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FARMACOLOGIA II LETÍCIA LEÃO GAZZZANEO MEDEIROS P4 Anti-hiperlipidemicos: Metabolismo lipídico: Exógena: colesterol e triglicerídeos são absorvidos pelo íleo e transportados pelos quilomócrons a linfa e no sangue para músculos e tecido adiposo, onde são hidrolisados. Os quilomícrons remanescentes vão até o fígado. Colesterol dos hepatócitos pode ser excretado pela bile ou ingressar na endógena Endógena: após ir para o fígado é transportada pelo VLDL, IDL, LDL alcança o receptor nos tecidos, transforma em colesterol HDL e volta ao fígado. Síntese do colesterol: Última etapa: HMG-CoA redutase é a enzima velocidade limitante da via. Converte em mevalonato Lipoproteínas: Estruturas moleculares responsáveis pelo transporte dos lipídeos tornando esses lipídeos solúveis no meio aquoso. HDL, LDL, VLDL, quilomícrons. Função das apolipoproteínas: Ativar enzimas envolvidas no metabolismo Manter a integridade estrutural do complexo lipídeo/proteína Transportar os lipídeos para as células através do reconhecimento de receptores de superfície Destino do colesterol: Degradado pelos sais biliares e bactérias intestinais O que são dislipidemias? Distúrbios no metabolismo de lipoproteínas Primárias ou secundárias Resultam em uma ou mais das anormalidades: o Colesterol total alto (CT) o Lipoproteína de baixa densidade alta (LDL) o Lipoproteína de alta densidade baixa (HDL) o Triglicerídeos altos (TG) Obs: Ateroma: doença focal da túnica íntima das artérias. Evolução: 1. Disfunção endotelial com alteração na biossíntese do NO 2. Expressão de moléculas de adesão 3. LDL é transportado para a parede do vaso e é oxidado pelos ROS das células endoteliais e macrófagos/monócitos 4. LDL oxidado é captado pelos macrófagos (células espumosas) e libera citocinas inflamatórias. 5. Estrias gordurosas são formadas 6. Colesterol pode ser mobilizado da parede da artéria e transportado no plasma pelo HDL como mecanismo protetor 7. Resposta inflamatória fibroproliferativa forma capa densa = placa de ateroma 8. Se a placa romper = trombose Aterosclerose: LDL oxidado-> forma placa de ateroma na íntima + inflamação + disfunção endotelial-> placa flexível - > ruptura da placa -> trombose Classificação das dislipidemias: Hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do LDL-C (maior ou igual a 160mg/dl) Hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos triglicerídeos (maior ou igual a 150mg/dl) que reflete o aumento do número e/ou volume de pertículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons. Hiperlipidemia mista: valores aumentandos de LDL-C e TG. O colesterol não-HDL também pode ser usado como indicador e meta terapêutica. Se o TG for maior ou igual a 400mg/dl, o cálculo do LDL-C é inadequado, deve-se considerar hiperlipidemia mista quando CT for maior ou igual a 200. HDL-C baixo: <40 em homens e <50mg/dl em mulheres. Isolada ou em associação ao aumento de LDL-C ou de TG. Dislipidemia secundária: Consumo excessivo de álcool (TG) Doenças hepáticas colestáticas (CT e LDL) Sindrome nefrótica (CT alto e LDL baixo) Doença renal crônica (CT, LDL e TG altos + HDL baixo) Hipotireoidismo (CT e TG) Tabagismo (HDL baixo) Obesidade (CT,LDL,TG) Medicamentos (CT e ou TG) FARMACOLOGIA II LETÍCIA LEÃO GAZZZANEO MEDEIROS P4 Diabetes tipo 2 (TG alto e HDL baixo) Metas terapêuticas nas dislipidemias: Diminuir o risco cardiovascular CT <200mg/dl; HDL-C >40mg/dl; TG<150mg/Dl Tratamento farmacológico para hipercolesterolemia: Primeira linha: estatinas Algoritmo do tratamento: 1. Estratificação do risco + verificar metas de acordo com esse risco 2. Definir tratamento: o Risco alto e intermediário: MEV + estatinas por 3 meses o Baixo risco: MEV por 6 meses 3. Verificar se a meta foi atingida o Alto, intermediário e baixo: SIM -> manter tratamento, monitorar perfil lipidêmico pelo menos 1x por ano o Alto e intermediário: NÃO-> aumentar dose de estatina OU associar niacina ou ezetimiba ou resina e reavaliar em 3 meses o Baixo: NÃO-> manter MEV e considerar estatinas. Reavaliar em 3 meses Farmacodinâmica das estatinas: MA: inibem a hidroximetil glutaril coenzima A redutase Diminuem a produção de ácido mevalônico Aumentam a expressão de receptores de LDL nas membranas dos hepatócitos Aumentam o catabolismo e a captação do LDL da corrente sanguínea Diminuem o processo aterosclerótico 1. Inibem a HMG-CoA redutase, diminuindo a concentração de colesterol na célula 2. O baixo colesterol intracelular estimula a síntese de receptores de LDL 3. Aumento dos receptores gera maior absorção do LDL que estava no sangue 4. O baixo colesterol intracelular diminui a secreção de VLDL Farmacocinética: FARMACOLOGIA II LETÍCIA LEÃO GAZZZANEO