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ESTRUTURA DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta etapa, você será capaz de:
- Compreender os objetivos da análise das demonstrações contábeis;
- Identificar os usuários da análise das demonstrações contábeis;
- Entender o impacto das fraudes na análise das demonstrações contábeis;
- Analisar o Impactos da convergência às IFRS na análise das demonstrações;
- Conhecer as demonstrações contábeis exigidas pela legislação.
PLANO DE ESTUDOS
Esta etapa de estudos está dividida em três tópicos. 
TÓPICO 1 - CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
TÓPICO 2 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
TÓPICO 3 - INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS
APRESENTAÇÃO
Organização
Cleide Tirana 
Nunes Possamai
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autoras
Estelamaris Reif
Maike Bauler Theis
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONCEITOS 
INTRODUTÓRIOS
.01
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para se perguntar por que as demonstrações contábeis 
são tão importantes na contabilidade? Pense da seguinte forma! 
Quando você está doente vai ao médico e realiza vários exames para 
tentar descobrir qual o seu problema de saúde, correto? Na contabilidade 
não é diferente! De uma maneira geral, podemos falar que as demonstrações 
contábeis são as principais informantes da saúde de uma organização.
As demonstrações contábeis são essenciais para que a organização, por 
meio de seus representantes possa tomar decisões acertadas. É através dela 
que é possível, por exemplo, conseguir financiamentos bancários, analisar se 
a empresa pode ou não arcar com certa dívida, ou ainda, analisar se os seus 
investimentos estão surtindo efeito.
Silva (2019) escreve que o trabalho de um profissional da contabilidade 
se inicia com a interpretação e o registro dos fatos contábeis (escrituração), 
seguidos da apresentação da posição econômica, financeira e patrimonial da 
empresa, por meio da elaboração das demonstrações contábeis. 
Essas demonstrações são submetidas então à análise de auditores 
independentes, que confirmarão e validarão os valores nelas expressos através 
de emissão de relatório de auditoria, para finalmente serem submetidos ao 
processo de análise econômico-financeira. 
O CPC 26 (R1) (2011, pg.6) que trata da Apresentação das Demonstrações 
Contábeis destaca bem à importância destas demonstrações. “As demonstrações 
contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e 
financeira e do desempenho da entidade. 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
IMAGEM 1 – INFORMAÇÕES PRESTADAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
FONTE: Elaborado pelas autoras.
Agora que você já sabe a importância das demonstrações contábeis, 
vamos aprender mais sobre seus objetivos e usuários? Vamos lá...
1.1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informações 
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de 
caixa da entidade, e que seja útil a muitos usuários em suas avaliações e 
tomada de decisões. (CPC 26 (R1), 2011).
As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados 
da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na 
gestão dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, 
as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca 
do seguinte (CPC 26 (R1), 2011):
As informações acima prestadas, juntamente com outras informações 
constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações 
contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a 
época e o grau de certeza de sua geração (CPC 26 (R1), 2011).
S i lva (2019) apud Hendr icksen e Breda (XX ) de ixam claro que , 
independentemente da forma e metodologia como a contabilidade venha a 
registrar os fatos e a forma como eles serão demonstrados ou disponibilizados, 
uma coisa não se alterará, ou seja, o atendimento ao seu objetivo final, que é 
prover seus usuários de informações que continuarão sendo objeto de análises. 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Os atua is s i s temas de contab i l idade fornecem ao ana l i s ta de 
demonstrações contábeis inúmeras ferramentas, e as próprias empresas 
divulgam na Internet Balanços Interativos, viabilizando ao analista uma ampla 
gama de possibilidades no cruzamento de dados. No Brasil já começaram 
os estudos para implantação da divulgação das demonstrações contábeis no 
padrão XBRL.
XBRL é uma versão flexível do XML, que foi definida especificamente 
para atender as necessidades de negócios e informações financeiras. Ele 
possibilita o uso de ´tags´ de identificação unificada, a serem aplicados 
aos itens de dados financeiros, tais como ´lucro líquido´. Contudo, as 
´tags´ são mais do que simples identificadores. Fornecem um conjunto de 
informações sobre o item, tais como se o mesmo trata de item monetário, 
percentual ou fração (TESOURO NACIONAL, 2012).
Utilizando-se da Análise das Demonstrações Contábeis, é possível 
avaliar o desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial da 
empresa quanto aos períodos passados, confrontando-o ou não com metas 
ou diretrizes preestabelecidas. 
É possível ainda realizar comparações com as tendências regionais ou 
dos segmentos em que a empresa esteja inserida, determinando também 
as perspectivas futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios, 
poss ib i l i tando aos gestores tomarem decisões de f inanciamentos e 
investimentos, bem como implementarem mudanças de práticas, caso as 
tendências projetadas sinalizem um cenário não condizente com as políticas 
até então estabelecidas, ou até mesmo subsidiar o estabelecimento de novos 
rumos (SILVA, 2019).
IMAGEM 2 – PROCESSO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
FONTE: Elaborado pelas autoras.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Iudícibus (2017) escreve que as demonstrações financeiras e contábeis 
devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o 
desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Deve fazer uma exposição 
resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade que 
causam mutação no patrimônio das empresas, em determinado período. 
São elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo 
em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Para as sociedades 
por ações e empresas de grande porte, as demonstrações são denominadas 
de financeiras, por serem obrigadas a publicar a prestação de suas contas 
(principalmente para seu acionista); para as demais empresas, as demonstrações 
são denominadas de contábeis (IUDÍCIBUS, 2017).
1.2 USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Por sua relevância, os resultados obtidos na Análise das Demonstrações 
Contábeis se destinam a um grupo muito abrangente de usuários (stakeholders), 
os quais podem ser internos e externos, que a utilizarão principalmente como 
instrumento de decisões de financiamento e investimento (SILVA, 2019).
