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Incontinência Urinária
Geriatria & 
Gerontologia
Revista
Volume 7
Número 3
Jul/Ago/Set 2013ISSN 1981-8289
Sociedade Brasileira de 
Geriatria & Gerontologia
Órgão Oficial de Publicação Científ ica
ARTIGOS ORIGINAIS
Tendência temporal da cobertura vacinal contra influenza no Brasil, Rio de 
Janeiro 
Espiritualidade, religiosidade e qualidade de vida em idosos 
Hipofunção das glândulas salivares em idosos hospitalizados relacionada a 
medicamentos 
Avaliação de dependência de idosos em enfermaria geriátrica: consequên-
cias da hospitalização 
Avaliação de idosos atendidos em uma unidade de saúde da família do 
município de Ipatinga 
Hiperparatireoidismo secundário à hipovitaminose D e declínio de funciona-
lidade em idosos internados
Correlação entre funcionalidade e gravidade da doença de Parkinson em 
idosos 
Associação entre queixa de tontura, medo de cair e ocorrência prévia de 
quedas em idosos 
Frequência de quedas em pacientes idosos ambulatoriais 
ARTIGOS DE REVISÃO
Avaliação de qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários 
– revisão da literatura 
Transtorno depressivo no idoso: rastreamento, diagnóstico e aspectos 
epidemiológicos 
CARTA AO EDITOR
Hipotiroidismo subclínico: um desafio mantido na população idosa 
RELATO DE CASO
Síndrome de Sjögren – o desafio do diagnóstico em paciente idoso 
R
evista
 G
e
ria
tria
&
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e
ro
n
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VIDA ATIVA EM QUALQUER IDADE
Referências bibliográficas: 1. Price R, Daly F, Pennington CR, McMurdo ME. Nutritional supplementation of very old people at hospital discharge increases muscle strength: A randomised 
controlled trial. Gerontology. 2005;51:179-185. 2. Fabian E, Bogner M, Kickinger A, Wagner KH, Elmadfa I. Vitamin status in elderly people in relation to the use of nutritional supplements. J Nutr 
Health Aging. 2012;16(3):206-12. 3. Morley JE. Sarcopenia in the elderly. Fam Pract. 2012;29 Suppl 1:i44-i48.
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• Formato: 210x280 mm
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CMY
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2e3 capas Revista G&G#3.indd 1 11/27/13 5:04 PM
EDITORIAL
Atitude saudável – vacinação contra influenza
ARTIGOS ORIGINAIS
Tendência temporal da cobertura vacinal contra influenza no Brasil, Rio de Janeiro | 
Raphael Mendonça Guimarães, Andréia Rodrigues Gonçalves Ayres, Samyra Fábregas 
Boeira, Aliana Amandula Santos, Joana de Oliveira Pandoja Freire, Samuel Alves de Oliveira 
Junior, Bárbara Ragasse Pereira Gomes, Fabíola Alves Travesso, Renan Tomaz da Conceição
Espiritualidade, religiosidade e qualidade de vida em idosos | Fabiane Bregalda Costa, 
Newton Luiz Terra
Hipofunção das glândulas salivares em idosos hospitalizados relacionada a medica-
mentos | Daniela Napoleão Freitas, Nicássia Cioquetta Lock, Beatriz Unfer
Avaliação de dependência de idosos em enfermaria geriátrica: consequências da hos-
pitalização | Gabriela Antonio dos Santos, Márcia Torturella
Avaliação de idosos atendidos em uma unidade de saúde da família do município de 
Ipatinga | Aiane Xavier Felipe Batalha, Luísa Lage Souza Vidal, Aiala Xavier Felipe da Cruz
Hiperparatireoidismo secundário à hipovitaminose D e declínio de funcionalidade em 
idosos internados | Jussara Meyer Osielski, Décio F. Montresor Jr., Débora Carolina Netz 
Sanches, Luciano Henrique Monteiro Soares, Maurício de Miranda Ventura
Correlação entre funcionalidade e gravidade da doença de Parkinson em idosos | Marinei-
de Pereira dos Anjos Guimarães, Valéria Cristina Borges Severino, Hudson Azevedo Pinheiro
Associação entre queixa de tontura, medo de cair e ocorrência prévia de quedas em 
idosos | Giesse Albeche Duarte, Cristina Loureiro Chaves Soldera
Frequência de quedas em pacientes idosos ambulatoriais | Renata Schikanowski Scilla, 
Márcia Vargas de Farias, Maurício de Miranda Ventura, Glória Maria Xavier, Priscila Lucia 
Queiroz Barbosa, Regina Lucia de Costa e Castro, Mirian Matsuda Shirassu
ARTIGOS DE REVISÃO
Avaliação de qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários – revisão da 
literatura | Flávia Regina de Andrade Varela, Rozana Mesquita Ciconelli, Patrícia Coelho de 
Soárez, Nelson Carvalhaes Neto
Transtorno depressivo no idoso: rastreamento, diagnóstico e aspectos epidemioló-
gicos | Francisco Breno Magalhães Barbosa, Lara Sales Biermann, Arnaldo Aires Peixoto 
Júnior, Gilson Holanda Almeida
CARTA AO EDITOR
Hipotiroidismo subclínico: um desafio mantido na população idosa | Glaucia Duarte
RELATO DE CASO
Síndrome de Sjögren – o desafio do diagnóstico em paciente idoso | Bruno Sarpi, 
Karin Morales Assef, Maurício Miranda Ventura
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
163
167
173
179
184
189
196
203
208
215
219
228
234
236
240
ISSN 1081-8289
Volume 7
Número 3
Jul/Ago/Set 2013
Revista G&G Zero #3.indd 159 11/28/13 11:31 AM
ATIVA A COGNIÇÃO DO PACIENTE, MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA.1
hemitartarato de rivastigmina 
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3 
4
DISPONÍVEL EM TODAS AS FARMÁCIAS.
EVITA A BUROCRACIA DO ALTO CUSTO.3
MAIS ACESSÍVEL QUE O PRODUTO DE REFERÊNCIA.373%
AO DIMINUIR O DECLÍNIO COGNITIVO, TRATA A SÍNDROME 
DEMENCIAL, MELHORANDO A TAXA DE AVALIAÇÃO GLOBAL.1
1ª LINHA NO TRATAMENTO DA D.A.1,2
APRESENTAÇÕES: 
1,5 mg / 3 mg / 4,5 mg / 6 mg - 30 cápsulas
VASTIGMA (Hemitartarato de rivastigmina). APRESENTAÇÃO: Cápsula de 1,5mg; 3mg; 4,5mg e 6mg - Embalagem contendo 30 cápsulas. INDICAÇÕES: USO ADULTO, USO ORAL: tratamento de pacientes com demência leve a moderadamente grave tipo Alzheimer, também conhecida como doença de Alzheimer provável ou doença de Alzheimer. Tratamento de pacientes com demência leve a moderadamente grave 
associada à doença de Parkinson. CONTRAINDICAÇÕES: o uso em pacientes com conhecida hipersensibilidade à rivastigmina, a outros derivados do carbamato ou a qualquer componente da fórmula, também é contraindicado em pacientes com insuficiência hepática grave por não ter sido estudado nesta população. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: assim 
como outros colinomiméticos, deve-se ter cuidado ao utilizar Vastigma em pacientes com doença do nó sinusal ou defeitos na condução (bloqueio sinoatrial, bloqueio atrioventricular). A estimulação colinérgica pode causar aumento da secreção ácido-gástrica e pode também exacerbar obstruções urinárias e precipitar convulsões. Recomenda-se precaução ao tratar pacientes predispostos e essas patologias. Como 
com outros colinomiméticos, deve ser utilizado com precaução em pacientes que já tiveram crises asmáticas ou alguma doença de obstrução pulmonar. O tratamento deve sempre ser iniciado com a dose de 1,5mg, duas vezes ao dia, e ser ajustado à dose de manutenção do paciente. Se o tratamento for interrompido por vários dias, deverá ser reiniciada com a menor dose diária a fim de se minimizar a possibilidade 
de reações adversas (por exemplo, vômitos graves). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: é metabolizada principalmente pela hidrólise por esterases. Não foramobservadas interações farmacocinéticas com digoxina, varfarina, diazepam ou fluoxetina em estudos com voluntários sadios. Não foram 
observados efeitos desfavoráveis na condução cardíaca após a administração concomitante de digoxina. A administração com medicamentos prescritos comumente, tais como antiácidos, antieméticos, antidiabéticos, anti-hipertensivos de ação central, betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio, drogas inotrópicas, antianginosos, antiinflamatórios não 
esteroídais, estrógenos, analgésicos, benzodiazepínicos e anti-histamínicos, não foi associada às alterações na cinética de Vastigma nem ao aumento do risco de efeitos desfavoráveis clinicamente relevantes. Tendo em vista seus efeitos farmacodinâmicos, a rivastigmina não deve ser administrada concomitantemente com outras drogas colinomiméticas e pode interferir na atividade de medicações 
anticolinérgicas. Como um inibidor da colinesterase, a rivastigmina pode potencializar os efeitos de relaxantes musculares do tipo succinilcolina durante a anestesia. REAÇÕES ADVERSAS: as reações adversas relatadas mais comumente são gastrintestinais incluindo náuseas (38%) e vômitos (23%), especialmente durante a titulação. As pacientes dos estudos clínicos foram mais susceptíveis às reações 
adversas gastrintestinais e perda de peso. As seguintes reações adversas mais comuns: Náusea, vômito, diarréia, perda de apetite, dor abdominal e dispepsia, agitação, confusão, cefaléia, sonolência, tremor, fadiga e astenia e indisposição. POSOLOGIA: devem ser administradas duas vezes ao dia, com as refeições da manhã e da noite. Dose inicial: 1,5mg duas vezes ao dia. Os pacientes que são reconhecidamente 
sensíveis aos efeitos de drogas colinérgicas devem iniciar o tratamento com dose de 1mg, duas vezes ao dia. Gravidez e lactação: em estudos com animais, a rivastigmina não se mostrou teratogênica. Entretanto, a segurança de rivastigmina na gravidez humana não foi estabelecida e o mesmo deve ser utilizado em mulheres grávidas apenas se o benefício potencial 
for superior ao possível risco ao feto. Não se sabe se rivastigmina é excretado no leite humano e, portanto, pacientes que utilizam rivastigmina não devem amamentar. Registro MS nº 1.3569.0644 Comercializada por: NOVA QUÍMICA FARMACÊUTICA LTDA. “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”. VENDA SOB PRESCRIÇÃO 
MÉDICA. ESTE MEDICAMENTO SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. Referências: 1. American Academy of Neurology, Alzheimer Disease Pharmacologic Treatment, 2013; 19 (2):339-357. 2. Tayeb HO, Yang HD, Price BH, Tarazi FI. Pharmacotherapies for Alzheimer’s disease: beyond cholinesterase inhibitors. Pharmacol Ther. 2012 Apr;134(1):8-25 3. 
Revista ABC Pharma de outubro/2013. 4. Selo de Bioequivalência.
www.novaquimicafarma.com.br www.casosclinicosnq.com.br www.facebook.com/estilonova
Revista G&G Zero #3.indd 160 11/28/13 11:31 AM
ATIVA A COGNIÇÃO DO PACIENTE, MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA.1
hemitartarato de rivastigmina 
®
3 
4
DISPONÍVEL EM TODAS AS FARMÁCIAS.
EVITA A BUROCRACIA DO ALTO CUSTO.3
MAIS ACESSÍVEL QUE O PRODUTO DE REFERÊNCIA.373%
AO DIMINUIR O DECLÍNIO COGNITIVO, TRATA A SÍNDROME 
DEMENCIAL, MELHORANDO A TAXA DE AVALIAÇÃO GLOBAL.1
1ª LINHA NO TRATAMENTO DA D.A.1,2
APRESENTAÇÕES: 
1,5 mg / 3 mg / 4,5 mg / 6 mg - 30 cápsulas
VASTIGMA (Hemitartarato de rivastigmina). APRESENTAÇÃO: Cápsula de 1,5mg; 3mg; 4,5mg e 6mg - Embalagem contendo 30 cápsulas. INDICAÇÕES: USO ADULTO, USO ORAL: tratamento de pacientes com demência leve a moderadamente grave tipo Alzheimer, também conhecida como doença de Alzheimer provável ou doença de Alzheimer. Tratamento de pacientes com demência leve a moderadamente grave 
associada à doença de Parkinson. CONTRAINDICAÇÕES: o uso em pacientes com conhecida hipersensibilidade à rivastigmina, a outros derivados do carbamato ou a qualquer componente da fórmula, também é contraindicado em pacientes com insuficiência hepática grave por não ter sido estudado nesta população. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: assim 
como outros colinomiméticos, deve-se ter cuidado ao utilizar Vastigma em pacientes com doença do nó sinusal ou defeitos na condução (bloqueio sinoatrial, bloqueio atrioventricular). A estimulação colinérgica pode causar aumento da secreção ácido-gástrica e pode também exacerbar obstruções urinárias e precipitar convulsões. Recomenda-se precaução ao tratar pacientes predispostos e essas patologias. Como 
com outros colinomiméticos, deve ser utilizado com precaução em pacientes que já tiveram crises asmáticas ou alguma doença de obstrução pulmonar. O tratamento deve sempre ser iniciado com a dose de 1,5mg, duas vezes ao dia, e ser ajustado à dose de manutenção do paciente. Se o tratamento for interrompido por vários dias, deverá ser reiniciada com a menor dose diária a fim de se minimizar a possibilidade 
de reações adversas (por exemplo, vômitos graves). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: é metabolizada principalmente pela hidrólise por esterases. Não foram observadas interações farmacocinéticas com digoxina, varfarina, diazepam ou fluoxetina em estudos com voluntários sadios. Não foram 
observados efeitos desfavoráveis na condução cardíaca após a administração concomitante de digoxina. A administração com medicamentos prescritos comumente, tais como antiácidos, antieméticos, antidiabéticos, anti-hipertensivos de ação central, betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio, drogas inotrópicas, antianginosos, antiinflamatórios não 
esteroídais, estrógenos, analgésicos, benzodiazepínicos e anti-histamínicos, não foi associada às alterações na cinética de Vastigma nem ao aumento do risco de efeitos desfavoráveis clinicamente relevantes. Tendo em vista seus efeitos farmacodinâmicos, a rivastigmina não deve ser administrada concomitantemente com outras drogas colinomiméticas e pode interferir na atividade de medicações 
anticolinérgicas. Como um inibidor da colinesterase, a rivastigmina pode potencializar os efeitos de relaxantes musculares do tipo succinilcolina durante a anestesia. REAÇÕES ADVERSAS: as reações adversas relatadas mais comumente são gastrintestinais incluindo náuseas (38%) e vômitos (23%), especialmente durante a titulação. As pacientes dos estudos clínicos foram mais susceptíveis às reações 
adversas gastrintestinais e perda de peso. As seguintes reações adversas mais comuns: Náusea, vômito, diarréia, perda de apetite, dor abdominal e dispepsia, agitação, confusão, cefaléia, sonolência, tremor, fadiga e astenia e indisposição. POSOLOGIA: devem ser administradas duas vezes ao dia, com as refeições da manhã e da noite. Dose inicial: 1,5mg duas vezes ao dia. Os pacientes que são reconhecidamente 
sensíveis aos efeitos de drogas colinérgicas devem iniciar o tratamento com dose de 1mg, duas vezes ao dia. Gravidez e lactação: em estudos com animais, a rivastigmina não se mostrou teratogênica. Entretanto, a segurança de rivastigmina na gravidez humana não foi estabelecida e o mesmo deve ser utilizado em mulheres grávidas apenas se o benefício potencial 
for superior ao possível risco ao feto. Não se sabe se rivastigmina é excretado no leite humano e, portanto, pacientes que utilizam rivastigmina não devem amamentar. Registro MS nº 1.3569.0644 Comercializada por: NOVA QUÍMICA FARMACÊUTICA LTDA. “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”. VENDA SOB PRESCRIÇÃO 
MÉDICA. ESTE MEDICAMENTO SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. Referências: 1. American Academy of Neurology, Alzheimer Disease Pharmacologic Treatment, 2013; 19 (2):339-357. 2. Tayeb HO, Yang HD, Price BH, Tarazi FI. Pharmacotherapies for Alzheimer’s disease: beyond cholinesterase inhibitors. Pharmacol Ther. 2012 Apr;134(1):8-25 3. 
