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Disciplina: Teoria das Estruturas II Aula 8: Matrizes Flexibilidade e Rigidez Apresentação Esta aula será a continuação da Aula 7, pois aqui vamos calcular as reações de apoio usando as matrizes de �exibilidade e rigidez. Serão apresentados os coe�cientes de rigidez locais, os princípios dos deslocamentos virtuais, a matriz de rigidez local no sistema global e a estrutura composta por duas hastes com solicitação axial. Objetivos Calcular reação de apoio a uma estrutura hiperestática aplicando a matriz de �exibilidade; Calcular reação de apoio a uma estrutura hiperestática aplicando a matriz de rigidez. Introdução ao método da �exibilidade e do método da rigidez Equações da física (Fonte: Shutterstock) O método da �exibilidade (também conhecido como método das forças) determina um conjunto de reações Ou esforços seccionais superabundantes ao equilíbrio estático de uma estrutura hiperestática, permitindo que as outras reações ou esforços seccionais sejam calculados com as leis da estática. É o método das forças apresentado em forma matricial. Uma superposição de soluções faz com que o método da rigidez tenha uma discretização do comportamento contínuo de uma estrutura. Os que formam a base do processo de discretização do método da rigidez direta são as configurações deformadas de barras isoladas; são as soluções fundamentais para o método. MARTHA, s./d., cap. 5 Há dois tipos de soluções fundamentais de barras isoladas, segundo Martha (s./d., cap. 5): 1 Coe�cientes de rigidez locais Correspondem força e momento que devem atuar nas extremidades de uma barra para equilibrá-la quando são impostos, isoladamente, deslocamentos ou rotações unitárias nas suas extremidades. 2 Reações de engastamento perfeito de uma barra isolada provocadas por solicitações externas As reações de apoio para uma barra com as extremidades engastadas resultantes da aplicação de uma solicitação externa. Os tipos de solicitações externas são forças concentradas, momentos concentrados, forças distribuídas e variação de temperatura. Nesta aula, são deduzidos coe�cientes de rigidez locais para barras com seção transversal que não variam ao longo do seu comprimento. As propriedades de materiais, de comprimento de barra e geométricas de seção transversal, utilizadas pelas soluções fundamentais de rigidez, são: E ➜ módulo de elasticidade do material [F/L ]; L ➜ comprimento de uma barra [L]; A ➜ área da seção transversal [L ]; I ➜ momento de inércia à �exão da seção transversal [L ]; Jt ➜ momento de inércia à torção da seção transversal [L ]. 2 2 4 4 Coe�cientes de rigidez locais São momentos e forças que devem atuar nas barra isolada, suas extremidades, para equilibrá-la quando é imposto um deslocamento (ou rotação) unitário, em uma das suas extremidades (Figura 1). Figura 1 – Viga biapoiada com deslocamento nos nós. Fonte: McCORMAC, s./d. Os momentos M e M nas extremidades produzem as rotações � e � naquelas extremidades. Usando o procedimento do método das inclinações, nessas expressões, k é igual a I/L, o denominado coe�ciente de rigidez. 1 2 1 2 = 2EK(2 + ) = + M1 θ1 θ2 4EIL θ1 2EI L θ2 = 2EK( + 2 ) = + M2 θ2 θ2 2EIL θ1 4EI L θ2 Em forma matricial, temos: [ ] = [ ] [ ]M1 M2 4EI L 2EI L 2EI L 4EI L θ1 θ2 Os coe�cientes 4EI/L e 2EI/L podem ser escritos simbolicamente como K , onde os subscritos de�nem a linha e a coluna do local dos coe�cientes na matriz de rigidez. ij [ ] = [ ] [ ]M1 M2 K11 K21 K12 K22 θ1 θ2 O coe�ciente de rigidez K pode ser interpretado como o momento que deve ser aplicado à extremidade 1 a �m de produzir uma rotação unitária ( = 1), enquanto a extremidade oposta da viga permanece �xa ( = 0) conforme a �gura abaixo. O coe�ciente K é o momento resultante na extremidade 2 da viga para essa situação. De modo semelhante, temos os coe�cientes K e K . Como podem ser vistos na Figura 2. 