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Desenvolvimento Humano: Da Fecundação à Maturidade

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O desenvolvimento humano é um processo contínuo 
que se inicia quando um oócito (óvulo) de origem 
feminina é fecundado por um espermatozoide, de 
origem masculina. A divisão celular, a migração celular 
e a morte celular programada (apoptose), a 
diferenciação, o crescimento e o rearranjo celular 
transformam o oócito fecundado, uma célula 
altamente especializada e totipotente, um zigoto, em 
um ser humano multicelular. 
A maior parte das alterações ocorre durante os períodos 
embrionário e fetal; todavia, alterações importantes 
ocorrem durante períodos posteriores do 
desenvolvimento: o período neonatal (primeiras quatro 
semanas), lactância (primeiro ano de vida), infância 
(dos dois anos à puberdade); e adolescência (11 aos 19 
anos). 
Períodos de desenvolvimento 
O desenvolvimento humano é geralmente dividido 
entre os períodos pré-natal (antes do parto) e pós-natal 
(após o parto). O desenvolvimento de um ser humano 
a partir da fecundação de um oócito até o parto é 
dividido em dois períodos principais, o embrionário e o 
fetal. Os avanços mais visíveis ocorrem durante a 
terceira à oitava semanas – o período embrionário. 
Durante o período fetal, ocorrem diferenciação e 
crescimento dos tecidos e órgãos e a taxa de 
crescimento corporal aumenta. 
Estágios do Desenvolvimento Embrionário 
O desenvolvimento precoce é descrito em estágios 
devido ao período variável que os embriões levam para 
desenvolver determinadas características morfológicas. 
O estágio um começa na fecundação e o 
desenvolvimento embrionário termina no estágio 23, 
que ocorre no 56° dia. Um trimestre é um período de 
três meses, um terço do período de nove meses da 
gestação. Os períodos mais críticos de desenvolvimento 
ocorrem durante o primeiro trimestre (13 semanas), 
quando o desenvolvimento embrionário e o 
desenvolvimento fetal inicial estão ocorrendo. 
Lactância 
Esse é o período de vida extrauterina que ocorre, 
aproximadamente, durante o primeiro ano após o 
nascimento. Um lactente de idade de um mês ou menos 
é denominado neonato. 
Primeira Semana do Desenvolvimento Humano 
O desenvolvimento humano inicia-se na fecundação, 
quando um espermatozoide se une ao oócito, para 
formar uma única célula, o zigoto. Essa célula altamente 
especializada, totipotente (capaz de diferenciar-se em 
qualquer tipo celular). O zigoto, visível a olho nu, 
contém os cromossomos e os genes derivados da mãe e 
do pai. Ele se divide muitas vezes e transforma-se, 
progressivamente, em um ser humano multicelular, por 
meio da divisão, migração, crescimento e diferenciação 
celulares. 
Gametogênese 
A gametogênese (formação dos gametas) é o processo 
de formação e desenvolvimento das células 
germinativas especializadas, os gametas 
(oócitos/espermatozoides) a partir de células 
precursoras bipotentes. Esse processo, que envolve os 
cromossomos e o citoplasma dos gametas, prepara essas 
células para a fecundação. Durante a gametogênese, o 
número de cromossomos é reduzido pela metade e a 
forma das células é alterada. 
Embriologia 
Imagem: Gametogênese normal: conversão de células 
germinativas em gametas (células sexuais). Os 
esquemas comparam a espermatogênese e a oogênese. 
As oogônias não são mostradas nesta figura, pois se 
diferenciam em oócitos primários antes do nascimento. 
O complemento cromossômico das células 
germinativas é mostrado em cada estágio. O número 
indica o número total de cromossomos, incluindo o(s) 
cromossomo(s) sexual(is) depois da vírgula. Note que: 
(1) Após duas divisões meióticas, o número diploide de 
cromossomos, 46, é reduzido a número haploide, 23. (2) 
Quatro espermatozoides se formam a partir de um 
espermatócito primário, enquanto apenas um oócito 
maduro resulta da maturação de um oócito primário. (3) 
O citoplasma é conservado durante a oogênese para 
formar uma célula grande, o oócito maduro. Os corpos 
polares são células pequenas não funcionais que se 
degeneram. 
O espermatozoide e o oócito (gametas masculino e 
feminino) são células sexuais altamente especializadas. 
Cada uma dessas células contém a metade do número 
de cromossomos (número haploide) presentes nas 
células somáticas (as células do corpo). O número de 
cromossomos é reduzido durante a meiose, um tipo 
especial de divisão celular que ocorre somente durante 
a gametogênese. A maturação dos gametas é chamada 
de espermatogênese no sexo masculino e de oogênese 
no sexo feminino. O ritmo dos eventos durante a meiose 
difere nos dois sexos. 
