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17 - Escrita Fiscal -Tributações

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Escrita Fiscal – Tributações 
6.1 Conceito de pessoa física, jurídica e empresa 
Pessoa física e jurídica 
A pessoa jurídica nasce quando uma ou mais pessoas físicas se unem para 
formação de uma sociedade com vistas à realização de um determinado 
negócio. No entanto, a pessoa física se torna responsável perante as atitudes 
da pessoa jurídica, tornando, dessa forma, a grande interessada para que a 
última esteja sempre regular no que diz respeito às suas obrigações, seja ela na 
esfera federal, estadual ou municipal. 
Tabela 1 - Pessoa física e jurídica 
Pessoa 
física 
é todo indivíduo, não importando o sexo -- é uma pessoa natural. 
A personalidade civil da pessoa começa no nascimento e dura 
por toda a vida. Para efeito de exercer atividade econômica, a 
pessoa física pode atuar como autônomo(a) ou como sócio(a) 
da empresa ou sociedade simples (varia de caso para caso). 
Pessoa 
jurídica 
é a entidade abstrata (aquilo que não se pode tocar) com 
existência e responsabilidades jurídicas, por exemplo, uma 
empresa, uma associação ou companhia legalmente autorizada. 
Podemos compreender que, de uma maneira geral, todos nós 
somos pessoa física. Diferentemente, uma pessoa jurídica se refere 
a uma empresa. 
Empresa 
Como já diferenciamos a pessoa física da jurídica, agora iremos 
compreender a empresa, definida como uma organização com vistas a 
exercer uma atividade particular, pública ou de economia mista, que 
produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender alguém 
ou buscar soluções aos anseios da população. As empresas privadas têm 
como objetivo principal o lucro, que deve ser também uma consequência 
do processo produtivo. 
Já as empresas de titularidade do poder público têm como finalidade 
obter o bem-estar social. Assim, as empresas podem ser individuais ou 
coletivas, dependendo do número de sócios que as compõem. 
Para a empresa obter o sucesso esperado e, consequentemente, 
conseguir atingir o seu objetivo, que é o lucro (empresa privada), deve 
obedecer, segundo a Teoria Sistêmica, a alguns princípios administrativos, 
tais como: planejamento, organização, coordenação e controle: 
1. Planejamento – é o trabalho de preparação para qualquer 
empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; 
planificação. Elaboração por etapas, com bases técnicas 
(especialmente no campo socioeconômico), de planos e programas 
com objetivos definidos. 
2. Organização – ato ou efeito de organizar(-se). Como um ser vivo é 
organizado; conformação, estrutura. Modo pelo qual se organiza um 
sistema. Associação ou instituição com objetivos definidos. 
3. Coordenação – ato ou efeito de coordenar (integrar atividades 
diferentes). 
4. Controle – ato ao poder de controlar; domínio, governo. Fiscalização 
exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, ou 
sobre produtos, dentre outros, para que tais atividades ou produtos 
não se desviem das normas preestabelecidas (FERREIRA, 1989). 
Os conceitos já mencionados nos trazem uma ideia do que é necessário 
para a constituição de uma empresa, com relação à parte administrativa. 
Só que antes de colocarmos em prática, devemos realizar uma pesquisa 
de mercado e organizá-la de forma clara e objetiva, definindo o que irá 
desenvolver, bem como as atividades que serão distribuídas dentro e fora 
dela, de forma que o responsável, no caso o sócio – ou para quem este 
transferir tal poder –, deverá ter o controle de cada situação criada. 
Para abrir uma empresa, devemos observar todas as questões que 
envolvem sua estruturação, pois o custo dela é alto, a burocracia é grande 
e a responsabilidade, maior ainda. 
Noções de direito tributário: contribuinte, tributos e fato gerador 
De acordo com Dicionário Aurélio, contribuinte é quem contribui, ou paga 
contribuição (FERREIRA, 2006). 
Exemplo 1: se você possui um veículo, estará sujeito ao pagamento do 
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - IPVA, portanto, você 
é um contribuinte desse imposto. 
Exemplo 2: do mesmo modo, podemos citar uma pessoa que é proprietária 
de um imóvel (casa, apartamento dentre outros), ele deverá pagar o 
Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU, tornando-se também, um 
contribuinte desse imposto. 