Revista ABC Pharma de outubro/2013. 4. Selo de Bioequivalência.
www.novaquimicafarma.com.br www.casosclinicosnq.com.br www.facebook.com/estilonova
Revista G&G Zero #3.indd 161 11/28/13 11:31 AM
Revista GeRiatRia & GeRontoloGia
Editora-chefe
Maysa Seabra Cendoroglo – São Paulo, Brasil (Unifesp)CONSELHO EDITORIAL NACIONAL
Editores Associados
João Macêdo Coelho Filho – Fortaleza, Brasil (UFC)
Júlio César Moriguti – Ribeirão Preto, Brasil (USP-RP)
Milton Luiz Gorzoni – São Paulo, Brasil (FCMSC-SP)
Rosângela Correa Dias – Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Wilson Jacob Filho – São Paulo, Brasil (USP)
Editores Executivos
João Senger – Novo Hamburgo, Brasil
Karla Cristina Giacomin - Belo Horizonte, Brasil
Maria do Carmo Lencastre Lins – Recife, Brasil
Mônica Rodrigues Perracini – São Paulo, Brasil
Adriano César B. S. Gordilho – Salvador
Ana Amélia Camarano – Rio de Janeiro
Ângelo Boss – Porto Alegre
Annette Leibing – Rio de Janeiro
Anita Libetalesso Néri – Campinas
Cláudia Burlá – Rio de Janeiro
Clineu de Mello Almada Filho – São Paulo
Edgar Nunes de Moraes – Belo Horizonte 
Eduardo Ferriolli – Ribeirão Preto
Eliane Jost Blessmann – Porto Alegre
Elisa Franco de Assis Costa – Goiânia
Elizabete Viana de Freitas – Rio de Janeiro
Emilio H. Moriguchi – Porto Alegre
Emilio Jeckel Neto – Porto Alegre
Flávio Chaimowicz – Belo Horizonte
Guita Grib Debert – Campinas
Ivete Berkenbrock – Curitiba
João Carlos Barbosa Machado – Belo Horizonte
João Marcos Domingues Dias – Belo Horizonte
João Toniolo Neto – São Paulo
Johannes Doll – Porto Alegre
José Elias S. Pinheiro – Rio de Janeiro
Kátia Magdala L. Barreto – Recife
Laura Mello Machado – Rio de Janeiro
Leani Souza Máximo Pereira – Belo Horizonte
Ligia Py – Rio de Janeiro
Luiz Eugênio Garcez Leme – São Paulo
Luiz Roberto Ramos – São Paulo
Maira Tonidandel Barbosa – Belo Horizonte
Marcella Guimarães A. Tirado – Belo Horizonte
Marcos Aparecido Sarria Cabrera – Londrina
Maria Fernanda Lima-Costa – Belo Horizonte
Maurício Gomes Pereira – Brasília
Maurício Wajngarten – São Paulo
Myrian Spínola Najas – São Paulo
Mônica Rodrigues Perracini – São Paulo
Newton Luiz Terra – Porto Alegre
Paulo Hekman – Porto Alegre
Renato Maia Guimarães – Brasília
Renato Moraes Fabbri – São Paulo
Ricardo Komatsu – Marília
Roberto Dischinger Miranda – São Paulo
Rômulo Luiz de Castro Meira – Salvador
Sérgio Márcio Pacheco Paschoal – São Paulo
Silvia Maria Azevedo dos Santos – Florianópolis
Sônia Lima Medeiros – São Paulo
Tereza Loffredo Bilton – São Paulo
Toshio Chiba – São Paulo
Tulia Fernanda Meira Garcia – Fortaleza
Ulisses Gabriel Vasconcelos Cunha – Belo Horizonte
Vânia Beatriz M. Herédia – Porto Alegre
CONSELHO EDITORIAL INTERNACIONAL
Andrea Caprara – Roma, Itália
Antony Bayer – Cardiff, Reino Unido
David V. Espino – San Antonio, EUA
Jay Luxenberg – San Francisco, EUA
Jeanne Wei – Little Rock, EUA
Masatoshi Takeda – Osaka, Japão
Paulo Henrique M. Chaves – Baltimore, EUA
Roberto Kaplan – Buenos Aires, Argentina
Sergio Ariño Blasco – Barcelona, Espanha
Indexada na LATINDEX (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal).
Direção executiva e comercial: Silvio Araujo | André Araujo 
Coordenação editorial: Natalie Gerhardt 
Contatos: acfarmaceutica@grupogen.com.br | www.acfarmaceutica.com.br
São Paulo – (11) 5641-1870 | Rio de Janeiro – (21) 3543-0770
Esta é uma publicação 
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, 
fotocópia, distribuição na internet e outros), sem permissão expressa da editora.
Todo o desenvolvimento, fotos e imagens utilizadas nesta publicação são de responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a posição da 
editora nem do laboratório, que apenas patrocina sua distribuição à classe médica.
Esta publicação contém publicidade de medicamentos sujeitos a prescrição, sendo destinada exclusivamente a profissionais habilitados a prescrever, 
nos termos da Resolução RDC Anvisa nº 96/08.
2013 © AC Farmacêutica® LTDA. Todos os direitos reservados.
Revista G&G Zero #3.indd 162 11/28/13 11:31 AM
Base Editorial
Av. Copacabana, 500 sala 609/610, Copacabana 
22020-001 – Rio de Janeiro.
e-mails: sbggapoio@terra.com.br / revistasbgg@gmail.com
eDitoRial
Atitude sAudável – vAcinAção contrA 
influenzA
Os resultados esperados de redução da carga de doença, de 
mortalidade, de hospitalização e de complicações por in-
fluenza dependem do paciente, dos serviços de saúde e das 
políticas públicas. A integração dessas ações deve se dar em 
período relativamente curto para que os objetivos da vacina-
ção sejam alcançados. Os estudos que buscam informações 
para monitorar a eficácia e a efetividade das campanhas de 
vacinação encontram dificuldades para obtenção dos dados 
tanto por escassez de registro como por imprecisão das infor-
mações. Em uma revisão sistemática publicada por Hagata et 
al (BMC Public Health, 2013, 13:388), os autores examinaram 
os determinantes sociais e as barreiras contra a vacinação de 
influenza em idosos com 65 ou mais anos de idade em países 
de alta, média e baixa renda. Embora com limitações meto-
dológicas, eles utilizaram critérios qualitativos e quantitativos 
para a seleção dos trabalhos e trazem de forma esquemática a 
inter-relação entre os fatores que afetam a vacinação sazonal 
contra influenza em idosos e também as razões de aceitação 
e recusa da vacina. Os autores do artigo “Tendência temporal 
da cobertura vacinal contra influenza no Brasil, Rio de Janei-
ro” chamam a atenção para os fatores associados às coberturas 
vacinais e nos mostram a dificuldade de obtenção dos dados 
e interpretação dos resultados considerando a heterogenei-
dade do nosso país. Um dos aspectos discutidos diz respeito 
à preocupação de que as informações permitam a identifica-
ção de bolsões, em que o número de idosos suscetíveis possa 
criar as condições favoráveis à disseminação da influenza. As 
próximas campanhas de vacinação deverão estar preparadas 
para superar as dificuldades apontadas pelos estudos e ter in-
formações antecipadas para aprimorar seus recursos e ações.
Maysa Seabra Cendoroglo
Editora-chefe
Revista G&G Zero #3.indd 163 11/28/13 11:31 AM
DiRetoRia nacional Da sBGG
Presidente 
Nezilour Lobato Rodrigues (PA)
1o Vice-Presidente
Paulo Renato Canineu (SP)
Pres. Depto. Gerontologia
Mariana Asmar Alencar (MG)
Secretária Geral
Ana Lúcia de Sousa Vilela (RJ)
Secretária Adjunta
Leila Auxiliadora José Sant’Ana (MT)
Tesoureiro
Daniel Kitner (PE)
Diretora Científica
Maria Alice Vilhena de Toledo (DF)
Diretora de Defesa Profissional
Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
Conselho Consultivo
Maria Angélica dos Santos Sanches (RJ)
Marcos Aparecido Sarria Cabrera (PR)
Paulo Roberto Cardoso Consoni (RS)
Conselho Consultivo Pleno
Adriano Cesar Gordilho (BA)
Antonio Jordão Neto (SP)
Eliane Jost Blessmann (RS)
Elisa Franco de Assis Costa (GO)
Elizabete Viana de Freitas (RJ)
Flavio Aluizio Xavier Cançado (MG)
João Carlos Barbosa Machado (MG)
Jussara Rauth (RS)
Laura Melo Machado (RJ)
Margarida Santos (PE)
Maria Auxiliadora Cursino Ferrari (SP)
Marianela Flores de Hekman (RS)
Myrian Spínola Najas (SP)
Paulo Cesar Affonso Ferreira (RJ)
Renato Maia Guimarães (DF)
Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
Sonia Maria Rocha (RJ)
Tereza Bilton (SP)
Zally Pinto Vasconcelos Queiroz (SP)
Representantes no Conselho da Associação 
Internacional de Geriatria e Gerontologia (IAGG)
Nezilour Lobato Rodrigues (PA)
Mariana Asmar Alencar (MG)
Marianela Flores de Hekman (RS)
Comissão de Normas
Presidente: Marianela Flores de Hekman (RS)
Adriano Cesar Gordilho (BA)
Eliane Jost Blessmann (RS)
Elisa Franco de Assis Costa (GO)
Elizabete Viana de Freitas (RJ)
Jussara Rauth (RS)
Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
Comissão de Ética e Defesa Profissional
Presidente: Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
Adriano Cesar Gordilho (BA)
Carlos Roberto Takayassu (MT)
Cristiane Ribeiro Maués (PA)
Emylucy de Paiva Paradela (RJ)
Gelson Rubem A. Almeida (MG)
Janaína Alvarenga Rocha (ES)
João Senger (RS)
Jussimar Mendes de Aquino (MS)
Katíuscia Karine Martins da Silva (AL)
Marcelo Azevedo Cabral (PE)
Marcelo de Faveri (DF)
Mariste Mendes Rocha (PB)
Rangel Osellame (SC)
Rodolfo Augusto Alves Pedrão (PR)Rosina Ribeiro Gabriele (CE)
Tassio José D. Carvalho Silva (SP)
Yara Maria Cavalcante de Portela (MA)
Comissão de Comunicação
Presidente: Salo Buksman (RJ)
Fabio Falcão de Carvalho (BA)
Ivete Berkenbrock (PR)
Leila Auxiliadora José Sant’Ana (MT)
Leani de Souza M. Pereira (MG)
Marcela Guimarães Assis (MG)
Renato Moraes A. Fabbri (SP) 
Comissão de Cuidados Paliativos 
Presidente: Daniel Lima Azevedo (RJ)
Isadora Crosara Alves Teixeira (GO)
Claudia Burlá (RJ)
Johannes Doll (RS)
José Francisco Pinto de Almeida Oliveira (RJ)
Josecy Maria S. Peixoto (BA)
Laiane Moraes Dias (PA)
Ligia Py (RJ)
Lucia H.Takase Gonçalves (SC)
Maristela Jeci dos Santos (SC)
Toshio Chiba (SP)
Comissão de Título de Geriatria
Presidente: Elisa Franco de Assis Costa (GO)
Adriano Cesar Gordilho (BA)
Karlo Edson Carneiro Santana Moreira (PA)
Livia Terezinha DEVENS (ES)
Maira Tonidandel Barbosa (MG)
Maria do Carmo Lencastre de M.E C. D.Lins (PE) 
Paulo José Fortes Villas Boas (SP)
Rodolfo Augusto Alves Pedrão (PR)
Veronica Hagemeyer Santos (RJ)
Comissão de Título de Gerontologia
Presidente: Cláudia Fló (SP)
Jordelina Schier (SC)
Marisa Accioly R. da C. Domingues (SP)
Tulia Fernanda Meira Garcia (CE)
Viviane Lemos Silva Fernandes (GO)
Comissão de Formação Profissional e Cadastro 
Geriatria Veronica Hagemeyer Santos (RJ)
Gerontologia Maria Celi Lyrio Crispim (RJ)
Comissão de Informática
Coordenador: Rodrigo Martins Ribeiro (RJ)
Representante Institucional 
COMLAT-Diretora da Área de Educação 
Marianela Flores de Hekman (RS)
CNA Elizabete Viana de Freitas (RJ)
CNDI Jussara Rauth (RS)
Comissão Científica de Geriatria
