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Aula 01 Tributário - Competência Tributária e Espécies Tributárias

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AULA 1 – DIREITO TRIBUTÁRIO 
TEMA: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E ESPÉCIES 
TRIBUTÁRIAS 
PROFESSORA MONITORA: MILENA COSTA 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E ESPÉCIES 
TRIBUTÁRIAS 
 
• O que é Competência Tributária? 
 
Competência tributária é a possibilidade jurídica que o ente político 
(União, Estado, Município e DF) possui para instituir os seus tributos. 
Essa possibilidade jurídica decorre da outorga de poderes concedida 
pela Constituição Federal aos entes federativos, de modo que a 
delimitação da competência tributária de cada ente está prevista na 
própria Constituição. 
 
É através da competência tributária que os tributos ingressam no 
ordenamento jurídico; estando a competência tributária relacionada, 
logo, à forma de instituição dos tributos. Como os tributos apenas 
podem ser instituídos (criados e majorados) por meio de lei, nos termos 
do art. 150, I da Constituição Federal, basta lembrar que competência 
tributária é, em termos simples, a possibilidade que os entes federativos 
possuem de criar leis que instituam ou majorem tributos. 
 
• Por que delimitar a Competência Tributária? 
 
O objetivo de se ter uma divisão constitucional de competências 
tributárias é garantir que a forma de organização do Estado prevista 
pela própria Constituição (forma federativa) seja preservada, 
permitindo que cada ente possua autonomia financeira, a fim de 
cumprir o disposto no art. 18 da Constituição Federal: 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
• Não confundir: 
Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
 
 
 
Competência tributária não se confunde com competência para legislar 
sobre Direito Tributário: 
 
 
Competência tributária está 
relacionada à instituição 
(criação e majoração) do tributo 
por meio de lei. 
 
Competência para legislar sobre 
Direito Tributário se relaciona 
com a criação de normas para 
regulamentar a relação jurídico-
tributária que surge com a 
instituição do tributo. 
 
Nos termos do art. 24, I da Constituição Federal, a competência para 
legislar sobre Direito Tributário é concorrente da União, dos Estados e 
do Distrito Federal. Quanto aos Municípios, entende a doutrina que sua 
competência não é concorrente, e sim suplementar. 
 
Ressalte-se que cabe à União instituir normas gerais sobre Direito 
Tributário por meio de lei complementar, conforme art. 146, III da 
Constituição Federal. O Código Tributário Nacional (CTN) foi 
recepcionado pela Constituição com status de lei complementar, de 
forma que as normas gerais de Direito Tributário são as previstas no 
CTN e não podem ser contrariadas pelas eventuais leis estaduais, 
distritais e municipais que versem sobre Direito Tributário. 
 
• 5 características da Competência Tributária: 
 
 
 
 
 
1. Facultatividade 
 
A competência tributária é facultativa, podendo o ente federativo 
exercê-la ou não. Ou seja, a Constituição Federal atribui ao ente 
federativo o poder de instituir determinado tributo, mas o ente só o 
instituirá se quiser. 
 
Exemplo: a Constituição atribuiu à União, no art. 153, VII, a competência 
para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Até o momento, 
a União optou por não instituir o referido tributo, pois possui essa 
faculdade. 
Lembrar da fórmula “F4I”: uma característica se inicia pela 
letra F (facultatividade) e quatro características se iniciam 
pela letra I (inalterabilidade, imprescritibilidade, 
irrenunciabilidade e indelegabilidade). 
Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
 
 
 
2. Inalterabilidade 
 
A competência tributária é inalterável, uma vez que está prevista na 
própria Constituição, não podendo, assim, ser alterada por lei 
infraconstitucional. 
 
Exemplo: a Constituição atribuiu aos Estados, no art. 155, III, a 
competência para instituir o Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA). Não pode um Estado, ao editar lei para instituir o 
seu IPVA, prever que o referido imposto incidirá também sobre 
bicicletas, pois a competência tributária a ele outorgada se resumiu aos 
veículos automotores, não podendo ser alterada. 
 
Há parte da doutrina que defende que a competência tributária não 
pode ser alterada nem por meio de Emenda à Constituição, uma vez que 
ela se relaciona com a autonomia dos entes decorrente do pacto 
federativo. Como a forma federativa de Estado é cláusula pétrea (art. 60, 
§4º, I da CF), para essa parcela da doutrina seria inconstitucional toda 
proposta de EC que visasse reduzir ou redistribuir a competência 
tributária. 
 