De acordo com Significados (2017), o stakeholder é uma pessoa ou um 
grupo, que legitima as ações de uma organização e que tem um papel direto 
ou indireto na gestão e resultados dessa mesma organização. Desta forma, um 
stakeholder pode ser afetado positivamente ou negativamente, dependendo 
das suas políticas e forma de atuação.
Vejamos na imagem quem são os stakeholders:
IMAGEM 3 – STAKEHOLDERS
FONTE: Disponível em: https://www.portal-administracao.com/2014/07/stakeholders-
significado-classificacao.html Acesso em 08 mai 2020.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Inicialmente, a Análise das Demonstrações Contábeis foi um instrumento 
utilizado preponderantemente pelas instituições financeiras com objetivo de 
avaliar os riscos de crédito; mais tarde, porém, se firmou como instrumento 
de apoio gerencial e fornecedora de informações para investidores(SILVA, 
2019).
Os usuários, sejam eles internos ou externos, têm diferentes necessidades 
a serem satisfeitas, conforme demonstrado no Quadro 1.
Usuários Internos
Sócios e gestores
• Aumentar ou reduzir investimentos.
• Aumentar o capital ou emprestar recursos.
• Expandir ou reduzir as operações.
• Comprar/vender a vista ou a prazo.
Usuários Externos
Instituições financeiras
• Conceder ou não empréstimos.
• Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo 
e garantias).
Clientes e fornecedores em geral
• Avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em 
que valor e a que prazo.
• Informações sobre a continuidade operacional da 
entidade, especialmente quando têm um relacionamento a 
longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor 
importante.
Investidores
• Adquirir ou não o controle acionário.
• Investir ou não em ações na bolsa de valores.
• Avaliação do risco inerente ao investimento e potencial 
de retorno proporcionado (dividendos).
Comissão de Valores Mobiliários
• Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa 
de capital aberto respondem aos requisitos legais do 
mercado de valores mobiliários, como periodicidade de 
apresentação, padronização e transparência.
Poder Judiciário • Solicitação e apreciação objetiva de perícia.
Fiscalização tributária • Buscar indícios de sonegação de impostos.
QUADRO 1 – USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Comissões de licitação
• Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do 
capital de giro próprio, da solidez econômico-financeira, 
buscando identificar se há garantia acessória para o início 
ou continuidade no fornecimento dos bens ou serviços.
• A Lei no 8.666/1993, que institui normas para licitações 
e contratos da Administração Pública, em seu art. 31 
estabelece que a exigência de índices (constantes em editais 
de licitação) limitar-se-á à demonstração da capacidade 
financeira do licitante com vistas aos compromissos que 
terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, 
vedada a exigência de valores mínimos de faturamento 
anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.
• Estabelece ainda que a comprovação de boa situação 
financeira da empresa será feita de forma objetiva, através 
do cálculo de índices contábeis previstos no edital e 
devidamente justificados no processo administrativo da 
licitação que tenha dado início ao certame licitatório, 
vedada a exigência de índices e valores não usualmente 
adotados para correta avaliação de situação financeira 
suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes 
da licitação.
Empregados e sindicatos
• Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de 
seus empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.).
• Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover 
sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta 
de oportunidades de emprego.
FONTE: Silva (2019, pg. 9)
A Análise das Demonstrações Contábeis, quando realizada por analistas 
internos, deve ser efetuada com uma visão proativa, de forma a extrair 
informações para que a alta administração possa adotar as medidas corretivas 
quando houver a sinalização de desvio das metas e diretrizes estabelecidas, 
sob pena da análise ser apenas a “autópsia”, quando poderia se revestir desse 
elemento sinalizador. Nesse sentido, o acompanhamento periódico – quer 
seja ele mensal, trimestral ou semestral – permitirá que as decisões sejam 
tomadas de forma tempestiva e precisa (SILVA, 2019). 
Estudo elaborado anualmente pela consultoria Deloitte tem constatado 
que entre as pequenas e médias empresas (PMEs) que mais crescem no Brasil, 
aproximadamente 90% delas utilizam algum indicador de análise financeira 
em seus processos de gestão, demonstrando assim que análise de balanços 
não é uma ferramenta aplicável somente às grandes empresas. Em sua edição 
de 2016, constatou-se que entre os indicadores mais utilizados pelas PMEs 
destacam-se: crescimento das vendas; custos e despesas variáveis; margem 
de lucro líquido; endividamento da empresa; margem de lucro; tempo do 
retorno do investimento e taxa interna de retorno (SILVA, 2019).
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1.3 LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Silva (2019) escreve que a análise das demonstrações contábeis por 
meio de índices deve ser realizada com muito cuidado e utilizando-se de 
critério técnico rigoroso, haja vista as suas limitações. Entre as limitações 
mais significativas e seus respectivos cuidados a serem tomados, podemos 
destacar os seguintes:
1) Existem empresas que operam simultaneamente em vários ramos de 
atividade, o que pode levar à não existência de concorrentes com o mesmo 
perfil econômico. Nessas situações, o trabalho do analista externo se torna 
muito mais complexo, em razão de não se ter acesso às informações 
contábeis separadas de cada uma das atividades exploradas pela empresa. 
Por outro lado, quando a multiplicidade de atividades é explorada por um 
conglomerado de empresas, no qual cada uma desempenha uma atividade 
específica, a análise fica mais objetiva, pois o analista poderá analisar não 
somente a empresa holding, mas também cada empresa do grupo de por 
si, comparando assim os dados com os respectivos concorrentes setoriais. 
Holding é uma sociedade gestora matriz de participações sociais, que 
exerce controle sobre outras empresas. O objetivo principal de uma holding 
é a administração, ou controle, de uma ou mais empresas. Logo, é ela que 
toma as decisões que determinam a gestão da demais companhias por ser 
sócia majoritária dos negócios.
