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Estudar a gestão das organizações significa compreender o seu contexto, por que e como elas são criadas, que formato podem ter, como se modificam, como interagem interna e externamente. Significa, ainda, conhecer como as pessoas se relacionam dentro das empresas e quais os seus papéis. Nesta unidade, através dos conceitos dos elementos que integram uma organização, das principais funções do administrador, bem como da apresentação das organizações no cenário brasileiro, você estudará o princípio norteador da gestão, o que lhe possibilitará desempenhar melhor suas tarefas e contribuir de forma mais efetiva para o cumprimento dos objetivos organizacionais. Desta forma, vamos refletir sobre questões essenciais à interpretação e compreensão das organizações, da dinâmica de mercado e dos impactos na gestão das pessoas que compõem a organização. Convidamos você a mergulhar nesse universo da gestão empresarial e interagir com os colegas e professor da disciplina. Mãos à obra! Objetivo Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Entender os principais elementos que fazem parte de uma organização. Conteúdo Programático Esta unidade está dividida em: • Aula 1 - As Organizações, a Administração e as funções do Administrador • Aula 2 - A Administração nas organizações brasileiras • Aula 3 - Funções do Administrador Rota de Aprendizagem A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de Aprendizagem. Para iniciarmos as reflexões sobre a administração e atuação do gestor, apresentamos o conto dos três porquinhos. Por Walter Campos Durante o século XVIII surgiram vários contos de fadas envolvendo animais. Entre centenas de histórias, criou-se um conto representado por três porquinhos. Em 1933 a Disney reformulou o conto e tornou-o famoso em todo mundo, batizando cada um dos porquinhos com um nome: Prático, Heitor e Cícero. Conforme relata o conto, um belo dia os três porquinhos resolveram sair de onde moravam e cada um combinou de construir sua casa. Cícero era o porquinho menos esforçado e relaxado, então construiu uma casinha de palha. Heitor queria um pouco mais de conforto e aconchego e construiu uma casa de madeira. Já o Prático, queria uma casa confortável, segura, resistente, durável e que refletisse sua personalidade. O resto da história você já sabe. Vem o lobo mau, assopra a casinha de palha e a derruba; o porquinho Cícero corre para a casa de madeira de seu irmão Heitor, o lobo vai atrás, assopra-a e a destrói e os porquinhos fogem para a casa de pedra do Prático. O lobo assopra, assopra, assopra e não derruba a casa. Tenta entrar pela lareira e cai em um caldeirão de água quente, fugindo assustado enquanto os porquinhos comemoram a vitória. Em todas as corporações podemos encontrar colaboradores que assumem papéis de personagens semelhantes aos vividos pelos três porquinhos. Há aquele com o perfil do porquinho Cícero, que ao resolver iniciar suas atividades não as realiza com paixão e determinação, e muito menos as finaliza. Seu maior interesse é em cumprir a carga horária, e não apresentar resultados ou contribuir com estratégias criativas para a empresa. Encontra-se constantemente tomando cafezinhos, batendo papo, fumando, navegando na Internet com interesses particulares e, quando questionado, apresenta seus relatórios incompatíveis com a expectativa para sua função. Quando percebe que sua segurança profissional torna-se abalada, corre em direção de alguém que possa auxiliar para que complete sua atividade. Não em direção de quem necessariamente o oriente, mas de quem literalmente faça o que ele deveria ter feito. Vai atrás de alguém com o perfil do porquinho Heitor, colaborador que realmente se dedica ao realizar suas atividades e cumpre exatamente aquilo que foi orientado a fazer. Como um bom executor, é receptivo e prestativo, ajudando muitas vezes os colaboradores com perfil do porquinho Cícero, buscando inclusive encobrir a falha ou má vontade dele em razão da amizade existente. Para a sorte das corporações existem os colaboradores que vão além do mínimo ou necessário. São aqueles que desenvolvem projetos, apresentam estratégias, buscam melhorias constantes que possam contribuir para o resultado da empresa e também de todos que atuam conjuntamente, muito além de apenas desempenharem atividades para as quais foram contratados. Estes colaboradores são aqueles que possuem o perfil do porquinho Prático. Não querem apenas construir um abrigo ou simples casa. Não querem fazer igual ou o necessário, querem apresentar mais trabalho e melhor, em menos tempo, com maior duração, com resultados expressivos e em benefício de todos. Aula 1As Organizações, a Administração e as funções do Administrador O termo Organização pode ser entendido como um grupo de pessoas que se juntam de forma organizada com o intuito de atingir interesses comuns. Sendo assim, todos os indivíduos vivem dentro de organizações e ao redor delas. As empresas, universidades, padarias, lojas, hospitais, parques de diversão, associações de classe, teatros, a até a própria família são exemplos de organizações. Portanto, nascemos, vivemos e morremos nas organizações. Você já parou para pensar por que existem organizações e qual a sua origem? Todos nós vivemos para consumir produtos e serviços, assim sendo, se faz necessária a existência das organizações. Você já se imaginou sem consumir nenhum tipo de produto ou serviço? O consumo de produtos e serviços é inerente à vida humana. As organizações partem do pressuposto da formação de um grupo de indivíduos que buscam atingir objetivos comuns, transformando recursos em produtos e serviços. Partindo dessa definição, podemos chamar à atenção para dois elementos: grupo de indivíduos (pessoas) e objetivos. Para que exista a organização, serão necessárias pessoas para executar os seus processos e objetivos que nortearão suas ações. É importante que você perceba que uma organização dificilmente se constituirá de um grupo pronto e acabado, visto que a sociedade está em constante mudança, com novos desejos e necessidades surgindo a todo instante. Também não se pode afirmar que exista um modelo