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ESTAGIO - GESTAO - APARECI

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UNIVERSIDADE DE UBERABA
INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
IDALINA APARECIDA DE SOUZA
CURSO DE PEDAGOGIA
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
GESTÃO EDUCACIONAL
ETAPA VII
CASTELO-ES
2015
UNIVERSIDADE DE UBERABA
INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
IDALINA APARECIDA DE SOUZA
CURSO DE PEDAGOGIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado – Curso de Pedagogia – à UNIUBE - Universidade de Uberaba, como requisito para avaliação satisfatória. Professora Orientadora: Eliana Louzada Deleposte.
CASTELO-ES
2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pela proteção, por me guiar, me dar força e sabedoria para enfrentar os desafios.
À Universidade de Uberada, seus professores e colaboradores qυе oportunizaram	 a ampliação de meus conhecimentos levada pela confiança no mérito e ética aqui presentes.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, filhos e companheiro pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
“É que a democracia, como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas com reflexão e prática”. 
Paulo Freire
DADOS PESSOAIS – IDENTIFICAÇÃO DA ESTAGIÁRIA
	
ALUNA: Idalina Aparecida de Souza
CPF: 094.559.057-10
RG: 1.809.377-ES
ESTADO CIVIL: divorciada
ENDEREÇO: Avenida Harvey Vargas Grilo, Nº 792
BAIRRO: Nicolau de Vargas e Silva
CIDADE: Conceição do Castelo
CEP: 29.370-000
CURSO: Pedagogia
TELEFONE: (28) 99883-5613
E-MAIL: cidas37@yahoo.com.br
INSTITUIÇÃO ESTAGIADA 
	
NOME DA INSTITUIÇÃO: Unidade Municipal de Educação Infantil“Vovó Clara”
ENDEREÇO: Rua Antônio Belisário – S/N
BAIRRO: Nicolau de Vargas e Silva
TELEFONE: (28) 3547-2041
DIRETORA: Janete Ana Marotto
FORMAÇÃO:
- Licenciatura plena em História
- Graduação em Pedagogia
- Pós-graduação em Artes, Educação Inclusiva e Educação Infantil.
PEDAGOGA: Dalva Elena Guarnier
FORMAÇÃO:
- Licenciatura plena em Pedagogia com especialização.
CAMPO DE ESTÁGIO – Gestão Educacional
TURNO: Matutino / Vespertino.
SUMÁRIO
	1 – INTRODUÇÃO...............................................................................................
	9
	2 – DESENVOLVIMENTO...................................................................................
	10
	3 – A UMEI “VOVÓ CLARA” E SUA HISTÓRIA.................................................
	10
	4 – INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DAS DIVERSAS MODALIDADES DE GESTÃO................................................................................................................
	
10
	4.1 - GESTÃO DA SALA DE AULA (PROFESSOR)..............................................
	11
	4.2 - ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA.........................................................
	12
	4.3 - SETOR ADMINISTRATIVO............................................................................
	14
	4.4 – DIREÇÃO.......................................................................................................
	14
	5 – IDENTIFICAÇÃO DO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO GESTOR E SUAS RESPECTIVAS ATRIBUIÇÕES NA ESCOLA-CAMPO DE ESTÁGIO, POR MEIO DE OBSERVAÇÃO.....................................................................................
	
15
	6 – OBSERVAÇÃO E ANÁLISES INSTITUCIONAIS: DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA UMEI “VOVÓ CLARA” E METODOLOGIAS DE TRABALHO............................................................................................................
	
17
	6.1 - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL.......................................................................
	19
	7 – ESTUDO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA: ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES ENTRE A TEORIA E PRÁTICA DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO GESTOR ESCOLAR...............................................................................................................
	
19
	8 – ANÁLISE DA APLICABILIDADE DO TRABALHO DO GESTOR SEGUNDO O ENFOQUE DAS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS Nº 1/2006.....................................................................................................................
	
21
	9 – PARTICIPAÇÃO EM EVENTO PEDAGÓGICO – FORMAÇÃO CONTINUADA........................................................................................................
	
22
	10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................
	27
	REFERÊNCIAS......................................................................................................
	29
	ANEXOS.................................................................................................................
	30
1 – INTRODUÇÃO
Após observar a prática pedagógica na Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino Fundamental, chegou o momento de analisar como ocorre e quais são os princípios norteadores da gestão educacional em uma creche municipal. O local foi escolhido como objeto da analise pela amplitude do trabalho realizado em seus espaços, onde as práticas e atitudes de seus profissionais são fatores decisivos na formação de cada criança que frequenta a instituição.
A creche “Vovó Clara” como é conhecida é um espaço educacional que ministra apoio educativo e cuidado a crianças até 3 anos e onze meses de idade. Na instituição mobilizam-se saberes, atitudes e comportamentos que denominam a missão da unidade de ensino diante das demandas atuais. A relação entre pais, professores, direção e funcionários também foram objetos de observação.
Com base nos pressupostos e com um olhar mediado no que diz os documentos oficiais sobre gestão educacional seguem alguns relatos obtidos por meio de entrevistas com a equipe pedagógica e funcionários da UMEI “Vovó Clara” juntamente com reflexões gerais a respeito do cotidiano gestacional desta unidade de ensino.
