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13 - Estatuto dos servidores públicos do Rio de Janeiro - PARTE 2

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Aula 12
PC-RJ (Investigador) Direito
Administrativo - 2021 (Pós-Edital) Prof.
Herbert Almeida
Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
12 de Novembro de 2021
13815356741 - Paulo Roberto Lopes C Junior
 
 
 
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Sumário 
1 Estatuto dos servidores públicos do Rio de Janeiro ............................................................................ 2 
Questões para fixação ................................................................................................................................ 40 
Questões comentadas na aula .................................................................................................................. 49 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 54 
Referências ................................................................................................................................................... 54 
 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
A aula de hoje se destina a cobrir o seguinte item: “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Poder 
Executivo do Rio de Janeiro (Decreto-Lei no 220/1975) e seu Regulamento (Decreto no 2.479/1979) – 
parte 2”. 
Aos estudos, aproveitem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO RIO DE 
JANEIRO 
1.1 Tempo de serviço 
As disposições sobre a contagem de tempo de serviço constam nos artigos 67 a 82. 
O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. 
Dessa forma, ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos 
necessários ao seu assentamento individual. 
Conforme conversamos em nossa última aula, o funcionário terá o prazo de 30 dias para entrar em 
exercício. Contudo, alguns detalhes ainda podem ser vistos. 
Assim, cabe indicar que a transferência, a promoção e a readaptação por motivo de saúde não interrompem 
o exercício, que é contado na nova classe a partir da validade do ato (Decreto 2.479/1979, art. 69). 
O funcionário terá exercício na unidade administrativa para a qual for designado. No entanto, o art. 70, 
menciona que ao funcionário removido para outra unidade administrativa será concedido o prazo de cinco 
dias – prorrogáveis por no máximo mais cinco, mediante solicitação do interessado e a juízo da autoridade 
competente para dar-lhe exercício –, contados da data da publicação do respectivo ato, para reiniciar suas 
atividades. Caso esse funcionário esteja em férias ou gozando de licença ou afastamento, o prazo passará 
a contar a partir do término do impedimento. Esse prazo será considerado como período de trânsito, 
computável como de efetivo exercício para todos os efeitos. 
Com efeito, o afastamento do funcionário de sua unidade administrativa, quando para desempenho de 
função de confiança no Estado, dar-se-á somente com ônus para a unidade requisitante (Decreto 
2.479/1979, art. 73) 
Nessa linha, o funcionário será afastado do exercício de seu cargo: 
a) enquanto durar o mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual; 
b) enquanto durar o mandato de Prefeito ou VicePrefeito; 
c) enquanto durar o mandato de Vereador, se não existir compatibilidade de horário entre o seu 
exercício e o da função pública; 
d) durante o lapso de tempo que mediar entre o registro da candidatura eleitoral e o dia seguinte ao da 
eleição. 
O afastamento se estende para o servidor preso preventivamente, pronunciado, denunciado por crise 
funcional ou condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia. Nesse caso, o 
afastamento ocorrerá até decisão transitada em julgado (Decreto 2.479/1979, art. 75). Ademais, será 
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afastado (a) o servidor condenado por sentença definitiva à pena que não determine demissão, e (b) o 
funcionário suspenso disciplinar ou preventivamente, ou preso administrativamente1. 
1.1.1 Apuração 
Consoante o art. 76, a apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, 
considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. 
A contagem dos dias será válida mediante apresentação de documentação, que poderá ser feita através de 
(Decreto 2.479/1979, art. 78): 
1. certidão de tempo de serviço, extraída de folha de pagamento; 
2. certidão de frequência, extraída de folha de pagamento; 
3. justificação judicial, prévia e obrigatoriamente ouvida a Procuradoria-Geral do Estado 
A ordem expressa acima é que deverá ser obedecida no momento da comprovação da contagem de horas. 
Portanto, somente será admitido o documento posterior quando acompanhado de certidão negativa, 
fornecida pelo órgão competente para a expedição do elemento anterior. 
Na sequência, o art. 79 apresenta os afastamentos considerados de efetivo exercício do cargo, ao passo 
que o art. 80 apresenta as situações em que o período será contado apenas para efeitos de aposentadoria 
e disponibilidade. 
Nesse contexto, dispõe o art. 79 que além das ausências ao serviço previstas no art. 225 (as concessões), 
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de: 
a) férias; 
b) casamento e luto, até 8 (oito) dias; 
c) exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de provimento em comissão ou em 
substituição, no serviço público do Estado do Rio de Janeiro, inclusive respectivas autarquias, 
empresas públicas e sociedades de economia mista, ou serviço prestado à Presidência da República 
em virtude de requisição oficial; 
d) exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de provimento em comissão ou em 
substituição, no serviço público da União, de outros Estados e dos Municípios, inclusive respectivas 
autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, quando o afastamento houver sido 
autorizado pelo Governador, sem prejuízo do vencimento do funcionário; 
e) estágio experimental; 
f) licença-prêmio; 
 
1 A prisão administrativa não é mais admitida desde a Constituição Federal de 1988, nos termos do art. 5º, LXI, da CF/88: 
“LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;”. 
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g) licença para repouso à gestante; 
h) licença para tratamento de saúde; 
i) licença por motivo de doença em pessoa da família, desde que não exceda o prazo de 12 meses; 
j) acidente em serviço ou doença profissional; 
k) doença de notificação compulsória; 
l) missão oficial; 
m) estudo no exterior ou em qualquer parte do território nacional, desde que de interesse para a 
Administração e que não ultrapasse o prazo de 12 meses; 
n) prestação de prova ou de exame em concurso público; 
o) recolhimento à prisão, se absolvido afinal; 
p) suspensão preventiva, se inocentado afinal; 
q) convocação para serviço militar ou encargo da segurança nacional, júri e outros serviços obrigatórios 
por lei; 
r) trânsito para ter exercício em nova sede; 
s) faltas por motivo de doença comprovada, inclusive em pessoas da família, até o máximo de 3 (três) 
durante o mês, e outros casos de força maior; 
t) candidatura a cargo eletivo, durante o lapso de tempo que mediarentre o registro da candidatura 
eleitoral e o dia seguinte ao da eleição; 
u) mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual; 
v) mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito; 
w) mandato de Vereador, enquanto durar o mandato, se não existir compatibilidade de horário entre o 
seu exercício e o da função pública. 
Para pontuar, o afastamento para o exterior, exceto em gozo de férias ou licenças, dependerá de prévia 
autorização do Governador. 
Por outro lado, para efeito de aposentadoria, observado o limite temporal estabelecido no art. 4º da 
Emenda Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de 1998, e de disponibilidade, será computado: 
a) o tempo de serviço público federal, estadual e municipal (*); 
b) o período de serviço ativo nas Forças Armadas (*), computado pelo dobro o tempo em operações 
de guerra, inclusive quando prestado nas Forças Auxiliares e na Marinha Mercante; 
c) o tempo de serviço prestado como extranumerário ou sob qualquer outra forma de admissão, desde 
que remunerado pelos cofres públicos; 
d) o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista (*); 
e) o período de trabalho prestado à instituição de caráter privado que tiver sido transformada em 
estabelecimento de serviço público; 
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==20e079==
 
 
 