Presidente: Maria Alice Vilhena de Toledo (DF)
Ana Beatriz Galhardi Di Tommaso (SP)
Ana Lúcia de Sousa Vilela (RJ)
Daniel Apolinário (SP)
Edgar Nunes de Moraes (MG)
Einstein Francisco de Camargos (DF)
Jacira do Nascimento Serra (MA)
Juliana Junqueira M. Teixeira (GO)
Jussimar Mendes de Aquino (MS)
Luiz Antonio Gil Junior (SP)
Maisa Carla Kairalla (SP)
Marco Polo Dias Freitas (DF)
Marcos Aparecido Sarria Cabrera (PR)
Maria Fernanda Coelho Moreira Costa (PA)
Monica Hupsel Frank (BA)
Rubens de Fraga Junior (PR)
Comissão Científica de Gerontologia
Presidente: Leila Auxiliadora José Sant’Ana (MT)
Ana Elizabeth dos Santos Lins (AL)
Leonor Campos Mauad (SP) 
Ligia Py (RJ)
Márcia Carrera Campos Leal (PE)
Maria Angélica dos S.Sanchez (RJ)
Maria Izabel Penha de o. Santos (PA)
Otávio de Toledo Nobrega (DF)
Rosângela Corrêa Dias (MG)
Vania Beatriz M. Herédia (RS)
Comissão de Avaliação de Divulgação 
de Assuntos e Eventos Científicos
Leila Auxiliadora José Sant’Ana (MT)
Ligia Py (RJ)
Maria Alice Vilhena de Toledo (DF)
Marianela Flores de Hekman (RS)
Comissão de Políticas Públicas 
Marilia Anselmo V. da S. Berzins (SP)
Comissão de Publicações
Editora-Chefe: Maysa Seabra Cendoroglo (SP)
ALAGOAS 
Presidente: Helen Arruda Guimarães
2o Vice-Presidente: Ana Elizabeth Lins
Diretor Científico: Oswaldo da Silva Liberal
BAHIA 
Presidente: Rômulo Meira
2o Vice-Presidente: Fábio Falcão
Diretor Científico: Lucas Kuhn Prado
CEARÁ 
Presidente: João Bastos Freire Neto
2a Vice-Presidente: Lucila Bonfim Lopes Pinto
Diretor Científico: Jarbas de Sá Roriz Filho
DISTRITO FEDERAL 
Presidente: Marco Polo Dias Freitas
2o Vice-Presidente: Vicente de Paula Faleiros
Diretor Científico: Leonardo Pitta
ESPÍRITO SANTO 
Presidente: Roni Chaim Mukamal
2o Vice-Presidente: Neidil Espinola da Costa
Diretora Científica: Daniela Souza Gonçalves Barbieri
GOIÁS 
Presidente: Isadora Crosara Alves Teixeira
2a Vice-Presidente: Viviane Lemos Silva Fernandes
Diretora Científica: Ricardo Borges da Silva
MARANHÃO
Presidente: Jacira do Nascimento Serra
2o Vice-Presidente: Adriano Filipe Barreto Grangeiro
Diretores Científicos: Herberth Vera Cruz Furtado 
Marques Júnior e Margareth de Pereira de Paula
MATO GROSSO DO SUL 
Presidente: José Roberto Pelegrino
Diretora Científica: Marta Dreimeier
MATO GROSSO 
Presidente: Roberto Gomes de Azevedo
2a Vice-Presidente: Roseane Muniz
Diretora Científica: Janine Nazareth Arruda 
MINAS GERAIS 
Presidente: Rodrigo Ribeiro dos Santos
2a Vice-Presidente: Marcella Guimarães Assis
Diretora Científica: Maria Aparecida Camargos Bicalho
PARÁ 
Presidente: Karlo Edson Carneiro Santana Moreira
2a Vice-Presidente: Maria Izabel Penha de O. Santos
Diretor Científico: João Sergio Fontes do Nascimento
PARAÍBA 
Presidente: Arnaldo Henriques Gomes Viegas
2a Vice-Presidente: Mirian Lucia Trindade
Diretor Científico: João Borges Virgolino
PARANÁ 
Presidente: Debora Christina de lacantara Lopes
2a Vice-Presidente: Rosemary Rauchbach
Diretor Científico: Breno Barcelos Ferreira
PERNAMBUCO 
Presidente: Alexsandra Siqueira Campos
2a Vice-Presidente: Luisiana Lins Lamour
Diretor Científico: Sergio Murilo Fernandes
RIO DE JANEIRO 
Presidente: Rodrigo Bernardo Serafim
2a Vice-Presidente: Maria Angélica dos S. Sanchez 
Diretor Científico: Tarso Lameri Sant’Anna Mosci
RIO GRANDE DO SUL 
Presidente: Ângelo José Bos
2a Vice-Presidente: Vania Heredia
Diretor Científico: Paulo Roberto Cardoso Consoni
SANTA CATARINA 
Presidente: Paulo Cesar dos Santos Borges
2a Vice-Presidente: Silvia Maria Azevedo do Santos
Diretora Científica: Nagele Belettini Hahn
SÃO PAULO 
Presidente: Renato Moraes Alves Fabbri
2a Vice-Presidente: Valmari Cristina Aranha
Diretora Científica: Maisa Carla Kairalla
DiRetoRias Das seções estaDuais Da sBGG
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Cobertura vacinal contra influenza | 167
Tendência Temporal 
da coberTura vacinal conTra influenza 
no brasil, rio de Janeiro
raphael mendonça Guimarãesa, andréia rodrigues Gonçalves ayresb, 
samyra fábregas boeirac, aliana amandula santosc, 
Joana de oliveira pandoja freirec, samuel alves de oliveira Juniorc, 
bárbara ragasse pereira Gomesc, fabíola alves Travessoc, 
renan Tomaz da conceiçãoc
Resumo 
Introdução: A cobertura vacinal contra influenza vem sendo monitorada para avaliar o acesso, a adesão à vacina e a 
carga de doença após a vacinação anual dos idosos no Brasil, no estado do Rio de Janeiro e na sua capital. Objetivo: 
Analisar a tendência da cobertura vacinal com a vacina contra influenza, desagregada para a capital fluminense, o 
estado do Rio de Janeiro e o Brasil, em um período de 12 anos. Métodos: Foram calculadas taxas de cobertura a partir 
dos dados secundários do Datasus com as coberturas vacinais para vacina contra influenza para o município do Rio 
de Janeiro, o estado do Rio de Janeiro e o Brasil no período de 1999 a 2010. Para tal, foi utilizada a técnica de regressão 
polinomial. Resultados: A análise da tendência das coberturas vacinais contra influenza mostrou decréscimo nos 3 
níveis analisados. Observou-se que a capital mantém coberturas constantemente mais baixas que as estaduais, que por 
sua vez mimetizam o comportamento das coberturas vacinais nacionais. Conclusões: O resultado evidenciou queda 
no país, no estado do Rio de Janeiro e, principalmente, na capital fluminense, no período analisado. Muitos fatores po-
dem ser associados a essa queda, destacando-se a qualidade do registro de doses, a imprecisão das estimativas de dados 
populacionais fornecidas pelo IBGE para grupos com mais de 60 anos e a heterogeneidade populacional crescente.
Time Trend in vaccinaTion coveraGe influenza in brazil, 
rio de Janeiro
ABsTRACT
Introduction: Vaccinationcoverage against influenza has been monitored to evaluate the access, the adherence to 
the vaccine and the disease burden after the annual vaccination of the elderly in Brazil, State of Rio de Janeiro and 
its capital city. Objective: To analyze the trend in vaccination coverage with influenza vaccine, separated for State of 
Rio de Janeiro, its capital and Brazil over a period of 12 years. Methods: Rates were calculated through secondary 
data from Datasus. Vaccination coverages for influenza vaccine for Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro and Brazil 
were performed in the period of 1999-2010. Trends were analyzed through polynomial regression. Results: Analy-
sis of trends in influenza vaccination coverages showed a decrease in the three levels analyzed. It was observed that 
the capital city constantly maintains coverages at lower levels than the state, as the same behavior of the national vac-
cination coverage. Conclusion: The results showed a decrease in the country, State of Rio de Janeiro and especially 
in the state capital in the period analyzed. Many factors may be associated with this fall, highlighting the quality of 
the registration of doses, the imprecision of estimates of population data provided by the IBGE for groups with more 
than 60 years old and increasing population heterogeneity.
a Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
b Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ).
c Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) da UFRJ. 
Dados para correspondência
Raphael Mendonça Guimarães - Avenida Horácio Macedo, s/n, próximo à Prefeitura Universitária da UFRJ. Ilha do Fundão/Cidade Univer-
sitária, Rio de Janeiro, RJ. CEP 21941-598. Tel.: (21) 9585-9859. E-mail: raphael@iesc.ufrj.br
Palavras-chave 
Vacinação, 
influenza, 
análise de séries 
temporais, 
epidemiologia 
das doenças 
transmissíveis, 
cobertura vacinal. 
Key words 
Vaccination, 
influenza, time 
series analysis, 
epidemiology of 
communicable 
diseases, 
immunization 
coverage.
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 167 11/28/13 11:30 AM
168 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
A infecção pelo vírus influenza é uma doença comum, 
de transmissão respiratória, presente em todo o mundo. 
Provoca desde infecção subclínica até síndrome respira-
tória aguda grave, sendo a gripe sua manifestação mais 
frequente. Sua importância epidemiológica se deve à va-
riabilidade do vírus influenza, cujas mutações são fre-
quentemente observadas, e também à alta transmissibi-
lidade em populações suscetíveis, causando incidência 
elevada, especialmente nos meses frios. As variações ge-
néticas, quando introduzidas, são percebidas através da 
eclosão de epidemias que impõem demandas assisten-
ciais que beiram o colapso, como recentemente observa-
do após a circulação do subtipo pandêmico A (H1N1), 
em 2009.1 Associado à alta incidência, a gripe apresenta 
risco elevado para complicações, se comparada a outras 
infecções respiratórias. Em grupos mais vulneráveis, 
principalmente idosos e crianças, responde por 75% das 
infecções respiratórias, além de estar associada a taxas de 
letalidade mais elevadas.2
No Brasil, as doenças respiratórias são a terceira maior 
causa de óbitos em indivíduos com mais de 60 anos. Em 
2009, ano de introdução do novo subtipo pandêmico A 
(H1N1), a hospitalização de idosos devido a influenza 
e/ou pneumonia foi cerca de 10% maior que nos anos 
anteriores. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios, o país é o quinto mais populoso do mundo e 
vem apresentando aumento da expectativa de vida, com 
perfil demográfico que mostra aumento da proporção 
de idosos, com cerca de 10% da população com 60 anos 
de idade ou mais.3 Com envelhecimento rápido e inten-
so, a OMS estima que em duas décadas o Brasil será o 
sexto país em número de idosos. Esse perfil demográfico 
introduz modificações nos padrões epidemiológicos e 
cria demandas para prevenção e assistência.4,5
A Política Nacional do Idoso foi criada no Brasil em 
atenção a essas expectativas e mudanças, através da Lei 
no 8.842/94, regulamentada pelo Decreto no 1.948/96. 