MEDEIROS P4 Efeitos adversos: Mialgia com alta de CPK Cãibras Rabdomiólise Quanto mais lipossolúvel, mais miotóxico Ate 5x mais CPK é considerável, se mais, suspende Lesão renal Hepatotoxicidade: até 3x mais transaminases hepáticas Suspensão temporária para normalizar ALT e AST (importante dosar antes do tratamento e após 6-12 semanas) Suspensão definitiva: infecção hepática ativa ou disfunção hepática grave Obs: paciente sente dor muscular durante o tratamento: Tempo? Semanas? Meses? Excluir outras causas Monitorar CPK Intolerância a dor ou CPK 5-10x mais elevada = suspensão Sintomas desaparecem? Reintroduzir com menor potência ou menor dose. Contraindicações: Gravidez Hepatopatia Associação com fibratos Orientações no uso: Administração à noite Após a refeição Monitorar e relatar imediatamente sinais e sintomas relacionados a miopatias (dor muscular, sensibilidade ou fraqueza) e dano hepático (fadiga inexplicada, anorexia, desconforto abdominal superior direito, urina escura ou icterícia). Evitar consumo de álcool: aumento do risco de lesão hepática Rosuvastatina: não usar antiácidos até 2h após o medicamento Segunda linha de tratamento: colestiramina, ezetimiba, niacina, fibratos Colestiramina: Resinas ou sequestradores dos ácidos biliares São grandes polímeros de carga + que ligam os ácidos biliares, carregados negativamente no intestino delgado Diminui a (re)absorção enteral de colesterol Depleção do colesterol celular hepático, estimulando a síntese de receptores de LDL Associação com estatinas quando a meta de LDL-C não é obtida LDL-C baixo é dose-dependente (5%-30% em 4-24g/dia) Risco C na gestação Efeitos adversos: constipação, aumento de triglicerídeos, tontura, vertigem, dor de cabeça, erupções cutâneas Orientações: não manter na boca- risco de descoloração e erosão do esmalte dentário Ingerir antes das refeições Aumentar a ingestão de líquidos Dissolver o pó em água antes da administração Ingerir outros medicamentes 1h antes ou 4-6h depois Ezetimiba: Inibe o transportador NPC1L1 no intestino Diminui a absorção do colesterol dietético e biliar na borda em escova do intestino (não afeta absorção de TG ou vitaminas lipossolúveis) Diminui o colesterol hepático e aumenta a síntese de LDL-R Diminui LDL-C plasmático Associação com estatinas VO Efeitos adversos: diarreia, aumento de transaminases, dores musculares Orientações: relatar sinais e sintomas como dor abdominal, diarreia, dor nas costas, dor de cabeça, sinusite, hepatite, artralgia ou mialgias Tratamento para hipertrigliceridemias: Hipertrigliceridemia mista: o >500mg/dl: fibrato ou fibrato + niacina o < 500mg/dl: estatina ou estatina + ezetimiba (priorizar meta de LDL-C) Hipertrigliceridemia isolada: o Fibrato (primeira escola o Niacina o Fibrato + niacinaFARMACOLOGIA II LETÍCIA LEÃO GAZZZANEO MEDEIROS P4 Fibratos: Imitam estrutura e função dos AGs livres Ligação a receptores ativados pelo proliferador de peroxissomos alfa Fatores de transcrição específicos: fígado, rins, coração e músculos. Ex: gendibrozila, bezafibrato, ciprofibrato, fenofibrato e clofibrato VO Estimulam os receptores nucleares ativados de proliferação dos peroxissomos-alfa levando ao aumento da produção de LPL, estimulam lipólise dos TG das VLDL-colesterol e dos quilomícrons Reduzem a apoproteína CII estrutural das LDLs Diminuem sintese das VLDL pois reduzem produção de TG Elevam os níveis de HDL pelo estimulo do PPAR-a que gera uma maior produção da Apo Al estrutural das HDL Efeitos adversos: dor abdominal, alterações de testes da função hepática, rabdomiólise Orientações: monitorar e relatar sintomas de miopatia, hepatite ou pancreatite Interações medicamentosas: inibidores do CYP450; indutor de CYP2C8 Principais interações: estatinas (risco aumentado de miopatia e rabdomiólise); anticoagulantes orais (competição por proteínas plasmáticas com efeito anticoagulante reforçado); sulfonilureias (aumento do efeito hipoglicemiante) Niacina: Ativação do receptor GPR109A (tecido adiposo periférico, leucócitos e células de Langerhans) Inibe lipases hormonossensitivas nos adipócitos gerando diminuição da liberação dos AGs livres na circulação Inibe diacilglicerol aciltransferase-2 nos hepatócitos, diminui a sintese hepática de TG Diminuição de TG intra-hepático com diminuição de VLDL, LDL e aumento de HDL VO Efeitos adversos: pele avermelhada, sensação de calor e coceira, tontura, palpitações, dispneia, cansaço, inchaço, sudorese... Orientações: ingestão na hora de dormir com um lanche leve; pré-tratamento com aspirina ou AINE, 30min antes de tomar para diminuir rubor, desconforto gastrointestinal e prurido Contraindicado com anticoagulantes ou vasodilatadores
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