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Análise do livro 'O último dia de um condenado'

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Faculdades Metropolitanas Unidas
Luana Alves Miranda
Atividade Prática Supervisionada (APS)
“O último dia de um condenado”
São Paulo
2019
Faculdades Metropolitanas Unidas
Atividade Prática Supervisionada
Direito Penal – Professor Antônio Carlos de Aguiar Desgualdo
Luana Alves Miranda– R.A: 1455210
Livro: “O último dia de um condenado”
A obra “O último dia de um condenado” faz referência ao século XVIII, retrata a história de um presidiário condenado à morte, em resumo. Este livro é uma grande literatura e muito famosa no mundo do Direito, por conta de como é apresentado tanto fatos históricos quanto a grandes relevâncias de como era o tratamento de um réu, desde seu julgamento até em sua pena e de como era colocado e tratado também perante a sociedade e seus colegas de cela, assim dando e chegando ao Direito Constitucional e Penal que temos hoje como vigência.
Na trama, porventura se trata de uma época antiga e histórica onde estava havendo a revolução francesa em 1789, onde um homem que fazia parte da Assembleia Constituinte e também médico se colocou durante um de seus debates, dizendo que a pena de morte deveria ser menos dolorosa e mais rápida para “poupar” tanto sofrimento do réu. Havia uma classificação de pessoas e dependendo de qual sua classe, sua execução era diferente; para os nobres, eram decapitados com espadas, e já os mais desprovidos de fortunas, regalias e profissões denominadas como baixas seriam enforcadas, então o médico decidiu criar uma espécie de maquina que poderia decapitar com mais facilidade e poupando o sofrimento dos condenados e mais tarde essa máquina foi denominada como guilhotina.
Conforme foi adotado o uso da guilhotina havia um evento onde as pessoas poderiam ir até a praça que estava sendo a execução dos detentos para ver a decapitação dos mesmos. Assim vendo a maneira da época de retribuição como também podemos denominar de teoria absoluta, onde para eles dava o sentido de se fazer “justiça”, ou melhor, vingança, pagando um preço muito alto e talvez até um caminho sem volta e retroativo para o tal condenado.
O próprio autor do livro vivenciou nesse momento histórico que foi um norte para a sua inspiração ao fazer tal obra, e na época sendo contra a pena de morte. Em 1829 foi publicado seu livro dando enfoque em seu sentimento sobre o que naquela época era visto como normal e agradável aos olhos de quem vivenciava tudo de perto. No livro conta a história de todas as dores psíquicas e físicas que um detento tem ao ser condenado a morte pela guilhotina.
“Hoje estou preso, O meu corpo está preso numa masmorra, o meu espírito está preso por uma ideia. Uma horrível, uma sangrenta, uma implacável ideia! Só tenho um pensamento, uma convicção, uma certeza: condenado à morte!” 
(Pagina 01 do livro)
 Desta forma o escritor arranjou uma maneira de fazer em forma de literatura, críticas sobre a sociedade que é bem diferenciada da maneira e do pensamento que temos hoje em nossa Constituição. Em torno de toda a história não é falado qual foi o delito praticado, que se subentende como um homicídio e que não sabemos a identidade do sujeito.
“Entre o passado e o presente há um rio de sangue: — o sangue do outro e o meu.”
(Pagina 94 do livro)
É nítido que o homem não foi só privado de sua liberdade física, mas também de sua “paz de espírito” uma vez que ficou agonizando em dias a ideia de ter sido condenado e morto, onde não cabia mais a ele decidir o seu próprio direito a vida e sim já estava nas mãos do Estado. Conforme nossas Cláusulas Pétreas em nossa CF, artigo 5º, XXXIX, presentes também no Código Penal no artigo 1º; retrata também sobre um princípio denominado como princípio da legalidade “nullum crimem, nulla poena sine lege”, ou seja, não há crime sem lei que determina e implicará na liberdade de ir e vir ou não de determinada pessoa individual. 
Victor Hugo o grande autor dessa obra, coloca bastante em jogo e pensamento sobre o Direito Penal e principalmente voltado no que tange a pena de morte. Relacionando esse assunto com o nosso sistema de princípios e leis, fica bem nítido que é muito divergente do que vivemos, e hoje visando à própria ética e moral de cada individuo, porem em certos casos é legalizado a pena de morte no Brasil, vistos no artigo 5º XLVII da CF que diz que não haverá pena de morte salvo em guerra declarada.
Nos paradoxos que o próprio autor faz, é sobre a desumanização do homem uma vez que esta ali diante do povo para sofrer cruelmente e humilhado perante a sociedade e o Estado. Um dos principais argumentos que cai sobre a pena de morte é que é uma determinada pena que não há volta propriamente dita, ou seja, não é algo que possa ser analisado e revisado e em caso de condenação injustamente não haveria como regressar uma vez que o condenado já tenha sido morto.