2. DESENVOLVIMENTO
3 – A UMEI “VOVÓ CLARA” E SUA HISTÓRIA
A Unidade Municipal de Educação Infantil “Vovó Clara” é uma Instituição mantida pela Prefeitura de Conceição do Castelo e pelo Governo Federal. A creche localiza-se na Rua Antônio Belisário - S/N, Bairro Nicolau de Vargas.
A UMEI “Vovó Clara” surgiu há aproximadamente 25 anos. Sua criação teve como intuito colaborar com as famílias que necessitavam de local para deixar seus filhos enquanto trabalhavam. Preocupados com a demanda das famílias, em 2003, o governo atual construiu a primeira estrutura(anexo) no Bairro Nicolau de Vargas. Até então, esta unidade era tida como anexa a antiga creche localizada no centro da cidade. Contudo, mais tarde, com o apoio do Instituto Jutta Batista o imóvel do centro foi ampliado e a instituição do bairro Nicolau de Vargas deixou de ser anexo, passando a ser independente e registrada pelo nome de UMEI “Vovó Clara”. 
No início, era apenas uma diretora para atender a unidade do centro e a do bairro Nicolau de Vargas (Maria Elsa Turetta). Somente em 2007, foi indicada a primeira diretora para atender somente a UMEI “Vovó Clara”, Janete Ana Marotto. 
O nome da entidade foi dado em homenagem a uma antiga parteira que prestou relevantes serviços às mães da comunidade. 
4 – INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DAS DIVERSAS MODALIDADES DE GESTÃO
A creche, assim como as demais instituições de ensino, funciona como uma orquestra: para que haja harmonia e os propósitos educacionais sejam atingidos, cada setor precisa desempenhar bem sua função. O diretor é como o maestro desta orquestra, sem ele não há uma bela sintonia. 
A fim de que o profissional gestor consiga conciliar toda sua atribuição dentro da instituição ele necessita articular diversos saberes entre eles estimular, resolver conflitos e facilitar a comunicação com e entre os funcionários. Assim, administrar a organização de trabalho de forma mais democrática e compartilhada permite que a diretora não seja o centro de todas as decisões e nem se responsabilize por tudo o que acontece sozinha.
Com base no suposto, sendo a escola um ambiente onde se produz cultura, a maneiracomo as relações acontecem neste local dizem muito sobre a filosofia desta UMEI e o tipo de gestão que prevalece na instituição.
A partir da ideia apresentada seguem relatos sobre alguns setores da unidade de ensino e como a organização, a orientação, o planejamento administrativo e pedagógico ocorrem na unidade estagiada.
4.1 - GESTÃO DA SALA DE AULA (PROFESSOR)
Em minha primeira visita a creche estagiada, limite-me a observar a rotina das salas do maternal. A faixa etária era de dois a 3 anos. Neste dia cheguei um pouco mais cedo, pois já sabia com antecedência que as professoras chegavam uns quarenta minutos antes da entrada das crianças. Segundo as docentes, este tempo serve para esclarecer dúvidas com a diretora ou pedagoga e organizar o espaço para a recepção dos pequenos. 
Notei que as atividades diversificadas estão presentes diariamente na creche. Na sala são organizados diversos cantos onde as crianças podem escolher por brincar com utensílios domésticos, pista de carrinhos, faz de conta ou jogos de montar.
A exploração com tintas também faz parte da rotina diária. Na parede do lado de fora da sala estava fixada uma proposta de atividade feita com as mãos. A figura formava o desenho de uma joaninha. Algumas eram mais nítidas, outras nem tanto, mas cada uma com a característica particular do pequeno artista que a produziu. Ao me apresentar os trabalhos a professora fez uma abordagem bastante interessante a qual disse: “Olha estes desenhos. Um mais lindo que o outro!” A observação da professora me fez refletir sobre a importância da abordagem efetuada. A maneira como ela falou valorizou todas as produções ao invés de dizer que este é mais bonito que aquele.
Em relação a movimentação das crianças pela sala, muitas coisas são pré-definidas e avisadas as crianças anteriormente. Tem a hora do lanche, hora do parque, hora do almoço entre outros momentos. Grande parte das crianças do maternal I e II não usam mais fraldas. Quando querem ir ao banheiro pedem a “profê ou tia” da sala como são chamadas.
Os pais têm grande liberdade na creche. Eles podem buscar as crianças na sala ou observá-las enquanto brincam com os colegas no parquinho. A orientação das professoras é que observem, mas também deem liberdade para que possam ser autônomos.
O atendimento aos pais é realizado sempre que necessário, desde que avisem com antecedência para que as professoras possam conciliar o atendimento com a rotina da sala. Por exemplo: As professoras podem agendar um horário no momento que as crianças estão dormindo, ou no momento que acontece a aula de educação física. 
4.2 - ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA
	
A equipe pedagógica da UMEI “Vovó Clara” é representada pela diretora e pela pedagoga itinerante. São elas que mobilizam as pessoas a contribuírem de modo satisfatório com os objetivos da creche. 