Com base nos exemplos, podemos dizer que, se você paga um ou outro 
imposto, você é um contribuinte. 
Mas, o que são tributos, você sabe? Pois é, então iremos aprender mais a 
respeito de tributos. Segundo o Código Tributário Nacional – CTN: “tributo é 
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” 
(BRASIL, 1966, art. 3º). 
Segundo Fabretti (2001), podemos resumir que tributo é um pagamento 
compulsório, geralmente em moeda, e representa uma forma normal de 
extinção da obrigação tributária. Se autorizado em lei, o pagamento pode 
ser feito em outro valor que possa ser expresso em moeda. Ainda segundo 
o autor, quando se diz que não constitui sanção de ato ilícito, refere-se ao 
pagamento compulsório de multa por infração fiscal, e não por tributo. 
É importante evidenciar que o tributo só existirá se for exigido ou criado 
através de lei, ou seja, se não estiver regulamentado, não poderá existir. Os 
tributos podem ser classificados em: impostos, taxas, contribuição de 
melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. 
Também é importante entender o conceito de fato gerador: “fato gerador 
da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente a sua ocorrência” (BRASIL, 1966, art. 114). Esclarecendo melhor 
esse artigo do CTN, podemos falar que, quando vamos até um 
determinado local ou estabelecimento para realizar uma compra, e esta 
seja concretizada, ou seja, há entrega do produto/mercadoria, dá-se a 
ocorrência do fato gerador do imposto. 
Portanto, “fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, 
na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato 
que não configure obrigação principal” (BRASIL, 1966, art. 115). 
A obrigação acessória (normatizada por lei do ente federado competente 
para instituir o tributo) está detalhada em decreto ou normas 
complementares que não podem exigir mais do que a lei obrigou. 
Exemplo: a entrega, ao Fisco, de uma declaração chamada DPI – 
Declaração Periódica de Informações, documento em que a Secretaria 
da Fazenda Estadual terá informações sobre a apuração do ICMS (Imposto 
sobre Circulação de Mercadoria e Serviços), caracteriza obrigação 
acessória. 
Conforme o art. 119 do CTN, o sujeito ativo da obrigação é a pessoa 
jurídica de direito público titular com competência para exigir o seu 
cumprimento. 
Interpretando o artigo do CTN, podemos entender que o sujeito ativo é 
aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito 
passivo, ou seja, o sujeito ativo é o Estado. 
O sujeito passivo, conforme o art. 121 do CTN, é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Assim, sujeito passivo é quem deve ao Estado. Nesse caso, poderemos dizer 
que, se eu devo, foi em função da ocorrência do fato gerador 
caracterizado após uma venda ou entrega de uma mercadoria. Nesse 
momento, o Estado passa a ser credor. 
6.2 Microempresa federal, estadual e municipal e seus tipos de 
tributação: lucro presumido e simples 
Microempresa 
Microempresa (ME) é diferente de empresa de pequeno porte (EPP). 
A Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011, que altera 
dispositivos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, 
considera que ME ou EPP é a sociedade empresária, a sociedade simples, 
a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário 
devidamente registrado no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentose sessenta mil reais); 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) 
(BRASIL, 2011). 
Lembrando que, se a empresa iniciou suas atividades no decorrer do 
ano, essa receita será calculada proporcionalmente aos meses de 
funcionamento. Para compreender melhor o funcionamento da ME e da 
EPP, precisamos também entender o que é o Estatuto Nacional da 
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte - Simples Nacional, conforme 
detalhado abaixo. 
Simples nacional 
O nome Simples Nacional sugere algo fácil e muito simples de se entender. 
Pois, então: no decorrer da aula, você irá chegar à conclusão se é mesmo 
fácil de ser entendido ou se é apenas uma ideia sugerida pelo nome. 
O Simples Nacional é conhecido como o Estatuto Nacional da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Essa designação veio por 
meio da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que, por 
sinal, é nossa principal referência para a compreensão do uso do Simples 
Nacional na Escrita Fiscal. Junto a essa mesma lei foi instituído o Regime 
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuição. 
Percebe-se que o artigo 1º da Lei Complementar nº 123 estabelece normas 
relativas ao tratamento diferenciado para as ME e EPP no âmbito dos 
Poderes da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, tais 
como apuração e recolhimento de imposto de forma unificada, algumas 
obrigações trabalhistas e previdenciárias, dentre outros. 
