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Desenvolvimento do Agronegócio na Agricultura Familiar

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PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO NO ÂMBITO DA AGRICULTURA FAMILIAR
ENIZABETE APARECIDA BARBOSA DA SILVA
OUTUBRO/Cacoal-RO/2022
PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO NO ÂMBITO DA AGRICULTURA FAMILIAR
ENIZABETE APARECIDA BARBOSA DA SILVA
Projeto de Pesquisa para a obtenção de conhecimento.
OUTUBRO/Cacoal-RO/2022
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
1.1	Delimitação do tema	5
1.2 Justificativa	6
1.3 Pressupostos teóricos	8
1.3.1 Contexto histórico e conceito de agronegócio	8
1.3.2 A expansão do agronegócio do Brasil	10
1.3.3 A relevância da atuação das mulheres no agronegócio	13
1.3.4 A importância dos investimentos para o agronegócio	16
2. OBJETIVOS	21
2.1 Objetivo Geral	21
2.2 Objetivos Específicos	21
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	21
4. CRONOGRAMA	22
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	23
1. INTRODUÇÃO 
Ao longo das décadas, a indústria automobilística, de máquinas e equipamentos esteve intimamente associada ao agronegócio. O início da mecanização agrícola ocorreu com o uso de tratores de grande porte nos anos 1900 e popularizou-se com a produção de tratores menores com motores de automóveis, desenvolvidos por Henry Ford a partir de 1908. A produção de máquinas agrícolas mantém até hoje seu monopólio característico com apenas quatro empresas (Deere, International Harvester, Massey-Ferguson e Ford Motor Company) dominando 99% do mercado mundial. A centralização de capitais advém, além disso, da produção de insumos químicos (MENDONÇA, 2015).
No Brasil, o agronegócio interessa a muitas pessoas, cujas atividades, funções e sobrevivência são dependentes do agronegócio. As pessoas geralmente acreditam que a comida é obviedade, algo tão essencial e fundamental que deve existir. Porém, não podem imaginar o que está por trás de seu processo de produção. O agronegócio é a soma de todas as cadeias produtivas, desde a produção e distribuição de insumos até a comercialização de alimentos, fibras e energia. Em outras palavras, é um conjunto de atividades intimamente relacionadas a todos os setores da economia e da sociedade (NAKANO; RODRIGUES; SIMONSEN, 2007).
De acordo com Ramos (2014, p. 09), “O setor do agronegócio é caracterizado por ser inovador e dinâmico, seu elo de atividades propulsiona uma visão sistêmica dentro da cadeia de produção de bens, serviços e produtos”. É importante destacar, que o “Brasil, tem emergido como caso emblemático da relação de conflito entre agronegócio e agricultura familiar” (CORTES et al., 2020, p. 01).
Evidencia-se que os alicerces do agronegócio são compostos de três segmentos: indústria para o agro (indústrias à montante); agricultura capitalista e agricultura familiar; e agroindústria, que concretiza o processamento agropecuário (indústria à jusante). Suas ramificações são as de financiamento, pesquisa agropecuária, comercialização, distribuição (logística), preservação, apoio técnico e extensão rural. Assim, diversas formas de produção social são abrangidas pelo agronegócio; é um sistema interdependente, incluindo muitos atores socioeconômicos. É assim que o capitalismo está estruturado no setor agrícola. Quanto à agricultura familiar, pode-se dizer que é uma forma de produção social que pode ou não ser coberta pela agricultura. Então nota-se que o agronegócio é a favor da agricultura familiar (CARIDÁ, 2012). 
Deste modo, cabe destacar que a agricultura familiar está associada ao trabalho com abordagens sociais mais amplas para o desenvolvimento rural de forma mais holística, neste contexto o aspecto econômico muitas vezes não é considerado “importante”. Tais relações são a base para sua compreensão, comprovando que a gestão e o trabalho são feitos pela família. Consequentemente, o reconhecimento e valorização de sua importância se deve ao seu pleno significado desde 1996, quando foi instituído o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (RAMOS, 2014).
Contudo, Cortes et al. (2020, p. 18), dizem que as “[...] áreas de destaque no abastecimento urbano, hoje passam por dificuldades associadas à manutenção dos modos de produção em meio às mudanças ocasionadas pelo avanço do agronegócio em terras do entorno e os impactos associados”.
Ao considerar os segmentos do setor agropecuário, a distribuição das mulheres por diferentes vínculos é significativamente diferente da distribuição dos homens. Enquanto os homens que trabalham na agricultura estão principalmente empregados no setor primário (agricultura), as mulheres trabalham maiormente nos setores das agroindústrias e nos agros serviços. Essa característica do mercado de trabalho agrícola para as mulheres tem se acentuado ao longo dos anos. Portanto, a de se ressaltar as questões "culturais" que afetam a contratação de mulheres nessas atividades, levando em consideração que oferta de mão de obra feminina muitas vezes é baixa, no caso de lavouras próximas aos centros urbanos (onde há muito mais opções industriais e de serviços (BARROS; ALMEIDA, 2018).