A diretora fica creche diariamente e a pedagoga de duas a três vezes na semana, pois atende outras unidades. Mesmo com uma equipe tão pequena as duas profissionais aparentam ter muita responsabilidade no desempenho de suas funções. Elas estão sempre atentas ao ambiente em seu entorno, valorizando os profissionais a sua volta e planejando em conjunto os eventos programados da instituição. 
No mês de outubro, na semana das crianças foi planejada uma rotina semanal diferenciada priorizando atividades artísticas, culturais e lúdicas para a garotada. 
Já em comemoração ao dia dos professores todos os profissionais da UMEI “Vovó Clara” levaram para casa uma lembrancinha confeccionada pela equipe pedagógica com um doce mimo acompanhando, um bombom.
Ao perguntar a diretora sobre o porquê de todos os funcionários ganharem uma lembrancinha, ao invés de apenas os professores, ela foi imparcial: “todos ganharam porque a escola não funciona apenas com os professores e sim com todos que desempenham de forma adequada a sua função.”
Em entrevista com a pedagoga itinerante, a profissional afirmou que não pode ficar apenas no local, por isso faz visitas em dias alternados da semana. Segundo ela, nas visitas programadas ela aproveita para analisar os planejamentos das professoras e se reunir com a diretora para resolver situações pendentes e planejar os próximos acontecimentos.
A pedagoga afirma que na semana que antecede os eventos planejados há uma reunião com todos os profissionais da creche para deixá-los a par dos eventos. “Tendo ciência do que vai acontecer fica mais fácil o profissional se organizar para conciliar sua rotina diária com as demandas eventuais” discorre Dalva.
Presente todos os dias na UMEI, a diretora Janete é uma pessoa muito importante na a rotina diária e para as tomadas de decisões. É ela quem está presente todos os dias no local conhece as crianças, pais, professores e demais profissionais da escola. Ela atua como os “olhos” da pedagoga e socializa as demandas durante os planejamentos coletivos. 
Além de ajudar a parte pedagógica, a diretora também executa a parte burocrática na unidade. Segundo ela algumas mudanças contribuíram positivamente com sua função. Para facilitar o trabalho da gestão em 2011 foi criado o PAF-Programa de Autonomia Financeira. Os recursos financeiros são depositados trimestralmente em uma conta da creche e a prestação de conta acontece rigorosamente no período estipulado pela Secretaria Municipal de Educação. 
4.3 - SETOR ADMINISTRATIVO
O setor administrativo da UMEI “Vovó Clara” envolve os funcionários que servem de apoio ao pedagógico. Eles são os responsáveis pela limpeza dos espaços, pela merenda das crianças, pelas matrículas e pela segurança da escola. Segundo a diretora a segurança da creche no período na noite é feito por um vigia que também cuida de um espaço da prefeitura que fica próximo. 
4.4 - DIREÇÃO
A sala da direção na creche “Vovó Clara” fica nos fundos da unidade próximo a porta de acesso ao parquinho das crianças e quase sempre esta vazia. Exceto nos casos em que a diretora precisa atender a pais, responder a questionários ou planejar com a pedagoga. No cotidiano ela passa grande parte do dia ajudando nas salas, cozinha, pátio e onde mais for necessário. Ao ser indagada sobre qual a sua função ela foi enfática: fazer a creche funcionar.
Ao que pude perceber, a maioria das decisões são compartilhadas com os funcionários. Deixá-los a par dos acontecimentos faz parte da rotina diária e da boa organização, ressalta a diretora. 
De acordo com Janete, as coisas melhoraram muito nos últimos tempos. Apesar da verba repassada pela prefeitura não ser suficiente para atender todas as necessidades e melhorias da instituição, comparado há outros tempos tiveram avanços significativos. A ampliação do parquinho e a aquisição de novos livros para o acervo interno foram algumas.
A diretora presta conta de todo o dinheiro repassado pela prefeitura e diz que quando há alguma demanda na creche ela repassa para a prefeitura e dentro das possibilidades eles atendem a quase todas suas solicitações.
Em relação a concepção de educação almejada Janete afirma que: “a educação ministrada pela creche visa a formação do ser integral e para isso buscamos priorizar práticas de ajuda mútua, pois acreditamos que ao colaborar um com o outro podemos obter êxito em nossos objetivos”. Ainda sobre a questão de colaborar com o outro a diretora disse que todo o trabalho, aprendizado e desafio quando compartilhado diminui o peso e que por isso sempre que possível ajuda nos diversos setores da escola. Disse também que quando há reuniões de funcionários busca evidenciar a importância de contribuir um com o outro para atingir um objetivo comum.
Com os alunos a diretora relata que se as crianças aprendem desde a tenra infância a serem responsáveis por seus atos e atitudes contribuindo com seu colega na hora de organizar seus brinquedos esta criança tem grandes chances de se tornar um adulto que faz a sua parte e também ajuda o outro a fazer dele. 
Na busca de descobrir características intrínsecas da diretora deste espaço, perguntei se gosta do modo como administra seu local de trabalhoe após segundos ouvi: “Durante boa parte do meu processo de formação presenciei práticas às quais não me identifiquei com elas. No campo gestor, o administrativo e pedagógico eram setores totalmente distintos. Hoje que tenho a oportunidade de administrar e não apenas observar, tento inovar e conciliar os dois setores por acreditar que ambos fazem parte um do outro. Se somos uma unidade para que fragmentar até a gestão de nosso trabalho? Indagou.
