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AULA 04 MODULOS FOTOVOLTAICOS DE SILICIO CRISTALINO

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AULA 4 
FUNDAMENTOS DE ENERGIA 
SOLAR 
Profª Juliana D’Angela Mariano 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à quarta aula de Fundamentos da Energia Solar. 
Meu nome é Juliana D’Angela Mariano. Sou formada no curso técnico e 
tecnólogo em Eletrotécnica e mestre em Engenharia de Sistemas Fotovoltaicos. 
Antes de entrar na carreira acadêmica, trabalhei alguns anos com elaboração de 
projetos elétricos prediais e industriais. Atualmente, faço doutorado em 
Engenharia de Sistemas Fotovoltaicos, além de trabalhar como professora de 
Energia Solar. 
Nessa quarta aula falaremos sobre a as características técnicas dos 
módulos fotovoltaicos e suas condições de operação. 
Também falaremos sobre as vantagens e desvantagens da aplicação de 
cada tecnologia de módulo fotovoltaico, destacando as informações técnicas que 
cada produto oferece. 
Também vamos entender como se dá a leitura das folhas de dados 
presentes nestes equipamentos, as mesmas folhas que acompanham todos os 
aparelhos elétricos e eletrônicos. 
Efeitos como temperatura e outras variáveis podem interferir no 
funcionamento de nossos módulos fotovoltaicos, por isso, vamos nos aprofundar 
mais nesse assunto na aula de hoje. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Você se lembra dos variados tipos de células fotovoltaicas explicados na 
aula anterior? Essas células podem ser aplicadas nos módulos fotovoltaicos que, 
quando ligados em um painel, geram energia elétrica nas mais variadas condições 
de operação. 
Dentro do universo fotovoltaico, o qual teve início com a primeira e a 
segunda geração de tecnologias tradicionais (que utilizavam silício mono e 
policristalino), é essencial entender as características de cada tecnologia. A 
terceira geração de tecnologia fotovoltaica é composta pelos filmes finos que são 
derivados de compostos químicos menos abundantes da superfície da Terra. 
Cada material que compõe uma célula e posteriormente integra um módulo 
fotovoltaico apresenta propriedades bem definidas quanto a sua eficiência de 
conversão, além de contar com resposta espectral diferente conforme o 
comprimento da onda e efeitos variados quando sob altas temperaturas. 
Evidentemente, toda tecnologia apresenta prós e contras na sua aplicação. 
 
 
03 
Para que os consumidores possam comparar e se decidirem por uma 
tecnologia, existe uma folha de dados de resultados de testes que foram 
padronizados por órgãos competentes — no caso do Brasil, o Inmetro. Nessa 
folha de dados é possível encontrar muitas informações elétricas, mecânicas, 
térmicas e operacionais, garantindo confiabilidade ao produto. 
Na aula de hoje definiremos os termos presentes na folha de dados 
encontrada nos módulos fotovoltaicos, como: condições STC; AM (Air Mass); 
tensão de circuito aberto; corrente de curto circuito e curvas I x V 
(Tensão x Corrente) diversas. Esses parâmetros são primordiais ao projetista ao 
longo do projeto, pois aumentam o leque de opções que possibilitam a melhor 
tomada de decisões mediante a necessidades do cliente. 
Muitos termos técnicos, não é mesmo? Não se preocupe, pois na aula de 
hoje o objetivo é nos familiarizarmos com esses termos e começar a agregá-los 
no vocabulário técnico dos projetistas. 
TEMA 1 – MÓDULOS FOTOVOLTAICOS DE SILÍCIO CRISTALINO 
Iniciaremos esta aula apresentando os diferentes tipos de módulos 
fotovoltaicos, principalmente os de silício cristalino, destacando sua eficiência de 
conversão e suas variadas aplicações. 
Um módulo fotovoltaico é composto de um conjunto de células dispostas 
sobre uma estrutura rígida e interligadas eletricamente. É nele que ocorre a 
fotogeração através do fenômeno do efeito fotovoltaico. 
A fotogeração se baseia em três fenômenos físicos principais, que são: 
 a absorção da radiação pelo dispositivo e geração de pares elétron-lacuna; 
 a movimentação interna dos portadores gerados; 
 a separação dos portadores gerados por meio de um campo elétrico interno 
ao dispositivo, gerando uma barreira de potencial (VB) 
Em síntese, esses três fenômenos ocorrem na junção PN da célula 
fotovoltaica. 
 