1) Os efeitos da inflação e do câmbio distorcem os resultados das empresas 
quando comparamos os resultados de um exercício com os de períodos 
anteriores. É o caso de empresas com dívidas de longo prazo contratadas 
em moeda estrangeira, que pode apresentar um alto lucro ao final de um 
exercício quando a cotação da moeda caiu em relação ao exercício anterior. 
Nesse caso, devemos atentar para o volume de resultados estritamente 
operacional versus resultados financeiros. Distorções poderão surgir, quando 
comparamos essa empresa com outra do mesmo segmento que não tenha 
contraído empréstimos em moeda estrangeira. O analista poderá trabalhar 
com softwares ou modelos de planilhas que façam os ajustes necessários, de 
forma a expurgar os efeitos da inflação, ou trabalhar com demonstrativos já 
corrigidos pelo método de correção integral. Algumas companhias de capital 
aberto disponibilizam na web acesso às suas demonstrações contábeis em 
dólar. 
2) A adoção de práticas contábeis diferentes entre as diversas empresas de um 
mesmo segmento sem dúvida irá distorcer os indicadores apurados. Critérios 
diversos na avaliação dos estoques, taxas de depreciação utilizada e forma 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
de contabilização dos contratos de leasing são apenas alguns exemplos. 
O analista desempenhará melhor o seu papel na medida em que conheça 
os princípios e convenções contábeis, já que essa falta de conhecimento 
pode ser um limitador para sua capacidade de julgamento dos índices e 
quocientes obtidos. Mesmo em um ambiente de convergência às normas 
internacionais de contabilidade, onde mais de 100 países passaram a adotar 
as IFRS do IASB, o analista poderá se defrontar, por exemplo, com critérios 
diversos de valoração de ativos e passivos entre empresas do mesmo 
segmento econômico. A metodologia aplicada para ajustes ao valor presente 
(present value) e mensuração do valor justo (fair value), quando divergentes, 
poderá acarretar sérias distorções na apuração do valor patrimonial e 
nos resultados da empresa analisada. As notas explicativas devem trazer 
informações sobre os princípios contábeis adotados pela empresa, devendo 
o analista se debruçar sobre elas para identificar possíveis distorções caso 
a empresa adote práticas não condizentes com a melhor técnica contábil, 
além de identificarem se as práticasadotadas estão em sintonia com as 
dos concorrentes. 
3) Além da leitura das notas explicativas, o acompanhamento das notícias 
veiculadas sobre a empresa e seu segmento econômico podem revelar 
eventos subsequentes à data de levantamento das demonstrações contábeis 
que sinalizem problemas de continuidade ou ampliação da própria atividade 
econômica da empresa analisada. 
4) A leitura atenta do Relatório dos Auditores Independentes, em especial os 
possíveis destaques quanto aos critérios e práticas contábeis utilizadas, 
permitirá ao analista identificar a aderência das demonstrações contábeis 
aos Princípios Contábeis e saber se elas foram elaboradas com um mínimo 
de qualidade. 
5) A análise é realizada sobre a situação da empresa em determinado momento 
(Balanço Patrimonial) e sobre o resultado de suas operações e dos fluxos de 
recursos de determinado período (Demonstração do Resultado do Exercício 
e Demonstração dos Fluxos de Caixa, respectivamente). Assim, um aspecto 
que merece destaque é a dinâmica patrimonial das organizações, em que 
o analista não deverá desconsiderar, portanto, “os fatos que concorreram 
para a formação daquela estrutura e que também poderão advir dela, uma 
vez que não podemos admitir que o patrimônio se tenha estagnado em 
razão do levantamento daquela peça contábil” (SÁ, 1977, p. 21-22). 
É importante destacar que um único balanço patrimonial pode nos dar 
algumas indicações do passado da empresa, mas ela só pode ser analisada 
de forma eficaz no contexto da demonstração do resultado quando utilizado 
a comparação de sucessivos balanços patrimoniais.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1 .4 O I M PA C T O D A S F R A U D E S N A A N Á L I S E D A S 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A possibil idade da existência de manipulação das demonstrações 
contábeis é uma triste realidade. Nos últimos anos, a mídia nacional e 
internacional tem divulgado escândalos envolvendo grandes corporações, que 
desencadearam um amplo movimento pela transparência e imposições de 
rígidos controles. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, foi sancionada 
a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) (SILVA, 2019).
 A Lei Sarbanes-Oxley (SOX) é uma lei criada pelo Congresso 
americano em 2002 para proteger os investidores e stakeholders das empresas, 
contra possíveis fraudes financeiras. A motivação para criação da lei surgiu 
como resposta a uma série de escândalos financeiros. Antes da lei, era comum 
erros nas escriturações contábeis e práticas fraudulentas.
Quer saber mais sobre esses escândalos financeiros que abalaram o mercado? 
Acesse o link: http://fenacon.org.br/noticias/os-9-maiores-escandalos-
contabeis-do-mundo-2609/ e entenda os 9 maiores escândalos contábeis 
do mundo.
Essas manipulações contábeis também são denominadas de contabilidade 
criativa e a motivação de sua existência está relacionada aos incentivos 
econômicos buscados por gestores ou pelas próprias empresas. (SILVA, 2019).
O conceito da contabilidade criativa altera de autor para autor. A maioria 
considera sinônimo de manipulação contabilística, ou seja, discute-se o ato 
de utilizar a subjetividade de certas normas contabilísticas para a manipulação 
de resultados. Com isto, a contabilidade criativa modifica as informações 
para “melhor” atender aos interesses de alguns, podendo levar os diversos 
interessados no negócio a tomarem uma decisão com base numa informação 
errada. Segundo alguns autores esta é uma prática que distorce a realidade 
e engana os envolvidos no negócio (VIEIRA, 2019).
Outra corrente de pesquisadores prefere ainda usar as expressões 
alisamento de resultado ou gerenciamento de resultados, cuja prática é 
apresentada como a busca pela “suavização nas flutuações de uma série de 
resultados contábeis, cuja aplicação deriva de decisão emanada da alta direção 
da companhia” (TORRES et al., 2009).