5 – IDENTIFICAÇÃO DO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO GESTOR E SUAS RESPECTIVAS ATRIBUIÇÕES NA ESCOLA-CAMPO DE ESTÁGIO, POR MEIO DE OBSERVAÇÃO.
Por muito tempo acreditou-se que um exemplar diretor fosse aquele que ficava sentado em sua sala atendendo ali as demandas do dia a dia. Tudo passava por ele, desde questões pedagógicas às atitudinais. Porém o tempo passou e trouxe para a atualidade novos pontos de vistas principalmente sobre as atribuições de um bom diretor. De acordo com as leituras realizadas o diretor adequado é aquele que conhece todos os espaços de sua escola, e para isso não passa seu dia estagnado em uma cadeira. 
Ainda em entrevista com a diretora da creche estagiada ela declara que uma de suas funções é fazer com que os diversos profissionais deste local de trabalho se sintam integrados aos objetivos da creche e se tornem responsáveis por suas atribuições. Além disso, ela cuida das questões burocráticas, pedido de materiais e alimentos, prestação de contas e gosta de estar junto todas as vezes que as professoras precisam conversar com pais quando há alguma situação para ser compartilhada com a família. Conforme o relato de uma professora esta atitude da diretora lhe transmite confiança, uma vez que expor algo negativo para os pais sobre o seu filho, o assunto não é algo bem aceito por todos. 
Uma iniciativa que não posso deixar de relatar é a respeito de outra atitude merecedora de atenção realizada pela diretora da UMEI “Vovó Clara”. Ao questioná-la sobre a escassez de verbas em tempos de crise ela afirmou que quando há alguma demanda e que não conseguem suprir, a equipe pedagógica pensa junto até encontrar uma solução. No ano passado, por exemplo, no período do natal e com o apoio dos pais e professores eles realizaram a rifa de um tablet que foi doado pela Câmara Municipal. Com o dinheiro arrecadado conseguiram dar um presente para cada criança da instituição. Visto que, muitas crianças são de famílias carentes que não possuem condições de presenteá-las, a lembrança natalina despertou diversos sorrisos espontâneos.
Dentro das diversas atribuições da diretora ela diz que um de seus maiores desafios vem sendo diminuído de tempos em tempos, com a aproximação da família com a escola. Porém um outro desafio esta cada ano mais longe de ser superado: a rotatividade de professores devido a contratação por regime temporário.
6. OBSERVAÇÃO E ANÁLISES INSTITUCIONAIS: DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA UMEI “VOVÓ CLARA” E METODOLOGIAS DE TRABALHO
A UMEI “Vovó Clara” atende atualmente 58 crianças, na faixa etária de quatro meses a três anos e onze meses de idade. O atendimento às crianças é realizado em consonância com as necessidades de cada faixa etária e a data corte para matrícula é o dia 31 de março.
A creche possui uma equipe de funcionários com 04 estagiárias, 06 professores com nível superior contando com um de Educação Física e outro para Projetos, 01 diretora, 01 pedagoga itinerante, 01 auxiliar de secretaria escolar, 01 lavadeira, 01 babá e 03 auxiliares de serviços gerais serviços gerais. A Unidade opera em horário integral com a seguinte rotina de trabalho: café da manhã, almoço, escovação, banho, lanche, descanso e jantar. 
No que diz respeito ao agrupamento das crianças ele é realizado de acordo com a faixa etária tendo salas de: Berçário I, Berçário II, Maternal I e Maternal II.
No que concerne a alimentação, as refeições são preparadas a partir de um cardápio balanceado feito por uma nutricionista que prioriza o desenvolvimento saudável e uma melhor educação alimentar da garotada.
O momento da escovação é realizado diariamente pelas professoras e auxiliares de sala. Os profissionais da saúde fazem visitas periódicas no local. 
No que se refere a estrutura física a unidade possui:
01 Sala de aula com um pequeno depósito - Maternal I
01 sala de aula com banheiro e um pequeno depósito - Berçário I 
01 sala de aula - Berçário II
01 sala de aula - Maternal II
01 sala que funciona - biblioteca/vídeo e recreação.
01 banheiro para os funcionários, 
01 banheiro adaptado (02 escovatórios, 02 chuveiros, 02 vasos sanitários) para as crianças,
01 sala onde funciona Secretaria e Direção, 
01 refeitório, 
01 cozinha, 
01 despensa, 
01 lavanderia com pequeno depósito,
01 pátio com parquinho.
Todo o projeto educacional da UMEI “Vovó Clara” dá ênfase na concepção de aprendizagem com a qual se pretende trabalhar. A formação integral das crianças é algo relevante e sempre citado nos estudos e reuniões coletivas. Para a equipe pedagógica da unidade, desenvolver apenas o físico, emocional, social, intelectual ou simbólico é formar um ser incompleto, pois todas as áreas precisam ser desenvolvidas simultaneamente. Mesmo diante de tamanho desafio buscamos desenvolver a criança em todas suas especificidades e em consenso com as demandas oficiais. 
