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DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO E LICENCIATURAS CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA PRISCILA DE SOUSA CUNHA MAIA A EVASÃO NO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA DO IFCE – UM ESTUDO COMPARATIVO. FORTALEZA 2013 2 PRISCILA DE SOUSA CUNHA MAIA A EVASÃO NO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA DO IFCE – UM ESTUDO COMPARATIVO. Artigo científico apresentado ao Curso de Licenciatura em Matemática, como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Profa. Orientadora: Ma Andrea Maria Rocha Rodrigues FORTALEZA 2013 3 4 RESUMO A EAD está se expandindo consideravelmente no território brasileiro, no entanto, conforme dados apresentados no AbraEAD/2008, proporcionalmente ao número de matriculados nesta modalidade de ensino, cresce, também, o número de evadidos. Com o objetivo de verificar os índices de evasão no curso de Licenciatura em Matemática do IFCE na modalidade a distância em relação à evasão do mesmo curso na modalidade presencial, foi realizada a presente investigação. A metodologia consistiu no levantamento de dados bibliográficos e pesquisas documentais, por meios de anuais, artigos, livros, revistas científicas e sites. Os autores que nortearam sobre a EAD, foram: Lemgruber, Lobo Neto, Carmen Maia, João Mattar, Moran e Rumble. Trata-se, também, de uma pesquisa quantitativa, por meio de estudo de casos, na qual foram coletados dados na própria instituição através do sistema acadêmico utilizado pela a coordenação dos cursos. As turmas analisadas foi a do primeiro semestre do ano de 2007 na modalidade a distância, que só foi registrada no sistema acadêmico em 2008.1, e a do primeiro semestre do ano de 2008 do campus Fortaleza na modalidade presencial ambas do curso de Licenciatura em Matemática. Os dados coletados apresentaram resultados insatisfatórios, pois foi verificado que os índices de evasão, tanto da turma na modalidade a distância quanto da turma na modalidade presencial, é bastante elevado chegando a 50% dos matriculados, sendo que a turma da modalidade a distância apresenta o índice de concludentes, representado por 33,68%, superior ao índice de concludentes da modalidade presencial, representado por 2,63%. Palavras-chave: Evasão na EAD; Licenciatura em Matemática IFCE; Educação a Distância. 5 INTRODUÇÃO A Educação a Distância (EAD) surge no Brasil no final do século XIX por meio de cursos profissionalizantes, oferecidos através de anúncios em jornais de grande circulação do Rio de Janeiro, realizados por correspondências. Porém, o ano de 1904 é o marco de referência oficial, pois ocorre a Instalação de Escolas Internacionais, instituição filiada a uma organização norte-americana, onde eram oferecidos cursos nos setores de comunicação e serviços, realizados, também, por correspondência. A evolução das tecnologias faz com que essa modalidade educacional seja oferecida por outros meios: em 1923, via rádio; na década de 60, através da televisão; e a partir da década de 70, com o advento da internet, por computadores. Com as grandes mudanças nas formas de comunicação, ocorridas nos últimos tempos, fazendo o mundo mais globalizado, a educação a distância aparece cada vez mais no contexto das sociedades contemporâneas. De acordo com Belloni (2006) esta modalidade de educação surge como uma forma de atender às novas demandas educacionais decorrentes das mudanças causadas pela globalização, que não é apenas um fenômeno econômico, mas também um processo de transformação do espaço e do tempo. Conforme dados apresentados pelo o INEP/MEC no Resumo Técnico do Censo da Educação Superior de 2009, o número de instituições que ofertam ao menos um curso de graduação ou sequencial de formação específica passa de 1.180, em 2000, para 2.314, em 2009, um aumento de 96%. Porém, o aumento das instituições que ofertam ao menos um curso de graduação ou sequencial de formação específica e dos milhares de alunos que estão matriculados nessa modalidade cresce, também, as taxas de evasão. Diante do exposto e com a finalidade de apurarmos alguns dados estatísticos em relação à evasão da turma do primeiro semestre do ano de 2007 do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE foi realizada uma investigação. Posteriormente, compara os percentuais com os índices da turma do primeiro semestre do ano de 2008 do mesmo curso na modalidade presencial, para uma melhor percepção da evasão na modalidade a distância em relação à evasão da modalidade presencial. A metodologia consiste no levantamento de dados bibliográficos e pesquisas documentais, por meios de anuários, 6 artigos, livros, revistas científicas e sites. Posteriormente, serão realizadas coletas de dados, de documentos e de informações sobre a evasão na supracitada instituição. Para tanto, o presente trabalho divide-se em cinco tópicos. No primeiro tópico faz-se uma breve definição da Educação a Distância, bem como sua caracterização. No segundo defini-se o termo evasão e alguns levantamentos de dados sobre essa questão. O terceiro