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A importância da Lei Lucas na formação e na prática dos professores da Educação Infantil no Brasil

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROFESSOR ALDO MUYLAERT CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A importância da lei Lucas na formação e na prática dos professores da Educação Infantil no Brasil
1 Introdução 
Este trabalho aborda sobre a lei n° 13.722, de 04 de outubro de 2018, conhecida também como lei Lucas. Apresenta discussões pertinentes sobre a importância da capacitação em primeiros socorros (PS) de professores e funcionários de instituições de ensino. Abordando também a falta de informação a respeito do que é à lei Lucas, sua contribuição na formação e na prática docente e na implementação nas escolas.
É objetivo desse trabalho: Discutir a importância da Lei Lucas na formação e na prática dos professores da Educação Infantil. Para isso, a metodologia utilizada será com uma abordagem qualiquantitativa, utilizando questionários no decorrer da pesquisa.
Esse tópico está em construção e será desenvolvido até a conclusão do trabalho.
2 Justificativa 
A necessidade de estudar sobre a importância da capacitação em noções de primeiros socorros de professores em escolas de ensino público e privado, surgiu de um incômodo ao notar que essa capacitação apesar de ser obrigatória por lei (lei n°13.722 – lei Lucas, de 04 de outubro de 2018) em algumas instituições não é posta em prática, visto que de acordo com um estudo feito por BRITO (2020) em uma escola privada 56,8% dos participantes, sendo esses professores, não tiveram nenhuma capacitação inicial de primeiros socorros. 
Este projeto pretende investigar a falta de informação a respeito do que é a lei Lucas – n°13.722 e como ela deve ser implementada nas escolas. Além disso, também é pretendido trabalhar a importância dos primeiros socorros em ambiente escolar e sua contribuição para a autonomia e empoderamento de professores em situações de emergência e risco no seu local de trabalho. 
De acordo com SILVA et al (2013) a falta de preparo e conhecimento no âmbito escolar de profissionais de ensino em relação a primeiros socorros gera prováveis situações incorretas como por exemplo, a manobra de “Heimlich” utilizada para desobstrução das vias aéreas em casos de engasgo. HEIMLICH (1979) criador da manobra, afirma que é fundamental que todos os funcionários de instituições escolares saibam realizar a manobra de maneira correta, pois são eles os primeiros a presenciarem e iniciarem os primeiros socorros em casos de obstrução das vias aéreas. É importante destacar nesse sentido, que a capacitação em primeiros socorros de um corpo docente, de acordo com a lei Lucas, contribui com a redução dos índices de morbimortalidade[footnoteRef:1] decorrentes de acidentes na infância. [1: De acordo com informações do site governamental: Morbimortalidade é um conceito composto por dois subconceitos: morbilidade e mortalidade. Sendo morbilidade a presença de uma determinada doença em uma população. E a mortalidade a estatística de mortos em uma população. Portanto, morbimortalidade é o conceito que se refere ao índice de pessoas mortas em decorrência de uma doença específica dentro de determinado grupo populacional. https://www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/divulgacao-do-perfil-de-morbimortalidade-da-unidade-hospitalar-1 (acesso em 25/05/2022) ] 
OLIVEIRA E PEREIRA (2015) afirmam que é necessário que toda a comunidade escolar tenha acesso a essa formação, uma vez que os acidentes acontecem com mais frequência em ambientes domésticos e escolares. Além de ser uma formação complementar prevista na lei Lucas e que futuramente tem a possibilidade de ser inserida na grade curricular acadêmica dos profissionais da educação. 
Em hipótese os resultados obtidos através desse projeto irão beneficiar os professores, os alunos e consequentemente a escola. Pois através da lei Lucas os profissionais da educação terão preparo e clareza sobre os primeiros socorros no ambiente escolar. Contribuindo para uma escola segura e preparada para receber os alunos.
