Buscar

Atuação do assistente social na oncologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Atuação do assistente social na oncologia
RESUMO
Objetivo: analisar a intervenção do profissional de Serviço Social ao paciente da área de Oncologia, haja vista a problemática relacionada ao tema, ou seja, as dificuldades encontradas por pacientes acometidos por câncer na adaptação à internação e ao tratamento da doença, considerando-se que o câncer é ainda considerada uma doença estigmatizante. Metodologia: foi realizado um estudo de revisão bibliográfica entre os anos de 2010 a 2015. Resultados: o câncer é uma doença estigmatizante, que dá margem a um processo de significação, gerado pela percepção de que a doença possibilita a reformulação de preconcepções e a elaboração de novos conceitos sobre ter uma doença incurável; cuidar do paciente com câncer implica em ter conhecimento em relação à patologia, bem como aprender a lidar com os sentimentos desses pacientes e com as suas próprias emoções perante a doença, bem como de seus familiares; a intervenção do Serviço Social tem o objetivo de proporcionar acolhimento, atendimento e acompanhamento social e, assim, identificam-se problemas que possam vir a comprometer o tratamento da doença, bem como afetar a vida do paciente e de seus familiares. Conclusões: A atenção do Serviço Social possibilita melhoria da qualidade de vida de pacientes oncológicos, pois a atenção ao paciente de uma doença que provoca mudanças significativas no comportamento dos indivíduos gera necessidades a serem atendidas e, assim, o Assistente Social exerce intervenção fundamental na colaboração para a melhoria da qualidade de vida da pessoa acometida pela doença a partir da compreensão da experiência da pessoa com câncer e o adequado acolhimento e apoio ao indivíduo e a seus familiares.
Palavras-Chave: Paciente Oncológico, Assistente Social, Acolhimento.
INTRODUÇÃO
A questão da saúde na sociedade brasileira tem sofrido um processo de alterações em sua dimensão política e social, a partir da introdução de um conjunto de medidas e processos que contribuíram para modificar a relação da entidade hospitalar com o paciente. Dessa forma, a atenção ao indivíduo sujeito a tratamentos e/ou internações hospitalares ou ambulatoriais tem exigido dos profissionais a atenção necessária em prol da qualidade de vida do paciente (INCA, 2016).
Dentre os profissionais incluídos nesse processo de alterações na dimensão política e social está o Assistente Social que presta a complementaridade da atenção ao paciente da área de Oncologia (INCA, 2016). E nesse contexto a atuação do Serviço Social está voltada para o atendimento do usuário em suas necessidades psicossocial e emocional, em situações de doença, norteado pelo compromisso de valorização da dignidade da pessoa humana, compreendendo a pessoa doente, assim como sua enfermidade, para tratá-la como ser completo que pertence a uma família e a uma comunidade, dentro de uma perspectiva de acolhimento do doente e de seu familiar (BRENTANI, 2013).
O doente de câncer, o paciente oncológico apresenta uma vasta gama de necessidades afetadas, principalmente as de ordem emocional e os aspectos emocionais na doença, devendo-se prestar-lhe o adequado acolhimento e assisti-lo da melhor forma possível, orientando nos encaminhamentos necessários, além de prestar-lhe apoio tanto no físico como no psicológico, já que a saúde é uma interação de equilíbrio entre corpo e mente, o qual interfere significativamente nas respostas ao tratamento do câncer (BERLINGUER, 2008).
O câncer, após as doenças cardiovasculares, é atualmente a segunda causa de morte no mundo ocidental, especialmente nos países desenvolvidos. Os pesados investimentos em pesquisas e o volume de trabalhos publicados na área de oncologia confirmam, nos últimos anos, a importância atribuída à doença. Em tal cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014) dispõe que onze milhões de pessoas são diagnosticados com câncer anualmente e que a doença representa 12,5% das mortes no mundo. Segundo a OMS, mais de 16 milhões de casos serão verificados até 2020.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, descreve que, analisando-se as taxas de mortalidade no Brasil, o câncer está sempre incluído entre as primeiras causas de morte (INCA, 2016).
Assim, cada vez mais, vivencia-se o aumento significativo das neoplasias malignas. No quadro sanitário brasileiro, esta realidade tem ampliado a discussão sobre o controle desse grupo de doenças, incluindo-as como uma das prioridades em saúde. Apesar de ainda haver áreas obscuras na compreensão da etiologia do câncer, já se tem conhecimentos suficientes para embasar ações de controle capazes de diminuir sua incidência e mortalidade (INCA, 2016).
Dessa forma, justifica-se a escolha da temática por ser o câncer uma doença em que, frequentemente a primeira atitude do doente ao receber a notícia é a negação, no segundo momento é angústia, sensação de vazio, abandono e medo da morte, perante a qual o paciente necessita de apoio de toda a equipe de saúde, na qual se inclui o Assistente Social e, fundamentalmente, do apoio da família, esta que é também fortemente impactada pela notícia da doença.
Diante do exposto, o objetivo deste artigo foi analisar a intervenção do profissional de Serviço Social ao paciente da área de Oncologia, haja vista a problemática relacionada ao tema, ou seja, as dificuldades encontradas por pacientes acometidos por câncer na adaptação à internação e ao tratamento da doença, considerando-se que o câncer uma doença ainda estigmatizante.
METODOLOGIA
Para atender ao objetivo proposto foi desenvolvido o procedimento metodológico de pesquisa bibliográfica que, segundo Richardson (2010), é importante por ser um método que implica na seleção, leitura e análise de textos relevantes ao estudo e tem por base fundamentos que determinam os passos e o caminho a ser percorrido na pesquisa, assim como exige reflexão constante e controle de variáveis, checando-se informações em relação ao conhecimento já adquirido. Segundo o autor, na realização da pesquisa bibliográfica é importante que o pesquisador faça um levantamento dos temas e tipos de abordagens já trabalhadas por outros teóricos, assimilando os conceitos e explorando os aspectos já publicados.
Dessa forma, foi realizado um estudo de revisão bibliográfica e, para a pesquisa, foram utilizados livros, artigos científicos encontrados em sites de pesquisa, publicados entre os anos de 2010 a 2016, tais como Lilacs e Scielo, utilizando-se como descritores os termos: câncer, assistente social e acolhimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O CÂNCER COMO UMA DOENÇA MULTIFATORIAL
Segundo Borges et al. (2006), câncer é o nome genérico de um conjunto de mais de 200 doenças distintas, com multiplicidade de causas, formas de tratamento e prognósticos. Várias transformações podem ocorrer na mesma célula, fazendo com que ela se prolifere rapidamente e se transforme em uma massa tumoral. Portanto, o câncer nada mais é que a multiplicação descontrolada de células defeituosas ou atípicas, que escapam ao controle do sistema imunológico por algum motivo até hoje desconhecido.
Neiva (2014) cita que o câncer é uma doença que está cada vez mais próxima da realidade do brasileiro e expõe que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) demonstra que são esperados 576 mil novos casos de câncer no Brasil para os próximos dois anos, sendo 8.603 casos somente no estado do Pará.
Para Berlinguer (2008), muitas das causas do câncer estão relacionadas ao estilo de vida de uma pessoa, pois o câncer é uma doença que muitas vezes se desenvolve sem dar sinais claros de sua existência, além do que muitas pessoas pensam que, se ela não tem sintomas, não estão doentes ou não estão adoecendo e, nesse sentido, a maioria não compreende o conceito de que o câncer, em geral, pode levar vários anos para se desenvolver.
Segundo Berlinguer (2008), podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural. O surgimento de um câncer em uma pessoa não depende de umúnico fator de risco na grande parte das vezes. As pesquisas realizadas pelos cientistas já conseguiram mostrar que um conjunto de fatores atua sobre determinada pessoa para que a doença oncológica possa aparecer (BERLINGUER, 2008).
O CÂNCER COMO DOENÇA ESTIGMATIZANTE
Almeida et al. (2010) afirmam que o câncer é uma doença estigmatizante, que dá margem a um processo de significação, gerado pela percepção de que a doença possibilita a reformulação de preconcepções e a elaboração de novos conceitos sobre ter uma doença incurável.
Segundo os autores, a interpretação da experiência de viver com a doença oncológica e seu tratamento gera sentimentos e atitudes que refletem um grau de incerteza a partir da revelação do diagnóstico e das suas concepções a respeito da doença, suas possibilidades de recorrência e causalidade, representando “uma visão assustadora e temerosa e que desperta temor”, pois o ocultamento dos sinais e sintomas físicos dificulta um diagnóstico precoce, o que é percebido como o lado sombrio da doença, além da possibilidade de sua recorrência, visto ser ela imprevisível (ALMEIDA et al., 2010, p. 64).