Meiose 
A meiose é um tipo especial de divisão celular que 
envolve duas divisões meióticas; as células 
germinativas diploides dão origem aos gametas 
haploides (espermatozoides e oócitos). 
A primeira divisão meiótica é uma divisão reducional, 
pois o número de cromossomos é reduzido de diploide 
para haploide devido ao pareamento dos cromossomos 
homólogos na prófase (primeiro estágio da meiose) e 
pela segregação deles na anáfase (estágio no qual os 
cromossomos se movem da placa equatorial). Os 
cromossomos homólogos (um do pai e um da mãe), 
formam um par durante a prófase e se separam durante 
a anáfase, com um representante de cada par indo, 
aleatoriamente, para cada polo do fuso meiótico. 
O fuso se conecta ao cromossomo no centrômero (a 
porção mais condensada do cromossomo). Nesse 
estágio, eles são cromossomos de cromátides duplas. 
Ao final da primeira divisão meiótica, cada nova célula 
formada (espermatócito secundário ou oócito 
secundário) possui o número cromossômico haploide, 
ou seja, metade do número cromossômico da célula 
precedente. Essa separação ou disjunção dos 
cromossomos homólogos pareados constitui a base 
física da segregação. 
A segunda divisão meiótica vem após a primeira divisão 
sem uma interfase normal (isto é, sem a etapa de 
replicação do DNA). Cada cromossomo de cromátide 
dupla se divide e cada metade, ou cromátide, é 
direcionada para um polo diferente da célula. Assim, o 
número haploide de cromossomos (23) é mantido e cada 
célula filha formada por meiose tem um representante 
de cada par cromossômico (agora um cromossomo de 
cromátide única). A segunda divisão meiótica é 
semelhante a uma mitose normal, exceto que o número 
cromossômico da célula que entra na segunda divisão 
meiótica é haploide. 
A meiose: 
Possibilita a constância do número cromossômico de 
geração a geração pela redução do número 
cromossômico de diploide para haploide, produzindo, 
assim, gametas haploides. 
Permite o arranjo aleatório dos cromossomos materno e 
paterno entre os gametas. 
Reposiciona os segmentos dos cromossomos materno e 
paterno, por meio de cruzamento de segmentos 
cromossômicos, que “embaralham” os genes, 
produzindo a recombinação do material genético. 
Espermatogênese 
É a sequência de eventos pelos quais as 
espermatogônias (células germinativas primordiais) são 
transformadas em espermatozoides maduros; esse 
processo começa na puberdade. 
As espermatogônias permanecem quiescentes nos 
túbulos seminíferos dos testículos durante os períodos 
fetal e pós-natal. Elas aumentam em número durante a 
puberdade. Após várias divisões mitóticas, as 
espermatogônias crescem e sofrem modificações. 
As espermatogônias são transformadas em 
espermatócitos primários, as maiores células 
germinativas nos túbulos seminíferos dos testículos. 
Cada espermatócito primário sofre, em seguida, uma 
divisão reducional – a primeira divisão meiótica – para 
formar dois espermatócitos secundários haploides, que 
possuem aproximadamente metade do tamanho do 
espermatócito primário. Em seguida, os espermatócitos 
secundários sofrem a segunda divisão meiótica para 
formar quatro espermátides haploides, que são 
aproximadamente a metade do tamanho dos 
espermatócitos secundários. As espermátides (células 
em estágio avançado de desenvolvimento) são 
transformadas gradualmente em quatro 
espermatozoides madurospelo processo conhecido 
como espermiogênese. O processo completo, incluindo 
a espermiogênese, demora cerca de dois meses para 
acontecer. Quando a espermiogênese é completada, os 
espermatozoides entram na luz dos túbulos seminíferos. 
As células de Sertoli revestem os túbulos seminíferos, 
sustentam e participam da nutrição das células 
germinativas (espermatozoides/oócito) e estão 
envolvidas na regulação da espermatogênese. Os 
espermatozoides são transportados passivamente dos 
túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são 
armazenados e tornam-se funcionalmente maduros 
durante a puberdade. O epidídimo é um ducto longo e 
espiralado. No seguimento do epidídimo vem o ducto 
deferente, que transporta os espermatozoides para a 
uretra. 
Os espermatozoides maduros são células ativamente 
móveis, que nadam livremente, constituídos por uma 
cabeça e uma cauda. O colo do espermatozoide é a 
junção entre a cabeça e a cauda. A cabeça do 
espermatozoide forma a maior parte dele e, é onde se 
localiza o núcleo. Os dois terços anteriores da cabeça 
são cobertos pelo acrossoma, uma organela sacular em 
forma de capuz que contém várias enzimas. Quando 
liberadas, as enzimas facilitam a dispersão das células 
foliculares da corona radiata e a penetração do 
espermatozoide na zona pelúcida durante a fecundação. 