tópico apresenta um breve histórico da implantação da EAD no IFCE. O quarto tópico apresenta o curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE. Por fim, apresentaremos o levantamento de dados, bem como a análise destes em relação à evasão das referidas turmas. O que é Educação a distância? Sendo oficializada em 1996, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a EAD, segundo Lobo Neto (2002), „deixa de pertencer ao elenco de projetos sempre designados como “experimentais”, ao sabor de momentâneas arbitrariedades, tanto a favor quanto contra, sem qualquer respeito a resultados educacionais concretos‟. Daí em diante, a EAD, com a chancela da lei, tem se efetivado e paulatinamente sido reconhecida como modalidade educacional. Em 1998, o Decreto n.º. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamentava a educação a distância, a define como “uma forma de ensino que possibilita a auto- aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”. Atualmente, a EAD é definida, oficialmente, pelo o Art. 1º do Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005, como “modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Carmem Maia e João Mattar (2007, p. 6) enfatizam que “a EAD é uma modalidade de educação em que os professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”. 7 Marcio Lemgruber (2008) discorda e prefere defini-la como uma forma educacional, pois “apesar de ser corrente a referência à educação a distância como uma modalidade, o termo pode trazer confusão com especificidade educacionais tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, (...) estas sim modalidades educacionais”. Moran (2002) compartilha outra visão ao conceituar a educação a distância como um processo de ensino aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. No entanto, enfatiza que a palavra “educação” não é perfeitamente adequada, mas é a mais abrangente. Pois na expressão “ensinoà distância” a ênfase é dada ao papel do professor. Lobo Neto (2001) destaca que a educação a distância é uma alternativa de mediação na construção da sociedade e através do seu caráter massivo poderá possibilitar emergência das culturas locais e comunitárias. Para Greville Rumble (2003) dentre as principais características da dessa modalidade podemos destacar: o atendimento, em geral, a uma população estudantil dispersa geograficamente; a administração de mecanismos de comunicação múltipla; a possibilidade de personalização do processo de ensino aprendizagem, de acordo com o ritmo do rendimento do alunado; a formalização das vias de comunicação bidirecionais e frequentes relações de mediação dinâmica e inovadora; a garantia de permanência do aluno em seu meio cultural e natural, o que evita os êxodos; a combinação da centralização da produção com a descentralização do processo de aprendizagem. Resumidamente, a EAD é, em geral, voltada especialmente (mas não exclusivamente) para o adulto que não possui tempo suficiente para estudar, a fim de completar a sua formação ou fazer um novo curso. Além disso, ela permite que estudo e cotidiano se combinem, garantindo a permanência do alunado em seu próprio ambiente, seja ele profissional, cultural e familiar. Com isso, essa modalidade de ensino democratiza a educação. Nesse contexto, essa modalidade de educação, vem crescendo consideravelmente no Brasil, conforme dados apresentados em censos realizados pelo o INEP/MEC, mas atrelado a tal crescimento está, também, aumentando a quantidade de alunos que deixam o curso precocemente caracterizando a evasão na EAD. 8 A Evasão na EAD Segundo, Utiyama e Borba (2003), a evasão é entendida como a saída definitiva do aluno de seu curso de origem, sem concluí-lo. Para Maia e Meireles (2005), a evasão consiste em alunos que não completam cursos ou programas de estudo, podendo ser considerada como evasão aqueles alunos que se matriculam e desistem antes mesmo de iniciar o curso. E Abbad, Carvalho e Zerbini (2005) dizem que a evasão refere-se à desistência definitiva do aluno em qualquer etapa do curso. Porém, é importante esclarecer, para cada pesquisa a evasão deve ser definida levando-se em consideração a categorização dos processos de entradas e saídas adotados pelo o pesquisador. Segundo consta no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância de 2008 (AbraEAD/2008), entre 2004 e 2007, o crescimento no número de alunos da modalidade a distância foi de 213%, fazendo com que o número de estudantes, em 2007, em cursos a distância de instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino atingisse 972.826 alunos. Pode-se observar nos dados divulgados pelo Censo da Educação Superior 2010, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Inep/MEC, que houve uma significativa expansão das matriculas de cursos a distância no período de 2005 a 2009, com ritmo ligeiramente inferior no ano de 2010. No referido ano, 14,6% das matriculas em curso superior correspondem à modalidade a distância (930.179), das quais, quanto ao grau acadêmico, 426.241 correspondem às matriculas de licenciatura; 268.173 de bacharelado e 235.765 em