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f) o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade (*)2 ou aposentado; 
g) em dobro, o tempo de licença-prêmio não gozada (revogado pela Lei Complementar 121/2008); 
h) em dobro, os períodos de férias não gozadas a partir do exercício de 1977, limitadas a 60 (sessenta) 
dias, ressalvado o direito à contagem de períodos anteriores para os amparados por legislação 
vigente até a edição do Decreto-Lei nº 363, de 04 de outubro de 1977; 
i) em dobro, qualquer período de férias não gozado por ocupante de cargo em comissão – DAS, por 
imperiosa necessidade de serviço, feita por despacho do Secretário de Estado, mediante iniciativa da 
autoridade a que estiver imediatamente subordinado o servidor. 
Com efeito, o tempo de serviço público civil federal, estadual, ou municipal, na administração direta ou 
indireta, e de serviço militar, será considerado também para a concessão de adicional por tempo de serviço. 
Por fim, o art. 82 veda a acumulação de tempo de serviço prestado, concorrente ou simultaneamente, em 
dois ou mais cargos, funções ou empregos. 
1.2 Direitos e Vantagens 
1.2.1 Estabilidade 
A estabilidade é o direito de permanência no serviço público, destinado aos servidores detentores de cargo 
de provimento efetivo. Trata-se de uma forma de assegurar a autonomia dos servidores públicos, evitando 
que eles fiquem reféns de ingerências de natureza política. Além disso, a estabilidade destina-se a 
promover a profissionalização dos servidores públicos, por meio do desenvolvimento de carreiras. 
As regras sobre a estabilidade estão disciplinadas no art. 41 da Constituição Federal, com a redação dada 
pela Emenda Constitucional 19/1998 (Emenda da Reforma Administrativa). A redação anterior não 
apresentava nenhuma hipótese de exoneração do servidor por iniciativa da Administração e também era 
menos exigente nos requisitos para aquisição da estabilidade. 
O novo texto aumentou o tempo necessário de efetivo exercício para aquisição da estabilidade de dois para 
três anos. Além disso, o §4º, art. 41, também acrescentado pela EC 19/98, passou a exigir como condição 
para a aquisição da estabilidade, a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa 
finalidade. 
Porém, é bem complicado analisar a legislação do Rio de Janeiro sobre a aquisição da estabilidade. Na 
legislação federal, o servidor público nomeado para cargo público passa por um período inicial em que suas 
condições para o desempenho do cargo serão avaliadas. Tal período é denominado de estágio probatório. 
Todavia, o Decreto-Lei 220/1975 e o Decreto 2.479/1979 não mencionam o estágio probatório, mas apenas 
o estágio experimental, que são situações bem distintas. No estágio probatório, já temos um servidor 
público, ou seja, a pessoa que está em estágio probatório já está na condição de servidor público. Por outro 
 
2 O DL 200/1975, art. 29, apresenta apenas as hipóteses marcadas em negrito. 
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lado, o estágio experimental é uma fase do concurso público constante na legislação do Rio de Janeiro, ou 
seja, enquanto não concluído o estágio experimental, temos apenas um candidato e não um servidor. 
Além disso, temos uma situação ainda mais complicada. A Lei Complementar Estadual 140/2011 extinguiu 
o estágio experimental, revogando todas as disposições legais e regulamentares sobre o referido estágio. 
Assim, desde 2011, não existe mais o estágio experimental. 
Porém, a Lei Complementar Estadual 140/2011 revogou expressamente apenas o art. 2º, §2º, do Decreto-
lei nº 220/1975, fazendo apenas uma “revogação genérica” para as demais disposições sobre o estágio 
experimental. Isso causa uma grande confusão, particularmente para as provas de concursos públicos, uma 
vez que as bancas de concurso normalmente consideram o texto literal do Estatuto. 
Para resolver este problema, seria indispensável que fosse realizada uma revisão para revogar 
expressamente as disposições do Estatuto e do Regulamento que não possuem mais aplicação prática. 
Entretanto, enquanto isso não for realizado, o estudante fica com a incômoda situação de ter que estudar 
pelo texto literal, em que pese saibamos que existem normas que não foram recepcionadas pela 
Constituição Federal ou que simplesmente foram revogadas implicitamente por outras normas. 
Em resumo, ao longo da aula, estamos estudando as disposições que mencionam o estágio experimental, 
mas chamamos a atenção para o fato de essa fase do concurso público ter sido revogada pela Lei 
Complementar Estadual 140/2011. 
Voltando agora ao ponto de início da nossa discussão, podemos concluir o seguinte: 
a) a estabilidade é o direito de permanência no cargo público. Uma vez estável, o servidor somente 
poderá perder o cargo em situações específicas, que veremos adiante; 
b) o estágio probatório é o período em que o servidor público é avaliado para verificar se possui aptidão 
para o cargo. Em que pese não exista menção expressa sobre o estágio probatório no Estatuto e no 
Regulamento, podemos afirmar com segurança que ele existe, decorrendo de algumas disposições 
constitucionais, como por exemplo do art. 41, §4º, da CF3; 
c) o estágio experimental é uma fase do concurso público prevista no Estatuto dos Funcionários 
Públicos do Rio de Janeiro. Durante o estágio experimental, o candidato ao cargo ainda não é servidor 
público. Tal fase foi extinta pela Lei Complementar Estadual 140/2011, mas existem inúmeras 
disposições no Estatuto e no Regulamento que ainda mencionam o estágio experimental e, por isso, 
é possível que o tema seja cobrado em provas. 
Visto isso, vamos analisar as disposições sobre a estabilidade. 
De acordo com o art. 87 do Regulamento, a estabilidade é o direito que adquire o funcionário de não ser 
demitido, salvo em virtude de sentença judicial ou processo administrativo disciplinar em que se lhe tenha 
assegurado ampla defesa. 
 
3 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em 
virtude de concurso público. [...] § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial 
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
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Acrescenta-se ainda que, por força do art. 41, §1º, da Constituição Federal, a sentença judicial deverá estar 
transitada em julgado, ou seja, não deverá mais existir possibilidade de recorrer da decisão. 
Portanto, são duas as situações expressas em que o servidor estável poderá ser demitido: (a) sentença 
judicial (transitada em julgado); e (b) processo administrativo disciplinar em que seja assegurado ampla 
defesa. 
Adicionalmente, a Constituição Federal apresenta outras duas situações em que o servidor estável poderá 
perder o cargo: 
a) insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa (CF, art. 41,§1º, III); 
b) excesso de despesa com pessoal (CF, art. 169, §4º). 
Lembramos, contudo, que essas duas últimas hipóteses não constam no Estatuto ou no Regulamento, mas 
apenas na Constituição Federal. 
Além disso, a estabilidade não se aplica ao servidor ocupante de cargo em comissão. Esse tipo de servidor 
poderá ser nomeado ou exonerado livremente pela autoridade competente e, portanto, as regras sobre a 
estabilidade não lhes são aplicáveis. 
Assim, para aquisição da estabilidade será necessário que o servidor preencha uma série de requisitos. 
Primeiro, o cargo ocupado deverá ser de provimento efetivo, logo também teremos a necessidade de 
prévia aprovação em concurso público. Além disso, é necessário que o servidor exerça as atribuições do 
cargo por determinado período. Nesse ponto, precisamos fazer novas considerações. 
Consoante o art. 3º do Estatuto e o art. 88, §1º, do Regulamento, o servidor precisa de dois anos de efetivo 
exercício do cargo para adquirir a estabilidade. Entretanto, tal disposição não possui mais aplicação, uma 
vez que o art. 41 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional 19/1998, dispõe 
que são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento 
efetivo em virtude de concurso público. 
Assim, mesmo que a legislação estadual disponha que o prazo para aquisição da estabilidade seja de dois 
anos, atualmente este prazo é de três anos, por expressa determinação constitucional. 
 
O prazo aquisitivo da estabilidade é de três anos de efetivo exercício do cargo. 
Por fim, a Constituição também exige, como condição para a aquisição da estabilidade, a aprovação em 
avaliação especial de desempenho realizada por comissão instituída para essa finalidade. 
Dessa forma, podemos dizer que existem quatro requisitos para aquisição da estabilidade: 
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a) aprovação em concurso público; 
b) o cargo deve ser de provimento efetivo; 
c) três anos de efetivo exercício; 
d) aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
Devemos notar que a estabilidade se relaciona com o serviço público e não com o cargo em si. Assim, a 
estabilidade já adquirida será conservada se, sem interrupção do exercício, o funcionário desvincular-se de 
seu cargo estadual, inclusive autárquico, para investir-se em outro (art. 89 do Regulamento). Por exemplo, 
imagine que um servidor adquiriu estabilidade no serviço público quando desempenhava o cargo de 
Técnico Ministerial. Se ele for aprovado no concurso de Analista Ministerial, não perderá a estabilidade 
quando investir-se neste último cargo, desde que isso ocorra sem interrupção do exercício. 
1.2.2 Férias 
Acho que este é um assunto de interesse de todos! ☺ 
O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF, representando o período anual de descanso 
do servidor. No DL 220/1975, esse direito encontra-se previsto no art. 18 e no Decreto 2.479/1979, nos 
arts. 90 a 96. 
As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser acumuladas, somente no caso de imperiosa 
necessidade do serviço, por até o máximo de dois períodos4. 
O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois do primeiro ano de efetivo exercício, as quais 
corresponderão ao ano em que se completar esse período (Decreto 2.479/1979, art. 90, §2º). 
Com efeito, as férias serão concedidas com base em uma escala. Isso não impede, porém, que a escala seja 
alterada de acordo com as necessidades do serviço, por iniciativa do chefe interessado, comunicada a 
alteração ao órgão competente. 
O §3º do art. 90 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao serviço. Dessa forma, se o servidor 
faltar ao serviço injustificadamente, deverá ser descontada à sua remuneração correspondente aos dias de 
ausência, não se podendo descontar esses dias do período de férias. 
Prosseguindo, o art. 90, §4º, determina que não serão concedidas férias com início em um exercício e 
término no seguinte. 
Outro ponto que devemos ter atenção é em relação àqueles que não são funcionários estáveis. Nessa linha: 
a) os ocupantes de cargo em comissão ou função gratificada farão jus a 30 dias ininterruptos de férias, 
ainda que o regime de seu cargo efetivo estabeleça período diverso. 
 