O sofrimento embutido na experiência de cada uma também é revelado como algo que marca profundamente suas vidas, da mesma forma que mostra a possibilidade da recorrência que é incorporada como parte do processo de adoecer (ALMEIDA et al., 2010, p. 65).
Nesse sentido, as pessoas vitimadas pelo câncer buscam identificar sentimentos e para tal tentam compreender sua própria responsabilidade no processo de adoecer, assim como passam a conviver com uma nova concepção de si mesmas, a qual nem sempre é facilmente aceita e, desse modo, tendem a se comportar como pessoas com um estigma particular que tendem a vivenciar experiências similares de aprendizagem, relativas à sua condição e a sofrer mudanças análogas na concepção do eu, que não sejam apenas causa, mas também efeito do compromisso com uma sequência semelhante de ajustamentos pessoais, em que ao enfrentarem a doença adquirem o sentido de conviver com sentimentos negativos através da culpa e autocensura, percebendo-se com alterações corporais (FIGUEIREDO, 2009).
Para o autor, diante da situação vivida, muitas pessoas passam a refletir acerca das ações tomadas com relação à sua saúde e percebem o descaso que tiveram com o próprio corpo. Aqueles que se encontram numa fase avançada da vida passam por uma reorganização radical da visão do seu passado, sustentando Figueiredo (2009, p. 68) que o doente de câncer “passa a refletir sobre todos os erros cometidos no passado”.
Segundo Laplantine (2008), o câncer, simbolicamente representado no imaginário popular pelas crenças tradicionais sobre a natureza moral da saúde, da doença e do sofrimento humano traz para as pessoas acometidas dificuldades para elaborar uma imagem satisfatória da doença, visto que é percebida por todos como o próprio mal; além de a doença ser constantemente associada como a perda do poder físico ou da dignidade humana, fato que se traduz na prepotência dos sadios e que acentua a desigualdade social, que acentua o constrangimento por serem portadoras de uma doença impregnada de preconceitos.
O constrangimento de ter uma doença estigmatizante leva alguns doentes a se afastarem das pessoas de seu convívio social. Essa atitude parece fruto de um processo interpretativo, baseado nos seus conceitos e nos dos outros sobre a doença, que deliberadamente escondem informações sobre sua identidade social verdadeira, quer recebendo ou aceitando um tratamento baseado em falsas suposições a seu respeito. A manipulação da informação oculta que desacredita o eu, ou seja, o encobrimento da doença é evidenciado no enfrentamento da situação vivida por pessoas doentes (GUALDA, 2008, p. 98).
Para Simonetti (2008), o recebimento do diagnóstico de uma doença grave como o câncer possui as seguintes fases:
– Fase 1 – Reacional: a doença é um evento em que tudo o mais perde importância ou passa a girar em torno dela, resultando em negação, revolta, depressão e enfrentamento (sem ordem fixa);
– Fase 2 – Negação: é a primeira reação diante da doença, sendo diferente de desconhecimento, variando de forma e ocorrendo por falta de condições psicológicas da pessoa doente;
– Fase 3 – Revolta: é a reação dirigida contra a doença, o médico, os enfermeiros, a família, pois para o doente a situação de doença não é justa, se caracterizando pela frustração, raiva e depressão, em vista das limitações impostas pela doença. Possui estreita ligação com a reação de agitação (choros, gritos e agressões), em decorrência da injustiça da doença, que é entendida como um castigo. No entanto, se caracteriza, também, como um estado de estresse, que é um estado de prontidão para a luta.
– Fase 4 – Depressão: é a entrega passiva à doença, em sinal de desistência, desesperança na cura e tristeza, em que o silêncio é mais comum. Pode chegar ao nível patológico em vista da melancolia e do sentimento de luto e impotência, principalmente perante uma doença grave.
– Fase 5 – Enfrentamento: É uma reação às outras posições, uma mistura entre a luta e o luto, uma polaridade e uma estratégia humana para lidar com mudanças, em decorrência do adoecimento e em busca de soluções do tipo realista, misturando potência e impotência em relação à doença e, dessa forma, não negar a doença. É uma posição de fluidez emocional partilhada com a família.
Para Almeida et al. (2010), no entanto, o preconceito identificado por portadores de doença oncológica explicita também a possibilidade da recorrência da doença, quando trazem em seu discurso a falta de credibilidade na cura. A interpretação dessa possibilidade está baseada na construção social da doença, na realidade vivenciada, ou seja, o câncer ainda é uma doença fundamentalmente incurável; portanto, seu futuro passa a ser incerto.
Assim, pode-se afirmar que viver com uma doença estigmatizante, conviver com sentimentos negativos e enfrentar preconceitos significa se deparar, constantemente, com incertezas e possibilidades da recorrência da doença, momento em que se constata a importância não somente dos profissionais de saúde, mas também da família do doente, por significarem o entendimento de como as pessoas percebem o significado do câncer e suas formas de enfrentamento, com o fim de ajudá-las a explorar seus sentimentos, expectativas e estratégias de ajustamento e suporte constante, com vistas a equilibrarem as complexas conexões entre a doença, sentimentos de incerteza a partir da experiência da doença (SIMONETTI, 2008).
Observa-se que o tratamento do câncer é longo e com grande desgaste emocional e físico e requer persistência e esperança do paciente e da família. Toda a doença é uma situação traumática e com o câncer não é diferente. É uma doença que traz consigo o estigma da morte e a relação equipe-paciente mostra-se com características bem diferentes de situações menos graves. Portanto, é fundamental uma equipe que se compadeça e que tenha competência técnica para lidar com as diversas fases da doença oncológica (ALMEIDA et al., 2010).
IMPACTO PSICOSSOCIAL DO PACIENTE COM CÂNCER E A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Para Simonetti (2008), tais fases ocorrem em vista de o câncer se caracterizar como uma doença associada à dor, morte e sofrimento, desesperança, medo, ansiedade e perda do controle. A dor é uma experiência emocional e sensorial desagradável, associada a uma lesão tecidual real, quando associada ao câncer. A exacerbação da percepção dolorosa é uma das complicações mais temidas, por quem sofre ou já sofreu com essa doença. O sofrimento doloroso pode desencadear alterações emocionais, culturais e psicológicas.
O autor também cita que elementos sensoriais, afetivos, culturais e emocionais compõem o fenômeno doloroso, o qual não implica apenas na veiculação da informação sensitiva através das vias nervosas até seu processamento no sistema nervoso central. Atualmente, há interação entre as diferentes qualidades sensoriais e a dolorosa e entre esta e os sistemas responsáveis pelosaspectos cognitivos e afetivos do indivíduo.
Em tal cenário, Rodrigues (2009) pontua que cuidar do paciente com câncer implica em ter conhecimento em relação à patologia, bem como aprender a lidar com os sentimentos desses pacientes e com as suas próprias emoções perante a doença.
Para o autor, o processo de cuidar ameniza e alivia a dor. Aspectos como a comunicação entre a família, o paciente e principalmente a equipe de saúde (que muitas vezes se sentem impotentes e acabam se afastando para não ter que responder questionamentos da família ou do paciente, pois é muito difícil relatar a gravidade do caso e dizer que se está apenas aguardando a morte) são muito importantes. É, pois, fundamental manter o controle de sintomas, como a dor, os aspectos bioéticos, principalmente a autonomia, a veracidade, a beneficência e o acolhimento.
Além dos problemas trazidos pela própria doença, o paciente ainda está exposto à hospitalização, que se torna em uma nova situação por ser um espaço desconhecido, sendo importante que o local e o tratamento sejam dignos, humanos e acolhedores, possibilitando a redução das angústias e medos do doente, bem como de seus familiares.
A família de um paciente com neoplasia requer atenção, devido à cronicidade e agravos da patologia, conjugada com o tempo em que fica exposta a essa situação de sofrimento extremo (KOVÁCS, 2008). Quanto mais avançada a doença, maior é o nível de dependência do paciente em relação à família, tornando-se necessário identificar os cuidados, considerando as dificuldades que serão enfrentadas pelos familiares nesse processo; oferecendo suporte às situações de desgaste físico e emocional que o problema impõe no momento de enfrentamento das muitas situações limites que se apresentam nesse cotidiano do cuidar de pacientes em tratamentos paliativos.
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO
O Serviço Social, segundo Martinelli (2012), é uma profissão de natureza eminentemente interventiva que atua no campo das relações humano-sociais. É uma forma de especialização do trabalho coletivo, socialmente construído. Participa do processo global de trabalho e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte.
