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Ciência e Profissão
Aula 2
O que é ciência?
● É um conjunto de conhecimentos sobre determinado objeto de estudo resultantes de
uma investigação.
● Essa produção de conhecimento é feita de objetividade, rigor científico, cuidado,
ética, compromisso social e implicações sociais e econômicas.
O que é senso comum?
● O senso comum é o conhecimento adquirido pelas pessoas a partir dos costumes,
das experiências e vivências cotidianas.
● Exemplos: O chá de boldo cura problemas no fígado, ameixa e mamão ajudam a
regular o intestino.
Mas e a Psicologia Científica?
● É importante considerar que a psicologia tem raízes anteriores à sua consolidação
como ciência e profissão. Desde a Grécia, com Sócrates, Platão e Aristóteles já se
pensava na psicologia a partir de questionamentos sobre consciência, livre arbítrio.
● Embora os filósofos e acadêmicos continuassem interessados no funcionamento da
mente e do corpo ao longo dos séculos, geralmente considera-se que a psicologia
científica começou no final do século XIX, quando Wilhelm Wundt estabeleceu o
primeiro laboratório psicológico na universidade de Leipzig, Alemanha, em 1879.
Wilhelm Wundt (1832-1920)
● Considerado fundador da Psicologia Científica.
● Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig - 1879 (mas os
experimentos são anteriores a este laboratório).
● Esse laboratório se tornou um centro internacional de formação de psicólogos,
sobretudo experimentais.
● As investigações realizadas no laboratório podem ser facilmente apreendidas, se
levarmos em conta suas principais áreas de pesquisa: intensidade das sensações,
sensações táteis, psicologia do som, sensações de luz, gustação, olfação,
percepções espaciais, curso das representações, estética experimental, processos
atencionais, sentimentos e afetos, processos de associação e memória.
● Entre os estudantes estavam doutorandos, voluntários e visitantes que queriam
conhecer o seu trabalho.
● Haviam muitos estudantes de outros países, o que tornou o laboratório uma
referência mundial, pois de volta aos seus países, esses estudantes criavam outros
laboratórios de pesquisa.
● Há certa distorção na obra de Wundt que é importante de ser compreendida: 1-
Maior ênfase às investigações fisiológicas; 2- Menor ênfase no seu diálogo com a
filosofia e sociologia.
Mas afinal, o que é psicologia científica?
● Diversidade de objetos de estudos na psicologia, Ex: comportamentais, sociais.
● Subjetividade: a experiência humana em todas as suas esferas (singulares,
coletivas, genéricas, genéticas).
● A institucionalização da psicologia como ciência.
● Ensino, pesquisa e atuação profissional.
Crítica do autor do texto à psicologia experimental de foco
individual
● "Nesse contexto, a psicologia tem como tarefa investigar de forma complementar os
processos psicológicos individuais (psicologia experimental) e os produtos culturais
coletivos – como a linguagem, os mitos e a religião (psicologia dos povos ou
Völkerpsychologie) – para que a mente possa ser compreendida em todos os seus
aspectos. Tomada isoladamente, a psicologia experimental perde a sua significação
mais profunda. Ora, foi exatamente isso o que aconteceu na maior parte das vezes
com os estudantes de Wundt, especialmente os que fundaram os laboratórios
americanos".
● “Por que os americanos responderam tão positivamente a Wundt e a seus
Fundamentos de Psicologia Fisiológica (1873-74), ao esboço de uma psicologia
construída segundo o modelo da fisiologia experimental, ficando pouco receptivos,
se não esquecidos, de sua psicologia sociocultural, que Wundt chamou de
Volkerpsychologie, a psicologia dos povos?"
● Essa psicologia dos povos tratava de costumes, mitos e linguagens.
Longa e Persistente crise de cientificidade
Aula 3
Ciência Moderna
● Método científico
● Hipótese testadas
● Leis naturais (de newton, por ex. Lei da impenetrabilidade);
● Capacidade preditiva
● - Experimentação
● - Matematização
Sobre a ciência empírica:
Ciência é aquele modo de obtenção de conhecimento que aspira a formular, mediante
linguagem rigorosa (e sempre que possível matemática), teorias gerais e leis universais que
expliquem e prevejam, de forma cada vez mais acurada, ainda que probabilisticamente,
fenômenos da realidade objetiva.
