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Síndrome Metabólica: Fatores de Risco e Prevalência

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Síndrome Metabólica
Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina.
A associação da SM com a doença cardiovascular, aumenta a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes.
Condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica, em especial a coronariana, e esta relacionada ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2
Síndrome Metabólica
Prevalência: 20 a 25% na população normal.
A redução da ação insulínica pode estar acompanhada de um grupo de alterações metabólicas e cardiovasculares.
HAS; hipertrigliceridemia; redução do HDL-colesterol; intolerância aos carboidratos, obesidade central; hiperuricemia e doença cardiovascular
Fatores de Risco para SM
Sobrepeso: IMC ≥25 Kg/m2 ou cintura >102cm em homens e >88cm em mulheres.
Hábitos de vida sedentários.
Idade acima de 40 anos.
Glicemia de jejum ≥100mg/dl.
 História pessoal de diabetes gestacional.
Diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia ou doença cardiovascular.
Presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários policísticos.
História familiar de diabetes tipo 2, hipertensão arterial ou doença cardiovascular.
Síndrome Metabólica
FATORES DE RISCO
DOENÇAS CRÔNICAS
 “NÃO TRANSMISSÍVEIS”
Hiperglicemia
HDL-reduzido
Hipertensão Arterial
Hiperadiposidade abdominal
(+)
Hipetrigliceridemia
SEDENTARISMO
MÁ ALIMENTAÇÃO
SÍNDROME METABÓLICA
			
			
 
Resistência insulina 
> Produção de LDL, AGL e VLDL
Vasoconstrição Reabsorção de Na
OBESIDADE
DM
 SNS
Hiperinsulinema
HAS
Dislipidemia
Síndrome Metabólica
Obesidade abdominal;
Dislipidemia aterogênica;
Aumento da pressão arterial;
Resistência insulínica;
Estado pró-inflamatório;
Estado pró-trombótico.
Prevalência da SM
Estudos em diferentes populações, como a mexicana, a norte-americana e a asiática, revelam prevalências elevadas da SM, dependendo do critério utilizado e das características da população estudada, variando as taxas de 12,4% a 28,5% em homens e de 10,7% a 40,5% em mulheres.
Para a população brasileira não existem estudos acerca da prevalência da SM.
Definição de SM pela OMS
PELO MENOS UM DOS ÍTENS ABAIXO:
intolerância à glicose
IGT 
DM2
resistência à insulina*
PELO MENOS DOIS DOS ÍTENS ABAIXO:
comprometimento da regulação da glicose ou DM2.
resistência à insulina.*
 pressão arterial 
 140/90mmHg.
 triglicerídeos plasmáticos 
 150mg/dl e/ou 
 HDL colesterol 
< 35mg/dl para homens; 
< 39mg/dl para mulheres.
obesidade central 
razão cintura:quadril > 0,90 para homens, > 0,85 para mulheres; e/ou IMC > 30kg/m.2
microalbuminúria 
excreção urinária de albumina  20 g/min ou razão albumina:creatinina  30mg/g.
*Resistência à insulina definida sob condições hiperinsulinêmicas, euglicêmicas e com captação da glicose abaixo do quartil inferior para a população sob investigação.
+
World Health Organization. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. 
Part I: Diagnosis and classification of diabetes mellitus. WHO Department of Noncommunicable Disease Surveillance; 1999.
11
A Organização Mundial de saúde (OMS) reconhece que a RI pode ser o fator comum para os componentes individuais da Síndrome Metabólica.
A OMS recomenda que o tratamento de pacientes com hiperglicemia e outros componentes da Síndrome Metabólica deve incluir não só o controle glicêmico, como também estratégias para o tratamento de outros fatores de risco cardiovascular. 
World Health Organization. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. Part I: Diagnosis and classification of diabetes mellitus. WHO Department of Noncommunicable Disease Surveillance; 1999.
HOMA IR = [insulina de jejum (mU/ml) x glicemia de jejum (mmol/L]/22,5
Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215
Avaliação da Resistência Insulínica HOMA – IR (Homeostasis Model Assessment)
Glicemias entre 140-199mg/dl, 2 horas após a ingestão de 75g de glicose ou glicemias de jejum entre 100-125mg/dl sugerem a presença de RI.