Nela está prevista a vacinação dos idosos contra in-
fluenza, implementada pelo Programa Nacional de 
Imunizações, em 1999, conforme as recomendações da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), redigidas em 
1963.6 Cerca de 130 milhões de reais anuais foram gas-
tos entre 2000 e 2005 na realização da campanha anual 
de vacinação. O país detém as avaliações mais positivas 
da OMS sobre a vacinação, mas o real impacto é difícil 
de ser avaliado. Estudos que avaliam o impacto da vaci-
nação entre idosos empregando metodologias diversas 
citam medidas com avaliações variando entre extremos, 
desde ausência de correlação da vacina com a doença, 
efeito “modesto”, passando por tendência a queda das in-
ternações até redução da incidência clínica e sorológica 
pela metade.7,8 As estimativas mostram redução de 32% 
a 45% das hospitalizações por pneumonia, mais de 50% 
das hospitalizações por influenza e 39% a 75% da mor-
talidade global entre idosos.9-12 Estudos de efetividade 
mostram efeito protetor de pelo menos 80% contra gripe 
e 90% contra hospitalização entre idosos vacinados.13,14 
Estudos de custo-efetividade mostram que a introdução 
da vacina contra influenza reduz custos para idosos em 
geral e de “alto risco”, com redução do número de con-
sultas, admissões hospitalares e óbitos.15,16
A cobertura vacinal contra influenza vem sendo mo-
nitorada para avaliar o acesso, a adesão à vacina e a car-
ga de doença da influenza após a vacinação anual dos 
idosos. Estudos mostram que há variação na tendência 
conforme o grupo etário de idosos e a macrorregião. Em 
geral, o número de doses aplicadas cresce anualmente 
desde 1999, acompanhando o crescimento do número 
de idosos.17 No entanto, a homogeneidade das cobertu-
ras é ruim, pois apenas 37,6% dos municípios brasileiros 
alcançaram a meta de cobertura (70% de 1999 a 2008 e 
80% de 2009 em diante).18
A adesão dos idosos à vacinação ocorreu gradual-
mente, devido ao grande número de boatos que cerca-
ram a incorporação da vacina no país. A alta adesão 
está associada positivamente ao nível de escolaridade, 
participação em atividades da comunidade, presença 
de comorbidades (hipertensão, diabetes), sexo femini-
no, consulta médica recente, informações recebidas de 
profissionais de saúde, não ser tabagista, vacinação pré-
via, verificação de pressão arterial recente e facilidade 
de acesso e uso dos serviços de saúde.19-21 Já a baixa ade-
são está associada ao medo de reações adversas, consi-
derar a vacina desnecessária, sexo masculino, sedenta-
rismo, tabagismo, ser solteiro(a), não ter ido a consulta 
médica no último ano, não ter recebido recomendação 
da vacina por profissionais de saúde e baixa renda.19,20,22 
A cobertura vacinal é mais elevada entre idosos com 
70 anos ou mais.22
Apesar do número de estudos que se propõem a ava-
liar o impacto da vacinação contra influenza, este ainda 
é um desafio, em face da falta de diagnóstico adequado 
e oportuno dos agentes etiológicos. Os erros de registro 
de doses aplicadas prejudicam a avaliação da cobertura 
vacinal e geram a impressão de que a adesão caiu. Cresce 
a necessidade da realização de estudos epidemiológicos 
que ajudem a compreender e fundamentar as propostas 
de planejamento e avaliação das ações de saúde voltadas 
para idosos, especificamente imunizações. Assim, este 
artigo tem como objetivo analisar a tendência da cober-
tura vacinal com a vacina contra influenza, desagregada 
para a capital fluminense, o estado do Rio de Janeiro e o 
Brasil, em um período de 11 anos.
méToDos
Foram calculadas as coberturas vacinais para vacina 
contra influenza para o município do Rio de Janeiro, o 
estado do Rio de Janeiro e o Brasil no período de 1999 a 
2010, com a seguinte fórmula:
RevistaG&G#3.indb 168 11/28/13 11:30 AM
Cobertura vacinal contrainfluenza | 169
CV =
No de doses aplicadas de vacina 
contra influenza no período P
no espaço E
Número de indivíduos com mais de 60 anos no período 
P, no espaço E, sendo P o período estudado, cada um dos 
anos de 1999 até 2010, e E a capital fluminense, o estado 
do Rio de Janeiro ou o país, conforme a análise.23
Para fazer as análises, foram obtidos dados de cober-
tura vacinal através do portal Datasus, gerados a partir 
do Sistema de Informação do Programa Nacional de 
Imunização (SI-API), disponíveis em sítio eletrônico. 
Inicialmente, foram feitos diagramas de dispersão en-
tre as coberturas vacinais e os anos de estudo, para se 
visualizar o tipo de relacionamento entre eles. A seguir, 
foi iniciado o processo de modelagem, considerando as 
coberturas vacinais como variável dependente (Y) e os 
anos de estudo como variável independente (X). Para o 
estudo da tendência, optou-se por estimar modelos de 
regressão. Para evitar a colinearidade entre os termos da 
equação de regressão, utilizou-se a variável centralizada. 
O primeiro modelo a ser testado foi o de regressão linear 
simples (Y = b0 + b1X) e, posteriormente, foram testados 
os modelos de ordem maior: segundo grau ou parabó-
lico (Y = b0 + b1X + b2X
2) e terceiro grau (Y = b0+ b1X 
+ b2X
2 + b3X
3). Considerou-se como melhor modelo o 
que apresentou maior coeficiente de determinação (R2). 
Quando dois modelos foram semelhantes, do ponto de 
vista estatístico, para a mesma localidade, optou-se pelo 
modelo mais simples, ou seja, de menor ordem.
ResulTADos
O estudo descreve a tendência secular de estimativas de 
cobertura vacinal com a vacina contra influenza no pe-
ríodo de 1999 a 2010. No período anterior, a vacina en-
contrava-se disponível apenas nos Centros de Referência 
para Imunobiológicos Especiais (CRIE), para indivíduos 
que eram contemplados por apresentar determinados 
estados patológicos ou condições que atendem aos crité-
rios até hoje dispostos pela Coordenação Geral do Pro-
grama Nacional de Imunizações.24
A Figura 1 apresenta as tendências para os três níveis 
ecológicos avaliados. Nela se observam variações rele-
vantes, estatisticamente significativas e diversas. Nos três 
níveis ecológicos analisados segundo o modelo de regres-
são, as estimativas de cobertura evidenciaram decréscimo 
(Brasil: y = -0,4046x2 + 5,6503x + 63,353 R² = 0,594; valor 
p: 0,15; estado do RJ: y = -0,4666x2 + 6,4694x + 57,542 
R² = 0,6272; valor p: 0,19), estando as tendências para 
o decréscimo associadas ao tempo, principalmente para 
o município do Rio de Janeiro (y = -0,536x2 + 7,522x 
+ 48,049 R² = 0,6802; valor p: 0,02). Observou-se que a 
capital mantém coberturas constantemente mais baixas 
que as estaduais, que por sua vez mimetizam o compor-
tamento das coberturas vacinais nacionais.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
C
ob
er
tu
ra
 v
ac
in
al
Ano
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
y = 0,7955x + 73,872
R2 = 0,1968
y = 1,0903x + 61,985
R2 = 0,2358
y = 1,0903x + 61,985
R2 = 0,2358
MRJ
ERJ
Brasil
Figura 1 Tendência de coberturas vacinais da campanha de influenza para idosos no Brasil, no estado do Rio de Janeiro e no município do Rio de 
Janeiro, no período de 1999 a 2010.
DIsCussão
A análise da tendência das coberturas vacinais contra in-
fluenza mostrou decréscimo nos três níveis analisados: 
Brasil, estado do Rio de Janeiro e capital fluminense. No 
período analisado, foi verificado que, entre 1999 e 2008, 
enquanto a meta de cobertura era de 70%, as médias de 
cobertura vacinal do estado e do Brasil evidenciaram 
alcance da meta (75,8% e 79,2%, respectivamente), fi-
cando o município do Rio de Janeiro abaixo da meta es-
ERJ: Estado do Rio de Janeiro; MRJ: município do Rio de Janeiro.
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170 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
tabelecida.18 Em 2009, quando a meta passou para 80%, 
apenas o Brasil alcançou o objetivo. É preciso conhecer 
e compreender os fatores que podem ter influenciado o 
desempenho do Rio de Janeiro, estado e capital, na ten-
tativa de explicá-los e desenvolver estratégias para que 
possam ser superadas as limitações, corrigindo distor-
ções e aumentando o alcance da estratégia e a preven-
ção da doença. Estudo análogo realizado em cidade do 
interior do estado de São Paulo mostra que a cobertura 
vacinal em período idêntico mostrou distribuição assi-
métrica, variando de 57,5% a 95,78%, com mediana de 
88,10%, mostrando alcance da meta de modo global.17 Já 
estudo que abordou idosos em cidades paulistas, interior 
e capital, mostra coberturas de 66,0%.25
Em 2007, a CGPNI publicou análise das coberturas 
vacinais entre 1999 e 2006 relatando que, dentre as regi-
ões brasileiras, a Região Sudeste teve o menor percentual 
de municípios bem-sucedidos nas campanhas, mesmo 
com algumas melhoras pontuais. As características so-
ciodemográficas da região impõem planejamento que 
aborde estratégias próprias, considerando a maior den-
sidade demográfica do país, intenso fluxo de migração 
e particularidades climáticas.2 Assim, é necessário adi-
cionalmente verificar se há diferença entre o alcance da 
meta de cobertura entre a capital e o interior do estado e 
se de fato o desempenho insatisfatório nas capitais, que 
concentram grande proporção de idosos, influencia as 
estimativas obtidas, o que esses resultados contrastantes 
sugerem. 
As coberturas vacinais contra influenza são influen-
ciadas pelo modo como são estimadas, pelo numera-
dor e pelo denominador considerados. No Brasil, a co-
bertura vacinal é estimada a partir de uma razão entre 
o número de doses aplicadas e a estimativa de idosos 
na população-alvo da campanha. Assim, o registro 
incorreto de dados de doses aplicadas pode enviesar 
as estimativas. Embora não contemplada nas análises 
deste estudo, a vacinação em 2010 mostra o pior de-
sempenho do estado do Rio de Janeiro, parecendo ter 
sofrido influência dos registros de doses aplicadas em 
indivíduos com comorbidades, subtraindo essas doses 
dos idosos.18 É razoável, então, assumir que os regis-
tros na série estudada possam ter sido influenciados 
pelo treinamento das equipes, conhecimento amplo do 
uso do impresso de registro de doses e outras condições 
que possam interferir na qualidade do dado registrado. 
Destacam-se, ainda, as constantes mudanças de versão 
do Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunizações (SI-API), que, a cada vez que ocorrem, de-
mandam a necessidade de adaptação e treinamento das 
equipes que o operam. 
Do mesmo modo, estimativas populacionais impre-
cisas podem introduzir vieses nas estimativas observa-
das. Apesar de o número de doses aplicadas registradas 
aumentar anualmente, as coberturas vacinais apresen-
tam decréscimos que podem estar associados ao cresci-
mento populacional desse grupo etário, estimado pelas 
projeções intercensitárias anuais do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento da po-
pulação de idosos no país reflete a previsão e a conso-
lidação da transição demográfica, fenômeno observado 
em grande parte dos países. Essa projeção tem se repeti-
do há três anos, podendo ter ocorrido variações relevan-
tes na população que não são consideradas no cálculo da 
cobertura vacinal. À medida que aumenta a abrangência 
do nível ecológico estudado, aumenta a heterogeneidade 
das coberturas. Talvez menos impactante, mas não me-
nos relevante, seja o fato de que os idosos enquadrados 
em níveis socioeconômicos mais favoráveis, do ponto de 
vista do poder aquisitivo, busquem vacinação na rede 
privada, cujos dados raramente são incorporados aos re-
gistros de doses locais.
Apesar das limitações, o conhecimento acerca da co-
bertura vacinal tem permitido que sejam identificados 
bolsões em que o número de idosos suscetíveis pode 
criar as condições favoráveis à disseminação da influen-
za, bem como apontar onde a vacinação precisa ser ofer-
tada com maior facilidade e para quais populações de 
idosos devem ser realizadasações mais enfáticas. O mo-
nitoramento de coberturas tem sido instrumento útil ao 
programa de imunizações para avaliar divergências nas 
estimativas populacionais utilizadas como denominador 
no cálculo da cobertura, assim como para avaliar a qua-
lidade do registro de informações sobre doses aplicadas, 
uma vez que este é o numerador escolhido face à impes-
soalidade do registro de dados do PNI. 
Em estudo no qual foi avaliado o desempenho da es-
tratégia de vacinação junto aos idosos,17 relata-se que as 
coberturas vacinais mostram-se maiores em países onde 
há consensos ou programas de vacinação consolidados 
e divulgados amplamente, situação em que se enquadra 
o Brasil.23 Análises temporais ecológicas mostram ten-
dências diversas, com crescimento das coberturas vaci-
nais em municípios do Sudeste, no período 1999-2005, 
e decréscimo no período 1999-2003 em municípios do 
Nordeste.12,21
Não foi possível descrever se houve influência da 
adesão à vacinação pelos idosos sobre as estimativas de 
cobertura vacinal. No entanto, avaliações em outros mu-
nicípios do Sudeste e fora do estado do Rio de Janeiro 
mostram que idosos na região obtiveram informações 
sobre as campanhas, oriundas principalmente da mídia, 
sendo em sua maioria mulheres com idade entre 70-79 
anos.27,28 Ratificam os questionamentos anteriormente 
expostos, ao indagarem se de fato a adesão à vacinação 
decresceu, refletindo nas tendências, ou se houve erros 
de registro de doses. De modo geral, atitudes favoráveis 
em relação à vacinação parecem estimular comporta-
mentos de autoproteção, aumentando a adesão.28 Inqué-
ritos de base populacional, descrevendo características 
RevistaG&G#3.indb 170 11/28/13 11:30 AM
Cobertura vacinal contra influenza | 171
socioeconômicas (p. ex., idade, sexo e escolaridade) e 
atitudes saudáveis dos idosos (entendimento da impor-
tância da vacina) e estudos avaliando práticas da equipe 
de saúde, e como essas práticas incentivam a vacinação, 
têm se mostrado muito úteis para direcionar interven-
ções em grupos prioritários e aumentar a homogeneida-
de das coberturas.29
Tais observações vão ao encontro das controvérsias 
sobre a utilização das coberturas vacinais para avaliar a 
equidade de acesso. Enquanto há autores que as conside-
ram limitadas e pouco sensíveis para avaliar a equidade 
de acesso, devido às imprecisões na sua obtenção com 
sistemas de registro ultrapassados, há os que as consi-
deram indicadores bastante adequados, pois refletem o 
acesso à atenção básica de saúde, à prevenção primária 
e promoção à saúde dos idosos.30 Estudos que buscaram 
associar a cobertura vacinal à cobertura da estratégia de 
saúde da família mostraram associação positiva, indi-
cando que o acesso à vacina pode ser facilitado em loca-
lidades onde a estratégia encontra-se implantada e que 
sua ampliação beneficiaria a cobertura vacinal contra a 
influenza entre idosos.21
ConClusões
A análise da cobertura vacinal com a vacina contra a 
influenza evidenciou queda no país, no estado do Rio 
de Janeiro e, principalmente, na capital fluminense, no 
período analisado. Muitos fatores podem ser associados 
a essa queda, destacando-se a qualidade do registro de 
doses, a imprecisão das estimativas de dados populacio-
nais fornecidas pelo IBGE para grupos com mais de 60 
anos e a heterogeneidade populacional crescente, à me-
dida que se amplia o nível de agregação em estudos eco-
lógicos. A análise oportuna das coberturas vacinais, não 
apenas para essa vacina, aponta a necessidade de aperfei-
çoamento na metodologia de coleta e registro de doses 
aplicadas, incluindo as doses aplicadas na rede privada. 