Você saberia enquadrar uma empresa no regime simplificado? Veja como 
proceder para executar o enquadramento da empresa nele: 
1. Certifique-se de que a empresa tenha inscrição federal, estadual 
e/ou municipal e esteja regular nessas esferas. 
2. Verifique se a empresa não incorre em vedações (quando está 
impedida) para formalizar o seu desejo de enquadramento nos 
prazos estipulados pela Receita. 
Para isso, existe o portal do Simples, no site da Receita Federal do Brasil. Lá, 
seu pedido será analisado e, posteriormente, a Receita informará se foi 
deferido (aceito) ou não. Agora, veremos algumas atividades e situações 
que não podem ser enquadradas no Simples Nacional. 
Qualquer empresa poderá optar pelo Simples? 
Teremos esta resposta, na íntegra, se consultarmos o art. 17 da Lei nº 
123/2006. Mas adiantamos que nem todas as empresas podem se 
enquadrar no Simples. Vejamos a seguir algumas situações em que não é 
permitido o enquadramento. 
Não poderão se enquadrar no Simples as empresas: 
1. Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de 
ativos, compras de direitos creditórios resultantes de vendas 
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 
2. Que tenham sócio domiciliado no exterior; 
3. Cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou 
indireta, federal, estadual ou municipal; 
4. Que prestam serviço de transporte intermunicipal e interestadual de 
passageiros; 
5. Que exercem atividade de importação ou fabricação de 
automóveis e motocicletas. (BRASIL, 2006, art. 17). 
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento 
único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
1. Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
2. Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, desde que não seja para 
importação de bens e serviços; 
3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, 
desde que não seja para importação de bens e serviços; 
5. Contribuição para o PIS/Pasep, desde que não seja para 
importação de bens e serviços; 
6. Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, 
a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 
24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa 
de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de 
serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar; 
7. Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; 
8. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS (BRASIL, 2006, art. 
13, caput). 
9. Agora abordaremos algumas curiosidades dentro do Simples 
Nacional. Vejamos: 
 
10. Lucro presumido 
11. Como você já adquiriu uma noção sobre o Simples Nacional e viu 
que ele não é complicado, passaremos para outro tipo de 
tributação, conhecido como lucro presumido. Ele também é muito 
fácil de ser compreendido: 
12. O lucro presumido é uma forma de tributação simplificada, utilizada 
para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Pessoas Jurídicas que 
não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro 
real (FLORESTA, 2009, p.75). 
13. O lucro presumido surge como opção a partir do pagamento da 
primeira ou da única quota do imposto. Caso a pessoa jurídica 
tenha iniciado sua atividade no decorrer do ano, a forma de opção 
também se dá no pagamento da quota que é referente ao trimestre 
que ela iniciou sua atividade. Explicando melhor: nas guias 
recolhidas, existe um código diferente para cada tipo de imposto. 
Para a opção da tributação sobre o lucro presumido deve-se usar o 
código 2089. 
14. Todas as empresas que não estão obrigadas ao lucro real e seu 
faturamento no ano-calendário imediatamente anterior não tenha 
ultrapassado R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) ou 
R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número 
de meses de atividade. 
15. Regime de caixa e regime de competência 
16. Perceba que, no lucro presumido, pode-se optar para pagar os 
impostos com base no regime de caixa, o que se concretizará 
somente quando você receber por esse serviço prestado ou pela 
venda da mercadoria. Já o regime de competência, 
independentemente do recebimento ou não, estabelece a 
obrigação de pagá-los. 
17. Veja um exemplo de regime de caixa: você fez uma venda no mês 
de abril, porém, o seu recebimento será somente em junho. Apenas 
no período do recebimento, em junho, é que você irá apurar o 
imposto referente a essa venda. 
18. No regime de competência, de acordo com o mesmo exemplo, a 
apuração deveria ocorrer no mês de abril, quando aconteceu a 
venda. 
