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RESUMO DO ARTIGO Psicologia do Desenvolvimento: uma perspectiva histórica O presente artigo tem como objetivo delimitar o campo de estudo do desenvolvimento humano, uma vez que este vem enfrentando novos desafios e evolui a partir das perspectivas e tendências atuais que são impostas nesta área. O que é importante se discutir é que, por meio da psicologia do desenvolvimento, profissionais de várias áreas buscam contribuições teóricas e metodológicas para sua prática profissional, haja vista que, a área do desenvolvimento humano visa integrar todas as dimensões possíveis, seja por meio de aspectos históricos ou até mesmo, por meio de contribuições de outras áreas de conhecimento. Nesse contexto, é perceptível um vasto campo de estudo que envolve essa disciplina. Por o desenvolvimento humano envolver o estudo de variáveis afetivas, cognitivas, sociais e biológicas em todo ciclo da vida, se correlaciona com áreas como a biologia, antropologia, sociologia, educação, medicina, entre outras, fazendo paralelos com as ideias expostas em cada processo de construção conceitual. Segundo alguns autores, o interesse pelos anos iniciais de vida dos indivíduos tem origem na história do estudo científico do desenvolvimento humano com uma busca incessante de focar sua observação em compreender uma única transição: da primeira infância à adolescência. Todavia, hodiernamente, essa preocupação tem sido migrada para o que tem grande influência em nossas vidas: todo processo que o indivíduo perpassa em cada fase do seu ciclo vital. Assim surge a necessidade de impor limites neste campo de atuação, uma vez que é necessário definir no estudo do desenvolvimento humano uma perspectiva específica para a delimitação de resultados em suas pesquisas. Por isso as concepções de alguns pesquisadores conflituam, pois alguns afirmam que o estudo do desenvolvimento deve apenas ser voltado para o que diz respeito ao estudo das mudanças ao decorrer do desenvolvimento e outros defendem, que é preciso entender sobre como funciona as questões (internas e externas) que promovem essas mudanças. Dessa forma, é necessário buscar saber o que muda, como muda e quando este muda, pois as questões externas e internas querendo ou não, influenciam na construção identitária do sujeito. Diante desse ponto de vista ousam conceituar Psicologia do Desenvolvimento como: “O estudo, através de metodologia específica e levando em consideração o contexto sóciohistórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, afetivas, biológicas ou sociais, internas ou externas ao indivíduo que afetam o desenvolvimento humano ao longo da vida”. 1. Evolução histórica da Psicologia do Desenvolvimento A data correta de quando surgiu a Psicologia do Desenvolvimento ainda é um motivo de controvérsias. Mas no período formativo, foi publicado por Preyers em 1882, o livro “The mind of the child” que segundo Cairns (1983) impulsionou as pesquisas na área de desenvolvimento – publicação está que teve grande importância no processo de construção da Psicologia do Desenvolvimento. Outro marco importante neste período é a criação da “Société Libre pour l`Étude de l´Énfant” e do periódico “LÁnnée Psychologique” que colaborou no conjunto de ideias para compor as pesquisas. A primeira fase foi um período de grande investimento no estudo do desenvolvimento. Os interesses nesta época estavam respaldados em estudar a criança, focando em seu desenvolvimento intelectual, na maturação e no crescimento. Além disso, é um momento que expõe as críticas dos métodos utilizados nas pesquisas, por estes serem “ultrapassados” para o momento vivido. A segunda, influenciada pela depressão de 30 e pelas guerras que levaram a escassez de recursos para investir em pesquisas. Buscavam ainda estudar a criança, focando nas variáveis que afetam o desenvolvimento. Utilizavam dos métodos de correlação. Por meio da década de 60, veio a terceira fase no qual a psicologia do desenvolvimento passou a ter muita influência da Teoria Behavorista e dos conceitos de Aprendizagem Social, fora a Revolução Cognitiva que a atingiu. Há um aumento da utilização do método experimental e do uso de técnicas correlacionais associadas a estudos longitudinais. A quarta fase vem da década de 90 até os dias atuais, com novos paradigmas que influência na psicologia do desenvolvimento. O foco é todo ciclo vital, contrário aos métodos antigos que buscam estudar a infância e a adolescência. No Brasil é fundado em 1998 a “Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento” e os objetos de estudos passam a observar ainda mais o curso da vida e as abordagens contextuais e sistêmicas. Sendo assim, é possível observar que desde os primórdios até o momento atual, a Psicologia do Desenvolvimento sofreu e sofre influência de vários fatores que hoje compõe a sua identidade como um conceito importante para o estudo de diversas áreas da Psicologia. Por meio do conteúdo descrito no artigo, é notório a grande importância de analisar o contexto histórico em que os indivíduos se desenvolvem, pois, colabora na construção da subjetividade do sujeito. Dessa forma, a ampliação da concepção de psicologia do desenvolvimento torna as pesquisas nesta área de atuação bastante importante para elaboração de novas metodologias que podem ajudar nas “deficiências” do processo de maturação de cada ser de forma individual.
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