É possível que fatores ligados à adesão, não investigados 
neste estudo, tenham influenciado as estimativas de co-
bertura no período analisado.
A alternativa à análise das coberturas vacinais ob-
tidas com o cálculo de uma razão seria a realização de 
inquéritos vacinais, identificando os fatores relaciona-
dos à adesão e fornecendo coberturas vacinais a partir 
de proporções. Com base em inquéritos realizados, po-
deria ser utilizado fator de correção para as tendências 
elaboradas com as coberturas vacinais atualmente dispo-
níveis. Com relação ao sistema de informação existente, 
é urgente que seja aprimorado tanto nos seus aspectos 
operacionais quanto no nível de informação que arma-
zena, devendo caminhar em direção ao nível individual, 
o menos agregado possível, para que estudos ecológicos 
sejam uma dentre outras opções, e não a única alterna-
tiva, como atualmente acontece. Com informações mais 
precisas, aumentará a segurança em planejar ações volta-
das para a saúde dos idosos, especialmente aquelas rela-
cionadas à prevenção das infecções respiratórias, maior 
complicação secundária à gripe.
ConFlITos De InTeResses
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 172 11/28/13 11:30 AM
Espiritualidade em idosos | 173
espiriTualidade, reliGiosidade 
e qualidade de vida em idosos
fabiane bregalda costaa, newton luiz Terrab 
Resumo 
Objetivo: Identificar se a religiosidade/espiritualidade é preditora de qualidade de vida em indivíduos idosos. Méto-
dos: Estudo transversal, descritivo e analítico em amostra de 158 idosos socialmente ativos, participantes de grupos de 
convivência em diferentes comunidades religiosas na cidade de Porto Alegre. Resultados: A média de idade foi de 70,6 
anos, com amplitude de variação de 60 a 92 anos. Houve predomínio de pessoas do sexo feminino casadas. Em relação 
à escolaridade, no universo pesquisado prevaleceu o ensino superior e, quanto à condição socioeconômica, a maioria 
apresentou rendimentos de 1-4 salários mínimos. Quando questionados sobre a assiduidade com que frequentam o 
serviço religioso, 63% afirmaram ser mais de uma vez por semana. O resultado da análise do impacto da religiosidade/
espiritualidade sobre os diferentes domínios de qualidade de vida evidenciou que esta pode ser associada positivamente 
com a maioria dos seus domínios. Conclusão: A variável religiosidade/espiritualidade é preditora de qualidade de 
vida nesta amostra de idosos.
spiriTualiTy, reliGiousness and qualiTy of life 
in elderly people
ABsTRACT
Objective: To identify whether religiousness/spirituality are predictors of quality of life in elderly individuals. 
Methods: A cross-sectional, descriptive and analytical study in a sample of 158 elderly socially active, participating in 
social groups in different religious communities in Porto Alegre city. Results: Mean age was 70.6 years with a variation 
range between 60 and 92 years. There was a predominance of females and married marital status. Regarding the educa-
tion of the studied group. There was a prevalence of higher education and, about the socioeconomic status, the majority 
had incomes between 1 to 4 minimum wages. When asked about the religious services assiduity, 63% attend more than 
once a week. The result of the religiosity/spirituality impact analysis, on the different quality of life domains, showed 
that this can be positively associated with most of their domains. Conclusion: Religiosity and spirituality variables are 
predictors of quality of life in this elderly sample.
a Mestranda do Programa de Geriatria e Gerontologia Biomédica da PUCRS.
b Professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia Biomédica da PUCRS.
Dados para correspondência
Fabiane Bregalda Costa – Avenida José Aloísio Filho, 889 casa 80, Humaitá, Porto Alegre, RS. CEP: 90250-180. Tel.: (51) 8254-1171. 
E-mail: f.bregalda@hotmail.com
Palavras-chave 
Idoso, religião, 
espiritualidade, 
qualidade de vida. 
Key words 
Elderly, religion, 
spirituality, 
quality of life.
Artigo or iginal
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174 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
O aumento da expectativa de vida nos últimos anos ge-
rou uma grande mudança demográfica devido ao incre-
mento da longevidade na sociedade, o que está deixando 
de ser um fenômeno para se tornar um acontecimento 
trivial. Significa que as pessoas estão tendo mais opor-
tunidades de envelhecer.¹ Em decorrência disso, surgem 
inúmeros questionamentos na busca de dar significado 
e sentido para a vida do idoso, e possibilitar a promoção 
da longevidade com qualidade de vida, ativa e saudável.²
O ser humano é heterogêneo, e a compreensão da 
qualidade de vida é diferente de indivíduo para indiví-
duo, podendo ser passível de mudanças no transcorrer 
da existência.³ Sendo assim, conceituá-la tem sido um 
desafio, pois se trata de um tema complexo e subjetivo. 
Para a Organização Mundial da Saúde, a qualidade de 
vida é definida como “a percepção que o indivíduo tem 
acerca da sua posição na vida, no contexto da cultura e 
do sistema de valores em que vive, e tomando em con-
sideração os seus objetivos, expectativas, padrões e pre-
ocupações”.4
Pesquisas recentes sugerem que a variável espiritu-
alidade/religiosidade pode estar ligada a melhor saúde 
física e emocional de idosos, beneficiando a melhor qua-
lidade de vida.5 Atividades religiosas/espirituais podem 
aumentar a motivação para realizar atividades do dia a 
dia.6 Estudos americanos com idosos indicam que mais 
de 90% das pessoas acreditam em um "poder maior" e no 
valor de seu bem-estar espiritual, e a maioria delas con-
corda fortemente que gostaria de ser interrogada pelos 
seus médicos quanto a alguma crença religiosa ou espiri-
tual, pois influenciaria em suas decisões e na tomada de 
decisão médica.7,8
A religiosidade e a espiritualidade são fenômenos 
relevantes também em nosso país, tendo em vista que 
92% da população declarou-se adepta de uma religião 
no censo demográfico de 2010. Esse dado se torna ainda 
mais relevante entre a população de idosos, em que 96% 
deles declararam ser religiosos.9 Especialmente no final 
da vida, a religião e a espiritualidade ocupam lugar de 
destaque, já que o envelhecimento traz consigo questões 
existenciais que essas variáveis tentam responder.10 Além 
disso, a religiosidade e a espiritualidade são identificadas 
como fonte de significação na vida.11
méToDo
Estudo transversal, descritivoe analítico, feito com ido-
sos pertencentes a grupos religiosos no município de 
Porto Alegre. Para a composição desta amostra, optou- 
se por seis diferentes práticas religiosas professadas no 
Rio Grande do Sul, conforme dados do censo demográfi-
co do IBGE em 2010, resultando nas seguintes religiões: 
Católica, Evangélica Pentecostal, Assembleia de Deus, 
Evangélica de Missão, Adventista do Sétimo Dia, Espiri-
tismo, Judaísmo e Testemunhas de Jeová. 
Para critérios de inclusão na pesquisa, foram selecio-
nados indivíduos com 60 anos ou mais e que aceitassem 
participar da pesquisa por meio do termo de consen-
timento livre e esclarecido. O critério de exclusão foi 
algum déficit cognitivo, impossibilitando responder coe-
rentemente aos questionários. 
Na coleta dos dados foi utilizada uma entrevista 
estruturada através de questionário com dados socio-
demográficos. Posteriormente, foram utilizados dois 
instrumentos da Organização Mundial da Saúde tra-
duzidos e validados no Brasil. Um, o WHOQOL-Bref, é 
uma versão abreviada do WHOQOL-100, composto por 
26 questões que obtiveram os melhores desempenhos 
psicométricos para avaliar a qualidade de vida, sendo 
subdividido em quatro domínios: físico, psicológico, re-
lações sociais e meio ambiente.12 O outro, o WHOQOL- 
SRPB, é um módulo específico para avaliar espiritualida-
de, religião e crenças pessoais. É composto por 32 itens 
e oito domínios: conexão a um ser ou força espiritual; 
sentido da vida; admiração; totalidade e integração; for-
ça espiritual; paz interior; esperança e otimismo; fé.13 
Também foram utilizadas quatro questões do domínio 
SRPB do WHOQOL-100, as quais referem-se a religião, 
espiritualidade, crenças pessoais e o quanto elas afetam 
a qualidade de vida. Posteriormente foram comparadas 
com o WHOQOL-SRPB.
A aplicação dos instrumentos foi realizada pelo próprio 
pesquisador nos centros religiosos propostos, de forma co-
letiva, entre dezembro de 2011 e julho de 2012. Esse estudo 
está adequado à Resolução no 196/96, que determi-
na as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas 
envolvendo seres humanos.14 O projeto foi aprovado pela 
Comissão Científica do Instituto de Geriatria e Geronto-
logia Biomédica e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 
estando registrado no CEP sob o número 11/05652.
ResulTADos
Quanto ao perfil demográfico da amostra, a média de 
idade foi de 70,6 (±7,7) anos, com amplitude de variação 
entre 60 e 92 anos. A maioria dos entrevistados era do 
sexo feminino, totalizando 68,4% mulheres e 31,6% ho-
mens. Sobre o estado civil, as maiores frequências foram 
para as situações de casados, 55,4% (n = 87), e viúvos, 
31,2% (n = 49).
Em relação à escolaridade, no universo pesquisado 
prevaleceu o ensino superior, 37,2% (n = 58), seguido 
do ensino fundamental completo, 23,7% (n = 37), e en-
sino médio completo, 20,5% (n = 32). A maior parte 
da amostra relatou não estar trabalhando, 76,6% (n = 
121). Quanto à ocupação, 48,1% (n = 76) dos investi-
gados foram caracterizados como aposentados. Para a 
condição socioeconômica, 49,7% (n = 73) apresentaram 
rendimento de 1-4 salários mínimos. Quando questiona-
dos sobre a assiduidade com que frequentam o serviço 
RevistaG&G#3.indb 174 11/28/13 11:30 AM
Espiritualidade em idosos | 175
religioso, 63,0% (n = 97) responderam mais de uma vez 
por semana.
Quanto à análise realizada para comparar os domí-
nios referentes à espiritualidade/religiosidade do WHO-
QOL-SRPB com os domínios de qualidade de vida do 
WHOQOL-BREF, os resultados, em sua maioria, mos-
traram correlações significativas e positivas, conforme 
mostrado na Tabela 1. Exceto o fator conexão a um ser 
ou força espiritual, os demais domínios evidenciaram 
pontuações elevadas correlacionadas a pontuações tam-
bém elevadas nos domínios referentes à qualidade de 
vida, mostrando nível de significância de 1%. 
Tabela 1 Análise de correlação entre os domínios da QV Whoqol Bref e os domínios referentes à espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais 
do WHOQOL-SRPB
espiritualidade
QV Whoqol Bref 
Físico Psicológico Relações sociais meio ambiente Total Whoqol
Conexão a um ser ou 
força espiritual 0,045 (p = 0,572) 0,069 (p = 0,391) 0,095 (p = 0,234) 0,112 (p = 0,163) 0,114 (p = 0,154)
Sentido na vida 0,371* (p < 0,001) 0,404* (p < 0,001) 0,533* (p < 0,001) 0,534* (p < 0,001) 0,312* (p < 0,001)
Admiração 0,402* (p < 0,001) 0,407* (p < 0,001) 0,430* (p < 0,001) 0,454* (p < 0,001) 0,202* (p < 0,001)
Totalidade 
integração 0,376* (p < 0,001) 0,403* (p < 0,001) 0,440* (p < 0,001) 0,489* (p < 0,001) 0,242* (p < 0,001)
Força espiritual 0,412*(p < 0,001) 0,486* (p < 0,001) 0,561* (p < 0,001) 0,534* (p < 0,001) 0,293* (p < 0,001)
Paz interior 0,291* (p < 0,001) 0,272* (p < 0,001) 0,364* (p < 0,001) 0,349* (p < 0,001) 0,124* (p = 0,122)
Esperança e 
otimismo 0,391* (p < 0,001) 0,310* (p < 0,001) 0,451* (p < 0,001) 0,544* (p < 0,001) 0,376* (p < 0,001)
Fé 0,481* (p < 0,001) 0,640* (p < 0,001) 0,692* (p < 0,001) 0,678* (p < 0,001) 0,774* (p < 0,001)
Dom. WHOQOL 
100 Espiritualidade 0,531* (p < 0,001) 0,698* (p < 0,001) 0,698* (p < 0,001) 0,744* (p < 0,001) 0,783* (p < 0,001)
 * A correlação foi significativa no nível de 1%. 
Tomando como base os domínios referentes à es-
piritualidade, foi implementada a análise de cluster 
(Tabela 2), buscando definir grupos de observações 
com máxima homogeneidade interna (intragrupos), 
enquanto também apresentam máxima heterogeneida-
de externa (entre grupos). De acordo com a técnica de 
agrupamento, a amostra foi segmentada em dois sub-
grupos segundo os oito domínios do WHOQOL-SR-
PB e o domínio espiritualidade do WHOQOL-100. A 
partir dessa segmentação, foi possível a caracterização 
dos subgrupos (cluster) e a observação de diferenças 
não verificáveis em análises anteriores.
Tabela 2 Médias para os escores referentes aos domínios do Whoqol SRPB segundo os clusters
Variáveis
Cluster**
1 (pontuações normais para a 
espiritualidade)
2 (pontuações superiores para a 
espiritualidade) p
Fator conexão a ser ou força espiritual 12,04 12,40 0,198
Fator sentido na vida 13,91 17,31 <0,001
Fator admiração 13,84 16,58 <0,001
Fator totalidade e integração 13,40 17,04 <0,001
Fator força espiritual 14,03 17,97 <0,001
Fator paz interior 13,79 16,61 <0,001
Fator esperança e otimismo 13,62 15,27 <0,001
Domínio fé 15,10 19,52 <0,001
Dom Whoqol-100 espiritualidade 16,05 19,62 <0,001
**Análise de agrupamento – hierarchical cluster.
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176 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
De acordo com os dois subgrupos estabelecidos, o 
cluster 1 foi caracterizado como o grupo com espiritua-
lidade “normal” e o 2 como o grupo com espiritualidade 
“superior”. Na comparação dos dois subgrupos, em rela-
ção à qualidade de vida (Whoqol Bref), realizada através 
da análise de variância, foram detectadas diferenças es-
tatisticamente significativas (p <0,001), de forma que o 
cluster 2, formado pelos investigados com elevadas pon-
tuações para a espiritualidade, apresentaram escores mé-
dios para qualidade de vida significativamente mais ele-
vados que as médias do cluster 1 (Tabela 3). Dessa forma, 
os investigados com pontuações elevadas, nos domínios 
referentes à espiritualidade, estão apresentando, também, 
elevados escores nos domínios da qualidade de vida.