11 1 2 21 12 22 Figura 2 – Viga biapoiada com deslocamento nos nós. Fonte: McCORMAC, s./d. Veja a seguir, mais três abordagens importantes. Princípio dos deslocamentos virtuais Para dar uma condição de equilíbrio a um sistema de força é imposto o princípio dos deslocamentos virtuais (PDV). Arbitra-se uma con�guração deformada, chamada virtual, da qual se sabe que satisfaz as condições de compatibilidade. A principal utilidade do PDV é a determinação de forças e momentos que são necessários para garantir o equilíbrio da con�guração de um modelo estrutural. Matriz de rigidez local no sistema global A in�uência de uma barra, na matriz de rigidez global, tem que transformar as propriedades mecânicas da barra, para o sistema de coordenadas generalizadas globais. Introdução da Matriz de Flexibilidade Esse é, na realidade, o método das forças (aulas 2 e 3) consistente colocado na forma matricial. Ainda sobre a introdução da Matriz de Flexibilidade veja o roteiro de calculo: Figura 3 – Estrutura hiperestática (viga). ⇩ Figura 4 – Sistema principal (com 3 x). Neste contexto o, é importante saber os seguintes passos: Deve-se iniciar transformando a estrutura hiperestática (Figura 3), rompendo-se tantos vínculos quantos necessários para se obter um modelo isostático (sistema principal, Figura 4); O sistema principal deverá ser compatibilizado com a estrutura original através da aplicação de ações (x) nos locais e nas direções onde houve cortes de vínculos; Um valor unitário é aplicado à estrutura principal no local e na direção onde foi rompido o vínculo. É calculada a de�exão devida a uma carga unitária no ponto 1 e denominada aqui de � , e a de�exão no ponto 2 devido à carga unitária devido ao ponto 1 é denominada � , assim por diante. Os deslocamentos devidos à carga unitária são chamados de coe�cientes de �exibilidade. O deslocamento real no nó 1, devido à redundante estática X1, vale X1 vezes a de�exão por uma carga unitária agindo ali, isto é, X * , o deslocamento transversal no nó 2 devido a X , vale X * , e assim por diante; Finalmente, são escritas as equações simultâneas de compatibilidade de deformações no local de cada uma das redundantes estáticas. As incógnitas dessas equações são as forças redundantes. As equações são expressas na forma matricial e resolvidas a �m de fornecerem o valor das redundantes. 11 21 1 11 1 1 21 Para ilustrar esses procedimentos, observe as �guras abaixo: Figura 5 – Estrutura hiperestática com carregamento qualquer. ⇩ Figura 6 – Sistema Principal (com 3 grau de hiperestaticidade). ⇩ Figura 7 – Deformação com o carregamento (Estado 0 – só carga). ⇩ Figura 8 – Deformação aplicando a carga de X (Estado 1 – só X ).1 1 ⇩ Figura 9 – Deformação aplicando a carga de X (Estado 2 – só X ).2 2 ⇩ Figura 10 – Deformação aplicando a carga de X (Estado 3 – só X ).3 3 Somando as deformações do ponto 1, temos: � + � X + � X + � X = 0 Somando as deformações do ponto 2, temos: � + � X + � X + � X = 0 Somando as deformações do ponto 3, temos: � + � X + � X + � X = 0 10 11 1 12 2 13 3 20 21 1 22 2 23 3 30 31 1 32 2 33 3 Essa equação indica que os deslocamentos devidos às cargas, mais a matriz de �exibilidade, vezes as redundantes estáticas são iguais à deformação �nal nos apoios. Ela pode ser escrita na forma compacta, como a seguir: [� ] + [F ][R] = [ ]�L �R Onde: [ ] ➜ é um vetor de deslocamento devido à carga imposta; [F] ➜ é a matriz dos coe�cientes de �exibilidade; [R] ➜ é um vetor das forças redundantes; [ ] ➜ é um vetor das deformações �nais nos apoios (todos iguais a zero aqui). L R Essa equação pode ser escrita de outra forma, a �m de serem encontrados os valores das redundantes. [� R] + [F [ ] − � ]]−1 �R �L O símbolo [F] representa a matriz inversa de [F].-1 Saiba mais Agora, veja um exemplo de como determinar as reações de apoios da viga <galeria/aula8/anexo/doc01.pdf> . Exemplo da estrutura composta de 2 hastes com solicitação axial Para identi�car e ordenar matricialmenteas ações mecânicas (forças e momentos) seguir o exemplo abaixo (Figura 12). https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0078/galeria/aula8/anexo/doc01.pdf Figura 12 – Estrutura composta de 2 hastes com solicitação axial: (a) - Sistema de coordenadas globais (1 e 2); (b) e (c) – Coeficientes de rigidez; (d) e (e) – Coeficientes de flexibilidade. Neste contexto, ainda temos os conceitos de: Clique nos botões para ver as informações. Da resistência dos materiais obtém-se as relações da haste com solicitação normal: A matriz de �exibilidade da estrutura pode, então, ser montada a partir do conceito de seus coe�cientes: f - é o deslocamento na coordenada 1 provocado pela aplicação de uma força unitária