De acordo com o art.6° da Constituição Federal de 1988 – CF: 
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, à assistência aos desamparados, na forma da Constituição. (BRASIL,1988)
Os conceitos de educação e saúde são direitos sociais importantes para o ser humano. Pois de acordo com PEREIRA (2003) são áreas de produção e aplicação de saberes destinado ao desenvolvimento humano. Além da CF (1988) outro documento que aponta os direitos, porém da criança e do adolescente é o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n.8069, de 13 de julho de 1990). 
A criança e o adolescente tem direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. (BRASIL, 1990)
Ou seja, é indispensável para a criança e para o adolescente proteção à vida, mas também a criação de políticas públicas que asseguram esses direitos. A lei n°13.722, conhecida como “Lei Lucas” é uma lei que garante a proteção e segurança das crianças e dos adolescentes no ambiente escolar. Pois ela torna obrigatória a capacitação de professores e demais funcionários de escolas públicas e privadas em noções básicas de primeiros socorros.
No dia 03 de junho de 2022 a prefeitura da cidade de Campos dos Goytacazes publicou em seu site oficial que as creches do município estão recebendo curso de primeiros socorros em parceria com a Faculdade de Medicina de Campos - FMC. O secretário municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres frisou a importância da capacitação e lembrou que acidentes com tampas de caneta, moedas e alimentos são recorrentes em ambientes escolares. E de acordo com dados do Ministério da Saúde, engasgo e sufocação são uma das principais causas de mortes de bebês de até um ano de idade.
De acordo com o médico Leonardo Muniz, professor responsável pela subcoordenação de Internato em Urgência e Emergência/ Atenção Básica/ Saúde Coletiva/ Saúde Mental/ Saúde da Família e Comunidade: 
Vários estudos nacionais mostram que 1/4 dos acidentes acontecem dentro do ambiente escolar. Em hospitais de ensino como o da Fiocruz, Cruz Vermelha e Albert Einstein, já existiam esses cursos de primeiros socorros e nós da Faculdade de Medicina de Campos também decidimos ofertar para professores da rede pública, e temos obtido uma excelente resposta. (MUNIZ, 2022, p.1)
A capacitação ofertada pela prefeitura da cidade é baseada na lei Lucas, que orienta os municípios a ofertaram o curso de capacitação para os professores da rede pública de ensino. Sendo assim, a prática profissional se alinha a lei tornando os profissionais da educação capacitados para eventuais situações de emergência. 
3 Objetivo Geral
Discutir a importância da lei Lucas na formação e na prática dos professores na Educação Infantil. 
4 Objetivos Específicos 
· Mostrar a importância da Lei Lucas na sociedade e no ambiente escolar
· Propor a capacitação em PS, de acordo com a lei n° 13.722 para professores e funcionários nas escolas.
· Identificar a propensão de acidentes com crianças na Educação Infantil 
5 Questões de Pesquisa
Temos como questões norteadoras de análise do tema, as seguintes perguntas:
· O que é primeiros socorros?
· O que é a Lei Lucas?
· Qual a importância da lei Lucas na formação dos professores? 
· Qual a importância da lei Lucas na prática dos professores? 
6 Metodologia 
Este estudo é classificado como uma pesquisa de natureza aplicada, pois é pretendido gerar novos conhecimentos, informações, propondo soluções para os problemas atribuídos a falta de informação e capacitação dos professores, com base na lei n°13.722. A abordagem escolhida foi a qualiquantitativa pois através dela o trabalho apresentará dados obtidos por meio de questionários, com o objetivo de quantificar os profissionais de educação que conhecem a leiLucas e que já participaram de cursos de formação em primeiros socorros, uma vez que de acordo com LEITE et al., (2013): “Com preparação, é fácil o reconhecimento dos riscos e a contenção dos mesmos.” Quanto ao tipo, caracteriza-se em caráter explicativo, uma vez que é necessário não só expor o problema e suas causas, mas também apresentar a ferramenta de solução (lei Lucas – n°13.722) visto que ela já foi sancionada pelo Congresso Nacional em 2018 no governo do presidente Michel Temer, mas se faz necessário ser devidamente implementada e fiscalizada nas instituições de ensino. Já o procedimento técnico foi escolhido o levantamento pois através dessa pesquisa é desejável conhecer o comportamento dos profissionais de educação que recebem essa capacitação.
