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Os padrões necessários para a qualidade do ar.
A política Nacional do Meio Ambiente visa a preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Preservar é sinônimo de manter em estado natural os recursos naturais, evitando intervenções dos seres humanos (SIRVINSKAS, 2005).
Assim sendo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) foi apresentado e abordado como uma pauta de grande importância pela Lei nº 6.938/1981 (BRASIL, 1981). 
O CONAMA, através de resoluções, procura controlar a poluição do ar, regulamentando regras básicas para os padrões de qualidade do ar, o zoneamento ambiental, os padrões de incremento e os padrões de emissão de poluentes atmosféricos, consequentemente as duas principais resoluções do CONAMA, referente à poluição do ar são:
· RESOLUÇÃO CONAMA 5 DE 1989, que institui o PRONAR - Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar: A principal estratégia do PRONAR é limitar, em nível nacional, as emissões por tipologia de fontes e poluentes prioritários, reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como ação complementar de controle. Esta resolução estabelece dois tipos de padrões de qualidade do ar, apresentados na tabela 1.
Tabela 1 - Tipos de padrões de qualidade do ar
	Padrões primários de qualidade do ar
	São as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, podendo ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo.
	Padrões secundários de qualidade do ar
	As concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e flora aos materiais e meio ambiente em geral, podendo ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.
Fonte: Resolução CONAMA 5/1989 (BRASIL/CONAMA, 1989)
· RESOLUÇÃO CONAMA Nº 03 DE 1990 (BRASIL/CONAMA, 1990), que cria novos Padrões de Qualidade do Ar;
Os padrões de qualidade do ar possuem concentrações de poluentes atmosférico que quando ultrapassados podem afetar a saúde da população e ocasionar danos à flora e à fauna e ao meio ambiente em geral. Os objetivos desta resolução são alcançar os padrões de qualidade do ar a serem atingidos mediante a estratégia de controle fixada pelos padrões de emissão que deverão orientar a elaboração de Planos Regionais de Controle de Poluição do Ar. 
Dessa forma, foi estabelecido Padrões de Qualidade do Ar, Primários e Secundários, para particulados totais e inaláveis, SO2, fumaça, CO, NO2 e ozônio, bem como níveis de Atenção, Alerta e Emergência de Poluição do Ar, para o dióxido de enxofre (SO2), material particulado inaláveis e totais (MP), monóxido de carbono (CO) e oxidantes fotoquímicos. Tais padrões estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 - Índice de qualidade do ar.
	Poluente
	Tempo de amostragem
	Padrão primário µg/m
	Padrão Secundário µg/m
	Método de medição
	Partículas totais em suspensão
	24 horas MGA*
	240
80
	150
60
	Amostrador de grandes volumes
	Partículas inaláveis
	24 horas MAA**
	150
60
	150
60
	Separação inercial/filtração
	Fumaça
	24 horas MAA**
	150
60
	100
40
	Refletância
	Dióxido de enxofre
	24 horas MAA**
	365
80
	100
40
	Pararosanilina
	Dióxido de nitrogênio
	1 hora MAA**
	320
100
	190
100
	Quimiluminescência
	Monóxido de carbono
	1 hora 8 horas
	40000
35ppm
10.000
9ppm
	40000
35ppm
10.000
9ppm
	Infravermelho não dispersivo
	Ozônio
	1 hora
	160 µg/m3
	160 µg/m3
	Quimiluminescência
*MGA: Média geométrica anual **MAA: Média aritmética anual 
Fonte: Resolução CONAMA 3/1990 (BRASIL/CONAMA, 19990)
Contudo, o fato de cumprir a resolução CONAMA 3/1990 (BRASIL/CONAMA, 1990), causa a diminuição da emissão de poluentes no ar, mas não garante a total melhora da qualidade do ar, constitui-se em uma ferramenta de apoio a diferentes propostas e programas que devem ser implementados na procura de melhorar a qualidade do ar baseados na diminuição de poluentes.
Para tanto o Plano de Emergência para Episódios Críticos de Poluição do Ar, relatado no CETESB (2011) expõe quais sãos os índices de atenção, alerta e emergência para diferentes poluentes no ar, como mostra a tabela a seguir.
Tabela 3 - Exposição aos poluentes e os sinais de atenção, alerta e emergência.