1. Delimitação do tema
Observa-se que a agricultura brasileira tem grande destaque entre as mais importantes do mundo, sendo uma das principais fontes de alimentos e matérias-primas para muitos países. Em relação as diversas formas de agricultura, evidencia-se agricultura familiar, que pode ser encontrada em grandes e importantes regiões do país. A agricultura familiar, tem se demonstrado fortemente na produção social sendo ela reconhecida pela sociedade brasileira por seus subsídios materiais e imateriais.
No Brasil, usa-se o termo agronegócio para justificar a concepção das chamadas cadeias produtivas, com o desígnio de acrescentar atividades agroquímicas, industriais e comerciais aos balanços econômicos da agricultura. Além de caracterizar o monopólio da terra, e de marcar uma política agrícola voltada de preferência para o mercado externo (MENDONÇA, 2015).
Quanto às diversas manifestações de sua organização social, correspondentes aos muitos discursos de identidade e necessidades sociais, um enorme esforço de pesquisa por parte da comunidade acadêmica foi somado nas últimas décadas, mostrando a extensão e necessidade do agronegócio no mundo rural, e a convergência de políticas públicas de apoio à reprodução.
É notório que todo cidadão tem uma relação próxima com o agronegócio, mesmo que não perceba. São seus netos que verão suas vidas influenciadas pelo futuro do campo, pois as atividades realizadas afetam o meio ambiente, comprometem as mudanças climáticas, o uso da água ou a produção de energia. Também está significativamente relacionado a questões sociais relevantes, como segurança alimentar, qualidade dos alimentos e trabalhabilidade da cadeia. Enfatiza-se que a saúde humana e animal, assim como a saúde geral, depende do agronegócio, em qualquer país do mundo (NAKANO; RODRIGUES; SIMONSEN, 2007).
Mas, de acordo com Delgado (2012, p 04), é importante estar atento “[...] para as consequências da emergência de crises globais e aponta para a necessidade de desenvolvimento de um novo padrão de economia agrária articulado ao mercado interno”.
Atualmente, tem-se enfrentado grandes obstáculos no agronegócio, sobretudo, devido à falta de incentivo financeiro, a falta de mão de obra qualificada e tecnológico. Diante desses aspectos, cabe perguntar, quais as perspectivas de desenvolvimento do agronegócio no âmbito da agricultura familiar?
1.2 Justificativa 
O agronegócio tem sua conceituação associada a uma série de medidas promovidas por governos e organizações privadas para promover a industrialização e padronização da agricultura em nível internacional. Alguns dos elementos centrais desse método de produção são a uniformidade e ampliação das lavouras, o uso de maquinários e insumos químicos, além do aumento do uso de água e energia no processo produtivo (MENDONÇA, 2015).
Contudo, deve-se mencionar que o atual contexto de crise econômica e ambiental em nível internacional tem gerado novos debates sobre a necessidade de mudar os sistemas agrícolas, inclusive fortalecendo os mercados locaise agroecológicos. No campo das relações internacionais, esse debate coloca o desafio de atualizar conceitos como soberania alimentar e vantagem comparativa nos mercados de commodities, além do clássico dilema entre protecionismo e expansão do comércio mundial (MENDONÇA, 2015).
Assim sendo, por conta de dois fatores, as políticas públicas a favor da Agricultura Familiar nasceram no Brasil a partir da década de 90. O primeiro fator foi a crescente necessidade de intervenção do Estado diante da crescente exclusão social e da intensificação dos movimentos sociais do campo. O segundo fator é o aumento da pobreza, violência e insegurança nas grandes cidades, o que também inclui a adesão da sociedade urbana às políticas de melhoria do meio rural, a fim de valorizar a população rural.
Logo, algumas tendências são visíveis e outras, menos óbvias, podem ser inferidas. Há uma necessidade crescente entre os consumidores mais ricos do mundo por produtos de melhor qualidade. Preço, sabor e aparência têm muito peso, mas também a necessidade de informações sobre a origem dos produtos, seus métodos de produção, o efeito no meio ambiente e na saúde humana e animal. Salientando que, existem nichos para produtos orgânicos e alimentos processados (NAKANO; RODRIGUES; SIMONSEN, 2007). 
Portanto, cabe ressaltar, que aspectos como esse demonstram a importância do Programa Nacional da Agricultura Familiar (PRONAF). Por conta da luta dos trabalhadores rurais, o PRONAF foi criado com a finalidade de promover política pública específica e diversificada para a agricultura familiar, a intenção da criação deste programa do governo federal foi prestar serviços diferenciados aos pequenos produtores rurais que promovem suas atividades através do emprego direto de sua força de trabalho e de sua família. 
