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– Toxoplasmose TEORIZAÇÃO 1) Hospedeiro definitivo - Gato (fase sexuada) 2) Hospedeiro intermediário - Humano (fase assexuada) 3) Agente etiológico - Toxoplasma Gondii 4) Formas infectantes/Ciclo biológico - Formas infectantes: oocistos (esporozoíto), taquizoítos e bradizoítos (cistos) O ciclo tem duas fases: assexuada e sexuada. Fase assexuada: um hospedeiro suscetível (homem, por exemplo), adquire o parasito e desenvolve a fase assexuada após ingerir oocistos maduros (esporulados) contendo esporozoítos encontrados em alimentos ou água contaminada, cistos contendo bradizoítos encontrados na carne crua ou, mais raramente, taquizoítos eliminados no leite. Os taquizoítos que chegam ao estômago são, na sua maior parte, destruídos pelo suco gástrico, mas os que penetrarem na mucosa oral poderão evoluir do mesmo modo que os bradizoítos e esporozoítos, como se segue. Cada esporozoíto ou bradizoíto (após diferenciação para taquizoíto) sofrerá intensa multiplicação intracelular, após rápida passagem pelo epitélio intestinal, e invadirá vários tipos de células do organismo formando um vacúolo parasitóforo onde sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia, formando novos taquizoítos (fase proliferativa) que irão romper a célula parasitada (ou evadir destas células), liberando novos taquizoítos que invadirão novas células. A disseminação do parasito no organismo ocorre através de taquizoítos livres (ou intracelulares) na linfa ou no sangue circulante. Os taquizoítos também podem ser chamados de trofozoítos. A) Um trofozoíta antes do processo B) No citoplasma, formam-se inicialmente dois conoides filhos e o núcleo assume aspecto recurvado, em U, dirigindo-se cada ponta para um dos conóides C) Completa-se em seguida a divisão do núcleo e a individualização estrutural dos trofozoítas filhos, pelo crescimento da membrana em direção posterior D e E) Os dois novos trofozoítas separam-se, abandonando os restos da célula mãe que vai degenerar Essa fase inicial da infecção – fase proliferativa – caracteriza a fase aguda da doença. Com o aparecimento da imunidade, os taquizoítos são eliminados do sangue, da linfa e dos órgãos viscerais, ocorrendo uma diminuição de parasitismo. Alguns parasitos diferenciam em bradizoítos para a formação de cistos. Esta fase cística, juntamente com a diminuição da sintomatologia, caracteriza a fase crônica, que poderá permanecer por longo período. Alternativamente, em indivíduos imunes eficientes, poderá haver uma reativação desta infecção, que ocorre por mecanismos ainda não inteiramente esclarecidos e apresenta sintomatologia semelhante com a primo-infecção. Fase sexuada: o ciclo sexuado ocorre somente nas células epiteliais do intestino delgado de gatos e outros felídeos não imunes. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase reprodutiva prévia por merogonia (esquizogonia) seguida por outra sexuada (gametogonia) do parasito. Após a infecção, gatos não imunes podem eliminar oocistos durante 2 semanas, aproximadamente. O oocisto, em condições de umidade, temperatura e local sombreado favorável, é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses. Após a ingestão de cistos, oocistos ou taquizoítos, os parasitos liberados no estômago penetram nas células do epitélio intestinal do gato e sofrerão um processo de multiplicação por merogonia, dando origem a vários merozoítos. O conjunto desses merozoítos formados dentro do vacúolo parasitóforo da célula é denominado meronte ou esquizonte maduro. O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas masculinas ou femininas: as gamontes, que após um processo de maturação formarão os gametas masculinos móveis – microgametas (com dois flagelos) e femininos imóveis – macrogametas. O macrogameta permanecerá dentro de uma célula epitelial, enquanto os microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o macrogameta, formando o zigoto. Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, dando origem ao oocisto. A célula epitelial sofrerá rompimento em alguns dias, liberando o oocisto ainda imaturo. Esta forma alcançará o meio ambiente juntamente com as fezes. A sua maturação no meio exterior ocorrerá por um processo denominado esporogonia, após um período de cerca de 1 a 5 dias (dependendo da temperatura e da aeração), e apresentará dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos. O tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento de oocistos nas fezes dos felídeos (período pré-patente) dependerá da forma ingerida. Este período será de 3 dias, quando a infecção ocorrer por cistos, 19 dias ou mais por taquizoítos e 20 ou mais dias por oocistos. Em geral, gatos que já eliminaram oocistos tomam-se imunes e não eliminam novos oocistos, mesmo que reinfectados. Entretanto, a imunossupressão induzida por altas doses de corticosteroides podem induzir novas eliminações de oocistos. 