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. Insuficiência Respiratória Aguda - IRespA → Essa condição é definida como uma síndrome em que ocorre a incapacidade do organismo em realizar trocas gasosas de forma adequada, ocorrendo de forma aguda e causada por disfunção de um ou mais componentes do sistema respiratório. ↪ Parede torácica, pleura, diafragma, vias aéreas, alvéolos, circulação pulmonar, sistema nervoso central e periférico. ↪ Dentre outras causas teremos: origem cardiogênica, pulmonar, muscular, SNC, anemia e transtornos ansiosos. As principais causadoras vamos ter como ICC descompensada, pneumonia, DPOC exacerbado, crise asmática e TEP. → As trocas gasosas são controladas pelos pulmões, sendo a troca de O2 ocorrida dos alvéolos para a corrente sanguínea através dos capilares, que ofertam o oxigênio ao sangue e tecidos, e removem o CO2 produzido por meio do metabolismo celular. ↪ Essa oferta pode ocorrer de duas formas, com o oxigênio dissolvido no plasma em pequenas quantidades e ligado a molécula de hemoglobina, sendo essa última a mais importante. Essa concentração de O2 no sangue é demonstrada pela saturação de O2. ↪ As trocas gasosas ocorrem por três mecanismos: ↪ Ventilação: ocorre a renovação do gás alveolar, com a passagem do ar ambiente até os alvéolos. Dentre as falhas que podem desencadear a insuficiência respiratória, teremos a anafilaxia, falência muscular, DPOC, asma e depressão do sistema nervoso central; ↪ Difusão: ocorre a transferência do gás através da membrana alvéolo-capilar. A congestão, pneumonia, COVID e SARA são falhas nesse mecanismo; ↪ Perfusão: o gás que se encontra no leito vascular pulmonar, em capilares e pequenos vasos. Temos o TEP como exemplo de falha desse mecanismo. » A falha nesses mecanismos gera a IRespA. → A curva de dissociação da hemoglobina demonstra a relação entre a curva de saturação de O2 e a pressão parcial de O2 (PaO2). A região superior do platô nos mostra que mesmo com reduções relevantes na PaO2 ainda é possível que haja uma saturação próxima da normalidade. Além disso, uma queda íngreme da curva devido a rápida dessaturação, a PaO2 se mantem preservada. ↪ O efeito de Bohr desvia a curva para a direita em situações de aumento de temperatura, pressão parcial de CO2 ou de H+ (redução do pH) ou aumento de 2,3 difosfoglicerato o que gera uma facilidade na liberação de O2 nos tecidos. → Quando ocorre uma queda na PaO2 na corrente sanguíneas, os quimiorreceptores, presentes no seio carotídeo, irão estimular a ventilação com o intuito de aumentar a oferta de O2. ↪ A capacidade de fornecer oxigênio aos tecidos é sintetizada pela formula DO2 = CaO2 x Q (CaO2 – conteúdo arterial de oxigênio e Q – débito cardíaco). O CaO2 depende da hemoglobina, sendo assim, anemias profundas reduzem o transporte de oxigênio. → A eritropoietina, produzida pelas células peritubulares renais, é estimulada para o aumento da massa eritrocitária. → O CO2 é liberado através da respiração a pela via renal, onde há a associação entre CO2 e H2O, formando ácido carbônico (H2CO3), que se dissocia em H+ e HCO3-. ↪ Por ser altamente solúvel em água, o CO2 pode ser carregado através do bicarbonato (70 a 85%), dissolvido no plasma (5 a 10%) e ligado a hemoglobina (10 a 20%). ↪ A elevação da PaCO2 gera um aumento na ventilação, com o intuito de lavar esse componente, sua exalação adequada é necessária para a manutenção do pH plasmático. Sua não eliminação adequada gera hipercapnia. → O gráfico abaixo mostra o efeito d PaCO2 na ventilação e interação com acidose e hipoxemia. Avaliação da Oxigenação → Saturação de oxigênio (SatO2): avalia a proporção de hemoglobina ligada ao oxigênio. Podendo ser coletada de maneia não invasiva como oxímetro e pela gasometria arterial. Uma saturação satisfatória fica acima de 95% quando em repouso, já naqueles portadores