	Parâmetros
	Ud. - Tempo
	Atenção
	Alerta
	Emergência
	Partículas totais em suspenção
	µg/m³ – 24h
	375
	625
	875
	Partículas inaláveis
	µg/m³ – 24h
	250
	420
	500
	Dióxido de enxofre
	µg/m³ – 24h
	800
	1.600
	2.100
	SO2 x pts
	µg/m³ – 24h
	65.000
	261.100
	393.000
	Monóxido de carbono
	ppm -8h
	15
	30
	40
	Ozônio
	µg/m3 – 1h
	400
	800
	1.000
	Fumaça
	µg/m3 – ND*
	250
	420
	500
	Dióxido de nitrogênio
	µg/m3 – ND*
	1.130
	2.260
	3.000
Fonte: CETESB, 2011 *Não determinado
Normas e legislações aplicadas no controle atmosférico e do meio ambiente do trabalho.
A lei nº Lei nº 6.938/81 (BRASIL, 1981) criou no Brasil uma Política Nacional do Meio Ambiente, sendo a mais importante norma ambiental depois da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Contudo, existem algumas resoluções que estabelecem os padrões de emissão para a queima de combustíveis fósseis, havendo assim o controle atmosférico.
Destacam-se as seguintes resoluções:
· Resolução CONAMA 8 de 1990 (BRASIL/CONAMA, 1990) que estabelece os padrões de emissão de poluentes atmosféricos para processos de combustão externa para novas fontes fixas de poluição aérea; 
· Resolução CONAMA 382 de 2006 (BRASIL/CONAMA, 2006) que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. 
· Resolução CONAMA 436 de 2011 (BRASIL/CONAMA, 2011) que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com pedido de licença de instalação anteriores a 02 de janeiro de 2007.
Existem ainda Normas Internacionais referentes a poluição do ar tendo em vista que a proteção do meio ambiente é de interesse mundial, sendo insuficiente o acatamento apenas às normas nacionais de combate a degradação ambiental. Para tanto foi necessária a aplicação de um Direito Internacional Ambiental na proteção desse bem tão valioso, a partir dessa base, desenvolver as normas nacionais, adequadas às características e necessidades particulares. 
A Convenção de Estocolmo foi um marco para o Direito Internacional Ambiental, onde na Declaração de Estocolmo, 26 princípios tratam de temas de interesse comum da humanidade, tentando conciliar a proteção do Meio Ambiente e o direito ao desenvolvimento, buscando, para isso, critérios e princípios comuns (GRANZIERA; ADAME; GALLO, 2007).
Quanto as orientações gerais da OMS, os padrões de qualidade do ar baseados nos índices de poluição devem ser considerados como o nível máximo de concentração de um poluente atmosférico permitido por uma lei. 
As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam os padrões recomendados pelo Banco Mundial e pela OMS.
Tabela 4 - Padrões de Qualidade do ar recomendados pelo Banco Mundial
Fonte: BANCO MUNDIAL apud MAGRINI et al (2002)
Tabela 5 - Padrões de Qualidade do Ar recomendados pela Organização Mundial de Saúde
Fonte: WHO,2005
Tabela 6 – Padrões de emissões – UTE a carvão- Banco Mundial
	UTE carvão
	Limites Banco Mundial (µg/Nm3 )
	
	NOx – 750 
	SO2 - 2000
Fonte: BANCO MUNDIAL apud SALOMON, 2003.
 Métodos de controle de poluição do ar
Diante do exposto, surge o questionamento sobre os métodos de controle de poluição do ar, qual a importância de ter esses métodos em ação. De modo geral há dois métodos básicos pelos quais se pode controlar a emissão de poluentes atmosféricos (e odores) nos processos industriais (LISBOA, 2007).
Estas técnicas são divididas em dois grupos: 
a) Métodos indiretos, tais como modificação do processo e/ou equipamento; 
b) Métodos diretos ou técnicas de tratamento.
Os métodos indiretos são destinados ao controle de gases, através de modificações de equipamentos ou de processo, uso de matérias primasecologicamente mais adequadas, manutenção dos equipamentos e operação dos mesmos dentro de sua limitação dentre outros meios que evitem o escape ou formação de gases, também conhecida por tecnologia limpa. Destacam-se algumas medidas.
Impedir à geração do poluente: 
· Substituição de matérias primas e reagentes:
a) enxofre por soda na produção de celulose. 
b) eliminação da adição de chumbo tetraetila na gasolina. 
c) uso de resina sintética ao invés de borracha na fabricação de escovas de pintura.