4 O impedimento decorrente de necessidade de serviço, para o gozo de férias pelo funcionário, não será presumido, 
devendo o seu chefe imediato fazer comunicação expressa do fato ao órgão competente de pessoal, sob pena de perda 
do direito à acumulação excepcional de dois períodos (Decreto 2.479/1979, art. 91, parágrafo único) 
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b) o funcionário aposentado que exerça cargo em comissão fará jus ao gozo das férias, inclusive as 
relativas ao ano da publicação do ato de aposentadoria, caso não utilizado o respectivo período. 
Por outro lado, quando o ocupante de cargo efetivo participar, como membro, de órgão de deliberação 
coletiva, as respectivas férias serão gozadas, obrigatória e simultaneamente, nas duas situações funcionais. 
Cabe frisar, que o Estatuto proíbe a acumulação de férias, ressalvados os casos de imperiosa necessidade 
– ainda assim limitados a dois períodos. Nessa situação, a necessidade de serviço não será presumida, ou 
seja, cabe ao chefe imediato comunicar o órgão competente de pessoal. Prosseguindo, após a aquisição do 
segundo período de férias, em acumulação com outro adquirido anteriormente, a Administração fixará a 
época do gozo das férias, incluindo o servidor na próxima escala semestral para gozo do período de férias 
de aquisição mais remota. Não observada tal situação, será considerado o automático gozo das férias – no 
período tradicional de 30 dias – a partir do primeiro dia do mês de setembro (contagem semestral) do ano 
em que se der a aquisição do mencionado segundo período de férias. 
O Decreto 2.479/1979 permite que as férias sejam parceladas em etapas – de 10 ou 15 dias. Como as férias 
poderão ser interrompidas, se o período restante não se ajustar a essas parcelas, o prazo será contado para 
efeito da acumulação. 
Já que iniciamos esse assunto, a interrupção das férias ocorrerá apenas em caso de absoluto interesse do 
serviço. Assim, caso seja provido em outro cargo, o funcionário em gozo de férias não será obrigado a 
interrompê-las – a investidura decorrente, quando for o caso, terá como termo inicial do seu prazo a data 
em que o funcionário voltar ao serviço (Decreto 2.479/1979, art. 93). 
Dispõe o art. 94 que o servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias 
radioativas gozará obrigatoriamente vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade 
profissional, proibida em qualquerhipótese a acumulação e o parcelamento. Embora, a norma mencione 
apenas os servidores em contato com raio X ou substâncias radioativas, o Secretário de Estado de 
Administração, em ato próprio, poderá estender essa vantagem aos servidores que lidem diretamente com 
outras substâncias consideradas altamente tóxicas ou insalubres, ou estejam em contato direto e 
permanente com portadores de doenças infectocontagiosas (parágrafo único). 
Enfim, as disposições presentes no Decreto 2.479/1979 são extensivas aos contratados em exercício de 
função gratificada e aos estagiários, enquanto não publicado o ato de nomeação. 
Em qualquer das situações, ao entrar em férias, o servidor comunicará ao chefe imediato o seu endereço 
eventual (Decreto 2.479/1979, art. 95). 
1.2.3 Licenças 
As licenças concedidas ao servidor público estão dispostas no art. 19 do Decreto-Lei 220/1975 e no art. 97 
do Decreto 2,479/1979. 
Assim, conceder-se-á ao servidor público licença: 
I - para tratamento de saúde; 
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II - por motivo de doença em pessoa da família; 
III - à gestante; 
IV - para serviço militar, na forma da legislação específica; 
V - para acompanhar o cônjuge eleito para o Congresso Nacional ou mandado servir em outras 
localidades se militar, servidor público ou com vínculo empregatício em empresa estadual ou 
particular; 
VI - a título de prêmio; 
VII - para desempenho de mandato eletivo; 
VIII - para trato de interesses particulares; 
IX - ao servidor da área da saúde, que for contratado por empresa ou aderir a cooperativa que 
administre hospitais públicos terceirizados, nos termos fixados em Lei. 
Façamos algumas considerações. 
A duração das licenças não poderá ser superior a 24 meses. Todavia, esse prazo não se aplica nas licenças 
para serviço militar, para acompanhar o cônjuge e para desempenho de mandato eletivo (Decreto 
2.479/1979, art. 98). Excetua-se desse prazo, também, a licença para tratamento de saúde, quando o 
funcionário for considerado recuperável, a juízo da junta médica. 
Para todas as licenças que exigirem a inspeção médica para a sua concessão, ressalvada a hipótese que 
acabamos de mencionar, o funcionário será submetido a nova inspeção, que concluirá pela sua volta ao 
serviço, pela readaptação, ou pela aposentadoria, se for julgado definitivamente inválido para o serviço 
público em geral. 
Ademais, as licenças para tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa da família e à gestante, 
serão concedidas pelo órgão médico oficial competente ou por outros aos quais aquele transferir ou 
delegar atribuições, e pelo prazo indicado nos respectivos laudos (art. 99). 
Nessa linha, caso o funcionário esteja impossibilitado de se locomover e não haja no local em que ele se 
encontra um órgão competente para emitir o laudo, serão aceitos laudos expedidos por órgão médico de 
outra entidade pública e, na falta, atestado passado por médico particular, com firma reconhecida. Em 
qualquer caso – laudo ou atestado – o documento deverá ser encaminhado ao órgão médico competente, 
em no máximo três dias contados da primeira falta ao serviço. A concessão da respectiva licença só 
ocorrerá com a homologação do laudo ou atestado, a qual será sempre publicada. 
Por outro lado, se a homologação não ocorrer, o funcionário deverá reassumir o exercício do cargo dentro 
de três dias contados da publicação do despacho denegatório, sendo considerados como de efetivo 
exercício os dias em que deixou de comparecer ao serviço, por esse motivo. 
Cabe frisar que a não homologação poderá decorrer de falsa afirmativa por parte do médico atestante, 
caso em que os dias de ausência do funcionário serão tidos como faltas ao serviço. Nessa situação, o 
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servidor e o médico estarão sujeitos a processo administrativo disciplinar, que apurará e definirá 
responsabilidades. Outrossim, se o médico atestante não for vinculado ao Estado (para fins disciplinares), 
este comunicará o fato ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina, em que seja inscrito. 
Outro fator a ser mencionado é que se o órgão competente julgar que há uma dúvida razoável no laudo ou 
atestado apresentado pelo servidor, poderá exigir uma nova inspeção por outro médico ou junta oficial. 
Prosseguindo, o texto do art. 100 indica que terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente 
o exercício, ressalvados os casos de prorrogação e as licenças que exigirem nova inspeção médica para a 
reassunção o cargo 
Ademais, a prorrogação da licença poderá ocorrer a pedido ou de ofício (Decreto 2.479/1979, art. 101). No 
primeiro caso, o pedido deverá ser apresentado antes do final do prazo da licença. Se indeferido, será 
contado como licença o período compreendido entre a data do término e a do conhecimento do despacho. 
Caso uma licença seja concedida dentro de sessenta dias do término de outra, a critério médico, será 
considerada como prorrogação (art. 101, §2º). 
Ressalvadas as faltas por motivo de doença comprovada, que será tida como de abono de faltas, o tempo 
necessário à inspeção médica será considerado como de licença. 
Sendo o funcionário considerado apto, deverá reassumir o exercício, sob pena de serem computados como 
faltas os dias de ausência ao serviço. Ainda nessa linha, se da inspeção ficar constatada simulação do 
funcionário, as ausências serão havidas como faltas ao serviço, e o fato será comunicado ao órgão de 
pessoal para as providências disciplinares cabíveis. 
Da mesma forma que vimos nas férias, as licenças possuem características especiais em relação aos 
comissionados ou que estejam exercendo função gratificada, aqueles que estejam em substituição e aos 
estagiários. 
Destarte, o Decreto 2.479/1979 explicita que: 
a) ao funcionário provido em comissão, ou designado para função gratificada, não se concederão as 
licenças para serviço militar, para acompanhar o cônjuge, a título de prêmio e para desempenho de 
mandato legislativo ou executivo. 
b) aos contratados, bem como aos ocupantes de cargo em comissão não detentores de cargo efetivo 
estadual, quando no exercício de função gratificada, serão concedidas apenas as licenças para 
tratamento de saúde e para repouso à gestante. 
c) para aqueles que estejam providos em substituição, não serão concedidas as licenças aqui 
mencionadas. 
d) os estagiários não gozarão das licenças que foram tratadas em nossa aula. Isso, pois na ocorrência de 
qualquer fato ou circunstância tipificadora das licenças importará no imediato afastamento do 
estágio e na eliminação do respectivo concurso (Decreto 2.479/1979, art. 109). Em contrapartida, 
caso os estagiários sofram acidente em serviço, contraiam doença profissional ou sofram internação 
compulsória para tratamento psiquiátrico, a eliminação do concurso não prejudicará a percepção de 
sua retribuição, que se fará até que o órgão médico oficial competente declare seu pleno 
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restabelecimento. De mais a mais, nessa situação, os estagiários terão direito ao auxílio doença, mas 
não se aplicarão a eles as disposições referentes à aposentadoria por esse motivo. 
Continuando, a concessão de licença ao funcionário, exceto a decorrente de acidente em serviço ou de 
doença profissional, não impedirá a sua exoneração ou dispensa, quando esta se der em virtude do caráterprecário ou temporário de seu provimento (Decreto 2.479/1979, art. 104). 
Para fechar, mais duas observações: 
→ no processamento das licenças dependentes de inspeção médica, será observado o devido sigilo 
sobre os respectivos laudos ou atestados (Decreto 2.479/1979, art. 106); e 
→ o funcionário licenciado comunicará ao chefe imediato o local onde poderá ser encontrado (Decreto 
2.479/1979, art. 108). 
Visto isso, vejamos cada uma das licenças abaixo. 
1.2.3.1 Licença para tratamento de saúde 
Será concedida (ou prorrogada) ao servidor público licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, 
assegurados o vencimento e as vantagens, pelo prazo máximo de 24 meses (DL 220/1975, art. 19, I; 
Decreto 2.479/1979, art. 110). Em qualquer dos casos é indispensável a inspeção médica, que será 
realizada, sempre que necessário, no local onde se encontrar o funcionário. 
Tendo em vista que o servidor perceberá integralmente o vencimento e as vantagens, no curso da licença 
o funcionário fica proibido de exercer qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção da licença, 
com perda total do vencimento e demais vantagens, até que reassuma o exercício do cargo (art. 107). Além 
disso, esses dias serão considerados como faltas ao serviço. 
O funcionário não reassumirá o exercício do cargo sem nova inspeção médica, quando a licença concedida 
assim o tiver exigido; realizada essa nova inspeção, o respectivo atestado ou laudo médico concluirá pela 
volta ao serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação do funcionário ou pela sua aposentadoria 
(Decreto 2.479/1979, art. 111). 
Se a concessão se der por motivo de doença grave, contagiosa ou não, e que imponha cuidados 
permanentes, a junta médica – composta obrigatoriamente de pelo menos três médicos – poderá 
determinar no laudo da inspeção a aposentadoria do servidor por considerá-lo doente irrecuperável (art. 
112) 
Além disso, por ser exigida a inspeção na concessão da licença, o funcionário não poderá recusar-se ao 
exame, sob pena de ficar impedido do exercício de seu cargo, até que ocorra a devida inspeção. Nessa 
situação, os dias em que o funcionário ficar impedido do exercício do cargo, serão tidos como faltas ao 
serviço (art. 113). 
Por outro lado, o licenciado poderá requerer inspeção médica, no decorrer da licença, caso se julgue em 
condições de reassumir o exercício ou de ser aposentado (art. 114). 
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Em continuação, dispõe o art. 115, que quando a licença para tratamento de saúde for concedida em 
decorrência de acidente em serviço ou de doença profissional5, esta circunstância se fará expressamente 
consignada. 
Nesse âmbito, o acidente em serviço pode ser entendido como todo aquele que se verifique pelo exercício 
das atribuições do cargo, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou 
doença que determine a morte; a perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade física 
ou mental para o trabalho (art. 115, §1º). O mesmo é válido para acidentes ocorridos no deslocamento 
entre a residência e o local do trabalho, bem como os danos resultantes da agressão não provocada, sofrida 
pelo funcionário no desempenho do cargo ou em razão dele (art. 115, §2º). 
Por fim, a prova do acidente será feita em processo especial, no prazo de oito dias, prorrogável por igual 
período, quando as circunstâncias o exigirem. 
1.2.3.2 Licença por motivo de doença em pessoa da família 
A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada no art. 117 do Decreto 2.479/19796, 
poderá ser concedida ao servidor por motivo de doença na pessoa de grau ascendente, descendente, 
colateral consanguíneo ou afim, até o 2º grau civil, cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou 
pessoa que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional. 
Apesar de o texto da norma mencionar expressamente que a licença “poderá” ser concedida, o 
entendimento atual é que sua concessão é vinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, 
a Administração deverá conceder a licença. 
Com efeito, a licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não 
puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo. 
Assim, podemos resumir os seguintes aspectos para a concessão da licença por motivo de doença em 
pessoa da família: 
a) a doença deve ser na pessoa de ascendente, descendente, colateral consanguíneo ou afim, até 
o 2º grau civil, cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou pessoa que vive a suas 
expensas e conste do respectivo assentamento individual; 
b) a assistência direta do servidor deve ser indispensável e não poderá ser prestada 
simultaneamente com o exercício do cargo. 
Assim sendo, a licença por motivo de doença em pessoa da família será concedida, a pedido do funcionário, 
com vencimento e vantagens integrais por 12 meses (DL 220/1975, art. 19, II). 
 