de DPOC, a saturação deve variar de 88 a 92%. → Pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2): refere a quantidade de O2 dissolvido no plasma, sendo mensurado pela gasometria arterial. Valores normais são de 80mmHg ou mais. → Gradiente alvéolo-arterial de oxigênio [G(A-a)]: diferença entre concentração de oxigênio alveolar (PAO2) e concentração de oxigênio arterial (PaO2). → PaO2/FiO2: essa relação, geralmente, é utilizada quando há ventilação mecânica invasiva e não invasiva. Valores normais se enquadram entre 300 e 500 mmHg, valores abaixo de 300 mmHg indicam distúrbios nas trocas gasosas e menor do que 200 mmHg evidenciam uma hipoxemia grave. Classificação → A insuficiência respiratória aguda pode ser classificada de acordo com seu grau. Insuficiência Respiratória tipo 1 ou Hipoxêmica - PaO2 menor do que 60 mmHg → Os sintomas desencadeados nessa classificação: ↪ Dispneia, agitação ou confusão mental, taquicardia, taquipneia, hipertensão, esforço respiratório. ↪ Na fase final, o paciente pode apresentar bradicardia, cianose, sonolência e falência muscular. → Tem como causa um distúrbio de perfusão/difusão como a congestão, pneumonia, COVID e TEP. → É causado pela incapacidade de o organismo oxigenar o sangue e pode acontecer por dois mecanismos de hipoxemia: ↪ Distúrbio ventilação/perfusão (V/Q): essa relação é heterogênea no parênquima pulmonar quando em condições fisiológicas, sendo que há uma maior ventilação e perfusão em bases do que ápices. Ocorre assim, uma vasoconstrição hipóxica, promovendo uma maior irrigação nos lugares mais irrigados, sendo esse mecanismo, essencial para a compensação de distúrbios pulmonares. Quando há alterações intraparenquimatosas em que os mecanismos compensatórios são insuficientes, há a evolução para hipoxemia. Podem ocorrer duas situações: → Efeito shunt: onde há a perfusão dos alvéolos mas eles não são ventilados; → Espaço morto: são áreas pulmonares que não realizam troca gasosa, são ventilados, mas não são perfundidos. ↪ Shunt intra e extrapulmonar: é uma forma extrema de alteração no padrão ventilação/perfusão. → Intrapulmonar: há um grave distúrbio na troca gasosa, onde há a perfusão do sangue pelo pulmão mas esse sangue não é oxigenado devido ao colapso dos alvéolos ou por estarem preenchidos por fluido ou material inflamatório. Um exemplo é o sangue vindo das artérias pulmonares que atingem o átrio esquerdo pelas veias pulmonares sem a mínima oxigenação. A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é um shunt intrapulmonar direita-esquerda. » Um meio de diferenciar um shunt de distúrbio ventilação/perfusão é ofertar oxigênio em alto fluxo (100%), caso haja a correção da hipoxemia, indica distúrbio V/Q, já no shunt, não há essa correção. ↪ Difusão de gases prejudicada por espessamento da membrana alvéolo capilar: em casos de espessamento da membrana, como na fibrose alveolar, ocorre uma diminuição na troca gasosa, e quando envolvido alto débito cardíaco ou em condições de esforço, essa hematose se torna insuficiente. Uma vez que haja vários alvéolos acometidos, teremos uma hipoxemia induzida por esforço ou até mesmo em repouso quando houver um grande acometimento parenquimatoso. ↪ Hipoventilação alveolar: é uma causa de insuficiência respiratória aguda do tipo 2 e pode cursar com hipoxemia. É causada por situações que causam uma diminuição da ventilação ou diminuição da expansibilidade torácica, dentre exemplos temo intoxicações por depressores do sistema nervoso central e redução da complacência da caixa torácica como cifoescoliose, queimadura elétrica torácica circunferencial, aumento do volume abdominal. ↪ Baixa pressão inspirada de oxigênio (PiO2): desencadeada por altas altitudes em condições fisiológicas, podendo ocorrem devido a diminuição ou interrupção de fornecimento de O2 ao paciente como termino de