Conciliado ao mencionado anteriormente o Projeto Político Pedagógico caracteriza-se por diretrizes que visam concretizar a filosofia educacional da instituição e da mesma forma busca ser dinâmico, nascendo do movimento ação-reflexão-ação. Identifica a demanda pedagógica, reflete sobre ela e busca soluções. 
A proposta do Projeto Político Pedagógico está situada na criança, onde o professor tem o papel de mediador durante o processo de ensino aprendizagem. Na proposta da creche o conhecimento é construído a partir da interação entre quem ensina e quem aprende propiciando a criança expor suas experiências e informações adquiridas. Os conteúdos socialmente elaborados e as estratégias cognitivas consideram o sujeito que conhece, compartilha interesses, necessidades e que possui sua cultura.
6.1 – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
A avaliação institucional da UMEI “Vovó Clara” é realizada no final do ano letivo, antes do início do recesso escolar. A equipe pedagógica convoca a todos os funcionários para socializarem o que deu certo e o que pode ser melhorado no próximo ano. A proposta pareceu-me interessante e proveitosa, só deixa a desejar pelo fato da unidade ter uma possível rotatividade de profissionais anualmente.
No que diz respeito à avaliação das crianças a creche “Vovó Clara” possui uma ficha avaliativa que é utilizada no início do primeiro e no último semestre anual. Esta ficha aborda pontos consideráveis do processo de aprendizagem das crianças. Através deste registro no final do ano é possível verificar avanços e retrocessos e os próximos passos para o ano seguinte. (segue anexo – ficha avaliativa)
7 – ESTUDO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA: ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES ENTRE A TEORIA E PRÁTICA DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO GESTOR ESCOLAR
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Pedagogia gerou mudanças. Estas mudanças além das modificações realizadas na legislação ampliou a dimensão original do curso de pedagogia compactando a profissão docente com a do pedagogo. Conseguinte deu ao aluno a possibilidade de fazer duas graduações com uma formação só, reduzindo os cursos de pedagogia ao que pretendiam estabelecer para os Cursos de Normal Superior. Com isso desconsideraram as particularidades do curso de pedagogia incorporando a ela formação de professores para atuar na Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental.
Após modificações legais a formação pedagogo passou a:
“Integrar à docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, execução o acompanhamento de programas e atividades educacionais.
(Brasil, 2005, p.6)
Desse modo, o curso de pedagogia ao invés de formar o especialistapedagogo se incumbiu também de formar o profissional do Curso Normal Superior além de amparar os profissionais da supervisão, coordenação e gestão.
Independente das transformações ocorridas no Curso de Graduação em Pedagogia o importante é seguir em frente e aproveitar o momento para desenvolver nossa capacidade de analisar os fatos e pensar criticamente.
No seguimento de nossas reflexões percebemos que em toda profissão existe a necessidade de atualizar-se e com os profissionais da educação não pode ser diferente. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional propõe que haja programas de educação continuada para os profissionais dos diversos níveis, visto que a profissão esta em constante atualização. Com base na suposição percebe-se que mesmo com avanços consideráveis, as Secretarias de Educação precisam ampliar a formação voltada aos responsáveis pela gestão escolar. Ao invés de oferecer cursos com quem muitas vezes não conhece a rotina da sala de aula deveriam proporcionar capacitações baseadas nas necessidades da instituição e em planos de ação para solucionar problemas do dia a dia. Propor a formação do gestor educacional como dispõe a Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia (BRASIL, 2006) é uma grande conquista, mas precisa ter foco.
Tendo em vista os relatos efetuados e sendo a função do diretor modificar a realidade pensando na melhoria da aprendizagem, ele precisa direcionar bem os processos e mobilizar os profissionais a sua volta. Porém para que isso seja viável é fundamental ter foco em sua capacitação para que não haja riscos de querer fazer tudo o tempo todo e o conhecimento adquirido durante o processo de formação não ter aplicação.
8 – ANALISE DA APLICABILIDADE DO TRABALHO DO GESTOR SEGUNDO O ENFOQUE DAS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS Nº 1/2006
Realizar o estágio supervisionado em gestão educacional além da experiência adquirida ampliou o olhar sobre as transformações ocorridas nos amparos legais com o tempo. O modo como os processos pedagógicos acontecem e como as intervenções são realizadas são merecedores de atenção. 
Segundo o decreto 6.094 de 24 de abril de 2007 da LDB 9.394/96 promover a gestão participativa na rede de ensino faz parte do Plano das Metas Compromisso Todos pela Educação. Desse modo, propiciar a execução de uma gestão democrática é de grande importância, porque visa favorecer parcerias durante todo o processo de ensino, o que além de contribuir com o aprendizado fortalece a concretização das políticas educacionais e a aproximação com os que possuem interesses em comum.
No mês de agosto participei de uma reunião de pais realizada pela equipe pedagógica da UMEI “Vovó Clara”. A reunião ocorreu em uma sala de palestras no Posto de Saúde do bairro onde a unidade de educação infantil é situada. No local estavam presentes o secretário de educação municipal, a diretora e a pedagoga, pais, professores e alguns funcionários.