de organização ideal, em que uma estratégia de gestão que dá certo em uma determinada organização dará certo em outra. É possível perceber essa questão acompanhando a história das organizações. As Organizações simples, ou até mesmo complexas, sempre existiram no decorrer da história da humanidade desde os primeiros agrupamentos humanos, ou seja, quando o ser humano vivia em comunidades, em pequenos agrupamentos, necessitando adaptar-se e transformar o seu meio. O seu percurso perpassou a fase artesanal, que vai desde a Antiguidade até a Revolução Industrial; fase da Industrialização; fase da Segunda Revolução Industrial; fase moderna; até a fase da globalização, caracterizada como era da informação. Ao longo dos anos, a ênfase das organizações deixou de ser exclusivamente nos recursos, para ser também nas competências, intelectualidade e conectividade. Ao longo dos anos, a forma de administrar os negócios foi passando por mudanças, inclusive porque as organizações modernas apresentam uma estrutura, e boa parte possui porte e complexidade muito maior do que as organizações de tempos atrás. Essa complexidade se dá porque quanto maior a organização, maior o número de pessoas envolvidas e maior a subjetividade. Daí a necessidade de se planejar, organizar e controlar, como veremos mais adiante. A organização, portanto, pode ser entendida como uma constituição de pessoasque desenvolvem atividades por meio da hierarquização de autoridade e responsabilidade, visando alcançar um objetivo comum. Nesse sentido, é muito importante que você compreenda que esse conceito, embora muito próximo do conceito de instituição, trata-se de coisa distinta, uma vez que apenas as organizações podem ser formais e informais. As organizações formais requerem definição de objetivos, metas e regras, divisão de trabalho, além de uma estrutura que defina os papéis entre os seus pares. Nas organizações formais é que visualizamos o organograma, que nada mais é do que a representação ilustrativa da divisão do trabalho das pessoas dentro das organizações. Já a organizações informal se baseiam na formação de grupos de interesses que se aproximam por um objetivo comum, geralmente não relacionado aos interesses da organização. Podem ser exemplificadas por pessoas que se aproximam por relações de amizade, confiança, gostos ou afinidades. Podemos classificar as organizações formais, segundo o setor da economia, em Governo, Empresas e Organizações do Terceiro Setor. Governo O Governo representa as organizações do serviço público, que administram o Estado e serviços, ao povo. Certamente você utiliza os serviços prestados pelo Governo, como: ministérios, universidades públicas e hospitais do estado. Empresas Já as Empresas são organizações que têm como objetivo principal vender produtos e serviços, administrando recursos humanos, financeiros e materiais, visando obtenção de lucro. Neste caso, representam a maior parte das empresas que fazem parte do nosso cotidiano. Exemplos: shoppings, padarias, supermercados, farmácias. Terceiro Setor Quanto ao Terceiro Setor, você pode entendê-lo como as organizações de utilidade pública, que contam com a sociedade para prestar os seus serviços. A característica principal é não ter finalidade lucrativa. Como exemplos, temos as ONGs e Associações. De um modo geral, para que as organizações sejam formadas além das pessoas e objetivos, precisamos definir a sua estrutura, que pode ser simples ou complexa. O que vai determinar a sua complexidade é o tipo de cultura organizacional definida pelo gestor. E, por fim, é necessário definir qual o tipo de tecnologia que será adotada. A tecnologia está relacionada às máquinas e aos processos. A junção desses quatro componentes, implementada de forma única em cada empresa, é que refletirá a diversidade das organizações. Isso porque cada uma delas irá utilizar esses componentes da forma que melhor se adequar ao seu propósito. Acredita-se que, para compreender a administração e qual o papel que ela desempenha nas organizações e na sociedade, inicialmente é necessário entender o que é administrar. De acordo com o dicionário Aurélio, administrar significa gerir, ministrar, conferir. Para Kwasnicha (1995), administrar é um processo integrativo de atividade organizacional que envolve a vida do indivíduo, quer seja na organização, nas fábricas, nas escolas, ou até mesmo nas famílias. Complementa ressaltando que é um processo pelo qual o administrador cria, mantém e opera uma organização, que deve ser entendida como um grupo de duas ou mais pessoas que interagem em prol de um objetivo. Agora que você já sabe o que significa o termo administrar, vamos compreender o termo administração. Para Maximiano (2004), é a busca da eficácia, através da concretização dos objetivos e utilização racional de recursos. Nesse sentido, o termo administração vem sendo formado por conceitos que se aprimoram constantemente, visto que, no contexto organizacional, seu principal foco é atender as demandas do atual mercado globalizado. A administração é, portanto, uma atividade integrada e considerada interdependente que se utiliza de recursos financeiros, humanos e materiais, produzindo bens ou serviços com fins lucrativos. É um processo que requer tomada de decisão. O que tem se observado é que a concepção acerca do termo administração vem sendo aprimorada, até porque a realidade das organizações vem sofrendo transformação, quer seja pelo número excessivo de empresas apresentadas pelo mercado, quer seja pela exigência dos membros que utilizam os bens ou serviços produzidos por essas empresas. Antes as organizações eram poucas e com estruturas pequenas, onde sobressaíam os profissionais autônomos e artesãos independentes. Os chefes ou proprietários eram os donos das decisões e geralmente primavam pelo lucro. Hoje, já se observa um volume de empresas muito maior, o que requer um trabalho mais flexível e profissionalizante. Hoje as empresas vivem a chamada administração contemporânea, ou seja, organizações com ênfase nas pessoas, vistas como sistemas, onde tudo está interligado. Mesmo com o processo de evolução e mudança, o PODC (planejar, organizar, dirigir