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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/336285202 Implementação da escala de alerta precoce-EWS Article · December 2010 CITATIONS 6 READS 639 2 authors, including: Ana Albino Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio 1 PUBLICATION 6 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Ana Albino on 06 October 2019. 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Abstract EWS is a scale of early warning alarm, based on a system of allocation of points (scores) attributed to vital signs, its main aim being the early identification of physiological deterioration of the patient´s condition. Objectives: the objectives of the study were the implementation of the EWS scale and the development/implementation of a medical attention activation algorithm, based on the identified risk. Metholodology: Action-Research Methodology, in a qualitative research study. The participants were the nursing team and 113 patients committed in the Surgery 2 ward of CHBA, and it occurred over the period of March 16 to April 24, 2009. The collection of data was made by consulting records of the EWS scales and patients´clinical files, by direct observation of nursing practice and also by semi-structured interviews to the nurses. Results: 1819 score evaluations were made and 82 miscalculations were detected. In 22 patients (corresponding to 75 score evaluations) risk scores were registered, 25 of which determined activation of medical attention. The vital sign which contributed the most to final score changes was Respiratory Rate. Conclusion: the implementation of EWS scale in association with medical attention activation algorithm is important and translates into benefits for patients as well as nursing and medical health professionals. Keywords: EWS, physilogical deterioration, vital signs Resumo A EWS é uma escala de alerta, baseada num sistema de atribuição de pontos (scores) aos parâmetros vitais, sendo a sua principal finalidade a identificação precoce do risco de deterioração fisiológica do doente. Objectivos do estudo - a implementação da “EWS” e a elaboração/aplicação de um algoritmo de activação de alerta médico, em função do grau de risco identificado pelo Score. Metodologia - investigação-acção, num estudo de natureza qualitativa. Os participantes no estudo foram a Equipa de Enfermagem e os 113 doentes internados no Serviço de Cirurgia 2 do CHBA, no período de 16 de Março a 24 Abril de 2009. A recolha de dados consistiu na consulta de registos (escalas EWS e processos clínicos), na observação directa da prática e entrevistas semi- estruturadas, aos enfermeiros. Resultados: foram efectuadas 1819 avaliações de scores, detectados 82 erros no cálculo dos scores, 22 doentes (75 avaliações) registaram scores de risco, das quais 25 determinaram alerta médico. O parâmetro que mais contribuiu para a alteração do score final foi a Frequência Respiratória. Conclusão: a implementação da EWS em associação com o algoritmo de activação de alerta médico, é importante e traduz-se em benefícios para o doente e para as equipas de enfermagem e médica. Palavras chave: EWS, physilogical deterioration, vital signs “IMPLEMENTAÇÃO DA ESCALA DE ALERTA PRECOCE EWS” (Detecção do doente crítico) Portimão, 09 Dezembro 2010 E-mail: albinpaula@gmail.com vitorjacinto@sapo.pt 1 “Implementação da escala de alerta precoce –EWS” [Detecção do doente crítico] Introdução O desenvolvimento de competências e o conhecimento adquirido através da investigação, é fundamental para as tomadas de decisão adequadas e orientadas para a melhoria dos cuidados de saúde à pessoa ao longo do seu ciclo de vida, em todas as áreas de intervenção: prevenção, recuperação e reabilitação. Os enfermeiros desempenham um papel primordial na vigilância do doente internado nas enfermarias do Hospital e no despiste de complicações que possam vir a comprometer a sua saúde e retardar a sua recuperação. No entanto, durante a vigilância verificam-se falhas ao nível do planeamento dos cuidados e da comunicação entre os profissionais envolvidos no tratamento. Estas lacunas podem, efectivamente, levar ao não reconhecimento atempado das situações de deterioração fisiológica dos doentes. Com vista a realizar uma detecção precoce de problemas graves de doença, actualmente muitos hospitais em vários países (Austrália, Reino Unido, Espanha), estão a usar escalas ou índices que servem para medir o grau de risco de deterioração fisiológica do doente. Estas escalas, denominadas por Early Warning Scores (EWS), são baseadas na avaliação dos sinais vitais e na respectiva atribuição de pontos (scores), conforme as alterações verificadas em relação aos parâmetros considerados normais. Os dados revelados por estas escalas são considerados objectivos, na medida em que os diferentes valores dos sinais vitais aferidos são convertidos para scores que, após somados, traduzem os