O2 no cilindro, desconexãodo circuito de O2. → Pacientes com doença pulmonar crônica apresentam uma PaO2 basal abaixo de 60 mmHg. Insuficiência Respiratória Tipo II ou Hipercápnica – PaCO2 maior do que 50mmHg e PaO2 menor do que 60mmHg → Os sintomas desencadeados nessa classificação: ↪ Dispneia menos intensa, bradipsiquismo, sonolência, cefaleia, rebaixamento do sensório e acidose respiratória. ↪ Nesse tipo ocorre um distúrbio de ventilação com DPOC, asma, depressão do SNC e falência muscular. → A hipercapnia é uma condição que gera o aumento da PaCO2 na corrente sanguínea, sendo proporcional a taxa de produção de CO2 tecidual (VCO2) e inversamente proporcional à taxa de eliminação de CO2 pelos alvéolos (ventilação alveolar). ↪ O volume minuto alveolar é seguramente a principal causa de hipercapnia. Pacientes com DPOC exacerbado possui um padrão respiratório rápido e superficial, resultando no aumento da relação espaço morto fisiológico/volume corrente. Outra situação em que ocorre a redução do volume minuto é na depressão do centro respiratório medular secundário a drogas, obstrução de grandes vias aéreas, restrições aos pulmões ou à caixa torácica, fraqueza de musculatura respiratória, trauma craniano e hemorragia intracraniana. Insuficiência Respiratória Aguda Mista → Ocorre uma associação entre os dois tipos, um exemplo é o paciente que apresenta uma IRespA tipo 1, gerando um mecanismo compensatório taquipneico, cursando com fadiga da musculatura respiratória e posterior hipercapnia importante. Esses casos ocorrem em fase avançada da IRespA hipoxêmica. Etiologias Diagnóstico → O diagnóstico é clinico em 70% dos casos, sendo necessários exames nos outros 30% após a suspeita clínica. Dentre os exames que auxiliam no diagnóstico, teremos: ↪ Gasometria; ↪ Raio x de tórax; ↪ ECG; ↪ Hemograma; ↪ D-dímero; ↪ BNP; ↪ TC de tórax; ↪ USG beira leito. → Ao diagnosticar uma IRespA devemos nos perguntar algumas coisas: ↪ Qual é a classificação? → Tipo I: pO2 menor do que 60; → Tipo II: pCO2 maior do que 50. ↪ Como está a troca gasosa? → Definimos a qualidade da troca gasosa através do gradiente A-a, que analisa a diferença da pressão de pO2, sendo que o parâmetro normal é menor do que 10. → A hipoxemia com gradiente A-a normal, indica um distúrbio ventilatório. → Análise de pH, pCo2 e HCO3 e o valor esperado. ↪ Qual o distúrbio envolvido? → Acidose respiratória: IRespA II ou hipercápnica com PCO2 elevado e pH diminuído. → Alcalose respiratória: IRespA I ou hipoxêmica com pCO2 diminuído e pH elevado. Quadro Clínico → Não existem valores padronizados de hipoxemia que possam gerar sintomas e risco aos pacientes, entretanto, alterações neurológicas são esperadas quando a PaCO2 cai rapidamente a níveis inferiores de 45 mmHg, sendo a saturação correspondente de 80%, podendo haver perda de consciência com PaCO2 abaixo de 30 mmHg. → Em pacientes com essa condição, a primeira alteração clinica é a taquipneia com FR maior do que 20 irpm, além do uso de musculatura acessória (batimento de asa de nariz, tiragem intercostal, retração de fúrcula) e em casos mais graves a respiração paradoxal. ↪ Gasping não é considerado padrão de incursão respiratória adequada e o paciente que apresenta esse padrão deve ser manejado como parada respiratória. → Os pacientes com hipoxemia apresentam sintomas inespecíficos como agitação ou confusão e se desconforto respiratório evidente. → As alterações de FC, FR e PA não estão diretamente relacionados ao quadro hipoxêmico, mas sim, ao quadro que gerou a hipoxemia. → A cianose pode ocorre, sendo que a central ocorre quando os níveis séricos de desoxi-hemoglobina são superiores a 4g/dL. → A IRespA hipercapnica (tipo 2) pode se apresentar de maneira mais branda, com uma taquipneia mais sutil, sendo que apresentara, invariavelmente eupneico ou bradipneico. ↪ Os sinais precoces