Observação:
Não encontramos na psicologia um corpo "unitário" de conhecimento que promoveu
grandes sucessos, como na física, na química e na biologia, por ex, e isso gera muitas
tensões.
Problemas Ontológicos (Problemas do ser)
1-Natureza inquantificável de seu objeto de estudo
2-Simultaneidade sujeito/objeto
3-Indivisibilidade do fenômeno psíquico
4-Inexistência de um único e próprio objeto
5-Da relativa autonomia do ser humano em relação às questões sociais, ambientais e
genéticas.
6-Da necessidade de um método diferente de investigação das ciências naturais.
1-Natureza inquantificável de seu objeto de estudo
● Os fenômenos psicológicos acontecem no tempo, e não no espaço;
● A matemática, por exemplo, não é aplicável aos fenômenos do sentido interno;
● O behaviorismo (estudo do comportamento humano a partir de estímulos- reações)
foi a corrente da psicologia que mais se aproximou dessa tentativa de "quantificar",
mas não se consolidou como interesse da maioria das/os psicólogas/os;
● O cognitivismo (estudo das cognições humanas), no entanto, conseguiu se
consolidar mais;
2-Da impossibilidade de o sujeito ser ao mesmo tempo objeto
● Crítica de Kant (1989): "a observação em si mesma altera e distorce o estado do
objeto observado”
● Debate sobre neutralidade, tanto na pesquisa, como na profissão.
● Esse veto foi retomado por Comte. O sujeito que pensa não pode ser ao mesmo
tempo o objeto do experimento ou mesmo da mera observação que realiza, pois
estaria consciente das condições experimentais e de controle, além de a observação
interna interferir no resultado do andamento do próprio processo psíquico.
● Esse veto de Comte foi responsável pelo veto positivista da psicologia enquanto
ciência.
3-Indivisibilidade do fenômeno psíquico
● Não se pode considerar os eventos psíquicos de forma separada, pois fazem parte
de uma totalidade.
● A partir disso, Husserl propõe que a psicologia não pode ter um viés experimental,
mas sim mais ligado à filosofia.
No entanto:
● A vida psicológica é unitária, mas podemos distinguir funções e representações que
podem, com um grau de artificialidade que em maior ou menor medida é comum a
todas as ciências, ser investigadas isoladamente. Se, de fato, o método científico
não se aplica ao conteúdo intencional da consciência, no entanto se aplica a seu
aspecto funcional. É isto o que a psicologia cognitiva faz, descreve
aproximadamente as funções cognitivas, os processos de transformação da
informação e os planos de ação.
● Ex: processos psicológicos básicos: memória, atenção e outros.
4-Inexistência de um único e próprio objeto
● A psicologia não pode ter o mesmo método das ciências naturais
● Se o objeto da psicologia (a consciência) é de natureza diversa do objeto das
ciências naturais (objetos físicos no espaço), então requer um método próprio de
investigação.
● Defesa de um método compreensivo e interpretativo, diferente do explicativo.
● A crítica de Husserl é que o erro das ciências do espírito, como ele propõe, é buscar
uma igualdade de direitos com as ciências da natureza.
Para Dilthey
● Admitindo a possibilidade de fenômenos únicos, irrepetíveis no universo, e
querendo, ao invés de descobrir as leis que os regem, compreendê-los em sua
individualidade, nada podemos fazer com os instrumentos da ciência moderna. Uma
coisa são as ocorrências de casos particulares de uma lei geral, da qual são
expressão; outra são singularidades, casos únicos irrepetíveis e não submetidos a
leis físicas. Esta distinção levou Dilthey a propor a divisão entre uma abordagem
sistemática (explicativa) e uma abordagem compreensiva nas ciências humanas.
A pesquisa psicológica sistemática
● (ou nomotética, na distinção de Wilhelm Windelband) visa à obtenção de teoriase
hipóteses de aplicação geral.
● Esta pretensão se sustenta na crença da regularidade do objeto, ou seja, de
relações funcionais estáveis entre variáveis antecedentes e variáveis consequentes.
● Em suma, a perspectiva nomotética busca explicar as causas do comportamento.