3. Imprescritibilidade 
 
A competência tributária é imprescritível, ou incaducável. Isso significa 
que ela pode ser exercida a qualquer tempo, independentemente de 
prazo. 
 
Exemplo: a Constituição atribuiu à União, no art. 153, VII, a competência 
para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Até o momento, 
a União não instituiu o referido tributo, mas pode institui-lo a qualquer 
tempo. 
 
4. Irrenunciabilidade 
 
A competência tributária é irrenunciável, não podendo um ente 
federativo renunciar de sua competência em favor de outro. 
 
Exemplo: a Constituição atribuiu à União, no art. 153, VII, a competência 
para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Até o momento 
Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
 
 
a União não instituiu o referido tributo, mas isso não significa que possa 
renunciar de sua competência para que qualquer outro ente o institua. 
 
5. Indelegabilidade 
 
A competência tributária é indelegável, ou intransferível, o que significa 
que nenhum ente federativo pode delegar a outro ente o poder de 
instituir (criar ou majorar) o tributo. 
 
Importante não confundir, contudo, a competência tributária 
(indelegável) e a capacidade ativa tributária (delegável). 
 
A capacidade ativa tributária é a atribuição que detém o ente federativo 
de arrecadar e fiscalizar tributos ou de executar atos em matéria 
tributária, nos termos do art. 7º, caput do CTN. A capacidade ativa 
tributária é delegável do ente competente para outro entre. Ou seja, o 
próprio ente federativo deve instituir o tributo (competência tributária 
indelegável), mas pode delegar a outro ente as funções de 
arrecadação/fiscalização/execução (capacidade ativa tributária 
delegável). 
 
Exemplos: 
a. a Constituição atribuiu à União, no art. 153, VI, a competência para 
instituir o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). 
Apenas a União pode instituir tal tributo, mas pode delegar ao 
Município onde se encontra localizada a propriedade rural as 
funções de arrecadar e fiscalizar o ITR, conforme art. 153, §4º, III 
da CF. 
b. a Constituição atribuiu à União, no art. 149, caput, a competência 
para instituir contribuições de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas. Apenas a União pode instituir tal 
tributo, mas pode delegar à autarquia correspondente que o 
arrecade e fiscalize. Exemplo: União institui a anuidade do 
Conselho Regional de Medicina (CRM) e o próprio CRM cobra de 
seus associados. 
 
Observações relevantes sobre a delegação da capacidade ativa 
tributária: 
a. Só pode ser feita de uma pessoa de direito público a outra pessoa 
de direito público (art. 7º, caput do CTN); 
 
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Atenção: O fato de uma pessoa jurídica de direito privado arrecadar determinado 
tributo não corresponde a delegação de capacidade ativa tributária (art. 7º, §3º do 
CTN). Exemplo: empresa deve reter o Imposto de Renda de seus funcionários e 
repassá-los à União. Não se trata de delegação de capacidade ativa tributária para a 
empresa, mas sim uma técnica para facilitar a arrecadação e a fiscalização do tributo 
pela União. 
 
b. A pessoa jurídica de direito público a quem é delegada a 
capacidade ativatributária possui as mesmas garantias e 
privilégios processuais do ente federativo que possui a 
competência tributária, a exemplo do prazo em dobro no processo 
civil (art. 7º, §1º do CTN); 
c. A delegação da capacidade ativa tributária pode ser revogada por 
ato unilateral do ente federativo sem prévio aviso (art. 7º, §2º do 
CTN). 
 
• Quais são as espécies tributárias que os entes 
federativos podem instituir? 
 
De acordo com o entendimento do STF, são 5 as espécies tributárias 
(teoria pentapartida): 
 
1. Impostos 
2. Taxas 
3. Contribuições de melhoria 
4. Contribuições especiais 
5. Empréstimo compulsório 
 
Para chegar nesse entendimento, o STF e a doutrina majoritária 
conjugam os arts. 5º do CTN e 145 da CF com os arts. 148 e 149 da CF. 
Assim, não é correto considerar apenas o que dispõe o CTN, sob pena de 
se afirmar que só existem 3 espécies tributárias (impostos, taxas e 
contribuições de melhoria), o que corresponde à teoria tripartida, que 
não é a adotada pelo STF. 
 
• E, afinal, qual tributo é da competência de cada 
ente federativo? 
 
IMPOSTOS: são tributos não vinculados, ou seja, que não exigem uma 
contrapartida específica estatal. 
 
