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MBA do Setor Elétrico Brasileiro ÁREA: Comercialização de Energia Elétrica DISCIPLINA: Operação do Sistema Elétrico Brasileiro PROFESSOR: Saulo José Nascimento Cisneiros 1 MBA do Setor Elétrico Brasileiro TEMA: Garantia do Atendimento Energético 2 113 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro “ÁGUA E ENERGIA SÃO BENS COMUNS E DE TODOS” 3 Principais Características do SIN Dimensão Continental Predominante hidroelétrico com grandes usinas distantes dos centros de carga: Capacidade instalada de geração: 63% Produção anual depende das afluências Longas linhas de transmissão Números atuais: Capacidade instalada de geração: > 172.000 MW Extensão linhas de transmissão >= 230 kV: > 145.000 km Integração de novas fontes Grandes usinas a fio d’água na região amazônica Inserção das fontes intermitentes 4 114 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro O Critério de Garantia do Suprimento Resolução CNPE No 01/2004 - Art 2º: “O risco de insuficiência de oferta de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional – SIN não poderá exceder 5% em cada um dos subsistemas que o compõem.” “Equilíbrio Estrutural (Expansão) é condição necessária, mas não suficiente para Equilíbrio Conjuntural (Operação)” A expansão do sistema é feita com um risco intrínseco de déficit, o que pode afetar, no futuro, a operação do SIN 5 O grande objetivo comum de todos nós é: ninguém quer nem aceita um racionamento de energia, pois o seu custo econômico e social é bastante alto para toda sociedade O custo econômico direto do de 2001 foi calculado em R$45,2 bilhões pelo TCU O Grande Objetivo Comum 6 115 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Garantia do Atendimento Energético A sociedade não quer nem aceita um racionamento de energia, em face dos seus altos custos econômicos e sociais A expansão do sistema é feita com um risco intrínseco de déficit, pois ficaria extremamente oneroso planejar a expansão do parque de geração para um risco de déficit nulo Na fase de operação tem-se a responsabilidade de evitar este déficit através de ações mitigadoras Essas ações têm custos que dependem de vários fatores Quanto menor for o risco intrínseco de déficit da expansão, maiores serão os custos de expansão e menores os custos de operação, e vice-versa Qual é o risco de déficit ótimo da expansão que produz os menores custos totais de atendimento ao mercado? 7 O setor elétrico tem a responsabilidade de garantir o atendimento energético através de ações de longo, médio e curto prazo As ações de longo e médio prazo da expansão são concretizadas através dos Leilões de Energia Leilões de Energia Nova – LEN com antecedência de 4 e de 6 anos Leilões de Transmissão Garantia do Atendimento Energético 8 116 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro As ações de curto e médio prazo da operação têm como base estratégias especiais para maximizar os níveis dos reservatórios em função das afluências As ações de curto e médio prazo da operação têm como base estratégias baseadas em: Aplicação da metodologia CVaR a partir de setembro/2013 – curto prazo Ações de Segurança – médio prazo Garantia do Atendimento Energético 9 Os níveis de armazenamento e as afluências aos reservatórios são determinantes para a segurança do atendimento Para superar estiagens deve se utilizar estratégias especiais de operação A expansão da