também na coordenada 1: f - é o deslocamento na coordenada 2 provocado pela aplicação de uma força unitária na coordenada 1: f - é o deslocamento na coordenada 1 provocado pela aplicação de uma força unitária na coordenada 2: f - é o deslocamento na coordenada 2 provocado pela aplicação de uma força unitária também na coordenada 2: Logo, obtém-se: Solicitação normal 11 21 12 22 A viga abaixo está sujeita a uma carga normal. Determinar as reações de apoios da viga. Dados: E = 1 x 10 kN/m I = 0,002604 m (seção da viga 0,25 x 0,50) ➜ A = 0,125 m EI = 260400 kNm Reações de apoios da viga: exemplo 8 2 4 2 2 Solução 1º Passo: Sistema Principal (SP): 2º Passo: Diagrama de momento �etor no Estado 0 (só carga): 3º Passo: Diagrama de momento �etor no Estado 1 (só X ): Um elemento sujeito a uma carga axial varia de comprimento segundo valor de �L=PL/AE, assim sendo: 1 = (L) + (L) δ20 1200 AE 500 AE = (1, 5) + (2, 0) = 0, 08602 mδ20 1200(0,125 x 260400) 500 (0,125 x 260400) = 1( ) = 1 ( ) = 0, 0001536 mδ22 L AE 5 (0,125 x 260400) A seguir, é calculada a reação em 2: 20 + 11R2 = 0 0,028602 + 0,0001536 R2 = 0 R2 = -560 kN R1 = 700 + 500 -560 = 640 kN Introdução à Matriz de Rigidez A matriz de rigidez pode ser obtida pela simples inversão da matriz �exibilidade, obtendo-se: k - é a força na coordenada 2 decorrente da imposição de um deslocamento unitário na coordenada 1, mantendo-se as demais coordenadas restringidas. k - k - é a força na coordenada 1 decorrente da imposição de um deslocamento unitário na coordenada 2, mantendo-se as demais coordenadas restringidas. k - é a força na coordenada 2 decorrente da imposição de um deslocamento unitário na coordenada 2, mantendo-se as demais coordenadas restringidas. Obtendo-se, por �m, a mesma matriz de rigidez: 21 12 12 22 Saiba mais Agora, veja um exemplo de como deduzir a matriz de rigidez de uma viga (barra) com dois nós <galeria/aula8/anexo/doc02.pdf> . Matrizes de Rigidezes Nas matrizes abaixo foram de�nidos os coe�cientes de rigidez a partir das relações de ações e deslocamentos. Saiba mais Veja a de�nição completa em: Análise Matricial de Estruturas <//aquarius.ime.eb.br/~moniz/notas_de_aula.htm> . Saiba mais Agora, veja um exemplo de como determinar a rotação e as reações de apoios da viga <galeria/aula8/anexo/doc03.pdf> . https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0078/galeria/aula8/anexo/doc02.pdf https://aquarius.ime.eb.br/~moniz/notas_de_aula.htm https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0078/galeria/aula8/anexo/doc03.pdf Atividades 1. Obter as reações de apoio da viga abaixo, usando a matriz de �exibilidade: Dados: E = 1 x 10 kN/m Seção da viga 0,35m x 0,50m 8 2 2. Obter as reações de apoio da viga abaixo, usando a matriz de �exibilidade: Dados: E = 1 x 10 kN/m Seção da viga 0,25m x 0,60m 8 2 3. Obter as reações de apoio da viga abaixo, usando a matriz de rigidez: Dados: E = 1 x 10 kN/m Seção da viga 0,25m x 0,45m 8 2 4. Obter as reações de apoio da viga abaixo, usando a matriz de rigidez: Dados: E = 1 x 10 kN/m Seção da viga 0,25m x 0,45m 8 2 5. Obter as reações de apoio da viga abaixo, usando a matriz de rigidez: Dados: E = 1 x 10 kN/m Seção da viga 0,25m x 0,45m 8 2 NotasReferências ARAGÃO Filho, Luiz A. C. Moniz de. Notas de aula. Disponível em: //aquarius.ime.eb.br/~moniz/notas_de_aula.htm <//aquarius.ime.eb.br/~moniz/notas_de_aula.htm> . Acesso em: 27 fev. 2019. MARTHA, Luiz Fernando. Análise de estruturas. cap. 9. Rio de Janeiro: Elsevier, s/d. McCORMAC, Jack C. Análise estrutural. cap. 22. Rio de Janeiro: LTC, s/d. SORIANO, Humberto Lima. Análise de estruturas – formulação matricial. cap. 1. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, s/d. Próxima aula O método da matriz de rigidez direta sendo aplicada para desenhar os diagramas solicitantes e calcular as reações de apoio. Desenhar os diagramas solicitantes em estruturas hiperestáticas usando o método das matrizes rigidez direta. Explore mais Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse: Aquarius IME <//aquarius.ime.eb.br/~moniz/pdf/> Aquarius IME <//aquarius.ime.eb.br/~moniz/> https://aquarius.ime.eb.br/~moniz/notas_de_aula.htm https://aquarius.ime.eb.br/~moniz/pdf/ https://aquarius.ime.eb.br/~moniz/
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