A pesquisa compreensiva ou idiográfica
● Parte da posição ontológica que assume a relativa autonomia do ser humano frente
aos condicionamentos que lhe são impostos.
● Essa orientação de pesquisa pretende que o objetivo da investigação psicológica
seja a compreensão do significado da experiência humana, e não a busca de teorias
de aplicação generalizada.
● A perspectiva idiográfica busca compreender os motivos de sua expressão.
Dilthey (1924/1945)
● Considera que é um erro fundamental adotar a abordagem explicativa primariamente
(e que dirá exclusivamente) na psicologia, uma vez que as experiências vividas são
dadas em sua unidade significativa.
● Assim, os métodos através dos quais estudamos a vida psicológica, a história e a
sociedade devem ser diferentes daqueles que usamos para estudar a natureza.
5- O objeto da psicologia deve ser o sentido da experiência
consciente
● Tese da psicologia humanista;
● A leitura do ser humano em termos de causa e efeito, antecedente e consequente,
parte e todo, é deturpada e incompleta, pois faltaria nela a questão do sentido que
se precisa dar à própria vida"
● Em vista de tudo isto, a psicologia humanista propõe que, em última análise, o
sentido da experiência humana deva ser o verdadeiro objeto de estudo da psicologia
O ser humano é dotado de autonomia
● Problema central da psicologia que coloca diretamente em cheque sua condição de
ciência moderna.
● Para grande parte do pensamento ocidental e contemporâneo, o ser humano é
dotado de algum nível de autodeterminação, seria fonte de atividade do universo e
não um objeto meramente reagente deste. Este é, na verdade, um dos mais antigos
e importantes problemas filosóficos.
Debate sobre o entendimento humano
● Para Locke e o empirismo, o ser humano é passivo, uma folha de papel em branco a
ser escrita pela experiência, um receptáculo de impressões sensoriais que formarão
seu intelecto e governarão suas ações.
● Já Leibniz qualifica o ser humano como influenciado por inúmeras causas eficientes
através de seu corpo, mas livre, ativo e orientado propositivamente em função de
causas finais.
● O ser humano seria um foco de atividade do universo, não um objeto passivo
conduzido por forças físicas.
A psicologia não tem objeto próprio
● Todo programa de pesquisa que se apresentar como candidato à psicologia
moderna deve justificar a existência de um objeto exclusivo desta ciência,
respondendo a um reducionismo ontológico que, em última análise, acaba com a
psicologia.
● O reducionismo em psicologia geralmente sustenta que todos os fenômenos
psicológicos são fundamentalmente de natureza biológica.
● A redução ontológica assume na psicologia três formas básicas: a behaviorista, a
fisiológica e a pós-moderna, que é o reducionismo linguístico ou sociológico.
Os problemas metodológicos da psicologia moderna
1- Das limitações éticas da pesquisa psicológica
● Os limites éticos impedem que a pesquisa psicológica se aproxime das pesquisas no
campo das ciências naturais.
● Demanda de nós mais criatividade e mais paciência.
2- O objeto da psicologia não é diretamente observável
● O objeto da psicologia não pode ser observável pelos sentidos
3- A neutralidade é impraticável
● Debate sobre a "interferência" da subjetividade da pesquisadora na pesquisa
4- Da dificuldade de mensuração dos dados
● Para alguns campos de saber da psicologia, isso é um problema, para outros,
sequer existe problema a resolver.
5- Do número de variáveis envolvidas no fenômeno psicológico
● Como enfrentar o problema da complexidade do objeto da psicologia, da imensa
quantidade de variáveis que interferem na determinação ou condicionamento do
fenômeno psicológico? De qualquer ângulo que se encare, este objeto é o mais
complexo da ciência.
● Essas são, em suma, as principais questões ontológicas e metodológicas que se
colocam como obstáculos ao pleno estabelecimento de uma psicologia científica nos
moldes da ciência moderna. Estamos diante de um problema de grande
complexidade, de fato, o mais complexo problema da epistemologia regional. Para
estabelecermos solidamente os fundamentos da psicologia como ciência moderna,
temos que encontrar soluções para as dificuldades ontológicas e metodológicas que
seu objeto de estudo apresenta, ou ao menos, formas de contorná-las.