Geração e Transmissão é preponderante para aumentar a segurança do atendimento Propostas ao MME / CMSE / EPE de providências para aumentar a margem de segurança Estoque de Segurança Ações de Segurança Curto Prazo 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano Foco no 1º e 2º anos Foco no 3º, 4º e 5º anos Médio Prazo Estratégias de Operação 10 117 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro CVaR (Conditional Value at Risk) A partir do Programa Mensal da Operação de setembro de 2013 foi oficialmente implantado o CVaR O CVaR é um mecanismo de aversão a risco que tem por objetivo uma operação energética mais segura O CVaR substituiu a Curva de Aversão a Risco (CAR) e os Procedimentos Operativos de Curto Prazo (POCP) Com ela, o custo de operação médio das diversas possibilidades de afluência (cenários) utilizadas para a decisão de despacho hidrotérmico é calculado considerando uma ponderação, na qual os cenários de custo mais elevados recebem maior peso Assim, de forma a se precaver contra esses cenários, o processo de otimização define um maior despacho térmico com vistas a proporcionar maior segurança energética 11 CVaR (Conditional Value at Risk) 12 118 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Em função da característica da oferta e da gradual perda de regularização é imprescindível, para a garantia do atendimento do ano seguinte, dispor-se de estratégia que possibilite atingir um estoque de segurança nos reservatórios ao final do período seco do ano em curso: Nível Meta de Armazenamento ao Final de Novembro. A definição desse Nível Meta é função do critério de segurança desejado, ou seja: Para qual afluência crítica no período DEZ/1º ano – ABR/2º ano se quer garantir o atendimento do ano seguinte? Objetivo do Estoque de Segurança (Vigorou de JAN/2008 a SET/2013, quando foi substituído pelo CVaR) 13 No período ABR/NOV, caso necessário, serão adotados procedimentos operativos – intercâmbios entre subsistemas e antecipação de geração térmica – para atingir o nível meta desejado em novembro do 1º ano buscando o aumento da garantia do atendimento no 2º ano. Fev/1ºAno Nov/1ºAno Abr/2ºAno Nov/2ºAno NSPS 10% NSPU Nível Meta (%EAR) Afluência selecionada para o critério de segurança desejado – DEZ/ABR N1 Pior do histórico N2 2ª pior do histórico Nc CAR Nível verificado Final FEV Verificado Final JAN Jan/1ºAno Série de Referência Procedimentos Operativos de Curto Prazo – Nível Meta (Vigorou de JAN/2008 a SET/2013, quando foi substituído pelo CVaR) 14 119 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Substituição do CVAR por Curva de Níveis Meta O CMSE aprovou na reunião mensal realizada no dia 04.12.19 metodologia que vai auxiliar a avaliação da necessidade do acionamento de usinas termelétricas fora da ordem de mérito. Ela estabelece um cenário hidrológico de referência, com uma curva bianual que será definida de forma a garantir que ao final do segundo ano (no caso, 2021) haverá um armazenamento mínimo de: • 10% nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste; 30% no Sul e 22,5% no Nordeste. • Na região Norte, será utilizada a curva referencial de armazenamento estimada para a hidrelétrica de Tucuruí. 