Sendo assim, a elaboração do presente estudo será relevante, visto, que o tema é de suma importância para a comunidade científica, para os acadêmicos e sociedade brasileira, já que aborda as perspectivas de desenvolvimento do agronegócio no âmbito da agricultura familiar, tendo em vista, que nos últimos anos tem ocorrido grandes avanços nesse campo produtivo, o qual tem como principal papel atuar para a subsistência da população atual e preocupado com o futuro das próximas gerações.
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
2.1 Contexto histórico e conceito de agronegócio
Tanto historicamente quanto hoje em dia, a agricultura tem desempenhado um papel central nas relações internacionais. Principalmente a partir do período pós-Segunda Guerra Mundial, houve uma expansão do comércio agrícola mundial promovida pelos Estados Unidos, acompanhada da aceleração da industrialização agrícola e da disseminação internacional do sistema de produção denominado agronegócio. O termo agronegócio (agribusiness) teve procedência na School of Business Administration da Universidade de Harvard, com a publicação do livro A Concept of Agribusiness, de John Davis e Ray Goldberg em 1957 (MEDONÇA, 2015). 
Nesse sentido, o primeiro conceito define o agronegócio como uma rede que abrange desde a produção e comercialização de insumos, passando pela própria produção agrícola, até o processamento, distribuição e comercialização de produtos agrícolas. O processo de produção e comercialização de insumos compreende desde a extração da matéria-prima, sua conversão até a distribuição e comercialização da produção agrícola. Por sua vez, a produção agropecuária envolve pequenos e grandes produtores, apoio técnico, gestão ambiental, entre outros aspectos direta e indiretamente relacionados à criação de bens e serviços relacionados ao meio rural (OLIVEIRA, 2020).
Por fim, a transformação, a distribuição e a comercialização de produtos agropecuários, que abarcam a indústria, os distribuidores e os consumidores de bens e serviços interligados ao meio rural. É considerada parte de uma rede participativa do ambiente institucional, incluindo cultura, tradição, educação e costumes, e também pelo ambiente organizacional, contendo informações, associações, pesquisa e desenvolvimento, finanças e negócios (OLIVEIRA, 2020).
O autor corrobora que com os conceitos de agronegócio e agricultura familiar, pode-se afirmar que esses campos estão naturalmente integrados, sabendo-se que a agronegócio é um conjunto de atividades que vai desde a captação de insumos agropecuários, produção em unidades de produção, processamento e distribuição. Logo, não se refere ao tamanho da propriedade, à predominância da mão de obra, à renda financeira anual, à comercialização ou ao autoconsumo (RAMOS, 2014).
Sabe-se que a agricultura brasileira se destaca entre as mais importantes do mundo e é fonte de alimentos e matérias-primas para muitos países. A agricultura familiar no Brasil é cada vez mais uma forma de produção social reconhecida pela sociedade brasileira por suas contribuições materiais e imateriais. Quanto às diversas manifestações de sua organização social, correspondentes aos muitos discursos de identidade e necessidades sociais, um enorme esforço de pesquisa por parte da comunidade acadêmica foi somado nas últimas décadas, mostrando a extensão e profundidade de sua presença no mundo rural, e a convergência de políticas públicas de apoio à reprodução (DELGADO; BERGAMASCO, 2017).
O agronegócio é pensamento auto construtivo, se expressa pela uniformidade de interesses, sem conflitos, protegendo os interesses de toda a sociedade, contribuindo para o produto interno bruto (PIB), etc. Suas ideologias sustentam que não há substituto histórico para o desenvolvimento rural. Eles desvalorizaram os movimentos sociais que lutavam pela reforma agrária e pelos processos de produção agrícola. O agronegócio é um complexo agroindustrial que visa converter um processo biológico em máxima produtividade econômica. Nesse fluxo de comércio, a agricultura se assemelha à indústria porque é um processo conduzido pelo homem (CARIDÁ, 2012).
Além disso, o conceito de agronegócio, como unidade de análise desde a produção de insumos químicos e industriais até mesmo empresas de comercialização e varejo, consente esta explicação. Entretanto, esta fórmula superestima a participação da agricultura na economia nacional ou no produto interno bruto (PIB). Aliás, os cálculos que levam a esse percentual não levam em consideração diversas formas de subsídios públicos ou qualquer outra responsabilidade econômica, social ou ambiental gerada pelo setor (MEDONÇA, 2015).
Portanto, além da força do agronegócio e de seu mais recente desenvolvimento com a produção de cana de açúcar, gado e, pinos há sempre a probabilidade da inclusão verticalizada das famílias agricultoras, como fornecedoras de matérias-primas, no sistema de produção do agronegócio. Além do crescente número de crises energética, alimentar e climática vivenciados neste momento histórico. Essas crises estão intimamente ligadas à agricultura convencional, que depende fortemente do petróleo, carvão e pesticidas para a produção de combustíveis e matérias-primas para exportação, ou seja, o deslocamento de biomassa, construído sobre a destruição de áreas de biodiversidade, degradação do solo e poluição da água (MAZALLA NETO; BERGAMASCO, 2017).