 
04 
Figura 1 – A célula de silício cristalino 
Fonte: Shutterstock, 2017. 
 
É possível fabricar esses conjuntos de células fotovoltaicas a partir dos 
mais diferentes componentes químicos, como silício cristalino (caracterizando a 
tecnologia tradicional), ou em filmes finos, que são geralmente aplicados em 
substratos rígidos e flexíveis, constituindo um módulo fotovoltaico. 
A seguir explicaremos as características da tecnologia tradicional dos 
módulos fotovoltaicos de silício cristalino, destacando sua eficiência de conversão, 
as vantagens e as desvantagens de cada tecnologia. 
 
1.1 Módulo de silício monocristalino (m-Si) 
A utilização dos módulos de silício monocristalino merece um destaque 
especial por ser a tecnologia antecessora empregada na conversão fotovoltaica. 
No entanto, devido ao seu processo de fabricação, que utiliza um único cristal de 
silício ultrapuro, esta tecnologia é a mais custosa dentre as tecnologias 
fotovoltaicas. 
Por isso, é possível reconhecer facilmente as diferenças entre este módulo 
e o de silício policristalino, pois apresentam uma cor uniforme, indicando silício de 
alta pureza, e cantos tipicamente arredondados, como você pode ver na imagem 
a seguir. 
 
 
 
05 
Figura 2 – Módulo de silício monocristalino. 
Fontes: Yingli Solar, 2017 (esq.); Shutterstock, 2017 (dir.). 
 
Quanto às suas características, cabe destacar que 
[e]les são feitos a partir de um único cristal de silício ultrapuro (lingotes 
de silício de forma cilíndrica), este é fatiado como um "salame" fazendo 
assim lâminas de silício individuais, que são então tratadas e 
transformadas em células fotovoltaicas. Cada célula fotovoltaica circular 
tem seus “4 lados” cortados fora para otimizar o espaço disponível no 
painel solar monocristalino e aproveitar melhor a área do painel. O painel 
solar é composto por uma matriz de células fotovoltaicas em formações 
de série e paralelo (Portal Solar, 2017). 
Estudos apontam que a eficiência comercial média de um módulo de silício 
monocristalino é de 18%. O processo de produção utilizado é o Czochralski, 
conferindo uma forma arredondada aos lingotes de silício, que posteriormente 
apresentarão coloração azul-escuro ou quase preto (com antirreflexo), cinza ou 
azul-acinzentado (sem antirreflexo) (Villalva; Gazolli, 2012). 
Vantagens: 
 Módulos fotovoltaicos de silício monocristalino ocupam menos espaço 
devido a sua maior eficiência, pois necessitam de menos espaço para gerar 
a mesma quantidade de energia elétrica. 
 A vida útil dos módulos monocristalinos é maior que 30 anos e eles têm 
com garantia de 25 anos. 
 Tendem a funcionar melhor do que módulos policristalinos em condições 
de pouca luz (Portal Solar, 2017). 
 
Desvantagens: 
 Módulos monocristalinos são os mais caros. Do ponto de vista financeiro, 
um painel solar que é feito de silício policristalino e, em alguns casos, de 
filme fino pode ser uma escolha melhor para os proprietários que se 
importam com o custo. 
 