7 Procedimentos de Metodologia
São procedimentos metodológicos a serem usados nessa pesquisa:
· Fazer um levantamento bibliográfico;
· Apontar e identificar os acidentes que acontecem com mais frequência no ambiente escolar;
· Entrevista estruturada com professores da Educação Infantil; 
· Estudar e registrar como essa capacitação proposta na lei Lucas pode contribuir na atuação dos professores.
Capítulo 1 
Primeiros socorros na escola
De acordo com o manual de primeiros socorros do Núcleo de Biossegurança Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ):
Podemos definir primeiros socorros como os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada. (BRASIL, 2003)
Autores como Leite e Ragadali definem os primeiros socorros (PS) de maneira clara e resumida. Ragadali et al., (2015) explica PS como os procedimentos realizados de maneira imediata em uma vítima que sofreu algum acidente, antes da chegada de um atendimento profissional de saúde. Tendo por finalidade manter os sinais vitais da vítima, garantindo a vida. 
Leite et al., (2018) também diz que os primeiros socorros são procedimentos simples que tem como objetivo salvar vidas em situações desastrosas de urgência e emergência. Com procedimentos que visam à prestação de assistência rápida à uma pessoa acidentada, até a chegada do socorro especializado.
A falta de informações e preparo em primeiros socorros é um risco que pode gerar sequelas nas vítimas, podendo em alguns casos levar a óbito por falta de treinamento adequado em situações emergenciais. Segundo Moreno e Fonseca (2021) as duas horas após o acidente são as mais decisivas para garantir a saúde e preservar a vida. Caso contrário, se a realização do atendimento for feita de forma incorreta pode gerar danos temporários ou até mesmo permanentes à vítima. 
Ragadali et al., (2015) afirma que qualquer pessoa pode prestar os primeiros socorros, desde que tenha conhecimento do manuseio das técnicas corretas, de quando realizá-las e o tempo correto de iniciar e parar.
Por isso, Moreno (2021) apud Nardino et al., (2012) aponta que: “[..] o incentivo a população sobre noções básicas de primeiros socorros é de suma importância, uma vez que sua execução é um dever moral e sua negligência é configurada crime.” 
De acordo com o Código Penal: 
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo, sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparado ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. (BRASIL, 1940)
É importante que as pessoas busquem conhecimento em primeiros socorros através de cursos e treinamentos, uma vez que isso beneficia e se torna uma bagagem de grande conhecimento e relevância, podendo ser usada em todas as áreas da vida.
 Nos dias de hoje, a educação em saúde precisa ser um assunto de fácil acesso a toda a população e não somente aos profissionais de saúde e aos estudantes. Pois são frequentes as ocorrências de acidentes em ambiente doméstico e escolar. (OLIVEIRA et al., 2015; PEREIRA et al., 2015). 
Com o intuito de diminuir a distância entre a escola e a saúde foi criado o Programa Saúde na Escola (PSE) pelo Ministério da Saúde, através do decreto n°682/2007. Com a finalidade de promover ações de prevenção, promoção e atenção à saúde para estudantes das instituições públicas de educação básica afim de contribuir para a formação integral dos mesmos.
O artigo 3° do decreto explica que: 
O PSE constitui estratégia para a integração e a articulação permanente entre as políticas e ações de educação e de saúde, com a participação da comunidade escolar, envolvendo as equipes de saúde da família e da educação básica. (BRASIL, 2007)
Ou seja, o PSE tem como objetivo a instituição de políticas de promoção e melhoria da qualidade de vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos que utilizam a educação pública, envolvendo os professores e os funcionários dessas instituições. (Lino et al., 2018)
Os acidentes aqui citados podem ser definidos como: “Todo acontecimento não intencional, de origem externa, que resulta em lesões físicas e/ou emocionais, em ambientes domésticos ou sociais, incluindo o âmbito escolar.” (MATTEUSSI LINO et al., 2018, p.88)
De acordo com Silva et al., (2017) a escola se torna um ambiente favorável a acidentes, pois é um local onde há interação entre crianças e adolescentes, desenvolvendo várias atividades inclusive as esportivas. Sendo também um espaço em que as crianças estão em constante potencialização.