Segundo o autor, o Assistente Social é o profissional que, preferencialmente, é chamado a implementar políticas sócio-assistenciais no interior das organizações públicas governamentais e não-governamentais, das organizações privadas, operando sob duas perspectivas: a prestação de serviços e a ação educativa.
Na área da saúde, o Serviço Social se amplia por meio do novo conceito de saúde elaborado em 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo como foco os aspectos biopsicossociais, dos quais promovem ao assistente social uma tarefa educativa com intervenção normativa no modo de vida da “clientela”, com relação aos hábitos de higiene e saúde, atuando assim nos programas prioritários estabelecidos pelas normatizações da política de saúde (BRAVO; MATOS, 2011).
Os autores observam que a capacitação profissional influencia a qualidade dos serviços, a qualidade da prática do Serviço Social, por isso devem estar sempre atualizados e comprometidos com seu fazer profissional, inseridos em cursos, palestras, oficinas na busca de novos conhecimentos para melhor atender os usuários. Portanto, fica claro que o novo perfil do Assistente Social adere às exigências de uma capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.
O Assistente Social, inserido na área da Saúde, tem a contribuir na direção da objetivação dos direitos sociais e na construção de novos sujeitos coletivos que realizem seus direitos. Assim, percebe-se que o agir profissional do Assistente Social que atua na área da Saúde não se restringe apenas às demandas no que diz respeito à saúde do usuário, mas sim nas expressões da questão social, principalmente quanto ao acolhimento do usuário doente.
A intervenção do Serviço Social tem o objetivo de proporcionar acolhimento, atendimento e acompanhamento social, por exemplo, aos pacientes internados e seus respectivos familiares e/ou acompanhantes, dentro de uma perspectiva crítica, por meio do desdobramento clínico da questão social postas ao Serviço Social durante o período de internação.
O assistente social está preparado para acrescentar na relação com o paciente, elementos que possibilitem o enfrentamento de sua condição de pessoa doente, sua relação com a família […] a continuidade do tratamento e outras condições chamadas “sociais”, vitais ao SUS e à sobrevivência, que são de seu domínio profissional (BERTANI, 2013, p. 43).
Segundo Martinelli (2012), o Assistente Social muito contribui, por exemplo, com o paciente doente de câncer e seus familiares, a partir das seguintes ações:
– Atendimento/ acolhimento individual a pacientes;
– Atendimento/ acolhimento a acompanhantes/familiares;
– Intervenção sobre internação (admissão social);
– Procedimento de interconsulta com equipe de saúde;
– Intervenção interprofissional (articulações internas);
– Articulação interinstitucional;
– Encaminhamento à rede de serviços – interna e externa;
– Atendimento e visita domiciliar;
– Orientação sobre Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
O autor relaciona ainda o acolhimento e orientação em razão de óbito; orientação referente à acompanhante; orientação sobre benefício assistencial e identificação da rede familiar, pois o campo de ação do Serviço Social implica um contato direto com o paciente e sua família, a partir de investigações de situações culturais, ambientais, sociais, pessoais, psicológicas e financeiras do paciente. Dessa forma, identificam-se problemas que possam vir a comprometer o tratamento da doença, bem como afetar a vida do paciente e de seus familiares.
O profissional do Serviço Social, segundo Gualda (2008), com objetivos de minimizar os impactos psicológicos e emocionais que envolvem o paciente com câncer, pode instituir as seguintes ações:
a) Orientação e informação sobre a instituição hospitalar e seus recursos;
b) Orientação e encaminhamento a serviços e recursos previdenciários;
c) Realização de contato com o paciente e sua família;
d) Interpretação dos fatores sociais, políticos e econômicos que permeiam a realidade dos pacientes e de seus familiares;
e) Orientação do tratamento global nos aspectos biopsicossociais;
f) Realização de trabalho integral, multidisciplinar, com os membros da equipe de saúde.
O papel do Assistente Social no acompanhamento dos pacientes da área oncológica ocorre mediante o levantamento do perfil biopsicossocial do paciente e de orientações sobre o tratamento da doença e promoção de ações educativas, que visam “desencadear um processo reflexivo nos pacientes e familiares, para que possam participar do processo de tratamento e/ou cura” (GUALDA, 2008, p. 7).
Do mesmo modo, o suporte fornecido pelo Serviço Social oferece apoio psicossocial a partir de informações que ajudam a desmistificar a doença (câncer); contribuições para que o doente seja capaz de enfrentar a doença, bem como ações sociais relativas ao tratamento e reabilitação do doente oncológico.
Gualda (2008) confirma que a necessidade de intervenção social para o doente visa à humanização dos procedimentos a fim de que o indivíduo doente reelabore seu estado emocional e lide com a doença de maneira menos agressiva possível. Nesse sentido, o Assistente Social, como profissional de Saúde, possui competências para intervir junto aos fenômenos socioculturais (emocionais e comportamentais) que contribuem para a melhoria da qualidade de vida de doentes oncológicos. Portanto, todos os profissionais envolvidos na área da saúde devem se preocupar com o ser humano, assim como têm que desenvolver meios para oferecer a oportunidade de uma existência mais digna, mais compreensiva e menos solitária no momento da doença.
É muito importante que os profissionais atuantes na área da saúde (médicos, enfermeiros e assistentes sociais) se conscientizem de que o homem é muito mais do que uma entidadebiológica, pois ele possui um mundo interior que não pode ser ignorado, sendo a relação entre a mente, o corpo e os sentimentos, dinâmica e interdependente, podendo uma influenciar e afetar as outras. Além da conscientização, que seria o ponto de partida, há a necessidade de os profissionais refletirem e mudarem sua forma de conceber o doente oncológico, valorizando suas experiências e inquietações a respeito da doença e do seu contexto sociocultural, para poderem prestar-lhe assistência que vise melhoria de sua qualidade de vida.
CONCLUSÃO
Esta pesquisa abordou a prática profissional do Assistente Social dentro da área da saúde, especificamente a intervenção do profissional de Serviço Social ao paciente da área de Oncologia e a análise desenvolvida apresenta que a atuação desse profissional se pauta nos interesses dos usuários, buscando principalmente a garantia de direitos sociais, de modo que esses profissionais devem possuir amplo conhecimento, visando garantir o acesso à rede de serviços (consultas, cirurgias, acompanhamento ambulatorial, entre outros serviços) para a população usuária.
Diante de todo o exposto, conclui-se que o profissional Assistente Social deve possuir as competências e habilidades necessárias para atuação junto ao paciente da área oncológica, haja vista também atuar em conjunto com equipe multidisciplinar na elaboração de planos referentes ao atendimento e atenção ao paciente em nível individual ou familiar.
Dessa forma, a atenção do Serviço Social possibilita melhoria da qualidade de vida de pacientes oncológicos, pois a atenção ao paciente de uma doença que provoca mudanças significativas no comportamento dos indivíduos gera necessidades a serem atendidas e, assim, o Assistente Social exerce intervenção fundamental na colaboração para a melhoria da qualidade de vida da pessoa acometida pela doença a partir da compreensão da experiência da pessoa com câncer e o adequado acolhimento e apoio ao indivíduo e a seus familiares.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Maria de; MAMEDE, Marli Villela; PANOBIANCO, Marislei Sanches; PRADO, Maria Antonieta Spinoso; CLAPIS, Maria José. Construindo o significado da recorrência da doença: a experiência de mulheres com câncer de mama. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 2010.
BERLINGUER G. A doença. São Paulo (SP): Hucitec, 2008, 151 p..
BORGES, A. D. V. S. et al. Percepção da morte pelo paciente oncológico ao longo do desenvolvimento. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 2, maio/ago, 2006.
BRAVO, Maria Inês Souza; MATOS, Maurílio Castro de Matos. Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate. São Paulo: Cortez, 2011.
BRENTANI, Marcelo M.; COELHO, Fernando R. G.; KOWALSKI. Bases da Oncologia. São Paulo: Lemar Livraria; Editora Marina e Tecmed Editora, 2013.
FIGUEIREDO, E. M. A. A doença oncológica. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
GUALDA, Judith. A compreensão da doença e do doente. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA. Causas e tratamento do câncer. 2016. http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/prevencao. Acesso em 09 de abril de 2016.
LAPLANTINE, F. Antropologia da doença. São Paulo (SP): Martins Fontes, 2008.
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2012.
NEIVA, Cristina Barros. Câncer e mudança de hábito. Belém: Ofir Loyola, 2014.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa bibliográfica: métodos e técnicas. Santos: Atlas, 2010.
RODRIGUES, I. G. Cuidados paliativos: análise de conceito. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2009.