 
06 
 O processo Czochralski usado para produzir silício monocristalino resulta 
em grandes lingotes cilíndricos. Quatro lados são cortados dos lingotes 
para fazer as lâminas de silício, por isso uma quantidade significativa do 
silício não é aproveitada naquela célula e precisa ser reciclado (Portal 
Solar, 2017). 
1.2 Módulo de silício policristalino (m-Si) 
Os módulos de silício policristalino foram introduzidos no mercado em 
1981. A principal diferença relativa aos módulos de silício policristalino se 
apresenta em relação ao método de fabricação empregado. Este método se 
desenvolve pela fundição dos cristais, ou seja, cristais de silício são fundidos em 
um bloco, preservando assim a formação dos múltiplos cristais. Quando esse 
bloco é cortado e fatiado, é possível observar essa formação múltipla decristais, 
conforme mostrado na imagem a seguir. 
 
Figura 3 – Módulo de silício policristalino. 
Fonte: Yingli Solar, 2017 (esq.); Shutterstock, 2017 (dir.). 
 
Apresentam eficiência na conversão de, em média, 15%. Após serem 
fundidos e aquecidos em forma quadrada, recebem uma coloração azul (com 
antirreflexo) ou cinza-prateado (sem antirreflexo). 
Vantagens: 
 A quantidade de silício residual gerado durante o processo de corte das 
células fotovoltaicas é menor em comparação com o processo de obtenção 
de silício monocristalino. 
 Painéis policristalinos tendem a ser um pouco mais baratos que os painéis 
solares monocristalinos. 
 A vida útil dos painéis policristalinos ultrapassa os 30 anos e eles têm 
garantia de 25 anos. 
 
 
 
07 
Desvantagens: 
 A eficiência de módulos fotovoltaicos policristalinos é reduzida se 
comparada ao silício monocristalino devido à menor pureza do polisilício. 
 Menor energia por m², necessitando assim de alocação de uma área maior 
para gerar a mesma quantidade de Watts/m² que o painel monocristalino. 
TEMA 2 – MÓDULOS FOTOVOLTAICOS DE FILMES FINOS 
Agora passaremos à a tecnologia dos módulos fotovoltaicos de filmes finos, 
os quais apresentam como principal característica sua aplicação, que pode ser 
feita em substratos rígidos ou flexíveis. Essa tecnologia também é conhecida 
como células fotovoltaicas de película fina (TFPV),e pode ser constituída dos 
seguintes materiais: 
 silício amorfo (a-Si); 
 telureto de cádmio (CdTe); 
 disseleneto de cobre e índio (CIS); 
 disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS); 
 silício micromorfo (μcSi/a-Si); 
 célula fotovoltaica orgânica. 
 
Figura 4 – Célula de filme fino 
 
 As principais características dos módulos de filmes finos são definidas a 
seguir. 
 Utilizam pouca matéria-prima quando fabricadas a partir de: 
c-Si – 250 μm (0,25 mm) de espessura. 
 
 
08 
a-Si – 1 μm (0,001 mm) de espessura. 
 Os substratos podem ser aplicados em superfícies rígidas (vidro) ou 
flexíveis (aço inoxidável), ou em superfícies planas, curvas, transparentes. 
 Essa característica confere a esse material uma boa aparência estética, 
podendo substituir elementos arquitetônicos. Os módulos 
semitransparentes responde bem à luz natural. 
 A integração monolítica entre células permite que essas células de 
multijunção apresentem uma tensão de circuito aberto (VOC) elevada. 
 Os processos são automatizados, garantindo o baixo custo de produção se 
produzidos em grande escala. 
A seguir será apresentada a descrição de cada material. 
2.1 Módulo de silício amorfo (A-Si) 
Devido à produção de energia elétrica ser baixa nesta tecnologia, as células 
fotovoltaicas baseadas em silício amorfo, tradicionalmente, só foram usadas em 
aplicações de pequena escala, como calculadoras de bolso. No entanto, as 
inovações recentes permitiram que esta tecnologia passasse a ser utilizada 
também em aplicações de larga escala. 
 
