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Processo Tributário: Confecção da Petição Inicial

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PROCESSO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
Na confecção da petição inicial, podemos nos valer do artigo 319 do atual CPC, 
pois este dispositivo demonstra, de forma lógica, o que deverá conter em uma petição. 
Por isso, antes de iniciar qualquer peça, abra o Código de Processo Civil neste artigo e o 
siga para não se esquecer de nenhum detalhe, lembrando que tudo será pontuado em 
sua prova. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, 
a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá 
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao 
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Para uma melhor compreensão, vamos trabalhar com cada parte de nossa 
petição de forma separada. 
 
Endereçamento: 
 
1ª etapa: 2ª etapa: 3ª etapa: 
Identificar a Justiça 
competente para 
julgamento da lide. 
Verificar se é caso para 
julgamento nas Varas 
de Juizado Especial. 
Apontar o foro 
competente. 
 
Primeira etapa: competência para julgamento. 
 
 
OU 
Justiça 
Federal 
(art. 109 CF) 
Justiça Estadual 
 
 
 
Para definir a competência, deve-se verificar sempre QUEM É A PARTE 
envolvida na lide, independentemente do tributo que está sendo discutido. Isso porque o 
artigo 109 da CF determina que: 
Art. 109. Sempre que a União, suas Autarquias ou Empresas Públicas 
Federais forem parte na condição de autoras, rés, assistentes ou 
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, será competente 
para julgar a JUSTIÇA FEDERAL. 
 
Mesmo que haja litisconsórcio entre entes da União e outros entes municipais 
ou estaduais, a competência será da Justiça Federal. 
Exemplo: Houve cobrança de IRT pela União e IPTU pelo Estado sobre a 
mesma propriedade. Nesse caso, deverá ser ajuizada ação em consignação 
de competência da Justiça Federal. 
Exemplo: Estado pode ficar com o Imposto de Renda retido na fonte dos 
seus empregados, não precisa repassar para a União. Caso um servidor 
público estadual aposentado seja portador de doença que o isenta de 
pagamento do IR, deverá ser proposta ação para restituição e interrupção 
da retenção do IR na fonte. Apesar da competência do IR ser da União, o 
Estado faz a retenção do valor e fica com esses proventos. Portanto, a ação 
de restituição deve ser ingressada em face do Estado, já que é ele quem 
retém indevidamente tais valores. A união não será parte. – art. 157 da 
Constituição Federal. 
Súmula 447, STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na 
ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus 
servidores. 
OBS: há regra de retenção para os municípios também, que ficarão com 
100% da arrecadação de IR retido na fonte dos seus empregados. – Art. 158 
da Constituição Federal. 
Assim, não sendo parte a União, suas Autarquias e Empresas Públicas Federais, 
será competente para julgamento da lide a Justiça Estadual. 
Segunda etapa: vara comum ou juizados especiais. 
Com a finalidade de verificar se é cabível o julgamento pelas varas do juizado 
especial, a primeira constatação é com relação ao VALOR DA CAUSA, pois apenas as 
demandas com valores de causa iguais ou inferiores a 60 salários-mínimos têm 
chance de serem julgadaspelo juizado especial. 
Observa-se, no entanto, que não basta apenas o valor da causa ser igual ou 
inferior a 60 salários-mínimos para ser julgada no juizado especial, uma vez que só 
 
 
podem ser parte autora: as pessoas físicas, microempresas e empresas de pequeno 
porte. Logo, a segunda constatação é com relação à PARTE AUTORA. 
São requisitos cumulativos para análise quanto ao cabimento de juizado 
especial, tanto no âmbito federal quanto no estadual. Primeiro: valor da causa igual ou 
inferior a 60 salários-mínimos; e segundo: a parte autora só pode ser pessoa física, 
microempresa e empresa de pequeno porte. Nesse aspecto, temos os artigos 3º e 6º da 
Lei nº 10.259/2001 (que trata sobre as varas do juizado especial na Justiça Federal) e os 
artigos 2º e 5º da Lei nº 12.153/2009 (que discorre sobre as varas do juizado especial na 
Justiça Estadual – Fazenda Pública). 
 
Lei nº 10.259/2001 Lei nº 12.153/2009 
Art. 3º Compete ao Juizado 
Especial Federal Cível processar, 
conciliar e julgar causas de 
competência da Justiça Federal até 
o valor de sessenta salários-
mínimos, bem como executar as 
suas sentenças. 
Art. 2º É de competência dos 
Juizados Especiais da Fazenda 
Pública processar, conciliar e julgar 
causas cíveis de interesse dos 
Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, até o 
valor de 60 (sessenta) salários-
mínimos. 
(…) (…) 
Art. 6º Podem ser partes no 
Juizado Especial Federal Cível: 
Art. 5º Podem ser partes no 
Juizado Especial da Fazenda 
Pública: 
I – como autores, as pessoas 
físicas e as microempresas e 
empresas de pequeno porte, assim 
definidas na Lei nº 9.317, de 5 de 
dezembro de 1996; 
I – como autores, as pessoas 
físicas e as microempresas e 
empresas de pequeno porte, assim 
definidas na LC nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006; 
II – como rés, a União, autarquias, 
fundações e empresas públicas 
federais. 
II – como réus, os Estados, o 
Distrito Federal, os Territórios e os 
Municípios, bem como autarquias, 
 
 
fundações e empresas públicas a 
eles vinculadas. 
 
É microempresa aquela que aufere, em cada ano-calendário, receita bruta igual 
ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); enquanto empresa de 
pequeno porte é a que recebe, em cada ano-calendário, receita bruta superior a 
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 
(quatro milhões e oitocentos mil reais). 
Além de verificarmos os artigos 3º e 6º da Lei nº 10.259/2001 e os artigos 2º e 5º 
da Lei nº 12.153/2009 para decidir se o endereçamento caberá ao juizado especial, 
também é importante ressaltar que não poderá ser julgado pelas varas do juizado 
especial: 
 
Em âmbito Estadual, 
Lei nº 12.153/2009, art. 2º, § 1º: 
Em âmbito Federal, 
Lei nº 10.259/2001, art. 3º, § 1º: 
Art. 2º, § 1º (…) 
I – as ações de mandado de 
segurança, de desapropriação, de 
divisão e demarcação, populares, 
por improbidade administrativa, 
execuções fiscais e as demandas 
sobre direitos ou interesses difusos 
e coletivos; 
II – as causas sobre bens imóveis 
dos Estados, Distrito Federal, 
Territórios e Municípios, autarquias 
e fundações públicas a eles 
vinculadas; 
III – as causas que tenham como 
objeto a impugnação da pena de 
demissão imposta a servidores 
públicos civis ou sanções 
disciplinares aplicadas a militares 
Art. 3º, § 1º (…) 
I – as causas referidas no art. 109, 
incisos II, III e XI, da Constituição 
Federal, as ações de mandado de 
segurança, de desapropriação, de 
divisão e demarcação, populares, 
execuções fiscais e por improbidade 
administrativa e as demandas sobre 
direitos ou interesses difusos, 
coletivos ou individuais 
homogêneos; 
II – as causas sobre bens imóveis 
da União, autarquiase fundações 
públicas federais; 
III – as causas para a anulação ou 
cancelamento de ato administrativo 
federal, salvo o de natureza 
previdenciária e o de lançamento 
fiscal; 
 
 
(Lei nº 12.153/2009, art. 2º, § 1º e 
Lei nº 10.259/2001, art. 3º, § 1º). 
IV – que tenham como objeto a 
impugnação da pena de demissão 
imposta a servidores públicos civis 
ou de sanções disciplinares 
aplicadas a militares. 
 
Conclusão: Via de regra, será julgado pelo juizado especial quando a parte 
autora for pessoa física, microempresa ou empresa de pequeno porte, desde que não 
ultrapasse os 60 salários-mínimos vigentes no país. 
Terceira etapa: foro competente. 
O foro competente para julgar a demanda indica o município em que deve ser 
ajuizada a petição inicial. 
Na justiça federal, o foro competente é definido pelo artigo 109, §§ 1º e 2º, da 
CF: 
Art. 109. (…) 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção 
judiciária onde tiver domicílio a outra parte. 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na 
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver 
ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada 
a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
 
Atenção! 
Nas demandas em face da 
União, o autor terá 4 opções 
para seu ajuizamento: 
i) domicílio do autor; 
ii) local onde houver 
ocorrido o ato ou fato que 
deu origem à demanda; 
iii) local onde esteja a coisa; 
ou 
iv) Distrito Federal. 
 