diferentes graus de risco. A avaliação dos dados obtidos, determina se se deverá proceder à intensificação na frequência das avaliações, as consequentes decisões de intervenção ou a activação de um alerta médico. Este artigo visa apresentar um estudo sobre a utilização de uma escala “EWS” pela Equipa de Enfermagem, do Serviço Cirurgia 2 do CHBA. O mesmo foi realizado no âmbito do Curso de Pós Licenciatura de Especialização em Enfermagem Médico- Cirúrgica. Enquadramento teórico Os registos dos doentes que sofreram paragem cardio-respiratória (PCR),ou que foram antecipadamente colocados em Unidades de Cuidados Intensivos, contêm evidências de 2 problemas respiratórios, circulatórios ou neurológicos que não foram devidamente reconhecidos ou tratados, (Nichol et al., 2007). Alguns estudos, referidos por Stenhouse, (2000) e Hilman (2005), também comprovam que mais de 80% dos doentes que sofrem uma paragem cardíaca numa enfermaria, apresentam sinais de deterioração fisiológica muitas horas antes do evento, sugerindo que o tratamento imediato nessa primeira fase pode evitar a necessidade de reanimação. Ao mesmo tempo, investigações mostraram que mesmo com o tratamento excelente que recebem após serem admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos, o prognóstico é mau se a hipóxia e/ou isquémia não são revertidas num estadio precoce, (Hayes et al.; Hinds & Watson e Gattiomi et al.), citados por Hillman (2005). Diversos estudos analisaram e classificaram as alterações da frequência cardíaca, da pressão arterial, da frequência respiratória e do estado da consciência como parâmetros importantes na forma de prevenir problemas graves. Porém o National Institute for Health and Clinical Excellence - NICE (2007) demonstrou que o número de registos dos sinais vitais é inferior ao desejável e apresenta falhas. Um estudo realizado por Tom Andrews e Hearther Watermann (2005), nas enfermarias de Cirurgia Geral e de Medicina de um Hospital Universitário inglês, levou aqueles professores a concluírem que: O sucesso do encaminhamento dos pacientes depende da capacidade que os enfermeiros devem possuir, quanto à utilização de uma linguagem objectiva que, lhes permita fornecer evidência de deterioração dos pacientes. Essa capacidade assenta no desenvolvimento de competências fornecidas pelo conhecimento e experiência que reflectirá o modo como os pacientes são avaliados. O processo de deterioração fisiológica deve ser referenciado aos médicos de uma forma assente numa evidência quantificável. A informação dada pelo EWS e pelos sinais vitais permitirá aos enfermeiros oferecer uma informação que hierarquize a necessidade de intervenção. O EWS permite uma melhor comunicação, oferece autonomia profissional aos enfermeiros e melhora a relação enfermeiro – médico que se repercute no melhor atendimento do paciente com deterioração fisiológica. 3 A EWS foi concebida pela primeira vez por Morgan et al. (1997), (Anexo Ia), depois modificada por vários investigadores, como Stenhouse et al. (2000), Subbe (2001), Brear and Heaps (2003), Oakey & Slade (2006), entre outros. Segundo Morgan (1997), o EWS é calculado para cada doente, usando simplesmente os cinco parâmetros vitais ou fisiológicos: estado de consciência (CNS), frequência cardíaca (HR), pressão arterial sistólica (SBP), frequência respiratória (RR) e temperatura (TEMP.). O autor baseou-se na ideia de que pequenas alterações, de forma conjugada, desses cinco parâmetros vitais podem mais atempada e adequadamente serem relacionadas com os índices de alerta precoce, do que mudanças óbvias, consideradas individualmente, nestes mesmos parâmetros. Como por exemplo uma queda acentuada na pressão arterial sistólica, que frequentemente é, de facto, um evento pré terminal. Morgan (1997) afirma que o EWS deve ser calculado para qualquer paciente que inspira cuidados à equipa de Enfermagem. O estudo desenvolvido por Stenhouse (2000) para avaliar doentes críticos internados num serviço de Cirurgia, teve como resultado a inclusão do registo do débito urinário, considerado um bom indicador de deterioração clínica. Posteriormente, surgiram outras escalas modificadas, onde foram inseridos outros parâmetros, como o da saturação de oxigénio e do controlo da dor. O registo de um gráfico EWS deve ser iniciado logo que o doente seja admitido na enfermaria. As medições frequentes podem acompanhar a melhoria do doente em função das simples intervenções, tais como oxigenoterapia, fluidoterapia; ou intervenções mais complexas, se se verificar um agravamento da situação. Assim, apesar das leituras isoladas puderem indicar situação de extrema gravidade, as leituras seriadas do EWS, por seu turno, contêm uma maior significância informativa, dado que estas reflectem, de forma permanente, alterações subtis de cada parâmetro que, quando considerados em conjunto, fornecem, de facto, uma imagem mais objectiva da evolução do paciente. O score permite