A reunião teve inicio com a fala da diretora. Ela discursou sobre a importância da presença de cada um ali e disse também que os avanços obtidos se devem principalmente a participação e colaboração de todos os parceiros da creche “Vovó Clara”. Logo após a fala da diretora foi aberto espaço aos pais e demais presentes para esclarecimentos a respeito dos filhos e outras questões.
Em seguida, foi realizada uma palestra com um psicólogo que abordou o tema: Desenvolvimento Infantil. 
Após observar a reunião percebi que a unidade de ensino tem uma relação muito bacana com os pais. A equipe pedagógica planeja sempre compartilhar informações interessantes no intuito de que eles tomem conhecimento do que acontece com seu filho(a) e o que podem fazer para melhorar a educação domiciliar. 
Segundo um pai presente: “as reuniões da creche são envolventes e é comum ter um profissional que fala sobre comportamentos, atitudes e outros assuntos pertinentes em relação às crianças”. “Participar destes momentos oportunizados pela creche é agradável e esclarecedor”, disse a mãe de uma menina que fica na creche.
Ao final da reunião foi oferecido um lanche a todos os presentes.
Para a equipe pedagógica as reuniões de pais são apreciadas pela comunidade escolar, e também servem para reforçar a responsabilidade das famílias na tarefa de educar.
9 – PARTICIPAÇÃO EM EVENTO PEDAGÓGICO – FORMAÇÃO CONTINUADA
A Formação Continuada implica a necessidade de conceber educação dando ênfase na necessidade histórica da sociedade presente, reconhecendo o fato de que o tempo não para, por isso similarmente a necessidade de contínua atualização. Assim, mesmo supondo que, o professor tenha recebido adequada formação, a atualização é uma exigência da modernidade (NÓVOA, 1992).
Acredita-se que as transformações mais bruscas, geralmente, são de ordem científica, devido ao esgotamento das explicações oferecidas pelos paradigmas e teorias conservadoras, que fazem com que sejam buscadas novas alternativas que substituam as já desgastadas, teorias mais adequadas às condições atuais. 
Com esta pretensão a Formação Continuada constitui-se elemento primordial de qualquer formação que tenha como foco além da atualização de conhecimentos, possíveis soluções para o atendimento das necessidades sociais. 
No ambiente educacional essa atualização demanda de práticas cujas direções vem e vão, absorvendo o que cada teoria contribuiu em seu tempo e no que pode contribuir no tempo presente. O que não se pode negar é que o conhecimento é vasto e que verdades absolutas não existem. Existem práticas que se fazem e práticas que não se fazem e que, apesar das teorias, a formação continuada do professor deve ser amparada na razão e no senso crítico mais propício para seu tempo. 
Ter consciência que o que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano (ISAAC NEWTON, 1687) nos permite refletir que o conhecimento é infinito, pois a busca pela sabedoria é harmonia de todas as coisas. Amparados nos fatos, mesmo que a formação inicial do professor tenha sido sólida, sua formação é permanente e inacabada porque quanto mais ele sabe mais ele necessitará saber. Os alunos e sala de aula de ontem não são os mesmos de hoje, e da mesma forma acontece com as teorias. As que serviram de direcionamento para as práticas pedagógicas do passado talvez não atendam as demandas do tempo presente e do futuro. Por esse motivo a necessidade de produção de novos conhecimentos. Principalmente conhecimentos que viabilizem um perfil profissional apto, ou pelo menos que se aproxime desse patamar para atender às exigências do ambiente formal de ensino e educativo.
Detendo-se na formação continuada, o amparo legal LBD 9.394/1996 aborda no Art.62, parágrafo 2º: “A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar de recursos e tecnologias de educação a distância”. 
O documento demonstra que há uma preocupação quanto à formação, inclusive permanente do profissional incumbido a ensinar. Nesse sentido há de se ressaltar que apenas a formação inicial já não é suficiente e que esta demanda já atinge diversos setores da sociedade principalmente o educacional. 
Com o avanço cada vez maior e mais rápido da informação por meios comunicativos diversos, um novo perfil de profissional emergiu, trazendo com ele não apenas conhecimentos teóricos, mas também novas capacidades que perpassam o mero exercício de reflexão. A reflexão não se torna necessária prioritariamente no cotidiano. Ela se torna requisito fundamental na formação continuada do professor da Educação Infantil, uma etapa educacional que, de acordo com sua importância, forma o futuro cidadão.
Tendo a ideia anterior como pressuposto, desliga-se o saber de que o processo de formação continuada do professor carece apenas de atualizações que se dão por meio de informações científicas, pedagógicas ou outras. Este processo consiste em uma formação onde saberes teóricos e práticos se fundem, criando possibilidades de uma prática pedagógica reflexiva.
Haja vista a importância da reflexão realizada anteriormente analisoa seguir como acontece a formação continuada na creche “Vovó Clara” por meio de informações adquiridas durante a participação em duas destas formações.
A formação continuada dos profissionais da unidade é planejada pela equipe pedagógica e realizada uma vez por mês. Nela são discutidos assuntos gerais e outros relacionados à demanda diária da UMEI “Vovó Clara”. 