2.2 Aspectos importantes sobre a agricultura familiar no Brasil
Em relação a aspectos importantes da agricultura, deve-se notar que a origem do universo ainda é motivo de controvérsia. Estima-se que a vida na Terra começou a se desenvolver há cerca de 3,5 milhões de anos. Desde então, a evolução gerou centenas de milhares de espécies, muitas das quais desapareceram com o tempo. Quanto ao homem, é uma espécie muito mais recente, não nasceu como agricultor ou pastor. Depois de centenas de milhões de anos de evolução biológica, técnica e cultural se fez homem (MAZOYER; ROUDART, 2010). 
Deste modo, no período Neolítico - há menos de 10.000 anos - começou a cultivar e criar gado, que ele mesmo domesticou, introduziu e criou em diversos ambientes, transformando os ecossistemas naturais. Foi um passo importante na evolução humana e planetária, pois mudou radicalmenteos recursos naturais, aumentou a produção e a produtividade, promoveu o crescimento populacional e formou grupos socialmente organizados (MAZOYER; ROUDART, 2010). 
Nos últimos anos, avançou-se muito claramente na definição e melhor compreensão das características e significados do grupo social formado por pequenos proprietários que trabalhavam com a mão de obra de seus familiares, produzindo até para si mesmos e para comercialização e vida em pequenas comunidades ou aldeias rurais. A principal mudança que rege a visão e a representação dos agricultores e da agricultura familiar passa pelo reconhecimento de sua enorme diversidade econômica e heterogeneidade social. Na verdade, não há nada de surpreendente nisso, porque essa categoria social sempre tem uma divergência real (SCHNEIDER; CASSOL, 2013).
Nesse pressuposto, cabe mencionar a importância da cadeia produtiva que é aquela que começa na prancheta do cientista pesquisador e termina na prateleira do supermercado. O produto final deve ter preços competitivos e qualidade com concorrentes nacionais e estrangeiros, além disso, deve atender ao poder aquisitivo dos consumidores. E a cadeia deve ser sustentável, ou seja, com processos produtivos que permitam a conservação dos recursos naturais para as gerações futuras, ao mesmo tempo que promovam as condições de existência econômica para todos os atores envolvidos (NAKANO; RODRIGUES; SIMONSEN, 2007).
Assim, presentes em promover a cadeia produtiva está a agricultura familiar brasileira, apontada como formas invisíveis de trabalho que produzem o que se poderia chamar de "riqueza invisível". Não encontrada nos livros didáticos de economia, a família, como instituição estratégica no campo, é responsável pela reprodução dos agentes de desenvolvimento rural: mão de obra qualificada e não qualificada, pessoas migrantes e trabalhadores sazonais em todas as partes do país (DELGADO; BERGAMASCO, 2017).
Verdadeiramente, é dentro da unidade familiar que se concentra o esforço reprodutivo, no qual estão essencialmente envolvidas mulheres, crianças e idosos. Mas, ao falar da Agricultura Familiar no Brasil, é preciso falar ainda do papel social e político desse segmento. Os movimentos sociais e as organizações da agricultura familiar foram atores importantes no desenvolvimento da agenda da reforma agrária e das políticas públicas no Brasil (DELGADO; BERGAMASCO, 2017).
Desta forma, se faz imprescindível desmistificar a discordância entre a agricultura familiar e o agronegócio, uma vez que:
Para o senso comum, a agricultura familiar representa a transmissão de saberes de geração em geração, a produção de tecnologia sustentável, o não estabelecimento de relações de exploração do trabalho, dentre outras classificações. No campo oposto está o agronegócio, representando a monocultura, tecnologia moderna, exportação, produtividade, latifúndio, monopólio dos recursos governamentais, concentração de renda e poder, industrialização da produção agropecuária, desigualdade social, êxodo rural, emprego etc. (CARIDÁ, 2012, p. 37).
Fundamentalmente, os “[...] itens provenientes da agricultura familiar, que juntos aos hortigranjeiros e à produção extrativista (óleos, frutos, essências, etc) vem sendo fundamental para o fornecimento de alimentos para as áreas urbanas regionais” (CORTES et al., 2020, p. 08). Portanto, se por um lado houve a polarização de projetos distintos na dinâmica sociopolítica do meio rural, houve também a diversificação da agricultura familiar, permitindo que no interior da categoria social se manifestassem tipologias de agricultores familiares” (CASTRO, 2016, p. 181).
Salienta Caridá (2012), que a agricultura familiar segue a lógica típica: por um lado, que se caracteriza principalmente pelo peso do trabalho familiar, por outro, esse trabalho é dependente do mercado. Assim, existem dois modelos: agricultura familiar comercial e agricultura familiar. Ambos empregam mão de obra familiar.