DIsCussão
Constatamos, neste estudo, a prevalência do sexo femi-
nino e a faixa etária predominante de 60 a 69 anos, as-
sim como resultados obtidos em outros estudos com 
idosos.15,16 Em relação à escolaridade, no universo pes-
quisado prevaleceu o ensino superior, dado incomum de 
acordo com outras pesquisas realizadas, porém justifica-
do quando lembrado que a amostra foi composta de pes-
soas socialmente ativas, participantes de grupos de con-
vivência. Observamos, na amostra pesquisada, qualidade 
de vida boa ou normal, “superior”, como denominamos 
no estudo, de acordo comas variáveis do WHOQOL-
-Bref. Nenhum dos entrevistados apresentou escores 
baixos para qualidade de vida. Portanto, esse resultado 
corrobora estudos que evidenciam que idosos com me-
nor escolaridade tendem a ter pior qualidade de vida ou 
vice-versa.16
A maior parte da amostra relatou não estar trabalhan-
do e ter rendimento de 1-4 salários mínimos. Os resulta-
dos obtidos com relação ao trabalho estão de acordo com 
o esperado de uma população com 60 anos ou mais. No 
que se refere à condição socioeconômica, confirma a ten-
dência da grande parte da população em nosso país, onde 
71,5% das pessoas estão na classe de faturamento de até 
dois salários mínimos mensais.9 Sobre a assiduidade com 
que frequentam o serviço religioso, 63% relataram mais 
de uma vez por semana. Esse dado se refere à importân-
cia que a religião ocupa na vida dessas pessoas. A espiri-
tualidade é característica exclusiva dos seres humanos e, 
em idosos, ela é mais evidente. Pessoas idosas afirmam 
que a fé em um ser superior contribui para melhor qua-
lidade de vida e maior segurança no processo vivencial.17
Quando analisado o impacto da religiosidade/espiri-
tualidade (domínios do instrumento WHOQOL SRPB) 
na qualidade de vida (domínios do WHOQOL BREF), 
Tabela 3 Média e erro-padrão para os escores referentes à qualidade de vida dos domínios Whoqol Bref segundo os clusters
Domínios
subgrupos espiritualidade
p***
Cluster 1 (n = 60) Cluster 2 (n = 98)
Físico 13,52 ± 0,14 14,69 ± 0,11 <0,001
Psicológico 14,72 ± 0,17 16,5 ± 0,13 <0,001
Relações sociais 15,33 ± 0,24 18,8 ± 0,19 <0,001
Meio ambiente 15,65 ± 0,20 18,66 ± 0,16 <0,001
Total Whoqol 15,00 ± 0,39 18,57 ± 0,31 <0,001
*** Teste t de Student para grupos independentes.
constatamos que ela pode ser associada positivamente 
com a maioria dos seus domínios. Apenas o domínio co-
nexão a um ser ou força espiritual não apresentou signi-
ficância.
Os resultados nas médias dos demais domínios, como 
sentido da vida, admiração, totalidade e integração, for-
ça espiritual, paz interior, esperança e otimismo, e fé se 
mostraram igualmente preditivos de boa qualidade de 
vida na amostra pesquisada. As respostas revelam que 
a admiração pelas coisas ao redor, como natureza, arte, 
música, manter o equilíbrio entre mente, corpo e alma, 
apoiar-se em uma força espiritual, estar em paz consigo 
mesmo, sentir harmonia na vida, manter a esperança e o 
otimismo predizem boa qualidade de vida.
Em uma metanálise dos principais estudos que envol-
viam o tema espiritualidade e qualidade de vida, realiza-
da em 2005, foi encontrada correlação moderada entre 
níveis mais altos de espiritualidade/religiosidade e me-
lhor qualidade de vida.18 O impacto da espiritualidade na 
qualidade de vida tem sido demonstrado de forma quan-
titativa e também qualitativa. Outra pesquisa envolvendo 
365 idosos, os quais foram questionados sobre o que seja 
qualidade de vida, obteve como sétima resposta mais co-
mum o fato de ter religião e fé.19
Para Moreira-Almeida et al. (2006), em uma revisão 
sobre o tema, os autores verificaram que a maioria dos es-
tudos bem conduzidos sustenta que níveis mais elevados 
de envolvimento com a religião estão associados positi-
vamente com indicadores de bem-estar psicológico (sa-
tisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e moral ele-
vado) e com menos depressão, ideação e comportamento 
suicidas, e abuso de drogas e álcool. De modo geral, o 
maior envolvimento religioso está associado a melhores 
indicadores de saúde física, mental e qualidade de vida. 
RevistaG&G#3.indb 176 11/28/13 11:30 AM
Espiritualidade em idosos | 177
Também para os mesmos autores, a religião pode forne-
cer coesão social, promover o sentimento de pertencer a 
um grupo de carinho, de continuidade no relacionamen-
to com amigos e familiares e grupos de apoio. Frequentar 
o serviço religioso é fazer parte de um grupo, o que traz 
apoio psicossocial que pode promover a saúde.20
O envelhecer possui relação íntima com a espiritua-
lidade nos mais diferentes aspectos do envelhecimento, 
tendo impacto desde ser bem-sucedido até os cuidados 
no fim da vida.21 
Outro estudo conduzido no Rio Grande do Sul mos-
trou que os idosos cujas crenças pessoais davam maior 
significado à sua vida tinham até 10 vezes mais oportuni-
dades de cursar com envelhecimento bem-sucedido, em 
comparação com aqueles que não as possuíam.15
Entre outros benefícios, uma experiência religiosa sa-
tisfaz a necessidade de sentido da vida. Tal benefício pode 
ser especialmente útil para lidar com crises e traumas 
quando os indivíduos não dispõem de outros recursos 
que possam contribuir para esse suporte, como é o caso 
de idosos aposentados e viúvos.10 Krause, em sua inves-
tigação sobre o significado religioso, definiu que idosos 
que possuem um senso de religião tendem a ter maior 
nível de satisfação na vida utilizando-a como forma de 
descobrir o propósito da vida, um senso de direção e uma 
razão para sua existência.22
O objetivo da religiosidade/espiritualidade pode va-
riar de acordo com a pessoa, a situação e, principalmente, 
com o momento da vida, tornando-se mais expressivo no 
final dela. As experiências com Deus exercem influência 
positiva, podendo mudar a maneira da pessoa de ver o 
mundo, o lugar que ocupa e que bagagem é realmente 
importante ser levada vida afora. As prioridades são alte-
radas, valorizando-se mais o ser do que o ter.23
Quando acrescentado o domínio SRPB do WHO-
QOL-100, este mostrou significância (p < 0,001) correla-
cionado com os quatro domínios de WHOQOL-BREF. A 
espiritualidade mostrou-se fator independente e prediti-
vo de qualidade de vida superior.
Na comparação realizada através da análise de agrupa-
mento, subdividindo a amostra em dois grupos, é interes-
sante notar que o grupo formado pelos investigados com 
elevada pontuação para religiosidade/espiritualidade apre-
sentou escores médios para qualidade de vida significativa-
mente mais elevados que as médias do grupo caracterizado 
pelos investigados com pontuação normal para religiosida-
de/espiritualidade. Dessa forma, os dados do estudo indi-
cam que há evidências de que os indivíduos com pontuação 
elevada nos domínios referentes à espiritualidade também 
apresentam elevados escores referentes à qualidade de vida.
Em um estudo conduzido para avaliar fatores intrap-
síquicos, enfrentamento e espiritualidade de pacientes 
com tumores, foi detectado que pacientes com alta espi-
ritualidade são mais propensos a desenvolver as suas po-
tencialidades, também apresentando maior capacidade 
de se protegerem e cuidar de si. Além disso, eles têm me-
lhor capacidade de desenvolver suas qualidades pessoais 
e maior autorrealização.24
A religiosidade está relacionada a sintomas significati-
vamente menores de depressão, menor comprometimento 
cognitivo, menos dor e melhor qualidade de vida. Os profis-
sionais da área da saúde devem considerar o paciente como 
tendo uma história espiritual ou religiosa e garantir que 
essas necessidades sejam abordadas. A religião na vida de 
pessoas idosas desempenha papel importante e significativo 
na saúde física e mental.5
O perfil das pessoas com menor espiritualidade intrín-
seca e pontuações inferiores mostra capacidade ineficaz 
para lidar com alto risco de depressão, sugerindo autone-
gligência, nas dimensões física e emocional, de autoabuso 
e autocrítica.24 Cabe salientar ainda que a presença de di-
mensão espiritual pode ser um marcador positivo de pa-
cientes, levando a uma boa adaptação para o tratamento 
de inúmeras doenças crônicas, entre elas o câncer.24,25
ConClusão
A espiritualidade e a religiosidade são frequentes entre 
pessoas com mais de 60 anos. Podemos notar que não 
apenas indivíduos com algum problema crônico ou agra-
vo na saúde, mas também os idosos sem situação de do-
ença grave buscam sua relação com o transcendente. Sete 
dos oito domínios da religiosidade, espiritualidade e crenças 
pessoais apresentaram associação positiva com melhor qua-lidade de vida. Os participantes com altos índices no domí-
nio fé e espiritualidade apresentam qualidade de vida supe-
rior. Com base em nossos dados e naqueles encontrados na 
literatura, fica evidente que a espiritualidade e a religiosidade 
são fatores a serem considerados na avaliação da qualidade 
de vida em idosos, o que confirma a hipótese da pesquisa. 
Nesse contexto, reforçamos a necessidade de mais tra-
balhos relacionados ao tema, para trazer mais aprofunda-
mento à questão referida, visto que reverteria em ganhos 
reais para profissionais e instituições que atuam junto à 
população de idosos.
ConFlITos De InTeResses
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 178 11/28/13 11:30 AM
Hipofunção das glândulas salivares | 179
Hipofunção das Glândulas salivares 
em idosos HospiTalizados 
relacionada a medicamenTos
daniela napoleão freitasa, nicássia cioquetta lockb, 
beatriz unferc 
Resumo 
Introdução: Doenças cronicodegenerativas e distúrbios mentais são causas comuns de internação hospitalar na po-
pulação idosa. Essas condições clínicas fazem com que esses pacientes necessitem de farmacoterapia em grande escala. 
O uso de medicamentos pode ocasionar efeitos adversos na saúde do idoso, com repercussão bucal ou sistêmica. Obje-
tivos: Identificar a presença de sinais e sintomas de hipofunção das glândulas salivares em pacientes idosos internados 
no Hospital Universitário de Santa Maria e relacionar com os medicamentos prescritos durante a internação. Métodos: 
Trata-se de um estudo de caráter descritivo transversal, em que foram realizados exames bucais e consulta ao pron- 
tuário do paciente. Os dados referentes a sinais e sintomas de xerostomia e os dados do prontuário foram registrados 
em ficha própria. Resultados: Observou-se que 59% dos idosos apresentavam queixa de boca seca durante a maior 
parte do dia e que 11 dos 20 medicamentos mais prescritos para os idosos têm como efeito adverso a xerostomia 
e/ou outras manifestações características de hipofunção das glândulas salivares. Conclusões: Os resultados do estudo 
indicam que os sinais e sintomas de hipofunção das glândulas salivares verificados nos idosos hospitalizados podem 
estar associados ao consumo de medicamentos que predispõem a essa condição. Portanto, a atuação multiprofissional, 
em especial a inserção do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar, é necessária para monitorar as condições bucais 
dos pacientes internados, de modo a diminuir e controlar os efeitos dessa disfunção na saúde bucal.
salivary Gland HypofuncTion in elderly people HospiTalized 
relaTed To druGs
ABsTRACT
Introduction: Chronic diseases and mental disorders are common causes of hospitalization in the elderly. These cli-
nical conditions make these patients require drug therapy on large scale. The use of drugs can cause adverse health 
effects in the elderly, with oral or systemic repercussions. Objectives: To identify the presence of signs and symptomsof salivary gland hypofunction in elderly patients admitted to Santa Maria University Hospital, and relate this to the 
medicines prescribed during hospitalization. Methods: This was a descriptive cross-sectional study, in which an oral 
examination and a consultation to the patient’s chart was performed. The data related to signs and symptoms of xeros-
tomia and the medical record data were registered in the patient’s own card. Results: It was observed that 59% of the 
elderly complained of dry mouth during most of the day and that 11 of the 20 most prescribed drugs have side effects 
like xerostomia and/or other characteristic manifestations of salivary gland hypofunction. Conclusions: The results of 
the study indicate that the signs and symptoms of salivary gland hypofunction seen in hospitalized elderly people may 
be associated with the consumption of drugs that predispose this condition. Therefore, the multidisciplinary approach, 
with the inclusion of the dentist in the hospital is required to monitor the oral conditions of patients, in order to reduce 
and control the effects of this dysfunction in oral health.
a Mestranda em Ciências Odontológicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Autora do trabalho. Responsável pela coleta de 
dados, análise e redação do artigo.
b Graduanda do curso de Odontologia da UFSM, bolsista PET Saúde. Coautora do trabalho. Responsável pela coleta de dados e redação 
do artigo.
c Professora associada do curso de Odontologia da UFSM. Orientadora do trabalho.
dados para correspondência
Daniela Napoleão Freitas – Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Estomatologia. Rua Marechal Floriano Peixoto, 1.184, 
Centro, Santa Maria, RS. CEP: 97015-372. Tels.: (55) 9982-6768 e (55) 3222-2120. E-mail: daniknf@yahoo.com.br
Palavras-chave 
Idoso, hospital, 
medicamentos, 
xerostomia. 
