Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACIMP WYDEN KEVIN WILLIAN DE SOUZA SANTOS TÍTULOS DE CRÉDITOS PORTO FRANCO-MA 2022 KEVIN WILLIAN DE SOUZA SANTOS TÍTULOS DE CRÉDITOS Trabalho de pesquisa para disciplina de Direito Empresarial Aplicado, ministrada pelo docente Ronaldo Luís, da Facimp Wyden, como requisito para obtenção parcial da nota. PORTO FRANCO-MA 2022 Introdução “O “Crédito” é um fenômeno econômico que importa em um ato de confiança entre o credor e o devedor. O crédito de um é o débito de outro. A venda a prazo e o empréstimo constituem as suas duas formas essenciais. A Palavra “Título” por sua vez, tem origem latina, a palavra títulos possui o significado de inscrição ou texto que dá identidade ou adjetivação à coisa, fato ou pessoa. A expressão título de crédito aproxima-se do sentido estrito do significado da palavra título. Título é um documento, ou seja, a inscrição jurídica, materialmente grafada em um papel de um crédito ou débito. O título de crédito não é um mero documento, mas um instrumento que representa um crédito ou débito. O documento é o gênero e o instrumento a espécie. Documento deve ser entendido como aquele onde se registra qualquer fato jurídico, como a declaração de algo assinada por alguém, ou a sua cópia, a chamada reprodução mecânica ou eletrônica de fatos ou de coisas, a qual pode constituir prova nos termos do art. 225 do Código Civil.” Amanda Naomi Mizoguchi https://amandamizoguchi.jusbrasil.com.br/ Títulos de créditos Princípios Entender os princípios em primeiro lugar é importante para que entenda as diretrizes básicas que regem o título de crédito porque eles serão considerados também no conceito. O princípio da Cartularidade, nas mãos você precisa ter a cártula para você usufruir do direito que nesse está contido, ou seja, quando você vai no banco você leva o cheque com você. Em segundo lugar temos o princípio da literalidade que basicamente significa que só vale o que está escrito no título por exemplo as reservas mentais que você fez a respeito aquilo, terceiro é o princípio da autonomia que significa basicamente que o título não é vinculado a causa, ou seja, se tem um dos procedimentos nos processos o mesmo vício, isso não vai contaminar o título. Princípio da autonomia e talvez seja o princípio mais importante porque ele nos indica que as relações ou seja quando você por exemplo passa o instituto para frente essas relações elas são independentes e esse princípio garante toda a utilidade do título de crédito beleza porque se você fosse passar um título adiante preocupado com o que aconteceu antes prenderia se toda a finalidade da existência dos títulos de crédito uma consequência natural disso é que o vício de uma obrigação não vai contaminar todo o título então por exemplo caso um menor endosse esse título ou seja passe ele é diante mesmo assim o título não vai estar contaminado olha que legal o título de crédito portanto ele é independente das relações anteriores que torna ele muito fácil de ser transmitido para as pessoas e a sua característica de ser altamente circulável, então terceiro de boa-fé ele vai ser protegido nesse tipo de relação porque ele tá te querendo um título que independentemente de tecido viciado nas relações anteriores o título dele permanece íntegro assim como ele adquiriu. Com os princípios simplificados, agora a gente pode partir para o conceito de título de crédito conceito esse extraído do artigo 887 do Código Civil, título de crédito é um documento necessário, é ligado diretamente ao princípio da cartularidade, ou seja, sem ele não há como exercer o que o direito que nele está contido então para o exercício desse direito é extremamente necessário. A duplicata virtual que é uma exceção ao princípio da cartularidade. O que reforça as três características principais dos títulos de crédito é a abstração, ou seja, ele é desvinculado da sua origem o que permite com que ele seja altamente circulável podemos ser transmitidos de mãos e mãos sem maiores preocupações quanto à classificação. Letra de Câmbio A Letra de Câmbio, importante título de crédito típico visto que regulamentada e prevista no Decreto N°2044 de 31 de Dezembro de 1908, é um ordem de pagamento por ter três figuras em seu processo, o sacador, o beneficiário e o sacado, de modo que o Sacador é quem emite o título, o beneficiário o personagem que possui o crédito, sendo o sacador o devedor, quando cita-se o sacado importante ressaltar o Aceite que neste titulo é facultativo, mas sua recusa gera obrigação vencida, podendo o beneficiário cobrar diretamente o sacador, é interessante neste cenário implementar a ‘’Cláusula não aceitável’’ para que o vencimento se restrinja ao prazo que seria caso o sacado houvesse aceitado. Nesse contexto vale destacar o artigo 9 do Decreto supracitado, ‘’A