Na agricultura familiar, a gestão da produção e do trabalho são realizadas pela mesma pessoa. Não há divisão social do trabalho e o produtor domina completamente o processo de produção agrícola. Nesse sentido, porém, são muitos os arranjos na propriedade, relacionados às dimensões da terra, do trabalho e da família. Estes são determinados pelos diferentes ambientes sociais, econômicos e políticos em que operam (VAN DER PLOEG, 2008).
Observando os conceitos de agronegócio e agricultura familiar, pode-se afirmar que esses campos estão naturalmente integrados. Se o agronegócio é um conjunto de atividades voltadas para a captura de insumos agrícolas, captação e beneficiamento, a agricultura familiar caracteriza-se como um processo de produção agrícola primária. Dependência que um afeta ao outro. No entanto, as particularidades de cada campo devem ser respeitadas, trabalhando com a ideia de que um campo é exatamente o oposto de outro, o que contraria as próprias definições apresentadas (RAMOS, 2014).
É evidente que os agricultores familiares foram reconhecidos e se firmaram como membros da sociedade responsáveis pela produção de grande parte dos alimentos consumidos no Brasil. Embora, não se possa falar de um projeto de desenvolvimento "exclusivo" para a Agricultura Familiar, é possível identificar nas características culturais do agricultor familiar, os fatores subjacentes em suas ações e modo de vida, o que indica formas sustentáveis de desenvolvimento econômico e social, tanto em áreas rurais como nacionais (CASTRO, 2015).
Portanto, os autores Pasqualotto, Kaufmann e Wizniewsky (2019), preconizam que a exploração de diferentes ecossistemas devido ao desmatamento exige a criação de diferentes ferramentas, de acordo com as necessidades de cada região do mundo, bem como exige que cada uma dessas regiões desenvolva práticas agrícolas e inove de forma diferente, adaptando-se às novas condições e características ecológicas de cada grande sistema agrícola em processo de formação. Assim, os agricultores começaram a desenvolver práticas agronômicas para manter e aumentar a qualidade do solo. Foi nesse contexto que surgiram os sistemas de pousio, pois a rotação de terras era necessária para promover a recuperação da fertilidade do solo após as atividades agrícolas.
2.3 A relevância da atuação das mulheres no agronegócio
Cabe destacar, que “A participação da mulher ganha um papel muito importante na esfera produtiva isto porque, a tradição artesanal na confecção de produtos, marca em muitos casos o ponto de partida para a ampliação da atividade em termos de escala e rearranjo do trabalho” (MESQUITA, 2012, p.10). Mesmo assim, é importante destacar que:
A contribuição das mulheres no agronegócio nacional ainda é uma temática pouco explorada no âmbito acadêmico, bem como, pouco percebida pelos agentes econômicos e políticos do país. No entanto, a mulher tem cada vez mais assumido papel decisivo na produção de alimentos, tanto em âmbito nacional quanto mundial (CIELO; WENNINGKAMP; SCHMIDT, 2014, p. 02).
No início da década de 1980, a iniciativa das mulheres rurais brasileiras de se organizarem para reivindicar os direitos que lhes foram negados foi uma novidade, trazendo mudanças importantes em sua participação no concurso público e contribuindo significativamente para sua maior negociação e poder sobre o costume, o povo, o governo, a imprensa, enfim, diante de tudo o que os afeta para mantê-los em uma posição subordinada e desvalorizar seu trabalho. Embora inúmeros estudos indiquem que ainda há um longo caminho a percorrer em termos de equidade, as conquistas alcançadas nas últimas três décadas não podem ser negadas (PAULILO; BONI, 2017).
De acordo com Vidal (2011), há dois modelos que dominam e orientam análises relevantes nos estudos do trabalho feminino no agronegócio, o modelo de interdependência e o modelo de divisão subordinada. O primeiro caso diz respeito às sociedades rurais menos capitalizadas e que conservaram essencialmente seu caráter camponês; além disso, revelam a tradição de um sistema de produção sustentado na interdependênciae complementaridade dos diferentes trabalhos desempenhados por mulheres e homens nas unidades. O segundo modelo baseia-se na divisão do trabalho por gênero, entendida como o controle masculino sobre a capacidade das mulheres de manter o acesso desigual aos meios de produção; formam, assim, relações de dependência das trabalhadoras rurais em um ritmo determinado pelo homem, seja ele cônjuge ou não.
Inicialmente, ao avaliar as posições nas categorias de ocupação e emprego, verifica-se que o aumento da participação das mulheres no agronegócio ocorreu principalmente entre os empregados com carteira assinada. A participação de mulheres trabalhando sozinhas no agronegócio também aumentou. Ressalte-se que o nível de formalização das trabalhadoras do setor agropecuário tem crescido mais forte do que o da economia brasileira nos últimos anos. O aumento da participação das mulheres no agronegócio é atribuível aos trabalhadores com educação formal superior, indicando uma evolução positiva associada a empregos que exigem maior qualificação. Em relação à idade, a participação de mulheres com mais de 30 anos trabalhando no agronegócio aumentou em relação à participação de mulheres com 30 anos ou menos (BARROS; ALMEIDA, 2018).