As demonstrações contábeis ainda podem não trazer a totalidade dos 
registros das operações da empresa (off-balance-sheet). Uma das formas 
de precaução é verificar se as demonstrações contábeis a serem analisadas 
passaram pelo crivo de uma auditoria independente (SILVA, 2019).
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Off-Balance-Sheet, traduzido do inglês - Fora do balanço, ou alavancagem 
anônima, geralmente signif ica um ativo ou dívida ou atividade de 
financiamento que não consta do balanço da empresa. Algumas empresas 
podem ter quantidades significativas de ativos e passivos extrapatrimoniais.
1.5 IMPACTOS DA CONVERGÊNCIA ÀS IFRS NA ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Face à globalização da economia, há uma necessidade mundial de que 
as prá- ticas contábeis sejam uniformizadas. Para esse fim, foi criado em 
1973 o Comitê Internacional de Padrões Contábeis (International Accounting 
Standards Comittee – IASC) que passou a emitir as Normas Internacionais de 
Contabilidade – NIC (In- ternational Accounting Standards – IAS). 
Em 2001 o IASC foi reformulado e criada a Junta Internacional de Padrões 
Contábeis (International Accounting Standards Board – IASB) responsável 
pela reformulação das IAS e emissão das Normas de Relatórios Financeiros 
Internacionais – NRFI (International Financial Reporting Standards – IFRS) 
(PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015). 
Em outubro de 2002, a FASB e a IASB anunciaram a emissão de 
um memorando de entendimento (“Norwalk Agreement”), formalizando 
compromisso de convergência das normas americanas e dos padrões 
internacionais de contabilidade e determinando prazo de cinco anos para 
conclusão desse processo. Esse prazo foi estendido para 2010.
A partir de 2005, as normas contábeis internacionais (International 
Financial Reporting Standards – IFRS) foram adotadas por cerca de 107 países. 
Em especial, todas as empresas listadas em bolsas de valores dos 25 países-
membros da União Europeia (UE). A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) 
passou a exigir a apresentação de demonstrações contábeis em USGAAP 
ou IFRS para as empresas com registro no Novo Mercado e no Nível II de 
governança corporativa (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015).
Para que o Brasil aderisse formalmente às normas internacionais de 
contabilidade foi necessaria a aprovação da Lei no 11.638/07 complementada 
pela Medida Provisória no 449/08 com o seguinte caput: 
“Lei no 11.638/07 – Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às 
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação 
de demonstrações financeiras.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Com a aprovação da Lei 11.638 em 2007, o Brasil avançou a passos largos 
no processo de harmonização com as práticas contábeis internacionais. De 
uma forma bastante inteligente, com a criação do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) centralizando e tentando conciliar interesses de categorias 
diferentes, como: Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Associação 
Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas 
e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa 
de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA), Fundação Instituto de 
Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON), Banco Central do Brasil (BACEN), 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil 
e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Participam, adicionalmente, 
a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e a Confederação Nacional da 
Indústria (CNI) (MARTINS, DINIZ E MIRANDA, 2018).
Entenda melhor como ficou o processo de normas contábeis observando 
a imagem 4:
FONTE: Elaborado pelas autoras.
IMAGEM 4 – ENTIDADES PARTICIPANTES DA ELABORAÇÃO DAS NORMAS CONTÁBEIS
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
ENTIDADES CONVENIADAS
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Muito se tem evoluído sobre essas mudanças no Brasil no caso das 
empresas maiores. Mas, no caso daspequenas e médias empresas, a prática 
completa dessas novas normas ainda deixa muito a desejar. O interessante 
é que em alguns países (como no caso dos Estados Unidos) o sistema 
bancário é forte indutor de boa prática contábil, exigindo-a de seus clientes. 
No Brasil, fora o caso do BNDES, muito pouco se tem sentido por parte dele. 
Talvez a ainda exagerada informalidade da economia, principalmente nesses 
segmentos, justifique um pouco esse posicionamento. Os bancos correm, 
às vezes para certos segmentos, atrás praticamente da garantia, e não das 
demonstrações contábeis. É uma pena e um empecilho para o país (MARTINS, 
DINIZ E MIRANDA, 2018).
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
.02
1 INTRODUÇÃO
As demonstrações financeiras são compostas das demonstrações 
contábeis extraídas da escrituração contábil acrescidas de notas explicativas 
que permitam ao usuários entendimento da posição patrimonial e do 
desempenho da empresa (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015).
O conjunto de demonstrações que deverá ser apresentado depende 
do tipo e porte de empresa. Todas as empresas devem manter escrituração 
contábil de suas operações conforme determinação do Código Civil Brasileiro.
Para elaboração das demonstrações financeiras/contábeis, as empresas 
devem seguir o exercício social, que é o período de geralmente um ano, ao 
término do qual a empresa deverá elaborar demonstrações contábeis. 
A Lei no 6.404/76 define o exercício social em seu art. 175, como segue: 
“Art. 175. O exercício social terá duração de um ano e a data do término 
será fixada no estatuto. 
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração 
estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.” 
A lei define apenas o período do exercício social, mas não define a data 
de encerramento, que deverá ser definida pelo estatuto social. 
A maioria das empresas define a data de encerramento de seu exercício 
social em 31 de dezembro para coincidir com o encerramento do exercício 
fiscal, o qual, obrigatoriamente, deve abranger o período de 1º de janeiro a 
31 de dezembro para todas as empresas (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015).
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS
O CPC 00 (R2) que trata da Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro/Contábil aborda que o objetivo das demonstrações contábeis é 
o de fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas da entidade que reporta e que sejam úteis aos 
usuários das demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas futuras.
