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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação a Distância (AD 2 ) – 2022.2 Disciplina: Filosofia da Educação Coordenadora(o): Lilian do Vale Aluno(a): Gabrielle Henrique Sousa dos Anjos Ribeiro Matrícula: Pólo: Belford Roxo Ao final da sua resposta, apresente pelo menos dois trechos dos textos 3 e 4 que você considera que melhor contribui para a reflexão sobre os relatos apo você apresentados. Todo negro vivenciou ou observou uma cena referente à discriminação baseados em suas características físicas. Automaticamente, isso nos trás a certeza que a sociedade possui suas preferencias por certos tipos de corpos. No ano de 2014, após a conclusão do Ensino Médio (Magistério) fui convocada para realização de uma entrevista em uma unidade escolar no bairro Barra da Tijuca. Ao chegar ao local percebi certos olhares direcionados para mim. Porém, me mantive no local até a conclusão da análise do corpo docente. E claro, que não obtive uma resposta diferente dos olhares dos corpos padrões daquele ambiente hostil. A explicação da diretora foi a seguinte: Infelizmente você não se encontra no padrão da empresa, seu cabelo (crespo), seu modo de se vestir e algumas características físicas não condizem com os critérios da unidade. Ainda relatando acontecimentos, trago o olhar da sociedade para mulheres pretas que conquistam com muito esforço seus bens materiais de alta qualidade. Minha irmã, mulher, 36 anos e preta encara todos os dias os olhares de repreensão ao chegar a algum ambiente com o seu carro ONIX modelo 2022. Certas pessoas apresentam um olhar duvidoso tentando entender como uma mulher com aquelas características físicas possui um carro com o valor tão alto. De acordo com o livro “Onde aterrar?” as diferenças que existem entre os tipos de corpos, resultam no olhar que o mesmo receberá. Essas atribuições estão ligadas ao sexo, cor de pele, estrutura física, entre outros aspectos. O olhar é um convite para diferenciar (OYEWÙMÍ, 2002 p. 3). Não é de hoje que encontramos na sociedade a desigualdade entre “pessoas” e “pessoas”. E explicitamente, hoje, vivemos a alta dessa diferente em diversos continentes. Através da política pessoas conquistam cargos de poder, e com essa vitória vem junto o prazer de pregar e viver a desigualdade. Bruno Latour menciona as seguintes palavras: Mas ela marca também o início, de forma simultânea em todo mundo, de uma violenta explosão das desigualdades. (LATOUR, Bruno. p.9) No Brasil, vivemos desde 2019, a real desigualdade pregada pelo Presidente Jair Bolsonaro que não mede palavras para apresentar pontos negativos referente às mulheres no mercado de trabalho. Não verificamos o desejo da extrema desigualdade somente nos “homens de grande poder”. Mas sim, em pessoas conquistaram de classe baixa que conquistaram a posição de microempresário, e esses “burgueses pobres” tende a diminuir o seu “assalariado” com palavras e atitudes. Meu primeiro emprego foi em uma escola particular dentro do bairro Vigário Geral. A maioria dos seus moradores apresentava uma renda compatível ao um salário mínimo e as professoras que estavam inclusas no corpo docente recebiam um salário inferior ao piso. Além do salário que não era compatível todos os funcionários passavam por humilhações que englobavam a desigualdade que a própria dona “burguesa pobre” tinha satisfação em fazer.