SIMONETTI, Alfredo. Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008.
O assistente social é formado para desenvolver uma leitura crítica da realidade vivenciada por aqueles que o procuram. Com isso o profissional de serviço social tem na equipe o papel de compreender e intervir nos múltiplos fatores sociais do adoecimento, necessitando conhecer a situação vivenciada pelo paciente e sua família.
Conhecer a história do paciente e identificar seu papel dentro da organização familiar e sua condição socioeconômica e sua rede de suporte social implicam em estratégias para o enfrentamento da doença. Cabe ao assistente social ser a ponte entre a equipe, a realidade vivida pelo paciente e sua família, a sua história, seus limites. Além disso, desempenha um papel fundamental ao trazer conhecimento sobre benefícios ligados a previdência social, benefício de prestação continuada, isenção no imposto de renda, quitação de financiamento imobiliário entre outros.
A descoberta de certas doenças como um câncer, não afeta somente o paciente, mas todos a sua volta e a traz consigo a possibilidade da finitude; com isso os cuidados paliativos são de extrema importância.
O cuidado paliativo é uma abordagem como denominada pela OMS em 2002 que prioriza qualidade de vida dos pacientes e seus familiares em doenças que ameaçam a continuidade da vida através da prevenção e do alívio do sofrimento.
O serviço social não atua sozinho: é necessário que todos os profissionais que integram a equipe estejam em sintonia para cuidar de todas as dimensões sociais, emocionais, físicas, espirituais trazendo assim o cuidado integral e único de cada paciente.
Nos cuidados paliativos a atuação do assistente social deve buscar colocar o teórico e a prática nas relações com o paciente visando reconhecê-lo como único e dono de sua história mantendo assim sua singularidade. É fundamental ter uma escuta e acolhimento auxiliando assim todos os envolvidos e compreendendo o processo que envolve a terminalidade e os desafios que envolvem, equipe, família e paciente, na tomada de decisões, reconhecendo as possibilidades do cuidado e atenção encaminhando para rede de apoio e auxiliando em burocracias que irão surgir durante o processo. Por fim, deve garantir ao paciente durante seu tratamento os recursos existentes, ao atendimento humanizado digno e amenizar sofrimento, respeitando e preservando os desejos do paciente.
 
Referências Bibliográficas
ANDRADE, L. O papel da assistente social na equipe de cuidados paliativos. In: CARVALHO,R.T.;PARSONS.A. Manual de cuidados paliativos ampliado e atualizado ANCP. Rio de Janeiro:Diagraphic,2012.p  341-344.
FERREIRA, G. D. Serviço social e cuidados paliativos: compromisso na defesa de direitos e respeito à escolha do indivíduo. In: ANDRADE,L.(Org). Cuidados paliativos e serviço social: um exercício de coragem. 1 ed. Holambra, SP:Editora Setembro, 2017.p. 281-295.
LOPES, F.S; ALVES,A.M.T; AFONSO,C.A. Especificidades da atenção ao paciente com câncer. In: ANDRADE,L.(Org). Cuidados paliativos e serviço social: um exercício de coragem. 1 ed. Holambra, SP:Editora Setembro, 2017.p. 207-218.
MATSUMOTO,D.Y. Cuidados Paliativos: conceito, fundamentos e princípios.In: CARVALHO,R.T.;PARSONS.A. Manual de cuidados paliativos ampliado e atualizado ANCP. Rio de Janeiro:Diagraphic,2012.p 23-30.
A atuação do Assistente Social se dá desde o primeiro momento em que o paciente e seu acompanhante chegam a Casa de Apoio – encaminhado geralmente pelos hospitais de referência no tratamento do câncer – uma vez que o Serviço Social configura-se como porta de entrada da instituição. Assim, a prática cotidiana do profissional envolve diversos conhecimentos/saberes, haja vista a necessidade de uma visão crítica acerca da realidade vivenciada pelo grupo familiar.
Conhecer a realidade de vida do núcleo familiar permite ao profissional entender o contexto social no qual está inserido o paciente, uma vez que o processo saúde-doença não se limita única é exclusivamente ao tratamento clínico, envolve também aspectos emocionais e sociais – fatores determinantes para o processo de tratamento do paciente – a cura.
O acolhimento faz-se extremamente importante, tendo em vista muitos estarem em Natal pela primeira vez para realizar um tratamento. Oitenta por cento das crianças e adolescentes atendidospela Casa Durval Paiva são oriundos do interior do Estado do Rio Grande do Norte, necessitando ser acolhidos e ouvidos para expressarem suas dúvidas e angústias.  Assim, o Assistente Social é o tradutor da realidade de vida do paciente e sua família para os demais membros da equipe multiprofissional, intervindo por meio de instrumentais técnicos operativos como o acolhimento, a escuta humanizada, a entrevista e a visita domiciliar que proporcionam ao profissional, conhecer e entender a realidade sócio familiar, orientando-os e informando-os acerca dos serviços e benefícios prestados pela instituição.
O Assistente Social é responsável pelo acolhimento inicial do paciente e seu acompanhante, realizando o cadastramento, orientando e esclarecendo dúvidas acerca da rotina diária, encaminhando-os posteriormente à equipe multiprofissional para avaliação e acompanhamento.
É importante aqui destacarmos a relevância do significado da palavraacolher, uma vez que proporciona não somente ao paciente, em especial o público alvo da instituição – crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas – mas também o grupo familiar, suporte e apoio necessário durante todo o processo de tratamento, contribuindo para o resgate da dignidade, cidadania e qualidade de vida da família a qual encontra na equipe o acolhimento tão necessário para continuar firme diante da nova realidade/conjuntura.
Portanto, acolher é muito mais que o simples gesto de dar a mão, é dar apoio e suporte aqueles que chegam sem saber o porquê de estar naquele lugar/ambiente. É entender o significado do ouvir e do falar, quando o verdadeiro significado do ser se resume a se colocar no lugar do outro, ou seja, ter a sensibilidade de sentir a dor do outro. Acolher é construir e reconstruir vínculos fragilizados por dificuldades em algum momento da vida – é simplesmente cuidar!
O QUE É SERVIÇO SOCIAL
Você já deve ter conversado com algum assistente social em seu centro de tratamento, certo?
O Serviço Social tem por objetivo intervir nas questões sociais:
· no âmbito da pesquisa,
· análise e
· intervenção da realidade social.
O serviço Social visa garantir a socialização das informações quanto aos direitos sociais que permitem o acesso a bens e serviços de políticas públicas, privadas, não governamentais e programas sociais.
O papel do assistente social é assumir as competências sociais. Ele age de forma ampla nas orientações, planejamentos, acolhimentos e encaminhamentos, objetivando a autonomia dos indivíduos e/ou grupos.
SERVIÇO SOCIAL HOSPITALAR
O serviço social hospitalar abrange um conjunto de ações. O objetivo dessas ações é viabilizar condições para a adesão ao tratamento médico do pacientes e família em um processo de promoção humana. Tudo é feito por intermédio dos recursos sociais disponíveis. 
ASSISTENTE SOCIAL NA EQUIPE
O Assistente Social é o profissional que observa, analisa e intervém direta e indiretamente, nas mais diversificadas situações socioeconômicas e emocionais apresentadas pelos pacientes e seus familiares.
Juntamente com a equipe multiprofissional, o assistente social, está receptivo a todas as ações profissionais que contribuem para integração do paciente à sociedade.
Com isso busca otimizar o tratamento, de tal forma que a doença passe a ser encarada como uma “circunstância”, a qual não impedirá paciente e família à ascenderem êxitos educacionais e/ou profissionais.
O trabalho em equipe é fundamental para uma assistência integral ao paciente e a família. A equipe deverá atender este paciente da forma mais abrangente possível e com base nas necessidades do mesmo e de sua família.
Este acolhimento deve ser gradual e contínuo, estabelecendo desta forma, uma relação mais próxima com a equipe, sempre buscando uma maior qualidade no atendimento.
SERVIÇO SOCIAL E ONCOLOGIA 
CONVERSANDO SOBRE O DIAGNÓSTICO
Atualmente o serviço social na oncologia tem grande atuação.
Quando o paciente atendido pela equipe, já sabe de seu diagnóstico, ele recebe o acolhimento. O papel do assistente social no tratamento do câncer, começa quando o assistente social auxilia na interpretação da situação médica e sobre o tratamento proposto.
A equipe multidisciplinar deve sempre ter como objetivo promover uma ação educativa, buscando um processo reflexivo nos pacientes, para que possam participar do processo de tratamento e (ou) cura.