a identificação do agravamento clínico do doente, antes que a deterioração fisiológica se torne demasiado crítica, (National Health Service-NHS 2007). Em 2007, o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE), elaborou um manual - o“Acutely ill patients in hospital” - com recomendações definitivas, onde a 4 monitorização dos sinais vitais através de escalas de alerta precoce foi considerada prioritária, por possibilitar uma resposta rápida e individualizada aos doentes internados nas enfermarias que se encontram em risco de deterioração fisiológica. O NHS, recomenda a partir das guidelines sugeridas pelo NICE, um algoritmo que define protocolos de actuação em função do tipo e da gravidade das disfunções detectadas (Anexo IIb). Fundamentação do Estudo A problemática desta investigação reside no facto da Equipa de Enfermagem não contar com a presença física permanente de um médico no serviço de internamento, de forma a garantir que, em caso de deterioração fisiológica aguda, se possa iniciar precocemente o tratamento adequado ao doente. A comunicação entre o médico de urgência e outros intervenientes da equipa multidisciplinar é necessária, mas, muitas das vezes, esta pode ser difícil ou apresentar falhas. Tendo em conta os resultados dos estudos sobre a utilização da “EWS” noutros países, e pelo facto de não existir investigação nesta área em Portugal, considerou-se pertinente questionar a utilidade deste tipo de escala nos serviços de internamento. Neste sentido, a questão de investigação formulada foi: A implementação da escala de alerta precoce (EWS), contribui para avaliar o doente em risco de deterioração fisiológica? Foram delineados os seguintes objectivos do estudo: Implementar uma escala de observação dos sinais vitais, que se traduza num score de alerta e permita o reconhecimento precoce da deterioração fisiológica do doente. Elaborar e aplicar protocolos de actuação em função. do grau de risco identificado pelo score de alerta. Uniformizar o significado a atribuir à alteração dos parâmetros vitais. Padronizar a comunicação entre os profissionais de saúde na prestação de cuidados ao doente 5 Metodologia Assume-se este trabalho como uma investigação do tipo exploratório-descritiva. Segundo Fortin (2000), este método consiste em identificar e descrever um fenómeno, acontecimento ou situação, de forma a torná-lo conhecido. O método de investigação utilizado foi a investigação-acção (I.A.), processo cíclico que envolve planeamento, acção, reflexão e avaliação de acordo com Streubert e Carpenter, 2002), num estudo de natureza qualitativa. Processo de Implementação da EWS Os participantes no estudo foram, assim, a Equipa de Enfermagem e os doentes internados no Serviço de Cirurgia Geral 2 do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio E.P.E. (CHBA), no período de 16 de Março a 24 Abril de 2009. A escala utilizada foi a escala de Morgan (1997) modificada por Brear and Heaps (2003). Na fase de planeamento, foi realizada uma análise detalhada da situação real e foi elaborado o instrumento de colheita de dados (Folha de Registo-Anexo IIa) que inclui a escala e os impressos de apoio ao seu preenchimento (Abordagem/Intervenção ABCDE -Anexo IIb) e Algoritmo de Activação- Anexo IIc) Para explicar, a finalidade da escala EWS, assim como o seu registo e apresentação dos restantes impressos de apoio, foram realizadasduas acções de formação dirigidas aos enfermeiros de modo que a formação envolveu, de facto, toda a Equipa de Enfermagem. A informação aos médicos, do projecto da implementação da escala foi dada pelo Director do Serviço. Ainda nesta fase de planeamento, procedeu-se a uma manutenção dos aparelhos destinados à avaliação e monitorização dos sinais vitais existentes no serviço, de forma a garantir a fiabilidade dos valores obtidos. Nesta fase foram tomadas as decisões relativas aos métodos de colheita da informação. A fase de acção, englobou a aplicação da folha de registo, que contou com a colaboração da Equipa de Enfermagem. Neste período, consultou-se as listas de admissão e altas dos doentes, as listas de doentes transferidos para o Serviço de Urgência, para a Unidade de Cuidados Intensivos, e para outros serviços. Realizou-se também um levantamento ao livro de registo de óbitos, com vista à selecção de processos com interesse para o estudo. Esta fase contemplou aspectos organizativos com vista a facilitar a posterior consulta e análise, como por exemplo a ordenação, em pastas e por temas, dos documentos reunidos. 