Os acidentes em ambiente escolar estão se tornando cada vez mais frequentes, pois de acordo com Aoyama e Magalhães (2020) as crianças estão passando a maior parte do tempo no ambiente escolar. Segundo Terassi et al., 2018 em média as crianças passam um terço do seu tempo nas escolas. 
Isso se dá devido a necessidade de a maior parte do grupo familiar trabalhar com uma carga horaria excessiva, a fim de conseguir honrar os compromissos financeiros. Dessa forma passam bastante tempo fora de casa, o que resulta nas crianças estarem matriculadas em atividades extracurriculares ou até mesmo em instituições de ensino integral. (AOYAMA et al., 2020, p.41). 
É importante destacar a importância do conhecimento sobre o desenvolvimento da criança, visto que são diversas situações que podem vir a ocorrer no âmbito escolar. Ceccon et al., (2000) aponta que é importante compreender as fases do desenvolvimento da criança na intenção de observar os acidentes que cada idade pode oferecer.
De acordo com Genesini et al., (2021) a infância é uma fase do desenvolvimento vital do ser humano que se caracteriza pela curiosidade, sinais do corpo em desenvolvimento e aprendizados diversos. Se tornando uma fase de grande preocupação dos responsáveis e professores em relação a determinadas situações (Silva et al., 2017)
Ceccon et al., (2000) diz que a uma criança de zero a seis meses tem menos chance de se machucar, pois nessa fase a criança pouco se locomove. Logo, os acidentes que essa criança pode vir a sofrer são: engasgo ou queda no trocador durante a troca de fraldas. 
Já uma criança de um a três anos que está na “fase da descoberta”, iniciando a deambulação, o que aumenta os riscos de acidentes como queda, que pode causar traumas cranianos ou de membros. 
As fases sensório-motor (0 – 2 anos) e a pré-operatória (2 a 7 anos) são fases da pré-escola em que as crianças tem comportamentos cognitivos modificados de acordo com a assimilação que tem sobre si e sobre o ambiente. Até alcançarem uma fase em que a aprendizagem é ofertada de acordo com o nível de desenvolvimento biológico da criança, respeitando seu contexto social e sua individualidade.
Baseando-se nessas informações, Carvalho (1997) explica que nessas fases as crianças estão mais suscetíveis a acidentes, pois ainda não conseguem assimilaros riscos que algumas situações podem oferecer pela falta da aptidão motora, coordenação do sistema nervoso e sensorial. [...] “E pela falta do senso de percepção de risco e do instinto protetivo.” (OLIVEIRA aput GOMES et.al., 2013)
Por isso existe a necessidade da promoção da saúde envolvendo a prevenção de acidentes no ambiente escolar, pois é um ambiente em que as crianças que frequentam estão em fase de desenvolvimento constante, fazendo uso das suas atividades motoras e buscando novas descobertas. E diante disso, por não possuírem noções de perigo são expostas a situações de risco. (PEREIRA et al., 2020)
De acordo com o Criança Segura (2020) cerca de 1 milhão de crianças de 0 a 14 anos morrem por ano, no mundo, vítimas de acidentes. Desse total, 3,7 mil são crianças brasileiras. Os acidentes que mais se destacam e são os causadores de mortes infantis são os acidentes de trânsito, o sufocamento e o afogamento, onde esses tipos de ocorrências costumam ser fatais.
No ano de 2018, no Brasil cerca de 791 crianças de até 14 anos morreram vítimas de sufocamento. Desse total, 75,85% dessas crianças tinham abaixo de 1 ano de idade. Estudos feitos pelo Criança Segura Brasil mostram que no estado do Rio de Janeiro, por ano morrem aproximadamente 150 crianças por sufocamento, de 0 a 14 anos.