e controlar) ainda se faz presente até o contexto dos dias atuais. Destaca-se, portanto, que uma vez mudando-se as situações, os princípios da administração também tendem a mudar, no sentido de acompanhar as novas condições. Como já citado, não há forma de administrar que seja melhor que a outra. Essa concepção é baseada na teoria situacional que enfatiza que o ambiente organizacional, a tecnologia e a situação vivenciada pelas organizações é que determinará qual teoria da administração será adequada à gestão. As indústrias passaram a crescer e seus processos eram administrados com base no improviso e despreparo da mão-de-obra. As organizações hoje se apresentam como reflexo do que ocorria desde a Revolução Industrial, até porque foi um período marcado pelo avanço da tecnologia que fez surgir as fábricas e as empresas industriais. Administrar era, essencialmente, tomar decisões que traziam, em seu bojo, riscos tais como contratar pessoal, aquisição de maquinaria, alocação de recursos, controlar, inovar. Essa era a ideia inicial sobre a administração, no entanto, administrar hoje não é apenas um ato de manipular coisas e gerenciar pessoas, é a capacidade de aprender e empreender, contribuindo para o desenvolvimento individual e coletivo. A partir da Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, a organização do trabalho passou a ter uma nova conduta proveniente do aumento da complexidade do contexto e das operações (lutas, sindicatos, concorrência), exigindo uma nova postura ao se administrar. O que antes se supervisionava com armas e chicote passou a ser feito com mais racionalidade, especialização de tarefas e divisão de trabalho. A substituição do operário pela máquina nas tarefas foi o destaque que marcou essa época, onde, evidenciava-se a partir de então a mecanização e divisão do trabalho. Não há como negar que, no contexto contemporâneo, as organizações têm se deparado com uma geração de gestores conectada com cada vez mais a tecnologia e interatividade. Uma geração que tem fechado negócios através das redes de relacionamentos, a exemplo do Facebook, apresentando respostas mais rápidas ao mercado. Como vimos, para que exista uma organização formal, é necessária a definição de objetivos, divisão de trabalho e relações de poder. Caberá ao administrador fazer com que essa definição seja clara e funcione de forma eficiente e eficaz dentro da organização. Como as organizações são muito dinâmicas, uma vez que é gerida por pessoas, a administração deve então ser uma ação contínua. Cabe, portanto, à administração, analisar como serão geridos os recursos limitados e como será o sistema de produção da organização. Daí você já pode perceber que a produtividade é a relação entre os produtos obtidos e os fatores de produção empregados na sua obtenção. Como exemplo, imagine uma fábrica ofertando ao mercado produtos de limpeza. O que chamamos de relação entre os produtos obtidos seria a visualização do detergente pronto para o consumo, e os fatores que foram utilizados paraque ele pudesse ser produzido (mão de obra, matéria-prima, máquinas, pessoas). Para que essa produtividade seja de fato efetiva dentro da organização, é necessário que o gestor seja eficiente e eficaz, conforme evidenciado. EFICIÊNCIA significa fazer a coisa bem feita, ou seja, fazer aquilo que está sendo feito da melhor forma possível. Quando as organizações, de um modo geral, resolvem problemas e mediam as adversidades, sendo eficientes no uso dos recursos e utilizando-os de forma correta, todos os envolvidos tendem a ficar satisfeitos. Desta forma, quanto maior for o grau de produtividade e economia no uso dos recursos, mais a organização estará sendo eficiente. EFICÁCIA é fazer aquilo que de fato precisa ser feito, gerando resultados. Ou seja, é fazer a coisa certa no momento certo. Quanto mais uma organização realiza os seus objetivos, mais ela está sendo eficaz. Logo, o papel da administração é assegurar a eficiência e eficácia das organizações. A diferença entre eficiência e eficácia pode ser percebida comparando as estratégias utilizadas pela General Motors e pela Ford. A Ford utilizou como estratégia de negócios fazer eficiente o mesmo carro. Já a GM, optou por um modelo de negócio que se baseou em orientação para o mercado, produzindo um carro para cada tipo de cliente. Desta forma, você já percebeu que administração implica em ação pautada no processo de se tomar decisões que compreendem algumas etapas, como planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Administrar uma empresa é aproveitar da melhor forma as circunstâncias externas, de modo a utilizar o mais eficientemente possível os recursos de que dispõe (pessoas, máquinas, materiais e capital) para fazê-la sobreviver e progredir. (LACOMBE; HEILBORN 2008). Atividade Das alternativas relacionadas a seguir identifique aquela que mais se aproxima do conceito de Administração: 1. aÉ a busca da eficácia, através da concretização dos objetivos e utilização racional de recursos. 2. bÉ um processo integrativo de atividade organizacional que envolve a vida do indivíduo. 3. cÉ um grupo inacabado, visto que a sociedade está em constante mudança, onde surgem novos desejos e necessidades. 4. dÉ a busca da eficiência, através da concretização dos objetivos e utilização irracional de dinheiro. 