cursos superiores de tecnologia (CST). Os dados apresentados são promissores, no entanto vale enfatizar que juntamente com o aumento de matriculas nessa modalidade de educação há uma grande parcela de alunos que desistem do curso precocemente, caracterizando a evasão escolar. Conforme podemos verificar a seguir. A pesquisa AbraEAD/2008 destaca que foram encontradas 257 instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino para ministrar cursos de Educação a Distância no Brasil, nos níveis básico/técnico/EJA, 93 instituições foram registradas nos respectivos Conselhos Estaduais de Educação. Já em nível superior, 164 instituições foram legitimadas pelo Conselho Nacional de Educação. Dentre estas, 140 (55% do universo) responderam a uma pesquisa que detalha suas metodologias. Os dados estatísticos da pesquisa relatam que 60% das instituições que responderam a pesquisa realizam pesquisas sobre a evasão. Conforme 9 essas pesquisas, os motivos mais frequentes entre os apontados para a evasão são o financeiro (35%) e a falta de tempo (22.9%). Ainda nesta pesquisa foi constatado que o percentual de instituições com evasão alta (superior a 30% dos alunos) é de 11% e 75% apontaram a evasão igual ou inferior a 20%. O AbraEAD/2008, ainda, realizou pesquisa com 204 alunos (102 evadidos e 102 formados), segundo a pesquisa “o problema da falta de tempo do aluno, aliada á necessidade de mais atenção para a solução de dúvidas, por exemplo, se sobrepõem a um motivo clássico para a evasão, a falta de dinheiro para dar continuidade ao curso”. Dos 102 alunos evadidos, conforme a pesquisa, a quase totalidade (91,2%) não chegou nem a metade do curso, e 85% o abandonaram no inicio; 4,9% fez mais que a metade; e, apenas, 2,9% chegaram quase no final. Dentre as instituições que ofertam algum tipo de curso na modalidade a distância, podemos citar o Instituto Federal do Ceará (IFCE) que oferecem cursos por meio do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) 1 e da Escola Técnica Aberta do Brasil (e-TEC) 2 . A EAD no IFCE O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério de Educação, portanto, na forma da lei, goza de autonomia pedagógica, administrativa e financeira.Tendo em vista, o reconhecimento da vocação da supracitada instituição para desenvolvimento do ensino de graduação e pós- graduação tecnológica, bem como extensão e pesquisa aplicada, o Ministério da Educação, através do inciso V, parágrafo 4º do Decreto n.º 5.225, de 1º de outubro de 2004, reconheceu, dentre outros objetivos, que o IFCE tem a finalidade de ministrar ensino superior de graduação e de pós-graduação “lato sensu” e “stricto sensu”, visando à formação de profissionais especialistas na área tecnológica. 1 Sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância. 2 Sistema que visa à oferta de educação profissional e tecnológica a distância e tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. 10 A referida instituição tem como marco referencial de sua história institucional um contínuo processo de evolução, que acompanha o processo de desenvolvimento do Ceará, da Região Nordeste e do Brasil. Essa evolução, aliada ao novo contexto regional, aponta para um posicionamento estratégico, sua transformação em Universidade Tecnológica. Este novo “status” institucional de Universidade Tecnológica representa a visão de futuro do IFCE e se constitui no elemento mobilizador da comunidade para o comprometimento com a continuidade de seu crescimento institucional necessário para acompanhar o perfil atual e futuro do desenvolvimento do Ceará. Portanto, o IFCE, norteado pela Lei n.° 9394/96, e estando apto a expandir o acesso a formação e interiorização, pela via da modalidade de Educação a Distância, tem levado formação necessária àqueles indivíduos e profissionais que estão distantes dos grandes centros de ensino e/ou que enfrentam dificuldades em frequentar o ensino presencial. E, também, ao reconhecer a importância estratégica do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como apoio e enriquecimento do ensino presencial e da modalidade da Educação a Distância, amparada pela legislação, para expansão do ensino, ampliação do acesso e democratização do ensino, esta instituição vemenvidando esforços para assumir o desafio e consolidar-se como centro de excelência em EAD ao disseminar educação às mais diversas localidades. Com isso, a área de EAD no IFCE vem realizando diversas ações de investigação e experimentação desde 1994, desembocando em atividades no âmbito da pesquisa,da extensão e do ensino. Na pesquisa, várias propostas se revertem no uso das TICs, destacando-se o módulo do SIEP (Sistema de Informação da Educação Profissional) desenvolvido no âmbito do CG/DDPE/SETEC/MEC 3 denominado ― Portal da Educação Profissional a Distância ou EPT Virtual. Na extensão, podemos citar vários projetos sociais de inclusão digital e social com uso da informática como Alfabetização Tecnológica (IFCE Juazeiro do Norte), Inclusão Online na Educação Especial, Conectando Gerações (IFCE Cedro), Inclusão Digital na 3ª. Idade (IFCE Fortaleza), Ilha Digital (IFCE Fortaleza), este último resultante de convênio firmado entre o 3 Coordenação Geral do Departamento de Despesa de Pessoas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Estado. 