19. Veremos que a base de cálculo (valor em que é aplicada a 
alíquota) é variável, conforme a atividade exercida pela empresa. O 
percentual aplicado é de acordo com a Lei nº 9.249/95. Nesta, 
podemos consultar, na íntegra, cada atividade. A alíquota é única, 
independentemente da atividade prestada pela empresa, é 15% 
(quinze por cento) sobre a base de cálculo e estará sujeita a um 
adicional de 10% (dez por cento), caso o lucro do trimestre 
ultrapasse R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ou seja, R$ 20.000,00 (vinte 
mil reais) a cada mês. Assim, teremos que calcular esse percentual 
sobre o valor que ultrapassar o limite. Quanto ao prazo de 
pagamento, será o último dia útil do mês seguinte ao encerramento 
do trimestre (BRASIL, 1995). 
6.3 Microempresa e tipos de tributação: lucro arbitrado e lucro real 
Lucro arbitrado 
Podemos entender que: 
O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do 
imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. 
É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de 
cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou 
presumido, conforme o caso (BRASIL, 2013). 
A realização da apuração pelo lucro arbitrado pode ser também efetuada 
de forma espontânea pelo(a) contribuinte. Com base nisso, temos duas 
situações: uma, por meio de uma imposição da autoridade tributária, caso 
algum tipode obrigação acessória determinada por outro tipo de 
tributação não tenha sido prestada; a outra, de forma espontânea. 
Veja um exemplo em que a empresa deixou de apresentar os livros para 
fiscalização. É preciso lembrar que é obrigatório apresentá-los para a 
fiscalização e, posteriormente, para a tributação a que ela esteja 
enquadrada. Perceba que, se os livros não forem apresentados, diante do 
não cumprimento da norma, a empresa fica obrigada a optar pelo lucro 
arbitrado. 
Quanto à opção de forma espontânea pelo(a) contribuinte, muitas vezes, 
percebe-se que este pensa poder ausentar-se/livrar-se de algumas 
obrigações, como a escrituração contábil (livro razão, diário). 
Você sabe como optar pelo lucro arbitrado? Vejamos como proceder. 
A opção se dá com o pagamento da primeira ou da única quota do 
imposto de renda. A definição será de acordo com o código utilizado no 
preenchimento da guia e, a partir do recolhimento, se dá a opção. 
E a base de cálculo, como fica? 
Existem várias bases de cálculo e elas podem ser utilizadas dependendo 
de qual seja a atividade exercida pela empresa. Essas bases variam entre 
1,92% –revenda de combustíveis, a menor alíquota – e 45% – instituições 
financeiras, a maior alíquota. 
Pode-se optar pelo regime de caixa nessa tributação? Não! Nessa 
modalidade, via de regra, deve-se apurar o imposto no regime de 
competência, exceto em alguns casos que poderão ser vistos na Instrução 
Normativa – IN da Receita Federal do Brasil – RFB nº 93, de 1997 (art. 41, § 
2º, e arts. 42 e 43). 
E quanto à alíquota e ao prazo de pagamento? Se a alíquota for de 15% 
(quinze por cento), o prazo de pagamento será no último dia útil do mês 
seguinte ao encerramento do trimestre. Caso ultrapasse R$ 60.000,00 
(sessenta mil reais) no trimestre, estará sujeita ao adicional de 10% (dez por 
cento). 
Será que existe algum tipo de declaração acessória? 
Primeiro, a declaração acessória é a declaração que acompanha a 
obrigação principal. Podemos dizer que o pagamento do Imposto sobre 
Circulação de Mercadoria e Serviço – ICMS é uma obrigação principal. 
Assim, a escrituração no livro de apuração do ICMS é considerada uma 
declaração acessória. 
Apesar de a empresa, em algumas situações, ser obrigada ao lucro 
arbitrado, ela também deverá cumprir suas obrigações acessórias. 
 
Lucro real 
Quando se fala em lucro real, temos como fonte de pesquisa o 
Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 (BRASIL, 1999). 
Podemos dizer que lucro real é um regime de apuração no qual a base de 
cálculo do imposto é apurada segundo normas contábeis e fiscais, 
conforme legislação comercial e fiscal. Essa modalidade de tributação é 
mais utilizada nas grandes empresas, no entanto, isso não impede que 
empresas consideradas pequenas ou de menor porte possam fazer esta 
opção para sua tributação. 