É perceptível que não há recursos cabíveis para o criminoso e que por sua vez infringe um dos princípios do direito processual dos dias atuais que nada mais é chamado de principio da ampla defesa, que alega que todo e qualquer uma das partes tem o direito de se defender perante aos fatos alegados pelo autor ou neste caso o fato consumado cometido contra a vítima.
Em outro ponto podemos colocar em analise que a pena de morte é algo severo e cruel, sendo assim jamais cabendo em nossa Constituição Federal de 1988, pois protege o principio da proporcionalidade ou da razoabilidade, que está especificamente no artigo 2º da Lei nº 9.784/1999
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”
No próprio artigo não há uma definição do que seja o principio da proporcionalidade, porém assim sendo interpretado é que não se pode cometer excessos em atos, devendo agir sempre de forma compatível com o ato praticado pelo detento como vemos neste caso, há uma desproporção grande em relação a sua pena.
“ — Tenho esperança, — disse-me ele.
 — Não é verdade? — respondi eu, sorrindo também.
 — Sim, — continuou ele. 
 — Eu não sei ainda nada das respostas, mas com certeza que arredaram a premeditação e serão os trabalhos forçados por toda a vida.
 — O quê, Senhor? — repliquei eu indignado. — Cem vezes a morte! ”
(Pagina 33 do livro)
Neste pequeno fragmento de um diálogo dos personagens do livro, o condenado esta falando com seu advogado onde seu próprio advogado já dá a ele uma premissa de que, se caso não for condenado a pena de morte, muito provável que seria condenado a trabalhos forçados por pena perpetua, ou seja, fará trabalhos contra a sua vontade pela vida inteira, ao fazer essa indagação o protagonista da trama diz que prefere cem vezes a morte ao invés de ter pena perpetua. 
Ressaltando o seu pensamento podemos extrair de que a sociedade da época era severa em suas penas, ao se deparar de frente com a nossa legislação vigente, é extinta a possibilidade de ter pena por prisão perpetua e ate mesmo trabalhos forçados ou penas denominadas e codificadas como cruéis pelo legislador estando expressa em um único artigo da constituição federativa do Brasil:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.”
Apesar de não sabermos a historia do nosso protagonista condenado, o mesmo se esbarra com outro criminoso que conta a sua historia e de como foi sentenciado também a pena de morte. Logo dês de menino começou a roubar, foi designado a trabalhos forçados durante um determinado tempo, após o seu termino de seus trabalhos, tentou trabalhar de alguma forma, porém todos ficavam assustados e amedrontadosa avistar que já fora um homem de má fé em suas ações na sociedade. Passado o tempo, roubou novamente e assim sendo condenado a trabalhos escravos perpetuamente e através de amizades, fugiu e matava para poder viver e se sustentar diante de um grupo de criminosos, se tornara tão comum matar alguém que não fazia mais diferença de roubar um lenço e matar.
Seguindo a nossa doutrina, o criminoso teria seu regime fechado com mais ou menos 15 anos considerando o calculo da pena com circunstâncias judiciais, agravantes, preponderantes e causas gerais, sendo concurso de crime improprio. Não podendo ser substituído pela reclusão e não havendo multas. Na obra, o mesmo foi condenado a morte, sendo perceptível a pena severa e não humanista do pensamento e formas que o Estado tinha de proporcionar a vingança para o povo e através disso, colocando como uma forma de justiça.
Com os temas abordados e doutrinas podemos concluir que a nossa legislação passou a ser mais proporcional as suas penas uma vez que não se tem mais o pensamento de punir por vingança e sim pela ameaça da prática, a prevenção de no sentido geral inibir a prática delitiva. Seguindo princípios como a legalidade, proporcionalidade, humanidade, individualização, pessoalidade, lei mais benéfica ao réu/ retroatividade, direitos assegurados na constituição federal da republica federativa do Brasil como clausulas pétreas e dentre outros fatores colocados em pauta. Há uma grande evolução da atual sociedade para a sociedade antiga e que hoje seria um completo “absurdo” aos olhos da sociedade e dos doutrinadores, legisladores e parlamentares.
Existem muitos personagens no livro, de fato, no início o Condenado é aquele que sofre a pena de morte por ter cometido um crime, em toda trama ele compartilha com o leitor seu sentimento, a contagem e sua angustia em relação a morte, o quanto ele queria ser liberto, mas sem arrependimento algum. Temos o Padre, que é o mais próximo do Condenado, um ser apático com a situação, mesmo com o papel de Padre, o autor não foi a fundo sobre sua religião. E a Filha, onde é apresentado seu sentimento sobre crianças de forma abrangente, antes do pai ser condenado ela não o reconhece, a qual posso considerar uma cena que mexe com os leitores.

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