COMITÊ DE SERVIÇO SOCIAL ABRALE
É formado por profissionais que fornecem apoio social básico.
Significa prestar um serviço social em oncologia, a fim de garantir o tratamento e assistência integral dos pacientes em tratamento do câncer, e de seus familiares. Os membros também ajudam na divulgação de informações e elaboração de materiais didáticos.
AUXÍLIO DOENÇA
COMO REQUERER AUXÍLIO-DOENÇA
Saiba o que é o auxílio doença e quem pode receber esse benefício.
Ele funciona como uma licença: você fica afastado do trabalho, fazendo seu tratamento e, mesmo assim, recebe uma remuneração. O benefício é dado aos pacientes com câncer que sejam segurados do INSS, mesmo aqueles que contribuem de forma autônoma. E saiba que, para ter direito a esse benefício, você não pode ter se filiado ao INSS depois da descoberta da doença. Funcionários públicos têm regras próprias – se for o seu caso, peça informações em sua repartição.
COMO RECEBER AUXÍLIO-DOENÇA | AUXÍLIO-DOENÇA AGENDAMENTO
Há três formas: você deve preencher um requerimento e agendar a perícia médica pelo site: meu.inss.gov.br, através do aplicativo ou pelo telefone 135.
É nessa consulta que o médico do INSS vai comprovar a doença e liberar o benefício. E fique atento: se você não puder comparecer no dia agendado, deverá remarcar a perícia até três dias antes da data agendada – você só tem direito a remarcar uma única vez, pela Central 135 ou pelo Meu INSS, caso contrário ficará impossibilitado de requerer novamente o benefício pelos próximos 30 dias.
E se o paciente estiver internado?
Se estiver internado no hospital ou acamado em casa, o prazo para remarcação é de sete dias antes ou até a data agendada, sendo necessário solicitar a perícia hospitalar ou domiciliar.
QUANDO FAZER O REQUERIMENTO A AUXÍLIO-DOENÇA
Quando devo dar entrada no pedido?
Se você é funcionário com registro em carteira, dê entrada após 15 dias do afastamento do trabalho por causa da doença (os primeiros 15 dias de falta são pagos pela empresa). Os demais segurados do INSS, incluindo os trabalhadores domésticos e avulsos, precisam pedir o benefício logo na data de início da incapacidade para o trabalho.
FIQUE ATENTO AOS PRAZOS! pois se o seu pedido for feito após 30 dias de afastamento, não há pagamento de valores retroativos.
E se não houver data disponível para o agendamento da perícia médica do INSS em 15 dias?
Nesse caso, faça rapidamente a solicitação do agendamento para a próxima data disponível e guarde o protocolo que comprove o dia em que entrou com o pedido. Aí, sim, você terá direito a pedir os valores retroativos.
DOCUMENTAÇÃO PARA REQUERER AUXÍLIO-DOENÇA:
· Seu documento de identificação oficial com foto
· Seu número do CPF
· Sua carteira de trabalho ou carnês de contribuição (ou qualquer documento que comprove o pagamento do INSS) e o número de identificação do trabalhador (PIS/PASEP)
· Um relatório médico que comprove a doença, o tratamento indicado, o período sugerido de afastamento do trabalho e a justificativa da incapacidade de trabalho. Nele ainda devem constar: identificação do paciente, CID (Classificação Internacional de Doenças), data, assinatura, carimbo e CRM do médico
· Requerimento carimbado e assinado pela sua empresa, informando o último dia de trabalho.
E SE EU NÃO TIVER CONDIÇÕES DE IR ATÉ A AGÊNCIA DO INSS?
Existe a possibilidade do médico do INSS ir até você. Para isso, é preciso apresentar um documento assinado pelo seu médico que prove que você não tem condições de se deslocar. Peça para um representante levar esse pedido à agência do INSS, juntamente com as informações completas do local onde você está (endereço, telefone e todas as informações para quea sua localização seja facilitada e o médico do INSS chegue até você).
COMO CALCULAR O AUXÍLIO-DOENÇA
O valor que você vai receber de auxílio doença, corresponde a 91% da média de todo o seu período de contribuição com o INSS. Por exemplo: se você contribuiu durante 30 meses, todo o valor será somado e dividido por 30. Desse valor final, você receberá 91%. Vale lembrar que esse benefício é isento do Imposto de Renda.
CARÊNCIA PARA AUXÍLIO-DOENÇA
De acordo com a avaliação em consulta, o médico do INSS estabelece um prazo que deve ser suficiente para que você esteja recuperado e preparado para voltar ao trabalho.
E se estiver terminando o prazo do afastamento determinado pelo médico e eu sentir que não estou pronto para voltar ao trabalho?
Essa situação é comum e você pode pedir a prorrogação do benefício. Porém, fique atento ao prazo: você deve dar entrada no pedido de prorrogação 15 dias antes de terminar sua licença (data estipulada pelo médico do INSS), devendo agendar outra consulta com o médico do INSS. Para tanto, vá até a agência da Previdência onde fez a primeira consulta (perícia), ou ligue para a Central de Atendimento da Previdência Social, ou faça o agendamento diretamente pelo site.
E saiba que você pode conseguir a prorrogação do benefício diversas vezes, desde que não esteja em condições para voltar ao trabalho e respeite o prazo de solicitação (15 dias antes do término de cada licença para fazer o novo pedido).
O QUE FAZER QUANDO O INSS NEGA AUXÍLIO-DOENÇA
Você pode solicitar uma nova consulta com o médico do INSS até 30 dias depois de ter o pedido negado. Você tem direito a esse procedimento uma única vez. Se ainda assim não conseguir o benefício, entre em contato com a ABRALE obter mais informações
Site: www.previdencia.gov.br
CÂNCER TRANSPORTE GRATUITO
COMO TER DIREITO A TRANSPORTE GRATUITO PARA PORTADORES DE CÂNCER?
Cada município define suas normas, por isso, informe-se na região onde mora. Em São Paulo, por exemplo, todos os pacientes com câncer que estejam em período de tratamento, como quimioterapia e radioterapia, podem pedir o benefício, que vale para metrôs, trens, ônibus municipais e intermunicipais.
ONDE REQUERER TRANSPORTE GRATUITO PARA TRATAMENTO DE CÂNCER?
A solicitação deve ser feita nas empresas responsáveis por cada transporte.
ACOMPANHANTE DE PACIENTE EM TRATAMENTO DE CÂNCER TEM DIREITO AO TRANSPORTE GRATUITO?
SIM! O benefício se estende ao seu acompanhante apenas se for comprovada a limitação de autonomia, ou seja, se o médico entender que você necessita da companhia constante de um responsável – essa afirmação deve estar escrita no laudo médico.
ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA câncer
O que é o Imposto de Renda?
É um tributo cobrado pelo Governo sobre o salário de trabalhadores, atividades econômicas e rendimentos. Todos os anos, é preciso preencher e entregar a declaração à Receita Federal – há um limite mínimo de recebimento e bens, por isso, alguns cidadãos declaram como isentos.
ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA POR DOENÇA
O que é isenção de Imposto de Renda?
Muitas pessoas se perguntam como declarar isenção de imposto de renda. Pacientes com câncer tem direito a isenção do Imposto de Renda apenas sobre rendimentos de aposentadoria, reforma (que equivale à aposentadoria de militares) e recebimentos de pensão. Só nesses casos mesmo!
ATENÇÃO! se você estiver recebendo salário, você pagará o Imposto de Renda sobre esse rendimento, sim.
DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA É PRECISO SEMPRE!
Mesmo com a isenção de imposto de renda sobre aposentadoria, reforma e pensão, é preciso continuar declarando Imposto de Renda todo ano (caso você se enquadre nas condições de obrigatoriedade) – a diferença é que você irá declarar esses benefícios no campo “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” da declaração.
Como requerer isenção de imposto de renda por doença grave?
Você deve procurar a instituição responsável pelo seu pagamento de aposentadoria, pensão ou reforma (na maioria dos casos é a Previdência Social). Aí, será preciso passar por uma consulta com médico do local para que ele comprove a doença e libere a isenção.
COMO FAZER ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA
Quando devo dar entrada no pedido?
Assim que descobrir a doença você já pode dar entrada. Mas fique tranquilo, pois se você demorar é possível conseguir a restituição do Imposto retroativo desde o diagnóstico (limite de cinco anos). 
COMO SOLICITAR ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA POR DOENÇA | DOCUMENTAÇÃO:
· Requerimento para Isenção de Imposto de Renda por doença grave
· Relatório médico emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios com validade de 30 dias. Esse laudo deve conter: diagnóstico da doença e histórico do paciente, CID (Classificação Internacional de Doenças), sequelas que possam ser resultantes da doença, justificativa da incapacidade para trabalho, data de início da doença (se não for possível indicar, será considerada a data da emissão do laudo), assinatura, CRM e carimbo do médico.