· Mudanças de processos ou operação:
a) utilização de operações contínuas automáticas. 
b) uso de sistemas completamente fechados. 
c) condensação e reutilização de vapores (indústria petrolífera). 
d) processo úmido ao invés de processo seco. 
e) processo soda ou termoquímico ao invés de processo KRAFT na produção de celulose (soda reduz emissão de gás sulfídrico).
Diminuir a quantidade de poluentes geradas:
· Operar os equipamentos dentro da capacidade nominal 
· Boa operação e manutenção de equipamentos produtivos 
· Adequado armazenamento de materiais pulverulentos 
· Mudança de comportamentos (educação ambiental) 
· Mudança de processos, equipamentos e operações:
a) forno cubilô por forno elétrico de indução. 
b) fornos à óleo por fornos elétricos de indução (fundições). 
c) umidificação (pedreiras). 
d) utilização de material sinterizado em alto-forno. 
e) evaporação de contato direto por evaporação de contato indireto na recuperação do licor negro na produção de celulose. 
f) controle da temperatura de fusão de metais. 
g) operação de equipamentos com pessoal treinado. 
h) redução da oxidação de SO2 à SO3 pela redução do excesso de ar (menor que 1%) quando da queima de óleos combustíveis.
· Mudança de combustíveis
a) combustível com menor teor de enxofre (óleo BPF por BTE) 
b) combustível líquido por combustível gasoso.
c) combustível sólido por combustível líquido ou gasoso
d) substituição de combustíveis fósseis por energia elétrica.
Mascaramento do poluente
a) Eliminação da percepção nasal humana de um odor pela superposição de outro odor.
Localização seletiva Fonte/Receptor (planejamento territorial) 
Adequada construção (layout) e manutenção dos edifícios industriais:
a) armazenamento de produtos. 
b) adequada disposição de resíduos sólidos e líquidos
Quanto as Medidas Diretas destacam-se as seguintes:
· Concentração dos poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do lançamento na atmosfera:
· Retenção do poluente após geração através de equipamentos de controle de poluição do ar (ECP).
Equipamentos utilizados no controle de poluição atmosférica e laboral
Para que ocorra as medidas de controle, são necessários equipamentos para controle que são classificados em função do estado físico do poluente a ser considerado, seguido de diversos parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido, etc.
Diante do exposto cita-se os principais equipamentos de controle da poluição do Ar:
Equipamentos de Controle de Material Particulado
· Coletores secos:
a) coletores mecânicos inerciais e gravitacionais
b) coletores mecânicos centrífugos (ex.: ciclones)
c) precipitadores dinâmicos secos
d) filtro de tecido (ex.: o filtro-manga) 
e) precipitador eletrostático seco
· Coletores úmidos:
a) torre de “spray” (pulverizadores)
b) lavadores com enchimento. 
c) lavador ciclônico. 
d) lavador Venturi. 
e) lavadores de leito móvel.
Equipamentos de Controle Para Gases e Vapores
· Absorvedores: Os absorvedores são equipamentos empregues para a absorção de gases ou vapores. A absorção é uma transferência de massa de fase uma fase gasosa para uma fase líquida, ela incide na transferência de um componente (absorbato) presente em fase gasosa (gás de arraste) para um líquido (absorvente), mais especificamente, no controle de poluição do ar, a absorção envolve a remoção de um contaminante gasoso de uma corrente gasosa por sua dissolução em um líquido. Consequentemente, é um processo de transferência de massa que se dá devido a uma diferença de concentração entre os meios presentes, esta transferência ocorre até que continue havendo diferença de concentração nos meios envolvidos. Entretanto, o equilíbrio não é tão facilmente atingido, uma vez que a diferença de concentração depende da solubilidade do soluto (SCHIRMER; LISBOA, 2004).
· Adsorvedores: A adsorção é um processo seletivo e bastante apropriado para a remoção de gases e vapores presentes em baixas concentrações, principalmente substâncias causadoras de odor. Contudo, a adsorção também é empregada para a recuperação de solventes, como no caso de limpeza de roupas a seco. Ela leva significativa vantagem em relação aos incineradores de gases pela não necessidade de uso de combustível auxiliar, além de possibilitar a recuperação de solventes, quando se utiliza o processo regenerativo. A presença de material particulado no fluxo de gás a ser tratado prejudica o material adsorvente, encurtando o seu tempo de vida. O mesmo pode ocorrer com a condensação de líquidos.