Key words 
Elderly, hospital, 
drugs, xerostomia.
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 179 11/28/13 11:30 AM
180 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
O número de pessoas com idade igual ou superior a 
60 anos, definidas como idosas pelo Estatuto do Idoso,1 
vem aumentando cada vez mais no Brasil desde a década 
de 1960, o que estreita a base da pirâmide populacional, 
fenômeno que antes era característico de países desen-
volvidos. O crescimento dessa classe populacional pode 
ser reflexo da baixa taxa de fecundidade e do aumento da 
expectativa de vida da população brasileira.2
As doenças cronicodegenerativas e os distúrbios 
mentais são as principais morbidades que acometem os 
idosos, gerando aumento da demanda por serviços de 
saúde.3 As principais causas de internação hospitalar dos 
idosos, no âmbito do SUS, são as doenças dos aparelhos 
circulatório, respiratório e digestivo.4 Essas condições 
clínicas fazem com que os idosos necessitem de farma-
coterapia em grande escala. Os medicamentos utilizados 
– que incluem, principalmente, aqueles com ação no 
sistema cardiovascular, sistema nervoso, trato alimentar 
e metabolismo5 – podem ocasionar efeitos adversos na 
saúde do idoso, com repercussão bucal ou sistêmica.
Uma das queixas frequentes dos idosos é o sintoma 
de boca seca, possivelmente tendo como causa a utili-
zação de grande número de medicamentos causadores 
de hipossalivação.6 Do ponto de vista da saúde bucal, a 
redução da saliva pode levar a complicações, como au-
mento do risco de cárie, ulcerações e infecções da muco-
sa bucal e periodontal.7
O objetivo deste estudo foi identificar a presença de 
sinais e sintomas de hipofunção das glândulas salivares 
em pacientes idosos internados no Hospital Universitá-
rio de Santa Maria (HUSM) e relacionar com os medica-
mentos prescritos durante a internação.
méToDos
O estudo, de caráter descritivo transversal, foi realizado 
no Hospital Universitário de Santa Maria (RS), no período 
de junho a dezembro de 2012, nas unidades de clínica 
médica e clínica cirúrgica, com idosos internados. Essas 
unidades possuem 100 leitos no total. Para o cálculo da 
amostra foi tomado como base o número de pacientes 
internados no mês de março de 2012,8 o que resultou em 
75 pacientes para compor a amostra mínima.
Foram incluídos os pacientes internados, com idade 
igual ou superior a 60 anos, que concordaram em partici-
par do estudo ou cujos parentes ou responsáveis permiti-
ram sua participação e em condições de ser examinados. 
Foi utilizado um termo de consentimento livre e esclareci-
do, assinado e devolvido aos pesquisadores, permanecen-
do uma cópia com os participantes do estudo.
O prontuário dos pacientes foi consultado para ob-
ter as informações relativas aos medicamentos prescritos 
aos internados. Para identificar os efeitos adversos dos 
medicamentos prescritos foi consultado o Formulário 
Terapêutico Nacional 2010.9 
Foram realizados exames bucais, no próprio leito, 
com o paciente sentado ou deitado. O exame consistiu 
na observação de mucosa, saliva, língua, lábios, comissu-
ra labial e dentes mediante o uso de espelho bucal e lan-
terna, por um único examinador, previamente calibrado 
(nível de concordância kappa de 93%). Foi perguntado ao 
paciente se apresentava sintomas bucais relacionados 
a paladar, mastigação, deglutição ou outros sintomas.10 
Os dados referentes a sinais e sintomas de xerostomia e os 
dados do prontuário foram registrados em ficha própria.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa do Centro Universitário Franciscano (Unifra), 
sob o parecer consubstanciado no 35.451/2012, sendo 
realizada de acordo com as Diretrizes e Normas Regula-
mentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos do 
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
ResulTADos
Todos os pacientes abordados no HUSM que se encon-
travam em condições para o exame bucal concordaram 
em participar do estudo. Do total de pacientes interna-
dos, 15 foram excluídos por não haver condições para o 
exame bucal devido ao uso de tubo orotraqueal. Foram 
examinados 102 idosos internados, com idade média 
de 71 anos, sendo 59 homens e 43 mulheres. O tempo 
médio de internação dos pacientes era de 13 dias, e os 
motivos da internação eram câncer (33%), cirurgias di-
versas (17%) e cardiopatias (15%).
O exame das condições bucais mostrou que mais da 
metade dos idosos (59%) apresentava queixa de boca 
seca durante a maior parte do dia. Ressecamento dos 
lábios e presença de fissuras foram os sinais mais obser-
vados. Todos os pacientes apresentaram pelo menos um 
sinal e/ou sintoma de xerostomia (Tabela 1). 
Tabela 1 Distribuição dos sinais e sintomas bucais relativos à 
hipofunção das glândulas salivares em idosos hospitalizados. Santa 
Maria, RS, 2012*
sintomas n %
Boca seca 60 59
Ingestão frequente de água 46 45
Halitose 44 43
Dificuldade de engolir/mastigar 35 34
Ardência na boca 14 14
Dificuldade no uso de prótese (n= 55) 10 18
sinais n %
Ressecamento/fissuras nos lábios 49 48
Saliva espessa 40 39
Ressecamento da mucosa 33 32
Queilite angular 26 25
Atrofia das papilas linguais 16 16
Cárie rampante 9 9
* Vários pacientes apresentavam mais de um sinal ou sintoma.
RevistaG&G#3.indb 180 11/28/13 11:30 AM
Hipofunção das glândulas salivares | 181
A análise dos prontuários mostrou que 11 dos 20 me-
dicamentos mais prescritos para os idosos têm como efei-
to adverso a xerostomia e/ou outras manifestações carac-
terísticas de hipofunção das glândulas salivares, conforme 
a informação do fabricante (Tabela 2). O medicamento 
prescrito para a maioria dos pacientes foi a dipirona (68%). 
Tabela 2 Medicamentos prescritos aos idosos hospitalizados,* ação terapêutica e os efeitos adversos nas glândulas salivares, segundo a 
informação do fabricante. Santa Maria, RS, 2012
Medicamento Ação terapêutica Efeitos adversos n %
Dipirona Sistema nervoso central Xerostomia 69 68
Ondansetrona Aparelho digestivo Xerostomia 22 22
Morfina Sistema nervoso central Xerostomia 21 21
Clonazepam Sistema nervoso central Síndrome da boca ardente 18 18
Enalapril Sistema cardiovascular Ageusia17 17
Atensina Sistema cardiovascular Boca seca 15 15
Metronidazol Anti-infeccioso Xerostomia, gosto metálico 9 9
Tramadol Sistema cardiovascular Boca seca 6 6
Clindamicina Anti-infeccioso Gosto metálico na boca 5 5
Diazepam Sistema nervoso central Alteração na saliva 5 5
Fluoxetina Sistema nervoso central Xerostomia 5 5
* Foram listados os medicamentos prescritos para até 5 pacientes.
DIsCussão
A saliva tem papel importante na manutenção da saúde 
bucal, uma vez que suas propriedades físico-químicas 
têm influência na mastigação e ingestão de alimentos, na 
fonação, na proteção contra a cárie dentária e doenças 
periodontais, além de proporcionar efeitos protetores 
das mucosas bucal e gastrointestinal.11
A disfunção da glândula salivar é geralmente associada 
à xerostomia e à hipossalivação. A xerostomia é uma sensa-
ção de boca seca, de caráter subjetivo, associada à redução 
da produção salivar e/ou alteração de suas propriedades 
químicas, embora nem sempre signifique redução real do 
fluxo salivar.6,12 Já a hipossalivação caracteriza-se pela redu-
ção do fluxo salivar, que pode ser constatada objetivamente. 
Pode-se considerar que um indivíduo tem diminuição da 
produção salivar quando apresenta pelo menos um destes 
sintomas: boca seca, dificuldade de mastigar e engolir ali-
mentos secos e pouca saliva na maior parte do tempo.6
As queixas de boca seca, que afetam cerca de 30% dos 
idosos acima de 65 anos, com prevalência maior no sexo 
feminino, são associadas ao envelhecimento, a doenças 
sistêmicas e ao uso de múltiplos medicamentos.7,11-13
A terapia medicamentosa prescrita aos idosos é capaz 
de produzir como efeitos adversos a diminuição do fluxo 
salivar e a xerostomia. Vários medicamentos associados 
à sensação de boca seca são encontrados nos grupos dos 
antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos, diuré-
ticos, antiparkinsonianos e broncodilatadores.6,11 Este es-
tudo mostra que a maioria dos medicamentos prescritos 
aos internados no HUSM apresenta esses efeitos adversos.
A hipossalivação pode trazer como consequências o 
aumento do risco de cáries e gengivite, devido ao acúmu-
lo de placa bacteriana, e o aparecimento de candidíase.11 
A boca seca pode causar dificuldade de deglutição (dis-
fagia) e alterações no paladar (disgeusia), dificultando 
também o uso de próteses dentárias. Podem surgir lesões 
na mucosa bucal decorrentes de traumatismos e lesões 
na comissura labial (queilite angular).11,14
O gosto metálico na boca (sintoma de disgeusia) ou 
mesmo a perda de paladar (sintoma de ageusia) é uma 
alteração muito frequente em pacientes com câncer tra-
tados por quimioterapia e radioterapia. Como o apetite 
é afetado, o paciente pode perder peso e ter problemas 
nutricionais em consequência da menor ingestão de ali-
mentos. Com origem multifatorial (injúria direta pela 
quimioterapia e radioterapia, efeitos adversos de medi-
camentos, candidíase, deficiências nutricionais, saúde 
bucal precária e infecções virais), seu tratamento poderá 
ser também múltiplo, com uso de cubos de gelo na boca 
para provocar constrição dos vasos sanguíneos e dificul-
tar a liberação das drogas quimioterápicas na cavidade 
bucal, adequação da técnica de radiação, adequação dos 
medicamentos com efeitos adversos, tratamento das 
condições bucais e adequação da dieta alimentar.15
A síndrome da ardência bucal é uma alteração na 
boca caracterizada por dor e ardência, com ou sem sinais 
inflamatórios. Não há presença de sinais clínicos, labora-
toriais específicos ou causa orgânica evidente, podendo 
ser acompanhada de xerostomia e disgeusia.16-18 A sen-
sação de ardência envolve geralmente a língua, os lábios 
e o palato. Os sinais e sintomas são complexos e dificul-
tam o diagnóstico. As causas da síndrome são variadas, 
e contribuem com a doença os fatores neurológicos, psi-
cogênicos e hormonais, acometendo mais as mulheres 
idosas.17 O tratamento consiste no alívio dos sintomas, 
pois não há tratamento específico para a cura.17
RevistaG&G#3.indb 181 11/28/13 11:30 AM
182 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
Uma vez que a hipofunção das glândulas salivares 
pode ser consequência dos efeitos adversos de medica-
mentos, a reavaliação da terapia medicamentosa torna-
-se necessária na medida em que existe possibilidade 
de substituição desses medicamentos por outros com 
efeitos adversos menos danosos à saúde dos indivíduos.6 
Embora a prescrição de medicamentos seja prerrogativa 
médica, no setor público a escolha pode ser limitada em 
função do custo, gerando prescrições que nem sempre 
serão as mais adequadas.19 
A utilização de saliva artificial é outra medida para 
atenuar os efeitos da hipofunção das glândulas salivares, 
que são soluções manufaturadas com pH neutro e eletró-
litos semelhantes à saliva natural. Outras estratégias que 
podem ser utilizadas são: estimulantes salivares, como 
gomas de mascar, tabletes à base de vitamina C e de pilo-
carpina, e ácido málico presente em frutas como a pera 
e a maçã.6 Beber água várias vezes ao dia é uma medida 
que mantém a boca hidratada e ajuda a eliminar os res-
tos alimentares, além de auxiliar durante as refeições na 
mastigação, na ingestão e no paladar.11 
As condições bucais dos idosos, mostradas pelos le-
vantamentos epidemiológicos, revelam alta proporção 
de pessoas acima de 65 anos com média de 27,5 dentes 
afetados pela cárie, a maioria extraídos.20 No momento 
da internação hospitalar, as fragilidades e deficiências 
representadas por múltiplos problemas médicos reper-
cutem negativamente na saúde bucal dos idosos, que já 
se encontra precária. Indivíduos com xerostomia ou hi-
pofunção salivar têm maior risco de desenvolvimento de 
cáries dentárias. Com fluxo salivar reduzido, há queda 
na capacidade tampão da saliva em neutralizar os ácidos 
produzidos pelas bactérias da placa bacteriana dentária, 
podendo a desmineralização dentária ocorrer rapida-
mente.21 
Da mesma forma, o baixo fluxo salivar contribui para 
o aumento do acúmulo da placa bacteriana, o que predis-
põe as pessoas às doenças periodontais, como a gengivite 
e a periodontite. Adicionalmente, estudos mostram que 
patógenos respiratórios podem ser encontrados na placa 
bacteriana dentária, ocasionando pneumonia por aspi-
ração.22-24
Embora os dados epidemiológicos das condições 
bucais de idosos indiquem que esse grupo populacional 
tem extensas perdas dentárias, os dentes remanescentes 
e a presença de próteses dentárias requerem cuidados 
diários. Nesse aspecto, médicos e dentistas devem exa-
minar rotineiramente os pacientes em ambiente hospi-
talar, com abordagem multiprofissional a fim de pro-
porcionar melhor atenção à saúde bucal dos pacientes 
internados. 