6 Na fase de reflexão - considerada uma etapa crucial neste ciclo dos métodos investigação- acção, procurou-se compreender o processo de implementação e o efeito que a mudança teve nos co-investigadores. A avaliação do processo de implementação (fase de acção) ocorreu com a inclusão da informação recolhida. Para validar o significado e o rigor dos resultados obtidos, foi utilizada a triangulação de técnicas de colheitas de dados. Este procedimento consistiu na consulta de registos (Folhas de Registo, dos Processos Clínicos e do Diário de Campo- anotações levadas a cabo pelos participantes do estudo em suporte fornecido para o efeito e memorandos/relatórios relativos a conversas informais com os enfermeiros e médicos do serviço), bem como na observação directa da prática e nas entrevistas semi-estruturadas à Equipa de Enfermagem (ver guião entrevista- Anexo IIIa). A análise do conteúdo e codificação das entrevistas, baseou-se na abordagem feita por Bardin (2008, p.40, p.129). Aspectos éticos e deontológicos O estudo decorreu com a apresentação do projecto e autorização formal da Administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio após pareceres positivos da Enfermeira Chefe e do Director do Serviço de Cirurgia Geral 2. De igual modo, foi solicitada ao autor da escala autorização para a sua utilização, cuja resposta teve parecer positivo. Quanto à Equipa de Enfermagem, todos os elementos assumiram a sua participação de forma voluntária através do registo do consentimento distribuído individualmente. Relativamente à privacidade dos dados dos doentes, procedeu-se à sua recolha directa e exclusivamente do processo clínico, sem que tivesse sido necessário estabelecer nenhum tipo de associação com a respectiva identidade, sendo a sua confidencialidade, desta forma, assegurada. Resultados A informação da Folha de Registo foi introduzida numa base de dados criada no Microsoft Access ™ 2007 de modo a efectuar o cálculo automático dos scores e optimizar o tratamento adequado dos dados. Após a análise dos relatórios impressos verificou-se que: foram efectuadas 1819 avaliações de scores aos 113 doentes correspondentes, das quais os registos determinaram a ocorrência absoluta dos seguintes scores superiores a 3: 47 avaliações com score 4 -; 12 avaliações com score 5; 8 avaliações com score 6-; 6 avaliações com score 7-; 1 avaliação com score 8-; 7 1 avaliação com score 10-; (Anexo 4). Foram realizadas 75 avaliações (4,1%) a 22 doentes, cujos scores totais registaram valores iguais ou superiores a 4. Verificou-se que destas avaliações só 25 determinaram alerta médico e que foram efectuados 47 registos das intervenções preconizadas no algoritmo de alerta. A análise aos resultados dos sinais mais alterados constantes da Tabela de Parâmetros Vitais (Anexo IVa) reforça a ideia que a FR é o parâmetro que mais contribuiu para a alteração do score final (Anexo IVb); donde se depreende a importância do seu registo. Durante a investigação objecto deste estudo, verificou-se que a avaliação deste parâmetro, não era efectuada de um modo sistemático no Serviço de Cirurgia 2. Foram detectados 82 erros no cálculo dos scores, o que corresponde a 4,5% do total das avaliações. A análise dos Processos Clínicos revelou a ausência de muita informação necessária à compreensão da evolução do estado do doente, em função do score atribuído em cada avaliação, que os procedimentos de avaliação e monitorização, foram registadas de uma forma irregular e a não concordância entre a frequência da avaliação da folha de registo e as orientações estabelecidas no algoritmo pré- estabelecido. Nesta consulta observou-se também a existência de doentes com scores inferiores a 4, que necessitaram de alerta médico e foram transferidos para serviços de cuidados mais especializados, tais como reanimação do Serviço de Urgência e Unidade de Cuidados Intensivos; Com a elaboração cuidada da Folha de Registo ficou demonstrado que, apesar de ser mínima a ocorrência, existem erros no cálculo dos scores, que podem comprometer a detecção precoce e o encaminhamento dos doentes para unidades especializadas. Neste sentido, a equipa de investigação, salientou a importância deste registo vir a ser efectuada de forma automática, em suporte informático. A omissão de registos das intervenções associadas aos scores de gravidade é entendida pelos investigadores como uma não valorização por parte dos enfermeiros das suas próprias intervenções; ou, pelo menos, como uma não associação das intervenções ao score determinado. Baseados nesta consulta, os investigadores consideram pertinente apresentar um caso onde há evidência na Folha de Registo, scores de 0 e 3, atribuidos a um doente que foi transferido para uma Unidade de Cuidados Intensivos (ver Anexo IVa). Nas notas do turno anterior à sua tranferência está expresso o agravamento do seu estado e as medidas implementadas: 8 Turno das 0-8h “ doente consciente e orientado (...). No inicio do turno TA 96/68mmHg, FC 93 bat/m, SatO2 93%, temp-38ºC. Administrado antipirético. Mantém monitorização cardiorespiratória, traçado cardíaco irregular (...) 