15 Segundo o CMSE, “a curva não terá caráter determinativo, mas trará maior transparência à tomada de decisão quanto à eventual necessidade de despacho térmico adicional.” Em nota divulgada no dia 05.12.19, o Comitê informou que a opção pela curva de dois anos vai permitir a busca de condições de armazenamento que garantam o suprimento adequado num horizonte maior de tempo, com o acoplamento entre os meses iniciais e finais (dezembro/janeiro) para o ano seguinte. O cenário de referência vai utilizar as médias mensais de vazões dos cinco anos mais críticos nos últimos 20 anos. A curva será atualizada a cada ano pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. Substituição do CVAR por Curva de Níveis Meta 16 120 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Garantia do Atendimento Energético As ações mitigadoras de curto prazo têm custos que dependem: do valor do risco de déficit da expansão do custo da geração térmica da garantia do atendimento energético definida para o médio e curto prazos das afluências aos reservatórios da capacidade de regularização dos reservatórios Os custos associados à segurança energética no médio e curto prazos estão expressos em encargos, que representam a garantia requerida para atendimento ao mercado 17 Desafios Causados pelas Novas Fontes e Demandas Ambientais18 121 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Novas e grandes hidroelétricas localizadas distantes dos grandes centros de carga, exigindo extensos sistemas de transmissão para o transporte de grandes blocos de energia no período chuvoso e pequenos montantes nos períodos secos Essas novas hidroelétricas com grande capacidade de produção no período chuvoso, sem reservatório de acumulação, e baixa produção no período seco, propiciam uma acentuada sazonalidade da oferta Aumento considerável das fontes renováveis não convencionais, em especial a Energia Eólica Características da Oferta Futura 19 As demandas ambientais tem provocado restrições para construção e operação de usinas hidráulicas A capacidade total dos reservatórios está sendo mantida enquanto que a carga cresce em média 5% ao ano Desta forma a energia armazenada nos reservatórios em relação a carga total tem se reduzido a cada ano Impactos das Demandas Ambientais 20 122 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Características do Parque Hidráulico Redução gradativa da regularização plurianual Capacidade de Regularização = Energia total armazenada nos reservatórios (EARmax) / Carga Total Mensal de Energia Elétrica (Carga) 21 A queda de regularização do SIN devido a restrições ambientais causa as seguintes consequências: Maior dependência do período úmido das bacias do SIN Necessidade de enchimento e esvaziamento dos principais reservatórios com periodicidade anual Redução da capacidade do SIN de armazenar a geração das fontes intermitentes Uso mais intenso de geração térmica para a garantia do suprimento energético e para o atendimento à ponta, com o consequente aumento dos custos de operação Aumento dos custos de expansão Consequências da Queda da Regularização 22 123 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro 89,6 82,1 87,7 79,7 63,3 43,3 40,7 56,7 42,4 46,0 25,1 52,2 22,8 59,5 24,7 45,2 35,4 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 01 /0 1/ 20 0 1 01 /0 6/ 20 0 1 01 /1 1/ 20 0 1 01 /0 4/ 20 0 2 01 /0 9/ 20 0 2 01 /0 2/ 20 0 3 01 /0 7/ 20 0 3 01 /1 2/ 20 0 3 01 /0 5/ 20 0 4 01 /1 0/ 20 0 4 01 /0 3/ 20 0 5 01 /0 8/ 20 0 5 01 /0 1/ 20 0 6 01 /0 6/ 20 0 6 01 /1 1/ 20 0 6 01 /0 4/ 20 0 7 01 /0 9/ 20 0 7 01 /0 2/ 20 0 8 01 /0 7/ 20 0 8 01 /1 2/ 20 0 8 01 /0 5/ 20 0 9 01 /1 0/ 20 0 