5 Entende-se por doença profissional a que se deve atribuir, como relação de efeito e causa, atestadas por junta médica, 
às condições inerentes ao serviço ou fatos nele ocorridos (art. 115, §§4º e 5º). 
6 DL 220/1975, art. 19, II. 
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Contudo, essa licença poderá ser prorrogada, também a pedido do funcionário, por no máximo mais 12 
meses, e corresponderá a dois terços das vantagens. 
Devemos acrescentar ainda que, por força do art. 105, do Decreto 2.479/1979, a licença superior a 90 dias, 
dependerá de inspeção por junta médica. 
Para finalizar, durante o período dessa licença, é vedado o exercício de atividade remunerada (art. 107). 
O entendimento é muito simples, se a licença é indispensável para que o servidor possa prestar a assistência 
à pessoa da família, obviamente que ele não poderia se ocupar em outra atividade remunerada. Caso se 
verifique o exercício de atividade remunerada, o funcionário sofrerá pena de interrupção da licença, com 
perda total do vencimento e demais vantagens, até que reassuma o exercício do cargo. Da mesma forma 
que a licença anterior, os dias correspondentes à perda de vencimento serão considerados como faltas ao 
serviço. 
1.2.3.3 Licença à gestante 
A licença concedida à servidora gestante, remunerada – com vencimentos e vantagens –, durará pelo prazo 
de seis meses, prorrogável, no caso de aleitamento materno, por no mínimo trinta e no máximo noventa 
dias, mediante a apresentação de laudo médico circunstanciado emitido pelo serviço de perícia médica 
oficial do Estado, podendo retroagir sua prorrogação até 15 dias, a partir da data do referido laudo (DL 
220/1975, art. 19, III) 
Caso o nascimento ocorra antes do prazo previsto (recém-nascido pré-termo) deverá ser acrescida à licença 
da servidora o número de semanas equivalente à diferença entre o nascimento a termo – 37 semanas de 
idade gestacional – e a idade gestacional do recém-nascido, devidamente comprovada (art. 19, §8º). 
Por fim, se a servidora tiver direito a licença-prêmio, essa poderá ser concedida, imediatamente após o 
término da licença maternidade e ou aleitamento materno, mediante requerimento da servidora (art. 19, 
§9º). 
Abrindo ainda mais o tema, o Decreto 2.479/1979 indica que a licença deverá ser concedida a partir do 
oitavo mês de gestação, ressalvados os casos em que prescrição médica indicar o contrário (art. 120, 
parágrafo único). 
Além disso, para aquelas servidoras, gestantes, que estiverem desempenhando serviço incompatível com 
seu estado, será permitida a readaptação provisória, a partir do quinto mês da gestação e até o início dalicença (art. 121). 
1.2.3.4 Licença para serviço militar 
Será concedida licença – pelo prazo que durar a sua incorporação ou convocação –, mediante apresentação 
de documento oficial que comprove a incorporação, ao servidor convocado para o serviço militar e outros 
encargos de segurança nacional (Decreto 2.479/1979, art. 123). 
Do vencimento será descontada a importância que o funcionário perceber na qualidade de incorporado, 
salvo se optar pelas vantagens do serviço militar. 
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Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta dias, sem perda de vencimento ou remuneração, 
para reassumir o exercício do cargo. 
Enfim, ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas também será concedida a licença durante os 
estágios previstos pelos regulamentos militares (Decreto 2.479/1979, art. 123). Do mesmo modo como 
vimos acima, caso o estágio seja remunerado, o servidor poderá optar pelo soldo ou pelo vencimento com 
descontos. 
1.2.3.5 Licença por motivo de afastamento do cônjuge 
Segundo o art. 19, V do DL 220/1975, poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge 
que foi deslocado para outra localidade se militar, servidor público ou com vínculo empregatício em 
empresa estadual ou particular. 
Além disso, a concessão será permitida caso o servidor necessite acompanhar cônjuge eleito para o 
Congresso Nacional. 
Ao mesmo passo, o Decreto 2.479/1979, art. 125, concede licença ao funcionário casado quando seu 
cônjuge7 for exercer mandato eletivo ou, sendo militar ou servidor da Administração Direta, de autarquia, 
de empresa pública, de sociedade de economia mista ou de fundação instituída pelo Poder Público, for 
mandado servir, ex officio, em outro ponto do território estadual, nacional ou no exterior. 
Frisamos que tal licença é concedida sem vencimentos. 
Como se vê, o servidor poderá acompanhar o cônjuge, no entanto não perceberá sua remuneração. Por 
esse motivo, o parágrafo único, do art. 125 do Decreto 2.479/1979, apresenta uma alternativa para essa 
situação, que é o exercício provisório. Assim, existindo no novo local de residência órgão estadual, o 
funcionário nele será lotado, havendo claro, ou não havendo, poderá ser-lhe concedida, em caso de 
interesse da Administração, permissão de exercício, enquanto ali durar sua permanência. 
A concessão da licença dependerá de pedido devidamente instruído, que deverá ser renovado de dois em 
dois anos. Ao final dos motivos que ensejaram a licença, o funcionário deverá reassumir o exercício dentro 
de 30 dias, a partir dos quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho. 
Porém, a reassunção do exercício pelo servidor não é vinculada ao regresso de seu cônjuge. Dessa forma, 
independente do retorno do cônjuge, o servidor poderá reassumir o exercício a qualquer tempo, não 
podendo, neste caso, renovar o pedido de licença senão depois de dois anos da data da reassunção, salvo 
se o cônjuge for transferido novamente (Decreto 2.479/1979, art. 127). 
1.2.3.6 Licença-prêmio por assiduidade 
Como o próprio nome sugere, essa licença é concedida a título de prêmio, como incentivo à assiduidade, 
com direito à percepção do seu vencimento. 
 