5. eÉ gerir um negócio pensando exclusivamente na geração de lucro e na prosperidade organizacional. Aula 2A Administração nas organizações brasileiras A administração no Brasil apresenta uma significativa influência americana. Seu desenvolvimento é oriundo não só da história da empresa nacional, mas também da história do capital estrangeiro. Essa influência americana partiu não apenas do campo tecnológico, mas do próprio modo de gestão, em que os administradores tomariam como exemplo a forma de exercer liderança, estimulando e apoiando o aperfeiçoamento social e econômico adotado pelos americanos. Sobre esse aspecto, Lima (2002) afirma que a influência norte-americana é um fato notório, porém, considera lamentável não ter sido atualizada de modo que mostrasse compatibilidade com a realidade. Para Storck (1983), o desenvolvimento e profissionalização da administração nas organizações brasileiras foram marcados por quatro momentos: O primeiro momento foi marcado por uma base cultural, científica e tecnológica deficiente, o que levou o Brasil a optar pela diversificação de sua economia e ingressar na era industrial. Nesse momento, destacavam-se os estabelecimentos com caráter artesanal e familiar, sobressaindo-se as indústrias tradicionais. Vivenciava-se uma estrutura de poucos administradores profissionais, o que comprometia o trabalho desenvolvido à época. Essa estrutura não comportava a administração nas mãos de uma única pessoa, ou seja, administração de forma centralizada, sem que houvesse profissionalização e adaptação à complexidade que se instalava no interior das organizações. Esse contexto acabou gerando a necessidade de administradores capacitados e aptos a tomarem decisões, sem necessariamente ter que contar com os chefes. Constituía-se um elevado número de filiais de grandes empresas tanto no âmbito nacional quanto multinacional, o que requeria mão de obra qualificada para atuar no mercado. A partir daí, resultou-se a implantação do IDORT (Instituto de Organização Racional do Trabalho), fundado em São Paulo. O principal destaque para a implantação do IDORT era a sua principal atribuição de divulgar as técnicas da administração científica e clássica, visando à solução de problemas ligados à racionalização das empresas e à qualificação no desempenho gerencial dos profissionais. A divulgação dos teóricos científicos e clássicos, na década de 30, já passava a representar a forte tendência da concepção mecanicista no contexto organizacional brasileiro. Nicolini (2003) também ressalta a influência norte-americana no contexto da estruturação das organizações brasileiras. Conforme enfatizado anteriormente, o acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos foi a solução estratégica para os problemas da atuação gerencial no país. A partir de então, a administração passou a crescer cada vez mais no Brasil. Para Leal e Freitas (2005), a administração no Brasil surge no contexto após a segunda grande guerra, em resposta às demandas da sociedade (chamada de “nova ordem mundial”), a partir da necessidade de mão de obra qualificada que atendesse ao processo de industrialização, praticamente um século após o seu desenvolvimento nos EUA. A partir de então, a administração torna-se uma ferramenta imprescindível à sociedade e com o passar do tempo, sua tendência foi crescer em resposta à demanda. Este contexto de transformações exige do gestor a necessidade de aprender novas formas de executar o trabalho, adquirir novos conhecimentos e habilidades, além de operar máquinas cada vez mais modernas. As empresas se apresentam mais enxutas e requerem profissionais mais qualificados e competentes a partir de uma visão de trabalho mais versátil e generalista, um profissional criativo que consiga integrar conceitos de forma lógica e crítica. Até porque a supercompetitividade imposta pela globalização da economia não deixa espaço para o amadorismo. É válido considerar que o administrador deve atuar como agente transformador, adaptando-se aos avanços tecnológicos e científicos com o propósito de responder às demandas do mercado de trabalho, a partir da construção de uma concepção que vise promover novas relações produtivas e sociais. É a chamada visão de administrador, que é preparado para as empresas do futuro e não para as empresas do passado. Portanto, visão de profissionais que desconsiderem a concepção de racionalidade imutável e homogênea, para ressaltar a concepção de flexibilidade e adaptação aos fatos e meios. Mais quais seriam esses fatos e meios? De fato, como se apresenta o cenário organizacional brasileiro? Mesmo com a influência americana, é válido chamar à atenção para o fato de que é necessário se conhecer o contexto cultural de uma organização e adaptar as estratégias empresariais de acordo com a cultura local de cada país. O contexto econômico e político do país vem influenciando a atividade empresarial brasileira, e quanto a isso, não nos restam dúvidas. O que ocorre é que para o gestor sustentar o seu negócio, ele deverá estar preparado para lidar com uma elevada carga tributária, já que o Brasil é o país com maior percentual de PIB do mundo, e com custos de financiamento ainda muito altos, com taxas de juros que muitas vezes chegam a ser abusivas. Esse fato, inclusive, acaba reduzindo significativamente a abertura de novos negócios. O processo burocrático na gestão dos negócios muitas vezes leva os gestores a gastarem tempo com formalidades do que empreendendo esforços na administração do negócio em si. Esses três aspectossão os principais motivos do crescimento do negócio informal. Desta forma, o administrador brasileiro moderno deve seguir a lógica da tríade objetivos, recursos e decisões. Isso porque a administração vem se apresentando como um processo que, para se colocar em prática decisões, visando alcançar objetivos, faz-se imprescindível a utilização de recursos. Nessa lógica, começa-se a perceber que, para a concretização dessa tríade, somente a experiência técnica não será suficiente. Para que as organizações brasileiras ganhem destaque no mercado, os seus dirigentes deverão estar aptos para atuar como gestores empreendedores, com visão estratégica de futuro, na consolidação de seu próprio negócio, administrando, inclusive, variáveis políticas e econômicas. Desta forma, cabe não só se pensar em introduzir novos processos, mas preparar a força de trabalho para desempenhar com eficácia esses novos papéis. Aula 3Funções do Administrador Com o passar dos anos, o administrador, em plena Era da Informação, deixou de ser um mero supervisor do trabalho das pessoas e da utilização de recursos organizacionais, com tarefas simples e limitadas, para ser um condutor de negócios e gestor de oportunidades e ameaças que constituem o entorno das organizações. Seu papel passou a ser multivariado e contingencial. Mas, de fato, quais seriam as funções do administrador? A primeira delas é planejar. Do ponto de vista organizacional, planejar significa pôr em prática as habilidades conceituais