A cauda do espermatozoide consiste em três segmentos: 
a peça intermediária, a peça principal e a peça terminal. 
A cauda fornece ao espermatozoide a motilidade que 
auxilia o seu deslocamento até o local da fecundação. A 
peça intermediária da cauda contém mitocôndrias que 
fornecem o trifosfato de adenosina (ATP), necessário 
para fornecer energia requerida para a motilidade do 
espermatozoide. 
Oogênese 
É a sequência de eventos pelos quais as oogônias 
(células germinativas primordiais) são transformadas 
em oócitos maduros. Todas as oogônias se desenvolvem 
em oócitos primários antes do nascimento; nenhuma 
oogônia de desenvolve após o nascimento. A oogênese 
continua até a menopausa, que é a interrupção 
permanente do ciclo menstrual. 
Maturação Pré-natal dos Oócitos 
Durante a vida fetal inicial, as oogônias proliferam por 
mitose (duplicação das células), um tipo especial de 
divisão celular. As oogônias (células sexuais 
primordiais) crescem e se tornam os oócitos primários 
antes do nascimento. 
Assim que o oócito primário se forma, células do tecido 
conjuntivo o circundam e formam uma única camada de 
células achatadas, as células foliculares. O oócito 
primário circundado por essa camada de células 
foliculares, constitui o folículo primário. Conforme o 
oócito primário cresce durante a puberdade, as células 
foliculares se tornam cúbicas e depois cilíndricas, 
formando, assim, o folículo primário. 
O oócito primário é logo envolvido por um material 
glicoproteico acelular e amorfo, a zona pelúcida. Os 
oócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica 
antes do nascimento, mas o término da prófase não 
ocorre até a adolescência (começando com a 
puberdade). As células foliculares que envolvem o 
oócito primário secretam uma substância, conhecida 
como inibidor da maturação do oócito, que mantém 
estacionado o processo meiótico do oócito. 
Maturação Pós-natal dos Oócitos 
Esta etapa se inicia na puberdade, quando geralmente 
um folículo ovariano amadurece a cada mês e ocorre a 
ovulação (liberação do oócito do folículo ovariano). 
Nenhum oócito primário se forma após o nascimento, o 
que contrasta com a produção contínua de 
espermatócitos primários. Os oócitos primários 
permanecem em repouso nos folículos ovarianos até a 
puberdade. Quando um folículo matura, o oócito 
primário aumenta de tamanho e, imediatamente, antes 
da ovulação, completa a primeira divisão meiótica para 
dar origem ao oócito secundário e ao primeiro corpo 
polar. 
Diferentemente do estágio correspondente na 
espermatogênese, a divisão do citoplasma é desigual. O 
oócito secundário recebe quase todo o citoplasma e o 
primeiro corpo polar recebe muito pouco. O corpo polar 
é uma célula minúscula destinada à degeneração. 
Na ovulação, o núcleo do oócito secundário inicia a 
segunda divisão meiótica, mas ela progride somente até 
a metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um 
espermatozoide penetra o oócito secundário, a segunda 
divisão meiótica é completada, e a maior parte do 
citoplasma é novamente mantida em uma célula: o 
oócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo 
polar, também é formada e irá se degenerar. Assim que 
os corpos polares são expelidos, a maturação do oócito 
está completa. 
Comparação dos gametas: 
Os gametas (oócitos/espermatozoides) são células 
haploides (possuem metade do número cromossômico) 
que podem sofrer cariogamia (fusão dos núcleos de duas 
células sexuais). O oócito é uma célula grande quando 
comparada ao espermatozoide e é imóvel, enquanto o 
espermatozoide é microscópico e altamente móvel. O 
oócito é envolvido pela zona pelúcida e por uma camada 
de células foliculares, a corona radiata. 
Útero, tubas uterinas e ovários 
O útero é formado por duas porções principais: o corpo, 
que compreende os dois terços superiores, e o colo, o 
terço inferior com aspecto cilíndrico. 
O corpo do útero estreita-se desde o fundo, a porção 
superior arredondada do corpo, até o istmo, a região 
estreita de 1 cm de comprimento entre o corpo e o colo. 
O colo do útero é a porção terminal vaginal, de formato 
cilíndrico. O lúmen do colo, o canal do colo uterino, 
possui uma abertura estreita em cada extremidade. O 
óstio interno comunica-se com a cavidade do corpo 
uterino, o óstio externo comunica-se com a vagina. 
As paredes do corpo do útero são constituídas por três 
camadas: 
O perimétrio; a fina camada externa. 
O miométrio; a espessa camada de músculo liso. 
O endométrio; a fina camada interna. 