Ressalta-se que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é uma das agências que luta pela maior integração das mulheres no setor agrícola. Trabalha na transferência de recursos para os estados promovendo projetos de extensão para mulheres rurais e suas organizações produtivas em documentos civis e legais, estabelecer mecanismos de formalização, melhorar seus processos de gestão, comercializar e participar da gestão social de território/identidade ou nacionalidade rural. Ou seja, os projetos contribuem para o fortalecimento das organizações produtivas das mulheres rurais e buscam ampliar os vínculos com os governos estaduais para a implementação de políticas para as mulheres rurais, como forma de fortalecer os meios de subsistência das mulheres rurais, desenvolver e ampliar o alcance dessas políticas (ROSA, 2012).
A Consultoria em diversidade PwC Brasil (2016), destaca que a atividade profissional feminina tem se estruturado no mercado de trabalho brasileiro. O agronegócio, representa cerca de 22% do PIB nacional, concebe uma potencial fonte de emprego para as mulheres e há uma tendência inegável de crescimento da participação feminina no setor econômico do agronegócio, apesar dos desafios de gênero. Embora as dificuldades, a resistência e a visão global das mulheres devem prevalecer com mais força no setor agroalimentar. Isso combina com o processo de mudança necessário para o desenvolvimento do setor, a imagem do imóvel rural e a interação com a sociedade como um todo.
Preocupações com as mulheres rurais têm sido expressas em muitos países, com reivindicações semelhantes relacionadas, principalmente, aos direitos trabalhistas decorrentes do reconhecimento das mulheres camponesas como “produtoras rurais”, e não simplesmente esposa ou “dona de casa”. No entanto, existem diferenças nas alianças e formas de organização, principalmente entre as regiões Norte e Nordeste e Sul do Brasil (PAULILO; BONI, 2017).
Em um cenário em que a força de trabalho feminina experimenta um crescimento significativo, é importante destacar a participação das mulheres no mercado de trabalho no setor de agronegócios. Embora, seja claro que as mulheres ainda sofrem com a desigualdade de gênero, como visto acima, há percepções crescentes e fortes tendências para uma maior participação das mulheres no agronegócio-indústria brasileira. Sem dúvida, as mulheres enfrentam uma série de desafios para ganhar reconhecimento no setor do agronegócio. No entanto, além das dificuldades que ainda existem, estão cada vez mais conquistando seu espaço e tentando compensar a baixa participação em campo (CIELO et al., 2015).
Pode-se, portanto, inferir que o papel da mulher é essencial, em todas as culturas, para sustentar a produção global de alimentos e que sua participação está aumentando em diferentes segmentos da população, setor agrícola, desde a agricultura à gestão empresarial. Nesse sentido, entende-se que as empresas do setor agroindustrial, tendo em vista esse fato, devem implementar e promover ações e estratégias voltadas para as mulheres desse setor (MESQUITA, 2012).
Assim, o trabalho feminino, seja na agricultura, indústria, comércio ou serviços, contribui para o bem-estar das famílias, para o desenvolvimento integral das pessoas e para o crescimento econômico. No entanto, quando se trata de questões relacionadas ao trabalho da mulher no agronegócio, devido à sua natureza informal, é difícil mensurar, ou seja, é difícil integrá-lo em modelos econômicos, como o cálculo do PIB. Isso muitas vezes o torna invisível na formulação de políticas públicas e até mesmo na definição de estratégias agroindustriais que promovam práticas do agribusiness (CIELO; WENNINGKAMP; SCHMIDT, 2014).
2.4 A importância dos investimentos para o agronegócio
A política de crédito rural, desde sua institucionalização em 1965, tem sido um importante impulsionador da adoção de tecnologia rural, modernização da agricultura do país e aumento da produção produtiva, o que consentiu que o Brasil se tornasse um dos principais produtores e exportador de vários produtos agrícolas. O agronegócio brasileiro tem sido a espinha dorsal da nação, gerando produção de alimentos e commodities, empregos, renda, balança comercial positiva e moeda para o nosso país. O crédito rural é o principal instrumento da política agrícola brasileira. Desde que foi decretado na política de desenvolvimento da produção rural do país, pela Lei 4.829/1965, tem sido o mais poderoso mecanismo de ação governamental em favor da agricultura nacional (SILVA JUNIOR, 2017).
A partir de meados da década de 1990, a agricultura familiar passou a receber mais atenção do governo federal, acontecendo de ser contemplada com programas exclusivos de apoio a essa importante parcela da agricultura brasileira. Um marco histórico do prestígio institucional da agricultura familiar foi a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Contudo, o rol de medidas e ações relacionadas ao apoio à agricultura familiar se diversificou, consideravelmente, desde o Governo Lula (2003-2010), com a instituição do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT), entre outros. Os três programas mencionados foram selecionados para o estudo no Território Rural do Noroeste Paulista (TRNP), pois representam a diversidade de ações federais voltadas à agricultura familiar (aplicando a abordagem setorial e territorial) (SARON, 2014).