apresentação da letra ao aceite é facultativa quando certa a data do vencimento. A letra a tempo certo da vista deve ser apresentada ao aceite do sacado, dentro do prazo nela marcado; na falta de designação, dentro de seis meses contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito regressivo contra o sacador, endossadores e avalistas’’. Em seu parágrafo único é dito que, o aceite da letra, a tempo certo da vista, deve ser datado, presumindo-se, na falta de data, o mandato ao portador para inseri-la. Em consonância a esse fato destaca-se que o aceite por parte do Sacado pode ser parcial, de modo modificativo ou limitativo. O protesto pode ocorrer por falta de aceite ou de pagamento devendo ser entregue ao oficial competente, no primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento, e o respectivo protesto, tirado dentro de três dias úteis. O Capítulo VIII do Decreto citado anteriormente detalha as nuances do protesto na Letra de Câmbio, no qual se destaca que, o portador é obrigado a dar aviso do protesto ao último endossador, dentro de dois dias, contados da data do instrumento do protesto e cada endossatário, dentro de dois dias, contados do recebimento do aviso, deve transmiti-lo ao seu endossador, sob pena de responder por perdas e interesses além disso o portador que não tira, em tempo útil e forma regular, o instrumento do protesto da letra, perde o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas, esses detalhes importantes estão expressos nos artigos 30 e 32 do Decreto em questão, respectivamente. Tanto o endosso quanto o aval são permitidos na Letra de Câmbio, tanto quanto nos outros títulos de crédito o endosso parcial é expressamente vedado, destaca-se também que o endosso posterior ao vencimento da letra tem o efeito de cessão civil, sobre cláusulas cabe ressalva para a cláusula “por procuração”, lançada no endosso, ela indica o mandato com todos os poderes, salvo o caso de restrição, que deve ser expressa no mesmo endosso. A letra de câmbio é de modelo livres não exigindo um padrão obrigatório de emissão, basta que conste os requisitos mínimos exigidos por lei, é um título abstrato, que não menciona a relação que lhes deu origem, podendo ser criados por qualquer motivo. A letra pode ser passada à vista, a dia certo, tempo certo da data e tempo certo da vista, devendo ser mencionada a opção, não constando será a vista, tendo noção do vencimento, cabe aqui destacar a prescrição no qual a ação cambial sendo contra o sacador , aceitante e respectivos avalistas prescreve no prazo de 5 anos, sendo contado do dia que a ação for proposta. Cheque Cheque possui algumas similaridades com o título de crédito anterior, a letra de câmbio, ela é uma ordem de pagamento, possuindo as três figuras, além de ser um título livre, que só precisava que conste os requisitosmínimos exigidos por lei, em consonância em ser um título não causal, que não menciona a relação que lhes deu origem, podendo ser criados por qualquer motivo. A Lei N° 7357, de 2 de setembro 1985 regulamenta o titulo de crédito em questão, trabalhando as singularidades e diretrizes do mesmo, como a emissão e sua forma, o aval, da transmissão, da apresentação e dos pagamentos, entre outras coisas dispostas em seus capítulos. Sobre as possíveis cláusulas vale destacar que o emitente, o endossante e o avalista podem, pela cláusula ‘’sem despesa’’, ‘’sem protesto’’, ou outra equivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto ou da declaração equivalente. Sobre a prescrição podemos destacar o artigo 59 da Lei supracitada, que afirma que prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, em consonância com o dito no parágrafo único, que a ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado. Como disse a priori sendo o cheque uma ordem de pagamento vale destacar que o devedor será, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque, inclusive nesse sentindo justifica-se por que esse titulo de crédito não admite aceite. Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito: I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’; II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente; III - ao portador. Sendo fundamental tal entendimento, visto que no primeiro caso será transmissível por meio de endosso e o segundo por meio de cessão de crédito civil. Podendo o endosso ser em preto ou em branco, vale destacar que salvo disposição expressa em contrário o mesmo garantirá pelo título. Este titulo de crédito permite o aval parcial, o avalista se obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por ele garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma. A lei consta de forma explicita que o pagamento deve ser feito a vista, vale destacar o trigésimo sexto artigo, que mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito, essa