· Exame laboratorial que confirme a doença
· Comprovantes da renda recebida.
QUANDO A PESSOA É ISENTA DO IMPOSTO DE RENDA, COMEÇA A RECEBER O BENEFÍCIO EM QUE DATA?
Assim que a isenção é aprovada, a fonte pagadora automaticamente deixa de descontar o Imposto de Renda.
RECUSA DE ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA POR DOENÇA GRAVE | O QUE FAZER?
Recorra à Justiça! Se precisar de ajuda nesse momento, entre em contato com a ABRALE, temos advogados gratuitos que podem lhe orientar. Agende seu atendimento.
Contatos da Receita Federal:
Telefone: 146 (atendimento 24 horas)
Site: www.receita.fazenda.gov.br
PORTADORES DE CÂNCER TEM DIREITO A ISENÇÃO DE IPTU?
Vamos entender o que é o IPTU:
IPTU é a sigla para Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana, que é um tributo cobrado sobre a posse de todo tipo de imóvel localizado em zona urbana.
ISENÇÃO DE IPTU PARA PORTADORES DE DOENÇAS GRAVES
Pacientes com câncer têm direito à isenção de IPTU?
Não há uma lei nacional que garanta a isenção. Assim, cada município tem sua legislação e pode ou não dar o benefício a portadores de doenças graves, como câncer. Informe-se na Secretaria das Finanças do seu município e verifique o que é preciso para dar entrada no pedido.
O que é IOF?
IOF significa Imposto sobre Operações Financeiras, e é uma taxa federal que incide também no financiamento de automóveis.
QUEM TEM DIREITO A ISENÇÃO DE IOF:
Eu tenho direito à isenção de IOF na compra de carro?
Apenas uma vez! E só têm direito à isenção os pacientes com câncer que ficaram com alguma sequela em membros superiores ou inferiores. Se esse for o seu caso, você terá direito à isenção na compra de um veículo adaptado (com câmbio automático ou direção hidráulica) fabricado no Brasil, com até 127 HP de potência bruta.
Mulheres que tiveram câncer de mama tem direito a isenção de IOF na compra de carro adaptado (Válido para as mulheres que tiraram os gânglios linfáticos das axilas)
REVENDA DE CARRO COM IOF ISENTO
Poderei vender o carro que comprei com isenção de IOF?
Sim, você pode vendê-lo a qualquer pessoa, mas somente após três anos. E o benefício só pode ser usado uma vez. 
Como conseguir isenção de IOF?
Para requerer a isenção de IOF, dirija-se ao Departamento de Trânsito de sua região para conseguir um atestado com médico do próprio local que comprove a deficiência. O ideal é ligar antes e ver se é preciso agendar o atendimento. Você também pode fazer a solicitação na Receita Federal.
QUITAÇÃO DO FINANCIAMENTO DA CASA PRÓPRIA
Saiba tudo sobre o direito do paciente com câncer de quitação do financiamento imobiliário
O QUE É O DIREITO À QUITAÇÃO DO SALDO DEVEDOR DE CASAS FINANCIADAS OU APARTAMENTOS FINANCIADOS?
Quando você entra em um financiamento imobiliário, é comum que precise contratar um seguro para garantir a quitação do imóvel em caso de morte ou invalidez resultante de alguma doença. Por isso, se você está na situação de invalidez, veja se tem a cobertura no contrato do financiamento do seguro. Se tiver, o seguro quita a sua parte – por exemplo: se você entrou no financiamento comresponsabilidade de pagar 100% dele, o seguro pagará o total restante; se você entrou com responsabilidade de pagar 50% do financiamento (e outra pessoa paga a outra metade), o seguro pagará os 50% que correspondem à sua parte (mas a outra pessoa continuará pagando a parte dela).
PORTADORES DE CÂNCER E QUITAÇÃO DA CASA PRÓPRIA
Eu tenho direito ao benefício de quitação de financiamento imobiliário?
Somente se você tiver esta cláusula de seguro no contrato e se encontrar na condição de incapacidade por invalidez.
Como solicitar este direito do paciente com câncer?
 Você deve procurar o banco que fez o financiamento (ou a Cohab ou a Caixa, dependendo do seu caso) e ele encaminhará o pedido à seguradora.
DOCUMENTAÇÃO PARA REQUERER QUITAÇÃO DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
· Você deve apresentar os seguintes documentos:
· Aviso de Sinistro Habitacional
· Declaração de Invalidez Permanente preenchida e assinada pelo órgão que cuida da sua previdência
· Carta de concessão da aposentadoria por invalidez permanente, emitida pelo seu órgão previdenciário
· Comunicado de sinistro com firma reconhecida do seu médico assistente
· Contrato de financiamento (e alterações contratuais, se houver)
· Declaração com indicação de responsabilidades de cada financiado (com o valor que você entrou na composição da renda para a compra da casa)
· Demonstrativo de evolução do saldo devedor  (demonstrativo de pagamento de parcelas, ou planilha de evolução da dívida)
Observações especiais para Funcionários Públicos e Militares:
· Funcionários Públicos devem apresentar publicação da aposentadoria no Diário Oficial.
· Militares devem apresentar quadro nosológico.
Isenção de IPVA para deficientes 
O que é o IPVA?
IPVA significa: Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores pago anualmente pelo proprietário do carro.
DOENÇAS QUE DÃO ISENÇÃO DE IPVA
Você deve estar se perguntando quem tem direito à isenção de IPVA na compra de carro adaptado, então saiba se a sua doença está entre as doenças para isenção de IPVA.
A legislação varia em cada Estado, mas a maioria isenta o deficiente físico de pagar o IPVA sobre veículos de fabricação nacional,
QUEM TEM CÂNCER TEM ISENÇÃO DE IPVA, QUANDO…
ficaram com alguma sequela em membros superiores ou inferiores.
COMO SOLICITAR ISENÇÃO DE IPVA PARA DEFICIENTE
Dirija-se ao Departamento de Trânsito da cidade onde seu veículo está registrado ou na Secretaria Estadual da Fazenda – cada estado tem sua legislação e estabelece requisitos próprios para isenção. Esses departamentos darão todas as informações para que você entre com o pedido.
FIQUE ATENTO: E saiba que a isenção do IPVA só vale para um veículo, ou seja, se você tiver dois carros em seu nome, só conseguirá a isenção de um deles.
ISENÇÃO DE IPVA PARA DEFICIENTES NÃO CONDUTORES
Cada estado tem sua legislação e estabelece requisitos próprios para isenção. Verifique no seu estado como são as regras e se precisar conte com a ABRALE para lhe dar apoio jurídico com advogado gratuito
E seu eu demorar anos a pedir a isenção, posso pedir de volta os valores pagos anteriormente?
Sim! Você pode solicitar a restituição dos valores referentes à data do diagnóstico comprovado da doença (limite de cinco anos).
COMO FUNCIONA O TFD PARA PACIENTES COM CÂNCER
Terei alguma ajuda se precisar fazer o tratamento para câncer em um local distante?
SIM! Se não houver condições de tratamento na sua região, é possível obter uma ajuda de custo para que você possa ir a outro local – a distância precisa ser superior a 50 km da sua casa. O Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é garantido aos pacientes tratados pelo SUS, oferecido de acordo com disponibilidade do orçamento de cada município. Além da ajuda de custo, o paciente tem direito a consultas e tratamentos agendados pelo SUS em outra região.
Quais são os valores oferecidos para Tratamento Fora do Domicílio TFD em caso de câncer?
Há uma tabela padrão (mas os municípios podem estabelecer outros valores): R$ 181,50 para transporte aéreo (a cada 200 milhas), R$ 4,95 para transporte terrestre (a cada 50 km), R$ 3,70 para transporte fluvial (a cada 50 km), R$ 16,80 para alimentação do paciente e acompanhante, R$ 49,50 para diária completa com acompanhante (alimentação e pernoite), R$ 8,40 para alimentação do paciente sem acompanhante e R$ R$ 24,75 para diária completa apenas do paciente (alimentação e pernoite).
Como conseguir O TFD PARA PACIENTES COM CÂNCER?
O médico do SUS é quem avalia e indica a necessidade do Tratamento Fora do Domicílio. O pedido deve ser oficializado na Secretaria Estadual/Municipal de Saúde ou Departamento Regional de Saúde de sua região.
TFD NEGADO
E se o meu pedido de TFD for negado?