5) Transmissão - A contaminação: alimentos e água contaminados (ooscisto), carne mal passada (bradizoito), reagudização (bradizoito/cisto), transplacentária/ vertical (congênita), transfusão (taquizoíto), transplante (taquizoíto) 6) Complicações gerais - Normalmente ocular, mas pode ter uveíte, miosite, linfadenopatia, miocardite, hepatite 7) Sintomatologia - Imunocompetente: normalmente é assintomático, por ação da resposta imune, há um encistamento e evolui para fase crônica - Imunocomprometido: normalmente é assintomático, não tem ação da resposta imune, não há formação do cisto e gera mais complicações 8) Diagnóstico - Diagnóstico sorológico -> teste de Elisa TOXOPLASMOSE - Forma infectante: a. Oocisto (esporozoíto): é liberado nas fezes do gato, resistente no meio ambiente, encontrado em água contaminada, alimento contaminado *+/- 1 mês eliminando fezes contaminadas b. Taquizoítos: multiplicação rápida, fase proliferativa, fase aguda, leite materno (raro), vacúolo parasitóforo (células) c. Bradizoítos (cisto): multiplicação lenta, fase crônica, vacúolo parasitóforo (tecido), carne crua - Ciclo: gato elimina oocisto na fezes -> no homem infectado o oocisto se transforma em esporozoíto, que invadem os enterócitos -> no enterócito recebe o nome de taquizoítos. Esse se divide várias vezes, de forma assexuada até o rompimento da célula hospedeira. Tal processo se repete várias vezes, liberando grande número de taquizoítos para a invasão de novas células, no sangue e nos tecidos parenquimatosos, isso caracteriza a fase aguda -> taquizoíto “se encista”, em decorrência da resposta imune ativa, se transformando em bradizoíto (que permanece no tecido), isso caracteriza a fase crônica *Baixa na imunidade, pode ocorrer uma “reagudização”, ou seja, cisto (bradizoíto) se desfaz e volta a ser taquizoíto (fase aguda) TOXOPLASMOSE OCULAR -> Relato de caso toxoplasmose ocular 1) Como foi a transmissão? - Contágio foi adquirida através das fezes de gato, contagio fecal-oral 2) Quais os sintomas apresentados pelo paciente? - Uveíte ocular, visão turva e manchas pretas no campo visual do olho esquerdo. Cerca de 15 dias, a visão voltou gradativamente, porém, ainda persistiram algumas moscas volantes escuras no campo de visão. Essas, com o tempo, manifestaram-se também no olho direito 3) Qual foi o resultado laboratorial? - IgM não reagente e IgG reagente 4) Ele indica qual fase da doença? - Fase crônico (IgM com valor elevado) Obs.: níveis de IgM maiores que 6 UI/mL são indicativos de infecção recente, ocorrida menos de três meses antes da realização do teste, enquanto valores inferiores a 2 UI/mL apontam infecção pregressa, ocorrida num intervalo de mais de três meses5) É uma infecção recente? - Não (IgM menor que 2 = + que 3 meses) 6) O que é o teste de avidez? Neste caso ele foi solicitado? - Esse teste avalia a avidez (eficiência) de ligação do antígeno aos anticorpos IgG contra antígenos de T. gondii. É uma ferramenta usada para definir o provável período da infecção, caracterizando se a infecção é aguda ou crônica. *Quando os índices de IgM situam-se entre 2 e 6 UI/mL, a prova de avidez de IgG ajuda a definir o momento em que sucedeu a toxoplasmose: avidez inferior a 30% aponta processo infeccioso recente, ao passo que resultados superiores a 60% sinalizam doença pregressa -> Não, no caso não foi realizado o teste de avidez pelo resultado de IgM não reagente 7) Quais as possíveis complicações oculares causadas pela toxoplasmose? - Entre as complicações causadas pela infecção tem-se a catarata, glaucoma, opacificação do corpo vítreo, neurite óptica, deslocamento de retina e atrofia do nervo óptico Obs.: toxoplasmose ocular NÃO vamos saber se está na fase aguda ou crônica - Pré-natal (feto): toxoplasmose ocular no feto normalmente é mais séria, é bilateral - Pós-natal (crianças, adultos): toxoplasmose ocular geralmente é unilateral, menos sevara, acomete só um olho TOXOPLASMOSE GESTACIONAL (CONGÊNITA) -> Recém nascido - IgA/IgM: presente no RN menor de 6 meses de idade confirma toxoplasmose congênita - IgG: semelhante aos títulos maternos no momento do parto, degradados pela criança no 1º ano de vida, persistem ou aumentam nas crianças infectadas - Exclusão: soronegativação antes de um ano de idade *Crianças tratadas (IgG): 2m após o fim do tratamento *Crianças tratadas (IgA/IgM): 6m após o fim do tratamento -> Toxoplasmose no contexto gestacional - Inicio da gravidez (1º trimestre) é mais difícil o contágio, porém infecções causam maior acometimento fetal, sequelas graves - Final da gravidez (3º trimestre) é mais fácil o contágio, porém infecções causam menor dano ao feto *Soroconversão = exame previamente negativo torna-se positivo -> Fatores de risco para infecção: - Ingestão de água, vegetais, frutas contaminadas com o parasita - Parasitas eliminados pelas fezes de felinos infectados - Ingestão de carne crua ou mal cozida de animais infectados pelo parasita -> Diagnóstico: - Sorologia IgM e IgG - Teste de avidez IgG *Alta avidez indica que os anticorpos foram produzidos há mais de 12-16 semanas. Portanto, quando se verifica alta avidez em gestantes que apresentam IgG e IgM positivos já na primeira amostra coletada no primeiro trimestre de gestação, conclui-se que a toxoplasmose foi adquirida há mais de 4 meses, consequentemente antes da concepção *Baixa avidez de IgG associada ao resultado positivo de IgM e IgG indica uma infecção recente, adquirida durante a gestação ou antes dela, pois baixos índices de avidez podem durar até um ano - Alguns laboratórios realizam PCR também
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