O momento reúne professores, auxiliares, diretora e pedagoga com a intenção de discutir, trocar experiências e refletir sobre a prática pedagógica.
Segue o relato do dia da participação observada.
Momento coletivo com professores
Responsáveis:Janete Ana Marotto e Dalva Elena Guarnier
Data:31/08/2015
Escrita na Educação Infantil – por onde começar?
No dia 31 de agosto participei do momento coletivo com os professores da creche “Vovó Clara”. 
Logo após o término do expediente, por volta das 17h30 os professores e auxiliares fizeram um breve lanche e se reuniram para estudar o tema: Escrever com sentido na educação infantil: O quê? Quando? Como? No encontro foi falado sobre a Escrita na Educação Infantil – Por onde começar?
A princípio foi entregue a todos os presentes, inclusive para mim, uma crônica de Antônio Prata A desinvenção (em anexo) e foi solicitado que lêssemos em silêncio. 
Em seguida a pedagoga Dalva pediu que nos separássemos em duplas e que discutíssemos o assunto do texto para socializar com as colegas presentes. Após a discussão e ao socializar a atividade proposta muitos questionamentos foram surgindo como, por exemplo: Que concepção de escrita tem a nossa escola hoje? Como ajudar as crianças a organizar e redigir um texto com a ajuda da professora? Se toda a escrita tem a função de comunicar, em quais situações de comunicação cotidiana podemos envolver as crianças?
A partir destas reflexões foi pedido as professoras dos grupos do maternal que registrassem e fizessem com as crianças uma lista sobre: alimentos da merenda, materiais da sala de aula, frutas conhecidas ou brincadeiras preferidas de acordo com o que falavam. 
A socialização dos resultados foi agendada para o dia 29/10/15 e para não ficar a par da conclusão desta proposta também participei do estudo.
Após o lanche habitual realizado no dia de estudo começaram as socializações. Como a atividade proposta dependia de um retorno a partir das listas feitas com as crianças, apenas as professoras e auxiliares do maternal apresentaram a devolutiva. As demais ficaram como ouvintes.
Foi oportuno participar desse momento. E até mesmo algumas professoras ficaram surpresas com o retorno obtido. Elas disseram que com as intervenções necessárias as crianças se tornam ativas no processo comunicativo mesmo sem saber ler ou escrever.
Outra professora do maternal relatou como as crianças foram observadoras quando ela escrevia o que falavam no papel. Durante o ato de construção da lista a criança vai percebendo que a produção da linguagem escrita se dá em condições diferentes da linguagem oral. A tarefa de produzir é de todos e a professora atua como escriba.
Ao final do estudo e das discussões a diretora Janete concluiu o momento deixando no ar a seguinte frase: “A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa” de Emília Ferreiro. 
Após a leitura todos nós fomos embora com novas descobertas e cheios de informações para pensar mais.
10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho proposto permitiu analisar o cotidiano da UMEI “Vovó Clara” e como às relações interpessoais e a gestão educacional acontece dentro da unidade. 
O mais intrigante foi iniciar com um pensamento e sair com outro. No começo achei que encontraria mais um modelo de gestão administrativa centralizada onde a direção manda e os demais funcionários obedecem. Mas não, me enganei. Encontrei um modelo de gestão diferente, no local o modo de gerir acontece de uma forma interativa buscando envolver todas as pessoas tendo como suporte um objetivo comum.
Para suprir a maioria das demandas é realizado um planejamento pela equipe pedagógica e este planejamento é apresentado aos funcionários da unidade antes da execução.
A diretora da creche não fica em sua sala só determinando ordens para os outros executarem. Pelo contrário ela compartilha com todos os funcionários as necessidades e executa junto com eles.
Na creche estagiada mesmo que todos tenham sua função definida na medida do possível uns ajudam os outros. Até os sucessos atingidos e os problemas a serem solucionados são compartilhados. 
A diretora apesar de responsável pelo cumprimento das questões burocráticas ajuda onde for necessário. A cozinheira quando ociosa ajuda na lavanderia. A auxiliar quando possível ajuda as serventes a varrer as salas. E com isso mesmo que a ajuda seja mínima no final da tarde todas as tarefas foram realizadas.
Como corrobora Moran (2007), o gerenciamento da pequena organização de forma sinérgica, propõe que cada funcionário contribua com o outro simultaneamente.
Alguns pais da creche também contribuem com o dia a dia da escola. Quando há necessidade de ajuda em algum evento ou planejamento, a escola convoca os pais para pensarem em algo para solucionar a demanda como foi o caso das rifas as quais os pais se empenharam em vender e repassar o valor adquirido para a creche.
Foi muito interessante poder notar que enquanto algumas escolas de educação infantil “pararam” no tempo e continuam reproduzindo modelos educacionais assistencialistas a creche “Vovó Clara” avançou. O fato de pensar em uma formação continuada partindo das necessidades cotidianas é algo relevante para o tempo atual. Criar situações onde os pais participem dos eventos podendo ampliar seu conhecimento para lidar com as crianças em casa também é uma atitude inovadora e aproxima cada vez mais a família da escola. Aliás, aproximar os pais da escola deveria ser algo comum, pois os responsáveis pelos pequenos têm o direito de formar vínculos com a escola que educa seu filho e da mesma forma saber mais sobre como acontece o processo pedagógico. 