9 01 /0 3/ 20 1 0 01 /0 8/ 20 1 0 01 /0 1/ 20 1 1 01 /0 6/ 20 1 1 01 /1 1/ 20 1 1 01 /0 4/ 20 1 2 01 /0 9/ 20 1 2 01 /0 2/ 20 1 3 01 /0 7/ 20 1 3 01 /1 2/ 20 1 3 01 /0 5/ 20 1 4 01 /1 0/ 20 1 4 01 /0 3/ 20 1 5 01 /0 8/ 20 1 5 01 /0 1/ 20 1 6 01 /0 6/ 20 1 6 01 /1 1/ 20 1 6 01 /0 4/ 20 1 7 01 /0 9/ 20 1 7 01 /0 2/ 20 1 8 01 /0 7/ 20 1 8 01 /1 2/ 20 1 8 01 /0 5/ 20 1 9 01 /1 0/ 20 1 9 01 /0 3/ 20 2 0 01 /0 8/ 20 2 0 01 /0 1/ 20 2 1 01 /0 6/ 20 2 1 En er gi a A rm az en ad a (% ) Energia Armazenada no SIN - 2001/2021 23 33,6 21,1 70,4 38,4 77,6 82,7 59,3 85,7 59,2 42,8 87,8 48,2 82,2 67,3 81,8 40,6 87,8 57,0 80,0 28,9 63,8 37,4 27,5 58,3 56,1 33,7 42,6 20,2 47,1 47,3 18,9 55,1 18,7 34,7 26,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 01 /0 1/ 20 0 1 01 /0 6/ 20 0 1 01 /1 1/ 20 0 1 01 /0 4/ 20 0 2 01 /0 9/ 20 0 2 01 /0 2/ 20 0 3 01 /0 7/ 20 0 3 01 /1 2/ 20 0 3 01 /0 5/ 20 0 4 01 /1 0/ 20 0 4 01 /0 3/ 20 0 5 01 /0 8/ 20 0 5 01 /0 1/ 20 0 6 01 /0 6/ 20 0 6 01 /1 1/ 20 0 6 01 /0 4/ 20 0 7 01 /0 9/ 20 0 7 01 /0 2/ 20 0 8 01 /0 7/ 20 0 8 01 /1 2/ 20 0 8 01 /0 5/ 20 0 9 01 /1 0/ 20 0 9 01 /0 3/ 20 1 0 01 /0 8/ 20 1 0 01 /0 1/ 20 1 1 01 /0 6/ 20 1 1 01 /1 1/ 20 1 1 01 /0 4/ 20 1 2 01 /0 9/ 20 1 2 01 /0 2/ 20 1 3 01 /0 7/ 20 1 3 01 /1 2/ 20 1 3 01 /0 5/ 20 1 4 01 /1 0/ 20 1 4 01 /0 3/ 20 1 5 01 /0 8/ 20 1 5 01 /0 1/ 20 1 6 01 /0 6/ 20 1 6 01 /1 1/ 20 1 6 01 /0 4/ 20 1 7 01 /0 9/ 20 1 7 01 /0 2/ 20 1 8 01 /0 7/ 20 1 8 01 /1 2/ 20 1 8 01 /0 5/ 20 1 9 01 /1 0/ 20 1 9 01 /0 3/ 20 2 0 01 /0 8/ 20 2 0 01 /0 1/ 20 2 1 01 /0 6/ 20 2 1 En er gi a A rm az en ad a (% ) Energia Armazenada no Sudeste/Centro-Oeste - 2001/2021 24 124 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro 41,2 8,0 63,7 18,4 52,3 13,5 97,5 56,7 98,5 99,2 53,0 96,1 27,0 81,9 36,5 98,3 61,6 77,1 39,5 89,6 46,2 84,8 31,7 48,3 22,3 43,4 12,6 26,8 4,9 32,8 9,8 21,5 5,5 40,5 25,5 57,9 33,7 91,7 46,1 68,5 54,8 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 01 /0 1/ 20 0 1 01 /0 6/ 20 0 1 01 /1 1/ 20 0 1 01 /0 4/ 20 0 2 01 /0 9/ 20 0 2 01 /0 2/ 20 0 3 01 /0 7/ 20 0 3 01 /1 2/ 20 0 3 01 /0 5/ 20 0 4 01 /1 0/ 20 0 4 01 /0 3/ 20 0 5 01 /0 8/ 20 0 5 01 /0 1/ 20 0 6 01 /0 6/ 20 0 6 01 /1 1/ 20 0 6 01 /0 4/ 20 0 7 01 /0 9/ 20 0 7 01 /0 2/ 20 0 8 01 /0 7/ 20 0 8 01 /1 2/ 20 0 8 01 /0 5/ 20 0 9 01 /1 0/ 20 0 9 01 /0 3/ 20 1 0 01 /0 8/ 20 1 0 01 /0 1/ 20 1 1 01 /0 6/ 20 1 1 01 /1 1/ 20 1 1 01 /0 4/ 20 1 2 01 /0 9/ 20 1 2 01 /0 2/ 20 1 3 01 /0 7/ 20 1 3 01 /1 2/ 20 1 3 01 /0 5/ 20 1 4 01 /1 0/ 20 1 4 01 /0 3/ 20 1 5 01 /0 8/ 20 1 5 01 /0 1/ 20 1 6 01 /0 6/ 20 1 6 01 /1 1/ 20 1 6 01 /0 4/ 20 1 7 01 /0 9/ 20 1 7 01 /0 2/ 20 1 8 01 /0 7/ 20 1 8 01 /1 2/ 20 1 8 01 /0 5/ 20 1 9 01 /1 0/ 20 1 9 01 /0 3/ 20 2 0 01 /0 8/ 20 2 0 01 /0 1/ 20 2 1 01 /0 6/ 20 2 1 En er gi a A rm az en ad a (% ) Energia Armazenada no Nordeste - 2001/2021 25 88,4 15,0 18,2 47,7 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 01 /0 1/ 20 0 1 01 /0 6/ 20 0 1 01 /1 1/ 20 0 1 01 /0 4/ 20 0 2 01 /0 9/ 20 0 2 01 /0 2/ 20 0 3 01 /0 7/ 20 0 3 01 /1 2/ 20 0 3 01 /0 5/ 20 0 4 01 /1 0/ 20 0 4 01 /0 3/ 20 0 5 01 /0 8/ 20 0 5 01 /0 1/ 20 0 6 01 /0 6/ 20 0 6 01 /1 1/ 20 0 6 01 /0 4/ 20 0 7 01 /0 9/ 20 0 7 01 /0 2/ 20 0 8 01 /0 7/ 20 0 8 01 /1 2/ 20 0 8 01 /0 5/ 20 0 9 01 /1 0/ 20 0 9 01 /0 3/ 20 1 0 01 /0 8/ 20 1 0 01 /0 1/ 20 1 1 01 /0 6/ 20 1 1 01 /1 1/ 20 1 1 01 /0 4/ 20 1 2 01 /0 9/ 20 1 2 01 /0 2/ 20 1 3 01 /0 7/ 20 1 3 01 /1 2/ 20 1 3 01 /0 