No mesmo sentido, destacamos a regra do artigo 109, §§ 1º e 2º, da CF 
reproduzidos pelo atual CPC, em seu artigo 51: 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que 
seja autora a União. 
 
 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato 
que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 
Observe ainda que o processo em que intervier a União, suas empresas 
públicas, entidades autárquicas e fundações ou conselho de fiscalização de atividade 
profissional, na qualidade de parte, tramitando em outro juízo, os autos serão remetidos 
ao juízo federal, conforme disciplina o artigo 45 do atual CPC: 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão 
remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas 
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de 
fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de 
terceiro interveniente, exceto as ações: 
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de 
trabalho; 
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação 
seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos 
em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não 
examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas 
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar 
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído 
do processo. 
Na esfera estadual, o foro competente é, via de regra, o domicílio do 
réu, consoante instituem os artigos 46 e 47 do atual CPC. 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens 
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de 
qualquer deles. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser 
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação 
será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir 
fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão 
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
§ 5ºA execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de 
sua residência ou no do lugar onde for encontrado. 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é 
competente o foro de situação da coisa. 
Destaca-se, também, o artigo 52 do atual CPC, que disciplina que será 
competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o 
Distrito Federal. 
 
 
Já quando o Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a 
demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Regra 
idêntica àquela aplicada quando a União é parte. 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que 
seja autor Estado ou o Distrito Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a 
ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de 
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da 
coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
Se a prova não mencionar o Município na proposta de peça, não podemos 
inventá-lo ou presumi-lo, sob pena de identificação de prova. Nesse caso, deve-se redigir 
o endereçamento de forma genérica, deixando o nome do Município, bem como do 
Estado, com reticências. Exemplo: (Município ... – Estado ...). 
Passadas as três etapas para identificação do endereçamento correto, será a 
hora de transcrevê-lo para obtenção da pontuação integral, que em média tem sido 
0,1/0,2 pontos nesse quesito. 
 
Redação do endereçamento: 
De acordo com o CPC/2015, a petição inicial deve ser dirigida ao órgão 
jurisdicional competente. Pode-se afirmar que tecnicamente melhorou a redação do 
CPC/1973, estabelecendo o endereçamento ao juízo (órgão jurisdicional) competente, 
sem que isso signifique que a clássica forma de endereçamento esteja desde então 
errada. 
Nessa nova redação, aliás, entende-se dispensável quaisquer pronomes de 
tratamento. Mas a histórica praxe de endereçamento ao “Juiz” não está errada, pois o 
endereçamento é de fato ao Juízo, representado pelo seu atual titular funcional (o Juiz – 
condutor do processo, o qual processa e decide a lide – art. 42 do CPC) da Vara (Juízo) 
competente. 
Assim, EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO (Juiz) DA 
VARA (Juízo) DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DE = À VARA 
(Juízo) DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DE, alcançando as duas 
formas a finalidade de estabelecimento e indicação do juízo competente. 
Até convencimento em contrário, entendo possível o uso regular das duas 
formas de endereçamento, a forma clássica com profusão de pronomes de tratamento, 
como a atual de simples e objetiva indicação do Juízo competente. 
 
 
 
Segue abaixo sugestão de endereçamento para prova: 
Na Justiça Federal, vara comum: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Federal Cível da 
Subseção de ... Seção Judiciária do Estado do(e) ... 
ou 
Juízo da Vara Federal Cível da Subseção de ..., Seção Judiciária do 
Estado de ... 
 
Na Justiça Federal, vara juizado especial: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara do Juizado 
Especial Federal da Subseção de ... Seção Judiciária do Estado do(e)... 
ou 
Juízo da Vara do Juizado Especial Federal da Subseção de ..., Seção 
Judiciária do Estado do(e) ... 
 
Na Justiça Estadual, vara comum: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara da Fazenda 
Pública da Comarca de ... Estado do(e) ... 
ou 
Juízo da Vara da Fazenda Pública da Comarca de ... Estado do(e) ... 
 
Qualificação das partes: 
A qualificação sempre será de acordo com o artigo 319, II, do CPC, que 
estabelece como requisito da petição inicial a indicação dos nomes, prenomes, estado 
civil, a existência de união estável, profissão, número no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no CadastroNacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, domicílio e residência 
do autor e do réu. 
Ainda, que se a prova não fornecer dados específicos, como a profissão exercida 
pela parte, nacionalidade e endereço, eles não podem ser inventados, mas devem ser 
escritos de forma genérica para demonstrar ao examinador seu conhecimento jurídico, 
conforme exemplos a seguir: 
 
 
1) Pessoa física: 
NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão, 
portador(a) do RG nº..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço 
eletrônico ..., residente e domiciliado no endereço Rua ..., nº ..., bairro, 
Cidade ..., Estado ..., CEP nº ... 
a) Nome da parte (completo e sem abreviações); 
b) Nacionalidade; 
c) Estado Civil (se separado, colocar se é judicialmente); 
d) Profissão (observar que desempregado não é profissão); 
e) Portador de Cédula de Identidade RG nº ...; 
f) Inscrito no CPF/MF sob o nº ...; 
g) endereço eletrônico; 
h) Residente e domiciliado no endereço – Rua ..., nº ..., bairro, Cidade, 
Estado, CEP nº ... 
 
2) Pessoa jurídica 
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita 
no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico, com sede na Rua ..., nº ..., 
Cidade ..., Estado ..., CEP nº .... 
 
Preâmbulo: 
Após a qualificação da parte autora, passa-se para o preâmbulo da peça, 
momento em que será indicado o nome e endereço do advogado, bem como a demanda 
que se ajuíza, sempre acompanhada do dispositivo legal pertinente à parte processual e 
indicação da pessoa em face da qual está sendo proposta a lide. Observe a demonstração 
abaixo: 
 
QUALIFICAÇÃO DO AUTOR, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado 
(procuração anexa), com escritório na Rua ..., n° ..., Cidade ..., Estado 
..., CEP nº ..., onde recebe intimações, com fulcro no artigo ..., propor a 
presente .... 
 
 
NOME DA DEMANDA 
 
IMPORTANTE: Na hipótese de pedido de Tutela Provisória ou de liminar, 
adicionar o pedido junto ao nome da demanda, por exemplo: ação declaratória de 
inexistência de relação jurídico-tributária c/c tutela provisória de urgência. 
Os dispositivos legais que devem ser mencionados no preâmbulo se referem tão 
somente à parte processual, ou melhor, o artigo de lei relativo à medida adotada, como 
no caso de ação declaratória, está previsto no artigo 19, I, do atual CPC; logo esse 
dispositivo deverá estar no preâmbulo. Não há necessidade de apontar nesse momento 
os artigos pertinentes ao direito material, pois estes estarão na parte do mérito. 
Atenção! Não se esquecer de utilizar o verbo adequado para a propositura da 
demanda cabível, conforme se demonstrará a seguir: 
 
Propor Opor Impetrar Interpor Apresentar 
Ação Embargos Mandado de 
Segurança 
Recursos 
(Apelação, 
Recurso 
Especial, 
Recurso 
Extraordinário, 
entre outros) 
Defesas, como 
Contestação, 
Impugnação etc. 
 
Em face da União/Fazenda Pública Nacional, Estado/Fazenda Pública 
Estadual, Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou 
Município/Fazenda Pública Municipal, pessoa jurídica de direito público, 
com sede na Rua ..., n°..., bairro, Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., pelas 
razões de fato e de direito abaixo aduzidos. 
 
Síntese fática: 
O advogado do autor deverá descrever os fatos constitutivos do direito do seu 
cliente. Na prova de exame de ordem devem-se relatar apenas os fatos que o enunciado 
 
 
trouxer, nunca inventar dados, sob pena de anulação da prova, mas sempre procurando 
seguir uma ordem lógica, com introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Após a narrativa dos fatos, sugere-se finalizar as informações trazidas da 
seguinte forma: 
Diante do exposto, não restou outra opção ao Autor senão 
recorrer à tutela jurisdicional do Estado para ver resguardados os seus 
interesses. 
 
Do cabimento: 
Verifica-se que a banca da FGV tem atribuído nota com relação ao cabimento da 
demanda. No exame XXI, por exemplo, foi atribuído 0,4 ao candidato que abriu tópico para 
mencionar sobre o cabimento da ação de restituição com menção ao dispositivo aplicável. 
Por essa razão, sugiro que seja aberto esse tópico para todas as demandas. 
Cabimento da ação de repetição do indébito (0,30), conforme o artigo 
165, inciso I, do CTN (0,10) 0,00 / 0,30 / 0,40. 
 