do gestor. Ou seja, definir as metas, os meios e recursos (financeiros, humanos, tecnológicos, materiais) para se alcançar os objetivos organizacionais. Será, portanto, a ação norteadora para todas as outras ações. Um bom gestor deve pensar com antecedência o que deseja alcançar e traçar planos e cronogramas para que possa acompanhar sua execução. É através do planejamento que a organização pode evitar o desperdício e apresentar maiores chances de se atingir os objetivos traçados. Até porque, se não utilizarmos o planejamento no presente, dificilmente conseguiremos implantar o que desejamos no futuro. Funciona assim também para a nossa vida pessoal. Se desejarmos ter uma prospecção financeira futura, será necessário fazer um planejamento de gastos e receitas para que se consiga o que se planejou. Para uma viagem, por exemplo, é necessário que se pesquise antes o lugar desejado, quanto será necessário de recurso, quem fará a viagem e qual o período mais apropriado para que a viagem aconteça. Quando se trata de uma organização, deve-se buscar ao máximo evitar os improvisos. Desta forma, planejar é decidir antecipadamente. Geralmente, nas empresas, os seus diretores se reúnem anualmente para discutir sobre seus projetos e como a equipe pode trabalhar para que sejam bem-sucedidos. Como você pode perceber, quando os objetivos são estabelecidos e as formas de alcançá- los traçadas, o administrador está planejando. Embora muitas vezes aquilo que se planejou leve anos e anos para que vire uma realidade. Aquele que não prevê os acontecimentos a longo prazo se expõe a infelicidades próximas. (Confúcio) Um plano deve conter objetivos, plano de ação, recursos, meios, mas ainda assim suas formas e conteúdo vão variar de uma empresa para outra. Por exemplo, em uma organização, o objetivo pode ser um resultado desejado como entrar em um novo segmento, acabar com a criminalidade; em outras, o objetivo pode ser a realização de um produto, como comprar um novo imóvel ou desenvolver uma nova marca para o negócio. Quando uma organização se prepara para competir no mercado, existe uma forte tendência de que o seu negócio dê certo. Com a falta de planejamento, existe grande probabilidade de que o desempenho organizacional não seja satisfatório. Podemos perceber isso através das pesquisas realizadas pelo SEBRAE. Ainda existe um percentual muito significativo de empresas que fecham suas portas antes de completarem cinco anos de existência. Um dos motivos que podem ser atribuídos a esse fato é a falta de planejamento. No planejamento estratégico, que é o mais utilizado pelas organizações, devem ser envolvidos os objetivos e estratégias de longo prazo, a análise da situação das forças e fraquezas, ameaças e oportunidades do negócio, ficando sob a responsabilidade dos altos executivos. Já no planejamento tático, são envolvidos os planos mais específicos e as principais ações que uma unidade deve empreender. No plano operacional, estão envolvidos os procedimentos que requerem um tempo mais curto, envolvendo os níveis inferiores da organização. Durante décadas, o planejamento foi utilizado de forma desestruturada e fragmentada, sendo adotado apenas por poucas grandes empresas. Nos últimos trinta anos, o uso do planejamento passou a ser formal, sendo utilizado por todos os níveis da organização: estratégico, tático e operacional. Embora as empresas tenham o planejamento como exercício anual, revisando a missão, as principais metas e expectativas dos acionistas, é importante considerar que elas também devem desenvolver os planos de contingência para as situações inesperadas, como crises econômicas, catástrofes ambientais e desastres. Sobretudo, porque os gestores, de um modo geral, lidam com o futuro em um ambiente incerto e em constante mudança. Organizar é a segunda função administrativa. Uma organização é a coordenação racional das atividades de um certo número de pessoas, que desejam alcançar um objetivo comum e explícito, mediante a divisão das funções e do trabalho e por meio da hierarquização da autoridade e da responsabilidade. (SCHEIN apud LACOMBE; HEILBORN 2008). Envolve a atribuição de tarefas em departamentos e os recursos que serão alocados para esses departamentos atingirem os objetivos. Através da organização é que se define a estrutura e configuração da ação empresarial como um todo. De certa forma, é imprescindível que o gestor busque disponibilizar todos os recursos e competências que deverão ser utilizados para que se obtenha resultado e consiga executar o que foi planejado. Nesse sentido, a organização depende do planejamento. O planejamento define o que fazer e a organização de como fazer. Através dele, a empresa deverá reunir e integrar os seus recursos e competências, definir a estrutura, estabelecer a divisão do trabalho, ou seja, se configura no caminho que a empresa utiliza para pôr o planejamento em prática. Eis o grande desafio da função de organizar: alcançar a coerência entre todas as áreas de decisão. No sentido de proporcionar maior clareza ao processo da gestão como um todo, a empresa pode definir a função de organizar abrangendo quatro elementos: TAREFAS: representa a divisão do trabalho. PESSOAS: designação das pessoas para ocupação dos cargos. Nesse quesito é necessário um cuidado especial ao se designar uma pessoa para ocupar uma determinada tarefa. É importante se considerar as habilidades, aptidões, experiências de cada membro que compõe a organização. O gestor deve buscar a pessoa certa, na tarefa certa, e no tempo certo. ÓRGÃOS: configura-se no agrupamento de pessoas e tarefas, como exemplo dos departamentos ou unidades da organização. Essas pessoas se reúnem sob uma autoridade hierárquica única para exercer uma função ou um conjunto de funções. RELAÇÕES: representam as relações entre os órgãos que compõem a organização e entre parceiros externos à organização. A partir da definição desses quatro elementos, a empresa compõe o seu organograma, que nada mais é do que a representação visual da estrutura de uma organização. No organograma devem estar indicadas as tarefas departamental e lógica do seu ordenamento, ou seja, é a ilustração da