11 IFCE e o Banco do Brasil para instalação de telecentros comunitários como parte do programa de inclusão digital, entre outros. No ensino, pode-se citar o programa denominado FormaTE que constitui minicursos diversos de formação e capacitação de professores em tecnologias informáticas telemáticas e EAD visando alfabetização tecnológica; utilização de TICs em sala de aula; conhecimento e domínio de ferramentas e plataformas de EAD; produção de conteúdo; o projeto piloto ― Ciranda da Educação Profissional, realizado entre quatro IFCEs usando videoconferência; Curso Didática Aplicada à Videoconferência para professores do IFCE, repetido em diversas ocasiões; Capacitação no e-PROINFO 4 ; Capacitação em EAD (60hs). Com o intuito de desenvolver uma educação de qualidade na modalidade a distância, criou-se o Núcleo de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância- NTEAD, que atualmente tem o status de Diretoria de Educação a Distância – DEAD diretamente ligada a Pro Reitoria de Ensino. Posteriormente, devido à consolidação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) no IFCE, com a oferta dos cursos de Tecnologia em Hotelaria e Licenciatura em Matemática em polos do interior do estado, fez-se necessário que o NTEAD/DEAD do IFCE, que já abrigava projetos e programas de TICs na Instituição, se reformulasse com a finalidade de atingir os objetivos de preparação e implementação dos cursos à distância da UAB. Para tal, foi criada um sistema de gestão, infra-estrutura e formação de equipe multidisciplinar de preparação e implementação dos cursos. O modelo de Gestão Sistêmica foi o sistema de gestão escolhido para a DEAD do IFCE, este modelo considera e envolve, de forma articulada e ritmada, todas as áreas de uma organização buscando assegurar o cumprimento de prazos, manutenção da qualidade e equilíbrio de ações. O supramencionado sistema de gestão compreende cinco grandes pilares que são: institucional, pedagógico, tecnológico, administrativo financeiro e recursos humanos. No subsistema institucional, reúne-se os instrumentos que auxiliam a administração tendo por finalidade fixar a razão de ser do empreendimento de acordo com as crenças, valores, convicções e expectativas dos empreendedores. Além de, definir a identidade da instituição, caracterizando as finalidades internas e externas que ela se propõe atender. No subsistema pedagógico, procura-se um conjunto coerente de escolhas de pontos de vistas, de orientações metodológicas, de representações, de conceitos, de transposição didática 4 Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que utiliza a Tecnologia Internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações. 12 de materiais e de princípios de ações que definem o ângulo da abordagem centrada no aluno. Para, assim, adequar a abordagem de conhecimentos de uma forma que busque prender a atenção do aluno, oferecendo ao mesmo a condição de estudar e de desenvolver a sua autonomia, através de recursos incorporados ao material impresso e digital. O subsistema tecnológico é constituído por instrumentos, os quais dão suporte à administração e que agem de uma forma catalisadora na obtenção de dados para o alcance de informações que auxiliam na tomadas de decisões para o alcance dos resultados institucionais, no que diz respeito à orientação, organização, coordenação e ao controle das atividades de forma a assegurar que estas atividades sejam dirigidas às finalidades, agregando ainda, valores importantes para a sustentabilidade do sistema de gestão em EAD. No âmbito do subsistema Administrativo Financeiro, visa o apoio à execução e fiscalização dos gastos com as ações inerentes à Educação a Distância, para que se possa, de uma forma eficiente e eficaz, aliar custo e benefício para o alcance de metas e objetivos pré- estabelecidos no planejamento estratégico institucional. Quanto ao subsistema de Recursos Humanos podemos destacar que é constituído por um conjunto de colaboradores capacitados que executam tarefas inerentes ao modelo de Educação a Distância adotado pelo o IFCE. Após essa panorâmica do desenho institucional da EAD no IFCE, passamos a falar de um dos cursos por ele ofertados no âmbito dessa modalidade. Em 2007, a instituição se propôs a oferecer, via UAB, o curso de graduação de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância visando atender a uma demanda reprimida e crescente de pessoas que não têm acesso a cursos presenciais superiores nesta e em outras áreas pelos motivos clássicos: alunos que não puderam ter acesso ao ensino superior , não há Instituições de Ensino Superior nas localidades que habitam, custo alto para cursar faculdade em outra cidade ou centro urbano, alunos que têm que conciliar trabalho e estudo, questões relacionadas a dificuldades de deslocamento (acessibilidade), tempo, entre outras razões que justificam a implementação de cursos na modalidade a distância. 