· Incineração de gás com chama direta: O incinerador de chama direta consiste de uma câmara de combustão com paredes revestidas com material refratário, um ou mais queimadores, indicador-controlador de temperatura, equipamento de segurança. Algumas vezes contém equipamento para recuperação do calor, como os trocadores de calor. A secção transversal deste tipo de equipamento é em geral cilíndrica ou retangular. O funcionamento do incinerador de chama direta depende do contato da chama e de temperaturas relativamente altas para queimar os contaminantes. Em princípio qualquer tipo de combustível pode ser utilizado como combustível auxiliar, contudo, para propósitos de controle de poluição do ar o combustível mais indicado é gasoso, sendo que o combustível líquido também tem sido usado (CETESB, 1990).
· Incineradores de gás catalíticos: Um incinerador catalítico consiste basicamente de uma câmara que contém uma camada de catalizador que promoverá a oxidação do poluente. A incineração catalítica necessita temperaturas mais baixas quando comparada com a da incineração com chama direta, mas na maioria dos casos há necessidade de uma câmara de pré-aquecimento. O incinerador catalítico também deve possuir dispositivos indicadores-controladores de temperatura, dispositivos de segurança e sistema de recuperação de calor (CETESB, 1990). A combustão catalítica tem sido usada nas industriais e nos veículos automotores.
Ventilação Industrial
A ventilação industrial entende-se como o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais ou mecânicos de, ou para, um espaço fechado. O processo de ventilação tem como alvo, a limpeza e o controle das condições do ar, para que homens e máquinas convivam em um mesmo ambiente sem prejuízo. Grande parte das indústrias gera resíduos e desperdícios que, não sendo tratados tornam-se poluidores da atmosfera. Daí a necessidade de sistemas de ventilação industrial.
A Ventilação consiste na movimentação intencional de ar de forma delineada objetivando atingir um determinado alvo, podendo ser feita por meios naturais ou mecânicos. O ar sempre se movimenta da zona de maior pressão para a zona de menor pressão, portanto um projeto correto de diferenciais de pressão no sistema é de fundamental importância para o seu funcionamento. Para tanto, projetar um sistema de ventilação industrial incide basicamente em três problemas:
· Determinação da vazão de ar necessária e o esquema da distribuição do ar no recinto a ser ventilado;
· Projeto e cálculo das redes e dutos;
· Seleção de ventiladores ou de qualquer outro sistema de movimentação de ar (convecção natural).
Os sistemas de ventilação são classificados como: ventilação geral (natural ou mecânica), que é aquela que ventila o ambiente como um todo, Ventilação Geral Diluidora (VGD) , Ventilação Local Exaustora (VLE) que retira as substâncias emitidas diretamente do local de geração, conduzindo-os para a atmosfera externa.
Ventilação Geral Diluidora
Este método de ventilação consiste simplesmente em passar uma correntede ar externo não contaminado através do recinto a ser purificado, eliminando (reduzindo a concentração) de substâncias indesejáveis. O uso de ventilação geral diluidora é sempre mais econômico no caso de várias fontes contaminantes em baixas concentrações. No caso de ser produzido no ambiente um contaminante indesejável, mesmo a concentrações mínimas, o fator econômico deixa de ser o mais importante (VALLE PEREIRA FILHO ; MELO,1992).
A ventilação geral diluidora pode ser utilizada tanto para ambientes normais como para ambientes industriais., sendo que em ambientes industriais é usada para remover contaminantes, calor ou ambos. Contudo, a simples renovação de ar no ambiente não significa que este se tornará saudável, faz-se necessário que o ar seja distribuído de forma que a taxa de contaminante seja a mesma em todos os pontos. A ventilação geral diluidora não é recomendada para substâncias altamente tóxicas (TLV ≤ 100 ppm).
Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluidora podem ser: 
a) Proteção da saúde do trabalhador, reduzindo a concentração de poluentes nocivos abaixo de um certo limite de tolerância. 
b) Segurança do trabalhador, reduzindo a concentração de poluentes explosivos ou inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade. 
c) Conforto e eficiência do trabalhador, pela manutenção da temperatura e umidade do ar ambiente. 
d) Proteção de materiais ou equipamentos, mantendo condições atmosféricas adequadas.
 Em casos em que não seja possível, ou não seja viável, o emprego de ventilação local exaustora, a ventilação geral diluidora pode ser usada. O bom emprego da ventilação geral diluidora depende das seguintes condições: 
a) O poluente gerado não deve estar presente em quantidade que exceda a que pode ser diluída com um adequado volume de ar. 
b) A distância entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser suficiente para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a concentrações médias superiores ao limite de tolerância. 
c) A toxicidade do poluente deve ser baixa ( LT > 500 ppm ). - O poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme.