organização do trabalho das pessoas. Um dado curioso é que nem sempre o fato de uma empresa possuir organograma significa que ela é uma empresa bem organizada.Desta forma, cabe ao gestor definir alguns princípios na elaboração do seu organograma, a saber: simplicidade, ou seja, apresentar apenas os componentes fundamentais que auxiliarão no entendimento da estrutura organizacional. padronização, ou seja, estabelecer uniformidade e coerência. atualização, que nada mais é do que o retrato da realidade da organização em um dado momento. Assim sendo, cada vez que as circunstâncias o exigirem, o organograma deve ser atualizado. O organograma pode ser vertical, que é quando a estrutura está voltada para o controle vertical da organização; ou horizontal, voltado para a definição da divisão técnica do trabalho. O organograma vertical é o mais tradicional. As principais vantagens do organograma é que, através dele, é possível se analisar as deficiências da estrutura (lacunas, duplicações de cargos etc.); indicar aos funcionários como eles estão enquadrados no sistema em que atuam; além de proporcionar melhores condições de controle. Através do desenho da estrutura organizacional é que se decide o nível de centralização e descentralização. Quando a autoridade está concentrada em apenas uma pessoa, ou em poucas pessoas, a organização é centralizada. Nas organizações centralizadas, o poder de decisão está localizado próximo ao topo da organização. A principal vantagem é uma maior uniformidade e controle. Já nas organizações descentralizadas, as decisões são tomadas em níveis mais baixos. Desta forma, os ocupantes de determinados cargos transferem parte de suas atribuições para representantes de outros cargos. A principal vantagem é que ela estimula a autonomia e proporciona um melhor aproveitamento do potencial das pessoas. Uma empresa de sucesso que optou pelo modelo da descentralização é a Johnson & Johnson, que oportuniza uma total autoridade a todas as suas companhias operadoras. Quando os trabalhos são divididos de forma racional, o administrador está organizando. Após o planejamento e organização, a próxima função é a direção. E o que isto representa? Isto representa a estratégia do gestor de acionar a empresa, dinamizá-la e fazê-la funcionar. Desta forma, é através da direção que os objetivos devem ser alcançados por meio da atividade das pessoas que compõem a organização. É a função administrativa relacionada à interação entre os administradores e seus subordinados, ou seja, a função que coloca em prática as habilidades de motivar e liderar pessoas por parte dos gestores. Por envolver o gerenciamento de pessoas, dirigir constitui uma das funções administrativas mais complexas, sobretudo porque uma vez que se agrupam pessoas com objetivo e perspectiva individual, existe um grande desafio para se alinhar esse objetivo individual com os objetivos organizacionais. Nesse sentido, a função da direção envolve o contato direto e próximo com as pessoas, ajudando a guiá-las no caminho dos objetivos de equipe e organizacionais. Alguns aspectos estão mais ligados à direção, como: Assim, como você deve estar imaginando, a direção deve buscar criar um ambiente de trabalho cooperativo, manter um fluxo claro de comunicação, criar situações que possibilitem às pessoas aprender e crescer. Na função de direção, a comunicação representará a troca de pensamentos, a inter- relação por meio de palavras. Configura-se no processo de passar informação de uma pessoa para outra. No que tange à motivação, o gestor deve entendê-la como a ação que vai impulsionar um indivíduo a agir de determinada forma, quer seja provocado por um estímulo interno, quer seja por um estímulo externo. Eis um grande desafio, administrar desejos e necessidades diversas, dentro de um mesmo ambiente organizacional. Daí, a liderança passa a exercer também um papel extremamente importante na empresa. Através da liderança, o gestor desenvolverá técnicas para conduzir as pessoas, fazendo uso adequado de incentivos para obter motivação. Configura-se na capacidade de motivar as pessoas a fazerem aquilo que precisa ser feito. Nessa perspectiva, a conduta do diretor deverá ser exemplo para todos os seus seguidores. Na função de direção, a liderança exerce um papel mais relevante. Desta forma, aquele que exerce função da direção deve ser visto como um agente transformador, adaptando-se aos avanços tecnológicos e científicos, com o propósito de responder às demandas do mercado. Observa-se que em um cenário marcado por constantes e aceleradas transformações em todos os aspectos, sobretudo no que se refere ao aumento da competitividade e necessidade de sobrevivência, as organizações, independentemente do seu tamanho, têm buscado monitorar tanto o seu ambiente externo quanto interno. Para tanto, dirigir significa adotar um perfil eficiente, que combine aspectos relacionados à execução das tarefas com aspectos relacionados ao lado emocional, visando equilibrar e orientar as relações de trabalho. Nesse sentido, o relacionamento interpessoal passa a refletir no desenvolvimento de uma organização, a partir da valorização cada vez maior dos recursos e talentos humanos, criando sinergia no ambiente organizacional. Essa sinergia se refere a tentar obter da equipe um resultado que seja maior do que o somatório das capacidades e habilidades individuais de seus membros. Para que exista sinergia, são necessárias a comunicação e troca de informações, o que só pode acontecer quando existe um relacionamento interpessoal — formal ou informal — de qualidade entre aqueles que fazem parte de uma organização. Existem dois estilos de direção: Teoria X e Teoria Y. Governo Na Teoria X, é desenvolvido um estilo de direção voltado apenas aos objetivos empresariais, sem levar em consideração as aspirações individuais dos membros que compõem a organização. É considerada uma teoria ultrapassada, uma vez que tem uma forte tendência a levar as pessoas a fazerem exatamente o que a organização deseja, sem considerar as opiniões e objetivos individuais. Segundo Chiavenato (2007), o salário é a única motivação para essa teoria. Terceiro Setor Na Teoria Y, a