13 O Curso de Licenciatura em Matemática a distância do IFCE O Curso de Licenciatura em Matemática juntamente com o Curso de Tecnologia em Hospedagem na modalidade a distância começou a ser implementado e acompanhado, via UAB, em 2007, com a oferta do 1º e 2º semestres, possibilitando o ingresso de 400 alunos nos referidos cursos em diversos municípios do estado do Ceará, sendo que, em 2008, este número chegou a ser de 575 alunos. Em 2009, se possibilitou o acesso a 510 alunos, distribuídos em 13 municípios. Já em 2010 o número de vagas ofertadas foi de 590 para os dois cursos superiores. Atualmente, o IFCE atende com o curso de Licenciatura em Matemática doze polos distribuídos nos municípios do interior do Estado do Ceará, a saber: Meruoca, Ubajara, Limoeiro do Norte, Quixeramobim, Campos Sales, Tauá, Orós, Camocim, Acaraú, Jaguaribe, São Gonçalo e Itapipoca. Estes polos contam com um espaço físico que geralmente possuem: salas de aulas, sala de tutoria, secretaria, sala de videoconferência ou web conferência, sala de coordenação e laboratório de informática com conexão em Internet viabilizando a participação dos alunos nos trabalhos do curso, ou seja, no acesso às aulas e atividades que envolvem a sua acessibilidade a partir das ferramentas pedagógicas em chats e fóruns, atividades realizadas via ambiente virtual de aprendizagem. O Curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância, conforme consta no Projeto Político Pedagógico (PPP) do referido curso, foi formulado dentro de um contexto histórico e social, que demanda, cada vez mais, de docentes que sejam atualizados e comprometidos com o processo incessante de reconstrução do saber, tendo por finalidade de formar profissionais licenciados emmatemática para atuação na educação básica, respeitando as diversidades culturais e sociais presentes no estado, por meio da pesquisa, da reflexão teórica e prática e da autonomia do sujeito em formação, considerando o seu crescimento formativo e participativo com o artifício de igualdade e democracia. Desta forma, conforme consta no PPP, o licenciado em matemática deve ser capaz de: compreender a ciência como atividade humana contextualizada e como elemento de interpretação e intervenção no mundo; entender a relação entre o desenvolvimento de Ciências Naturais e o desenvolvimento tecnológico e associar as diferentes tecnologias à solução de problemas; entender e aplicar métodos teóricos/computacionais e procedimentos próprios das Ciências Naturais predominantemente nas ciências da matemática e da física; 14 elaborar projetos para o Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e para o Ensino Médio concatenados com os novos parâmetros curriculares nacionais e com a práxis educativa; entender o papel social da escola na sociedade vigente e suas contradições; fazer uso de recursos da tecnologia de informação e da comunicação de forma a potencializar as possibilidades de aprendizagens dos alunos; manejar diferentes estratégias de comunicação dos conteúdos, sabendo eleger as mais adequadas, considerando a diversidade dos alunos, os objetivos das atividades propostas e as características dos próprios conteúdos; intervir nas situações educativas com sensibilidade, acolhimento e afirmação responsável de sua autoridade; identificar, analisar e produzir materiais e recursos para utilização didática, diversificando as possíveis atividades e potencializando seu uso em diferentes situações; utilizar estratégias diversificadas de avaliação da aprendizagem e, a partir de seus resultados, formular propostas de intervenção pedagógica, considerando o desenvolvimento de diferentes capacidades dos alunos; pautar sua conduta profissional por critérios humanísticos e de rigor científico, assim como por referenciais éticos e legais sempre com a visão e perspectiva de seu importante papel social como educador;e produzir textos para relatar experiências, formular dúvidas ou apresentar conclusões, inclusive realizar análises críticas e teóricas de livros disponíveis no mercado de trabalho. Para tornar os egressos capacitados a realizar todas as atividades supracitadas optou- se, para o curso, pelo o ambiente virtual de aprendizagem, o Moodle (Modular Object- Oriented Dynamic LearningEnvironment). Esse ambiente viabiliza a troca de informações e experiências entre educando e educador, além da interatividade entre alunos. Trata-se, também, de um ambiente de simples uso, além de várias experiências práticas anteriores demonstrarem sua adequabilidade às necessidades didáticas, de comunicação e gestão do curso, bem como ao perfil de um público-alvo com diferentes níveis de experiência no uso da Internet. Além de ter uma matriz curricular que contempla a integração multidisciplinar, conforme podemos observar a seguir, vale ressaltar o caráter flexível, a articulação dos conteúdos, experiências interdisciplinares, a fim de não fragmentar a formação, assegurando a indispensável preparação profissional dos futuros professores. 