Valores de corte para o diagnóstico da RI = Homa IR >2,71
Definição de SM
 pelo NCEP-ATP III
Combinação de pelo menos três componentes:
Definição da SM pela International Diabetes Federation
Obesidade central: circunferência abdominal 
europeus: homens  94 cm, mulheres  80 cm
sul-asiáticos e chineses: homens  90 cm, mulheres  80 cm
japoneses: homens  85 cm, mulheres  90 cm
 Mais 2 itens dos seguintes:
Triglicérides  150 mg/dl
HDL-colesterol: homens < 40 mg/dl, mulheres < 50 mg/dl
PA  130 x  85
Glicemia de jejum  100 mg/dl
www.idf.org
1st International Congress on “Pre-Diabetes” & Metabolic Syndrome. Berlin, april 2005
Adaptado de McFarlane S, et al. J Clin Endocrinol Metab. 2001; 86:713–718.
Aterosclerose
Fatores predisponentes genéticos
Fatores desencadeantes ambientais
Resistência 
à insulina
Hiperglicemia/IGT
Dislipidemia
Hipertensão
Disfunção endotelial/ Microalbuminúria
Hipofibrinólise
Inflamação
A Síndrome Metabólica: uma rede de fatores aterogênicos.
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Uma série de fatores, tanto genéticos quanto ambientais, influenciam o desenvolvimento da RI e seus fatores de risco cardiovascular associados. Em particular, a obesidade visceral é um forte fator de risco para a RI e contribui significativamente para a hiperglicemia/intolerância à glicose, dislipidemia e hipertensão.
Outros fatores de risco associados com a RI e a obesidade visceral incluem níveis elevados do inibidor-1 do ativador do plasminogênio (PAI-1; um inibidor da fibrinólise), disfunção endotelial, microalbuminúria, e níveis aumentados da proteína C reativa (PCR; um marcador de inflamação sistêmica). 
Juntos, o conjunto de fatores de risco cardiovascular que compreende a Síndrome Metabólica aumenta significativamente o risco de aterosclerose.
McFarlane S, et al. J Clin Endocrinol Metab. 2001; 86:713–718.
Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial
Objetivo: Confirmar o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) de acordo com os critérios do NCEP-ATPIII e identificar fatores de risco cardiovascular associados.
História Clínica
Exame Físico
Exames laboratoriais
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC)
£
³
IMC ( kg/m² )
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
 16.0
Desnutrição grau 3 ( grave)
16.0 – 16.99
Desnutrição grau 2 ( moderada )
17.0 – 18.49
Desnutrição grau 1 ( leve )
18.5 – 24.9
Eutrofia 
25.0 – 29.9
Pré – obesidade
30.0 - 34.9
Obesidade grau 1
35.0 – 39.9
Obesidade grau 2
 40.0
Obesidade grau 3
Os pontos de corte para o diagnóstico nutricional de desnutrição e eutrofia são propostos por “World Health Organization”, 1995.
Os pontos de corte para o diagnóstico nutricional de obesidade são propostos por “World Health Organization”, 1997.
Pontos de corte de IMC adotados para o idoso.
Pontos de corte
Classificação do estado nutricional
< 22 kg/m
2
Desnutrição
22 - 27 kg/m
2
Eutrofia
> 27 kg/m
2
obesidade
Fonte: Lipschitz (1994)
 PESO ( kg )
IMC =
 ESTATURA² ( m )
ANTROPOMETRIA
MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
Prevenção Primária
A predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o surgimento da SM.
VASOCONSTRIÇÃO E AUMENTO DO DÉBITO CARDÍACO
RESPOSTA DE ALERTA MAIS EFICIENTE (ATAQUE OU FUGA)
HIPERTENSÃO ARTERIAL
AUMENTO DA COAGULABILIDADE
PROTEÇÃO CONTRA HEMORRAGIAS
TROMBOSE
ATIVAÇÃO DE FATORES INFLAMATÓRIOS
DEFESA CONTRA INFECÇÕES
Alimentação Adequada
Permitir a manutenção do balanço energético e do peso saudável.
Reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras, mudar o consumo de gorduras saturadas para gorduras insaturadas, reduzir o consumo de gorduras trans (hidrogenada).
Aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereaisintegrais.
Reduzir a ingestão de açúcar livre; reduzir a ingestão de sal (sódio) sob todas as formas.
Atividade Física
Determinante do gasto de calorias e fundamental para o balanço energético e controle do peso.
A atividade física regular ou o exercício físico diminuem o risco relacionado a cada componente da SM e trazem benefícios substanciais também para outras doenças (câncer de cólon e câncer de mama).