Como dito anteriormente, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), foi criado na década de 1990. Assim sendo, com o lema de ajudar os agricultores, o programa promove meios de auxiliar os que estão com dificuldades de produção, principalmente com recursos financeiros disponíveis para comprar máquinas e insumos necessários à geração de renda. Trata-se, portanto, de uma política pública global que, para alguns segmentos, representa a independência financeira de seus participantes. Os diferentes tipos de créditos concedidos pelo programa podem ser concedidos de forma individual ou coletiva, após o cumprimento de uma série de exigências e garantias que os agricultores devem apresentar. E, apesar dos esforços para promover a integração dos agricultores e disseminar o conhecimento para levar a agricultura familiar ao mercado, muitos testemunham as dificuldades encontradas (JORDÃO; SILVA; CARVALHO, 2019).
Cabe destacar, que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar é utilizado para o,
Financiamento para custeio e investimentos em implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de serviços no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas, visando à geração de renda e à melhorado uso da mão de obra familiar (BNDS, 2022, p. 01).
Logo, o segmento familiar da agricultura brasileira quantificado pelo PIB está em expansão e representa uma parte importante da produção agropecuária e dos produtos produzidos pelo setor de agronegócio brasileiro, ratificando que os pequenos produtores são de fato uma intervenção significativa na economia. Verificando a adequação desse segmento, os incentivos governamentais também aumentaram, tornando-se uma plataforma para que os agricultores tenham acesso fácil ao crédito rural, o que contribui não apenas para os interesses pessoais, mas também para a complexidade econômica brasileira (RAMOS, 2014).
Hoje em dia, o volume de recursos prometido pelo governo federal para um ano agrícola (julho-junho do próximo ano) cobre aproximadamente um terço das necessidades financeiras do setor. A maioria dos produtores rurais usa esses recursos para investir e financiar suas atividades. Para a outra parte dos recursos necessários para a safra, os produtores devem utilizar outras formas de financiamento de suas operações, como fornecedores de insumos, tradings e outras formas de financiamento, recursos próprios. O crédito rural é o auxílio de recursos financeiros, por entidades públicas e entidades de crédito particulares (instituições do Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR), esperados a produtores rurais e suas cooperativas, para aplicação exclusiva nas finalidades e condições estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR) (SILVA JUNIOR, 2017).
Verbera-se que Na América Latina e no Brasil, a adoção de um enfoque territorial nas políticas de incremento rural se deve a influência e pressão de instituições multilaterais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BIRD e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que através do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) têm instituído espaços de diálogo e discussão que incentivem a pesquisa para apoiar um enfoque territorial integrado (HESPANHOL, 2010). 
Além disso, houve sim um sucesso do PRONAF, diante do aumento do número de contratos e do volume de recursos e da incapacidade de promover a justiça territorial e social. Embora, esta seja a primeira política com foco exclusivo na agricultura familiar, o PRONAF incentivará a inclusão de um grupo restrito de agricultores de capital no modelo produtivo do agronegócio (SARON; HESPANHOL, 2012). 
O PRONAF visa fortalecer as atividades desenvolvidas pelos produtores familiares, de forma a integrá-los à cadeia de agronegócios, proporcionando-lhes aumento de renda e valor agregado aos produtos e ativos, por meio da modernização dos sistemas produtivos, capacitação dos produtores rurais e profissionalização dos produtores familiares. Nessa perspectiva, ficam de lado as demais metas do PRONAF explicadas acima, principalmente o compromisso com a qualidade de vida (GRISA, 2012).
Portando, ao mesmo tempo, há uma necessidade crescente de subsídios estatais e programas de crédito para cobrir os custos crescentes da produção agrícola. Os dados analisados demonstram que a expansão do comércio mundial de grãos e a internacionalização do setor agropecuário exigem mais investimentos em capital fixo, levando a um processo centralizado e monopolista, principalmente de insumos industriais e empresas de comercialização (MENDONÇA, 2015).
Já o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), inclui instituições financeiras que administram linhas de crédito rural, instituições vinculadas ao sistema e instituições conveniadas. Todas essas instituições financeiras têm papel fundamental para garantir a efetiva implementação da política de crédito rural que atenda aos interesses do governo e às necessidades dos produtores rurais (SILVA JUNIOR, 2017). As instituições envolvidas no crédito para o agricultor e agronegócios estão expostas na Figura 1, a seguir:
Figura 1 - Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).
Fonte: Silva Junior (2017, p. 03).
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS, 2022), traz em seu contexto os principais aspectos para a utilização do Pronaf, portanto, a seguir estão delineados os subprogramas do Pronaf, evidenciando a quem se destinam, inclusive o que pode ser financiado e, as formas de solicitar esses recursos:
Pronaf Custeio: Financiamento a itens de custeio relacionados à atividade agrícola ou pecuária desenvolvidas.