5/ 20 1 4 01 /1 0/ 20 1 4 01 /0 3/ 20 1 5 01 /0 8/ 20 1 5 01 /0 1/ 20 1 6 01 /0 6/ 20 1 6 01 /1 1/ 20 1 6 01 /0 4/ 20 1 7 01 /0 9/ 20 1 7 01 /0 2/ 20 1 8 01 /0 7/ 20 1 8 01 /1 2/ 20 1 8 01 /0 5/ 20 1 9 01 /1 0/ 20 1 9 01 /0 3/ 20 2 0 01 /0 8/ 20 2 0 01 /0 1/ 20 2 1 01 /0 6/ 20 2 1 En er gi a A rm az en ad a (% ) Energia Armazenada no Sul - 2001/2021 26 125 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro 86,1 12,8 17,8 73,7 15,1 83,2 28,1 84,1 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 01 /0 1/ 20 0 1 01 /0 6/ 20 0 1 01 /1 1/ 20 0 1 01 /0 4/ 20 0 2 01 /0 9/ 20 0 2 01 /0 2/ 20 0 3 01 /0 7/ 20 0 3 01 /1 2/ 20 0 3 01 /0 5/ 20 0 4 01 /1 0/ 20 0 4 01 /0 3/ 20 0 5 01 /0 8/ 20 0 5 01 /0 1/ 20 0 6 01 /0 6/ 20 0 6 01 /1 1/ 20 0 6 01 /0 4/ 20 0 7 01 /0 9/ 20 0 7 01 /0 2/ 20 0 8 01 /0 7/ 20 0 8 01 /1 2/ 20 0 8 01 /0 5/ 20 0 9 01 /1 0/ 20 0 9 01 /0 3/ 20 1 0 01 /0 8/ 20 1 0 01 /0 1/ 20 1 1 01 /0 6/ 20 1 1 01 /1 1/ 20 1 1 01 /0 4/ 20 1 2 01 /0 9/ 20 1 2 01 /0 2/ 20 1 3 01 /0 7/ 20 1 3 01 /1 2/ 20 1 3 01 /0 5/ 20 1 4 01 /1 0/ 20 1 4 01 /0 3/ 20 1 5 01 /0 8/ 20 1 5 01 /0 1/ 20 1 6 01 /0 6/ 20 1 6 01 /1 1/ 20 1 6 01 /0 4/ 20 1 7 01 /0 9/ 20 1 7 01 /0 2/ 20 1 8 01 /0 7/ 20 1 8 01 /1 2/ 20 1 8 01 /0 5/ 20 1 9 01 /1 0/ 20 1 9 01 /0 3/ 20 2 0 01 /0 8/ 20 2 0 01 /0 1/ 20 2 1 01 /0 6/ 20 2 1 En er gi a A rm az en ad a (% ) Energia Armazenada noNorte - 2001/2021 27 Geração das Grandes UHEs a Fio d’Água Em 2019, 16.000 MW de geração eólica e 18.000 MW de grandes UHEs a fio d’água estarão em operação, 7.000 MW no Rio Madeira (Jirau + Santo Antonio) e 11.000 MW no Rio Xingu (Belo Monte) O pico de geração durante o período úmido atingirá a capacidade total instalada e no período seco decrescerá a menos de 2.000 MW Esta larga faixa (18.000 X 2.000) é uma consequência natural das usinas a fio d’água cuja geração real depende apenas da afluência às usinas 28 126 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Dificuldade para alocar a geração plena das usinas a fio d’água na curva de carga diária e armazenar esta geração nos reservatórios existentes em outras regiões durante o período úmido das bacias que ocorre de dezembro a abril nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste Alta probabilidade de perda real da geração das hidráulicas sem reservatório mais a geração intermitente durante o período úmido Será muito difícil acomodar de forma plena a geração das grandes usinas hidráulicas sem reservatório e a geração das fontes intermitentes Impactos Operacionais Causados pela Geração a Fio d’água 29 Aumento da geração térmica com o consequente aumento dos custos operacionais e também das emissões de CO2 com impacto direto no meio ambiente Os custos totais dependem da geração das hidráulicas sem reservatório e da geração das fontes intermitentes, que não será possível armazenar, mais a geração térmica adicional Impactos Econômicos Causados pela Geração a Fio d’água CT = Custo (GHsRna + GEOLna + GT) 30 127 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Este cenário requer resposta para esta questão chave: “qual é a mínima capacidade de regularização dos reservatórios que deve ser observada visando dar condições para armazenar a geração intermitente e otimizar a geração produzida por todas as fontes?” A construção de usinas hidráulicas, mesmo com pequenos reservatórios, promove os seguintes benefícios: Controlar a energia hidráulica afluente e armazenar a