podem ser sutis e incluem agitação, fala indistinta, asterixis (flapping) e diminuição do nível de consciência. Alguns outros sinais incluem sibilância (sugere broncoespasmo devido a asma ou DPOC), crepitações (sugerindo preenchimento alveolar devido a consolidações ou edema agudo de pulmão) ou ainda a diminuição do murmúrio vesicular (sugerindo pneumotórax, derrames pleurais). Exames Complementares Gasometria Arterial → É um exame essencial na IRespA, além de classificar entre tipo 1 e 2 e a gravidade. → A relação PaO2/FiO2 menor do que 200 mmHg evidencia uma hipoxemia grave. → Esse exame consegue definir se a IRespA tipo 2 é aguda, crônica ou crônica agudizada. ↪ Acidose respiratória crônica compensada: PaCO2 acima de 45 mmHg, pH dentro ou próximo da normalidade (7,33 a 7,35), havendo elevação de bicarbonato sérico. ↪ Acidose respiratória aguda ou crônica agudizada: PaCO2 acima de 45 mmHg e pH menor do que 7,35. Eletrocardiograma → É um exame essencial em pacientes críticos, auxiliando no diagnóstico de doenças cardiovasculares. ↪ Sinais de cardiopatia podem estar presentem em pacientes com edema agudo de pulmão cardiogênico, síndrome coronariana aguda; ↪ Sinais de isquemia ou infarto gerando uma IRespA, por exemplo o choque cardiogênico; ↪ Sinais indiretos com padrão S1Q3T3, que pode gerar IRespA; ↪ Bloqueio de ramo direito em pacientes com suspeita de TEP; ↪ Taquicardia atrial multifocal em pacientes com DPOC. Radiografia de Tórax → Alterações podem evidenciar a causa como infiltrados bilaterais, consolidações, sinais de bronquiectasias e contusão pulmonar, bem como as possíveis complicações, por exemplo, pneumotórax, derrame pleural e hemotórax. D-dímero → Em casos de TEP de baixo risco, com score de Wells modificado menor ou igual a quatro, esse exame pode ajudar na exclusão de TEP como causa da IRespA. → Pode ser utilizado quando houver suspeita de dissecção de aorta com ADD-RS menor ou igual a um e D-dímero menor do que 500 ng/mL, nesse caso, podemos excluir a dissecção de aorta como causa para a insuficiência respiratória. Tomografia de Tórax → Indicado para pacientes que possuam alta probabilidade pré-teste para TEP ou baixa probabilidade pré-teste, mas que apresentem D-dímero maior do que 500 ng/mL. Com esse mecanismo, podemos descartar ou confirmar falhas no enchimento da artéria pulmonar e seus ramos. Cintilografia Ventilação/Perfusão → Pode auxiliar no diagnóstico de TEP em pacientes que não podem utilizar contraste. Capnografia → Esse exame é capaz de mensurar a quantidade de CO2 expirado (EtCO2), sendo que, fisiologicamente o dióxido de carbono expirado é mais baixo do que a PaCO2 arterial em até 6 mmHg devido ao espaço morto fisiológico. → O mecanismo é muito utilizado em pacientes que são submetidos a IOT. Ultrassonografia de Tórax a Beira Leito → Vem ganhando destaque na avaliação inicial do paciente com IRespA. → Leva menos de 3 minutos e pode ser realizada logo após o exame clinico. → Apresenta acurácia de 90,5% no diagnóstico de causas de IRespA como edema pulmonar, TEP, pneumonia, pneumotórax, DPOC e asma exacerbada. → É considerado Blue-Protocol, sendo utilizado por maior acerto diagnóstico e reduz risco de complicação. → Linhas A: são as linhas horizontais hiperecoicas que se repetem com ecogenicidade decrescentes à medida que se afasta da linha pleural, não há movimentação das linhas relacionadas a respiração e tem separação de distâncias iguais, faz uma análise venosa com diagnostico para veias livres ou com TEP. → Perfil A’: ar no espaço intercostal, com A refletindo A’, indica pneumotórax. → Linhas B: resulta da presença de deslizamento pulmonar, o edema pulmonar é representadopelo cometa, sendo que as linhas hipercoides virtuais que partem da linha pleural apagam as linhas A. → Perfil B’: deslizamento pulmonar abolido indica pneumonia. → Perfil C: sinal do retalho, indica consolidação e, pneumonia. → Perfil PLAPS: deslizamento associado a linha A, rede venosa livre, se possui alterações alveolares indica pneumonia, se não tiver, DPOC ou asma. → Dentre as indicações do USG beira leito vamos ter o RUSH, ou seja, quando houver choque e hipotensão, Blue (IRespA), trauma (FAST). Devendo sempre haver complemento do estetoscópio. Tratamento → É direcionado para reverter a causa-base e possui o intuito de prover oxigenação suficiente dos tecidos e remover o dióxido de carbono de forma eficiente. → A primeira etapa na avaliação do paciente com IRespA é o ABCDE: ↪ Airway: assegurar vias aéreas pérvias, quando obstrução alta, a laringoscopia ou broncoscopia podem ser necessárias para a desobstrução, quando glóticas ou infraglóticas pode ser necessário a cricotireoidostomia ou traqueostomia de emergência; ↪ Breathing: pacientes que não apresentam obstrução de via aeras e evidencia-se ausência de respiração espontânea, mas que cursam com deterioração clínica e comprometimento orgânico e/ou ausência de reflexo faríngeo/proteção de via aérea, devem ser submetidos a IOT. Metas de Oxigenação → O suporte de O2 e ventilatório possui indicações especificas na IRespA, devido ao seu potencial maléfico. → A fração inspirada de O2 e fluxo de O2 são diferentes: ↪ Fração inspirada (FI) em ar ambiente é de 21%, sendo o mínimo possível inspirado e o máximo é de 100%; ↪ Fluxo de O2 é aquilo que conseguimos controlar através do fluxometro, podendo ser disponibilizado em até 15L/min. → A saturação deve ser monitorizada continuamente em pacientes que estejam na sala vermelha, aqueles que possuem síndrome coronariana aguda, quem possui risco de aspiração (rebaixamento de nível de consciência, intoxicações exógenas, AVE, TCE), pneumopatias agudas e emergências obstétricas. → As indicações do O2 são naqueles cenários em que o paciente se apresenta em gravidade extrema e quando houver hipoxemia. ↪ Sinais de gravidade máxima: com indicação de O2 em fluxo máximo (PCR, politraumatismo grave, afogamento grave, anafilaxia grave, estado de mal epilético, intoxicação de CO, choque. → Iremos nos guiar através do alvo terapêutico ↪ DPOC: 88 a 92%; ↪ Outras doenças hipoxêmicas agudas (asma, TEP, IC descompensada PNM): 93 a 95%; ↪ COVID: inicialmente maior do que 94% e, posteriormente a estabilização ou 24h, saturar mais ou igual a 90%. → Pacientes que apresentam saturação normal, não suplementar oxigenação. → Dentre os efeitos adversos, teremos: ↪ Carbonacose: retenção de CO2, hipercapnia. Na inspiração, os alvéolos se expandem normalmente, mas na expiração, essa estrutura não é capaz de expelir todo o CO2 retido, comum em pacientes com DPOC e asma; ↪ Hiperóxia: lesão pulmonar por radicais livres, comum em SARA; ↪ Microatelectasias por desnitrogenização; ↪ Ressecamento e hemorragia de vias aéreas. → Quando solicitar gasometria arterial ou satunímetro? ↪ Quando houver queda da saturação para menos do que 92%; ↪ Quando houver risco de hipercapnia; ↪ Aferição não invasiva pouco confiável: em pacientes com esmalte escuro e aqueles com extremidades frias; ↪ Quando houver associação de quadro metabólico ao respiratório. Dispositivos de O2 Oxigenoterapia → É a suplementação de oxigênio por concentrado ou reservatório, possuindo indicações quando há cenários de gravidade extrema. → Deve ser iniciada em fluxo máximo quando houver PCR, trauma grave, afogamento, anafilaxia grave, mal epiléptico, intoxicação por CO e choque. ↪ Cateter nasal: possui baixo fluxo, deve ser colocado retroauricular, para cada litro oferecido, aumentamos 3% da FIO2 (percentual de O2 inspirado). Possui fluxo máximo de 5 a 6 L/min. A umidificação é opcional. BAIXO FLUXO. ↪ Cateter nasal de alto fluxo: a FiO2 é titulável, podendo ir de 21% a 100%. Possui fluxo máximo de 60 L/min. Seu uso está indicado em caso de falência de outros dispositivos de oxigenoterapia, serve para intolerância à VNI, quando houver apneia e pré oxigenação para IOT. A PEEP é a pressão positiva no final da expiração. FLUXO ELEVADO. ↪ Máscara facial simples e máscara de macro nebulização: comporta fluxo de 5 a 15 L/min. Oferece uma FIO2 de 35 a 60% devido a mistura de O2 com ar ambiente. Devemos umidificar O2 devido ao risco de sangramento. FLUXO ELEVADO. ↪ Máscara de Venturi: possui peças adicionais que mostram quanto estamos titulando de FIO2 para paciente. 