Baixo condicionamento cardiorrespiratório, pouca força muscular e sedentarismo aumentam a prevalência da SM em três a quatro vezes
O exercício físico reduz a pressão arterial, eleva o HDL-colesterol e melhora o controle glicêmico.
Hábitos
Redução do tempo de lazer passivo (televisão, jogos eletrônicos, atividades em computadores etc.).
O tabagismo deve ser agressivamente combatido e eliminado, pois eleva o risco cardiovascular.
Programas educativos que abordem as medidas preventivas em escolas, clubes, empresas e comunidades podem contribuir para a prevenção da SM
Recomendações de Exercício Físico na Síndrome Metabólica
Realização de pelo menos 30 minutos de atividade física leve a moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias de semana, incluindo mudanças no seu cotidiano. Por exemplo, subir escada, usar menos o carro para a sua locomoção, ou mesmo tornar as suas atividades de lazer mais ativas
Atuação da Atividade Física
No perfil glicêmico
Na obesidade
No perfil lipídico
Na Hipertensão Arterial (HA)
Perfil Glicêmico
↑ glicogenólise (músculo esquelético/fígado)
↑ sensibilidade à insulina (dose menores para igual efeito)
↑captação da glicose nas células (deslocamento de receptores para membrana)
↓ concentração basal e pós-prandial de insulina
Balanço hormonal favorável (Metabolismo da glicose):
Glucagon, GH, T3, T4, catecolaminas, cortisol
Obesidade
Na obtenção de ATP = glicose + ác. graxos
No tecido adiposo ocorre aumento da ação da LLP levando a quebra de moléculas de gordura para formar
AG livres e glicerol (lipólise)
Através da gliconeogênese o glicerol é transformado em glicose
Perfil Lipídico
Ácidos graxos são armazenados com triglicerídeos, principalmente no tecido Adiposo
Consumo dos AG / TG depende da duração e da intensidade do exercício, bem como da circulação local e da massa muscular envolvida.
Efeitos: ↓dos TG, ↑ do HDL, ↑tamanho das LDL e ↓da oxidação das LDL (mudança do perfil B para A)
Perfil Lipídico
Ações dos exercícios de resistência
↑ fluxo sanguíneo para músculos
↑ lipólise dos TG no tecido gorduroso
↑ hidrólise dos TG no músculo
ativa enzimas da cadeia oxidativa
promove adaptações hormonais
Hipertensão Arterial
↓ da resistência vascular periférica
↓ da FC em repouso
↓ do débito cardíaco em repouso
somatória de todos
Recomendações de Exercício Físico na Síndrome Metabólica
Tipo
Exercício aeróbio como, por exemplo, caminhada, ciclismo, corrida, natação, dança, entre outros
Freqüência
3 a 5 vezes/semana
Duração
30 – 60min contínuos
Recomendações de Exercício Físico na Síndrome Metabólica
Intensidade moderada, calculada de duas formas:
Forma simplificada: conseguir falar durante o exercício
Forma controlada: 50%-70% da FC de reserva ou 50%-65% do VO2 pico
Para cálculo da FC de reserva usar a seguinte fórmula:
FC treino = (FCmáxima – FCrepouso) x % recomendado da FCreserva + FCrepouso
FCreserva = FC máxima – FCrepouso
FCmáxima = FC medida no teste ergométrico ou calculada por 220 – idade
FCrepouso = FC medida após cinco minutos de repouso deitado
Recomendações de Exercício Físico na Síndrome Metabólica
Exercícios resistidos
Exercícios com peso podem ser realizados em associação com os exercícios aeróbios
Cuidados para a realização de exercício
Pacientes acima de 35 anos com SM – uma avaliação clínica e ergométrica (teste de esforço) é recomendada, antes do início das atividades físicas.
Participantes de programa de exercício físico individualizado – o teste ergométrico ou ergoespirométrico é obrigatório
Risco associado a complicações metabólicas
Aumentado
Muito aumentado
Homens
³
 94 cm
³
 102 cm
Mulheres
³
 80 cm
³
 88 cm
 Fonte: 
World 
Health 
Organization (1997)
Risco associado a complicações metabólicas
Aumentado
Muito aumentado
Homens
( 94 cm
( 102 cm
Mulheres
( 80 cm
( 88 cm
 Fonte: World Health Organization (1997)

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