Figura 5 – Módulo de silício amorfo 
Fonte: Hanergy, 2017. 
 
Com uma técnica de fabricação chamada de "empilhamento", várias 
camadas de células de silício amorfo podem ser combinadas, o que 
resulta em taxas mais elevadas de eficiência (tipicamente cerca de 6-
9%). Apenas 1% do silício utilizado em células solares de silício cristalino 
é necessário nas células solares de silício amorfo. Por outro lado, o 
empilhamento é caro. (Portal Solar, 2017) 
 
 
 
 
09 
2.2 Módulo de telutero de cádmio (CdTe) 
A tecnologia de telureto de cádmio é a única tecnologia de painéis solares 
de película fina que superou o custo/eficiência de painéis fotovoltaicos de silício 
cristalino em uma parcela significativa do mercado mundial de painéis solares. 
 
Figura 6 – Módulo de telureto de cádmio 
Fonte: First Solar, 2017. 
 
A eficiência de módulos fotovoltaicos com base na tecnologia de telureto 
de cádmio é muito similar à apresentada pelo silício cristalino, podendo chegar a 
17%. A aplicação desta tecnologia é geralmente utilizada em grande escala nas 
usinas fotovoltaicas. 
2.3 Módulo de disseleneto de cobre, índio e gálio (CIS, CIGS) 
A produção comercial de módulos fotovoltaicos CIGS flexível foi iniciada na 
Alemanha em 2011. Em comparação a outras tecnologias de filme-fino, como as 
descritas anteriormente, as células solares CIGS mostraram o maior potencial em 
termos de eficiência e contêm menor quantidade do cádmio (material tóxico que 
é encontrado em células solares de CdTe). 
 
 
 
010 
 Figura 7 – Módulo de telureto de cádmio 
Fonte: SMA, 2017. 
 
Os índices de eficiência para painéis solares CIGS normalmente operam 
na faixa de 10-12%, e já existem alguns que ultrapassam os 13% sendo vendidos 
no Brasil. 
2.4 Módulo de células orgânicas (OPV) 
As mais recentes tecnologias ainda em fase de desenvolvimento são as 
células orgânicas, tipo de célula solar de polímero que usa a eletrônica 
orgânica, utilizando o processo industrial (roll to roll) de impressão de 
células fotovoltaicas orgânicas em substrato leve, flexível e transparente. 
(Portal Solar, 2017) 
 
Figura 8 – Módulo de células orgânicas. 
Fonte: Light by Solar, 2017. 
 
 
011 
 
Entre suas principais características, é possível destacar: 
A célula solar de polímero orgânico foi idealizada há muitos anos como 
uma tecnologia fotovoltaica flexível, de baixo custo, feita utilizando 
processos de impressão, máquinas simples e materiais abundantes. 
Eles utilizam um processo industrial (roll to roll) de impressão de células 
fotovoltaicas orgânicas em substrato leve, flexível e transparente. As 
eficiências das células orgânicas variam (Portal Solar, 2017). 
Vantagens dos filmes finos: 
 A produção em massa é simples em comparação com a tecnologia 
cristalina. Isto os torna potencialmente mais baratos de fabricar do que as 
células de silício cristalino. 
 Sua aparência homogênea é esteticamente bonita. 
 Pode ser flexível, o que abre um leque de aplicações muito grande. 
 Altas temperaturas e sombreamento de árvores e outras obstruções têm 
menos impacto sobre o desempenho do painel solar de filme fino (Portal 
Solar, 2017). 
 