24%, 28%, 31%, 35%, 40% e fluxo máximo de 50%. Bom para pacientes portadores de DPOC. FLUXO ELEVADO. ↪ Máscara facial não reinalante ou máscara facial com reservatório: o O2 chega através da bolsa, que possui 3 válvulas (entre bolsa e máscara, duas na máscara), impede mistura de CO2 com O2 e O2 com ar ambiente. Fluxo de 6 a 15 litros. FIO2 de 50 a 100%. Usado em situações muito graves. FLUXO ELEVADO. ↪ Bolsa-máscara-válvula (AMBU): LEMBRAR DE VERIFICAR SE A VALVULA DE ALÍVIO DE PRESSÃO ESTÁ ABERTA, QUE É RESPONSÁVEL POR LIBERAR E DIMINUIR A PRESSÃO. Indicado para situações em que seja necessário a pré-oxigenação para IOT (oferecer FIO2 a 100% por 10 min imediatamente antes da intubação), acoplar no paciente pós-IOT e em pacientes sem drive ventilatório, quando o paciente estiver ventilando, esse dispositivo não é utilizado. Oferece FI entre 75 e 100%. FLUXO ELEVADO. ↪ Pacientes sem drive ventilatório: lembrar das manobras de abertura de via aérea Jaw thrust e Chin Lift. → Cateter nasal de alto fluxo: FIO2 totalmente titulável (21 a 100%), fluxo de ar de até 60L/min. PEEP discreta (pressão positiva no final da expiração – pression positive end expiration), vantajoso em situações que ocorre o colabamento dos alvéolos na fase expiratória, ele promove uma abertura das estruturas mesmo na fase final da expiração (atelectasias, edema agudo de pulmão – devolve liquido intersticial para o capilar, faz sentido inverso do mecanismo de congestão pulmonar). Indicado quando houver falência de outros dispositivos, intolerância a ventilação não invasiva (VNI) e pré-oxigenação para IOT, permite oxigenação apneica quando há a inibição do drive ventilatório devido a sedação para intubação (garante 40 segundo a mais para o procedimento de intubação, sem ele, temos 30 segundos para intubar, quando não possível, deve-se parar e reventilar, com esse dispositivo teremos mais de 1 minutos para realizar a intubação). Ventilação Não Invasiva - VNI → É ligada a um ventilador mecânico que regula certos parâmetros ventilatórios. Tem como vantagens: oferece pressão positiva na via aérea (PEEP, pressão expiratória), promove o repouso da musculatura respiratória (alguns pacientes devem ser intubados devido a fadiga da musculatura acessória), melhora fluxo pulmonar (reverte broncoespasmo). Possui dois tipos de mecanismos: pressão única, envia uma pressão constante na ins e expiração (CPAP), dois níveis pressóricos, um na ins e outro na expiração (BPAP). Dentre as principais indicações: DPOC exacerbado (a que mais responde a VNI), ICC descompensada, doença neuromuscular aguda. Indicações secundárias: IRespA sem indicações de IOT imediata. Dentre as contraindicações: necessidade de IOT imediata, intolerância (paciente não consegue utilizar), vômitos (possível aspiração sobre alta pressão), Glasgow menor ou igual a 10, trauma ou cirurgia facial ou neurológica, vômito, obstrução da via aérea superior, hemorragia digestiva alta ou cirurgia digestiva alta, pacientes com instabilidade hemodinâmica. ↪ A reavaliação do paciente deve ser feita constantemente, observando padrão respiratório, nível de consciência,oximetria, gasometria entre 1 e 2 horas após o início do uso da VNI. Intubação Orotraqueal - IOT → Indicado para insuficiências respiratórias refratarias, Glasgow menor do que