Essas informações são fornecidas: 
(a) no balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos e patrimônio líquido; 
(b) na demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente, 
ao reconhecer receitas e despesas; e 
(c) em outras demonstrações e notas explicativas, ao apresentar e divulgar 
informações sobre: 
(i) ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos, 
incluindo informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes 
desses ativos e passivos reconhecidos; 
(ii) ativos e passivos que não foram reconhecidos, incluindo informações 
sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes deles; 
(iii) fluxos de caixa; 
(iv) contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio e distribuições 
a eles; e 
(v) os métodos, premissas e julgamentos utilizados na estimativa dos valores 
apresentados ou divulgados, e mudanças nesses métodos, premissas e 
julgamentos.
Assim, apresentam-se distribuídas as demonstrações em grupos
FIGURA 1 – GRUPOS DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
FONTE: Elaborado pelas autoras.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O conjunto de normas contábeis a serem observadas por cada entidade 
depende do ramo do setor econômico em que essa atua, seu porte de 
enquadramento e a sua natureza jurídica.
Observe o quadro resumo e entenda melhor.
ME e EPP Podem observar os critérios e 
procedimentos simplificados 
determinados pela ITG 1.000.
Empresas de pequeno e médio 
porte
Em regra geral, devem observar os 
critérios e procedimentos contábeis 
determinados pela NBC TG 1.000.
Entidade sem fins lucrativos Devem observar as disposições 
contidas na ITG 2002.
Cooperativas Devem observar as disposições 
contidas na ITG 2004.
Empresas de Grande porte e S/A 
de capital aberto.
Devem observar as disposições 
contidas na Lei 6.404/76 e nas 
Resoluções do CFC específicas para 
cada tipo de operação.
FONTE: Elaborado pelas autoras.
QUADRO 3 – EMPRESA X DEMONSTRAÇÕES
Para identificar quais demonstrações contábeis a entidade está obrigada 
a elaborar, é necessário que seja analisado em qual norma contábil a referida 
entidade está enquadrada.
As demonstrações contábeis obrigatórias não estão vinculadas ao regime 
tributário da entidade ou obrigações acessórias a serem apresentadas 
(ECD – Escrituração Contábil Digital).
2.1 ITG 1.000 – MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO 
PORTE
Esta Interpretação é aplicável somente às entidades definidas como 
“Microempresa e Empresa de Pequeno Porte”.
Entende-se como “Microempresa e Empresa de Pequeno Porte” a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade 
limitada ou o empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que 
tenha auferido, no ano calendário anterior, receita bruta anual até os limites 
previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar n.º 123/06.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social:
■ Balanço Patrimonial (BP). 
■ Demonstração do Resultado (DR). 
■ Notas Explicativas
Uma sociedade limitada tributada com base no Lucro Real, que tenha 
auferido no ano calendário anterior receita bruta anual igual ou inferior a 
R$ 4.800.000,00 pode adotar a ITG 1000?
Sim, poderá sim, adotar a ITG 1000.
Para realizar a adoção da ITG 1000, é importante verificar se a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade 
limitada e o empresário que tenha auferido no ano calendário anterior, 
receita bruta anual de até R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos 
mil reais).
2.2 NBC TG 1.000 – EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
O CFC está emitindo em separado esta Norma para aplicação às 
demonstrações contábeis para fins gerais de empresas de pequeno e médio 
porte (PMEs), conjunto esse composto por sociedades fechadas e sociedades 
que não sejam requeridas a fazer prestação pública de suas contas. Esta Norma 
é denominada: Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs). 
Descrição de pequenas e médias empresas:
(a) não têm obrigação pública de prestação de contas; e
(b) elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos. 
O termo empresas de pequeno e médio porte adotado nesta Norma 
não inclui: 
(i) as companhias abertas, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários – 
CVM; 
(ii) as sociedades de grande porte, como definido na Lei nº. 11.638/07; 
(iii) as sociedades reguladas pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência 
de Seguros Privados e outras sociedades cuja prática contábil é ditada pelo 
correspondente órgão regulador com poder legal para tanto. 
Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
■ Balanço Patrimonial (BP). 
■ Demonstração do Resultado (DR). 
■ Demonstração do Resultado Abrangente (DRA). 
■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 
■ Notas Explicativas. 
A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada 
separadamente ou dentro da DMPL. Se a entidade não possui nenhum item 
de outro resultado abrangente em nenhum dos períodos para os quais 
as demonstrações contábeis são apresentadas, ela está dispensada da 
apresentação da demonstração do resultado abrangente.
Além disso, se asúnicas alterações no patrimônio líquido derivarem 
do resultado; de distribuição de lucro; ou de correção de erros de períodos 
anteriores e de mudanças de políticas contábeis, deverá ser elaborado a DLPA 
(Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados) ao invés de DMPL e DRA.
Uma S.A. de capital fechado poderá aplicar a NBC TG 1.000, desde que não 
possua ativos em condição fiduciária perante amplo grupo de terceiros e 
que não esteja enquadrada como sociedade de grande porte.
2.3 ITG 2002 - ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS
Esta Interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem 
finalidade de lucros, especialmente entidade imune, isenta de impostos e 
contribuições para a seguridade social, beneficente de assistência social e 
atendimento aos Ministérios que, direta ou indiretamente, têm relação com 
entidades sem finalidade de lucros e, ainda, Receita Federal do Brasil e demais 
órgãos federais, estaduais e municipais.
Es ta Interpretação apl ica-se também à ent idade s ind ica l , se ja 
confederação, central, federação e sindicato; a qualquer associação de classe; 
às outras denominações que possam ter, abrangendo tanto a patronal como 
a de trabalhadores.
Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social:
■ Balanço Patrimonial (BP). 
■ Demonstração do Resultado (DR). 
■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 
■ Notas Explicativas
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.4 ITG 2004 – ENTIDADE COOPERATIVA
Aplica-se à entidade cooperativa esta interpretação. Aplicam-se também 
a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ou as 
normas completas (NBCs TG) naqueles aspectos não abordados por esta 
interpretação.