direção desenvolve um estilo de gestão aberto, democrático, participativo e dinâmico. Nesse estilo de direção, percebe-se uma administração por objetivos que realçam a iniciativa individual, ou seja, existe uma preocupação com autodesenvolvimento das pessoas. O trabalho é encarado como uma atividade natural, as pessoas são criativas e competentes. Trata-se, portanto, de um estilo de direção pautado em ações inovadoras e humanistas. Na teoria Y, as decisões são descentralizadas e as responsabilidades delegadas, com maior significação do trabalho. Como você pode imaginar, o papel de direção passou por diversas transformações ao longo dos anos. A autoridade, que antes era exercida pelo chefe em uma relação de comando e controle, teve que ceder espaço a uma direção participativa direcionada para a motivação e liderança, com foco também nas pessoas. Por fim, após o planejamento, organização e direção, o gestor deve controlar. Vamos compreender melhor essa etapa. Através do controle, será possível mensurar e avaliar os resultados da ação empresarial e suas consequências. Ou seja, o seu principal papel é acompanhar a execução das atividades, tendo em vista os objetivos organizacionais. Desta forma, o controle se preocupa em manter a empresa em condições que permitam o funcionamento adequado em prol do cumprimento dos seus objetivos, de acordo com o que foi planejado. As organizações devem pensar no controle como uma forma de monitorar o progresso da empresa e implementar as mudanças necessárias para que ela cumpra a sua missão. Nesse sentido, no cotidiano das empresas, marcado por adversidades e mudanças constantes, faz parte da premissa dos gestores buscar respostas para as questões do tipo: nossos resultados estão compatíveis com nossos objetivos? Nossas metas estão sendoatingidas? Nossa equipe está motivada e engajada na consecução das estratégias organizacionais? As corporações de sucesso empreendem esforços significativos no acompanhamento da qualidade de sua atuação. Desta forma, torna-se uma prática monitorar o desempenho das pessoas, fornecer feedback, identificar problemas e corrigi-los. Com o avanço da tecnologia da informação, as organizações estão utilizando a internet e outras tecnologias para coordenar e monitorar virtualmente o seu negócio, sobretudo porque a falta de um controle eficaz pode causar sérios problemas à organização e ameaçar o seu futuro. Em muitas organizações, existe uma resistência muito grande aos sistemas de controle. Essa resistência é atribuída ao fato de os sistemas abrangentes de controle fornecerem dados de desempenho dos funcionários, além de revelarem erros que causem instabilidade no emprego. Cabe ao gestor fazer com que o controle organizacional seja entendido como um processo sistemático de monitorar as atividades organizacionais tornando-as consistentes com os planos e metas traçados pelos acionistas da empresa. O controle, antes do processo, pode ser chamado de controle por adiantamento das informações. Como a própria classificação já sugere, esse tipo de controle busca identificar e definir os problemas antes de ocorrerem. É o que os bancos geralmente fazem. Antes de fornecer um empréstimo a um correntista, o gerente exige uma série de documentos e comprovações. “De acordo com Kaplan e Norton (1997), o BSC é um instrumento que mede o desempenho organizacional em quatro perspectivas (financeira, clientes, processos internos e aprendizagem/crescimento), permitindo que a organização acompanhe o desempenho financeiro, monitore e ajuste a estratégia.” Para saber mais sobre o Balanced Scorecard, leia as páginas 23-26, do livro Incrementando a Estratégia - Uma abordagem do balanced scorecard, disponível na Biblioteca Virtual. Quando o controle é realizado durante o processo, ele é chamado de controle simultâneo. Nesse tipo de controle, o foco está nos processos contínuos. Em contrapartida, quando o controle está focado nas saídas da organização, ou seja, após o processo, a organização está adotando o controle pelo feedback. Nesse controle, os problemas são resolvidos depois que eles acontecem. Exemplos: a análise de uma venda depois que ela acontece e as ligações pós-venda. Através do Balanced Scorecard, o gestor tem condições de fazer um monitoramento financeiro dos processos internos, dos clientes e do aprendizado e crescimento organizacional. Como você pôde perceber, o ciclo PDCA é muito utilizado como modelo para o planejamento. Vamos entender o que é PDCA... O ciclo PCDA é um método interativo de gestão baseado nas funções da administração: Planejar, Executar, Verificar e Agir. “Plan”, planejar; “Do”, fazer ou agir; “Check”, checar ou verificar; e “Action”, no sentido de corrigir ou agir de forma corretiva. O PDCA se configura em um método utilizado para o controle eficaz das atividades de uma organização, sobretudo àquelas relacionadas às melhorias. Através dele, a empresa implementa ações de melhorias constantes nas áreas, auxiliando no processo de tomada de decisões administrativas. Visualize como exemplo a atuação de um empresário, dono de um restaurante localizado em uma capital brasileira. Suas atividades são focadas antes, durante e depois da prestação dos serviços. Antes, será necessário verificar as atividades de recepção, compra dos alimentos e bebidas, iluminação, segurança, garçons, cozinheiras, limpeza etc. O acompanhamento de como as cozinheiras preparam as comidas e como os garçons atendem os clientes podem ser entendidos como a função de controlar durante o processo. Ao final do dia, o acompanhamento de quantos pratos foram vendidos e a estatística de satisfação dos clientes em relação ao restaurante representam o controle depois do processo. É importante destacar que todas as quatro funções administrativas (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar) são interdependentes, mas interagem entre si de modo dinâmico. Em síntese, as funções do administrador são: No planejamento estratégico, que é o mais utilizado pelas organizações, devem ser envolvidos os objetivos e estratégias de longo prazo, a análise da situação das forças e fraquezas, ameaças e oportunidades do negócio, ficando sob a