As tubas uterinas estendem-se lateralmente a partir dos 
cornos uterinos. Cada tuba se abre na sua porção distal 
dentro da cavidade peritoneal. Para fins descritivos, a 
tuba uterina é dividida em quatro porções: infundíbulo, 
ampola, istmo e porção uterina. Uma das tubas conduz 
um oócito de um dos ovários; as tubas também 
conduzem os espermatozoides que entram pelo útero 
para alcançar o local de fecundação, na ampola. A tuba 
uterina também conduz o zigoto em clivagem para a 
cavidade uterina. 
Ovários 
Os ovários são glândulas reprodutivas localizados 
próximos às paredes pélvicas laterais, de cada lado do 
útero. Os ovários produzem os oócitos; estrogênio e 
progesterona, os hormônios responsáveis pelo 
desenvolvimento das características sexuais 
secundárias e pela regulação da gestação. 
Ciclos reprodutivos femininos 
Iniciando-se na puberdade (10 a 13 anos de idade), as 
mulheres passam por ciclos reprodutivos (ciclos 
sexuais), que envolvem a atividade do hipotálamo do 
encéfalo, da glândula hipófise, dos ovários, do útero, 
das tubas uterinas, da vagina e das glândulas mamárias. 
Esses ciclos mensais preparam o sistema genital para a 
gestação. 
O hormônio liberador de gonadotrofina é sintetizado 
pelas células neurossecretoras do hipotálamo. Esse 
hormônio é transportado pela rede de capilares da 
circulação porta hipofisária (sistema porta hipofisário), 
para o lobo anterior da glândula hipófise. O hormônio 
estimula a liberação de dois hormônios hipofisários 
produzidos por essa glândula e que atuam nos ovários: 
• O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o 
desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção 
de estrogênio pelas células foliculares. 
• O hormônio luteinizante (LH) age como um 
“disparador” da ovulação (liberação do oócito 
secundário) e estimula as células foliculares e o corpo 
lúteo a produzirem progesterona. 
• Esses hormônios também induzem o crescimento dos 
folículos ovarianos e do endométrio. 
Ciclo ovariano 
O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários 
– o cicloovariano – o desenvolvimento dos folículos, a 
ovulação (liberação de um oócito de um folículo 
maduro) e a formação do corpo lúteo. Durante cada 
ciclo, o FSH estimula o desenvolvimento de vários 
folículos primários em 5 a 12 folículos primários; 
entretanto, somente um folículo primário normalmente 
chega ao estágio de folículomaduro e se rompe na 
superfície ovariana, expelindo seu oócito. 
Desenvolvimento Folicular 
O desenvolvimento de um folículo ovariano é 
caracterizado por: 
• Crescimento e diferenciação de um oócito primário. 
• Proliferação das células foliculares. 
• Formação da zona pelúcida. 
• Desenvolvimento das tecas foliculares. 
Conforme o folículo primário aumenta de tamanho, o 
tecido conjuntivo ao redor se organiza como uma 
cápsula, a teca folicular. Essa teca logo se diferencia em 
duas camadas, uma camada vascular e glandular 
interna, a teca interna, e uma camada capsular, a teca 
externa. 
Acredita-se que as células tecais produzam fatores 
angiogênicos que estimulam o crescimento de vasos 
sanguíneos na teca interna, fornecendo, assim, 
nutrientes para o desenvolvimento folicular. As células 
foliculares se dividem ativamente, formando uma 
camada estratificada ao redor do oócito. 
O folículo ovariano logo se torna oval e o oócito assume 
uma posição excêntrica. Subsequentemente, surgem em 
torno das células foliculares espaços preenchidos por 
líquido, os quais coalescem para formar uma única e 
grande cavidade, o antro, que armazena o líquido 
folicular. Após a formação do antro, o folículo ovariano 
é denominado de vesicular ou folículosecundário. 
O oócito primário é deslocado para um lado do folículo, 
onde é envolvido por acúmulo de células foliculares, o 
cumulus oophorus, que se projeta para o antro. O 
folículo continua a crescer até estar maduro e produz 
uma dilatação (estigma folicular) na superfície 
ovariana. 
O desenvolvimento inicial dos folículos ovarianos é 
estimulado pelo FSH, mas os estágios finais da 
maturação necessitam também do LH. Os folículos em 
desenvolvimento produzem estrogênio, o hormônio que 
regula o desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos 
genitais. 
A teca interna vascular produz um fluido folicular e 
algum estrogênio. Suas células também secretam 
androgênios que passam para as células foliculares, as 
quais os convertem em estrogênio. Certa quantidade de 
estrogênio também é produzida por grupos dispersos de 
células estromais secretoras, conhecidas coletivamente 
como glândula intersticial do ovário. 
Ovulação 
Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo 
ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um 
repentino surto de crescimento, produzindo uma 
dilatação cística ou uma saliência na superfície 
ovariana. Um pequeno ponto avascular, o estigma, logo 
aparece nessa saliência. Antes da ovulação, o oócito 
secundário e algumas células do cumulus oophorus se 
desprendem do interior do folículo distendido. 