15 Figura 1 – Matriz Curricular do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE. 16 Serão apresentados, a seguir, os dados referentes à pesquisa realizada com o objetivo de quantificar a evasão escolar do Curso de Licenciatura em Matemática do IFCE na modalidade a distância, e, posteriormente, comparar os dados do mesmo curso na modalidade presencial do campus Fortaleza. Apresentação e Análise dos dados A pesquisa foi realizada no período compreendido entre junho e setembro de 2012. O objetivo da mesma foi identificar o percentual de evasão da turma do primeiro semestres do ano de 2007 do Curso Superior de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE. Trata-se de um estudo de caso, além de uma pesquisa documental. Para a obtenção dos dados foram analisados relatórios e quadros estatísticos fornecidos pelo o sistema eletrônico utilizado pela a referida instituição, o acesso ao sistema foi realizado por intermédio de funcionários da instituição. Enfatizo que foi analisada a evasão da turma, sendo considerado como aluno evadido aquele que começa o curso e em algum momento desiste e ao retornar ao curso não é contabilizado como evadido. Pode-se observar os dados fornecidos pela a coordenação do curso nas tabelas abaixo Tabela 1 – Quantidade de alunos matriculados a turma de 2007.1 do Curso de Licenciatura em Matemática modalidade a distância por semestre. Polos Quantidade de alunos 2008.1 2008.2 2009.2 2010.1 2010.2 2011.1 2011.2 Quixeramobim 60 60 49 46 41 36 35 Limoeiro do Norte 50 50 43 32 29 28 25 Ubajara 30 30 23 21 16 15 15 Meruoca 50 50 32 28 24 24 24 Fonte: IFCe, Campus Juazeiro do Norte, Coordenação de Controle Acadêmico (CCA). Nota: Em 2010.2 houve o reingresso de 01 aluno no polo de Meruoca. Tabela 2 – Quantidade de alunos evadidos por semestre da turma de 2007.1 do Curso de Licenciatura em Matemática modalidade a distância por semestre. Polos Quantidade de alunos 2008.1 2008.2 2009.2 2010.1 2010.2 2011.1 2011.2 Quixeramobim 0 0 11 03 05 05 01 Limoeiro do Norte 0 0 07 11 03 01 03 Ubajara 0 0 07 02 05 01 0 Meruoca 0 0 18 04 05 0 0 Fonte: IFCe, Campus Juazeiro do Norte, Coordenação de Controle Acadêmico (CCA). Nota: Em 2010.2 houve o reingresso de 01 aluno no polo de Meruoca. 17 Tabela 3 – Quantidade de alunos concludentes da turma de 2007.1 de Licenciatura em Matemática modalidade a distancia em 2011.2. Polos Quantidade de alunos Quixeramobim 28 Limoeiro do Norte 18 Ubajara 07 Meruoca 11 Total 64 Fonte: IFCe, Campus Juazeiro do Norte, Coordenação de Controle Acadêmico (CCA). Antes da análise dos dados temos que destacar que a turma analisada teve seu ingresso mediante vestibular realizado em 2007.1, porém o primeiro semestre letivo foi registrado no sistema acadêmico somente em 2008.1. Além disso, podemos perceber que o semestre de 2009.1 está suprimido, isso ocorreu devido à prolongação do semestre de 2008.2. Observando os dados apresentados, observamos que em 2008.1 havia 190 acadêmicos distribuídos entre os quatro polos, sendo que 60 alunos (aproximadamente 31,58%) ingressaram no polo de Quixeramobim, 50 (26,32%) nos polos de Limoeiro do Norte e Meruoca e 30 (15,78%) no polo de Ubajara. O mesmo número se repete no semestre de 2008.2, ressaltando que este semestre foi estendido, suprimindo, assim, o semestre de 2009.1. No semestre de 2009.2 o número de matriculas diminui para 147, uma redução de 43 alunos (aproximadamente 22,63%). Dos evadidos 11 alunos (aproximadamente 5,79%) são do polo de Quixeramobim, 07 (3,68%) dos polos de Limoeiro do Norte e Ubajara, e 18 (9,48%) do polo de Meruoca. Em 2010.1 houve a evasão de mais 20 alunos, totalizando 63 alunos evadidos, o que representa uma redução de aproximadamente 33,16% em relação à turma inicial, sendo que 14 alunos (cerca de 7,37%) são do polo de Quixeramobim, 18 (9,47%) do polo de Limoeiro do Norte, 9 (4,74%) do polo de Ubajara e 04 (11,58%) do polo de Meruoca. Em 2010.2 mais 18 alunos desistiram e houve o reingresso de 01 aluno no polo de Meruoca. Logo no total houve a evasão de 80 alunos em relação à turma ingressante, reduzindo a turma em aproximadamente 42,1%, sendo que 19 alunos (cerca de 10%) desistentes são do polo de Quixeramobim, 21 (11,05%) do polo de Limoeiro do Norte, 14 (7,37%) do polo de Ubajara e 26 (13,68%) do polo de Meruoca. Em 2011.1 houve a evasão de mais 07 alunos, totalizando 87 alunos evadidos da turma, o que representa um percentual de evasão de aproximadamente 45,78% da referida turma. Desse valor, aproximadamente 12,63%(24 alunos) correspondem ao percentual de evasão do polo de Quixeramobim, 11,58% (22 alunos) do polo de Limoeiro do Norte, 7,89% (15 alunos) do polo de Ubajara e 13,68% (26 alunos) do polo de Meruoca. 