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HOOKS, Bell. Introdução. In: __________. Tudo sobre o amor: Novas perspectivas. trad. BORGES, Stephanie. São Paulo: Elefante, 2021. Introdução graça: tocada pelo amor Havia se tornado difícil continuar acreditando na promessa do amor, pois todo o lugar que olhasse o encantamento do poder ou o terror do medo se sobressai ao desejo de amar. Com isso, a cultura jovem atual é cínica em relação ao amor, que vem do pensamento de que o amor não pode ser encontrado, no fim das contas, o cinismo é uma grande máscara para um coração decepcionado e traído. “Meu desejo de encontrar o amor não me fez perder meu senso de razão nem de perspectiva; ele me incentivou a pensar mais, a falar de amor e a pesquisar o tema em textos populares e também em estudos mais sérios”. Hooks afirma que ao pesquisar obras que não fosse ficção descobriu que os escritos mais reverenciados e os de autoajuda são de homens, mesmo sendo um tópico mais influente no público feminino, o que acontece é que os escritos femininos não recebem tanta credibilidade. Continuando, ainda que os homens teorizam sobre o amor, são as mulheres que mais praticam, “maioria dos homens sente que recebe amor e, portanto, sabe o que é ser amado; as mulheres geralmente se sentem num estado constante de anseio, querendo amor, mas sem recebê-lo”. Na rotina o amor não está na pauta do dia, “nosso silêncio nos protege da incerteza”, mesmo querendo amar e sermos amados temos medo de que esse desejo nos aproxime mais do abismo do desamor. Ao mesmo tempo que aprendemos que o amor é importante, também somos ensinados de que ele não funciona na realidade, na política, entre religiosos, em nossas famílias e em nossa vida afetiva, são poucos indícios de que o amor serve de base para decisões, fortalece nosso entendimento da comunidade ou nos mantém juntos, mesmo assim muitos continuam acreditando no poder do amor e que é importante buscar as verdades do amor. Paralelo a isso, o mundo ocidental [ Hooks reflete a realidade dos EUA, mas acredito que sirva para todo ocidente] é movido pela obsessão sexual, a sexualidade é estudada em todos os seus aspectos, enquanto o amor não é estudado na mesma intensidade, tendo a suposição de que todo mundo sabe, instintivamente, como amar, no qual a família é a escola primordial para o amor, se não ocorrer, espera-se que experimente o amor em relações românticas. Contudo, esse amor não é disponibilizado, fazendo com que se passe a vida inteira desfazendo os danos causados pela crueldade, pela negligência e por todas as formas de desamor que vivenciamos em nossa família de origem e em relacionamentos nos quais simplesmente não sabíamos o que fazer. E mesmo que o amor tenha a potência de curar as feridas do passado, a intensidade dos ferimentos, muitas vezes, nos leva a fechar nosso coração, tornando impossível retribuirmos ou recebermos o amor que nos é dado. Devemos aceitar a decepção de que muito do que nos foi ensinado sobre o amor não faz sentido quando aplicado. Hooks aponta que ao observar a prática do amor no dia a dia, pensando em como amamos e no que é necessário para que a nossa cultura se torne uma cultura em que a presença sagrada do amor possa ser sentida em todo lugar, escrevi esta reflexão, com isso Tudo sobre o amor: novas perspectivas, oferece formas novas e radicais de pensar a arte de amar, apresentando uma perspectiva esperançosa e alegre sobre o poder transformador do amor, reunindo a sabedoria do amor, ele nos possibilita saber o que devemos fazer para sermos tocados por sua graça.
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