Entidade cooperativa é aquela que exerce as atividades na forma de 
lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação 
de serviços aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em 
comum, melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-
se de acordo com o objeto e pela natureza das atividades desenvolvidas por 
seus associados.
Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social:
■ Demonstração de Sobras ou Perdas (que deve ser demonstrada segregando-
se em Ato Cooperativo e Ato Não Cooperativo)
■ Notas Explicativas.
Observações: Movimentação econômico-financeira decorrente de ato 
cooperativo é definida contabilmente como ingressos (receitas por conta 
de cooperados) e dispêndios (custos e despesas por conta de cooperados) 
e aquela originada de ato não cooperativo corresponde a receitas, custos e 
despesas.
Ato cooperativo é aquele de interesse econômico do cooperado 
conforme definido em legislação própria.
Fundos constituídos de sobras líquidas, previstos na legislação ou no 
estatuto social, nesta interpretação, são denominados Reservas.
Demonstração do Resultado é denominada Demonstração de Sobras 
ou Perdas
2.5 LEI 6.404/76 - EMPRESAS DE GRANDE PORTE E S/A DE 
CAPITAL ABERTO
Perante a Lei nº 6.404/76, são consideradas sociedade anônima de capital 
aberto a companhia ou sociedade que possui o capital dividido em ações que 
estão à negociação no mercado de valores mobiliários.
E a Lei 11.638/07 considera um empresa de grande porte, para os fins 
exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle 
comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual 
superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais), ainda que não 
constituídas sob a forma de sociedades por ações.
Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social:
■ Balanço Patrimonial (BP). 
■ Demonstração do Resultado (DR). 
■ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). 
■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 
■ Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
■ Notas Explicativas. 
■ Parecer dos Auditores Independentes (para companhias abertas). 
■ Relatório da administração (para companhias abertas). 
Observações: A companhia fechada com patrimônio Líquido, na data do 
Balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de reais) não está obrigada 
à elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa
A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu 
patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas 
deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras 
as demonstrações consolidadas. A consolidação tem por objetivo apresentar 
demonstrações contábeis de duas ou mais sociedades, representadas pela 
controladora e pelas suas controladas, como se fossem uma única entidade. 
As sociedades consolidadas continuam existindo juridicamente, sendo a 
consolidação efetuada apenas extracontabilmente.
Após detalhado as demonstrações contábeis de acordo com a entidade, 
pode-se apresentar o seguinte resumo:
QUADRO 4 – RESUMO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
FONTE: Elaborado pelas autoras
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Acadêmico, o documento básico para se entender todas as normas é 
a Estrutura Conceitual Básica, cuja leitura recomendamos (Pronunciamento 
Conceitual Básico – Estrutura Conceitual – CPC 00(R2)).
Você encontra o pronunciamento completo acessando o link:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=80
Já o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, trata 
das regras gerais para elaboração das demonstrações contábeis, detalhando 
adicionalmente regras para o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Notas Explicativas. 
Estudaremos no tópico a seguir mais sobre esse CPC, mas antes, 
recomendo que você efetue a leitura do artigo intitulado: Por que os relatórios 
contábeis se tornaram decisivos nas empresas?
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Também conhecidos como informes, os relatórios contábeis ganharam 
destaque. Isto vem ocorrendo conforme as práticas da contabilidade evoluem 
no dia a dia corporativo. Muitos atribuírem conceitos errados ao departamento 
contábil, remetendo sempre à burocracia tributária. Mas não há dúvidas de 
que os gestores modernos utilizam-se destes relatórios para gerenciar melhor 
suas empresas.
Para falar da importância dos relatórios contábeis, porém, precisamos 
começar conceituando a contabilidade. A contabilidade é a ciência que 
estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma 
determinada entidade. Ou seja, faz o registro e a análise de todos os fatos 
relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio 
administrativo vinculado à entidade. Sua função é garantir controle e fornecer 
aos administradores (gerência, direção, acionistas e outros) as informações 
sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela 
empresa.
Os relatórios contábeis, portanto, são exposições detalhadas e resumidas 
dos dados colhidos pela contabilidade. Seu principal objetivo é relatar os 
principais fatos financeiros registrados em um determinado período.
Relatórios contábeis para tomada de decisão
Entre os tipos de relatórios contábeis, os mais importantes são as 
demonstrações financeiras, também conhecidas como demonstrações 
contábeis. As demonstrações financeiras estão divididas em alguns tipos. São 
eles: balanço social, demonstração de resultado de exercício, demonstração 
das mutações do patrimônio líquido (DMPL), entre outros.
O que se está percebendo nos últimos tempos nas empresas é que as 
informações obtidas nos relatórios contábeis deixaram de circular somente 
entre o pessoal de controladoria, chegando até a mesa das decisões finais – 
o conselho administrativo, a diretoria, o CEO.Com a descentralização da administração, os relatórios que demonstram 
a evolução econômica e patrimonial – e que permitem traçar projeções para 
o futuro, análise de tendências e riscos – agora são importantes ferramentas 
para a tomada de decisões, tanto na hora do planejamento de longo prazo 
quanto para corrigir a rota ao longo do ano.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Os relatórios contábeis e as PMEs
As pequenas e médias empresas (maior parte dos negócios no Brasil) 
ganharam um papel de protagonismo nos últimos anos. De acordo com o 
Ministério do Trabalho, juntas, elas respondem por mais da metade dos postos 
de trabalho no país.
Geralmente, as empresas emergentes contam com serviços terceirizados 
de contabilidade. Como elas estão mais profissionalizadas, e até pelo fato de 
haver um maior número de empreendedores no país nos últimos anos, as 
assessorias contábeis acabam fazendo o papel de elaboração e interpretações 
das informações dos relatórios contábeis, entregando aos gestores um resumo 
mais “traduzido” do que é importante saber para a tomada de decisões.
O interessante é que também nas PMEs, os relatórios contábeis assumem 
a mesma importância dos relatórios de custos ou de produção, por exemplo. 
