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aula 01 proteção legal da propriedade intelectual

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PROPRIEDADE 
INTELECTUAL 
A proteção legal da Propriedade Intelectual 
e as Patentes como fonte de informação 
tecnológica 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Criações Estéticas/Artísticas → Reverberam e 
aperfeiçoam-se perante a sensibilidade das outras 
pessoas (literatura, esculturas, pinturas, melodias, 
mídias..); 
• Criações Industriais/Técnicas → Reverberam e 
aperfeiçoam-se perante a natureza como artificialização
do mundo natural (objetos, dispositivos, máquinas, 
utensílios..); são dotadas de funcionalidade, “utilidade”. 
• Os Direitos Autorais protegem as Criações 
Estéticas/Artísticas;
• A Propriedade Industrial protege as 
Criações Industriais/Técnicas.
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Os principais Tratados Internacionais que regulamentam a 
Propriedade Intelectual em nosso âmbito são:
• Convenção da União de Paris de 1883 (regulamenta a 
Propriedade Industrial),
• Internalizada em nosso ordenamento pelo Decreto 
n. 1.263/1994.
• Convenção de Berna de 1886 (regulamenta a proteção das 
Obras Literárias e Artísticas)
• Internalizada em nosso ordenamento pelo Decreto n. 
75.699/1975. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Acordo sobre Aspectos dos Direitos de 
Propriedade Intelectual relacionados ao 
Comércio – TRIPs – OMC. 
• Internalizado em nosso ordenamento pelo 
Decreto n. 1.355/1994 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
As principais Leis referentes ao presente tema são:
• LPI – Lei de Propriedade Industrial, Lei n. 9.279/96;
• LDA – Lei sobre Direitos Autorais, Lei n. 9.610/98;
• LPPIPC – Lei sobre a Proteção da Propriedade 
Intelectual de Programa de Computador, Lei n. 9.609/98; 
• LPC – Lei de Proteção de Cultivares, Lei n. 9.456/97 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Contudo, qual seria a razão para o Estado 
implementar o Sistema da Propriedade Intelectual no 
País? 
• Afinal, a Constituição Brasileira, em suas diversas 
versões, desde a primeira de 1824 até a atual, a 
C.F./88, demonstrando o interesse e a preocupação 
estatal com o tema, dispõe sobre as criações 
intelectuais (art. 5º., da C.F./88, incisos XXVII e 
XXVIII, via criações artísticas, e, inciso XXIX, via 
criações industriais e marcas). 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Parece evidente que o Titular, em algum momento deveria
receber alguma vantagem, algum “bônus”, para criar algo
novo e divulgar sua criação.
Portanto, trata-se de:
• ACESSO à Informação,
• ACESSO ao Conhecimento,
• ACESSO à Tecnologia,
• ACESSO aos Medicamentos,
• ACESSO aos Alimentos,
• ACESSO à Cultura..
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• O Estado promove uma espécie de pacto
com o titular dos direitos em tela:
• Primeiro, o titular cria algo relevante e novo
para o País;
• Segundo, não basta tal criação, esta deve ser
divulgada para a Sociedade, não pode ficar
secreta ou em sigilo..
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Terceiro, exemplificando, para a criação 
industrial/técnica, o titular deve descrevê-la, art. 
24, LPI (Lei da Propriedade Industrial) e a 
mesma será publicada/divulgada, art. 30, LPI, 
pelo órgão competente (Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial, INPI).
• Mas não param aqui os estímulos e vantagens 
concedidos pelo Estado para motivar o 
inventor/criador/autor.. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Para desenvolver este argumento há que se 
considerar a natureza jurídica dos direitos 
relativos à Propriedade Intelectual.
• Com efeito, majoritariamente, a doutrina 
vislumbra tais direitos pelos prismas:
• do criador (autor, inventor), e,
• da criação (invenção, obra artística).
PROPRIEDADE INTELECTUAL
• Quanto ao criador fala-se em direitos morais 
(que são inalienáveis, imprescritíveis..)
• Quanto à criação fala-se em direitos 
patrimoniais. Estes, negociáveis 
contratualmente (transferíveis).
PROPRIEDADE INTELECTUAL
PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
PATENTES (PARTE I)
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Assim, pode-se retornar aos estímulos, 
sobretudo, às “Empresas” (Sociedades 
Empresárias), para criar e inovar, pois é do 
cerne do Sistema de Propriedade Intelectual, 
como regra, a concessão de direitos 
patrimoniais de exclusividade aos titulares que 
criarem, que acrescentarem, desenvolvendo a 
Tecnologia, e a Economia em prol da Sociedade.
• Portanto a chave deste segundo aspecto é o termo
“EXCLUSIVIDADE”!
• E justamente! Considere-se, por exemplo, as 
criações industriais. A todos que criarem algo que 
seja novo, tenha aplicação industrial e seja dotado 
de certa inventividade o Estado concederá um 
período de exploração econômica do objeto de sua 
patente, exclusivo, de 20 anos (para as invenções), 
ou 15 anos (para os modelos de utilidade).
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Transcorrido este período extinguem-se os direitos patrimoniais 
da patente (art.78, I, LPI) e seu objeto cai em domínio público 
(art.78, par. único), qualquer interessado pode reproduzi-lo, 
inclusive explorá-lo economicamente, vendendo e fabricando 
seu objeto, sem necessidade de autorização do titular.
• Qual seria o significado da expressão: período de 
exclusividade? 
