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RESENHA DIREITO CONSTITUCIONAL

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Disciplina
DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO Curso: DIREITO
CAMPUS: QUEIMADOS
Professor: JEREMIAS DA CUNHA LEMOS GARCIA	DATA: 09/05/2020
Aluno(a): JOÃO MARCOS DORNELLAS BEZERRA	Matrícula: 201201342627 
RESENHA CRÍTICA
INTRODUÇÃO
SABOIA, Jéssica Ramos. A atuação política do Supremo Tribunal Federal e a (in) compatibilidade com a democracia brasileira. Revista de Direito Brasileira: São Paulo, 2018, p. 335 – 347.
Disponível em: https://www.indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/3140/3541
O assunto abordado na obra de Jéssica Ramos, A atuação política do Supremo Tribunal Federal e a (in)compatibilidade com a democracia brasileira, disserta a respeito da interferência política do Judiciário na democracia Brasileira. A atuação do Supremo Tribunal Federal como interprete da Constituição Federal de 1988 tem estado em pauta devido inúmeras interferências que fogem da sua alçada.
Essa crise de autoridade da democracia tem colocado em xeque o futuro do Estado Democrático de Direito no nosso país, e até aonde irá a interferência da suprema corte no âmbito político, haja vista as decisões que interferem diretamente na soberania dos três poderes e vão na contra mão do princípio da vontade geral do povo, e de seus representantes legais eleitos democraticamente. 
 DESENVOLVIMENTO 
A democracia é o sistema que faz valer a vontade do povo, no qual se prevalece o bem estar da sociedade. As pessoas escolhem seus representantes por meio de eleições democráticas que legitimam estes para representar seus interesses no âmbito legislativo e executivo.
Para Montesquieu, “quando, numa república, o povo como um todo possui o poder soberano, trata-se de uma democracia” (MONTESQUIEU, 1985, p. 31).”
Os princípios da democracia são: princípio da soberania popular, princípio da legitimidade do conflito, Princípio da maioria e do respeito a minoria e princípio da separação dos poderes. Seguindo o entendimento do princípio da separação dos poderes, cada poder tem sua função e área de atuação, se um dos poderes foge de suas atribuições o pilar da democracia se abala.
Conforme o entendimento da autora, Jéssica Ramos, o Poder judiciário vem seguindo o sentido contrário a democracia e as normas constitucionais. Tomando decisões que não são de sua atribuição, tão quanto atuando de maneira política, desviando-se da sua base de atuação que é a proteção dos direitos fundamentais, e mesmo sem legitimidade (pelo fato de não serem representantes eleitos pelo povo) tem feito uso de sua pseudo soberania e privilégios para tomarem decisões que para as quais não são legitimados.
Ainda no ponto de vista da autora, o movimento do ativismo judicial vem crescendo desmedidamente na nossa democracia, movimento este que vezes se atrevem até a adjudicar o próprio poder constituinte originário, sobre tudo a partir da dicção do Supremo Tribunal Federal em matérias ordinariamente reservadas ao poder constituinte derivado.
A ideia de expansão da participação do poder judiciário em outras esferas é incompatível ao Estado Democrático de Direito, vez que interfere diretamente nas decisões dos legitimados pelo povo, tirando da mão do povo o poder de decisão, mesmo que indiretamente. Saindo assim das decisões somente do cenário jurídico, e ingressando as bases executivas e legislativas, tomando a partir dai decisões solistas e de maneira arbitrária e discricionária.
O dever do Poder Judiciário nada mais é do que resolver conflitos sociais, garantir os direitos individuais, promovendo justiça. Também tem dever de atuar nos conflitos gerados entre os outros poderes, sempre seguindo fielmente o entendimento da sua carta maior. Tudo além disso está aquém das sua atribuições e no entendimento da autora, ferindo os princípios que são pilares da nossa Constituição Federal.
A Constituição Federal de 1988 tem como um dos seus pilares o Princípio da Democracia o Princípio da Separação dos Poderes, que tem como tese a limitação de cada poder em sua respectiva área de atuação. Partindo deste entendimento, a autora percebe que o Supremo Tribunal fere esse o entendimento desse princípio que norteia a democracia Brasileira, deste modo mais uma vez os guardiões da nossa Carta Maior a defasam, e se distanciam do entendimento constituinte, da decisão do povo, e determinam com decisões autoritárias as diretrizes do nosso País.
Essa delegabilidade dos poderes por todo mandato eletivo, com pouca interferência dos eleitores de forma direta, causa uma crise política sem precedentes. Ao ponto de vista da autora grande parcela da sociedade se aliena do cenário político, e o momento atual de corrupção e inércia do Legislativo e Executivo são fatores agravantes para tal crise, e para o rumo no qual o ativismo jurídico vem ganhando força na nossa democracia.
A velha mentalidade dos Juizes e a convicção de não reconhecer que o judiciário tem falhas e nem aceitam ser submetidos a criticas, delegando-se, como cita Abreu Dallari "uma missão divina” faz jus a tamanha vaidade dos nossos garantidores de Direito, e mostram que muitas das vezes essas decisões se baseiam em cunho pessoal e finalidade política. 
Temos casos também citados pela autora, de decisões de cunho Político do Supre Tribunal Federal, como o aborto de anencéfalos (ADPF 54), quotas raciais no ensino público (RE 597285), pesquisas sobres células-tronco embrionárias (ADI 3510), reconhecimento das uniões homoafetivas como uniões estáveis (ADPF 132), a possibilidade de execução provisória da pena após decisão em segunda instância, relativizando o princípio da presunção de inocência (HC 1262/ ARE 964246), e a legalidade de aborto até o primeiro trimestre de gestação (HC 124306). Muitas dessas decisões em desacordo com o poder constituinte. 
 Existe deste modo uma crise de autoridade aos olhos da autora, essa crise se dá pelo fato do Poder Judiciário usurpar de sua competência, problematizando a separação de poderes e deixando neutra a política deste poder na Corte Suprema. Ainda quanto atuação do poder judiciário em detrimento dos demais poderes, existe uma relativização da vontade do constituinte. 
CONCLUSÃO
Ao fim, fica clara a interferência do Poder Judiciário e Supremo Tribunal Federal nas decisões políticas, e que não são de sua alçada. Ainda se pode notar tamanho distanciamento das diretrizes das normas constituintes, haja vista decisões que ferem os princípios constitucionais.
O que coloca nossa democracia em xeque, partindo da premissa de que na democracia o povo tem pleno poder de decisão, mesmo que indiretamente, como prevê o princípio da vontade geral do povo.
Os magistrados não são legitimados, logo não são representantes legais do povo para tomar decisões que cabem a estes. O poder judiciário deve seguir restritamente as normas constituintes como guardiões máximos da nossa Carta Maior, e também respeitar o desejo da população e de seus representantes, devido terem sido eleitos democraticamente. Assim então estarão atuando como pilar da nossa democracia, e não usurpando do poder dado em seu favor como garantidores de justiça ao povo brasileiro.
Sendo o ativismo judicial incompatível com os pilares da democracia, haja vista a intenção de ampliar os poderes do judiciário com relação aos demais poderes, ferindo assim o princípio da separação dos poderes, este que pretende garantir o bom funcionamento da democracia e faz valer a decisão que o povo julgar acertada.

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