nove, anestesia, PCR, obstrução de vias aéreas. As complicações englobam: hipotensão, hipoxemia, laringoespasmo e broncoespasmo, IOT esofágica, trauma, laceração de traqueia. As etapas para intubação: ↪ Preparo: classificar via aérea segundo Mallampati (figura abaixo) e posicionamento do paciente. → Verificação de materiais: lâmina curva 3 ou 4 para adultos, 2 tubos (7 a 8 para mulheres e 7,5 a 8,5 homens) devendo haver a verificação do balonete, aspirador e 2 acessos venosos. ↪ Pré-oxigenação: ofertar O2 a 100% por 3 a 10 minutos ou 8 respirações com capacidade vital máxima. Quando for realizada oxigenação em pacientes com apneia, usa-se AMBU, cateter nasal de alto fluxo ou cateter nasal simples associado a mascara não reinalante. ↪ Pré indução: é a utilização de medicamento que irão reduzir os efeitos adversos associados a intubação, deve ser realizada, pelo menos, 3 minutos antes da intubação. Realiza-se analgesia com opioides como o fentanil 1 a 3 mcg/kg (é um hipotensor), adrenérgicos como adrenalina (gera aumento da PA em pacientes com hipotensão) e medicamento para inibir o reflexo da tosse como lidocaína 1,5 mg/kg (gera broncodilatação); ↪ Indução: usa-se agentes de indução para sedação. Podemos escolher: → Etomidato – não é analgésico: possui início de ação menor do que 1 minuto e duração de 3 a 12 minutos, caso não consiga realizar a intubação, o drive respiratório é recuperado rapidamente, indicado para pacientes hemodinamicamente estáveis, reduz a atividade cerebral. » Dentre as contraindicações: pode desencadear supressão adrenal, por esse motivo é primeira escolha para indução e não para sedação pós IOT. → Quetamina – é analgésico: possui início de ação menor do que 1 minuto e tem duração de 10 a 20 minutos. Não há perda do drive ventilatório, maior indicada na IOT difícil, possui efeito sobre aumento da PA, sendo bom para hipotensão, pode ter efeito broncodilatador. » Dentre as contraindicações: cardiopatia descompensada, hipertensão intracraniana. → Propofol: tempo de ação menor do que 45 segundos, dura de 5 a 10 minutos, reduz metabolismo cerebral e é broncodilatador. » Contraindicações: gera hipotensão. » Indicações: possui uma ação curta, indicado quando estiver disponível. → Midazolam – não é analgésico: tempo de ação menor do que 1 minuto e dura de 15 a 30 minutos. ↪ Bloqueio neuromuscular: Succinilcolina com ação em menos de 45 segundos e dura cerca de 6 a 10 minutos. As contraindicações são doenças neuromusculares, hipercalemia ou risco de hipercalemia como queimado e trauma. Pode ser utilizado rocurônio, que possui ação em menos de 60 segundos e dura de 40 a 60 minutos, possui antidoto para efeito, sugammadex. ↪ Sedação de Manutenção: utilizado quando houver ventilação mecânica. Nesse caso utilizamos: → Fentanil: é um hipotensor e demora de 1 a 3 horas para despertar paciente quando tirado da infusão continua; → Midazolam: é um hipotensor e leva de 5 a 10 minutos para despertar quando tirado na infusão continua; → Propofol: melhor para realizar os testes de despertar diários em caso de necessidade de realização de exame neurológico, como em caso de trauma cranioencefálico, desperta em 5 a 10 minutos quando retirada infusão continua; → A necessidade de analgesia com opioides da ventilação mecânica serve para proporcional conforto, evitar assincrônica e tratar delirium Esquemas para Uso de Medicamentos para Sedação → Choque: adrenalina + etomidato/quetamina + succinilcolina. → Broncoespasmo – Asma Exacerbada: lidocaína/fentanil + quetamina + succinilcolina. → Hipertensão Intracraniana: fentanil + etomidato + succinilcolina. → Epilepsia: fentanil + midazolam + succinilcolina. » Contraindicações: gera hipotensão. » Indicações: gera reversão de quadros convulsivos e serve para quando for realizada sedação sequencial.
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