Nesse tópico, o candidato pode trabalhar com três parágrafos. No primeiro deve 
fazer menção ao dispositivo legal que autoriza a propositura da demanda, no segundo, 
alusão ao caso concreto e, no terceiro, demonstrar que a medida é cabível naquela 
hipótese apresentada pela banca examinadora. 
Como exemplo, retirado do exame XXI em que o contribuinte pagou 
indevidamente o empréstimo compulsório, pois esse tributo fora criado por meio de lei 
ordinária, o candidato poderia elaborar esse tópico da seguinte maneira: 
 
Nos termos do artigo 165, I, do CTN, o sujeito passivo tem direito, 
independentemente de prévio protesto, à restituição do tributo que pagar indevidamente 
ou a maior. 
No presente caso, verifica-se que o contribuinte pagou indevidamente o tributo, 
pois trata-se de um tributo inconstitucional, pois deveria ter sido criado por meio de lei 
complementar, de acordo com o artigo 148 da CF, no entanto, ingressou em nosso 
ordenamento por meio de lei ordinária. 
Por essa razão, é cabível a presente ação de restituição, conforme preceitua o 
artigo 165, I, do CTN. 
 
 
 
Do direito: 
Na inicial deve-se demonstrar, com fundamentos jurídicos, o porquê da 
pretensão do autor prosperar. Por conseguinte, as alegações apresentadas precisam ser 
fundamentadas, assim como os motivos que levam o juiz a julgar procedentes os pedidos 
da inicial claramente expostos. 
Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico específico, o qual será 
nominado de forma a evidenciar os interesses de seu cliente e conter os dispositivos 
legais pertinentes, sempre com a devida subsunção do fato à norma. 
Não é necessária a transcrição do artigo, o que se recomenda é comentar o conteúdo do 
dispositivo. 
O mais importante é seguir uma ordem esquemática, seguindo um raciocínio 
lógico, unindo os fatos anteriormente narrados à norma. O ideal é sempre fazer três 
parágrafos: 
1º parágrafo: apresentar a norma; 
2º parágrafo: descrever o caso concreto; 
3º parágrafo: conclusão. 
 
Da suspensão do crédito tributário: 
Após a conclusão do mérito, devemos verificar se há possibilidade de suspender 
a exigibilidade do crédito tributário, caso seja necessário, devemos trabalhar com esse 
tópico. 
Esse tópico é muito importante porque visa evitar a cobrança do crédito 
tributário. O fato de o contribuinte ingressar com uma demanda na esfera judicial, por si 
só, não tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, isso significa dizer 
que haverá uma demanda proposta e o Fisco poderá realizar a cobrança daquele crédito 
objeto de discussão na esfera judicial. 
Logo, será necessário, então, que o contribuinte consiga suspender a 
exigibilidade do crédito tributário, evitando assim sua cobrança. 
As hipóteses de suspensão do crédito tributário se encontram no artigo 151 do 
CTN: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I – moratória; 
II – o depósito do seu montante integral; 
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo; 
 
 
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança; 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento 
das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo 
crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 
Na esfera judicial há apenas três formas de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário: 
1) concessão de liminar em mandado de segurança, artigo 151, IV, do CTN; 
2) concessão de tutela antecipada ou liminar emqualquer tipo de ação, artigo 
151, V, do CTN; e 
3) realização do depósito do montante integral, artigo 151, II, do CTN. 
Devemos pensar sempre no que é melhor para o nosso contribuinte, e o melhor, 
sem dúvida, é a concessão, nas petições iniciais pelo procedimento comum, da tutela 
provisória, ou liminar no mandado de segurança. Por essa razão, esta é a primeira opção 
para “tentarmos” suspender a exigibilidade do crédito tributário. 
A ideia é tentar suspender a exigibilidade por meio da tutela ou liminar, porque 
não basta cumularmos esse pedido com a petição inicial; para realmente suspender a 
exigibilidade será necessária a sua concessão pelo juiz que analisará se existem os 
requisitos para tal. 
O art. 151, V do CTN refere-se à tutela antecipada, porém com o CPC/15 tem-
se agora a tutela provisória. 
Se o contribuinte não conseguir a tutela provisória ou liminar, de acordo com o 
caso concreto, poderá, ainda assim, suspender a exigibilidade do crédito tributário, 
realizando o depósito do montante integral, à luz do artigo 151, II, do CTN. 
O depósito do montante integral é uma faculdade do contribuinte e, por isso, não 
precisa de requerimento perante o Poder Judiciário. Basta sua realização e informação 
mediante petição nos autos para que ocorra a suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário. 
O artigo 311 do CPC elucida as hipóteses gerais no procedimento comum para 
a concessão da tutela provisória de evidência, sem a necessidade de demonstração de 
perigo. 
Para a prova da OAB, entendo que o examinador poderia trazer um caso assente 
em fato que se possa comprovar documentalmente e com tese firmada em julgamento de 
casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
 
 
Nessa hipótese, recomenda-se que o candidato, após discussão do mérito, faça 
a abertura de um novo tópico denominado: “Tutela Provisória de Evidência – art. 311, II, 
do CPC” e o desenvolva em três parágrafos. 
No primeiro parágrafo, demonstre a previsão legal sobre a possibilidade de ser 
concedida a tutela de evidência, independentemente da demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo. 
No segundo, ratifique que o caso concreto (mencionado no enunciado da peça 
prático-profissional) se comprova documentalmente e se refere à tese já firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
No terceiro, mencione a conclusão; dado o caso já ter sido julgado em casos 
repetitivos ou se equiparar ao enunciado de súmula vinculante. O contribuinte fará jus à 
concessão da tutela de evidência, nos termos do artigo 311, II, do CPC. 
Por outro lado, se o candidato verificar que o caso narrado na peça prático-
profissional não se encaixa em nenhuma das hipóteses do artigo 311 do CPC, que lhe 
autorizaria a tutela provisória de evidência, poderá requerer a tutela provisória de 
urgência, nos termos do artigo 300 do CPC: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos 
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada 
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Para ser concedida a tutela provisória de urgência, o candidato deverá 
demonstrar o preenchimento de três requisitos: i) probabilidade do direito 
(tradicionalmente conhecida como fumus boni iuris; ii) perigo de dano ou de 
comprometimento da utilidade do resultado final que a demora do processo representa 
(periculum in mora) e iii) reversibilidade dos efeitos da decisão antecipatória. 
O artigo 300, § 3º, do CPC esclarece que “a tutela de urgência de natureza 
antecipatória não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da 
decisão”. 
Esse tópico terá necessariamente quatro parágrafos. No primeiro, o candidato 
deverá demonstrar que há verossimilhança das alegações, há probabilidade do direito, 
pois há um considerável grau de plausibilidade em torno da narrativa dos fatos trazida 
 
 
pelo autor. No segundo, mencionar sobre o perigo da demora no oferecimento da 
prestação jurisdicional ou o risco ao resultado útil do processo. No terceiro, atestar 
que os efeitos da medida são reversíveis, pois o autor poderá pagar o crédito tributário, 
cuja exigibilidade foi suspensa em razão da concessão da tutela; e, no quarto e último, 
teremos a conclusão. 
 
Dos pedidos: 
Diante do exposto, requer-se: 
a) a concessão da tutela provisória de urgência, uma vez que 
estão presentes os requisitos do artigo 300 do CPC: probabilidade do 
direito e perigo de dano, a fim de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário, nos preceitos do artigo 151, V, do CTN; 
b) caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, pela 
concessão da tutela provisória, seja dada ciência à parte contrária acerca 
da realização do depósito judicial realizado em seu montante integral, a 
fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos ditames do 
artigo 151, II, do CTN e da Súmula nº 112 do STJ; 
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, 
nos termos do artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para 
comparecer à audiência de conciliação ou mediação a ser designada 
por esse juízo; OU a citação do réu para que, caso queira, apresente 
resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na 
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 
319, VII, do CPC, OU indicação do não cabimento de conciliação, nos 
termos do artigo 334, § 4º, II, do CPC/2015 (realizar esse pedido de 
acordo com a proposta); 
d) seja julgada procedente a ação, para o fim de ...; 
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial a prova documental, nos termos do artigo 319, VI, do CPC; 
f) a condenação do(s) réu(s) ao pagamento das custas 
processuais e honorários advocatícios, conforme propõem os artigos 82 
e 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º, do CPC. 
Dá-se à causa o valor de R$ ... 
Nestes termos, 
 
 
pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB nº... 
 