Limites de tolerância (TLV – Threshold Limit Value).
O TLV refere-se às condições limites de qualidade do ar em ambientes de trabalho e representa os valores sobre os quais acredita-se que a quase totalidade dos trabalhadores possa ser repetidamente exposta sem efeito adverso à saúde. Por causa da grande variação de suscetibilidade individual, uma pequena porcentagem destes trabalhadores pode experimentar desconforto com algumas substâncias em concentrações iguais ou abaixo do valor limite. O TLV refere-se à concentração média, em tempo, para um dia normal de trabalho (8 horas) ou uma semana (40 horas).
Os TLVs são definidos anualmente pela ACGIH (American Conference of Governamental Industrial Hygienists) através de experiências. Sendo que esses valores devem ser utilizados apenas como referência.
Ventilação Local Exaustora
A ventilação local exaustora captura os poluentes diretamente na fonte impedindo a dispersão dos mesmos no ambiente de trabalho. Este tipo de ventilação é mais apropriado para a proteção da saúde do trabalhador. 
De forma indireta, a ventilação local exaustora influencia no bem-estar, na eficiência e na segurança do trabalhador, tendo em vista que, retirando do ambiente uma parcela do calor liberado por fontes quentes que eventualmente existam, da mesma forma no que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, onde a ventilação local exaustora tem papel importante (OLIVEIRA, 2008).
De acordo com, Lisboa (2014), um sistema de ventilação local exaustora é composto de:
· Captores: pontos de entrada dos poluentes mais gás carreador (em geral o ar) no sistema.
· Dutos: têm a função de transportar os poluentes. Podem ser divididos em tramos, duto principal e chaminé.
· Filtro: equipamento destinado à limpeza do ar exaurido antes de seu lançamento na atmosfera. Inclui tudo que é necessário para o seu funcionamento, como por exemplo, trocadores de calor e pré-filtragem (pré-coletor). A presença do filtro no sistema dependerá das normas locais de controle de poluição.
· Conjunto ventilador-motor: fornece a energia necessária para movimentar o fluido e vencer todas as perdas de carga do sistema.
· Chaminé: é a parte final do sistema cuja finalidade é o lançamento do gás transportador mais a emissão residual na atmosfera.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 02 set.1981.
CETESB - Tecnologia de controle de emissão de vapores orgânicos e inorgânicos. Apostila, 1990
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Qualidade do ar no estado de São Paulo – 2010. São Paulo: 2011. 234p.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 005, de 15 de junho de 1989. Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar – PRONAR.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 003, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 008, de 06 de dezembro de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 237, de 19 de dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos da Política Nacional do Meio Ambiente. 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 382, de 26 de dezembro de 2006. Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 436, de 22 de dezembro de 2011. Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com pedido de licença de instalação anteriores a 02 de janeiro de 2007.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado; ADAME, Alcione; GALLO, Gabriela Neves. Direito ambiental internacional. Conservação dos espaços e da biodiversidade. Convenção RAMSAR. CONPEDI. INTERNATIONAL ENVIRONMENTAL LAW. BIODIVERSITY AND SPACE CONSERVATION. RAMSAR TREATY, 2007.
LISBOA, Henrique de Melo. Controle da poluição atmosférica. 2007.
MAGRINI, A.; AMBRAM, R.; ROSA, L. P. (2002). Uma análise das emissões de usinas térmicas a carvão mineral e a gás natural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENERGIA, IX, 2002. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ.
OLIVEIRA, JM De. Noções de ventilação Industrial. 2008.
SALOMON, K. R.; Avaliação Quantitativa do Impacto Ambiental das Emissões Gasosas e do Uso da Água de Resfriamento em Instalações de Geração Termelétrica. 2003. 195f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Energia) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2003.
SCHIRMER, W. N. - Amostragem, análise e proposta de tratamento de compostos orgânicos voláteis (COV) e odorantes em estação de despejos industriais de refinaria de petróleo. 140 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Pós-graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
SIRVINSKAS, L. P. Manual de direito ambiental. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 60p.
VALLE PEREIRA FILHO, H.; MELO, C. Ventilação industrial. Apostila do curso de Engenharia Mecânica da UFSC, 1992.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO air quality guidelines global update 2005. Bonn, 2005. 30p.

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