Nesse caso, o município é obrigado a disponibilizar o atendimento e o tratamento correto em uma unidade de serviço do SUS no próprio local. Se isso não acontecer, você pode reivindicar seu direito na Justiça.
COMO FAÇO PARA USAR SUS?
SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS CARTÃO
Cadastre-se na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais perto de sua casa para fazer o Cartão SUS. Para isso, leve seu documento de identidade e comprovante de residência. Quando precisar de atendimento, você poderá usar Postos de Saúde, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Saúde da Família, unidades de Atendimento Médico Ambulatorial, pronto socorro e hospitais.
E SE HOUVER DEMORA PARA PODER UTILIZAR O SUS, E EU PRECISAR DE UM TRATAMENTO RAPIDAMENTE?
Infelizmente muitas vezes há uma longa espera. O problema maior costuma ser a demora na realização dos exames que dão o diagnóstico da doença. Desde abril de 2020, vigora a chamada lei dos 30 dias, que estabelece que os exames necessários para a confirmação do diagnóstico de câncer no SUS sejam realizados no prazo máximo de um mês. Por isso, tente agendá-los o mais rápido possível e saiba que assim que você tiver o resultado com o diagnóstico do câncer em mãos, poderá contar com outra lei que obriga o início do tratamento em até 60 dias: é a chamada Lei dos 60 dias.
DESCUMPRIMENTO DA LEI DOS 30 E DOS 60 DIAS: QUEM EU DEVO PROCURAR?
Se esses prazos não forem respeitados, procure a ouvidoria da unidade de saúde onde está sendo atendido. Se não der certo, entre em contato com a Abrale. Nossa equipe jurídica entrará em contato com a unidade e até mesmo com o Ministério da Saúde para te ajudar a fazer valer esse direito. Em último caso, é possível acionar a Justiça.
TENHO DIREITO À CIRURGIA DE RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA PELO SUS?
Sim, todas as mulheres que tiraram total ou parcialmente a mama para o tratamento de um câncer têm direito à cirurgia plástica reparadora da mama pelo SUS. Se você estiver em tratamento, exija o agendamento da cirurgia no mesmo local. Se já não estiver mais em tratamento, vá a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para solicitar que seja encaminhada a uma unidade especializada.
CONTATO DO DISQUE SAÚDE:
Telefone: 136 (ouvidoria do SUS), de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h; aos sábados e domingos, das 8h às 18h; não disponível nos feriados.
CÂNCER E SEGURO DE VIDA
PACIENTE COM CÂNCER E O DIREITO À INDENIZAÇÃO DO SEGURO DE VIDA
O que é seguro de vida?
É um contrato que você faz com uma seguradora que garante um apoio financeiro a seus dependentes no caso da sua falta. Se você trabalha em uma empresa, vale consultá-la para saber se você tem esse benefício, pois muitas fazem o plano de seguro aos funcionários.
Pacientes com câncer têm direito a alguma indenização do seguro de vida?
Normalmente, há uma cláusula no contrato que garante indenização apenas aos pacientes que estejam em condições de invalidez. Se o câncer provocar a invalidez, é possível solicitar o benefício.
Como requerer seguro de vida em caso de invalidez?
VOCÊ PODE PEDIR O SEGURO DE VIDA POR INVALIDEZ, DEVIDO A CÂNCER, é necessário apresentar para a seguradora um relatório médico que comprove a invalidez. Cada seguradora tem um procedimento diferente e pede documentos específicos para a liberação do benefício. Consulte a sua seguradora
O governo fornece remédios para tratamento do câncer de forma gratuita?
Sim! Os medicamentosusados no tratamento do câncer são os chamados medicamentos de alto custo e eles serão oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quando seu médico indicar, pelo tempo que for necessário.
Há uma listagem desses remédios, mas, caso o seu medicamento não esteja nesta lista, o médico pode fazer uma solicitação especial – até 30 dias depois do pedido, você vai receber a resposta por telegrama ou e-mail.
Qualquer paciente, independentemente da sua condição social, tem esse direito a medicamento de graça?
Sim, a nossa Constituição assegura o direito à saúde para todos de forma igualitária.
Onde fazer a solicitação de remédio gratuito?
Informe-se no hospital ou ambulatório onde está sendo assistido ou procure a Secretaria Municipal de Saúde da região onde mora. Normalmente, o procedimento é feito diretamente pelo médico, no próprio local de atendimento. Aprovada a solicitação, você deverá fazer as retiradas do remédio no local indicado.
E se faltar medicamento gratuito?
Infelizmente, isso pode acontecer. O primeiro passo é entrar em contato com a Ouvidoria do SUS ou com os assistentes sociais do próprio local de atendimento.
A Abrale oferece apoio jurídico com advogado gratuito
Se mesmo assim não conseguir o medicamento, ligue para ABRALE que podemos ajudá-lo a resolver o problema de um jeito mais rápido.
LOAS | UM DIREITO DO PACIENTE COM CÂNCER
Lei Orgânica da Assistência Social LOAS
O que é LOAS Lei orgânica da assistência Social?
É o direito do deficiente ou idoso com idade acima de 65 anos, de receber um salário mínimo mensal, desde que comprove não possuir meios de prover seu sustento e o da família: a renda de toda a família somada deve ser menor do que ¼ do salário mínimo. Para obter esse benefício não é necessário ter contribuído para a Previdência.
LOAS CÂNCER
Pacientes com câncer têm direito à Prestação Continuada da LOAS?
Tudo dependerá de uma avaliação de um médico do INSS, além de uma avaliação financeira – um profissional do INSS (perito) deverá ir até a sua casa para comprovar a situação. Além disso, você não pode receber nenhum outro benefício. 
ONDE REQUERER LOAS
Procure o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais perto de sua casa. 
LOAS COMO FUNCIONA
CadÚnico – A inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico – passou a ser requisito obrigatório para a concessão do benefício. O cadastramento deve ser realizado antes da apresentação de requerimento do benefício pelo link https://meucadunico.cidadania.gov.br/meu_cadunico/
Até quando posso receber?
A cada dois anos haverá revisão do benefício para que sejam avaliadas as condições financeiras. O benefício termina em caso de morte do beneficiário ou quando ele supera as dificuldades e pode retomar o trabalho, conseguindo seu sustento.
Quais documentos são necessários? 
· Seu documento de identificação com foto 
· Seu CPF 
· Comprovante de residência 
· Certidão de nascimento ou de casamento 
· Comprovante de rendimentos dos membros da família 
· Documentos pessoais dos membros da família (identidade, certidão de nascimento quando menor, CPF, número do PIS/PASEP) 
· Tutela, se for o caso
SAQUE FGTS CÂNCER: TODO PACIENTE TEM DIREITO?
Pacientes com câncer têm direito ao resgate total do valor depositado. Também podem resgatar o FGTS os trabalhadores que tiverem dependentes nessas condições (cônjuges, filhos, irmãos menores de 21 anos ou inválidos e pais), desde que os dependentes já estejam registrados no INSS ou no Imposto de Renda.
COMO SOLICITAR FGTS | COMO CONSULTAR FGTS | COMO SACAR FGTS
É preciso ir pessoalmente até uma agência da Caixa Econômica Federal. Acesse o site da Caixa Econômica Federal, www.caixa.gov.br/atendimento e encontre a agência mais próxima ou ligue para 0800-7260207 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h; aos sábados, das 10h às 16h).
DOCUMENTAÇÃO PARA SAQUE DO FGTS
· Seu documento de identificação com foto
· Sua carteira de trabalho
· Seu número de inscrição no PIS/PASEP/NIS
· Atestado médico com validade não superior a trinta dias, contados de sua expedição, firmado com assinatura sobre carimbo e CRM do médico responsável pelo tratamento, contendo diagnóstico no qual relate as patologias ou enfermidades que molestam o paciente, o estágio clínico atual da moléstia e do enfermo, indicando expressamente: “Paciente sintomático para a patologia classificada sob o CID________”; ou “Paciente acometido de neoplasia maligna, em razão da patologia classificada sob o CID________”; ou “Paciente acometido de neoplasia maligna nos termos da Lei nº. 8.922/94”, ou “Paciente acometido de neoplasia maligna nos termos do Decreto nº. 5.860/2006”;
· Laudo do exame laboratorial que comprove a doença.
· No caso de saque pelo titular responsável por um dependente doente, é preciso levar um comprovante de dependência.
LIBERAÇÃO DO FGTS
Em quanto tempo terei o dinheiro disponível para o saque?
O prazo é de cinco dias úteis contados a partir da data de solicitação.