ESTRUTURA BÁSICA DE UMA PETIÇÃO INICIAL: 
 
ENDEREÇAMENTO 
QUALIFICAÇÃO DO AUTOR, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na 
Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro 
nos artigos ..., 300 e 319 do CPC, a presente 
 
AÇÃO (...) COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
 
em face da ... (QUALIFICAÇÃO DO RÉU), pelos motivos de fato e de direito abaixo 
aduzidos: 
I) DOS FATOS 
II) DO CABIMENTO 
III) DO DIREITO 
IV) DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
IV. 1) TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
IV. 2) DO DEPÓSITO 
V) DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
a) a concessão da tutela provisória ...; 
b) caso não seja este o entendimento de V. Exa., pela concessão da tutela 
antecipada, seja dada ciência à parte contrária acerca da realização do depósito judicial 
...; 
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do 
artigo 319, VII, do CPC ... 
d) seja julgada procedente a ação, o pedido, para o fim de ...; 
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do 
artigo 319, VI, do CPC (especificar as provas); 
 
 
f) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários 
advocatícios, conforme artigo 85, § 3º, do CPC. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ... 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
AdvogadoOAB nº... 
 
AÇÃO DE RESTITUIÇÃO ou AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio 
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a 
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 
162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior 
que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza 
ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. 
 
✓ Previsão Legal: arts. 165 a 169 do CTN. 
✓ Cabimento: art. 165 e 166 do CTN. 
Pagamento espontaneamente de tributo indevido ou pagamento a maior cabe 
a restituição. Ex: pagamento de tributo inconstitucional, cabendo a restituição. 
Pagamento Espontâneo (tributos sujeitos a lançamento por homologação): 
Ainda assim, há direito de restituição em casos de pagamento indevido. 
Exemplo: pagamento de tributo em que ocorreu a decadência do 
crédito tributário. Fisco não constituiu o crédito dentro de 5 anos. 
Decadência é hipótese de extinção do crédito tributário. 
 
 
Pagamento de crédito prescrito também gera direito a restituição, pois 
a prescrição também é causa de extinção do crédito tributário, gerando 
direito a restituição do valor pago indevidamente. 
Exemplo prático: em 2021, contribuinte recolheu IPI a menor. O fisco 
tem 5 anos para constituir o valor remanescente, sob pena de 
decadência. Porém, em 2021, o contribuinte declarou que deve o valor 
remanescente e recolhe o valor que faltava. 
A súmula 436 do STJ expõe que a declaração de devedor constitui o 
crédito, desde que esteja no prazo para constituição, se passaram 
mais de 5 anos, não há como ressurgir o crédito que já foi extinto. Essa 
súmula se refere a obrigações tributarias acessórias, onde o 
contribuinte declara ser devido um tributo, dispensando o fisco de 
realizar a sua constituição, portanto. Logo, o tributo pago em 2021 foi 
indevido, sendo possível a restituição. 
O mesmo ocorre com o parcelamento de crédito que já sofreu 
decadência. Por mais que confessou que devia, não há como assumir 
algo que já foi extinto. Cabe também repetição do indébito. 
Pagar um tributo extinto, é indevido, cabe restituição. 
✓ Prazo: art. 168 do CTN. 
✓ Juros e Correção Monetária: art. 167, parágrafo único do CTN. 
✓ Legitimidade Ativa ad causam: art. 165 do CTN, apenas o Sujeito 
Passivo: contribuinte de direito (aquele que pratica o fato gerador – art. 121, I do 
CTN e responsável tributário, art. 121, II do CTN). 
Contribuinte é quem realiza o fato gerador, possuindo ligação direta e imediata 
com a situação que constitui o fato gerador. O responsável não realiza o fato gerador, 
mas por possuir uma relação indireta com a situação que constitua o fato gerador, a lei 
determina que pague o tributo. 
Além da legitimidade, é necessário possuir o interesse de agir. Assim, é 
possível que o responsável não tenha o interesse de agir, sendo impossibilitado de 
propor ação de restituição. 
Exemplo: O empregador retém IR dos salários, paga o IR por 
determinação legal, sendo o responsável. O Empregado prática o fato 
gerador, é o contribuinte do IR. Se o empregador for isento de IR, 
 
 
quem deverá requerer é a restituição é o empregado, legitimado por 
ser contribuinte de fato, e possui interesse em agir, pois foi quem 
efetivamente pagou o tributo, sendo descontado do salário. 
O empregador é responsável, sujeito passivo, mas não possui 
interesse em agir, pois não poderá requerer a restituição de algo que 
não é seu, esse valor não foi suportado por ele. Se assim fosse, 
haveria enriquecimento ilícito, pois, o desconto foi feito do salário do 
empregado. 
O empregado possui legitimidade ativa, pois é sujeito passivo 
(contribuinte) e possui interesse de agir, pois ele que suportou o 
encargo financeiro do tributo. 
Restituição de Tributo Indireto: art.166 CTN 
Entre a ocorrência do fato gerador e o dever de pagar o tributo, existe a 
intercalação de sujeitos. Há o repasse da obrigação tributária para o próximo sujeito da 
cadeia. Ex: IPI, ICMS. 
Para a banca, esse conceito é frágil, pois é possível que o tributo direto seja 
repassado, assim como os tributos indiretos não serem repassados, por uma regra de 
mercado. Ex: empresário com dificuldades financeiras, abaixa o preço de suas 
mercadorias, ao não repassar para o consumidor o valor de IPI; O médico que ao prestar 
serviços cobra um valor a mais para a emissão de recibo (por conta da declaração de 
IR). 
O STF entendeu que o ISS pode ser direto ou indireto, a depender da situação, 
já que se relaciona a prestação de serviço. A FGV já admitiu o ISS como tributo indireto. 
O CTN permitiu a restituição de tributos indiretos, desde que seja observado 
uma das alternativas: i) provar que assumiu o referido encargo; ii) no caso de ter 
transferido o encargo a terceiro, estar por este expressamente autorizado a receber: 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, 
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a 
quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo 
transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a 
recebê-la. 
 
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. 
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS. 
 
 
CONTRIBUINTES DE FATO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. 
SUJEIÇÃO PASSIVA APENAS DOS FABRICANTES (CONTRIBUINTES 
DE DIREITO). RELEVÂNCIA DA REPERCUSSÃO ECONÔMICA DO 
TRIBUTO APENAS PARA FINS DE CONDICIONAMENTO DO EXERCÍCIO 
DO DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE DE JURE À RESTITUIÇÃO 
(ARTIGO 166, DO CTN). LITISPENDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. 
AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356/STF. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. APLICAÇÃO. 
1. O "contribuinte de fato" (in casu, distribuidora de bebida) não detém 
legitimidade ativa ad causam para pleitear a restituição do indébito relativo 
ao IPI incidente sobre os descontos incondicionais, recolhido pelo 
"contribuinte de direito" (fabricante de bebida), por não integrar a relação 
jurídica tributária pertinente. 
2. O Código Tributário Nacional, na seção atinente ao pagamento indevido, 
preceitua que: "Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente 
de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a 
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, 
nos seguintes casos: (...) 
3. Consequentemente, é certo que o recolhimento indevido de tributo implica 
na obrigação do Fisco de devolução do indébito ao contribuinte detentor do 
direito subjetivo de exigi-lo. 
4. Em se tratando dos denominados "tributos indiretos" (aqueles que 
comportam, por sua natureza, transferência do respectivo encargo 
financeiro), a norma tributária (artigo 166, do CTN) impõe que a restituição 
do indébito somente se faça ao contribuinte que comprovar haver arcado 
com o referido encargo ou, caso contrário, que tenha sido autorizado 
expressamente pelo terceiro a quem o ônus foi transferido. 
5. A exegese do referido dispositivo indica que: "...o art. 166, do CTN, 
embora contido no corpo de um típico veículo introdutório de norma 
tributária, veicula, nesta parte, norma específica de direito privado, que 
atribui ao terceiro o direito de retomar do contribuinte tributário, apenas nas 
hipóteses em que a transferência for autorizada normativamente, as 
parcelas correspondentes ao tributo indevidamente recolhido: trata-se de 
norma privada autônoma, que não se confunde com a norma construída da 
interpretação literal do art. 166, do CTN. É desnecessária qualquer 
autorização do contribuintede fato ao de direito, ou deste àquele. Por sua 
própria conta, poderá o contribuinte de fato postular o indébito, desde que 
já recuperado pelo contribuinte de direito junto ao Fisco. No entanto, note-
se que o contribuinte de fato não poderá acionar diretamente o Estado, por 
não ter com este nenhuma relação jurídica. Em suma: o direito subjetivo à 
repetição do indébito pertence exclusivamente ao denominado contribuinte 
de direito. Porém, uma vez recuperado o indébito por este junto ao Fisco, 
pode o contribuinte de fato, com base em norma de direito privado, pleitear 
junto ao contribuinte tributário a restituição daqueles valores. A norma 
veiculada pelo art. 166 não pode ser aplicada de maneira isolada, há de ser 
confrontada com todas as regras do sistema, sobretudo com as veiculadas 
pelos arts. 165, 121 e 123, do CTN. Em nenhuma delas está consignado 
que o terceiro que arque com o encargo financeiro do tributo possa ser 
contribuinte. Portanto, só o contribuinte tributário tem direito à repetição do 
indébito. Ademais, restou consignado alhures que o fundamento último da 
norma que estabelece o direito à repetição do indébito está na própria 
Constituição, mormente no primado da estrita legalidade. Com efeito a 
norma veiculada pelo art. 166 choca-se com a própria Constituição Federal, 
 