geração intermitente Reduzir o despacho de geração térmica, contribuindo para a redução da emissão de CO2 Proposta para Redução dos Impactos Emergentes 31 Proposta de uma Matriz Energética 32 128 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro A geração hidráulica é um recurso variável, sua disponibilidade depende da ocorrência de chuvas nas bacias aonde estão os reservatórios de acumulação As novas usinas hidráulicas estão distantes dos centros de carga, o que requer a implantação de extensos sistemas de transmissão A geração térmica é um recurso fixo, sua disponibilidade depende apenas da existência do combustível A implantação de térmicas próximas aos centros de carga pode aumentar a segurança, a confiabilidade e a qualidade do atendimento a esses centros A fontes renováveis não convencionais, como eólica e solar, são fontes intermitentes e não despacháveis, seu volume depende da magnitude de vento e sol Considerações sobre a Matriz Energética 33 Os reservatórios das usinas hidráulicas (convencionais e de bombeamento) são o melhor meio para armazenar a geração das fontes intermitentes em nível sistêmico, reduzindo a necessidade de instalação massiva de outros meios de armazenamento As hidráulicas com reservatório + geração intermitente maximizam os benefícios técnicos e econômicos que podem ser obtidos considerando as características de todas as fontes disponíveis Com as restrições à implantação de reservatórios, surgem as usinas térmicas a gás aeroderivadas, de partida e variação rápida de geração Considerações sobre a Matriz Energética 34 129 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Fontes intermitentes como Eólica e Solar são muito importantes para suprir a demanda de energia elétrica Porém essas fontes devem ser consideradas como complementares e não como básicas, porque elas podem variar de forma abrupta e significativa em certos momentos e por períodos de tempo A demanda de energia elétrica não pode ser suprida apenas por fontes intermitentes Qual é o mix adequado de fontes para suprir a demanda de energia elétrica considerando aspectos de segurança, eficiência e ambientais? Considerações sobre a Matriz Energética 35 O mix adequado de fontes deve maximizar os benefícios técnicos e econômicos considerando as características de todas as fontes disponíveis A definição desse mix deve considerar as seguintes fontes disponíveis: Hidráulicas com e sem reservatório Térmicas (gás + carvão + nuclear) Renováveis (eólica + solar + biomassa) Nessa proposta de matriz energética deve-se destacar os seguintes pontos: As hidráulicas com reservatório + as fontes renováveis constituem uma vantagem estratégica que não pode ser perdida Não haveria mais espaço para novas térmicas a combustível líquido Proposta de uma Matriz Energética 36 130 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro A geração nuclear apresenta dois grandes desafios: O complexo e custoso processo de descomissionamento das plantas nucleares e de seus equipamentos após o tempo de vida útil pré- definido O armazenamento dos resíduos (lixos) nucleares, especialmente a definição de locais adequados Diante desses desafios, estudos têm sido feitos para: Aumentar a vida útil de plantas nucleares, de forma similar ao que já é feito com usinas convencionais em especial com hidráulicas Melhorar o processo de tratamento e reciclagem para reprocessamento dos resíduos nucleares A Geração