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1 | P á g i n a Estado de defesa e estado de sitio ESTADO DE DEFESA Em locais restritos e determinados: Art. 136. O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. ✓ Ameaça à ordem pública ou à paz social ✓ Calamidades de grandes proporções na natureza. ✓ Percebe-se que o Presidente pode decretar. Ele não é obrigado a decretar. ✓ O Presidente da República precisa ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, tanto no estado de sítio quanto no estado de defesa. O estado de defesa é decretado pelo Presidente da República e depois é analisado pelo Congresso Nacional, que pode aprovar ou reprovar a medida. Desta forma, o Presidente da República decreta o estado de defesa. Depois, o Congresso Nacional aprova ou não. Ele vai submeter no prazo de 24 horas e o Congresso Nacional vai decidir pela maioria absoluta. Art. 136 § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Prazo máximo: 30 dias, admitida uma ÚNICA prorrogação por igual período. Recesso do CN: Prazo de 5 dias. § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. Apreciação do decreto: prazo de 10 dias. § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. Rejeição do decreto: § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. Assim, no Estado de Defesa, o Presidente da República decreta e, posteriormente, o Congresso Nacional aprova ou não. ESTADO DE SÍTIO No estado de sítio, tendo em vista a gravidade da situação, primeiro é necessária a aprovação do Congresso Nacional para que o Presidente da República possa então fazer a decretação. Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, SOLICITAR ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I – Comoção grave de repercussão nacional; OU ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II – Declaração de estado de guerra OU resposta à agressão armada estrangeira. 2 | P á g i n a Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Prazo máximo: 30 dias, admitidas prorrogações de, no máximo, 30 dias, de cada vez. Não há limitação das prorrogações de 30 dias. É por todo tempo que perdurar a guerra ou agressão armada estrangeira. No Estado de Sítio, o Congresso Nacional precisa autorizar primeiramente e só depois o Presidente da República poderá decretá-lo. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: III – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio; Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; Art. 91 § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; RESTRIÇÕES A DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO Art. 136 § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I – restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obrigação de permanência em localidade determinada; II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV – suspensão da liberdade de reunião; V – busca e apreensão em domicílio; VI – intervenção nas empresas de serviços públicos; VII – requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR: Art. 136 § 3º Na vigência do estado de defesa: I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; 3 | P á g i n a II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV – é vedada a incomunicabilidade do preso. Recordando... 1. Limitações circunstanciais de proposta de emenda à Constituição → Não é possível realizar propostas de emenda constitucional quando existir: intervenção Federal, estado de defesa e estado de sítio. (Art.60 §1º). 2. Art. 53 §8º CF: § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. RESUMINDO: ESTADO DE DEFESA (ART, 136, CF) ESTADO DE SÍTIO Em locais restritos e determinados: Ameaça à ordem pública ou à paz social; Calamidades de grandes proporções na natureza. • Comoção grave de repercussão nacional; OU ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; • Declaração de estado de guerra OU resposta a agressão armada estrangeira. Prazo máximo: 30 dias, admitida uma única prorrogação de, no máximo, mais 30 dias. Prazo máximo: 30 dias, admitidas prorrogações de, no máximo, 30 dias, de cada vez. Por todo tempo que perdurar a guerra ou agressão armada estrangeira. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XX/PRIMEIRA FASE/2016) O Presidente da República, cumprido todos os pressupostos constitucionais exigíveis, decreta estado de defesa no Estado-membro Alfa, que foi atingido por calamidades naturais de grandes proporções, o que causou tumulto e invasões a supermercados, farmácias e outros estabelecimentos, com atingimento à ordem pública e à paz social. Mesmo após o prazo inicial de 30 dias ter sido prorrogado por igual período (mais 30 dias), ainda restava evidente a ineficácia das medidas tomadas no decorrer do citado estado de defesa. Sem saber como proceder, a Presidência da República recorre ao seu corpo de assessoramento jurídico que, de acordo com a CRFB/88,informa que a. será possível, cumpridas as exigências formais, uma nova prorrogação de, no máximo, 30 dias do estado de defesa. b. será possível, cumpridas as exigências formais, prorrogar o estado de defesa até que seja a crise completamente debelada. c. será possível, cumpridas as exigências formais, decretar o estado de sítio, já que vedada nova prorrogação do estado de defesa; d. será obrigatoriamente decretada a intervenção federal no Estado Alfa, que possibilita a utilização de meios de ação mais contundentes do que os previstos no estado de defesa. (FGV/OAB/Exame de Ordem Unificado - XXXII/Primeira Fase/2021) Durante pronunciamento em rede nacional, o Presidente da República é alertado por seus assessores sobre a ocorrência de um ataque balístico, em solo pátrio, oriundo de país fronteiriço ao Brasil. Imediatamente, anuncia que tal agressão armada não ficará sem resposta. Após reunir-se com o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicita autorização ao Congresso Nacional para decretar o estado de sítio e adotar as seguintes medidas: I – a população que reside nas proximidades da área atacada deve permanecer dentro de suas casas ou em abrigos indicados pelo governo; II – imposição de restrições 4 | P á g i n a relativas à inviolabilidade da correspondência e ao sigilo das comunicações. A partir do enunciado proposto, com base na ordem constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. a. Cabe ao Congresso Nacional decidir, por maioria absoluta, sobre a decretação do estado de sítio, visto que as medidas propostas pelo Presidente da República revelam-se compatíveis com a ordem constitucional; b. Além de as medidas a serem adotadas serem incompatíveis com a ordem constitucional, a resposta à agressão armada estrangeira é causa de decretação do estado de defesa, mas não do estado de sítio. c. Embora as medidas a serem adotadas guardem compatibilidade com a ordem constitucional, a decretação do estado de sítio prescinde de prévia aprovação pelo Congresso Nacional. d. Cabe ao Congresso Nacional decidir, por maioria simples, sobre a instituição do estado de sítio, mas as medidas propostas pelo Presidente apresentam flagrante inconstitucionalidade. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase A zona oeste do Estado Delta foi atingida por chuvas de grande intensidade por duas semanas, levando os especialistas a classificar tal situação como de calamidade de grandes proporções na natureza, em virtude dos estragos observados. O governador de Delta, ao decidir pela decretação do estado de defesa, convoca os procuradores do Estado para que estes se manifestem acerca da constitucionalidade da medida. Os procuradores informam ao governador que, segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a decretação do estado de defesa A. é um meio institucional adequado para o enfrentamento da crise, mas depende de prévia consulta à Assembleia Legislativa do Estado Delta. B. pode ser promovida pelo governador do Estado Delta, caso o Presidente da República delegue tais poderes ao Chefe do Poder Executivo estadual. C. não pode se concretizar, pois a ocorrência de calamidade de grandes proporções na natureza não configura hipótese justificadora da referida medida. D. é competência indelegável do Presidente da República, não sendo constitucionalmente prevista sua extensão aos chefes do poder executivo estadual.
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