Desvantagens dos filmes finos: 
 Módulos de filme fino não são, em geral, utilizados na maioria das 
instalações de sistemas fotovoltaicos residenciais. Eles são baratos, mas 
também exigem uma grande quantidade de espaço. 
 Menos eficiência por m² significa que o seu custo com estrutura de 
instalação, mão de obra e cabeamento tende a aumentar. 
 Painéis solares de filme fino tendem a se degradar mais rapidamente do 
que os painéis solares monos e policristalinos, e é por isso que eles 
geralmente vêm com uma garantia mais curta (Portal Solar, 2017). 
TEMA 3 – CURVAS E PARÂMETROS CARACTERÍSTICOS 
Toda vez que você precisar pesquisar características dos módulos 
fotovoltaicos você poderá encontrá-las na folha de dados, a qual chamamos de 
datasheet. Ela geralmente se encontra disponível no portal dos fabricantes de 
módulos fotovoltaicos. 
Termos como condições STC; AM (Air Mass); tensão de circuito aberto; 
corrente de curto-circuito e curvas I x V (Tensão x Corrente) serão necessários 
para guiar as escolhas do projetista ao longo do projeto. 
 
 
012 
Por esse motivo passaremos agora a falar sobre esses termos para saber 
como e quando utilizá-los. Todas as definições a seguir podem ser encontradas 
na legislação do Inmetro para ensaio de módulos fotovoltaicos. 
3.1 Parâmetros característicos 
 Condições-padrão para ensaio (STC  Standard Test Conditions): 
visam determinar as características elétricas do módulo nas seguintes 
condições (Urbanetz Jr, 2017): 
 Temperatura de junção da célula: 25°C. 
 Irradiância total: 1000W/m2, normal à superfície de ensaio. 
 Espectro solar para AM 1,5. 
 Massa de Ar (AM  Air Mass): Razão entre o caminho ótico percorrido 
pelos raios solares na atmosfera e o caminho vertical na direção de zênite 
ao nível do mar (UrbanetzJr, 2017). 
 
Figura 9 – Representação do Air Mass 
Fonte: Urbanetz Jr, 2017. 
 
 Tensão de Circuito Aberto (VOC  Open Circuit Voltage): tensão gerada 
por um conversor fotovoltaico sem carga (saída aberta), para valores 
preestabelecidos de temperatura e irradiância total (Urbanetz Jr, 2017). 
 Corrente de Curto-Circuito (ISC  short Circuit Current): corrente de 
saída de um conversor fotovoltaico, na condição de curto-circuito, e para 
valores preestabelecidos de temperatura e irradiância total (Urbanetz Jr, 
2017). 
 Curva característica ou Curva I-V: representação dos valores da corrente 
de saída de um conversor fotovoltaico, em função da sua tensão de saída, 
para condições preestabelecidas de temperatura e de irradiância total 
(Urbanetz Jr, 2017). 
 
 
 
013 
Figura 10 – Representação do ponto de máxima potência 
Fonte: Urbanetz Jr, 2017. 
 
 Potência Nominal de um Módulo (PNOM): É o valor de potência que o 
módulo fornece nas condições-padrão de ensaio (STC) e é especificado na 
etiqueta pelo fabricante (Urbanetz Jr, 2017). 
 Corresponde ao Ponto de Potência Máxima (PMP) nas STC. 
 A potência nominal do módulo é especificada em Wp (watt-pico) e é 
dada pela seguinte equação: 
PNOM = PMP = IMP x VMP (@ STC)  Wp (watt-pico) 
 
 Fator de Forma (FF  Fill Factor): razão entre a potência máxima (PMP) 
e o produto da tensão de circuito aberto (VOC) pela corrente de curto-
circuito (ISC), especificada na forma de porcentagem (Urbanetz Jr, 2017). 
 
Figura 11 – Representação do fator de forma 
Fonte: Urbanetz Jr, 2017. 
 
3.2 Curvas características 
 Curvas características (I-V) de módulo fotovoltaico – Influência da 
Irradiância (W/m2): A seguir são mostradas as Curvas I-V de um módulo 
para vários níveis de Irradiância (W/m2), com temperatura constante em 
25°C. 
 