Pronaf Agroindústria: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas e jurídicas, e a cooperativas para investimento em beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais; e para apoio à exploração de turismo rural.
Pronaf Mulher: financiamento à mulher agricultora integrante de unidade familiar de produção enquadrada no Pronaf, independentemente do estado civil.
Pronaf Agroecologia: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento.
Pronaf Bioeconomia: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento na utilização de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade produtiva.
Pronaf Mais Alimentos: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sua estrutura de produção e serviços, visando ao aumento de produtividade e à elevação da renda da família.
Pronaf Jovem: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento nas atividades de produção, desde que beneficiários sejam maiores de 16 anos e menores de 29 anos entre outros requisitos. 
Pronaf Microcrédito (Grupo "B"): financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, que tenham obtido renda bruta familiar de até R$ 20 mil, nos 12 meses de produção normal que antecederam a solicitação da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP).
Pronaf Cotas-Partes: financiamento para integralização de cotas-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural; e aplicação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento ou saneamento financeiro.
Enfatiza-se que a criação do PRONAF foi de extrema importância para o reconhecimento institucional e para os agricultores familiares no Brasil, historicamente excluídos das políticas de desenvolvimento rural. A introdução do PRONAF também implica em uma maior democratização das políticas de desenvolvimento rural, permitindo que agricultores familiares (além de pescadores, estrangeiros e outros grupos) tenham acesso ao crédito rural subsidiado. A partir disso, pode-se dizer que houve uma mudança no tratamento do Estado à agricultura familiar. No entanto, a democratização do crédito rural é relativa, pois o sistema setorial do programa (financiamento por porte e perfil da agricultura familiar, produtos cultivados em nível regional) é similar à da política de atualização da agricultura praticada entre os anos de 1960 e 1980 (guardadas as devidas proporções). Em decorrência as diferenciações regionais, por produto e entre os distintos segmentos da agricultura familiar foram conservados (SARON; HESPANHOL, 2012).
Entretanto, a "nova" posição do governo federal em relação às políticas de desenvolvimento rural tem suscitado diversos debates, avaliações e estudos sobre o desenho, a implementação e os resultados do desenvolvimento rural, políticas de desenvolvimento rural de orientação territorial. Um dos pontos mais importantes e interessantes dos pesquisadores é o conceito de território aplicado nessas políticas (SARON, 2014).
3. OBJETIVOS 
3.1 Objetivo Geral 
Abordar as perspectivas de desenvolvimento do agronegócio no âmbito da agricultura familiar.3.2 Objetivos Específicos 
· Delinear o contexto histórico e conceito de agronegócio;
· Abordar os aspectos importantes sobre a agricultura familiar no Brasil;
· Demonstrar a relevância da atuação das mulheres no agronegócio e;
· Abalizar a importância dos investimentos para o agronegócio.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto aos procedimentos metodológicos, cabe destacar que “A forma utilizada no presente estudo foi pesquisa do tipo qualitativa, considerando que o pesquisador é o instrumento fundamental e que o ambiente natural é a fonte direta dos dados” (RAMOS, 2014, p. 19). 
Será empregada a pesquisa bibliográfica para a coleta dos dados, que segundo Gil (2007), é caracterizada em um trabalho elaborado por meio de materiais já publicados, como artigos periódicos, livros e materiais publicados na internet. Complementa Fonseca (2002), que a pesquisa bibliográfica é criada a partir de um conjunto de referências teóricas que foram analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas da web. Todo trabalho científico começa com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que foi estudado sobre o tema.
Assim sendo, Silva e Menezes (2001), verberam que a pesquisa qualitativa defende que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, ou seja, há uma relação indissociável entre o mundo objetivo e o sujeito que não pode ser convertida em números. A interpretação dos fenômenos e a determinação dos significados são fundamentais no processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta de coleta de dados e o pesquisador é a ferramenta chave. O processo e suas implicações são o eixo principal da abordagem.
Descrevem Lakatos e Marconi (2003, p.183), acerca da pesquisa bibliográfica da seguinte forma:
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, [...] Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.1 83). 
Acerca dos métodos de análise de dados, serão usados os arquivos disponibilizados nos bancos de dados, dentre os quais: o Google Acadêmico e o SCIELO, bem como, os materiais descritos por Lakatos e Marconi (2003, p. 183), que são: [...] publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc.
Sobre os critérios de inclusão, serão empregados materiais que apresentem o tema, bem como, arquivos divulgados no período de 2000 a 2022, e arquivos elaborados nas línguas portuguesa e inglesa. 
Já para os critérios de exclusão, não serão utilizados os que não foram escritos em português e inglês, os arquivos que não apresentaram informações pertinentes ao assunto, sendo rejeitados os materiais que não estão em conformidades com as buscas delimitadas e, estudos que foram publicados antes do ano de 2000. O período das pesquisas para o embasamento teórico-científico será de fevereiro a novembro de 2022.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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