7 O mesmo se estende aos funcionários que vivem maritalmente, desde que haja impedimento legal ao casamento e 
convivência por mais de 5 (cinco) anos (Decreto 2.479/1979, art. 128). 
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Em vista disso, após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exercício no serviço público estadual ou 
autárquico do Estado do Rio de Janeiro, o servidor fará jus a 3 (três) meses de licença-prêmio, com 
vencimento e vantagens do cargo efetivo (DL 220/1975, art. 19, VI). 
Contudo, não terá direito à percepção da licença, o servidor que no decorrer do quinquênio: 
a) tenha sofrido pena de suspensão ou de multa; 
b) tenha faltado ao serviço, salvo se abonada a falta; 
c) tenha gozado as licenças para tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa da família e 
por motivo de afastamento do cônjuge, por prazo superior a 90 dias, em cada caso. 
Nesse último caso, a contagem de tempo de serviço para efeito de licença-prêmio será suspensa por até 
90 dias. 
Já para a licença concedida à servidora gestante, essa não irá interromper a contagem do tempo de serviço 
para efeito de licença-prêmio. Com isso, a servidora pública em gozo da licença maternidade e ou 
aleitamento materno poderá, imediatamente após o término das mesmas, adquirir licença-prêmio a que 
tiver direito, mediante requerimento. 
Além disso, para a apuração do quinquênio serão computados, também, o tempo de serviço prestado 
anteriormente em outro cargo estadual, desde que entre um e outro não tenha ocorrido interrupção de 
exercício. 
Caberá ao Diretor da Divisão de Pessoal do Departamento de Administração de cada Secretaria de Estado 
ou de órgão diretamente subordinado ao Governador a competência para a concessão de licença-prêmio 
(art. 131). 
Ao funcionário comissionado ou que exerça função gratificada, também será concedida licença-prêmio. 
Todavia, algumas observações devem ser feitas nessa situação: 
→ o funcionário será licenciado com o vencimento e vantagens do cargo de que seja ocupante efetivo; 
→ quando o funcionário ocupar cargo em comissão ou função gratificada por mais de cinco anos, será 
assegurado a ele, no gozo da licença, importância igual à que venha percebendo pelo exercício do 
cargo em comissão ou da função gratificada. Destarte, a ulterior exoneração do cargo em comissão 
ou dispensa da função gratificada não prejudicará a forma de remuneração nele adotada, quando do 
efetivo gozo da licença pelo funcionário. 
Por outro lado, em caso de acumulação de cargos, a licença-prêmio será concedida em relação a cada um 
deles, simultânea ou separadamente, sendo independente o cômputo do quinquênio em relação a cada 
um dos cargos acumuláveis (art. 134). 
Prosseguindo, o direito à licença-prêmio não tem prazo para ser exercitado (art. 130), e o seu gozo poderá 
se dar de forma integral ou em períodos de um a dois meses, observado – no caso de parcelamento – o 
intervalo obrigatório de um ano entre o término de um período e o início de outro (art. 135). 
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Ainda nessa linha, o funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do seu cargo, 
condicionado o gozo dos dias restantes da licença à regra que acabamos de mencionar (art. 136). Se na 
interrupção da licença se verificar que o funcionário gozou período diferente do estipulado na norma, o 
prazo restante da licença referente ao mesmo quinquênio, qualquer que seja ele, ficará insuscetível de 
gozo, sendo computável apenas para efeito de aposentadoria, em dobro. 
Por fim, é vedado transformar em licença-prêmio faltas ao serviço ou qualquer outra licença concedida ao 
funcionário (art. 137). 
1.2.3.7 Licença para desempenho de mandato legislativo ou executivo 
Com base no art. 138 do Decreto 2.479/1979, o funcionário será licenciado sem vencimento ou vantagens 
de seu cargo efetivo, para desempenho de mandato eletivo, federal ou estadual, a partir da diplomação do 
eleito, pela Justiça Eleitoral, e a licença perdurará pelo prazo do mandato. 
Nesse sentido, ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições (arts. 139 a 
141): 
a) tratando-se de mandato executivo federal ou municipal– por nomeação – ficará desde a posse, 
licenciado sem vencimento e vantagens do seu cargo efetivo, ressalvado, para o âmbito municipal, 
o direito de opção pela remuneração do cargo efetivo; 
b) investido no mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito, ficará licenciado desde a diplomação pela Justiça 
Eleitoral, até o término do mandato, sendo-lhe facultado optar pela percepção do vencimento e 
vantagens do seu cargo efetivo; 
c) investido no mandato de vereador: 
c1) havendo compatibilidade de horário, perceberá o vencimento e as vantagens de seu cargo, sem 
prejuízo dos subsídios a que faz jus; 
c2) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sem percepção do vencimento 
e vantagens. 
1.2.3.8 Licença para servidor da área da saúde 
Essa licença será concedida ao servidor da área da saúde, que for contratado por empresa ou aderir a 
cooperativa que administre hospitais públicos terceirizados. Todavia, tal licença não será remunerada e 
poderá durar pelo prazo de cinco anos, prorrogável uma única vez (DL 220/1975, art. 19, IX). Expirado o 
prazo da licença, o servidor deverá retornar imediatamente ao serviço público. 
Ademais, é garantido ao servidor a contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria, se durante 
o período de licença o servidor continuar contribuindo para o Instituto de Previdência do Estado do Rio de 
Janeiro IPERJ. A contribuição terá como base o valor da última remuneração recebida dos cofres públicos, 
corrigida no tempo em função e pelos mesmos percentuais dos reajustes gerais e da categoria (DL 
220/1975, art. 19, §5º). 
Por fim, a extinção, por qualquer motivo, do contrato de trabalho do servidor com a sociedade prestadora 
de serviços hospitalares terceirizados, ou seu desligamento da cooperativa a esse fim direcionada, 
importará em imediata suspensão da licença sem vencimento, obrigando o servidor a retornar ao serviço 
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público ou a converter sua licença para uma das outras modalidades previstas na norma (DL 220/1975, art. 
19, §6º). 
Assim, caberá as cooperativas e as empresas de serviços hospitalares terceirizados a comunicação à 
Secretaria de Estado de Saúde, no dia útil imediatamente posterior, referente a extinção do contrato de 
trabalho ou o desligamento do cooperado que se encontrar licenciado do serviço público. 
1.3 Vencimento 
Os servidores públicos exercem sua atividade funcional profissionalmente e, por isso, recebem uma 
contraprestação em dinheiro. Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da 
Constituição Federal e da legislação decorrente. 
No Decreto 2.479/1979, o pagamento aos servidores públicos pelo exercício de suas atividades funcionais 
não é apenas um direito, mas uma imposição ao Poder Público, uma vez que o art. 362 determina que é 
proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os excepcionalmente prestados, que surtirão apenas 
efeito honorífico. 
Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos agentes públicos. Nesta aula, o nosso 
foco será as designações utilizadas pelo Decreto 2.479/1979, sem aprofundar nas disposições doutrinárias 
sobre o tema. 
Nessa linha, o art. 142 denomina de vencimento a retribuição pelo efetivo exercício do cargo, 
correspondente à referência ou símbolo fixado em lei. 
Acrescenta-se ainda que se denomina de provento a retribuição pecuniária que recebe o servidor público 
aposentado. Portanto, fala-se em vencimento para o servidor ativo e em provento para o servidor 
aposentado. 
Além disso, devemos destacar que a Administração Pública está vinculada ao princípio da legalidade. Assim, 
entende o STF que a fixação de vencimentos e concessão de vantagens deve ocorrer por meio de lei, motivo 
pela qual não pode ser objeto de convenções ou acordos coletivos de trabalho8. 
 
Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser 
objeto de convenção coletiva". 
Prosseguindo, o art. 146 dispõe que nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo 
vigente na capital do Estado. 
 
8 ADI 559-6/MT, de 15/2/2006. 
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O art. 7º, inc. IV, da CF, assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o salário mínimo. Por sua vez, o art. 
39, §3º, da Constituição, estende esse direito aos servidores ocupantes de cargo público. 
Nesse contexto, por meio da Súmula Vinculante 16, o STF firmou entendimento de que o salário mínimo 
dos servidores ocupantes de cargo público refere-se ao total da remuneração recebida pelo servidor 
público, vejamos: 
Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, 
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. 
Complementando, vejamos alguns precedentes: 
Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a remuneração total do servidor 
é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam 
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir tal limite, não há falar 
em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição. Inviável, ademais, a pretensão de 
reflexos do referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria vinculação 
constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.) 
Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário mínimo. Garantia. Total 
da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade. 
Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a garantia de percepção de salário 
mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, § 3º, da Constituição Federal, 
corresponde à sua remuneração total e não apenas ao vencimento básico, que pode ser 
inferior ao mínimo, e, também, que sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não 
devem incidir as gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena de ofensa ao art. 7º, 
inciso IV, da Constituição Federal. 2. Agravo regimental não provido. (RE 439.360-AgR, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.) 
 
Sempre que exercer suas funções, o servidor deverá receber a devida remuneração. No entanto, o 
funcionário deixará de receber os vencimentos e as vantagens, ressalvada a gratificação adicional por 
tempo de serviço, quando se afastar do exercício do cargo (DL 200/1975, art. 209): 
I - para prestar serviço à União, a outro Estado, a Município, à Sociedade de Economia Mista, à Empresa 
Pública, à Fundação ou à Organização Internacional, salvo quando, a juízo do Governador, 
reconhecido o afastamento como de interesse do Estado; 
II - em decorrência de prisão administrativa, salvo se inocentado afinal; 
 
9 O Decreto 2.479/1979 menciona em seu art.143 que o mesmo se aplica ao servidor em cargo em comissão, ressalvado o 
direito de opção e o de acumulação legal. 
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III - para exercer cargo ou função de confiança, ressalvado o direito de opção legal; e 
IV - para estágio experimental. 
Cabe frisar que nenhum dos afastamentos listados implica em suspensão de pagamento adicional por 
tempo de serviço, em cujo gozo se encontre o funcionário. 
Nessa mesma linha, o funcionário perderá,ainda, o vencimento e vantagens do seu cargo (Decreto 
2.479/1979, art. 144): 
a) enquanto durar o mandato eletivo, federal ou estadual; 
b) enquanto durar o mandato executivo municipal, eletivo ou por nomeação, salvo o direito de opção 
remuneratória; 
c) quando estiver no efetivo exercício de seu mandato, se eleito Vereador, e se, havendo 
incompatibilidade de horários com o exercício de seu cargo, dele ficar afastado. 
Além das situações apresentadas acima, o servidor perderá (a) um terço do vencimento e das vantagens, 
durante o recolhimento à prisão por ordem judicial não decorrente de condenação definitiva, ressalvado o 
direito à diferença se absolvido afinal, (b) dois terços do vencimento e vantagens, durante o cumprimento, 
sem perda do cargo, de pena privativa de liberdade; e (c) o vencimento e vantagens do dia em que não 
comparecer ao serviço, salvo por motivo de força maior devidamente comprovado. Já na ocorrência de 
suspensão preventiva, o recebimento do vencimento e vantagens será proporcional ao tempo de serviço, 
ressalvado o direito à diferença em caso de arquivamento do inquérito (DL 220/1975, art. 21). 
O Decreto 2.479/1979, art. 145, por sua vez, apresenta mais duas situações que ensejam perdas ao 
servidor. Assim, o funcionário perderá (a) o vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao serviço após 
os 60 minutos seguintes à hora inicial do expediente, ou se sem autorização por mais de 60 minutos; e (b) 
um terço do vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao serviço dentro dos 60 minutos seguintes à 
hora inicial do expediente ou retirar-se sem autorização, dentro dos 60 minutos finais, ou, ainda, ausentar-
se sem autorização por período inferior a 60 minutos. 
Ademais, o mesmo artigo da norma frisa que no caso de faltas sucessivas serão computados, para efeito 
de descontos, os sábados, domingos, feriados e pontos facultativos intercalados; e na ocorrência da última 
situação indicada, os descontos acumuláveis havidos em um mesmo mês não serão convertidos em faltas 
para efeito de contagens de tempo de serviço. 
Em continuação, os artigos 22 e 23 do Estatuto dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro estabelecem 
regras sobre a proteção da remuneração e sobre as formas de incidência de descontos. 
Desse modo, nas situações em que o servidor deva repor e indenizar a Fazenda Pública, ressalvados os 
casos de má-fé, quando não serão admitidos os parcelamentos, serão permitidas parcelas mensais 
consecutivas que não excedam à décima parte do vencimento (DL 220/1975, art. 2210). Todavia, nos casos 
 
10 Decreto 2.479/1979, art. 148. 
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em que a percepção indevida tiver ocorrido de entendimento expressamente aprovado pelo Órgão Central 
do Sistema de Pessoal Civil ou pela Procuradoria Geral do Estado, será dispensada a reposição. 
Outrossim, se o funcionário for exonerado, demitido ou vier a falecer, a quantia devida será inscrita como 
dívida ativa e cobrada judicialmente (Decreto 2.479/1979, art. 148, §2º). 
Com efeito, não poderão ser penhorados o vencimento e nem as vantagens. As únicas ressalvas a isso se 
referem a prestação de alimentos e a dívidas com a Fazenda Pública (DL 220/1975, art. 2311). 
Podemos aproveitar este momento para discutirmos a possibilidade de restituição (repetição) de valores 
indevidamente recebidos pelo servidor público ativo ou aposentado. 
Existem três situações distintas: (a) recebimento em decorrência de decisão administrativa posteriormente 
revogada; (b) recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente revogada; (c) recebimento 
em decorrência de decisão judicial transitada em julgado posteriormente desconstituída por meio de ação 
rescisória. 
Na primeira situação, isto é, quando o servidor recebe determinado valor em decorrência de decisão 
administrativa posteriormente revogada, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que é 
incabível a devolução em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da 
Administração Pública. Tal entendimento fundamenta-se no caráter alimentício que possui a remuneração 
ou provento e também no princípio da legítima confiança ou da segurança jurídica e, por isso, pressupõe-
se a boa-fé do servidor que recebeu os valores dos cofres públicos12. 
Com efeito, a Advocacia Geral da União apresentou orientação no mesmo sentido, conforme Súmula 
Administrativa 34, nos seguintes termos: “Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé 
pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da 
Administração Pública”. 
Na segunda situação, ou seja, no caso de recebimento por força de decisão judicial posteriormente 
revogada, é devida a restituição dos valores por parte do servidor. Nesse caso, entende o STJ que não é 
possível alegar a boa-fé, uma vez que o servidor é sabedor da fragilidade e provisoriedade da decisão13. 
Por fim, na hipótese de recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em julgado, mas que 
posteriormente foi desconstituída por ação rescisória, a devolução também é incabível. Assim, a 
jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de que “em virtude da natureza alimentar, não é 
devida a restituição dos valores que, por força de decisão transitada em julgado, foram recebidos de boa-
fé, ainda que posteriormente tal decisão tenha sido desconstituída em ação rescisória”14. 
 