Assim como as médias e grandes, as PMEs estão de olho na redução de 
impostos. Assim como na eficiência da gestão financeira, no controle dos 
custos e no planejamento estratégico.
Neste contexto, a parceria entre o pessoal de administração e de 
contabilidade é fundamental. Os administradores expondo quais são suas 
necessidades gerenciais e os contadores ajudando a decifrar os números, a 
traduzi-los.
A tecnologia também tem contribuído muito para que os relatórios 
contábeis se tornem mais estratégicos dentro das empresas. À medida que as 
ferramentas forneçam a ordenação e o processamento rápido das informações, 
tê-las já não é mais um bicho de sete cabeças. E com isso, ganham todos. 
Administradores, contadores, e os resultados das empresas.
Disponível em: https://conube.com.br/blog/por-que-os-relatorios-contabeis-se-tornaram-decisivos-nas-
empresas/ Acesso em 14 mai 2020.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
INFORMAÇÕES 
OBRIGATÓRIAS
.03
1 INTRODUÇÃO
As demonstrações contábeis são destinadas a evidenciar, qualitativa e 
quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira 
da entidade. Seu objetivo é o de apresentar de forma organizada e ordenada 
os registros que afetaram o patrimônio da empresa, de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da real situação financeira desta.
Para que todas as empresas sigam o mesmo padrão de demonstrações 
contábeis foi aprovado em 02/12/2011 o CPC 26 que trata da Apresentação 
das Demonstrações Contábeis. Vamos detalhar esse CPC no item a seguir.
2 CPC 26 (R1) - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
O objetivo do pronunciamento é definir a base para a apresentação 
das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com 
as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade 
quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. Nesse cenário, 
este Pronunciamento estabelece requisitos gerais para a apresentação das 
demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos 
mínimos para seu conteúdo.
Os próximos parágrafos tratarão dos pontos mais importantes do CPC 
26 (R1):
Ele deve ser aplicado em todas as demonstrações contábeis elaboradas e 
apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Os termos abaixo são utilizados no pronunciamento e serão utilizados 
no tópico 2, com os seguintes significados:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
- Demonstrações contábeis de propósito geral (referidas simplesmente 
como demonstrações contábeis) são aquelas cujo propósito reside no 
atendimento das necessidades informacionais de usuários externos que 
não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente 
planejados para atender às suas necessidades peculiares.
- Aplicação impraticável: A aplicação de um requisito é impraticável quando 
a entidade não pode aplicá-lo depois de ter feito todos os esforços razoáveis 
nesse sentido.
- Práticas contábeis brasileiras: compreendem a legislação societária 
brasileira, os Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações emitidos 
pelo CPC homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas 
pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam ao 
Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro emitido pelo CPC e, por 
conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.
- Notas explicativas: contêm informação adicional em relação à apresentada 
nas demonstrações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições 
narrat ivas ou segregações e aberturas de i tens divulgados nessas 
demonstrações e informação acerca de itens que não se enquadram nos 
critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.
- Outros resultados abrangentes : compreendem itens de receita e 
despesa (incluindo ajustes de reclassificação), que não são reconhecidos 
na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos 
pronunciamentos, interpretações e orientações emitidos pelo CPC.
- Proprietário: é o detentor de instrumentos classificados como patrimoniais 
(de capital próprio, no patrimônio líquido).
- Resultado do período - é o total das receitas deduzido das despesas, exceto 
os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio 
líquido.
- Ajuste de reclassificação é o valor reclassificado para o resultado no 
período corrente que foi inicialmente reconhecido como outros resultados 
abrangentes no período corrente ou em período anterior.
- Resultado abrangente: é a mutação que ocorre no patrimônio líquido 
durante um período que resulta de transações e outros eventos que 
não sejam derivados de transações com os sócios na sua qualidade de 
proprietários. Compreende todos os componentes da “demonstração do 
resultado” e da “demonstração dos outros resultados abrangentes”.
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas 
as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de 
demonstrações contábeis. Logo, para atender os objetivos das organizações 
as demonstrações contábeis devem apresentar as características qualitativas 
fundamentais e de melhorias:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
FIGURA 2 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS E DE MELHORIAS DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.
FONTE: Elaborado pelas Autoras.
Nas características qualitativas Fundamentais a relevância deve considerar 
quando é capaz de influenciar nas decisões de usuários, auxiliando na análise 
de acontecimentos passados, presentes e futuros ou quando podem confirmar 
ou corrigir suas avaliações passadas. Para melhorar identificar a Relevância 
surge a Materialidade que determina como sendo material quando sua omissão 
ou erro puder influenciar as decisões de usuários, tomadas com base nas 
informações fornecidas nas demonstrações contábeis. 
A Representação Fidedigna de um fato contábil deve apresentar a 
realidade retratada precisa ter três atributos e para tanto utiliza-se de três 
atributos: completa, neutra e livre de erro.
Nas características qualitativas de Melhorias tem-se a Comparabilidade 
que determina a comparação de dois períodos, sendo o período que se esta 
realizando o encerramento do exercício e o seu período imediatamente 
anterior, esta comparação permite fácil e rápida identificação das oscilações 
patrimoniais e financeiras. 
A Verificabilidade assegura ao usuário que a informação esta baseada 
em fatos que realmente ocorreram. A Tempestividade solicita que todas as 
movimentações contábeis sejam registrados imediatamente no momento em 
que de fato ocorrem, para que a informação seja correta e adecisão assertiva. 
A Compreensibilidade orienta que o registro contábil e a informação 
gerada devem ser de fácil entendimento e compreensão para seus usuários. 
Por fim, a Verificabilidade exige que o documento que se utilizou para realizar 
a movimentação contábil deve ser apresentado para fundamentar o registro. 
Quando da elaboração das demonstrações contábeis, a administração 
deve ainda, fazer a avaliação da capacidade da entidade continuar em operação 
no futuro previsível. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas no 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
pressuposto da continuidade, a menos que a administração tenha intenção 
de liquidar a entidade ou cessar seus negócios, ou ainda não possua uma 
alternativa realista senão a descontinuidade de suas atividades.
