em um ângulo maior ou igual a 20º, tronco entre 20 e 60 e as pernas flexionadas entre 90 e 60º. e) pescoço flexionado em um ângulo maior ou igual a 90º, tronco entre 20 e 60 e as pernas flexionadas entre 90 e 60º. 85 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 1 UNIDADE 3 UNIDADE 5 UNIDADE 2 UNIDADE 4 UNIDADE 6 QUESTÃO 1 D QUESTÃO 2 B QUESTAO 3 D QUESTAO 4 A QUESTAO 5 E QUESTAO 6 B QUESTAO 7 E QUESTAO 8 A QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 B QUESTAO 3 C QUESTAO 4 A QUESTAO 5 E QUESTAO 6 C QUESTAO 7 D QUESTAO 8 B QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 D QUESTAO 3 E QUESTAO 4 B QUESTAO 5 B QUESTAO 6 E QUESTAO 7 C QUESTAO 8 D QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 E QUESTAO 3 D QUESTAO 4 D QUESTAO 5 E QUESTAO 6 A QUESTAO 7 C QUESTAO 8 A QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 A QUESTAO 3 E QUESTAO 4 C QUESTAO 5 D QUESTAO 6 A QUESTAO 7 E QUESTAO 8 C QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 E QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 B 86 RESPOSTAS DO VAMOS PENSAR Em uma empresa de projetos mecânicos existe a demanda diária de desenhos técnicos de peças, todos os projetistas da planta realizam seu trabalho com perfeição, tanto em co- nhecimento técnico quanto em prático. Dos 6 projetistas apenas 2 conhecem as normas de layout, nomenclatura e simbologia técnica, já os 4 projetistas restantes fazem confor- me acreditam ser certo, apesar de possuírem muito conhecimento prático e de mecânica, eles não possuem conhecimento das normas de padronização. Você acha que é uma ta- refa fácil desvendar a interpretação pessoal dos 4 projetistas? O que poderia ser feito para que todos entrassem em um consenso? Resposta: A) Treinamento de normas técnicas Com os estudos obtidos até o presente capítulo, criou-se o conceito de projeções ortogonais, pelo qual representamos, por meio de vistas em duas dimensões, objetos tridimensionais. Sabe-se que as projeções ortogonais seguem a avaliação técnica do observador, definindo como frontal à vista que mais apresenta informações do objeto escolhido. Com base no estudo, observe os objetos abaixo e suas vistas e identifique suas vistas: frontal, posterior, superior e laterais (quando necessário). a) Vista frontal – Vista lateral esquerda – Vista posterior – Vista superior b) Vista frontal – Vista superior – Vista posterior – Vista lateral direita VAMOS PENSAR? VAMOS PENSAR? VAMOS PENSAR? Agora que você sabe o que são as vistas e o que são os diedros, vamos praticar um pouco. Observe os três objetos ilustrados nas alternativas A, B e C, em seguida, reproduza em primeiro diedro as vistas frontal, superior e lateral esquerda: 87 primeiro diedro as vistas frontal, superior e lateral esquerda: a) Vista Frontal – Vista Superior e Vista Lateral Esquerda b) Vista Frontal – Vista Superior e Vista Lateral Esquerda c) Vista Frontal – Vista Superior e Vista Lateral Esquerda VAMOS PENSAR? VAMOS PENSAR? Dentro das representações ortogonais, previstas por normatização, alguns países sugerem a representação em primeiro diedro, entretanto, em uma minoria existe a representação em terceiro diedro. Para fins de conhecimento e leitura do desenho técnico, faz-se necessário o estudo e a memorização das posições ortogonais nos diferentes diedros. Qual das normas brasileiras abaixo apresenta a simbologia e representação ortogonal em ambos os diedros? Resposta: E. NBR 10067/1989 Com base em todo o estudo relacionado ao sistema de cotagem de desenhos, observe a vista ortogonal abaixo: Existem algumas inconsistências na cotagem desse desenho, identifique-as e refaça o desenho da forma indicada pela Norma Regulamentadora. Resposta: 88 VAMOS PENSAR? Você já estudou o quanto a padronização é importante para o desenho técnico projetivo. Entendeu o motivo da constante insistência de normatização para execução dessa representação, e aplicou, ao longo da sua jornada técnicas e normas para desenvolver suas atividades. Antes de prosseguir para o conteúdo do capítulo, tente imaginar quais seriam os itens importantes para o desenvolvimento de um layout correto para o desenho técnico: Resposta: b. Padronização de tamanho de folha, margens, legenda, espaçamento para o desenho, espaçamento para texto e legenda. 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRANTES, J.; FILHO, C. A. F. Desenho Técnico Básico - Teoria e Prática. 1ª ed. São Paulo: Editora LTC,2018. ALVES, K. L. de L. et al. Análise ergonômica aplicada nas salas de desenho técnico e projeto do ensino superior: proposta sala modelo. 2015. Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-tecnologia. Disponível em: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/ conaerg2016/7774.pdf. Acesso em 14 de agosto de 2021. ARAÚJO, S. 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