11 Decreto 2.479/1979, art. 147. 
12 RESp 1.244.182/PB, de 10/10/2012; o Tribunal de Contas da União possui entendimento semelhante, porém com 
exigência de erro escusável na interpretação de lei, conforme Súmula TCU 249: “É dispensada a reposição de importâncias 
indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de 
interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação 
e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais”. 
13 EAREsp 58.820/AL, de 8/10/2014. 
1414 AgRg no AREsp 2.447/RJ, de 17/4/2012; no mesmo sentido: AgR no AREsp 463.279/RJ, de 8/9/2014. 
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Assim, podemos apresentar o seguinte resumo sobre os casos em que deve ou não ocorrer a devolução de 
valores recebidos indevidamente: 
 
SITUAÇÃO 
NECESSIDADE DE 
DEVOLUÇÃO 
Recebimento em decorrência de decisão administrativa posteriormente 
revogada 
Não 
Recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente revogada Sim 
Recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em julgado 
posteriormente desconstituída por meio de ação rescisória 
Não 
1.4 Vantagens 
Aos servidores serão concedidas as seguintes vantagens (DL 220/1975, art. 24): 
I - ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado servir em nova sede; 
II - diárias ao funcionário que, em objeto de serviço, se deslocar eventualmente da sede; 
III - indenização de representação de gabinete; 
IV - prêmio por sugestões que visem ao aumento de produtividade e à redução de custos operacionais 
da Administração; 
V - gratificação pela participação em órgão de deliberação coletiva; 
VI - gratificação pelo encargo de auxiliar ou membro de banca ou de comissão examinadora de 
concurso, ou pela atividade temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente instituído; e 
VII - adicional por tempo de serviço. 
VIII - gratificação de encargos especiais. 
Tendo em vista que o DL 220/1975 não fornece maiores detalhes quanto a essas vantagens,abordaremos 
àquelas destacadas no Decreto 2.479/1979 (art. 149), quando houverem. São elas: (a) adicional por tempo 
de serviço; (b) gratificações; (c) ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado servir em nova sede; 
e (d) diárias, àquele que, em objeto de serviço, se deslocar eventualmente da sede. 
1.4.1 Gratificações 
Por força do art. 151, serão concedidas ao funcionário as seguintes gratificações: 
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a) de função; 
b) pelo exercício de cargo em comissão; 
c) pela prestação de serviço extraordinário; 
d) de representação de Gabinete; 
e) pela participação em órgão de deliberação coletiva; 
f) pelo exercício de encargo de auxiliar ou de membro de banca ou comissão examinadora de 
concurso; 
g) pelo exercício de atividade temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente instituído. 
1.4.1.1 Gratificação de função 
Essa é a gratificação concedida ao funcionário que exerce função gratificada – vista em nossa última aula – 
Decreto 2.479/1979, art. 152. 
Além disso, consoante o art. 153, a gratificação de função será mantida nos casos de afastamento por 
motivo de: 
a) férias; 
b) casamento e luto, até oito dias; 
c) para repouso à gestante; 
d) para tratamento de saúde; 
e) acidente em serviço ou doença profissional; 
f) doença de notificação compulsória; 
g) missão oficial; 
h) estudo no exterior ou em qualquer parte do território nacional, desde que de interesse para a 
Administração e não ultrapasse o prazo de doze meses; 
i) prestação de prova ou de exame em curso regular ou em concurso público; 
j) convocação para serviço militar ou encargo da segurança nacional, júri e outros serviços obrigatórios 
por lei – excetua-se o serviço militar; e 
k) faltas por motivo de doença comprovada, inclusive em pessoas da família, até o máximo de três 
durante o mês, e outros casos de força maior. 
Todavia, o exercício de função gratificada impede o recebimento da gratificação pela prestação de serviço 
extraordinário. 
Fechando o assunto, o art. 155 dispõe que além do exercício de função gratificada regularmente instituída, 
poderá ser atribuída, na forma de regulamentação específica, gratificação de função a funcionários que 
desempenhem atividades especiais ou excedentes às atribuições de seu cargo, vedado o seu recebimento 
cumulativo com as gratificações específicas das funções de confiança. 
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1.4.1.2 Gratificação pelo exercício de cargo em comissão 
De modo bem breve, o art. 156 do Decreto 2.479/1979 destaca que a gratificação pelo exercício de cargo 
em comissão equivale a 70% do valor fixado para o símbolo a ele correspondente, e a ela faz jus o 
funcionário que, no exercício desse cargo, haja optado pelo vencimento do seu cargo efetivo. 
Da mesma forma que vimos na gratificação de função, no decorrer dos afastamentos (citados acima) a 
concessão da gratificação não estará cessada. No entanto, a percepção de vantagem pela prestação de 
serviço extraordinário ficará impedida quando o servidor estiver em exercício de cargo em comissão (art. 
157). 
1.4.1.3 Gratificação pela prestação de serviço extraordinário 
A gratificação pela prestação de serviço extraordinário é a famosa “hora-extra”, destinando-se a 
remunerar os serviços prestados fora da jornada normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no 
desempenho das atribuições do seu cargo efetivo (art. 158). 
Nessa linha, a prestação de serviço extraordinário poderá ocorrer em outro órgão que não o de lotação do 
funcionário, desde que se manifestem favoravelmente os respectivos dirigentes. 
A duração normal do trabalho dos funcionários da Administração Direta poderá, excepcionalmente, ser 
acrescida de horas extraordinárias, respeitado o limite de duas horas diárias15, não se admitindo recusa por 
parte do funcionário em prestá-las (art. 159). 
A proposta de acréscimo de horas extraordinárias – que indicará o horário normal e o extraordinário de 
cada servidor contemplado, além de caracterizar a natureza da medida e justificar a necessidade da 
prestação do serviço em horário extraordinário – deverá ocorrer por meio dos Secretários de Estado ou 
órgãos equivalentes ao Governador e, após autorizada, será publicada no órgão oficial (art. 160). 
Prosseguindo, o art. 161 indica que o pagamento da gratificação se dará por hora de trabalho prorrogado 
ou antecipado, ressalvados os casos previstos neste regulamento; e seu valor será obtido dividindo-se o 
valor do vencimento mensal por 30 vezes o número de horas da jornada normal, aumentado de 50% 
(cinquenta por cento). 
De toda forma, seja a prestação de serviço diurna ou noturna, a percepção de gratificação não poderá 
exceder, em cada mês, a 50% (cinquenta por cento) do valor da referência correspondente ao vencimento. 
Ademais, não será concedida gratificação por serviço extraordinário ao funcionário quando: 
a) no exercício de cargo em comissão ou função gratificada; 
b) a prestação do serviço extraordinário decorrer de execução de atividade a ser retribuída pela 
gratificação: 
 
