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Artigos de Psicoterapia Integrativa- Contato, Sintonia e Nosso Tonus Vagal- Richard G. Erskine

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Artigos de Psicoterapia Integrativa
Contato, Sintonia e Nosso Tônus Vagal
Richard G. Erskine
Texto traduzido por Andre Rocha Cançado *
Enquanto voava para casa nessa última semana após realizar vários workshops na Ásia,
eu tive a oportunidade de ler a respeito de recentes pesquisas que comprovam aquilo
que nós, como Analistas Transacionais, praticamos. Na Ásia, eu estava ensinando sobre
Scripts de Vida. Uma parte da definição que eu ensino enfatiza que “scripts de vida são
complexos padrões inconscientes de relacionamentos... que inibem a espontaneidade e
limitam a flexibilidade na resolução de problemas, na manutenção da saúde, e nos
relacionamentos com as pessoas” (Erskine, 2010, p.1). Em ambas as minhas práticas
de psicoterapia e como consultor das relações humanas, eu frequentemente foco no
significado de relações cuidadosas e vitalizantes na manutenção de uma boa saúde
física e mental. Enquanto lia sobre a pesquisa no novo livro de Barbara Fredrickson
intutalado Love 2.0: How Our Supreme Emotion Affects Everything We Feel, Think, Do,
and Become ( Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Influencia Tudo Aquilo que Nós
Sentimos, Pensamos, Fazemos e Somos) (Fredrickson, 2013), recordei-me de dois
pontos para os quais nós, como Analistas Transacionais integrativos e direcionados para
a relação, estamos voltados: desenvolver a qualidade das relações na vida de nossos
clientes e ajudá-los a manter uma boa saúde física.
Eu sempre me surpreendo quando observo que muitas pessoas em locais públicos se
debruçam sobre suas telas digitais enquanto teclam através de um labirinto virtual. Elas
estão profundamente absorvidas naquilo que estão fazendo e parecem estar
desconectadas daqueles que estão ao seu redor. Os escritos de Fredrickson descrevem
como essa digitação eletrônica não-pessoal pode prejudicar nossa capacidade biológica
de nos conectarmos a outras pessoas. Tais hábitos, desprovidos de interação humana,
eventualmente moldam a própria estrutura de nossos cérebros de forma a reforçar
nossa propensão a esse hábito. Quanto menos nos ligamos emocionalmente aos outros,
mais difícil é o contato interpessoal. Donald Hebb, um neuropsicólogo da McGill
University, demonstrou que neurônios disparam em conjunto, ligam-se em conjunto.
Consequentemente, experiências repetitivas deixam impressões em nossos caminhos
neurais, um fenômeno denominado de neuroplasticidade. Aquilo que fazemos
rotineiramente em breve se torna um padrão neural cristalizado.
Em um artigo recente, Barabara Fredrickson (2013b) descreve como a plasticidade, a
propensão ser moldada pela experiência, acontece tanto nos músculos quanto no
cérebro. Você já sabe que quando temos uma vida sedentária nossos músculos se
atrofiam e nossa força física diminui. De forma semelhante, a maneira através da qual
nos interagimos com os outros - nossos hábitos de contato interpessoal - também
deixam uma marca em nosso cérebro. Fredrickson relata que sua equipe de pesquisa
realizou um estudo longitudinal sobre os efeitos de relacionamentos significativos que
as pessoas cultivam em sua vida diária. Eles designaram um programa de seis semanas
que possibilitou os participantes desenvolverem um contato mais íntimo e caloroso
consigo e com os outros. Os pesquisadores descobriram que ao final do programa os
participantes não apenas se sentiram mais animados e socialmente conectados, mas
também mudaram uma parte fundamental de seu sistema cardiovascular denominado
tônus vagal.
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Nosso cérebro está ligado ao nosso coração pelo nervo vago. Pesquisas recentes
apontam que mínimas variações em nossa frequência cardíaca revelam a intensidade
dessa conexão cérebro-coração e, como tal, fornecem um índice de nosso tônus vagal.
O tônus vagal pode ser “dorsal” ou “ventral”. O dorsal reflete passividade e um
desligamento que ocorre quando existe negligência cumulativa e uma falta de contato
relacional. O ventral reflete interação social agradável que surge de atividades tais
como cuidar do outro, o contato visual, toque carinhoso, o beijo e o tom de voz suave.
Quanto mais alto nosso tônus vagal ventral, melhor conseguimos regular os sistemas
internos que nos mantém saudáveis tais como nossas respostas cardiovasculares e
imunológicas. Neurocientistas pensavam que o tônus vagal era altamente estável, como
nossa altura quando nos tornamos adultos. Os dados de Fredrickson mostram que essa
parte de nossa conexão cérebro-coração, o tônus vagal, é plástico e passível de
mudança. Nosso tônus vagal ventral pode ser aumentado por nosso envolvimento com
hábitos sociais afetuosos.