Quando a administração tiver ciência, ao fazer a sua avaliação, de 
incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam 
lançar dúvidas significativas acerca da capacidade da entidade continuar 
em operação no futuro previsível, essas incertezas devem ser divulgadas. 
Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no pressuposto 
da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente com as bases sobre 
as quais as demonstrações contábeis foram elaboradas e a razão pela qual 
não se pressupõe a continuidade da entidade.
A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para 
a demonstração dos fluxos de caixa, o regime de competência. Em relação a 
frequência de apresentação das demonstrações contábeis, devem-se observar 
a classificação da empresa conforme a ITG ou NBC TG, como segue no quadro 
abaixo:
CPC/NBC TG/ITG Frequencia de Divulgação das Demonstrações
CPC 26-Lei 6404/76 Apresentar anualmente.
NBC TG 1.000 Apresentar pelo menos anualmente.
ITG 1.000 No final de cada exercício social, e, quando necessário em 
período intermediário.
ITG 2.002 Apresentar pelo menos anualmente.
QUADRO 5 – FREQUÊNCIA DE DIVULGAÇÃO
FONTE: Elaborado pelas Autoras.
Se o período em que as demonstrações contábeis forem apresentadas for 
superior ou inferior do que um ano é importante esta entidade/empresa, 
divulgar em notas explicativas:
- o fato;
- a razão para a utilização de períodos mais longos ou mais curtos;
- o fato de que os valores comparativos apresentados nas demonstrações 
contábeis não são parâmetros de comparabilidade.
Estas são as orientações para a frequência da divulgação, caso um 
Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC permita ou 
exija de outra forma, a entidade deve divulgar informação comparativa com 
respeito ao período anterior para todos os montantes apresentados nas 
demonstrações contábeis do período corrente. Também deve ser apresentada 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
de forma comparativa a informação narrativa e descritiva que vier a ser 
apresentada quando for relevante para a compreensão do conjunto das 
demonstrações do período corrente.
As demonstrações contábeis devem ser identificadas claramente e 
distinguidas de qualquer outra informação que porventura conste no mesmo 
documento publicado.
As práticas contábeis brasileiras são aplicáveis apenas às demonstrações 
contábeis e não necessariamente à informação apresentada em outro 
relatório anual, relatório regulatório ou qualquer outro documento. Por isso, 
é importante que os usuários possam distinguir a informação elaborada 
utilizando-se das práticas contábeis brasileiras de qualquer outra informação 
que possa ser útil aos seus usuários, mas que não são objeto dos requisitos 
das referidas práticas.
Cada demonstração contábil e respectivas notas explicativas devem ser 
identificadas claramente. Além disso, as seguintes informações devem ser 
divulgadas de forma destacada e repetidas quando necessário para a devida 
compreensão da informação apresentada:
(a) o nome da entidade às quais as demonstrações contábeis dizem respeito 
ou outro meio que permita sua identificação, bem como qualquer alteração 
que possa ter ocorrido nessa identificação desde o término do período 
anterior;
(b) se as demonstrações contábeis se referem a uma entidade individual ou 
a um grupo de entidades;
(c) a data de encerramento do período de reporte ou o período coberto pelo 
conjunto de demonstrações contábeis ou notas explicativas;
(d) a moeda de apresentação, tal como definido no Pronunciamento Técnico 
CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de 
Demonstrações Contábeis; e (e) o nível de arredondamento usado na 
apresentação dos valores nas demonstrações contábeis.
Ass im, de forma consol idada um quadro resumo apresenta as 
demonstrações para cada norma, pronunciamento ou instrução e a sua 
obrigatoriedade:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Demonstração 
Contábil
ME e EPP ITG 
1000
Médias e 
Pequenas 
NBC TG 
1000
Grandes 
NBC TG 26
Sem 
Finalidade 
de Lucro ITG 
2002
Cooperativa 
ITG 2004
Balanço 
Patrimonial-BP
Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa
Demonstração 
de Resultado-
DR
Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa
Demonstração 
de Resultado 
Abrangente-
DRA
Facultativa
Pode ser 
Substituída 
pela DLPA 
ou DMPL
Obrigatório Facultativa Facultativa
Demonstração 
das Mutações 
do Patrimônio 
Líquido-DMPL
Facultativa
Pode ser 
substituída 
pela DLPA
Obrigatória Obrigatória Facultativa
Demonstração 
dos Fluxos de 
Caixa-DFC
Facultativa Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa
Demonstração 
dos Lucros 
ou Prejuízos 
Acumulados – 
DLPA
Facultativa Facultativa Facultativa Facultativa Facultativa
Demonstração 
do Valor 
Adicionado-
DVA
Facultativa Facultativa Obrigatória Facultativa Facultativa
Demonstração 
de Sobras ou 
Perdas
- - - - Obrigatória
Notas 
Explicativas
Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória
Periodicidade 
de 
apresentação
No final de 
cada exercício 
social, e, 
quando 
necessário 
em período 
intermediário.
Apresentar 
pelo menos 
anualmente.
Anual
Apresentar 
pelo menos 
anualmente.
Anual – 
verificar 
estatuto
FONTE: Elaborado pelas Autoras.
QUADRO 6 – CONSOLIDADO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Agora, que temos os conceitos e conhecimentos gerais sobre as normas 
contábeis aplicáveis e as demonstrações facultativas e obrigatórias, vamos 
explorar cada uma destas demonstrações, no próximo capítulo!
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
REFERÊNCIAS
CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível 
em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=80 Acesso em 14 mai 2020.
CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível 
em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=57 Acesso em: 08 mai 2020.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços – 11. ed. – São Paulo: Atlas, 
2017.
ITG 1000 (R1) – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de 
Pequeno Porte. Disponível em: https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/
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