Perceba que a apuração é feita na parte A do Livro de Apuração do 
Lucro Real – LALUR, e devem ser consideradas adições e exclusões ao lucro 
líquido do período de apuração do imposto e compensações de prejuízos 
fiscais previstos na legislação. De maneira geral e simples, podemos dizer 
que as adições são alguns gastos ou despesas deduzidas na apuração do 
lucro. Elas não estavam previstas na legislação, dessa forma, são 
adicionadas para que chegue ao valor correto do lucro. A respeito da 
exclusão, podemos dizer que poderão ser excluídos do lucro líquido os 
valores cuja dedução seja permitida e sejam mantidos os que não foram 
apurados. Além do mais, é importante saber que temos opções dentro do 
lucro real. 
Veja que temos como opção o lucro real trimestral e o anual, sendo que a 
primeira modalidade será calculada ao final de cada trimestre (31/03, 
30/06, 30/09 e 31/12) como sugere o próprio nome. A segunda modalidade 
permite que se faça com base em estimativa, por meio do balanço de 
redução ou suspensão e apuração do lucro anualmente. 
Quanto à estimativa - podemos dizer que é um cálculo aproximado, 
portanto, o valor real do imposto será calculado mediante apuração do 
lucro real anual. 
De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99, o lucro real 
trimestral, quando ocorre prejuízo em determinado trimestre, esse só 
poderá ser compensado em 30% (trinta por cento) do lucro do(s) 
trimestre(s) seguinte(s), sendo que o prazo para o pagamento dos valores 
efetivamente apurados é o último dia útil do mês posterior ao 
encerramento. 
O lucro real anual é calculado por estimativa ou ainda por meio do 
balanço de redução ou suspensão, sendo que o(a) contribuinte poderá 
compensar de forma integral os prejuízos dentro do próprio ano-
calendário, além de compensar os valores que foram pagos a partir das 
estimativas realizadas mensalmente. 
Apesar de a apuração ser realizada mês a mês, é considerada anual, 
porque no último dia do ano é feito um levantamento com intuito de 
apurar se o valor do imposto pago foi efetuado de maneira correta ou se 
ainda falta algum complemento. Podemos também suspender ou reduzir o 
pagamento do imposto devido, desde que demonstrado por meio de 
balanços e balancetes que o valor recolhido tenha ultrapassado o valor do 
imposto. 
Outra informação importante e que nos ajudará bastante é a forma de 
preenchimento da guia, pois, ao efetuar o pagamento da primeira, existirá 
um código da Receita Federal do Brasil. Quando efetuado o recolhimento 
com esse código escolhido, dar-se-á como opção a escolha do regime de 
tributação que valerá durante todo o ano-calendário. 
Você imagina qual a base de cálculo e a alíquota? 
No lucro real, é importante saber que a base de cálculo acontece de 
acordo com a atividade desenvolvida e sua alíquota é de 15% (quinze por 
cento), sujeita ao mesmo adicional de 10% (dez por cento) do lucro 
presumido e arbitrado caso ultrapasse R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) por 
trimestre. 
Será que existe algum tipo de imposição para a participação no lucro real? 
Na verdade, algumas situações são determinadas pela legislação, que 
estabelece a alguns segmentos a obrigatoriedade de recolhimento de 
impostos com base no lucro real. Outro aspecto observado é a questão do 
faturamento. A receita alcançada pela empresa no ano anterior que 
ultrapassar R$ 48.000.000, 00 (quarenta e oito milhões de reais) está 
obrigada ao recolhimento, na forma do lucro real. 
E quanto à dedução de impostos? Ela existe? 
Existe, mas devemos ficar atentos ao que determina o Regulamento do 
Imposto de Renda, sendo que a pessoa jurídica precisa atender a algumas 
condições para utilização desta dedução, como os limites estipulados em 
caso de doação, incentivos fiscais, dentre outros. 
Agora que adquirimos uma noção sobre os tipos de tributação, podemos 
dizer que, sem estarmos obrigados a nenhum regime específico, seria 
viável realizar uma espécie de planejamento tributário. Poderíamos buscar 
dados relativos às expectativas da empresa, analisar cada caso e definir o 
que é mais vantajoso e menos oneroso, com intuito de economizar o 
imposto, não importando a esfera, se é federal, estadual ou municipal. 
Devemos observar o que é legal, porque, às vezes, como contribuinte, 
pagamos mais impostos do que deveríamos, por falta de conhecimento ou 
por não termos feito uma preparação ou planejamento.

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