O que acontece com a psicologia apesar das críticas da ciência
moderna?
● É infundado o argumento de que a psicologia deveria se encaixar no molde das
ciências naturais
● Temos muitos motivos para considerar que a psicologia de fato é científica
● Não podemos quantificar o objeto psi, mas podemos quantificar os seus efeitos
● Alguns problemas foram solucionados, mas outros não
● No entanto, devemos nos perguntar: seria a psicologia o "problema" ou a ciência
que pretende enquadrá-la?!
A História da Regulamentação da Profissão da Psicologia
no Brasil
Aula 4
O artigo em questão é proveniente de uma pesquisa
● Levantamento de documentos, principalmente os que antecederam a Lei 4.119.
● Entrevista com três pessoas que participaram desse processo.
● Já havia no país uma aceitação favorável à psicologia.
● Na década de 30, com o processo de industrialização, foi muito necessário para o
país a prática da psicologia para organização do trabalho e para atuação em escolas
e clínicas infantis.
● Busca de "Um homem novo é um país novo", com base no positivismo e no
tecnicismo.
● Profissionais da europa foram chamados para instrumentalizar psicólogos
brasileiros.
O processo de regulamentação foi curto se comparado a outros
países (cerca de 12 anos)
● O período foi caracterizado por um longo e sinuoso percurso histórico com
discussões, inúmeras idas e vindas de projetos, pré projetos, substitutivos, emendas
e muita negociação até que houvesse a aprovação oficial.
● É esse percurso que será analisado aqui. É importante lembrar, também, que a
aprovação não foi o ponto final do processo de profissionalização da Psicologia.
Segundo Pereira e Pereira Neto (2003), o final do processo só se deu em 1975,
após a aprovação do código de ética e a instalação dos Conselhos.
Período Desenvolvimentista
● Aumento da classe média;
● Desenvolvimento industrial;
● Investimento nos modelos de ensino nas escolas e universidades;
● Ainda em 12 de setembro de 1950, uma aluna que cursava Filosofia na USP, Elza
dos Santos Lima, entregou um memorial no Segundo Congresso Estadual de
Estudantes, reivindicando a criação de uma seção independente para a Psicologia
(separada do curso de Filosofia), de um laboratório para a mesma área e também a
regulamentação da profissão de psicologista.
● Já em 1952 são iniciadas algumas discussões sobre a regulamentação. A
Sociedade de Psicologia de São Paulo, que havia sido fundada em 1945, instituiu
uma comissão de carreira do psicólogo com a finalidade de realizar estudos e
debates para caracterizar a profissão no Brasil
● O grupo de profissionais que faziam parte dessa sociedade aplicaram um
questionário para um grande número de profissionais para compreender a atuação
destes;
Anita Cabral escreve sobre os requisitos para o profissional
psicologista
● Preparo específico, teórico, experimental e prático
● O psicologista (entendido como o profissional da Psicologia) não deve ser um
simples técnico, nem cientista, mas há de ter como centro de gravidade o humano,
na indissociável unidade dos aspectos da personalidade individual e do meio social,
só quando teoria, espírito experimental e habilidade técnica se unem num todo
solidário é que podemos estar frente a um psicologista.
● A autora menciona a necessidade dos cursos de Psicologia se tornarem autônomos,
distintos de outros cursos (Filosofia, pedagogia), assim como deixa clara a
importância do “estado atual da Psicologiaser eminentemente científico”.
Importante:
● Muitos profissionais fizeram viagens para fora do país para entender o contexto
profissional de outros locais e regiões.
● No final da década de 40 e início da década de 50, começaram a funcionar alguns
cursos de especialização na área de Psicologia.
● Em São Paulo, o primeiro foi o de Psicologia educacional, organizado pela cátedra
de Psicologia Educacional da USP no ano de 1947.
● Em 1953, foi organizado, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Sedes
Sapientiae, o de Psicologia Clínica, e na USP, o de Psicologia Clínica teve início em
1954.
● Começa-se então a defender que outros profissionais também se utilizem da
psicoterapia, pois trabalham a partir de relações interpessoais (médicos, assistentes
sociais etc).