3.40-TA 80/54, com baixo débito urinário. Foi contactado o médico. Fez terapêutica prescrita (...). Tem O2 por máscara de Ventury a 50% (...) Os registos permitem observar que a determinação do score não seguiu as orientações expressas no algoritmo. O intervalo da avaliação dos sinais vitais preconizado é de 8 em 8 horas para um score 3 – no período da noite não se verificou nenhuma avaliação de score. No entanto, a consulta ao gráfico dos sinais vitais, constante do Processo Clínico do doente, evidencia que este apresentou score 4, mesmo sem a contribuição do parâmetro vital FR (ver Anexo IVb). A interpretação destes quadros permite constatar que as informações do algoritmo e as intervenções que lhe estão associadas não foram bem apreendidas pelos co-investigadores. Na análise da informação anotada no Diário de Campo, os investigadores verificaram o relato do suposto benefício e também de aspectos negativos, da aplicabilidade da escala referida pelos diversos elementos da equipa multidisciplinar. “o registo dos scores foi a primeira coisa que passei a observar nos processos ... é... dá-me uma perspectiva global da situação do doente... Tenho dois doentes com pancreatite aguda, doentes que inspiram cuidados e que a escala é facilitadora, um tem alteração dos scores, outro não....[o que] me ajuda a planear ...”Médico “Comecei a preocupar-me mais com a respiração e agora já registo”. Enf “... O problema é que faço o registo dos scores no final do turno e nem sempre me apercebo que o doente apresenta um score elevado”. Enf. “...[enquanto] a primeira parte [é] mais fácil de apreender e de podermos registar, a segunda, a das intervenções é sempre mais complicada”. Enf. Ao analisar as quatro entrevistas realizadas, pretendeu-se obter elementos com relevância para justificar as dificuldades e falhas detectadas na análise da informação recolhida. Do processo de codificação resultou a matriz de categorização com três categorias e seis subcategorias (Anexo IIIb). A importância da implementação da escala é reconhecida por todos os entrevistados (ver Anexo IIIc). Acerca destes relatos, comprovou-se a utilidade desta escala para objectivar a comunicação entre a própria Equipa de Enfermagem e a Equipa Médica. A possibilidade de risco de deterioração fisiológica do doente internado em enfermaria foi referenciada de três modos: sobre a consciencialização do mesmo no seio da Equipa de Enfermagem; acerca da sua identificação precoce; e relativamente à possibilidade de mensurar o risco. 9 Exemplo desta vantagem, foi a valorização atribuída à mensuração do sinal vital “frequência respiratória”. A opinião dos entrevistados revelou que o benefício da utilização da escala também se repercute no doente e incide essencialmente sobre o início de um tratamento atempado, com vista a evitar o processo de falência orgânica. Da categoria, referente às dificuldades emanaram três subcategorias: formação, resistência à mudança e factor tempo. (ver Anexo IIId). Após o registo destes relatos, os autores do estudo concluíram que estas dificuldades sentidas são factores passíveis de modificar, na medida em que a formação poderá, em qualquer altura, ser reforçada, devido a mesma ser requisitada pela própria Equipa de Enfermagem; o que revela a motivação para a mudança e garante a receptividade de informação. Sobre as estratégias referenciadas pelos entrevistados (ver anexoIIIe), surgiram opiniões que corroboram a opinião dos investigadores num futuro processo de implementação para a mudança, tais como a necessidade de mais formação e reuniões de grupo entre a Equipa Médica e de Enfermagem para uma avaliação desse processo. Limitações do Estudo A não existência de estudos ou artigos científicos de interesse realizados em português; o que implicou um esforço acrescido para os investigadores na selecção e tradução de grande parte do conteúdo necessário ao enquadramento teórico e ao posterior desenho metodológico. O período de tempo disponível para a realização de um estudo desta natureza revelou-se insuficiente para atingir todos os objectivos delineados, nomeadamente formalizar os protocolos de actuação. A inexperiência dos investigadores, que possivelmente terá levado a algumas tomadas de decisão menos acertadas, nomeadamente ao nível da organização e do tratamento da informação. Conclusão Os resultados obtidos permitiram concluir que os enfermeiros do Serviço de Cirurgia 2 do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio estão motivados para a implementação desta escala e consideram a sua implementação importante. Foram detectadas falhas ao nível dos registos das intervenções associadas aos scores avaliados, identificados factores causais e seleccionadas estratégias que poderão servir de suporte para a implementação efectiva da escala. 