 
 
014 
Figura 12 – Curva I-V 
Fonte: Yingli Solar, 2017. 
 
Quanto maior a irradiância, maior será a tensão e a corrente nesse módulo, 
proporcionais à potência que pode ser produzida por este módulo. 
 Influência da Temperatura (°C): As Curvas I-V de um módulo para várias 
temperaturas das células são mostradas a seguir, considerando-se uma 
Irradiância constante em 1000W/m2 e AM 1,5. 
Figura 13 – Curva I-V para temperatura 
Fonte: Yingli Solar, 2017. 
 
Quanto maior a temperatura de operação do módulo, maiores são as 
correntes, mas menores são as tensões interferindo na potência de operação que 
pode ser reduzida. 
Exemplo de uma folha de dados de um módulo fotovoltaico: 
 
 
 
015 
Figura 14 – Folha de dados de um módulo fotovoltaico 
Fonte: Yingli Solar, 2017. 
 
Nessa folha de informações você encontrará: 
 parâmetros elétricos nas condições-padrão de teste e na condição nominal 
de circuito aberto; 
 características térmicas; 
 condições de operação; 
 características gerais; 
 especificações de embalagem. 
TEMA 4 – EFICIÊNCIA DE CONVERSÃO DA CÉLULA FV E DO MÓDULO FV 
Dados sobre a eficiência de conversão da célula fotovoltaica e do módulo 
também são encontrados na folha de dados abordada anteriormente. Geralmente 
esses dados são apresentados em forma de símbolos, e em nossa aula eles serão 
definidos para o maior conhecimento da tecnologia fotovoltaica. Continuaremos, 
assim, a definir mais parâmetros característicos. 
 Eficiência de conversão (Ƞ) 
Ƞ = Po / Pi 
Po = potência obtida na saída do conversor. 
Pi = potência da radiação solar incidente sobre a área do conversor (célula 
ou módulo) fotovoltaico. 
 
 
016 
 Eficiência de conversão de célula ou módulo – Ƞ (%) 
É a razão entre a potência máxima fornecida pela célula (ou módulo 
fotovoltaico) e o produto da área da célula (ou do módulo) pela irradiância total. 
 
AMT – área total do módulo 
ACT – área total da célula 
 Eficiência de conversão (Módulos comerciais @ STC) 
Cada tecnologia apresenta uma eficiência de conversão conforme 
especificações de seu fabricante. Na sequência iremos definir as faixas de 
eficiência de conversão para cada tecnologia empregada nos módulos 
fotovoltaicos: 
 Módulos de silício monocristalino (m-Si): entre 14% e 17%. 
 Módulos de silício monocristalino especiais (m-Si): entre 17% e 20% 
(“HIT”; “back contact”). 
 Módulos de silício monocristalino bifaciais: superior a 20%. 
 Módulos de silício policfristalino (p-Si): entre 13% e 16%. 
 Módulos de silício amorfo (a-Si) estabilizado: entre 6% e 8%. 
 Módulos de Telureto de Cádmio (CdTe): entre 7% e 10 %. 
 Módulos de Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio (CIGS): entre 9% e 11%. 
 Módulos de silício que utilizam silício microamorfo (a-Si/μc-Si): entre 8% 
e 9%. 
4.1 Escolha da tecnologia 
A escolha da tecnologia muitas vezes depende de diversas variáveis que 
devem ser consideradas em um projeto fotovoltaico. Entre essas variáveis, 
destacam-se os aspectos energéticos, pois, como vimos, toda tecnologia 
existente apresenta características próprias, principalmente no que se refere à 
eficiência de conversão. 
Outro fator importante no desenvolvimento e na aplicação de projetos 
fotovoltaicos são os aspectos arquitetônicos, nos quais a estética do edifício deve 
ser respeitada, o que acaba por interferir no posicionamento e na estrutura desses 
sistemas. 
 