 
colidindo frontalmente com o princípio da estrita legalidade, razão pela qual 
há de ser considerada como regra não recepcionada pela ordem tributária 
atual. E, mesmo perante a ordem jurídica anterior, era manifestamente 
incompatível frente ao Sistema Constitucional Tributário então vigente." 
(Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização em Direito 
Tributário - Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros 
Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio 
de Janeiro, 2007, págs. 390/393) 
6. Deveras, o condicionamento do exercício do direito subjetivo do 
contribuinte que pagou tributo indevido (contribuinte de direito) à 
comprovação de que não procedera à repercussão econômica do tributo ou 
à apresentação de autorização do "contribuinte de fato" (pessoa que sofreu 
a incidência econômica do tributo), à luz do disposto no artigo 166, do CTN, 
não possui o condão de transformar sujeito alheio à relação jurídica tributária 
em parte legítima na ação de restituição de indébito. 
7. À luz da própria interpretação histórica do artigo 166, do CTN, dessume-
se que somente o contribuinte de direito tem legitimidade para integrar o 
polo ativo da ação judicial que objetiva a restituição do "tributo indireto" 
indevidamente recolhido (Gilberto Ulhôa Canto, "Repetição de Indébito", in 
Caderno de Pesquisas Tributárias, n° 8, p. 2-5, São Paulo, Resenha 
Tributária, 1983; e Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização 
em Direito Tributário - Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros 
Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio 
de Janeiro, 2007, págs. 390/393). 
8. É que, na hipótese em que a repercussão econômica decorre da natureza 
da exação, "o terceiro que suporta com o ônus econômico do tributo não 
participa da relação jurídica tributária, razão suficiente para que se verifique 
a impossibilidade desse terceiro vir a integrar a relação consubstanciada na 
prerrogativa da repetição do indébito, não tendo, portanto, legitimidade 
processual" (Paulo de Barros Carvalho, in "Direito Tributário - Linguagem e 
Método", 2ª ed., São Paulo, 2008, Ed. Noeses, pág. 583). 
(…) 
15. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 
543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. 
(REsp 903.394/AL, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
24/03/2010, DJe 26/04/2010) 
 
LC nº 87/96, art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito 
à restituição do valor do imposto pago por força da substituição 
tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se 
realizar. 
 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM RECURSO 
EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
"PARA FRENTE". ART. 10 DA LC 87/1996, C/C O ART. 150, § 7º, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. VALOR DA OPERAÇÃO MENOR QUE O 
PRESUMIDO. RESTITUIÇÃO. POSSIBILIDADE. TEMA 201/STF. 
ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO 
DO STF. 
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 593.849 RG/MS, em 
repercussão geral (Tema 201/STF), firmou tese de que "é devida a 
restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
 
 
Serviços - ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para a 
frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida". 
Agravo interno improvido. 
(AgInt no RE no AgInt no RMS 30.103/GO, Rel. Ministro HUMBERTO 
MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/02/2018, DJe 28/02/2018) 
 
Exceção: Consumidor final pode pedir a restituição do ICMS energia elétrica. 
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. 
CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA. 
LEGITIMIDADE DO CONSUMIDOR DE FATO (CONTRIBUINTE FINAL) 
PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃO A FIM DE AFASTAR A INCIDÊNCIA 
DO ICMS SOBRE A DEMANDA CONTRATADA E NÃO UTILIZADA. 
REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ENTENDIMENTO FIRMADO 
NO RESP 1.299.303/SC, REL. MIN. CESAR ASFOR ROCHA, DJE 
14.8.2012, SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. NOVA ORIENTAÇÃO 
DA PRIMEIRA SEÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL DO ESTADO DO 
MARANHÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento do Resp.1.299.303/SC, 
representativo de controvérsia, realizado em 8.8.2012, da relatoria do ilustre 
Ministro CESAR ASFOR ROCHA, firmou entendimento de que o 
consumidor final tem legitimidade para o ajuizamento de ação a fim de 
afastar a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada 
no tocante ao fornecimento de energia elétrica. 
2. Agravo Regimental do Estado do Maranhão a que se nega provimento. 
(AgRg no AREsp 253.309/MA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA 
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 06/03/2018) 
 
RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 
543-C CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. CONCESSÃO DE SERVIÇO 
PÚBLICO. ENERGIA ELÉTRICA. INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A 
DEMANDA "CONTRATADA E NÃO UTILIZADA". LEGITIMIDADE DO 
CONSUMIDOR PARA PROPOR AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO 
DE INDÉBITO. 
Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço 
público e da peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, a 
concessionária e o consumidor, esse último tem legitimidade para propor 
ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no 
tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a 
demanda contratada e não utilizada. 
Art. 9º, § 3º da Lei nº 8987/1995: Ressalvados os impostos sobre a renda, a 
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, 
após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, 
implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso" 
Art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.987/1995, igualmente reproduzida, que garante 
ao usuário do serviço público o direito de defender os seus interesses diante 
do Estado-concedente e da concessionária, preservando os princípios da 
ampla defesa e do acesso ao Poder Judiciário. 
 
 
 
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR DE FATO. 
LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. ICMS. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE 
INDÉBITO. DEMANDA CONTRATADA DE ENERGIA ELÉTRICA. RESP 
1.299.303/SC, PROCESSADO SOB O RITO ART. 543-C DO CPC. 
AGRAVO NÃO PROVIDO. 
1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 
1.299.303/SC, de relatoria do Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJe 14/8/12, 
processado sob o rito do art. 543-C, do CPC, assentou o entendimento de 
que o consumidor detém legitimidade ativa para propor ação de repetição 
de indébito quando se tratar de restituição de valores de ICMS incidente 
sobre reserva de energia elétrica contratada e não utilizada. 
2. Agravo regimentalnão provido. 
(AgRg no AREsp 265.862/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 25/02/2013) 
 
TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. DEMANDA CONTRATADA. 
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA 
CONCESSIONÁRIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. 
DEMONSTRAÇÃO. AUSÊNCIA. 
1. Não se conhece de recurso especial por suposta violação do art. 535 do 
Código de Processo quando não se verifica qualquer obscuridade, omissão 
ou ausência de fundamentação no aresto atacado. 
2. As concessionárias de energia elétrica não possuem legitimidade passiva 
ad causam para as ações que tratam da cobrança de ICMS sobre demanda 
contratada de energia elétrica, pois somente arrecadam e transferem os 
valores referentes ao tributo para o Estado. 
Precedentes. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 1342572/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 19/03/2013, DJe 25/03/2013) 
 