10 A EWS revelou-se um instrumento útil para esta equipa, na medida em que enunciaram vantagens para os enfermeiros, médicos e para os doentes, tais como: Consciencialização dos profissionais para a detecção do risco de deterioração fisiológica dos doentes. Melhoria da comunicação entre a Equipa de Enfermagem e entre os Enfermeiros e a Equipa Médica. Detecção precoce do risco e tratamento atempado. Valorização do Parâmetro Vital - FR- que antes não era avaliado de forma sistemática no serviço. De acordo com outros estudos referenciados, a frequência da avaliação dos Sinais Vitais e o registo das intervenções são determinantes para estabelecer prioridades de actuação e implementar medidas para corrigir as alterações detectadas, no sentido de melhor compreender a evolução do estado do doente. Identificados os factores causais relativos a falhas identificadas, os co-investigadores e os investigadores reconhecem que esses factores são passíveis de serem modificados através da introdução de novas estratégias. Foi enfatizada a necessidade de formação em dois pontos distintos: uma relativa à “Avaliação e Monitorização dos Sinais Vitais”; e a outra dedicada às “Intervenções e Abordagem ABCDE”, com o objectivo de uniformizar procedimentos. Os investigadores consideram-se bem sucedidos com a conclusão deste estudo, na medida em que após a divulgação dos resultados do mesmo, se verifica que os enfermeiros do CHBA registam a FR na maioria dos serviços e a partir de Janeiro de 2011, será utilizada, uma escala EWS para detecção do doente crítico nas enfermarias, de acordo com critérios estabelecidos pela Equipa De Emergência Médica Intra- Hospitalar, recentemente constituída. A nível da investigação, este trabalho poderá ser visto como uma “porta que se abre” para a realização de outros estudos nesta área que contribuam para a melhoria dos cuidados prestados, pois na verdade o enfermeiro está directamente envolvido e assume um papel de primordial relevância na detecção e tratamento do doente em risco de deterioração fisiológica. 11 Referências bibliográficas ANDREWS, Tom, WATERMAN Heather – Packaging: a grounded theory of how to report physiological deterioration effectively. Blackwell Publishing Ltd, 2005. 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Anexo IVc – Quadro nº 4 – Folha de Registo de doente X sub-avaliado com uma EWS Anexo IVd – Quadro nº5 – Gráfico de sinais vitais do doente X. 16 ANEXO I Anexo Ia Anexo Ib Quadro nº 1: Reconhecimento e resposta ao doente crítico Fonte: NICE’s Clinical Guidelines – (NHS, 2007) 17 ANEXO II Anexo IIa – Folha de registo da escala EWS Cirurgia 2 Cama nº___________ Data Hora FR Valor Score TAS Valor Score FC Valor Score TEMPºC Valor Score SNC Valor Score Total EWS Alertar Médico (S/N) Escala Dor (N/F)* Intervenções Fi O2 Sat O2 Glicémia Analgesia(S/N) Escala Glasgow Olhos Verbal Motora Score Total Pupilas (mm) (Reacção-S/N) D E Débito Urinário/H Outras Score de Alerta Precoce 3 2 1 0 1 2 3 FR ≤ 8 9-18 19-25 26-29 ≥30 TAS ≤70 71-80 81-100 101-179 180-199 ≥200 FC ≤40 41-50 51-100 101-110 111-129 ≥130 TEMPºC ≤35 35.1-36 36.1-37.9 38-38.9 ≥39 SNC Agitado/Confuso (Inaugural) A VD S * Escala de Morgan et al (1997), modificada por Brear and Heaps (2003) Chave de Siglas FC Frequência Cardíaca TAS Tensão Arterial Sistólica FR Frequência Respiratória TEMPºC Temperatura SNC Sistema Nervoso Central AVDS Alerta Voz Dor Sem Resposta *N/F Numérica Facial D/E Direito Esquerdo 18 Anexo IIb – Abordagem/intervenções ABCDE Obstrução da Via Aérea por: secreções vómito mau posicionamento queda da língua Aspirar Posicionar Fazer extenção da cabeça ou subluxação da mandíbula Colocar tubo de Guedell ou nasofaríngeo Dispneia e cansaço fácil Bradipneia FR < 10 ciclos/m Taquipneia > 30 ciclos/m Sat O2 < 95% Cianose. Pieira, tempo expiratório prolongado- Uso de musculatura acessória Respiração paradoxal Tosse ineficaz Obesidade mórbida, apneia nocturna e sonolência diurna. Dor torácica Monitorizar Sat O2 Verificar estado de consciência Verificar estado de sedação Procurar posicionamento que favoreça a ventilação- Observar simetria e expansão torácica. Suplemento de O2 de forma a obter SatO2>95% (atenção a doentes com história de DPCO)- Considerar gasimetria. Verificar funcionalidade do dreno torácico Detectar enfizema subcutâneo Palidez, sudorese, sinais de má perfusão periférica Pulso fino, taquicárdia, retorno capilar <2s Hipotensão Perdas anormais dos drenos ou local de incisão Hematemeses, melenas Débito urinário < 0,5ml/Kg/h Dor torácica(anginosa) Disritmias Tosse e expectoração rosada e arejada TA >160/100mm/Hg Assegurar acesso venoso Considerar colheita de sangue Procurar activamente sinais de hemorragia externa e interna e quantificar. Instituir monitorização regular Elevar os membros inferiores e baixar a cabeceira se adequado Considerar a administração de fluidos Se dor anginosa, considerar Nitroglicerina SL Considerar ECG Procurar sinais de trombose venosa profunda dos membros inferiores Administrar antihipertensor prescrito em SOS Algaliar Alteração do estado de consciência Agitação psicomotora Convulsões Delírio agudo (confusão, desorientação, discurso incoerente) Avaliar Escala de Glasgow Avaliar tamanho e reflexo pupilar Procurar sinais focais ou lateralização da força motora Constactar administração recente