• Período que possibilitaria ao titular obter o retorno dos custos e 
despesas de suas pesquisas e, ainda, viabilizar o lucro 
necessário à sua atividade. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• O art. 42 da LPI assenta que: “ A patente confere 
ao seu titular o direito de impedir terceiro sem o 
seu consentimento, de produzir, usar, colocar à 
venda, vender ou importar com estes 
propósitos: 
• I – produto objeto de patente;
• II – processo ou produto obtido diretamente por 
processo patenteado.”
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Trata-se de um direito negativo, não de fazer, vender, 
usar, importar, mas de impedir terceiros de fazê-lo...ou 
seja, fica vedada qualquer reprodução 
(fabricação/venda..) sem autorização do titular, art. 42, 
LPI. 
• Neste momento, por dentro da Propriedade Industrial, 
seria secundário se o titular explora ou não no plano 
econômico o objeto da patente fabricando, vendendo ou 
importando determinado produto. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• O art. 43 da LPI dispõe em seus incisos sobre as 
exceções à essa regra. 
• Assim, são permitidas pela legislação reproduções em 
caráter privado, sem finalidade comercial e que não 
causem prejuízo aos interesses econômicos do titular 
da patente.
• Na mesma linha os atos praticados por terceiros 
desautorizados com fins experimentais, relacionados 
à pesquisas científicas/tecnológicas escapam à 
restrição.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• A proteção/tutela às criações industriais/técnicas no
Brasil
• O termo “Patente”, neste âmbito, possui dois 
significados: Patente como Direito e Patente como 
Título (carta-patente, documento)
• A Lei de Propriedade Industrial, LPI, L. 9.279/96, no
seu Título I compreende duas classes/categorias de
criações industriais/técnicas: as invenções (art. 8º.) e
os modelos de utilidade (art. 9º.)
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• A LPI não define o que seria invenção ou modelo de 
utilidade, mas o que não seria invenção/modelo de 
utilidade (art. 10, LPI), e o que não seria patenteável 
(art. 18, LPI).
• Assim na primeira hipótese (art. 10, LPI) tem-se:
• descobertas, teorias científicas, métodos 
matemáticos, obras literárias, arquitetônicas, 
artísticas e científicas ou criação estética,
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• o todo ou parte de seres vivos naturais e 
materiais biológicos encontrados na 
natureza, ou dela isolados, incluindo 
genoma/germoplasma e processos 
biológicos naturais, bem como os programas 
de computador em si.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Na segunda hipótese (art. 18, LPI) tem-se:
• O que for contrário à moral, segurança, saúde 
pública, substâncias, produtos e processos 
resultantes de transformação do núcleo 
atômico, o todo ou parte dos seresvivos, exceto 
os microorganismos transgênicos que atendam 
aos requisitos de patenteabilidade do art. 8º., 
LPI. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Quanto aos Requisitos de Patenteabilidade tem-se:
• para as invenções, art. 8º., LPI, “É patenteável a 
invenção que atenda aos requisitos de novidade, 
atividade inventiva e aplicação industrial”;
• para os modelos de utilidade, art.9º., LPI, “É 
patenteável como modelo de utilidade o objeto de 
uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação 
industrial, que apresente nova forma ou disposição
envolvendo ato inventivo”.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Novidade → art. 11, LPI, “a invenção e o modelo de 
utilidade são considerados novos quando não 
compreendidos no estado da técnica”
• O Estado da Técnica, par. 1º., art. 11, LPI, 
compreende tudo aquilo tornado acessível ao 
público antes da data de depósito do pedido de 
patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou 
qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Aplicação Industrial → art. 15, LPI, a invenção e o 
modelo de utilidade ostentam aplicação industrial 
quando possam ser utilizados ou produzidos em 
qualquer indústria.
• Atividade Inventiva → art. 13, LPI, a invenção 
apresenta atividade inventiva, sempre que, para um 
técnico no assunto, não decorra de maneira evidente 
ou óbvia do estado da técnica.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• Ato Inventivo → art. 14, LPI, o modelo de utilidade é 
dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no 
assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do 
estado da técnica. 
• Assim, nota-se que os 3 requisitos para estas duas 
categorias de criações (invenções e modelos de 
utilidade) são quase os mesmos, com a única exceção 
do campo da inventividade: “atividade inventiva” para as 
invenções e “ato inventivo” para os modelos de 
utilidade. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• PATENTES COMO FONTE DE INFORMAÇÃO 
TECNOLÓGICA
• Quanto à utilização deste material (os documentos de 
patentes), como importante fonte de informação 
tecnológica para os (as) discentes de engenharia e 
futuros (as) profissionais cabe uma palavra no sentido 
de aproveitarem a disponibilidade (sem custo) destes 
relatórios que descrevem as tecnologias
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
• das grandes corporações globais, (nas mais 
diversas áreas como eletrônica, mecânica, química, 
petróleo e outras..) disponibilizados, remota e 
gratuitamente, através de telefones móveis em 
bancos de dados de Instituições como Google 
Patents, Espacenet (Europa), USPTO (E.U.A.), JPO 
(Japão, com parte das patentes em inglês) e INPI 
(Brasil) e consultem tais fontes.
PROPRIEDADE INTELECTUAL –
PROPR. IND. (PAT. I) 
PROPRIEDADE 
INTELECTUAL 
A proteção legal da Propriedade Intelectual 
e as Patentes como fonte de informação 
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