15 Os limites poderão ser ampliados, havendo concordância expressa do funcionário designado para a realização do serviço 
extraordinário, não podendo exceder, em cada mês, a 50% (cinquenta por cento) do valor da referência correspondente 
ao vencimento. 
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A. de representação de Gabinete; 
B. de encargo de auxiliar ou membro de banca ou comissão examinadora de concurso; 
C. de atividade temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente instituído; 
c) em regime de acumulação de cargos, empregos ou funções. 
Com efeito, as horas extraordinárias ocorridas em virtude de acidente com o equipamento de trabalho, 
incêndio, inundação e outros motivos de casos fortuitos ou de força maior, serão consideradas 
automaticamente autorizadas e poderão ser compensadas posteriormente por folga em período 
equivalente (art. 163). 
Outrossim, não será submetido ao regime de serviço extraordinário (art. 164): 
a) o funcionário em gozo de férias ou licenciado; 
b) o ocupante de cargo beneficiado por horário especial em virtude do exercício de atividades com risco 
de vida ou saúde. 
Enfim, a gratificação por serviço extraordinário tem caráter transitório, não gerando qualquer direito de 
incorporação ao vencimento ou provento de aposentadoria, sobre ela não incidindo o cálculo de qualquer 
vantagem. Da mesma forma, o desempenho de atividades em horas extraordinárias não será computado 
como tempo de serviço público para qualquer efeito (art. 165). 
1.4.1.4 Gratificação de representação de gabinete 
A gratificação de representação de Gabinete é a que tem por fundamento a compensação de despesas de 
apresentação inerentes ao local do exercício ou a remuneração de encargos especiais (art. 166). 
Ela será devida (art. 167): 
a) aos funcionários em exercício nos Gabinetes dos Secretários de Estado, nos Gabinetes da 
Governadoria e nos da Procuradoria Geral do Estado e Procuradoria Geral da Justiça; 
b) aos funcionários que, a critério dos titulares dos órgãos referidos no inciso anterior, assim devam ser 
remunerados. 
Ademais, o valor global da gratificação de representação de Gabinete, por Secretaria, será aprovado pelo 
Governador, ouvida a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral quanto aos aspectos orçamentáriose financeiros. 
Por outro lado, o valor individual da gratificação será fixado em tabela aprovada pelos titulares dos 
Gabinetes dos Secretários de Estado, dos Gabinetes da Governadoria e dos da Procuradoria Geral do Estado 
e Procuradoria Geral da Justiça, observado o valor global da gratificação e não podendo exceder a 50% 
(cinquenta por cento) do vencimento do cargo efetivo do funcionário. 
Por fim, o art. 168 determina as situações em que, mesmo afastado, o servidor perceberá a gratificação. 
Portanto, não será suspenso o pagamento da gratificação de representação de Gabinete nos seguintes 
afastamentos: 
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a) férias; 
b) casamento; 
c) luto; 
d) júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
e) licenças para tratamento de saúde e repouso à gestante; 
f) faltas até o máximo de três durante o mês, por motivo de doença comprovada pelo órgão 
competente, inclusive quando em pessoa da família. 
1.4.1.5 Gratificação pela participação em órgãos de deliberação coletiva 
A gratificação pela participação em órgãos de deliberação coletiva será fixada por decreto em base 
percentual calculada sobre o valor de símbolo de cargo em comissão ou função gratificada, e paga por dia 
de presença às sessões do órgão colegiado. 
Órgãos de deliberação coletiva são órgãos compostos por vários membros para deliberar sobre 
determinado assunto por meio do consenso ou voto da maioria. Assim sendo, a gratificação pela 
participação em órgão de deliberação coletiva destina-se a remunerar a presença dos componentes dos 
órgãos colegiados regularmente instituídos (Decreto 2.479/1979, art. 169). 
Para o funcionário designado para missão no exterior, competirá ao Governador do Estado arbitrar a ajuda 
de custo a ser paga. 
Além disso, o funcionário somente poderá participar de no máximo um órgão de deliberação coletiva, salvo 
quando membro nato (art. 170). 
Caso o funcionário seja membro nato de um, ou mais, órgão(s) de deliberação coletiva, ele poderá optar 
pela gratificação de valor mais elevado. 
Em resumo, a única hipótese de o servidor participar de mais de um órgão de deliberação coletiva é quando 
ele for membro nato. Nesse caso, ele poderá receber a gratificação de maior valor. 
Ademais, o recebimento dessa gratificação poderá ser acumulado com quaisquer outras vantagens 
pecuniárias atribuídas ao funcionário (art. 171). Todavia, durante os afastamentos legais do titular, apenas 
o suplente perceberá a gratificação pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
1.4.1.6 Gratificação pela participação em banca examinadora de concurso ou em curso 
oficialmente instituído 
Como o próprio nome sugere, a gratificação é devida ao funcionário pelo exercício de encargo de auxiliar 
ou membro de banca ou comissão examinadora de concurso ou de atividade temporária de auxiliar ou 
professor de curso oficialmente instituído (Decreto 2.479/1979, art. 172). 
Assim, o art. 173 conceitua como encargo de membro de banca ou comissão examinadora de concurso a 
tarefa desempenhada, por designação especial de autoridade competente, no planejamento, organização 
e aplicação de provas, correção e apuração dos resultados, revisão e decisão dos recursos interpostos, até 
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a classificação definitiva, nos concursos, provas de seleção ou de habilitação, quando eventualmente 
realizados pelos órgãos da Administração Direta do Estado para provimento de cargos, preenchimento de 
empregos ou admissão a cursos oficialmente instituídos. 
Ainda nessa linha, vemos que o professor de curso oficialmente instituído é o designado pela autoridade 
competente, para exercer atividade temporária de magistérios nas áreas de treinamento e 
aperfeiçoamento de pessoal (art. 174). 
Prosseguindo, somente os funcionários do Estado poderão ser designados para exercer as atividades de 
auxiliar de banca ou comissão examinadora de concurso, ou para a atividade temporária de auxiliar de 
curso oficialmente instituído. Nesse último caso, a percepção se dará apenas para àqueles que realizarem 
o serviço além das horas de expediente a que está sujeito (arts. 175 e 176). 
Em todos os casos, caberá ao Governador arbitrar sobre a concessão da gratificação, mediante proposta 
fundamentada do órgão promotor do curso ou do concurso (art. 177). 
Finalmente, discorre o art. 178 que a percepção dessa gratificação não prejudicará o recebimento 
cumulativo de outras vantagens pecuniárias atribuídas ao funcionário. 
1.4.2 Ajuda de custo 
Segundo o art. 179 do Decreto 2.479/1979, a ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de 
viagem, mudança e instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova 
sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. 
Imagine, por exemplo, que um servidor que exercia suas funções em uma unidade da Receita Estadual 
situada no Rio de Janeiro-RJ seja removido, no interesse do serviço, para outra unidade da Receita Estadual, 
porém situada em Macaé-RJ. Nesse caso, ele fará jus à ajuda de custo para compensar as despesas de 
instalação decorrentes da mudança de sede em caráter permanente. 
O Decreto indica que a ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários de Estado ou dirigentes de órgãos 
diretamente subordinados ao Governador e não será inferior a uma nem superior a três vezes a importância 
correspondente ao vencimento do funcionário, salvo quando se tratar de missão no exterior (art. 180). 
Nessa situação, apenas o Governador poderá dar as definições. 
Destarte, para definir o valor da ajuda de custo serão levados em conta o vencimento do cargo do 
funcionário designado para nova sede ou missão no exterior, as despesas a serem por ele realizadas, bem 
como as condições de vida no local do novo exercício ou no desempenho da missão. 
Em continuação, o funcionário obrigado a permanecer fora da sede de sua unidade administrativa, em 
objeto de serviço, por mais de 30 dias, perceberá ajuda de custo correspondente a um mês do vencimento 
de seu cargo – sem prejuízo das diárias devidas a ele. Caso o ocupante do cargo não for efetivo, mas apenas 
comissionado, a ajuda de custo será calculada sobre o valor atribuído ao símbolo do cargo em comissão 
(art. 181). 
Os dois últimos artigos do Decreto 2.479/1979 se destinam a tratar das situações em que o servidor não 
receberá a ajuda de custo, e da restituição da mesma, quando devido. 
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Assim, não será concedida ajuda de custo (a) ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em 
virtude de mandato legislativo ou executivo, (b) ao servidor posto a serviço de qualquer outra entidade 
de direito público, e (c) quando a designação para a nova sede se der a pedido (art. 182). 
Por outro lado, o funcionário restituirá a ajuda de custo quando: (I) não se transportar para nova sede nos 
prazos determinados; (II) antes de decorridos três meses do deslocamento ou terminada a missão, 
regressar voluntariamente, pedir exoneração ou abandonar o serviço (art. 183). 
Com efeito, a restituição será de responsabilidade exclusiva do funcionário e não poderá ser feita 
parceladamente. 
Ademais, o funcionário que houver percebido ajuda de custo não poderá entrar em gozo de licença-prêmio 
antes de decorridos 90 dias de exercício na nova sede, ou de terminada a missão. 
Por fim, não haverá obrigação de restituir quando

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