responsabilidade dos altos executivos. Já no planejamento tático, são envolvidos os planos mais específicos e as principais ações que uma unidade deve empreender. No plano operacional, estão envolvidos os procedimentos que requerem um tempo mais curto, envolvendo os níveis inferiores da organização. Agora vamos destacar as habilidades que um administrador deve desenvolver. Como visto, observe que, para pôr em prática o ciclo PDCA, o administrador deve ter habilidades técnicas para utilizar os conhecimentos, métodos e técnicas na realização de tarefas específicas. Se você é um engenheiro de uma determinada construção, a competência técnica está relacionada aos conhecimentos sobre engenharia e sobre o projeto de obra para o qual você foi contratado. Também como exemplo, você pode perceber como a habilidade característica de um contador, advogado, ou seja, aqueles que detêm um conhecimento especializado. Observe que é uma habilidade, geralmente adquirida por meio da experiência e treinamento profissional. O conhecimento técnico possibilita ao gestor reconhecer problemas, equacionar soluções e, ainda, introduzir modificações no processo produtivo. Habilidades humanas para trabalhar com pessoas, saber se comunicar, compreender as motivações das pessoas envolvidas no negócio e principalmente, desenvolver uma liderança eficaz. Podemos considerar também como competência interpessoal. Através da habilidade humana, o administrador tende a envolver o grupo, de modo que ele caminhe na direção dos objetivos organizacionais. Desta forma, um bom administrador deve buscar desenvolver a habilidade de lidar com pessoas. Até porque as pessoas são as organizações. E, por fim, habilidades conceituais para gerenciar ideias, definir a missão do negócio, estabelecer a visão de futuro e a estratégia organizacional. De certa forma, as habilidades conceituais abrangem todas as formas de raciocinar, de modo a saber agir diante de situações complexas e adversas. Através da habilidade conceitual, o administrador consegue visualizar a empresa como um todo. Todas essas habilidades vão variar de acordo com os níveis da administração. No nível estratégico (alta direção), em que são estabelecidos os objetivos e estratégias organizacionais, se percebe maior evidência das habilidades conceituais. No nível tático (gerência), se observa maior evidência das habilidades humanas; já no nível operacional (supervisão), se percebe basicamente as habilidades técnicas. Na medida em que os níveis hierárquicos são mais altos, a proporção da necessidade de cada uma dessas habilidades varia. É importante que você perceba que o será um bom gestor aquele que tiver conhecimento, habilidade e atitude. Para o conhecimento atribui-se visão ampla e articulada com as áreas de cognição; quanto às habilidades atribuem-se relacionamentos interpessoais, criatividade e inovação; quanto à atitude, fica o comportamento ético e o empreendedorismo. Desta forma, além de competências técnicas sólidas, o administrador deve ter competências conceituais e integradoras. Até porque o processo de gerenciar uma empresa está alinhado ao processo de gerenciar a mudança. O que, de certa forma, exige do administrador um perfil que seja capaz de enfrentar alterações rápidas e complexas, além de compreender a necessidade de se criar novos produtos e oferecer novos serviços. Vídeo da Unidade Para saber mais sobre organização e funções do administrador, assista agora aovídeo da unidade Funções do administrador. Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando aqui. Atividade Tratando-se do modelo de planejamento PDCA, relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda. 1. APlanejar 2. BOrganizar 3. CControlar 4. DDirigir • Mensurar e avaliar os resultados. Acompanhar a execução. • Acionar a empresa, dinamizá-la e fazê-la funcionar. • Definir a estrutura e configuração. • Definir as metas, os meios e recursos para se alcançar os objetivos organizacionais. conferir Encerramento Como o profissional deverá administrar uma organização? Você estudou que atualmente administrar não é, apenas, um ato de manipular coisas e gerenciar pessoas. Por tanto, o administrador deve ser capaz de aprender e empreender, contribuindo para o desenvolvimento individual e coletivo dentro de uma organização. Ele precisa adaptar-se às demandas atuais, tais como, os avanços tecnológicos e científicos, para que seja capaz de atender às demandas da sua área de atuação. Em que se configura a administração? A partir do que foi exposto, a concepção acerca da administração vem sendo aprimorada, até porque a realidade das organizações vem sofrendo transformação, quer seja pelo número excessivo de empresas apresentadas pelo mercado, quer seja pela exigência dos membros que utilizam os bens ou serviços produzidos por essas empresas. Quais as principais funções e habilidades do administrador? Dentre as suas funções, o administrador precisa saber planejar, organizar, dirigir e controlar. O administrador deve ter habilidades técnicas para utilizar os conhecimentos e métodos na realização de tarefas específicas, além de habilidades humanas para trabalhar com pessoas, saber se comunicar, compreender as motivações dos envolvidos no negócio, desenvolvendo uma liderança eficaz. E, por fim, habilidades conceituais para gerenciar ideias, definir missão do negócio, estabelecer a visão de futuro e a estratégia organizacional. Resumo da Unidade Nesta unidade, você estudou alguns conceitos que permeiam a prática administrativa, bem como as principais funções da administração, além das competências e habilidades necessárias ao administrador do século XXI. Vamos resgatar e responder as questões norteadoras. Acompanhe comigo. Atividades Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, das leituras complementares e dos vídeos das unidades, você deverá realizar as atividades pontuadas que se encontram no ambiente virtual de aprendizagem. Acompanhe os prazos de envio das avaliações no documento “Calendário e Critérios de Avaliação”, na introdução da disciplina. Lembre-se: procure o professor-tutor no fórum "Fale com o tutor".
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