situação pode ser derivada de furtos e roubos por exemplo. Havendo essa falta de pagamento pode o portador ou nomeado executar o emitente ou contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação. Sobre o protesto, o artigo 48 da lei em voga é claro ao afirmar que protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte. Duplicata A duplicata é um titulo de crédito regido pela Lei N° 5.474 de 18 de julho de 1968, diferentemente do cheque esse título de crédito é causal, ou seja, deve haver um motivo para sua existência, os quais são dois, prestação de serviços e compras e vendas mercantis. Destaca-se que a função da duplicata é comprovar um contrato de compra e venda e origina-se de apenas uma fatura de apenas um acordo. Fundamental para o entendimento da duplicata entender o que esse título creditício obrigatoriamente conterá, o qual podemos destacar o artigo primeiro da lei supracitada. § 1º A duplicata conterá: I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; II - o número da fatura; III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; VI - a praça de pagamento; VII - a cláusula à ordem; VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; IX - a assinatura do emitente. Sendo esses requisitos indispensáveis para eficácia da duplicata. Da mencionada lei também podemos tirar que esse titulo permite a utilização do endosso e de aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar, na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua, fora desses casos o comprador, conforme o artigo 12. Importante destacar que esse título creditício permite a figura do aceite, inclusive sendo a falta de aceite um requisito para protesto da duplicata, conforme a letra da lei do artigo 13, “A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.” Em um contrato de compra e venda mercantil, o documento é o único título de crédito permitido para registrar o saque do vendedor, segundo a Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968. Entre outros dados, o documento deve conter a declaração do recebimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la e ser assinado pelo comprador. O ideal nesse caso é que o comprador assine sua concordância na duplicata. • Aceite ordinário: Neste caso, também chamado de aceite expresso, o comprador assina a duplicata no recebimento da mercadoria ou serviço e a devolve dentro do prazo de 10 dias para que então seja tornada um título de crédito. • Aceite presumido: Já neste caso o comprador recebe o que comprou, mas não assina no ato. Como não há recusa formal, o aceite no caso é presumido e o prazo para pagamento começa a valer. • Aceite por comunicação: Neste último caso o comprador retém a duplicada com autorização da instituição financeira que está intermediando o pagamento que, por sua vez, faz uma comunicação formal para o vendedor do aceite do título. Nota Promissória A nota promissória se diverge de todos os outros títulos de créditos discutidos anteriormente, essencialmente por se tratar de uma promessa de pagamento, no qual é um documento escrito pelo qual o mutuário concorda formalmente em pagar uma certa quantia de dinheiro em um determinado período de tempo. A nota promissória é regida pela mesma lei da letra de câmbio, Lei Nº 2044, de 31 de dezembro de 1908, o qual destaca-se o artigo 54, qual faz ressalvas aos requisitos essências desse título creditícios, os quais são: Art. 54. A nota promissória é uma promessa de pagamento e deve conter estes requisitos essenciais, lançados, por extenso no contexto: I. a denominação de “Nota Promissória” ou termo correspondente, na língua em que for emitida; II. a soma de dinheiro a pagar; III. o nome da pessoa a quem deve ser paga; IV. a assinatura do próprio punho da emitente ou do mandatário especial. Um fator relevante, é que se na nota promissória constarem duas quantias diferentes e divergentes, uma por extenso e outra por inteiro, ao qual valerá para a real eficácia do título creditício é o número escrito por extenso. Sobre possíveis ausências em informações da nota promissória, a lei supracitada indica o caminho a ser seguido, como por exemplo, se não for indicado a época do vencimento, será pagável a vista, outro caso é se não for indicado o lugar do pagamento, será pagável no domicilio do emitente a nota promissória. No título em questão encontram-se presentes duas figuras, a do beneficiário, que é o credor, e o emitente, que tem a dívida pendente. Ênfase para o artigo 55, que demonstra e constata as formas que a nota promissória pode ser passada. Art. 55. A nota promissória pode ser passada: I. à vista; II. a dia certo; III. a tempo certo da data. Parágrafo único. A época do pagamento deve ser precisa e única para toda a somadevida. TÍTULOS DE CRÉDITOS TÍTULOS DE CRÉDITOS
Compartilhar