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A Constituição Federal atribuiu aos entes federativos a competência 
tributária para instituir os seguintes impostos: 
 
UNIÃO 
(arts. 153 e 154, CF) 
Art. 153: Dica para lembrar os impostos federais 
do dispositivo: escrever a palavra “PERITO” e 
completar com a sigla de cada imposto + 
lembrar que o IGF é um imposto que a União 
ainda não instituiu 
 
IPI (imposto sobre produtos industrializados) 
IE (imposto sobre a exportação) 
IR (imposto sobre a renda) 
II (imposto sobre a importação) 
ITR (imposto sobre a propriedade territorial rural) 
IOF (imposto sobre operações financeiras) 
IGF (imposto sobre grandes fortunas) 
 
Art. 154: 
- Impostos residuais 
- IEG (imposto extraordinário de guerra) 
 
 
ESTADOS 
(art. 155, CF) 
DF 
(arts. 155 + 156, CF)* 
MUNICÍPIOS 
(art. 156, CF) 
ITCMD (imposto sobre a 
transmissão causa mortis e 
doação de quaisquer bens ou 
direitos) 
ICMS (imposto sobre as 
operações relativas à 
circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e 
intermunicipal e de 
comunicação) 
IPVA (imposto sobre a 
propriedade de veículos 
automotores) 
Todos os impostos 
estaduais: 
ITCMD 
ICMS 
IPVA 
 
+ 
 
Todos os impostos 
municipais: 
IPTU 
ITBI 
ISS 
 
* Por força do art. 147, CF: 
Art. 147. Competem à União, 
em Território Federal, os 
impostos estaduais e, se o 
Território não for dividido em 
Municípios, cumulativamente, 
os impostos municipais; ao 
IPTU (imposto sobre a 
propriedade predial e 
territorial urbana) 
ITBI (imposto sobre a 
transmissão de bens imóveis) 
ISS (imposto sobre serviços) 
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Distrito Federal cabem os 
impostos municipais. 
 
 
TAXAS: são tributos vinculados à uma atividade estatal específica, que 
deve consistir no exercício regular do poder de polícia ou na utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível. 
 
A Constituição atribuiu a todos os entes federativos a competência 
tributária para instituir taxas, conforme art. 145, II da CF (competência 
comum). Assim, nos termos do art. 80 do CTN, poderá instituir a taxa 
aquele ente que for o responsável por prestar o serviço público ou 
realizar a fiscalização correspondente. 
 
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: são tributos indiretamente 
vinculados, pois decorrem de atuação estatal que se vincula de forma 
indireta ao contribuinte, através da realização de obra pública da qual 
decorra valorização imobiliária. 
 
A Constituição atribuiu a todos os entes federativos a competência 
tributária para instituir contribuições de melhoria, conforme art. 145, 
III da CF (competência comum). Assim, nos termos do art. 81 do CTN, 
poderá instituir a contribuição de melhoria o ente que for o responsável 
pela realização da obra pública da qual decorra valorização imobiliária. 
 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: tributos cujo produto da arrecadação 
tem destinação vinculada, ou seja, cuja lei de instituição deve prever a 
destinação das receitas. 
 
São 4 as espécies do gênero “contribuições especiais”: 
1. Contribuições sociais 
2. Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) 
3. Contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica 
4. Contribuição social de iluminação pública (COSIP) 
 
A Constituição Federal atribuiu aos entes federativos a competência 
tributária para instituir as seguintes contribuições especiais: 
 
UNIÃO ESTADOS DF MUNICÍPIOS 
- Todas as 
contribuições 
sociais 
- CIDE 
- Apenas a 
contribuição 
social 
previdenciária 
- Apenas a 
contribuição 
social 
previdenciária 
- Apenas a 
contribuição 
social 
previdenciária 
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- Todas as 
contribuições 
de interesse de 
categoria 
profissional ou 
econômica 
 
dos servidores 
públicos 
estaduais 
dos servidores 
públicos 
distritais 
- COSIP 
dos servidores 
públicos 
municipais 
- COSIP 
 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: tributo criado por lei complementar 
cujo produto da arrecadação tem destinação vinculada (atendimento de 
despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra 
externa ou iminência, ou investimento público de caráter urgente e 
relevante interesse nacional), conforme art. 148 da Constituição. 
 
A Constituição atribuiu apenas à União a competência tributária para 
instituir o empréstimo compulsório (competência exclusiva). 
 
 
Nos vemos na aula! Não poderá assistir a aula e tem alguma dúvida? Fale 
comigo a qualquer tempo pelo Instagram @milenacosta.adv: 
 
 
 
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