de sedativos ou analgésicos opiáceos. Investigar história de alcoolismo Controlar glicémia capilar Considerar administração de anticonvulsivantes Hipotermia no pós-operatório Aquecimento activo Evitar exposição desnecessária Via Aérea A Respiração B Exposição E Circulação C Disfunção Neurolgica D Detectar/Corrigir 19 Anexo IIb – Abordagem/intervenções ABCDE Concentração do ar inspirado FiO2 Fórmula= 4x fluxo O2 em L/m + 21% Cânula nasal-(1L/m-6L/m) 24 a 45% Máscara facial simples-(8-10L/m) 40 a 60% Máscara com reservatório de O2 e válvula bidireccional com reinalação-(6-10L/m) 35 a 60% Máscara com reservatório de O2 e válvula unidireccional sem reinalação(10-15L/m) 85 a 100% Tamanho das pupilas (mm) 2 3 4 5 6789 Escala de Glasgow Abertura dos olhos- Espontâneamente 4 à ordem 3 à dor 2 sem resposta 1 Resposta Verbal Orientada 5 Confusa 4 Inadequada 3 sons incompreensíveis 2 sem resposta . 1 Resposta Motora obedece a ordens 6 localiza a dor 5 foge da dor 4 flexãoanormal 3 extensão anormal 2 sem resposta 1 Glasgow <9 VA em risco 20 Anexo IIc – Algoritmo de activação ALGORITMO DE ACTIVAÇÃO Doente que cause preocupação à equipa de Enfermagem Calcular a EWS (admissão, 12/12 horas) Score >3 Alertar médico responsável Score ≤3 Abordagem/ Intervenção ABCDE Reavaliar Escala de 8/8 horas Abordagem/ Intervenção ABCDE •Assegurar monitorização ECG/ FC/ FR/ Sat. O2/ TA/ Débito Urinário •Oxigenoterapia •Acesso venoso periférico (colheita de sangue) Reavaliar EWS de 1/1 hora se Score >3 Score ≤3 Score = 0 ou Consultar processo (prescrições, história clínica, últimos resultados de análises 21 Anexo IIIa- Guião da entrevista Enquadramento Questões a colocar: 1ª Que vantagens encontrou na utilização da EWS? -Considera importante implementar a escala no serviço/hospital? 2ª Que dificuldades teve no registo da escala? 3ª Após a análise dos registos verificamos por vezes, a omissão de informação relativa às intervenções efectuadas e ao não cumprimento do horário entre as avaliações. Não se apercebeu? Consegue identificar os factores causais? 4ª Sugestões para a implementação/Críticas Existe algum aspecto que queira referir, ou aprofundar?? 22 Anexo IIIb - Organograma das entrevistas 23 Anexo IIIc Tabela nº6 – Excerto exemplificativo da grelha de análise referente à categoria “importância da implementação”. CATEGORIA SUB-CATEGORIA UNIDADES DE REGISTO Importância da implentação Comunicação (E1, 8) (...) utilizando a mesma terminologia e aí eu penso que seria muito mais fácil comunicar (...) (E2,4) Notei mais em relação à Equipa de Enfermagem (...) realmente passamos a referir-nos a esse valor da escala e como alerta mesmo no turno, se um doente estivesse piorado (...) (E2, 5) antes já o fazíamos, mas a partir de agora fazíamos também a partir do valor da escala (...) uma forma de despertar a atenção do colega, para a situação do doente. (E1, 6) (...) nós temos falta de apoio a nível de assistência médica, muito dificilmente temos um médico presente e temos dificuldade em que eles valorizem os nossos pedidos de socorro para os doentes (E2, 2) para a gente transmitir aos médicos, quando um doente está numa situação em que está a piorar, acho que é uma forma de alertar o médico (...) que lhe chama mais a atenção (...) (E4 1) (...) em relação às vantagem (...) principalmente em termos de uniformização da linguagem utilizada entre todos (...) (E4, 2) porque começou-se a falar mais ou menos a mesma linguagem e isso tornou mais fácil os registos da continuidade de cuidados (...) Detecção de risco (E1, 8) ... e identificar os níveis de risco dos doentes. (E1, 2) (...) e da identificação precoce desse risco (E1, 3) Não fazendo mais do aquilo que já faziam, que é avaliar os sinais vitais, conseguiram de alguma forma mensurar o risco identificado, (...) (E1, 4) - era uma das grandes lacunas que existiam, era as pessoas avaliavam os sinais, não os relacionavam uns com os outros e não conseguiam identificar o risco que aquele doente tinha naquele momento (E1, 8) (...) utilizando a mesma terminologia e aí eu penso que seria muito mais fácil comunicar e identificar os níveis de risco dos doente (E1, 1) As vantagens, tiveram a ver sobretudo com a consciencialização das pessoas do risco de deterioração fisiológica dos doentes (...) (E4,8) (...) quando muito via na nota de entrada e não voltava a reavaliar a não ser que fosse assim houvesse uma alteração respiratória visível e importante (...) (E2, 3) em relação à frequência respiratória, que era algo que eu (...) não estava tão alerta, acho que me veio a despertar mais para essa avaliação, de modo a fazer esta avaliação de uma forma mais frequente (...) e ter mais atenção em relação a este parâmetro vital Tratamento precoce do doente (E1,7) A implementação de uma escala deste tipo, sendo do conhecimento dos clínicos poderia ajudar a dar um significado aos nossospedidos e que eles fossem valorizados e os doentes fossem mais precocemente tratados e orientados (E1,1) (...) trouxe um maior alerta em relação a um doente que está numa fase crítica (...) (E3, 4) (...) podemos também transferir e temos ali um dado que podemos utilizar também em nosso favor e em favor do doente (...) acho que essa é a grande vantagem, da utilização da escala. 