Diante de tudo que foi observado ficou a aprendizagem de não julgar a revelia as instituições públicas como sendo todas iguais. Identicamente foi oportuno considerar o fato de que mesmo que certas instituições insistem em manter os mesmos moldes do passado a creche “Vovó Clara” busca fazer diferente e além de cuidar e educar as crianças que nela frequentam ela contribui com a formação de cidadãos democráticos e colaborativos ao proporcionar ambientes onde eles vivenciam estas situações no dia a dia. 
Embora que ainda existam pontos a serem melhorados (a escolha da direção é um cargo comissionado) a creche “Vovó Clara” se destaca em relação a outras instituições de educação infantil quando pensamos em referências para esta etapa básica da educação. Coincidência ou não, o modo como todos os setores são meticulosamente articulados para que funcionem de acordo com os objetivos planejados se devem a gestão que demonstrou ser dinâmica, participativa e colaborativa durante todo o período estagiado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
NÓVOA, Antônio. (org.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
MORAN, José Manuel. Gerenciamento das organizações. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/desafios_pessoais/organiz.pdf. Acesso 13 de Agosto de 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Diretrizes curriculares nacionais para o curso de pedagogia. Resolução CNE/CP 1/2006. 
ARROYO, Miguel G. Administração da educação é um problema político. RBAE.  Porto Alegre, 1(9): 122-8 jan. /jun. 1983.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Editora Paz e Terra – São Paulo, 1996.
UOL. Frases de Isaac Newton. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjQyMzQ0.Nov. Data de acesso: 10/10/15.
FREIRE, Paulo. (1979). Educação como prática da liberdade. 17.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
ANEXOS
A desinvenção
Há no sertão do Ceará uma pequena cidade chamada Salitre. Salitre tem pouco mais de 5 mil habitantes, que dormem, comem e amam em pequenas casas caiadas das mais diversas cores. Na rua atrás da igreja, entre a casa azul, de seu Dedé, e a casa amarela, de Dona Lurdes, há uma casa roxa. Na casa roxa mora o físico Anderson Motta do Nascimento. Desconhecido no Brasil, há poucas semanas Nascimento – como é chamado lá fora – vem causando calorosos debates na comunidade científica internacional, desde que apresentou sua tese no 28º Encontro Internacional de Física, na Bulgária. Anderson só conseguiu comparecer ao encontro graças à venda de três bodes, uma carroça e alguns sacos de feijão de corda, plantado nas últimas chuvas. No congresso, falando um russo fluente (coisa que mesmo os russos têm certa dificuldade em fazer), Anderson expôs sua invenção. Pelo que se tem comentado, trata-se da maior revolução tecnológica desde a invenção do pregador de roupas, e o brasileiro tem sido comparado a Sigmundo Bernstein, pai (e mãe) da tampa de rosca. Não é, na verdade, uma invenção, mas o contrário. Ele propôs, diante da plateia boquiaberta, nada menos que a desinvenção do carro. Segundo seu raciocínio, se o carro fosse desinventado, acabariam os acidentes de trânsito, uma vez que o próprio trânsito sumiria. Sem trânsito e sem a queima de combustíveis fósseis, o efeito estufa deixaria de existir, a poluição chegaria a níveis irrisórios (e risíveis) e o número de doenças pulmonares cairia drasticamente. Tendo que usar as pernas para a locomoção (coisa que, dizem alguns antropólogos, era costume em algumas tribos pouco desenvolvidas das Américas e da Polinésia), as pessoas seriam menos ansiosas, mais bonitas e saudáveis e o colesterol, numa visão otimista, também seria desinventado, ficando os enfartes, derrames e tromboses praticamente extintos. Sem a necessidade de asfalto por tudo que é lado, o solo poderia voltar a ser permeável e as enchentes nunca mais aconteceriam. A lista de benefícios que a desinvenção do automóvel traria é infinita, e não caberia num tratado, muito menos numa crônica.
Empolgados com os estudos de nosso ilustre conterrâneo, cientistas já declaram estarmos vivendo uma mudança nos paradigmas da ciência. Entramos, segundo o historiador Eric Hobsbawn, na Era das Desinvenções – possível título de seu próximo livro. Boatos indicam que a NASA estaria estudando os impactos sociais da desinvenção do telefone, o que acabaria com a linha ocupada, os trotes, os enganos, as chamadas a cobrar e faria com que as pessoas, a cada vez que quisessem se falar, se encontrassem. Ninguém ousa ainda comentar o que acontecerá se as desinvenções forem levadas a cabo, mas em Salitre, Ceará, dentro das casas coloridas, onde os amigos e parentes de Anderson dormem, comem e amam, agora também se prepara muita buchada, jerimum e farofa para a chegada do filho pródigo na próxima semana. Pelo menos por ali, durante alguns dias, a rotina está sendo desinventada.
Antonio Prata
Ambiente de aprendizagem
	
Interagindo com os colegas
Exploração com diversos objetos
		Refeitório: um ambiente de convívio e aprendizagem
Janete Ana Marotto (diretora da creche) e eu.
Atividade em sala de aula
		Trocando experiências
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