● Cria-se a noção e a prática de especialização em psicologia, marco importante para
a psicologia, pois impulsionou os movimentos que buscavam pela regulamentação
da psicologia.
● O ano 1953, quando foi realizado em Curitiba o I Congresso Brasileiro de Psicologia,
foi identificado como uma data importante no processo histórico da regulamentação,
pois as ideias sobre a questão passaram a ser discutidas por profissionais de todo o
País e publicadas em periódicos.
● A Associação Brasileira de Psicotécnica, sediada no Instituto de Seleção e
Orientação Profissional (ISOP), no Rio de Janeiro, também organizou, no ano 1953,
uma comissão para estudar o problema.
● Nesse mesmo ano (1953), já havia se iniciado o curso de formação em Psicologia
na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Segundo Mancebo (1999a), a
criação do curso foi possibilitada pela ocorrência simultânea de vários fatos: o
projeto universitário da Igreja Católica, que tinha como objetivo formar uma elite
católica, a existência, desde 1942, de várias práticas psi na instituição, o fato de a
disciplina Psicologia já estar sendo ministrada em vários cursos.
Primeiro anteprojeto de Lei
● O primeiro anteprojeto de lei sobre a formação e a regulamentação da profissão de
psicologista, apresentado em novembro de 1953 ao Ministério de Educação e
Cultura, foi organizado por alguns profissionais do Rio de Janeiro filiados à
Associação Brasileira de Psicotécnica.
● Fundação Getulio Vargas.
Memorial do anteprojeto apresenta as necessidades sociais da
regulamentação da psicologia
● Psicotécnica Escolar
● Psicotécnica do Trabalho
● Psicologia Clínica
Importante
● Os profissionais exerciam as atividades de orientadores educacionais, psicologistas
escolares, professores para anormais e desajustados, selecionadores de pessoal,
conselheiros de formação profissional, técnicos em psicodiagnóstico e em
ajustamento psicológico.
● Jacó-Vilela (1999) destaca no projeto uma distinção entre formação básica, teórica,
que deveria ser fornecida por uma faculdade de Filosofia, e a formação técnica, a
ser realizada em instituições que mantivessem atividades de Psicologia aplicada.
● Essa formação fora da universidade recebeu muitas críticas e gerou propostas
alternativas para a regulamentação.
I Congresso Nacional de Psicologia
● Bases para uma definição jurídica da profissão
● Atuação profissional
● Faculdades de filosofia
Defendia-se por um lado o psicólogo e por outro um técnico.
Nessa noção do técnico de psicologia, estava implícito que os
profissionais seriam subordinados aos médicos.
● No ano 1958, foi elaborado, pela Comissão de Ensino Superior do Ministério de
Educação e Cultura, o Projeto de Lei no 3825-A, de 1958, referente à formação de
psicologistas no Brasil.
● Pessoa interessada em criar um consultório de "correção psicológica"
PARECER 412 de 1957
● Parecer do ministério da educação favorável à regulamentação da psicologia.
● Tratava de muitos aspectos, entre eles: o nome do profissional psi (psicologista,
psicólogo e psicotécnico).
● Mais de mil psicólogos atuando na área
● Discutia sobre outros países, que utilizavam apenas a universidade para a formação
do psi
● Em 20/09/1957, a Comissão de Ensino Superior enviou para o Ministro da
Educação, Clóvis Salgado, o Parecer no 412, assim como o Projeto no 3825-A, que
regulamentavam a formação e a profissão de psicologista"
● Psicologia clínica ser de responsabilidade da medicina
● O conselho tenta fortalecer a perspectiva científica da psicologia e a proposta de que
a formação aconteça em universidades, como ocorria em outros países, mas dava o
poder da psicoterapia apenas aos médicos
● Isso desagradou os psicólogos que atuavam na clínica
● Foi refeito um projeto pela Associação Brasileira de Psicólogos e da Sociedade de
Psicologia de São Paulo
● A busca maior era a maior liberdade e menor tutela
"A justificativa sugere a formação em seis anos, em vez de cinco previstos pelo
Projeto, a inclusão em seu currículo de disciplinas científicas, que pudessem ampliar
a perspectiva técnica, a denominação psicólogo, e não psicologista, a ser dada ao
profissional, e critica a organização da profissão em dois níveis (psicologista e
psicologista auxiliar), esclarecendo que tal divisão ocasionaria confusão junto ao
público em geral"
Projeto Substituto
● Ao ser analisado, o consideram "mais exigente", e concordam com algumas
solicitações, mas ainda persiste a tentativa de que o termo utilizado seja
psicologista.