Dentre os acidentes os mais comuns ocorridos na infância, podendo acontecer na escola ou no seu entorno são: engasgos, cortes, queimaduras, afogamentos, quedas entre outros. (Pereira et al., 2020). De acordo com um estudo feito por Letícia Spina Tapia em (2018), cerca de 10% a 25% de acidentes que envolvem pessoas e que influenciam nos índices de morbidade e mortalidade ocorrem no ambiente escolar. 
De acordo com Carvalho (2014), “no ambiente escolar os docentes são os profissionais com maior potencialidade de realizar os cuidados de primeiros socorros nas situações de mal-estar e de acidentes em sala de aula ou nos demais espaços das escolas.” Porém, diante dessa afirmação, é comum que esses mesmos profissionais não realizam de maneira correta os atendimentos em PS nas vítimas por falta de preparo e capacitação. 
Por isso, a gestão escolar ao investir nessa formação continuada para os docentes torna o ambiente escolar mais seguro e eficaz para os possíveis atendimentos às vítimas de acidentes.
Mediante isso, é nítida a necessidade da criação e implementação de treinamentos e cursos para uma formação continuada que visam à capacitação em noções em primeiros socorros, podendo ser inseridos futuramente na grade curricular dos profissionais da educação. (Moreno et al., 2021) Incentivando assim as instituições de ensino a promoverem capacitações e suporte para os profissionais estarem preparados para possíveis atendimentos emergenciais, como também a prevenção destes acidentes. (Machado et al.,2014)
 
1.1 Lei 13.722 (Lei Lucas)
A Lei n°13.722 também conhecida como Lei Lucas foi sancionada em 04 de outubro de 2018 afim de estabelecer a obrigatoriedade da “capacitação em noções básicas de primeiros socorros para professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.” (BRASIL, 2018)
A Lei surgiu depois da morte de um menino de 10 anos chamado Lucas Begalli Zamora, em setembro de 2017 na cidade de Campinas – SP. No dia 27 de setembro de 2017, Lucas Begalli foi com o Colégio Rio Branco – Campinas, no qual estudava a 4 anos, a um passeio de estudo em uma fazenda na cidade de Cordeirópolis interior de SP. 
No refeitório da fazenda foi servido cachorro quente para todos os alunos na hora do lanche. Lucas engasgou-se com um pedaço da salsicha, e naquele momento por não ter nenhuma pessoa hábil para prestar os devidos primeiros socorros (manobra Heimlich ou de desengasgo + reanimação cardiorrespiratória – RCP) estudante veio a óbito em decorrência de asfixia por engasgamento. 
Diante disso, Alessandra Zamora, mãe do menino Lucas, e sua irmã Andrea Zamora transformaram o luto em luta e criaram um movimento chamado “Vai Lucas” através das páginas criadas nas redes sociais, com o intuito de conscientizar as pessoas da importância desse tema, a busca por capacitação e a fiscalização e cobrança desse preparo nos locais indicados.
Esse movimento resultou no projeto de Lei Lucas que foi idealizado e apresentado de município em município. Em maio de 2018, a lei foi sancionada como lei municipal na cidade de Campinas sob o n°15.595. Dentro de 3 meses, já havia 500 municípios com o projeto tramitando e o estado de São Paulo foi o primeiro a implantá-lo. 
Logo em seguida, o projeto chegou na Câmara dos deputados e foi aprovado por unanimidade com 39 dias de tramitação, e ficou conhecido como um dos projetos mais rápidos da história da Câmara. Ao chegar no Senado a tramitação também aconteceu de forma rápida, em 6 meses. E após 1 ano e 5 dias da morte do Lucas, o até então Presidente da República Michel Temer sancionou.
Neste capítulo ainda serão desenvolvidos assuntos como: tramitação da lei n°13.722, a política pública em saúde no contexto escolar e a análise da lei.