Nuclear 37 Mix Adequado de Fontes Hydro with reservoir + Intermittent Gen 38 131 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Reflexões sobre a Expansão 39 O Desafio do Equilíbrio Carga X Geração na Matriz Atual - Necessidades do SIN com as Novas Renováveis Novas UTEs a GN a menores custos Reservatórios de Regularização por menores que sejam Novas Nucleares Meios de Armazenamento 40 132 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro AMPLIAÇÃO DA INTERLIGAÇÃO NORTE-NORDESTE INTERLIGAÇÃO MANAUS/BOA VISTA INTERLIGAÇÃO USINAS RIO TELES PIRES AO SIN USINAS FUTURAS ALOCADAS NE AMPLIAÇÃO DA INTERLIGAÇÃO SUDESTE-NORDESTE USINAS FUTURAS ALOCADAS SUL INTERLIGAÇÃO USINAS RIO MADEIRA AO SIN INTEGRAÇÃO DE BELO MONTE - CC Principais Desafios na Transmissão 41 Evolução da Transmissão - 2016/2025 42 133 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Preocupações para Acomodar Montantes Maiores de Fontes Intermitentes SIN ~ ~ Fontes Convencionais Demanda Demanda Demanda Fontes Intermitentes GD (Geração Distribuída micro e mini) Aumento de Fontes Intermitentes e Geração Distribuída: Aumento do nível de imprevisibilidade no SIN Aumento da complexidade da operação das redes de transmissão e distribuição Necessidade de geração de backup e reserva de potência Necessidade de modernização de equipamentos para estabilidade dinâmica Necessidade de revisão da regulação 43 Paradigma da Expansão da Matriz Energética UTEs de CVU baixo (GN- GNL-Carvão- Biomassa-no longo prazo- Nuclear) UHEs com reservatórios de pequeno porte Eólicas, Solares e PCHs + + Montantes adequados, considerando custos e segurança energética, devem ser determinados por estudos de planejamento da expansão e planejamento da operação UTEs para a ponta de carga e backup (geração de reserva) + Expansão ótima possível no médio prazo + Ampliação dos grandes troncos de transmissão, em especial entre regiões, considerando o critério “N-2” de confiabilidade como forma de mitigar a ocorrência de grandes perturbações PDE (EPE) / PEN (ONS) 44 134 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Planejamento Energético de Longo Prazo A Visão da Operação 45 A Visão da Operação A complementaridade com usinas térmicas é de fundamental importância para enfrentar situaçõeshidrológicas adversas, considerando a expansão da geração hidroelétrica predominantemente a fio d’água A realização de leilões de energia dirigidos para determinadas regiões e/ou por tipo de fonte pode ser uma alternativa para a expansão A progressiva expansão da interligação entre regiões é fator positivo para a agregação de segurança ao SIN. 46 135 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Equilíbrio entre contratação de hidrelétricas a fio d’água devido a restrições ambientais X necessidade de expansão termelétrica eficiente para garantir o atendimento energético e a ponta da carga Qual o ponto ótimo de equilíbrio, em termos de modicidade tarifária, mínimo custo global da expansão e operação, e redução da emissão de CO2? A Visão da Operação 47 Segurança X Custos da Energia Elétrica Há um grande dilema nesta questão da “Maximização da Segurança e Qualidade versus Redução dos Custos da Energia Elétrica” É impossível otimizar ambos pois eles trabalham em direções opostas Qual é a prioridade? Este dilema não é tão simples de decidir como entre as cores vermelha e verde. Ele é muito mais complexo Os consumidores terão a segurança e a qualidade do suprimento de energia elétrica que eles estão dispostos a pagar, embora, de princípio, não querem nem aceitam um racionamento de energia “As situações que levam a decisões difíceis são tão complexas como as próprias opções.” 