FGTS NEGADO
NÃO DESISTA!  Você pode entrar com uma ação na Justiça. Juntamente com os mesmos documentos exigidos pela Caixa Econômica Federal, será preciso apresentar uma cópia do extrato que comprove o saldo existente no FGTS e um documento que comprove a negação do pedido do benefício. Para saber como dar andamento, consulte a ABRALE.
PIS PASEP | UM DIREITO DO PACIENTE COM CÂNCER
O que é o PIS/PASEP?
Antes de 1988, esses benefícios eram depositados numa conta vinculada ao trabalhador, assim como o FGTS. O PIS, Programa de Integração Social, se dá com empregados atuantes no setor privado e tem o pagamento sob responsabilidade da Caixa Econômica Federal. Já o PASEP, Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, beneficia funcionários do setor público e é pago pelo Banco do Brasil.
SAQUE DO PIS POR CÂNCER
Eu posso sacar?
Só tem direito ao fundo o trabalhador cadastrado como participante do Fundo PIS/PASEP até 04/10/1988 que ainda não sacou. Podem sacar os pacientes com câncer e trabalhadores que tiverem dependentes nessas condições (esposos, filhos, irmãos menores de 21 anos ou inválidos, e pais previamente registrados no INSS ou no Imposto de Renda).
RETIRADA DO PIS POR CÂNCER
Onde fazer a solicitação do saque do PIS para portadores de câncer?
Para sacar o benefício do PIS, vá pessoalmente até uma agência da Caixa Econômica Federal – encontre a agência mais próxima: acesse o site da Caixa Econômica Federal www.caixa.gov.br/atendimento ou ligue para 0800-7260207 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h; aos sábados, das 10h às 16h).
Para sacar o do PASEP, dirija-se a uma agência do Banco do Brasil – encontre a agência mais próxima em www.encontreobb.com.br ou ligue para 4004-0001, de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h. 
DOCUMENTAÇÃO PARA SAQUE DO PIS:
· Sua carteira de identidade
· Seu CPF
· Cartão de inscrição no PIS/PASEP ou carteira de trabalho
· Um atestado médico com validade de até 30, com assinatura sobre carimbo e CRM do médico responsável pelo tratamento, com diagnóstico, estágio clínico atual da doença e do paciente, indicando que o paciente está em fase sintomática. O médico não pode deixar de incluir o número do CID (Classificação Internacional de Doenças) e uma menção à Resolução de n°01 de 15/10/1996, do Conselho Diretor do Fundo de Participação PIS/PASEP.
· Cópia do exame que comprove o diagnóstico.
· No caso de saque pelo titular responsável por um dependente doente, é preciso levar um comprovante de dependência.
SACAR PIS CÂNCER | EM QUANTO TEMPO O DINHEIRO DO PIS ESTARÁ DISPONÍVEL PARA O SAQUE?
O prazo é de cinco dias úteis contados a partir da data de solicitação.
SAQUE DO DO PIS NEGADO, O QUE FAZER?
Recorra à Justiça! Juntamente com os mesmos documentos listados acima, será preciso apresentar uma cópia do extrato que comprove o saldo existente e um documento que ateste a negação do pedido do benefício. Entre em contato com a ABRALE se precisar de qualquer orientação com Advogado Gratuito.
PACIENTE COM CÂNCER TEM DIREITO A RENDA MENSAL PELA PREVIDÊNCIA PRIVADA
O QUE É A PREVIDÊNCIAPRIVADA?
Muitos se perguntam: PREVIDÊNCIA PRIVADA COMO FUNCIONA?
A previdência privada funciona como se fosse uma aposentadoria, mas não é ligada ao INSS. É um plano que você contrata com uma seguradora particular e vai pagando mensalmente, guardando recursos para que tenha uma renda mensal no futuro, em um período combinado.
Pacientes com câncer podem solicitar O RECEBIMENTO ANTECIPADO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA em pagamento mensal?
O resgate antecipado em previdência para pacientes com câncer está previsto em contrato. Leia atentamente o seu antes de reclamar na seguradora. A maioria garante esse direito apenas aos pacientes que estejam em condições de invalidez, ou seja, se o câncer provocar a invalidez é possível solicitar o benefício.
Como fazer o pedido do PAGAMENTO ANTECIPADO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA?
É necessário apresentar para a seguradora da previdência privada um relatório médico que comprove a invalidez. Cada seguradora tem um procedimento diferente e pede documentos específicos para a liberação do benefício. Consulte a sua seguradora de previdência privada.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
É um benefício da Política de Assistência Social, individual, não vitalício e que garante o pagamento mensal de um salário mínimo à pessoa idosa, com 65 anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
Como solicitar
· Para fazer a solicitação do benefício, a família deve estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Este cadastro é feito no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
· Em seguida devem fazer o cadastro no site do INSS, criando uma senha.
· Site https://meu.inss.gov.br/central/#/
· Faça login no sistema, escolha a opção Agendamentos/Requerimentos.
· Clique em “novo requerimento”. Digite no campo “pesquisar” a palavra “deficiência” e selecione o serviço desejado.
· Anexe todos os documentos necessários para o pedido:
· CadÚnico (cadastro feito no CRAS);
· Documento de identificação e CPF do titular (ao requerente maior de 16 anos de idade será solicitado documento de identificação oficial com fotografia);
· Certidão de Nascimento ao requerente menor de 16 anos;
· Formulários preenchidos e assinados, de acordo a situação do titular <Requerimento do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC e Composição do Grupo Familiar>;
· Laudo médico;
· Atestados médicos.
· Uma informação importante seria também colocar que todo gasto com medicamento que não seja coberto pelo SUS, pegar nota fiscal da compra para apresentar no dia da perícia , assim como outras despesas com suplementos
· Acompanhe o andamento pelo Meu INSS, na opção Agendamentos/Requerimentos.
 
DÚVIDAS: Telefone 135 (segunda a sábado das 7h às 22h (horário de Brasíli
CÂNCER E EDUCAÇÃO
CONHEÇA DIREITOS DO PACIENTE QUE É UM ALUNO COM CÂNCER
Alunos com câncer que não possam comparecer à escola ou universidade diariamente têm alguma alternativa para continuar estudando?
Sim! Se o estudante não tiver condições de ir às aulas com frequência deverá compensar as faltas com exercícios feitos em casa, com o devido acompanhamento da escola. Isso vale para alunos de qualquer nível de ensino. Para tanto, é preciso apresentar um atestado médico à instituição.
RECUSA DE ACOMPANHAMENTO DE ALUNO COM CÂNCER
E se a escola se recusar a oferecer o acompanhamento para compensar as faltas?
Como se trata de um decreto-lei, é possível acionar a Justiça. Mas, antes, entre em contato com a ABRALE. Nossos advogados podem ajudá-lo nessa conversa com a escola para resolver a questão.
CÂNCER E TRABALHO
Trabalhadores com câncer têm algum tipo de garantia de estabilidade no trabalho?
Não! Não existe uma lei que garanta a estabilidade do trabalhador com câncer, com exceção dos casos em que a doença tenha surgido em razão do trabalho (se você teve contato com substâncias radioativas no dia a dia que desencadearam a doença, por exemplo). A única garantia é que durante o período em que você recebe o auxílio-doença, a empresa não pode te mandar embora – mas isso pode acontecer na sua volta.
 TRABALHADOR COM CÂNCER PODE SER DEMITIDO?
Embora não exista uma lei que assegure a estabilidade, em muitos casos, a Justiça têm sido favorável em relação a processos por demissão de pacientes com doenças graves. Nos tribunais do trabalho, há uma posição que considera discriminatória a demissão nesse caso, mas para garantir a permanência no emprego, é preciso entrar com uma ação trabalhista. Por isso, vale tentar questionar. O jurídico da Abrale pode dar todas as orientaçõe
PACIENTES COM CÂNCER TÊM DIREITO A ESTACIONAR EM VAGA DE DEFICIENTE?
Só têm esse direito os pacientes com câncer que ficaram com alguma sequela da doença e são considerados deficientes. Se esse for o seu caso, é preciso solicitar uma autorização especial no DSV e retirar um cartão de identificação que deve ser colocado no carro toda vez que parar nas vagas especiais.
CARTÃO DE DEFICIENTE
Como obter o cartão de estacionamento para deficiente?
Dirija-se ao departamento de operações do sistema viário da sua região e preencha um formulário. Depois, basta entregá-lo juntamente com cópias da carteira de identidade, do comprovante de residência e um atestado médico original que comprove a deficiência (ele deve conter a indicação do CID, Código Internacional de Doenças, assinatura, carimbo e CRM do médico, com data até 3 meses).

Continue navegando