 
017 
A área disponível deve ser uma das premissas mais importantes, pois 
exercem influência proporcionalmente sobre a potência instalada (Wp), definindo 
a capacidade do sistema de atender a determinadas demandas por energia 
elétrica. Quando se deseja obter maior eficiência, conforme vimos nesta aula, 
consequentemente a área utilizada será menor. 
Assim, um bom projeto deve ter bem definido qual será o foco da aplicação: 
maior eficiência aplicada em uma área limitada, ou ampla gama de escolhas de 
tecnologias em um vasto espaço. 
Para simplificar, vamos trazer um ótimo exemplo elaborado pela empresa 
SMA, que representa a aplicação de cada tecnologia de módulo fotovoltaico na 
instalação de 1kWp: 
 
Figura 15 – Área necessária para instalar 1kWp 
Fonte: SMA, 2017. 
 
Podemos notar que existe uma grande variação entre as áreas necessárias 
para aplicar os mesmos 1kWp de potência nas tecnologias apresentadas. Os 
módulos de silício monocristalino requerem uma área menor, enquanto os 
módulos de silício amorfo necessitam de uma área quase duas vezes maior. 
Existem ainda outros fatores que podem limitar a eficiência dos módulos 
fotovoltaicos e estão em fase de pesquisa. São eles: 
 reflexão; 
 absorção incompleta dos fótons; 
 recombinação; 
 recuperação parcial da energia dos portadores fotogerados; 
 operação fora do ponto de máxima potência; 
 
 
018 
 resistência de contatos; 
 sombreamento pela grade de contato. 
TEMA 5 – EFEITOS DA TEMPERATURA E RESPOSTA ESPECTRAL DAS CÉLULAS 
O último tema da aula refere-se aos efeitos da temperatura sobre os 
módulos fotovoltaicos abordados nesta aula. Finalizaremos falando sobre a 
resposta espectral de cada tipo de célula fotovoltaica, que, como vimos, apresenta 
diferentes eficiências de conversão. 
5.1 Coeficientes de temperatura 
O aumento da temperatura de operação, de um modo geral, tem efeito 
negativo no desempenho dos dispositivos fotovoltaicos, reduzindo a eficiência de 
conversão. Esses efeitos podem interferir em 3 outros parâmetros de operação. 
São eles: 
 Coeficiente de temperatura sobre a corrente (α) influenciando diretamente 
no ligeiro aumento de ISC. 
 Coeficiente de temperatura sobre a tensão (β) pode resultar na diminuição 
acentuada de VOC. 
 Coeficiente de temperatura atua sobre a potência (γ), resultando na 
diminuição da potência máxima, pois o efeito da temperatura sobre VOC é 
maior do que sobre ISC. 
O coeficiente γ depende da tecnologia fotovoltaica aplicada e em geral é 
negativo. 
Normalmente esses parâmetros são especificados na folha de dados 
do módulo para irradiância de 1000 W/m2 e AM 1,5. 
Um exemplo para um módulo fotovoltaicode silício monocristalino m-Si é 
apresentado a seguir, em que: 
α = +2,2 mA/°C 
β = -0,14 V/°C 
γ = -0,38%/°C 
Nesse exemplo, o coeficiente de temperatura sobre a corrente é de 2,2 mA 
para cada grau aumentado. Logo, temos o coeficiente de temperatura sobre a 
tensão de -0,14 Volts para cada grau aumentado, e, consequentemente, um 
 
 
019 
coeficiente de temperatura sobre a potência de -0,38% para cada grau 
aumentado. 
A seguir apresentamos quais tecnologias apresentam maiores quedas em 
relação às potências quando o coeficiente de temperatura é aumentado. 
Figura 16 – Resposta das células conforme a temperatura 
Fonte: Urbanetz Jr, 2017. 
 