18 No último semestre (2011.2) a turma obteve uma redução de mais 04 alunos em relação ao semestre anterior, fazendo com que o total de alunos evadidos passasse para 91, apresentando um percentual de evasão de aproximadamente 47,89%, do qual 13,16% (correspondente a 25 alunos) representam o percentual de evadidos do polo de Quixeramobim e de Limoeiro do Norte, 7,89% (15 alunos) o percentual do polo de Ubajara e 13,68% (26 alunos) o percentual de evadidos do polo de Meruoca. Apesar de 2011.2 ser o semestre preestabelecido para a conclusão dos ingressantes em 2007.1, apenas 64 alunos, ou seja, aproximadamente 33,68%, concluíram o curso nesse semestre, no entanto, os alunos remanescentes podem ter se evadido ou concluído o curso em outros semestres. Figura 2 - Evasão da Turma de 2007.1do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE por semestre. Quanto aos índices de evasão por polo temos que Quixeramobim apresentou percentual de aproximadamente 41,67%. Dentro desse valor, 18,33% está relacionado com o semestre de 2009.2, a quantidade de 5,01% é a relativa ao semestre de 2010.1, a de 8,33% relacionado aos semestres de 2010.2 e 2011.1, pois ambos tiveram o mesmo número de alunos evadidos, e apenas 1,67% no semestre de 2011.2. A quantidade de concludentes em 2011.2 neste polo foi de 28 alunos, ou seja, 46,67%. O polo de Limoeiro do Norte apresentou 50% de evasão, do qual 14% correspondem ao percentual de alunos evadidos no semestre de 2009.2, 22% no semestre de 2010.1, 6% em 2010.2 e 2011.2 e 2% em 2011.1. Os concludentes neste polo em 2011.2 representam 36%. O polo de Ubajara, também, apresentou 50% de evasão, sendo que dentro desse valor, o valor de 23,33% é o percentual que representa a evasão no semestre de 2009.2; 6,67% em 18,42% 33,68% 0,00%0,00% 22,63% 10,53% 8,95% 3,68% 2,11% EVASÃO DA TURMA DE 2007.1 DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA DO IFCE Remanescentes Concludentes em 2011.2 Evadidos em 2008.2 Evadidos em 2009.1 Evadidos em 2009.2 Evadidos em 2010.1 Evadidos em 2010.2 Evadidos em 2011.1 Evadidos em 2011.2 19 2010.1; 16,67% em 2010.2; 3,33% em 2011.1; em 2011.2 não houve desistente. A porcentagem de concludentes em 2011.2 foi de 23,33%. Em relação ao polo de Meruoca, a taxa de 52% é que representa o índice de evasão, sendo 36% o índice de evasão relacionado ao semestre de 2009.2; 8% representa o percentual de evasão tanto do semestre de 2010.1 quanto do 2010.2, ressalto que em 2010.2 houve o reingresso de 01 aluno; em 2011.1 e 2011.2 não houve nenhum desistente. Dentre os polos que ofereceram o curso este foi o polo que apresentou a menor quantidade de concludentes em 2011.2, apenas 14%. Figura 3 - Evasão da Turma de 2007.1do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a distância do IFCE por polo. Para realizarmos uma pesquisa mais consistente, faz-se necessário um comparativo entre o ensino presencial e a distância (semi-presencial), portanto, a seguir, serão apresentados os dados da turma do primeiro semestre do ano de 2008 do Curso de Licenciatura em Matemática do Campus Fortaleza na modalidade presencial do IFCE. Os dados que compõem as tabelas abaixo nos foram fornecidos pela Coordenação de Controle Acadêmico (CCA) Campus Fortaleza. Tabela 4 – Quantidade de alunos matriculados da turma de 2008.1 do Curso de Licenciatura em Matemática Campus Fortaleza por semestre. Semestre Quantidade de alunos 2008.1 38 2008.2 27 2009.1 26 2009.2 24 2010.1 20 2010.2 20 2011.1 20 2011.2 19 Fonte: IFCe, Campus Fortaleza, Coordenação de Controle Acadêmico (CCA). Nota: Houve um reingresso em 2011.1. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 2008.1 2008.2 2009.2 2010.1 2010.2 2011.1 2011.2 EVASÃO DA TURMA DE 2007.1 DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA DO IFCE POR POLO QUIXERAMOBIM LIMOEIRO DO NORTE UBAJARA MERUOCA 20 Tabela 5 – Quantidade de alunos evadidos da turma de 2008.1 do Curso de Licenciatura em Matemática Campus Fortaleza por semestre. Semestre Quantidade de alunos 2008.1 0 2008.2 11 2009.1 01 2009.2 02 2010.1 04 2010.2 0 2011.1 01 2011.2 01 Fonte: IFCe, Campus Fortaleza, Coordenação de Controle Acadêmico (CCA). Nota: Houve um cancelamento de matrícula em 2009.2 e um reingresso em 2011.1. Podemos perceber que a turma iniciou, em 2008.1, com 38 alunos, porém no segundo semestre, em 2008.2, houve a evasão de 11 alunos o que representa um percentual de aproximadamente 28,95%. Em 2009.1, terceiro semestre, houve a evasão de mais 01 aluno, fazendo aumentar a porcentagem de evasão para 31,58%. Em 2009.2, quarto semestre, houve a evasão de mais 02 alunos, sendo que 01 cancelou a matricula, isso faz com que a evasão da turma passasse para 36,84%. Em 2010.1, houve a evasão de mais 04 alunos, e a porcentagem ficou em 47,37%, essa porcentagem não se modificou em 2010.2 e em 2011.1, ressalto que em 2011.1 houve a evasão de 01 aluno, porém houve, também, o reingresso de 01 aluno. Em 2011.2, último semestre da turma, o que fez a porcentagem de evasão da turma atingir 50%. Informo que da referida turma apenas 01 aluno concluiu o curso em 2011.2, o que representa 2,63% dos ingressantes, enfatizo, também, que os remanescentes podem ter se evadido ou concluído o curso em outros semestres. Figura 3 - Evasão da Turma de 2008.1do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade a presencial do campus Fortaleza do IFCE. 47,37% 2,63% 28,95% 2,63% 5,26% 10,53% 0,00% 0,00% 2,63% EVASÃO DA TURMA DE 2008.1DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE PRESENCIAL CAMPUS FORTALEZA DO IFCE Remanescentes Concludentes em 2011.2 Evadidos