● Avalia uma disputa entre a psicologia e a medicina.
● O projeto substituto prevê a monografia e o trabalho pessoal.
● São estabelecidas, como funções privativas dos psicologistas: diagnóstico
psicológico, orientação e seleção profissional, orientação educacional e solução de
problemas de ajustamento que não se enquadrassem na área da psicopatologia,
específica da profissão médica.
● Quanto às condições para autorização dos cursos, entre outras, seria exigido da
instituição que comprovasse a possibilidade de manter um corpo docente habilitado
nas disciplinas a serem oferecidas, além da organização de serviços clínicos, de
aplicação à educação e ao trabalho, abertos ao público.
● Esse projeto também não foi aprovado, principalmente por conta do impasse em
relação à psicoterapia, inclusive de médicos. Alguns médicos, queriam, inclusive,
fechar as especializações em psicologia.
● É importante mencionar alguns fatos ocorridos concomitantemente ao processo de
discussão da regulamentação. Internamente ao campo da Psicologia, outros cursos
de graduação foram criados; o da USP, em 1958, em função de uma legislação
estadual, era um curso de bacharelado realizado em três anos. Em 1959, em Belo
Horizonte, também foi constituído o Curso de Graduação em Psicologia na Pontifícia
Universidade Católica (Boschi & Marçolla, 2009). No mesmo ano (1959), o Curso de
Especialização de Psicólogos da PUC/RGS amplia seu currículo para três anos e
passa a atribuir o título de psicólogo aos concluintes.
● Concomitante a isto, temos a lógica liberal entrando e perpetuando no país, Visão
individual de sujeito e Propicia a regulamentação.
LEI No 4.119, DE 27 DE AGOSTO DE 1962
● Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de
psicólogos.
Parecer no 403, aprovado em 19/12/1962
● Dispõe sobre o currículo mínimo para formação
● Licenciatura: centrada na docência
● Bacharelado: formação na pesquisa
● Formação de psicólogo/a;
● Os dois primeiros (4 anos) e o último (5 anos).
● Para o Bacharelado e a Licenciatura, o currículo mínimo era composto pelas
seguintes matérias obrigatórias: Fisiologia, Estatística, Psicologia Geral e
Experimental, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia da Personalidade,
Psicologia Social e Psicopatologia Geral. Para a Licenciatura, que habilita para o
exercício do magistério em cursos de nível médio, eram também obrigatórias as
matérias pedagógicas fixadas em resolução especial.
● Para a obtenção do diploma de psicóloga(o) era necessário cursar, além das
disciplinas citadas, mais cinco, sendo: Técnicas de Exame Profissional e
Aconselhamento Psicológico, Ética Profissional e pelo menos três dentre as
seguintes: Psicologia do Excepcional, Dinâmica de Grupo e RelaçõesHumanas,
Pedagogia Terapêutica, Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem, Teorias e
Técnicas Psicoterápicas, Seleção e Orientação Profissional, Psicologia da Indústria.
E, ainda, “um período de treinamento prático sob a forma de estágio
supervisionado''.
A psicologia como profissão no Brasil
Aula 5
● 50 Anos De Profissão: Responsabilidade Social ou
Projeto Ético-Político?
● Nos anos 80, apenas 15% da população tinha acesso à
psicologia. Os outros 85% não precisavam?
A psicologia é uma autêntica ciência e não uma técnica para solucionar os problemas
íntimos dos privilégios e o benefício das soluções que ela propõe, e das técnicas que criou,
deve ser estendido ao maior número de pessoas. Reservá-las para poucos, como tem sido
feito, é desvirtuar seu valor como instrumento da modificação social.
A psicologia deve ser muito mais que uma atividade de “luxo”, e é uma injustiça social
reduzi-la aos marcos da sua origem e consolidação como ciência e profissão.