48 136 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro É recomendável um aprofundamento da discussão com a sociedade do binômio “Segurança x Custos”, de forma a contribuir com a modicidade tarifária sem por em risco a garantia do atendimento energético e atender aos condicionantes ambientais Segurança X Custos da Energia Elétrica 49 Nesse contexto, cabe destacar o papel vital das ações de Reciclagem de Materiais e da Água e do Uso Eficiente da Energia Elétrica e da Água, produzindo os seguintes benefícios: Redução do volume de lixo Redução do consumo de energia e água para fins industriais Redução do consumo de energia elétrica para a mesma produção de bens e serviços Redução dos investimentos e dos custos para expansão do sistema elétrico Redução das necessidades de geração térmica e dos custos operacionais do sistema elétrico Melhoria da eficiência energética global Segurança X Custos da Energia Elétrica 50 137 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Reflexões Globais 51 As fontes intermitentes são complementares e não básicas Você acredita que a demanda de energia elétrica poderia ser suprida apenas por fontes intermitentes? Se não, qual são as outras fontes que você indicaria como básicas para formar a matriz de energia elétrica considerando conceitos de segurança, eficiência e ambientais? Considerações sobre a Matriz Energética 52 138 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Tendências Globais Mudanças Demográficas • Crescente urbanização • Crescimento da população Hoje há 7 bi e em 2050 haverá 9 bi de pessoas no mundo Globalização e Mercados Emergentes • Nos BRICS e na Ásia milhões de pessoas têm emergido para a classe média de consumidores • Na África e América do Sul milhões de pessoas têm acessado a classe baixa de consumidores 53 Evolução Tecnológica e Inovação • Maior disponibilidade de recursos e meios para exploração de novas fontes de energia • Idem para instalações e equipamentos com novas funcionalidades e cada vez mais eficientes • Ganhos de produtividade, viabilizando “fazer mais com menos insumos” • Tecnologia e Inovação contribuindo para o aumento da produtividade e para preservar o meio ambiente. • Preservação ambiental como uma aliada da produtividade Mudanças Climáticas • Aquecimento Global • Medidas para reduzir a emissão de CO2 Tendências Globais 54 139 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro Maior produção de alimentos, bens de consumo, etc. Maior consumo de energia e água Maior exploração dos recursos naturais Maiores impactos sobre o ambiente Escassez de água Tendências Globais – Consequências 55 Redução do desperdício de materiais, alimentos, energia e água Reciclagem de materiais e de água Eficiência Energética global Esta é a Realidade! Tendências Globais – Medidas 56 140 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro “A Realidade é como ela é e não como gostaríamos como ela fosse. Cabe ajustá-la aos nossos objetivos maiores seguindo o caminho do rio que contorna a montanha para chegar ao mar.” 57 Obrigado! Saulo Cisneiros saulo@cigre.org.br 58 141 Operação do Sistema Elétrico Brasileiro
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