A ovulação é disparada por uma onda de produção de 
LH. Normalmente, a ovulação acontece de 12 a 24 horas 
após o pico de LH. A elevação nos níveis de LH, 
induzida pela alta concentração de estrogênio no 
sangue, parece causar a tumefação do estigma, 
formando uma vesícula. O estigma logo se rompe 
expelindo o oócito secundário junto com o líquido 
folicular. A expulsão do oócito é o resultado da pressão 
intrafolicular e possivelmente da contração da 
musculatura lisa da teca externa (capsular), estimulada 
pelas prostaglandinas. 
 
Imagem: Esquema ilustrando os níveis sanguíneos de 
vários hormônios durante o ciclo menstrual. O 
hormônio folículoestimulante (FSH) estimula o 
desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção 
de estrogênio. O nível de estrogênio aumenta e alcança 
um pico imediatamente antes da onda de hormônio 
luteinizante (LH). Aovulação ocorre normalmente 24 a 
36 horas após a onda de LH. Se não ocorrer a 
fecundação, os níveis sanguíneos de estrogênio e 
progesterona circulantes caem. Essa queda hormonal 
causa a regressão do endométrio e o início da 
menstruação. 
As proteínas quinases mitógeno-ativadas 3 e 1 (MAPK 
3/1), também conhecidas como quinases 1 e 2 reguladas 
por sinal extracelular (ERK1/2) nas células foliculares 
ovarianas, parecem regular as vias de sinalização que 
controlam a ovulação. A plasmina e as metaloproteases 
da matriz também parecem exercer papel no controle da 
ruptura do folículo. Ooócito secundário expelido está 
circundado pela zona pelúcida e uma ou mais camadas 
de células foliculares, organizadas radialmente como 
uma corona radiata, formando o complexo 
oócitocumulus. 
 Os altos níveis de LH também parecem ser 
responsáveis por induzir o término da primeira divisão 
meiótica do oócito primário. Portanto, os folículos 
ovarianos maduros contêm oócitos secundários. A zona 
pelúcida (Fig. 2-8) é composta por três glicoproteínas 
(ZPA, ZPB, e ZPC), que normalmente formamuma rede 
de filamentos com múltiplos poros. A ligação do 
espermatozoide com a zona pelúcida (interação 
espermatozoide-oócito) é um evento complexo e crítico 
durante a fecundação. 
Corpo Lúteo 
Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano 
e da teca folicular colapsam e se tornam pregueadas. 
Sob a influência do LH, elas formam uma estrutura 
glandular, o corpo lúteo, que secreta progesterona e 
alguma quantidade de estrogênio, o que leva as 
glândulas endometriais a secretarem e, assim, o 
endométrio se prepara para a implantação do 
blastocisto. 
Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo cresce e forma o 
corpo lúteo gestacional e aumenta a produção de 
hormônios. A degeneração do corpo lúteo é impedida 
pela ação da gonadotrofina coriônica humana, um 
hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do 
blastocisto. O corpo lúteo gestacional permanece 
funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas 
de gestação. Nesse momento, a placenta assume a 
produção de estrogênio e de progesterona necessária 
para a manutenção da gestação. 
Se o oócito não é fecundado, o corpo lúteo involui e se 
degenera 10 a 12 dias após a ovulação. Ele é, então, 
chamado corpo lúteo menstrual. O corpo lúteo, em 
seguida, se torna uma cicatriz branca no tecido 
ovariano, denominada corpo albicans. Os ciclos 
ovarianos cessam na menopausa, a suspensão 
permanente da menstruação devido à falência dos 
ovários. A menopausa normalmente ocorre entre os 48 
e os 55 anos de idade. As alterações endócrinas, 
somáticas (corporais) e psicológicas que ocorrem ao 
término do período reprodutivo são denominadas de 
climatéricas. 
Ciclo menstrual 
O ciclo menstrual é o período durante o qual o oócito 
amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os 
hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelos 
corpos lúteos (estrogênio e progesterona) produzem 
mudanças cíclicas no endométrio. Essas mudanças 
mensais na camada interna do útero constituem o ciclo 
endometrial, mais comumente chamado de ciclo 
(período) menstrual, porque a menstruação (fluxo 
sanguíneo do útero) é evidente. O tempo médio do ciclo 
menstrual é de 28 dias, sendo o primeiro dia do ciclo 
determinado quando se inicia o fluxo menstrual. Os 
ciclos menstruais normalmente variam em extensão por 
vários dias. 
Fases do Ciclo Menstrual 
Fase Menstrual 
A camada funcional da parede uterina desintegra-se e é 
expelida no fluxo menstrual ou menstruação 
(sangramento mensal), que normalmente dura 4 a 5 dias. 