Capítulo 2 
 Formação de professores em primeiros socorros (PS)
De acordo com Libâneo (2004): 
Os cursos de formação inicial têm um papel muito importante na construção dos conhecimentos, atitudes e convicções dos futuros professores necessários à sua identificação com a profissão. Mas é na formação continuada que essa identidade se consolida, uma vez que ela pode desenvolver-se no próprio trabalho. (LIBÂNEO, 2004, p. 75)
O termo, formação de professores é utilizado para definir a etapa necessária, por meio de cursos de graduação em Licenciatura e Pedagogia, habilitando assim o profissional a lecionar. A formação dos docentes também pode ser definida como um processo formativo adquirido pelo docente quando ele já se encontra inserido no mercado de trabalho e tem como objetivo aprimoramento profissional. Tem as seguintes denominações: formação contínua, formação continuada e formação complementar. 
Neste capítulo ainda serão desenvolvidos assuntos como: a importância da formação continuada, a abordagem da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e as Diretrizes e Bases da Ed. Nacional sobre a formação continuada dos professores
8 Referências 
GENESINI, Géssica; SANTOS, dos Fernanda; CONTE, Magali; LOHMANN, Paula Michele e ZANOTELLI, Alissara. Primeiros socorros na educação infantil: percepção dos educadores. 2021
MORENO, Silvia Helena Reis; FONSECA, João Paulo Soares. A importância das oficinas de primeiros socorros após a implantação da lei Lucas: a vivência de um colégio. Curitiba: Brasilian Jounal of Health Review, 2021. 
AOYAMA, de Andrade Elisângela; MAGALHÃES, Moreira Rodrigues Kelle. A importância do conhecimento em primeiros socorros entre profissionais da área de educação no ambiente escolar. ReBIS – Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, 2020. 
Brasil. Lei 13.722/2018, de 4 de outubro de 2018. Lei Lucas. Torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Brasília, DF: Presidência da República. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/Lei/L13722.htm.
https://www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/divulgacao-do-perfil-de-morbimortalidade-da-unidade-hospitalar-1
https://campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=72108
BRASIL, O Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990. UOL. Brasil tem 3ª maior taxa de evasão escolar entre 100 países, diz PNUD. São Paulo, 14/03/2013, disponível em: http://www.agendasocialecidades.com/?p=3352, acesso em 23/05/2022
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro. Fundação OswaldoCruz, 2003. 
https://www.papodemae.com.br/noticias/vivo-para-ressignificar-a-morte-de-meu-filho-revela-mae-de-lucas.html
 DE OLIVEIRA, MÁRCIA VALÉRIA ROSA. Primeiros socorros em escolas privadas de educação infantil. Dezembro, 2016.
MORENO, Silvia Helena Reis; FONSECA, João Paulo Soares. A importância das oficinas de primeiros socorros após implantação da lei Lucas: a vivência de um colégio. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 2, p. 4661-4674, 2021.
PEREIRA, Davison; DA SILVA, Ilda Cecília Moreira; LOUREIRO, Lucrécia Helena. Educação infantil: estratégia de capacitação dos professores em primeiros socorros. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, p. e574997624-e574997624, 2020.
GENESINI, Géssica et al. Primeiros socorros na educação infantil: percepção dos educadores. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, p. e5210111279-e5210111279, 2021.
DE ANDRADE AOYAMA, Elisângela; MAGALHÃES, Kelle Rodrigues Moreira. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS ENTRE PROFISSIONAIS DA ÁREA DE EDUCAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR. Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, 2020.
FERNANDES, RITA FERNANDA MONTEIRO et al. LEI LUCAS: IMPLANTANÇÃO DA LEI NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO A PARTIR DE UM PROJETO DE EXTENSÃO. In: Congresso Internacional em Saúde. 2021.
ROSA, Charles Baptista. A implementação de instrução de suporte básico de vida por parte do CBMERJ aos profissionais das instituições da rede pública de ensino do RJ. 2021.
BASTOS SOUSA, Mariana. A OBRIGATORIEDADE DOS PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS: ANÁLISE DA LEI 13.722/2018. Iniciação Científica Cesumar, v. 22, n. 2, 2020.

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