50 anos de psicologia no Brasil
● Programa proposto e organizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) na
segunda metade dos anos 80, que redundou na publicação do livro Quem é o
psicólogo brasileiro (CFP, 1988). (Primeiros 25 anos).
● O Trabalho do Psicólogo no Brasil, anos 2000
● 15 psicólogos no MEC 1962
● 54 mil psicólogos em 1988
● 236 mil psicólogos em 2010
● Crescimento também da quantidade de cursos de graduação
● Crescimento nem sempre se trata de desenvolvimento
● Se a profissão se estruturou à luz do modelo médico/profissional liberal, ou seja,
trabalhador autônomo, os dados de 2010 mostram que passa a haver um equilíbrio
entre as modalidades de inserção: 52% assalariados e 48% autônomos.
● Os dados de pesquisa de 2010 são elucidativos, em diversos aspectos. Em primeiro
lugar, a informação de que 67% dos psicólogos se vinculam a apenas uma área de
atuação. E qual a área predominante? Clínica, com 53% dos respondentes (de
forma exclusiva ou combinando áreas).
● A saúde absorve 27,9% dos psicólogos, seguida da área do trabalho e das
organizações, com 25,1% e da educacional com 9,8%.
● Em segundo lugar, tomando as modalidades de inserção profissional dos psicólogos,
o setor público é o que apresenta a maior concentração, com 40% da amostra.
Seguem-se com 35% no setor privado e surpreendentes 25% no terceiro setor. A
combinação de duas ou mais inserções, no entanto, é a marca da profissão e
abrange 65% dos psicólogos.
E o que os psicólogos fazem nesses espaços de inserção
profissional?
● No setor público a principal atividade é aplicação de testes psicológicos (32,9%),
seguida de psicodiagnóstico (29,6%) e no terceiro setor com 27,6% e aplicação de
testes psicológicos com 23,5%.
Psicologia: Elitismo e mudança social
● Urgência de modificação das práticas
● Mudanças dos ramos da profissão
● Extensão das técnicas da psicologia para populações mais amplas
● Reconhecer a capacidade da psicologia de ser agente de mudanças sociais
● Elitismo: baixo alcance da profissão, se atrelada apenas aos consultórios privados
de Psicologia
● Campos apontava, ainda, a insuficiência dos recursos teóricos e técnicos produzidos
até então pela Psicologia no Brasil para tal empreendedorismo, ou seja, fazer frente
a uma clientela com características diferentes das que a profissão (elitizada) então
atendia, ou seja, as classes subalternas.
● Os resultados dos estudos acima aludidos mostram que a profissão passa a atingir,
de fato, parcelas mais amplas da população ao longo de sua curta história. No
entanto, a ampliação do leque populacional atingido ou a focalização nos segmentos
de menor renda representa, por si só, uma ampliação do alcance social da
profissão?
E onde e em quê estão atuando os profissionais que não se
declaram autônomos, ou seja, que não estão nas clínicas?!
Nas chamadas políticas sociais.
● Os resultados da pesquisa nacional de 2006 nos permitem deduzir que
aproximadamente 40% dos psicólogos que participaram do estudo trabalham no
campo das políticas sociais. Os setores nos quais os psicólogos têm presença
significativa são os da saúde pública e os da assistência social.
● Porém, há diferenças nesses campos. As de saúde pretendem ser universais. As
assistências são para um segmento.
● Não há (exceto, eventualmente, de forma pontual), rigorosamente, novidades na
prática efetiva do psicólogo ao mudar o seu foco de atenção para as chamadas
parcelas mais amplas da população.
É inegável que a psicologia ampliou seus limites, mas....
● O profissional PSI precisa compreender o porquê de sua atual profissional nesse
campo de novas inserções profissionais.
● O profissional PSI, além de ser um agente executor nesses espaços, como
profissional, precisa atuar na gestão e também na formulação.
Dimensão técnica
x Dimensão política da
profissão (sempre envolve ou
profissão, embora ele reconheça ou não) (É diferente dos
movimentos sociais)
● Transpondo essa discussão para a atividade profissional, o ponto que estamos
debatendo trata da responsabilidade política do psicólogo (e não do cidadão) no
desenvolvimento de sua atividade profissional, ou seja, estamos no controvertido
terreno do compromisso político do psicólogo.

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