A seguir, mais alguns exemplos para tecnologias de silício cristalino em 
comparação com o silício amorfo: 
c-Si: γ = -0,45 %/°C 
a-Si: γ = -0,13 %/°C 
Com o gráfico apresentado na figura anterior e o exemplo mostrado acima, 
podemos concluir que módulos de silício cristalino apresentam menor queda de 
potência quanto maior a temperatura no módulo fotovoltaico. 
5.2 Resposta espectral dos diferentes tipos de células FV 
 A radiação solar não é monocromática, apresenta diferentes comprimentos 
de onda. 
 As células fotovoltaicas, dependendo dos materiais empregados, 
apresentam diferentes sensibilidades para cada comprimento de onda da 
radiação solar incidente, conforme figura a seguir: 
 
 
 
020 
Figura 17 – Resposta espectral conforme comprimento de onda 
Fonte: Urbanetz Jr, 2017. 
 
De acordo com o gráfico, podemos novamente concluir que o silício 
cristalino apresenta maior sensibilidade de resposta conforme o comprimento de 
onda. As células compostas por disseleneto de cobre e índio também apresentam 
uma boa resposta. Já as células compostas de silício amorfo são mais sensíveis 
a espectros menores de ondas. 
Como já foi dito antes, um bom projeto fotovoltaico deve levar em 
consideração a tecnologia a ser empregada, analisando o ambiente onde esta 
será aplicada, devido às características de luminosidade, temperatura e 
sombreamento que interferem consideravelmente na aplicação desses sistemas. 
NA PRÁTICA 
Vimos, na Figura 15, um exemplo prático trazido pela empresa SMA, que 
mostra as diversas tecnologias estudadas nesta aula e a área necessária para 
instalação de um potência de 1kWp. Neste exemplo prático podemos notar a 
variação entre áreas e eficiências dos módulos, devido ao fato de que a eficiência 
impacta de forma inversamente proporcional a área de aplicação, ou seja, quanto 
maior a eficiência, menor a área requerida para instalação dos módulos 
fotovoltaicos. 
FINALIZANDO 
Nesta aula apresentamos as características da tecnologia tradicional dos 
módulos fotovoltaicos de silício cristalino e filmes finos, destacando sua eficiência 
de conversão, as vantagens e as desvantagens de cada tecnologia. 
 
 
021 
Definimos termos presentes na folha de dados dos módulos fotovoltaicos, 
como condições STC, AM (Air Mass), tensão de circuito aberto, corrente de curto-
circuito e curvas I x V (Tensão x Corrente) diversas, com o objetivo de auxiliar as 
escolhas do projetista ao longo do projeto. 
Falamos também sobre a eficiência de conversão da célula fotovoltaica e 
do módulo, assim como os efeitos da temperatura e a resposta espectral das 
células. Na próxima aula, falaremos sobre as maneiras de trabalhar com dados 
solarimétricos. 
Bons estudos e até lá! 
 
 
 
022 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. 
Portaria nº 004, de 04 de janeiro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
06 jan. 2011. 
FABRICAÇÃO. Yingli Solar. Disponível em: 
<http://www.yinglisolar.com/br/products/manufacturing/>. Acesso em: 04 ago. 
2017. 
FIRST Solar. Disponível em: <http://www.firstsolar.com/>. Acesso em: 04 ago. 
2017. 
HANERGY. Disponível em: <http://www.hanergy.com/en/index.html>. Acesso em: 
04 ago. 2017. 
LIGHT by solar. Disponível em: <http://lightbysolar.co.uk/product/midi-organic-
photovoltaic-module-copy/>. Acesso em: 04 ago. 2017. 
O QUE É BIPV (Painéis Solares Integrados à Construção). Portal Solar. 
Disponível em <http://www.portalsolar.com.br/paineis-solares-integrados-a-
construcao---bipv.html>. Acesso em: 04 ago. 2017. 
SMA. Disponível em: <http://www.sma-south-america.com/pt/>. Acesso em: 04 
ago. 2017. 
URBANETZ JR, J. Energia Solar Fotovoltaica. Curitiba, 2017. Notas de aulas. 
VILLALVA, M. G.; GAZOLI, J. R. Energia Solar Fotovoltaica: conceitos e 
aplicações. São Paulo: Érica Ltda., 2012.

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