TRIBUTÁRIO. ICMS. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. BASE 
DE CÁLCULO. 
TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD). INCLUSÃO. 
1. O ICMS incide sobre todo o processo de fornecimento de energia elétrica, 
tendo em vista a indissociabilidade das suas fases de geração, 
transmissão e distribuição, sendo que o custo inerente a cada uma dessas 
etapas - entre elas a referente à Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição 
(TUSD) - compõe o preço final da operação e, consequentemente, a 
base de cálculo do imposto, nos termos do art. 13, I, da Lei Complementar 
n. 87/1996. 
2. A peculiar realidade física do fornecimento de energia elétrica revela que 
a geração, a transmissão e a distribuição formam o conjunto dos 
elementos essenciais que compõem o aspecto material do fato gerador, 
integrando o preço total da operação mercantil, não podendo qualquer um 
deles ser decotado da sua base de cálculo, sendo certo que a etapa de 
transmissão/distribuição não cuida de atividade meio, mas sim de 
atividade inerente ao próprio fornecimento de energia elétrica, sendo dele 
indissociável. 
3. A abertura do mercado de energia elétrica, disciplinada pela Lei n. 
9.074/1995 (que veio a segmentar o setor), não infirma a regra matriz de 
 
 
incidência do tributo, nem tampouco repercute na sua base de cálculo, pois 
o referido diploma legal, de cunho eminentemente administrativo e 
concorrencial, apenas permite a atuação de mais de um agente econômico 
numa determinada fase do processo de circulação da energia elétrica 
(geração). A partir dessa norma, o que se tem, na realidade, é uma mera 
divisão de tarefas - de geração, transmissão e distribuição - entre os agentes 
econômicos responsáveis por cada uma dessas etapas, para a 
concretização do negócio jurídico tributável pelo ICMS, qual seja, o 
fornecimento de energia elétrica ao consumidor final. 
4. Por outro lado, o mercado livre de energia elétrica está disponibilizado 
apenas para os grandes consumidores, o que evidencia que a exclusão do 
custo referente à transmissão/distribuição da base de cálculo do ICMS 
representa uma vantagem econômica desarrazoada em relação às 
empresas menores (consumidores cativos), que arcam com o tributo sobre 
o "preço cheio" constante de sua conta de energia, subvertendo-se, assim, 
os postulados da livre concorrência e da capacidade contributiva. 
5. Recurso especial desprovido. 
(REsp 1163020/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 21/03/2017, DJe 27/03/2017) 
 
RECURSO FUNDADO NO CPC/2015. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL 
CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ICMS. 
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. BASE DE CÁLCULO. TARIFA 
DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD). 
INCLUSÃO. TEMA AFETADO AO RITO DOS REPETITIVOS EM 
PROCESSOS DIVERSOS (RESP 1.692.023/MT; RESP 1.699.851/TO E 
ERESP 1.163.020/RS). EXEGESE DOS ARTS. 1.040 e 1.041 DO 
CPC/2015. 
DEVOLUÇÃO E SOBRESTAMENTO DO ESPECIAL NA CORTE DE 
ORIGEM. 
ACLARATÓRIOS ACOLHIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES. 
1. No caso, quanto à matéria de fundo, qual seja, a inclusão ou não da Tarifa 
de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica (TUST) e da Tarifa 
de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (TUSD) na base de 
cálculo do ICMS, ressalta-se a recente afetação ao rito dos repetitivos, tendo 
por representativos da controvérsia o REsp 1.692.023/MT; o REsp 
1.699.851/TO e o EREsp 1.163.020/RS - Tema 986 dos Recursos 
Repetitivos (Primeira Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 15/12/2017). 
2. Em razão da afetação do tema em discussão ao rito dos recursos 
especiais repetitivos, de rigor o retorno dos autos à origem, onde ficarão 
sobrestados até a publicação dos acórdãos a serem proferidos no 
julgamento dos noticiados recursos representativos da controvérsia. 
3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para 
determinar o cancelamento das decisões anteriores e a restituição dos autos 
ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. 
(EDcl no AgInt no REsp 1623318/MT, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 20/02/2018) 
➢ Legitimidade na substituição tributária para frente: 
 
Primeiro ocorre o pagamento e depois ocorre o fato gerador. 
Exemplo, cadeia da gasolina: 
 
 
Refinaria > Distribuidora > Posto de Gasolina > 
Consumidor Final 
Para simplificar o processo de fiscalização e recolhimento, a refinaria recolherá 
todo ICMS a ser devido na cadeia, como se o fato gerador já houvesse ocorrido. Como 
não ocorreu o fato gerador, a base de cálculo será presumida pela autoridade. 
Se houvesse o recolhimento do ICMS, mas ao chegar ao final da cadeia não 
houver fato gerador, caberá restituição, conforme art. 165, CTN e art. 150, §7, 
Constituição Federal. 
No caso de ausência de venda ao consumidor final: A refinaria recolhe o tributo, 
é sujeito passivo por realizar o fato gerador, mas não possui interesse em agir para 
ingressar com pedido de restituição, pois repassou o valor do tributo, e não suportou 
seu encargo. Assim, caberá ao posto de gasolina requerer a restituição, pois, apesar de 
ser substituído na cadeia tributaria, ele realizou o fato gerador, sendo sujeito passivo, e 
também possui interesse em agir, já que suportou o encargo financeiro do tributo. 
Devemos analisar em que momento não ocorre o fato gerador, e que agente 
da cadeia suportou o ônus do tributo, será ele o legitimado para requerer a restituição. 
O mesmo ocorre se houver a venda a menor, caberá a restituição da diferença 
recolhida. 
 
PRAZO PARA RESTITUIR: art. 168, I do CTN. 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o 
decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do 
crédito tributário; 
LC nº 118/05 Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 
168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário 
Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo 
sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento 
antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. 
Art. 169 CTN. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão 
administrativa que denegar a restituição. 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da 
ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data 
da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda 
Pública interessada. 
 
✓ Dos juros e Correção Monetária: 
Tributos Estaduais/Distritais/Municipais: 
Juros: a contar do trânsito em julgado, nos termos do art. 167, parágrafo 
único, do CTN e Súmula nº 188 do STJ. 
Correção Monetária: desde o pagamento indevido, Súmula nº 162 do STJ. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
 
 
Lei nº 9.250/95, Art. 39 (…) 
§ 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição 
será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema 
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, 
acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento 
indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou 
restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo 
efetuada. (Vide Lei nº 9.532, de 1997) 
 
Modelo de Ação de Restituição (Ação de Repetição de Indébito 
Tributário): 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL 
FEDERAL DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO 
DO(E) ... 
ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA 
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ... 
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob 
o nº ..., endereço eletrônico, com sede na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., 
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado 
abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., 
CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro nos artigos 319 do CPC e 165, I, 
do CTN, 
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
em face da União/Estado/Município, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ 
nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., 
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: 
I) DOS FATOS 
Narrar os fatos de acordo com a proposta de peça da prova e finalizar com a 
frase de fechamento. 
“Assim, não restou outra alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional.” 
II) DO CABIMENTO 
III) DA TEMPESTIVIDADE 
IV) DO DIREITO 
V) DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L9532.htm%23art73
 
 
a) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do 
artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação 
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo, 
apresentar resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na 
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC 
(realizar esse pedido de acordo com a proposta); 
b) seja julgado procedente a ação/o pedido, a fim de condenar a Ré à restituição 
das quantias pagas indevidamente; 
c) seja calculada a restituição, juntamente com a correção monetária, nos 
termos do artigo 167 do CTN e da Súmula nº 162 do STJ (se tributos municipais ou 
estaduais) e com base no artigo 39, § 4°, da Lei nº 9.250/1995 (se tributos federais); 
d) a condenação da Ré nas custas e honorários de sucumbência, de acordo com 
os artigos 82 a 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º, do CPC; 
e) a produção de todas as provas em direito admitidas nos termos do artigo 319, 
VI, do CPC, em especial a prova documental. 
Dá-se à causa o valor de R$... 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB nº... 
É possível pleitear a restituição na esfera administrativa ou na esfera judicial. 
O prazo de 5 anos é o mesmo. Caso o contribuinte opte por requerer a restituição na 
via administrativa, mas a decisão definitiva demore mais de 5 anos para ser proferida, 
poderia o contribuinte levar o caso ao judiciário, mesmo que fora do prazo “original”? 
Sim, tem até 2 anos para anular a decisão administrativa denegatória da 
restituição. - Art. 169 CTN – AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
QUE DENEGAR A RESTITUIÇÃO, com fulcro no art. 169 do CTN. 
Assim, não seria uma ação de restituição, e sim uma ação anulatória de 
decisão administrativa que denegar a restituição. 
 
 
 
Modelo Ação Anulatória de decisão administrativa que denegou a 
restituição- art. 169 CTN: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL FEDERAL 
DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO(E) ... 
ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA FAZENDA 
PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ... 
 