24 Anexo IIId CATEGORIA SUB- CATEGORIA UNIDADES DE REGISTO Dificuldades Formação (E3, 15) (...) lembro de um doente, ela tinha um score de 1, 2 e aparentemente através da avalliação da escala, esteve sempre normotensa, normocardica, vigil, apirética, a unica alteração que ela tinha mais era em termos de frequência respiratória (...) uma doente que foi sempre piorando (...) foi para os cuidados intensivos, (...) é um factor que causa (...) esse não cumprimento. (E3, 18) (...) apesar de na escala nos dar que deveriamos avaliar daqui a... x horas, nós sentiamos necessidade de fazer isso com mais frequência e faziamos essa avaliação, mais frequentemente (...) (E3, 21) (...) a primeira parte seja mais facil de apreender e de podermos registar, a segunda, a das intervenções é sempre mais complicada (E4, 12) (...) falhas não foi bem em relação a quem a deu, mas como foi recebida, a formação, (...) (E4, 5) (...) em termos globais, pensei que fosse uma coisa mais directa ... De score e logo acção imediata (...) Resistência à mudança (E1,10) (...) os incumprimentos tiveram a ver sobretudo porque, foi uma metodologia nova que se introduziu (E1, 14) (...) alguma falta de adesão de algumas pessoas(...) (E1, 16) Os incumprimentos de horários tem a ver tambem com as rotinas, (...) (E1, 17) ... tem a ver com as rotinas que existem no serviço e que as pessoas têm dificuldade em abandonar (E1, 18) ... é um bocadinho a resistência a mudança (E4, 13) alguma resistencia à mudança (...) Tempo (E1, 11) ... e o facto de ser relativamente rápida a sua implementação, não deu tempo às pessoas para numa fase seguinte conseguirem valorizar mais as intervenções. (E1,21) (...) tem a ver com o tempo, factor tempo, será muito importante para isso. (E2, 8) por vezes quando temos um serviço que está mais pesado, temos mais doentes, temos mais coisas para fazer, (...) acho que se repete e complica um bocado estar a repetir, estar a registar nos gráficos e estar novamente a registar na escala (...) (E4, 18) (...) ter sido falta de tempo por exemplo (...) Tabela nº7 – Excerto exemplificativo da grelha de análise referente à categoria “dificuldades”. 25 Anexo IIIe CATEGORIA UNIDADES DE REGISTO Estratégias para a implementação (E1, 22) Numa implementação depois definitiva da escala a nível do serviço (...) nós tenhamos que utilizar uma fase de formação e experimentação um pouco mais longa. (E3, 25)...formação (...) de forma a sensibilizar melhor, principalmente para esta parte onde se identificaram mais falhas, na parte da intervenção (...) (E1, 25) ... dependente agora da avaliação que nós todos fizermos, será possível porque existe abertura por parte do director do serviço(...) (E4, 20) (...) acho que se poderia fazer uma reunião e, consoante a opinião de todos, alterar a escala para vermos, mais ou menos, a experiência de cada um e vermos se poderíamos alterar alguma coisa para ficar mais fiável (...) (E2,14) (...) principalmente a nível da temperatura em que, o valor normal é a partir do 36.1 e por vezes doentes com 36 ou 35.9 já teriam aí uma alteração, no score, acho que talvez nesse aspecto, se fosse possível fazer uma avaliação da escala nesse sentido, acho que era importante. (E4, 16) (...) acho que era uma temperatura muito baixa o valor mínimo (....) (E4, 15) (...) os intervalos entre os parâmetros (...) ser colocados outros parâmetros porque no início senti dificuldades (...) (E1, 26) era importante utilizarmos também o débito urinário que agora nesta fase não se utilizou, (...) (E3, 10) (...), teriam que existir algumas alterações em relação aos valores que lá se encontram (E4, 21) (...)que incluam isto no CIPE/SAPE, fazer logo no computador é mais facil pode se associar tudo à medida que se regista os parâmetros pode ser logo feita a escala Tabela nº8 – Excerto exemplificativo da grelha de análise referente a categoria estratégias para a implementação. 26 ANEXO IV Anexo IVa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Score 0 Score 1 Score 2 Score 3 Score 4 Score 5 Score 6 Score 7 Score 8Score 10 Número de avaliações realizadas / score Gráfico nº1 – Ocorrência total dos scores Anexo IVb 72 48 39 33 20 Frequência respiratória Frequência cardíaca Tensão arterial sistólica Temperatura Estado de consciência Gráfico nº2 – Frequência dos parâmetros vitais nos scores de valor superior a 3. 27 Anexo IVc Quadro nº 4 – Folha de Registo de doente X sub-avaliado com uma EWS 28 Anexo IVd Quadro nº5 – Gráfico de sinais vitais do doente X. View publication statsView publication stats https://www.researchgate.net/publication/336285202
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