em 2008.2 Evadidos em 2009.1 Evadidos em 2009.2 Evadidos em 2010.1 Evadidos em 2010.2 Evadidos em 2011.1 Evadidos em 2011.2 21 Analisando os dados apresentados podemos perceber que da turma do primeiro semestre do ano de 2007 do curso de Licenciatura em Matemática do IFCE na modalidade a distância analisada 47,89% dos alunos evadiram-se do curso. O semestre que apresentou o maior percentual de evasão foi o semestre 2009.2 com aproximadamente 22,63% e o menor, excluindo os semestres de 2008.1 e 2008.2 que não apresentaram nenhum percentual, foi o semestre 2011.2 com aproximadamente 2,11% de taxa de evasão. Dentre os polos que atenderam a turma analisada o que apresentou o maior percentual de evasão foi o polo de Meruoca, com 52%, e o menor foi o polo de Quixeramobim, com aproximadamente 41,67%, porém os dois polos apresentam índices elevados. Quanto à analise dos dados da turma do primeiro semestre do ano de 2008 do mesmo curso do campus Fortaleza na modalidade presencial, 50% dos matriculados evadiram-se do curso, sendo que o segundo semestre (2008.2) apresentou o maior índice de evasão, 28,95% dos matriculados, e o que apresentou a menor taxa foram os semestres de 2010.2 e o de 2011.1, ambos não apresentaram alunos evadidos. Além disso, quando comparamos a evasão da turma da modalidade a distância com a presencial concluímos que os índices são equiparáveis, ambas apresentando taxas equivalentes a 50%, sendo esta taxa considerada elevada, porém o índice de concluintes da turma da modalidade a distância em 2011.2, representado por 33,68%, é maior que o índice da turma da modalidade presencial, representado por 2,63%. A diferença exorbitante em relação aos índices de concludentes, faz com que ocorra, também, diferença considerável entre a taxa de remanescentes da turma na modalidade a distância, que é de 18,2%, em relação a taxa apresentada pela turma na modalidade presencial, que é de 47,37%. 22 Figura 4 – Quadro comparativoda turma de 2008.1 do curso de Licenciatura em Matemática do IFCEna modalidade a distância e modalidade presencial do campus Fortaleza. 0% 10% 20% 30% 40% 50% Total Evadidos Remanescentes Concludentes em 2011.2 Evasão em 2008.2 Evasão em 2009.1 Evasão em 2009.2 Evasão em 2010.1 Evasão em 2010.2 Evasão em 2011.1 Evasão em 2011.2 PERCENTUAL LICENCIATURA EM MATEMÁTICA TURMA 2008.1 Educação a Distância Presencial campus Fortaleza 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a presente pesquisa foi possível perceber que a EAD esta se expandindo, dando, assim, oportunidade a uma população que, antigamente, encontrava obstáculos para se aperfeiçoar. Porém os números relativos aos índices de evasão não são favoráveis, pois proporcionalmente ao crescimento de matrículas nessa modalidade cresce, também, a quantidade de alunos evadidos. O percentual de evasão de alunos das analisadas turmas quando comparados não se tornam tão discrepantes, sendo equiparáveis a 50% dos matriculados, logo, ao contrário do que se pensa, a evasão na modalidade a distância, em alguns cursos, não é maior do que na modalidade presencial, são praticamente as mesmas. Porém, a porcentagem de concludentes no ensino a distância, representada por 33,68%, é superior a apresentada pela a turma do ensino presencial, representada por 2,63%, o que faz com que ocorra, também, discrepância entre as taxas de remanescentes. Não obstante, a presente pesquisa não é suficiente para diagnosticar a evasão no curso, uma vez que não apresenta os motivos e as possíveis formas de contenção. Sendo, portanto, necessário a realização de novas pesquisas, a fim de apresentarmos medidas eficazes para reduzir o percentual apresentado. 24 REFERÊNCIAS ALMEIDA, O.C.S. Evasão em Cursos a Distância: validação de instrumento, fatores influenciadores e cronologia da desistência. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade de Brasilia, Brasilia. Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3912/1/2007_OniliaCristinadeSouzadeAlmeid a.PDF>. Acesso em 22 jun. 2012. BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 4.ed. Campinas, SP: Editora Autores Associados, 2006. BRASIL. Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004- 2006/2005/Decreto/D5622.htm#art37>. Acesso em: 03 fev. 2012. BRASIL. Decreto n o 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Revogado pelo Decreto nº 5.622, de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2494.htm>. Acesso em: 03 fev. 2012. BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75723>. Acesso em: 03 fev. 2012. INEP, Resumo Técnico – Censo da Educação Superior 2010. Disponível em:< http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/resumo_tecnico/resumo_tecni co_censo_educacao_superior_2010.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2012. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ. Projeto Político Pedagógico do curso de Licenciatura em Matemática modalidade de Educação a Distância. Juazeiro do Norte,CE, 2010. INSTITUTO MONITOR. Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância: 2008. 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