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob 
o nº..., com sede na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo 
assinado (procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº..., Bairro ..., Cidade ..., CEP 
nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro nos artigos 319 do CPC e art. 169 do 
CTN, 
AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA QUE DENEGOU A 
RESTITUIÇÃO 
em face da União/Estado/Município, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ 
no ..., com sede na Rua ..., nº.., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., 
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: 
I) DOS FATOS 
II) DO CABIMENTO 
Nos termos do artigo 169 do CTN é cabível ação anulatória de decisão 
administrativa que denega a restituição. 
No presente caso o contribuinte requereu, primeiramente a restituição na 
esfera administrativa, por te pago tributo indevidamente e segundo art. 165, I do CTN é 
possível ao sujeito passivo requerer a restituição sempre que pagar o tributo 
indevidamente ou a maior. 
Ressalta-se, no entanto, que na esfera administrativa foi proferida decisão que 
denegou a restituição, nesse caso, o contribuinte vem buscar a tutela jurisdicional, com 
base no artigo 169 do CTN que deseja anular a decisão administrativa que denegou a 
restituição, a fim de reaver os valores pagos indevidamente. 
III) DA TEMPESTIVIDADE 
Nos termos do artigo 169 do CTN, o sujeito passivo tem dois anos para anular 
a decisão administrativa que denegou a restituição. 
A presente é tempestiva. 
IV) DO DIREITO 
V) DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
a) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do 
artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação 
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo, 
apresentar resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na 
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC 
(realizar esse pedido de acordo com a proposta); 
 
 
b) seja julgado procedente a ação/o pedido a fim de condenar a Ré à anular a 
decisão administrativa que denegou a restituição e consequentemente restituir as 
quantias pagas indevidamente, conforme determina o art. 165 do CTN; 
c) seja calculada a restituição, juntamente com a correção monetária, nos 
termos do artigo 167 do CTN e da Súmula nº 162 do STJ (se tributos municipais ou 
estaduais) e com base no artigo 39, §4°, da Lei nº 9.250/1995 (se tributos federais); 
d) a condenação da Ré nas custas e honorários de sucumbência, de acordo 
com os artigos 82 a 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º do CPC; 
e) a produção de todas as provas em direito admitidas nos termos do artigo 
319, VI, do CPC, em especial a prova documental. 
 
Dá-se à causa o valor de R$... 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB nº... 
 
✓ Decisões Importantes dos Tribunais Superiores 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO 
ESPECIAL. 
ART. 535, II, DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. DENÚNCIA 
ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO 
CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO OU COMPENSAÇÃO. FACULDADE DO 
CONTRIBUINTE QUANDO DO TRÂNSITO EM JULGADO. 
(...) 
3. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que, operado o 
trânsito em julgado do acórdão que declarou o direito à repetição do indébito, 
é facultado ao contribuinte manifestar a opção de receber o respectivo 
crédito por meio de precatório regular ou compensação, eis que constituem, 
ambas as modalidades,formas de execução do julgado colocadas à 
disposição da parte quando procedente a ação. 
4. Agravo interno a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1334112/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 21/03/2018, DJe 03/04/2018) 
 
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3/STJ. OFENSA AO 
ARTIGO 1.022. NÃO CARACTERIZAÇÃO. 
PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO ESPECIAL EM FACE DE 
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA ANALISADA PERANTE O STF. 
DESNECESSIDADE. CRÉDITOS DE ICMS. COMPENSAÇÃO COM 
PRECATÓRIOS DO IPERGS. IMPOSSIBILIDADE. 
 
 
PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS. AUSÊNCIA DE LEGISLAÇÃO 
ESTADUAL ESPECÍFICA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 
1. Ausente qualquer dos vícios do art. 1.022 do CPC/15, impõe-se a rejeição 
dos embargos de declaração. 
2. "A jurisprudência desta Corte entende que o reconhecimento de 
repercussão geral não enseja o sobrestamento de recurso especial em 
trâmite perante o STJ, tendo em vista que não há decisão pelo Supremo 
Tribunal Federal determinando a suspensão de todos os processos que 
tratam do mesmo assunto". (AgRg no AREsp 675.318/SP, Rel. Ministra 
Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 29/08/2017, DJe 
04/09/2017) 3. A jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça já 
se posicionou pela impossibilidade da compensação de créditos tributários 
de ICMS com precatórios devidos por ente jurídico de natureza distinta, em 
razão da ausência de legislação estadual autorizativa. 
4. Não há falar em correspondência entre credor e devedor uma vez que os 
titulares dos créditos em análise são pessoas jurídicas distintas. A 
titularidade dos créditos tributários de ICMS é do Estado do Rio Grande do 
Sul, e os créditos oriundos de precatório, de titularidade do IPERGS, 
autarquia previdenciária, pessoa jurídica distinta com autonomia 
administrativa e financeira. 
5. Agravo interno não provido. 
(AgInt no AREsp 1194860/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 19/03/2018) 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ART. 535, II, DO CPC/1973. 
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE 
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA COM PRECATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE 
PREVISÃO LEGAL. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Inexiste contrariedade ao art. 535, II, do CPC/1973 quando o Tribunal de 
origem decide fundamentadamente todas as questões postas ao seu 
exame. Ademais, não se deve confundir decisão contrária aos interesses da 
parte com ausência de prestação jurisdicional. 
2. Esta Corte de justiça possui o entendimento firmado de que, inexistindo 
específica lei autorizativa, o pedido de compensação de tributo com 
precatório não suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
3. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1564011/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 03/04/2018, DJe 09/04/2018) 
 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO 
INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ART. 1.022 DO CPC/2015. 
EXISTÊNCIA DE OMISSÃO. 
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA VIA ADMINISTRATIVA COM 
SUPORTE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO ATO. 
POSSIBILIDADE. 
1. Os embargos declaratórios, nos termos do art. 1.022, e seus incisos, do 
CPC/2015, são cabíveis quando houver: a) obscuridade; b) contradição; c) 
omissão no julgado, incluindo-se nesta última as condutas descritas no art. 
489, § 1º, que configurariam a carência de fundamentação válida; ou d) o 
erro material. No caso dos autos, tais hipóteses não estão presentes. 2. 
Assiste razão à recorrente no ponto em que sustenta ausência de 
 
 
manifestação quanto à possibilidade de se realizar a compensação, na via 
administrativa, com base na legislação atual. 
3. Sobre o tema, tem-se que a "jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça consolidou o entendimento de que o pedido de compensação deve 
ser apreciado à luz da legislação vigente à época do ajuizamento da ação, 
sendo vedada a aplicação de diploma legal superveniente, ressalvando-se 
o direito instituído pela nova legislação na hipótese de compensação pela 
via administrativa" (AgInt no REsp 1342181/CE, Rel. Ministro Gurgel de 
Faria, Primeira Turma, DJe 23/10/2017). 
4. Embargos de declaração acolhidos com efeitos infringentes, mas apenas 
para ressalvar o direito da contribuinte de proceder à compensação dos 
créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas 
posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios. 
(EDcl no AgInt no REsp 1403271/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 19/03/2018) 
 
✓ Compensação: 
Na realidade a compensação, quando permitida por lei, é mais vantajosa ao 
contribuinte, pois não há espera fila de precatório para restituição. 
Quando requerer compensação e não restituição? Na prova, em regra o pedido 
será de restituição, apenas será de compensação se houver expressamente indicado. 
Compensação: art. 170 do CTN – mesmo credor e devedor, e lei autorizativa 
da compensação. 
A lei 9.430/97, art. 74, permitiu que fossem compensados tributos de espécies 
distintas, desde que administrados pela secretaria da receita federal. 
Em âmbito estadual ou municipal, deverá ser analisada a legislação local – 
pode haver entrave de porcentagem, ou pode não autorizar. 
Na prova, só iremos mencionar compensação de tributos estaduais e 
municipais se houver menção de existir lei que autoriza a compensação. Caso contrário, 
sem se deve optar pela restituição. 
Em âmbito federal, como há autorização para compensar, devemos entrar com 
pedido de compensação se a prova deixar claro que deseja compensação. De contrário, 
a peça será de restituição. 
É possível requerer compensação pela via administrativa (comunica a receita 
pela DCTF e realiza a compensação pelo programa “PDCOMP”) ou judicial. 
Se a administração não admite a compensação, e esgota a via administrativa 
recursal, é possível levar a discussão ao judiciário (Art. 5, XXXV, Constituição Federal). 
 