O sangue descartado pela vagina está misturado a 
pequenos fragmentos de tecido endometrial. Após a 
menstruação, o endométrio erodido fica delgado. 
Fase Proliferativa 
Esta fase, que dura aproximadamente 9 dias, coincide 
com o crescimento dos folículos ovarianos e é 
controlada pelo estrogênio secretado pelos folículos. 
Nesta fase de reparo e proliferação ocorre um aumento 
de duas a três vezes na espessura do endométrio e no 
seu conteúdo de água. As glândulas aumentamem 
número e comprimento e as artérias espiraladas se 
alongam. 
Fase Secretora 
A fase secretora ou fase lútea, dura aproximadamente 
13 dias e coincide com a formação, o funcionamento e 
o crescimento do corpo lúteo. A progesterona produzida 
pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar 
um material rico em glicogênio. As glândulas se tornam 
grandes, tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa 
devido à influência da progesterona e do estrogênio 
produzidos pelo corpo lúteo e também por causa do 
aumento de fluido no tecido conjuntivo. 
Se a fecundação não ocorrer: 
• O corpo lúteo se degenera. 
• Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o 
endométrio secretor entra na fase isquêmica. 
• Ocorre a menstruação. 
Fase Isquêmica 
A fase isquêmica ocorre quando o oócito não é 
fecundado; as artérias espiraladas se contraem, dando ao 
endométrio uma aparência pálida. Essa constrição é 
resultado da diminuição da secreção de hormônios, 
principalmente a progesterona, devido à degradação do 
corpo lúteo. 
No fim da fase isquêmica, as artérias espiraladas se 
contraem por longos períodos, isso provoca estase 
venosa (congestão e diminuição da circulação venosa) e 
necrose isquêmica (morte) dos tecidos superficiais. 
Finalmente, ocorre a ruptura das paredes dos vasos 
lesionados e o sangue penetra o tecido conjuntivo 
adjacente. Pequenas lacunas de sangue se formam e se 
rompem na superfície endometrial, resultando em 
sangramento para a cavidade uterina e através da 
vagina. 
À medida que pequenos fragmentos de endométrio se 
destacam e caem dentro da cavidade uterina, as 
extremidades das artérias sangram para a cavidade. Por 
fim, 3 a 5 dias depois, toda a camada compacta e a maior 
parte da camada esponjosa do endométrio são 
eliminadas na menstruação. Os remanescentes das 
camadas esponjosa e basal permanecem para que se 
regenerem durante a fase proliferativa subsequente do 
endométrio. 
Se a fecundação ocorrer: 
•Inicia-se a clivagem do zigoto e a blastogênese 
(formação do blastocisto). 
• O blastocisto começa a implantar-se no endométrio 
aproximadamente no sexto dia da fase lútea. 
• A gonadotrofina coriônica humana, um hormônio 
produzido pelo sinciciotrofoblasto, mantém o corpo 
lúteo secretando estrogênio e progesterona. 
• A fase lútea prossegue e a menstruação não ocorre. 
Gestação 
Se ocorrer gestação, os ciclos menstruais cessam e o 
endométrio passa para a fase gravídica. Com o término 
da gestação, os ciclos ovariano e menstrual voltam a 
funcionar após um período variável (normalmente de 6 
a 10 semanas se a mulher não estiver amamentando). 
Exceto durante a gestação, os ciclos reprodutivos 
normais prosseguem até a menopausa. 
Transporte de gametas 
Transporte do Oócito 
Na ovulação, o oócito secundário é expelido do folículo 
ovariano junto com fluido folicular. Durante a ovulação, 
as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-
se intimamente do ovário. Os processos digitiformes da 
tuba, as fímbrias, movem-se para frente e para trás do 
ovário. A ação de varredura das fímbrias e a corrente de 
fluido produzida pelos cílios (extensões móveis) das 
células da mucosa das fímbrias “varrem” o oócito 
secundário para o infundíbulo afunilado da tuba uterina. 
O oócito passa então para a ampola da tuba uterina, 
principalmente como resultado da peristalse 
(movimentos da parede da tuba caracterizados pela 
contração e relaxamento alternados) que conduz o 
oócito na direção do útero. 
Transporte dos Espermatozoides 
A ejaculação reflexa do sêmen pode ser dividida em 
duas fases: 
Emissão: o sêmen é enviado para a porção prostática da 
uretra pelos ductos ejaculatórios após a peristalse 
(movimentos peristálticos) dos ductos deferentes; a 
emissão é uma resposta autônoma simpática. 
Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra através do 
óstio uretral externo; isso é resultado do fechamento do 
esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração do 
músculo uretral e da contração dos músculos 
bulboesponjosos. 