O tônus vagal ventral é fundamental para o contato interpessoal; ele responde à
expressão facial, ao toque reconfortante, ao tom da voz humana. À medida que
expandimos nossa capacidade de conexão, empatia e harmonia pessoa-com-pessoa,
nós aumentamos nosso tônus vagal ventral. Em outras palavras, quanto mais
estivermos emocionalmente sintonizados com os outros, mais saudáveis nos tornamos.
Essa influência mútua também explica como uma falta de contato social positivo diminui
a vitalidade de uma pessoa. A capacidade de nosso coração para a amizade, assim
como nossos músculos, obedece à lei biológica de “use-o, ou perca-o”. Se não
exercitarmos regularmente nossa habilidade de estar em contato relacional - estar
afetivamente sintonizados com os outros - iremos eventualmente perder a capacidade
biológica básica de fazê-lo.
O cérebro humano, assim como nosso corpo, está sujeito à mudança e crescimento,
desde que exercitemo-lo regularmente. À medida que nos envolvermos repetidamente
em atividades que incluem contato pessoa-pessoa, gestos cuidadosos e carinhosos e
completo envolvimento com os outros, desenvolvemos novos caminhos neurais que
aumentam nosso tônus vagal ventral. O aumento do tônus vagal afeta a qualidade de
nossas relações e nossa saúde física. Nossos scripts de vida pessoais e da sociedade
mudarão à medida que desenvolvemos esses novos padrões neurais.
Quando compartilhamos um sorriso, quando temos uma troca com empatia, ou
sorrimos juntos cara-a-cara, uma sincronia facilmente observável surge entre nós -
nossos gestos e biorritmos, até mesmo nossos respectivos disparos neurais, começam a
refletir o estado um do outro. É em momentos ínfimos como esses - nos quais ondas de
bons sentimentos reverberam através de dois cérebros e corpos ao mesmo tempo - que
nós desenvolvemos nossa capacidade de sintonizar com o outro, de sermos empáticos e
de aumentarmos nossa saúde física. Se nós não exercitarmos regularmente nossa
capacidade de estar em sintonia com as emoções e ritmo da outra pessoa, de rir e
sorrir juntos, de expressar nossa gratidão e amor um pelo outro, nós diminuímos nossa
capacidade de fazê-lo. Nosso bem-estar físico então sofre. Portanto, vamos despertar e
fazer contato real, vamos rir e sorrir juntos, vamos ser sensíveis para com as emoções
do outro, e vamos permanecer fisicamente saudáveis juntos, na medida em que
estimulamos o tônus vagal ventral do nosso cérebro-coração.
Referências:
Erskine, R. G. (2010). Life scripts: Unconscious relational patterns and
psychotherapeutic involvement. In (Ed.) R. G. Erskine, Life Scripts: A Transactional
Analysis of Unconscious Relational Patterns. London: Karnac Books.
Fredrickson, B. (2013a). Love 2.0: How Our Supreme Emotion Affects Everything We
Feel, Think, Do, and Become. New York: Hudson Street Press.
Fredrickson, B. (2013b). Your phone vs. your heart. International Herald Tribune. March
26, 2013. p.7.
* Recentemente fez colaborações na tradução do Web Site Institute for Integrative
Psychotherapy para o Português e traduziu, para o mesmo idioma, os seguintes artigos
com a autorização do Prof. Richard Erskine (Ph.D.):
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Uma Psicoterapia Integrativado ajustamento no pós-parto; O Dilema Pai-e-Filha:
Incesto e Contra-Incesto; Os desafios da mudança e do crescimento; Entre dois
mundos: o self encapsulado.
Andre Rocha Cançado trabalha como Psicólogo Clínico em consultório particular na
cidade de Belo Horizonte/Minas Gerais, Brasil. É Mestre em Psicologia pela PUC-Minas;
Especialista em Criminologia pelo IEC/PUC-Minas e Psicologia Médica, pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.
Email para contato: anathemapsi@yahoo.com.br
* Recently made contributions in translating the Web Site Institute for Integrative
Psychotherapy for Portuguese and translated, to the same Language, the following
articles with the permission of Prof. Richard Erskine (Ph.D):
An Integrative Psychotherapy of Postpartum Adjustment ; The Father-Daughter
Dilemma: Incest and Counter-Incest ; The Challenges of Change and Growth ; Between
Two Worlds: The Encapsulated Self .
Andre Rocha Cançado works as a Clinical Pychologist in his private office in Belo
Horizonte city, Minas Gerais State, Brazil. He has master degree in Psychology by PUC-
Minas. Specialist in Criminology by IEC / PUC-Minas and Medical Psychology by
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.
Contact: anathemapsi@yahoo.com.br
O Instituto para Psicoterapia Integrativa é autorizado pela Associação Americana de Psicologia a oferecer educação continuada para
psicólogos, pelo Conselho Nacional de Conselheiros Certificados para aqueles que fazem aconselhamento, e pelo Conselho Americano de
Examinadores Pastorais para aconselhamento pastoral. O Instituto para Psicoterapia Integrativa assume a responsabilidade por este
programa e seu conteúdo.
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