 
Conforme visto, a ação para discutir essa decisão administrativa irreformável é a ação 
declaratória de existência de relação jurídica tributária de compensação. 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA 
Art. 19 CPC. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação 
jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
A ação declaratória é uma ação imprópria, de rito ordinário. Imprópria por estar 
submetida ao regime jurídico geral de processo civil (art. 19 do CPC) e carecer de 
disciplina legal própria de direito processual tributário. Será aforada sempre que o 
contribuinte quiser ver reconhecida judicialmente a existência, o modo de ser ou a 
inexistência de determinado vínculo obrigacional de caráter tributário, ou ainda para 
obter a declaração sobre a autenticidade ou falsidade de um documento (art. 19, II, do 
CPC), a fim de superar o estado de incerteza, de insegurança. 
Se no caso não houver nada a ser cobrado, pois a norma é completamente 
equivocada, o pedido é de inexistência da relação jurídica tributária. Se houver 
obrigação de pagar tributo, mas não da forma que a lei determina, é declaração do modo 
de ser da obrigação jurídico-tributária. 
 
Modelo de Ação Declaratória: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL FEDERAL 
DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO(E) ... 
 
NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG 
nº ..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na 
Rua..., nº ..., Cidade, Estado, CEP nº ..., vem, respeitosamente, perante Vossa 
Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com 
escritório na Rua ..., nº ..., Bairro, Cidade, CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, 
com fulcro nos artigos19, 300 e 319 do CPC, a presente 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-
TRIBUTÁRIA COM PEDIDO DE TUTELAPROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
em face da União/Fazenda Pública Nacional ou Estado/Fazenda Pública Estadual ou 
Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou Município/Fazenda Pública Municipal, 
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede na Rua ..., nº 
..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de 
fato e de direito abaixo aduzidos: 
 
 
I) Dos Fatos 
II) Do Cabimento 
III) Do Direito 
Demonstrar ao examinador que você sabe fazer a “subsunção do fato à norma”. 
Para tanto, desenvolver três parágrafos. 
IV) Da Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 
IV. 1) Da Tutela Provisória de Urgência 
A probabilidade de direito (fumus boni iuris) existe, segundo visto acima, uma 
vez que .... (seguir de acordo com a proposta de peça). 
O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo se justifica em razão 
das consequências fiscais que o contribuinte pode vir a sofrer. 
Não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão que conceder a tutela 
provisória. 
Assim, presentes os requisitos do artigo 300 do CPC, quais sejam: 
probabilidade do direito, perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo e 
inexistência de perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão o autor faz jus à 
concessão da tutela provisória de urgência a fim de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário, nos termos do art. 151, V do CTN. 
IV.2) Do depósito 
Caso não seja este o parecer de Vossa Excelência, pela concessão da tutela 
antecipada, informa o autor que realizará o depósito integral, nos termos da Súmula nº 
112, do STJ, a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, à luz do artigo 151, 
II, do CTN. 
V) Dos Pedidos 
Diante do exposto, requer-se: 
a) A concessão da tutela provisória de urgência, uma vez que presentes os 
requisitos do artigo 300 do CPC: quais sejam: probabilidade do direito, perigo de dano 
ou risco ao resultado útil do processo e inexistência de perigo de irreversibilidade dos 
efeitos da decisão, para o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos 
termos do artigo 151, V, do CTN; 
b) caso não seja este o entendimento de V. Exa., pela concessão da tutela 
antecipada, que seja dada ciência à parte contrária acerca da realização do depósito 
judicial, realizado em seu montante integral, a fim de suspender a exigibilidade do 
crédito tributário, nos termos do artigo 151, II, do CTN e Súmula nº 112 do STJ; 
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do 
art. 319, VII, do CPC e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou 
mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo, 
apresente resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na 
designação de audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, do 
CPC; (realizar esse pedido de acordo com a proposta); 
 
 
d) que seja julgada procedente a ação, o pedido, para o fim de declarar a 
existência/inexistência/modo de ser da relação jurídico-tributária... (adequar de acordo 
com a proposta de peça); 
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas; 
f) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários 
advocatícios, conforme artigos 82 a 85 do CPC. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ... 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB nº ... 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA COM RESTITUIÇÃO: 
O artigo 327 do CPC permite cumular pedidos em uma única demanda, ainda 
que não haja conexão entre eles, mas desde que sejam atendidos os requisitos 
previstos nesse dispositivo: 
i) compatibilidade entre os pedidos; 
ii) competência para conhecer deles o mesmo juízo; 
iii) que o tipo de procedimento seja adequado a todos eles. 
Com base no artigo 327, §2º do CPC, quando para cada pedido corresponder 
tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o 
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas 
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos 
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento 
comum. 
Assim, sempre que o contribuinte pagar um tributo indevido ou a maior e não 
quiser mais continuar com seu pagamento por considerá-lo inadequado, a fim de evitar 
cobranças indevidas, poderá pleitear em uma única demanda a declaração de 
inexistência (ou do modo de ser) da relação jurídica com a devida restituição do que já 
foi pago. 
 
 
A cumulação da ação declaratória com restituição (ou repetição de indébito, 
como alguns preferem denominar a ação de restituição) é possível em razão do artigo 
327 do CPC e do artigo 20 deste mesmo Diploma Legal. 
 
✓ Suspensão da exigibilidade do crédito tributário na ação declaratória. 
Como a ação declaratória é proposta antes do lançamento, é possível que 
durante o seu andamento o fisco constitua o crédito tributário e busque cobra-lo. Por 
isso, ao ajuizar a ação declaratória, é necessário requerer a suspensão de exigibilidade 
do crédito tributário através do pedido de tutela cautelar ou por meio do depósito judicial. 
Apesar de ainda não ter sido constituído o crédito tributário, sem saber qual 
será o valor dele, para fim de deposito, o contribuinte verificará o valor do tributo, assim 
como faz nos tributos sujeitos a lançamento por homologação. O crédito tributário será 
constituído, sendo suspensa a exigibilidade, assim, o fisco não poderá cobrar aquele 
tributo. 
Caso concedida a tutela provisória, e, posteriormente, a decisão definitiva 
denegar o pedido da ação, o contribuinte terá que arcar com todo o tributo suspenso, 
somado aos juros recompensatórios. 
Com o deposito judicial, os juros correrão por conta da instituição bancaria, e 
assim, ao final da demanda, se houver improcedência do pedido, o cliente não arcará 
com juros. Para o contribuinte será como se pagasse o tributo mês a mês, realizando o 
recolhimento para o deposito. Essa é a vantagem do depósito judicial. 
Entretanto, a tutela possui uma vantagem. É que, havendo tutela de suspensão 
de exigibilidade, o fisco segue obrigado a realizar o lançamento tributário, devendo 
constituir o crédito tributário. Se não realizar o lançamento, o tributo poderá sofrer 
decadência. Assim, o contribuinte não terá que pagar nada, nem o tributo nem os juros, 
pois o crédito tributário foi extinto pela decadência. 
Isso não ocorre com o depósito judicial, pois se realizado o depósito, o Fisco 
não precisará se preocupar em realizar o lançamento tributário, pois de acordo com o 
posicionamento do STJ, o contribuinte, ao realizar o depósito, apura o montante devido 
e o vincula ao resultado da demanda, sendo dispensável o ato formal de lançamento 
por parte do Fisco, não se operando a decadência. 
Haverá a decadência se o contribuinte realizar o deposito de um valor, mas o 
fisco entender futuramente que o valor devido seria maior, assim, como não constitui o 
 
 
valor a maior, terá sofrido decadência a diferença. PARA A PROVA, sempre é melhor 
requerer a tutela provisória. 
 
AÇÃO ANULATÓRIA 
 
É uma ação de conhecimento de rito comum, prevista no artigo 38 da Lei no 
6.830/80, movida com o propósito de se obter uma tutela jurisdicional que implique o 
desfazimento de um ato administrativo que resulte em cobrança tributária eivado de 
ilegalidade ou inconstitucionalidade. Também pode ser utilizada para anular ato de 
aplicação de penalidades, como auto de infração ou apreensão de mercadorias. 
Para o cabimento desta medida, deve-se partir do pressuposto da existência de 
ato administrativo de cobrança, como lançamento tributário, autuação, notificação, CDA, 
guias de pagamento, carnê de imposto, decisão administrativa ou mesmo apreensão de 
mercadorias. 
A ação anulatória poderá ser ajuizada inclusive se a Fazenda já tiver proposto

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