Os espermatozoides são rapidamente transportados do 
epidídimo para a uretra por contrações peristálticas da 
espessa camada muscular dos ductos deferentes. As 
glândulas sexuais acessórias, que são as glândulas 
seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais, 
produzem secreções que são adicionadas ao fluido 
espermático nos ductos deferentes e na uretra. 
A passagem dos espermatozoides do útero para a tuba 
uterina resulta principalmente das contrações da parede 
muscular desses órgãos. As prostaglandinas 
(substâncias fisiologicamente ativas) no sêmen 
parecemestimular a motilidade uterina no momento da 
relação sexual e auxiliam na movimentação dos 
espermatozoides até o local da fecundação na ampola da 
tuba uterina. A frutose, secretada pelas glândulas 
seminais, é uma fonte de energia para os 
espermatozoides no sêmen. 
Sequência da fecundação 
Normalmente, o local da fecundação é a ampola da 
tuba uterina. Se o oócito não for fecundado na ampola, 
ele passa lentamente pela tuba e chega ao corpo do 
útero, onde se degenera e é reabsorvido. 
A fecundação é uma sequência complexa de eventos 
moleculares coordenados que se inicia com o contato 
entre um espermatozoide e um oócito e termina com a 
mistura dos cromossomos maternos e paternos na 
metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto; o 
embrião unicelular. 
Fases da Fecundação 
Passagem de um espermatozoide através da corona 
radiata. 
Penetração da zona pelúcida. 
Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, 
ocorre a reação zonal, uma alteração nas propriedades 
da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros 
espermatozoides. 
Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do 
espermatozoide. As membranas plasmáticas ou 
celulares do oócito e do espermatozoide se fundem e se 
rompem na região da fusão. A cabeça e a cauda do 
espermatozoide entram no citoplasma do oócito. 
Término da segunda divisão meiótica do oócito e 
formação do pronúcleo feminino. Quando o 
espermatozoide penetra o oócito, este é ativado e 
termina a segunda divisão meiótica formando um oócito 
maduro e um segundo corpo polar. Em seguida, os 
cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do 
oócito maduro se torna o pronúcleo feminino. 
Formação do pronúcleo masculino. Dentro do 
citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide 
aumenta para formar o pronúcleo masculino, e a cauda 
do espermatozoide degenera. 
Logo que os pronúcleos se fundem em um único 
agregado diploide de cromossomos, a oótide se torna 
um zigoto. Os cromossomos no zigoto se organizam em 
um fuso de clivagem, em preparação para as sucessivas 
divisões do zigoto. 
O zigoto é geneticamente único porque metade dos 
cromossomos é materna e a outra metade é paterna. O 
zigoto contém uma nova combinação de cromossomos 
diferente da combinação das células paternas. Esse 
mecanismo é a base da herança biparental e da variação 
da espécie humana. A meiose possibilita a distribuição 
aleatória dos cromossomos paternos e maternos entre as 
células germinativas. 
O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos 
segmentos dos cromossomos paterno e materno 
“embaralha” os genes, produzindo uma recombinação 
do material genético. O sexo cromossômico do embrião 
é determinado na fecundação dependendo do tipo de 
espermatozoide (X ou Y) que fecunde o oócito. A 
fecundação por um espermatozoide que carrega o 
cromossomo X produz um zigoto 46,XX, que se 
desenvolve em um embrião feminino; já a fecundação 
por um espermatozoide que carrega o cromossomo Y 
gera um zigoto 46,XY, que se desenvolve em um 
embrião masculino. 
Fecundação 
•Estimula o oócito a completar a segunda divisão 
meiótica. 
•Restaura o número diploide normal de cromossomos 
(46) no zigoto. 
•Resulta na variação da espécie humana por meio da 
mistura de cromossomos paternos e maternos. 
•Determinao sexo cromossômico do embrião. 
•Causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase 
maduro) e inicia a clivagem do zigoto. 
Fertilização in vitro (FIV) e procedimento de 
transferência de embriões 
 
Clivagem do zigoto 
A clivagem consiste em divisões mitóticas repetidas do 
zigoto, resultando em um aumento rápido do número de 
células (blastômeros). Essas células embrionárias 
tornam-se menores a cada divisão. A clivagem ocorre 
conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao 
útero. Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da 
zona pelúcida. 
A divisão do zigoto em blastômeros se inicia 
aproximadamente 30 horas após a fecundação. As 
divisões subsequentes seguem-se uma após a outra, 
formando, progressivamente, blastômeros menores. 
Após o estágio de nove células, os blastômeros mudam 
sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros 
para formar uma bola compacta de células. 
A compactação possibilita uma maior interação célula-
célula e é um pré-requisito para a separação das células 
internas que formam o embrioblasto (massa celular 
interna) do blastocisto. Quando existem 12 a 32 
blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é 
chamado de mórula. As células internas da mórula são 
circundadas pelas células trofoblásticas. A mórula se 
forma aproximadamente 3 dias após a fecundação e 
chega ao útero. 
 
 
Formação do blastocisto 
Logo após a mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 
dias após a fecundação), surge no interior da mórula um 
espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocística. 
O líquido passa da cavidade uterina através da zona 
pelúcida para formar esse espaço. Conforme o líquido 
aumenta na cavidade blastocística, ele separa os 
blastômeros em duas partes: 
Uma delgada camada celular externa, o trofoblasto 
(nutrição), que formará a parte embrionária da placenta 
Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o 
embrioblasto (massa celular interna), que formará o 
embrião. 
Durante esse estágio de desenvolvimento, ou 
blastogênese, o concepto (embrião e suas membranas) é 
chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se projeta 
para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a 
parede do blastocisto. Depois que o blastocisto flutuou 
pelas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias, a 
zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece. 
A degeneração da zona pelúcida permite o rápido 
crescimento do blastocisto. Enquanto está flutuando no 
útero, o blastocisto obtém nutrição das secreções das 
glândulas uterinas. 
Aproximadamente 6 dias após a fecundação (dia 20 de 
um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao 
epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo 
embrionário. Logo que o blastocisto adere ao epitélio 
endometrial, o trofoblasto se prolifera rapidamente e se 
diferencia em duas camadas. 
• Uma camada interna, o citotrofoblasto. 
• Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que 
consiste em uma massa protoplasmática multinucleada 
na qual nenhum limite celular pode ser observado. 
 
 
Imagem: Aderência do blastocisto ao epitélio 
endometrial durante os primeiros estágios da 
implantação. A, Após 6 dias, o trofoblasto está aderido 
ao epitélio endometrial no polo embrionário do 
blastocisto. B, Aos 7 dias: o sinciciotrofoblasto 
penetrou o epitélio e começou a invadir o tecido 
conjuntivo endometrial. 
Resumo da primeira semana 
Os oócitos são produzidos pelos ovários (oogênese) e 
são expelidos deles durante a ovulação (Fig. 2-20). As 
fímbrias da tuba uterina varrem o oócito para a 
ampola, onde ele pode ser fecundado. Geralmente 
somente um oócito é expelido na ovulação. 
Os espermatozoides são produzidos nos testículos 
(espermatogênese) e armazenados nos epidídimos. A 
ejaculação do sêmen resulta na deposição de milhões de 
espermatozoides na vagina. Várias centenas deles 
passam através do útero e entram nas tubas uterinas. 
 Quando um oócito é penetrado por um espermatozoide, 
ele completa a segunda divisão meiótica. Como 
resultado, um oócito maduro e um segundo corpo polar 
são formados. O núcleo do oócito maduro constitui o 
pronúcleo feminino. 
Após o espermatozoide entrar no oócito, a cabeça dele 
se separa da cauda e aumenta para se tornar o pronúcleo 
masculino. A fecundação se completa quando os 
pronúcleos masculino e feminino se unem e os 
cromossomos maternos e paternos se misturam durante 
a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. 
 À medida que o zigoto passa ao longo da tuba uterina 
em direção ao útero, sofre clivagens (uma série de 
divisões mitóticas) em várias células menores, os 
blastômeros. Aproximadamente três dias após a 
fecundação, uma esfera de 12 ou mais blastômeros (a 
mórula) entra no útero. 
Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em 
blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela 
cavidade blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto 
encapsula o embrioblasto e a cavidade blastocística e 
depois irá formar estruturas extraembrionárias e a 
porção embrionária da placenta. 
 Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona pelúcida 
desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto se 
adere ao epitélio endometrial. 
O trofoblasto do polo embrionário se diferencia em duas 
camadas, uma externa, o sinciciotrofoblasto e outra 
interna, o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto invade o 
epitélio endometrial e o tecido conjuntivo adjacente. 
Concomitantemente, forma-se uma camada cuboidal de 
hipoblasto na superfície inferior do embrioblasto. Ao 
final da primeira semana, o blastocisto está 
superficialmente implantado no endométrio. 
Imagem: Resumo do ciclo ovariano, fecundação e 
desenvolvimento embrionário durante a primeira 
semana. O estágio 1 do desenvolvimento começa com a 
fecundação na ampola da tuba uterina e termina com a 
formação do zigoto. O estágio 2 (dias 2 a 3) compreende 
o estágio inicial da clivagem (de 2 até aproximadamente 
32 células, a mórula). O estágio 3 (dias 4 a 5) é a fase 
do blastocisto livre. O estágio 4 (dias 5 a 6) é 
representado pela implantação do blastocisto na parede 
posterior do útero, local normal da implantação. O 
blastocisto está seccionado para mostrar a estrutura 
interna dele.

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