ConClusões
O perfil de saúde da população sofre transformações à 
medida que envelhece. Predominam doenças cronicode-
generativas e suas complicações, gerando intensa utiliza-
ção de serviços de saúde paralelamente ao consumo de 
medicamentos. Os resultados deste estudo indicam que 
os sinais e sintomas de hipofunção das glândulas sali-
vares verificada nos idosos hospitalizados podem estar 
associados ao consumo de medicamentos que predis-
põem a essa condição. Embora outros fatores, que não 
os medicamentos, possam estar envolvidos no processo, 
é necessário monitorar as condições bucais dos pacien-
tes internados, de modo a diminuir e controlar os efei-
tos dessa disfunção na saúde bucal. Portanto, a atuação 
multiprofissional, em especial a inserção do cirurgião- 
dentista no ambiente hospitalar, torna-se essencial para 
proporcionar atenção integral à saúde e qualificar a assis-
tência hospitalar.
ConFlITos De InTeResse
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 183 11/28/13 11:30 AM
184 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
avaliação de dependência de idosos 
em enfermaria GeriáTrica: 
consequências da HospiTalização
Gabriela antonio dos santosa, márcia Torturellab 
Resumo 
Objetivos: Descrever o grau de dependência de idosos de acordo com o Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) 
proposto por Fugulin et al. com o objetivo de analisar a diferença no momento da admissão e da alta hospitalar. Méto-
dos: Estudo descritivo, exploratório, quantitativo, de corte transversal. Resultados: Ao todo, foram 105 fichas avalia-
das, 54 homens e 51 mulheres, com idade média de 83,83 anos. Relacionados os resultados de dependência da admissão 
e da saída dos idosos, 61 mantiveram quadro de dependência (58%), oito evoluíram para menor dependência (7,6%) 
e 36 para maior dependência (34,2%). Daqueles que mantiveram o grau de dependência entre a admissão e a saída, 
50 tiveram alta (81%) e 11 foram a óbito (18%). Daqueles que melhoraram, 100% (oito) tiveram alta. Entre os que 
pioraram, 20 (55,5%) tiveram alta e 16 foram a óbito (41,4%). Conclusões: Os resultados encontrados vêm corroborar 
outras pesquisas que também relacionam a maior dependência dos idosos quando há necessidade de internação. Para 
que essa realidade seja controlada, são necessários cuidados redobrados com a internação dos idosos, evitando que em 
momento de possível fragilidade percam a independência, a autonomia e a qualidade de vida.
evaluaTion of dependency of elderly in a GeriaTric ward: 
effecTs of HospiTalizaTion
ABsTRACT
Objectives: To describe the degree of dependence of elderly according to the Patient Classification System (PCS) 
proposed by Fugulin et al. in order to analyse the difference at the time of admission and discharge. Methods: A des-
criptive, exploratory, quantitative cross-sectional search. Results: All together 105 records were evaluated, 54 men and 
51 women, with the mean age of 83 years. Relating the results of elderly dependence of admission and exit 61 maintai-
ned dependence (58%), 8 progressed to lower dependence (7.6%) and 36 to greater dependence (34.2%). Those who 
maintained the degree of dependence between entry and output, 50 were discharged (81%) and 11 died (18%). Those 
who improved 100% (8) were discharged. But among the worsened 20 (55.5%) were discharged and 16 died (41.4%). 
Conclusions: The results corroborate with other studies that also relate to greater dependency of elderlies when there 
is a need of hospitalization. In order to this reality to be controlled, it is needed an extra care in elderly hospitalization 
admission, preventing that in a moment of weakness, they could lose their independence, autonomy and quality of life.
a Enfermeira aprimorada em geriatria e gerontologia pelo Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Francisco Morato Oliveira.
b Enfermeira do Núcleo de Apoio de Formação em Educação em Enfermagem (NAFEE) e supervisora do Programa de Aprimoramento 
Profissional em Enfermagem Geriátrica.
Dados para correspondência
Gabriela Antonio dos Santos – Rua Rozo Lagoa, 58, Imirim, São Paulo, SP. Tel.: (11) 99153-2967. E-mail: gad.santos@hotmail.com
Palavras-chave 
Hospitalização, 
saúde do 
idoso, área de 
dependência-
independência.
Key words 
Hospitalization,
health of older 
persons,
dependency-
independency 
area
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 184 11/28/13 11:30 AM
Dependência de idosos em enfermaria geriátrica | 185
InTRoDução
As recentes modificações no crescimento populacio-
nal, com transição demográfica expressiva de uma 
população jovem para uma população idosa, geram 
novas demandas para o setor saúde, bem como para 
outros diversos setores populacionais.1,2
Em 1940, os idosos representavam 4,1% da popu-
lação total brasileira. De acordo com dados do último 
censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística, estima-se no Brasil uma população apro-
ximada de 190 milhões de habitantes, com crescimen-
to significativo da população de 65 anos ou mais. Em 
valores absolutos, o contingente passou de 1,7 milhão 
para cerca de 14,5 milhões em 2010, o equivalente a 
7,4% da população total.3
Isso vem ocorrendo em consequência de aspectos 
como o desenvolvimentoda economia e a moderniza-
ção da sociedade. O chamado baby boom, caracteriza-
do pelo aumento rápido da taxa de fecundidade após 
a Segunda Guerra Mundial gerou consequências tam-
bém em países em desenvolvimento como o Brasil.4
Fatores como o nível de desigualdade social enfren-
tado no país e a migração da classe feminina para no-
vos campos de trabalho culminaram em uma taxa de 
fecundidade de 1,86 filho por mulher, o que significa 
que, atualmente, um casal não chega nem a se repor 
com descendentes. Em 2050, o grupo de idosos repre-
sentará 22,71% da população total.1
O envelhecimento acarreta simultaneamente alte-
rações biopsicossociais que exigem importante adap-
tação por parte do idoso, mudando as necessidades 
de relações, de adaptação do ambiente físico e, princi-
palmente, de cuidados de saúde. Se não estimulado de 
forma adequada, o idoso tende a limitar suas tarefas, 
mantendo-se em sua zona de conforto.2,5,6
Além do aumento da população como um todo, 
deve-se levar em consideração também o aumento da 
expectativa de vida ao nascer, que será de 81 anos,7 em 
2050, igualando-se a países como China e Japão.3
A razão de dependência avalia a população em 
idade potencialmente inativa em relação aos que estão 
em idade potencialmente ativa. Dessa forma, em 2050 
haverá uma razão de aproximadamente 3 pessoas em 
faixa etária potencialmente ativa para cada idoso, nú-
mero que em 2000 era de quase 12 para 1. Uma popu-
lação até então adaptada ao cuidado das crianças terá 
que adequar-se para o cuidado com seus pais e avós.3,4
Frente a toda essa mudança de demanda populacio-
nal, houve inúmeros avanços tecnológicos na área da 
saúde, que culminaram na diminuição expressiva de 
doenças transmissíveis. Em algumas regiões do Brasil 
ainda se depara com problemas como malária, doen-
ça de Chagas, além dos surtos de dengue e aumento 
da prevalência de hanseníase.8 Acrescente a esses pro-
blemas o aumento de doenças cronicodegenerativas e 
tem-se uma sobrecarga importante no setor saúde. A 
associação dessas doenças com o despreparo para re-
ceber essa nova população leva a maior suscetibilida-
de desses idosos a agravos como internações, quadros 
agudos ou até a morte.5,7
Considerados mais frágeis do que a população 
adulta, os idosos têm suas queixas muitas vezes des-
valorizadas, dificultando uma atuação efetiva. Sem 
uma rede de amparo adequada, o idoso torna-se mais 
frágil, desprovido dos cuidados necessários para uma 
boa qualidade de vida. As consequências desse cui-
dado mal realizado são o subdiagnóstico de doenças 
cronicodegenerativas, as internações de repetição por 
problemas agudos como infecções recorrentes, os pro-
blemas respiratórios e a má nutrição.5,8,9
Com a internação hospitalar, torna-se ainda mais 
necessário um suporte adequado para manter as ca-
pacidades funcionais do idoso. O cuidado com a mu-
dança de ambiente, a quebra na rotina e a necessidade, 
muitas vezes, de manter-se acamado por algum perío-
do podem ser cruciais no momento da alta.8,10,11
É durante a internação hospitalar que o risco de 
declínio funcional do idoso tende a aumentar. A equi-
pe de enfermagem tem papel importante, visto que 
despende mais horas nos cuidados diretos ao pacien-
te do que outras áreas. Dessa forma, com orientação 
multiprofissional, tem a responsabilidade de intervir 
de forma direta na preservação e reabilitação de aspec-
tos funcionais do idoso.6,11,12
Para ajudar no cuidado e nortear as ações do en-
fermeiro, faz-se uso de instrumentos que contribuam 
para a avaliação do indivíduo ao longo da internação 
hospitalar, determinando o tempo despendido em suas 
necessidades de cuidado. Um desses instrumentos que 
avalia a dependência dos idosos internados para os 
cuidados de enfermagem é o Sistema de Classificação 
de Pacientes (SCP).13
Este estudo vai descrever o grau de dependência 
dos idosos de acordo com o Sistema de Classificação 
de Pacientes proposto por Fugulin et al., com o obje-
tivo de analisar a diferença no momento da admissão 
e da alta hospitalar. Assim, espera-se que seja possível 
avaliar o comportamento do idoso diante de uma in-
ternação hospitalar e quais as consequências nas ne-
cessidades de cuidado direto e indireto.14
Segundo Fugulin, a classificação de pacientes e 
a avaliação conforme a dependência compõem uma 
importante etapa no processo de distribuição de tra-
balho conforme a necessidade assistencial. Dessa for-
ma, o sistema de classificação será capaz de avaliar 
o número de horas despendidas aos cuidados de um 
paciente, avaliando 12 áreas diferentes dos cuidados 
que podem ser pontuadas de 1 a 4 conforme a avalia-
ção do enfermeiro. As áreas abrangem avaliação do 
estado mental, oxigenação, sinais vitais, motilidade, 
RevistaG&G#3.indb 185 11/28/13 11:30 AM
186 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
deambulação, alimentação, cuidado corporal, elimi-
nação, terapêutica, integridade cutânea, comprome-
timento tecidual, curativo e tempo utilizado na reali-
zação do curativo.14,15
méToDos
O presente artigo trata de uma pesquisa descritiva ex-
ploratória de método quantitativo de corte transver-
sal, que tem como objetivo explorar aspectos de uma 
situação e descrever as características de determinada 
população ou fenômeno. O estudo foi realizado no 
Hospital do Servidor Público Estadual do Instituto 
de Assistência Médica do Servidor Público Estadual 
(HSPE ¾ IAMSPE), em enfermaria essencialmente ge-
riátrica, composta por seis quartos com quatro leitos 
cada e cinco quartos com dois leitos cada, totalizando 
34 leitos.
A amostra selecionada foi de pacientes que tive-
ram saída entre os meses de outubro e dezembro de 
2012. Os dados foram obtidos através do prontuário, 
além de livro de admissão e da avaliação diária aplica-
da rotineiramente pelos enfermeiros do setor. Os da-
dos coletados foram: idade, data de admissão e data de 
saída, diagnóstico de admissão, setor de procedência, 
presença de úlcera por pressão na admissão, avaliação 
segundo Fugulin no momento da admissão (máximo: 
48 h após a internação na clínica) e na saída (máximo: 24 h 
que antecederam a saída), e tipo de saída.
Foram excluídos do trabalho pacientes com dados 
preenchidos incorretamente ou não preenchidos, além 
de pacientes cujo tipo de saída era de transferência, 
impossibilitando que se conhecesse sua real classifica-
ção de dependência no momento da alta.
Os dados foram coletados em momento posterior à 
saída dos pacientes, não sendo possível nem necessá-
ria a aplicação de termo de consentimento livre e es-
clarecido, permanecendo de qualquer forma em sigilo 
todos os dados relativos à identificação dos pacientes. 
As fichas foram tabuladas em banco de dados do Excel 
2007 e analisadas estatisticamente através do recurso 
tabela dinâmica, também do Excel 2007.
ResulTADos
O total de fichas recolhidas foi de 142, das quais 37 
(26%) foram excluídas por preenchimento incompleto 
ou incorreto (32), e excluídas também as saídas por 
transferência (cinco), totalizando 105 fichas avaliadas.
Ao todo, de 54 homens e 51 mulheres, com idade 
média de 83,83 anos, mais de 80% foram encaminha-
dos pelo pronto-socorro. Dos 105, 22 (20,95%) apre-
sentavam úlcera por pressão (UPP) no momento da 
admissão.
As fichas foram também distribuídas conforme a 
faixa etária dos idosos, como apresentado na Tabela 1, 
para posterior análise de dependência.
Tabela 1 Distribuição conforme a faixa etária
Faixa etária Idosos
<70 1
70-79 26
80-89 57
90-99 20
>100 1
Total 105
De acordo com a avaliação realizada na admissão, a 
maior parte dos idosos se encontrava com avaliação de 
cuidados de alta dependência (60 idosos), seguidos por 
cuidados intermediários (19), semi-intensivos (13), mí-
nimos (10) e, em menor número, cuidados intensivos (3 
idosos).
Já nas 24 horas que antecederam a saída da clínica, 
apesar de a maioria ainda permanecer em cuidados de 
alta dependência (39), o número de idosos em cuidados 
intensivos aumentou para 13, o de semi-intensivospara 
25, o de mínimos para 11 e o de intermediários caiu, fi-
cando em 17 idosos.
Quando unidas as avaliações com maior e menor 
grau de dependência, somados os pacientes que saíram 
com dependência entre mínima e intermediária, obteve- 
se um total de 29 na admissão e 28 no momento da saída; 
já os que se encontravam com dependência entre alta e 
intensiva, o total foi de 76 na admissão e 77 na saída.
Relacionando então os resultados de dependência no 
momento da admissão e no momento da saída dos ido-
sos da clínica, dos 105 idosos estudados, 61 mantiveram 
o quadro de dependência (58%), 8 evoluíram para me-
nor dependência (7,6%) e 36 para maior dependência, 
representando 34,2% da população estudada (Tabela 2).
Tabela 2 Relação de dependência entre admissão e saída
Fugulin Admissão
Fugulin saída M ID AD SI INT
mínimo (m) 9 2 
Intermediário (ID) 13 3 1 
Alta dependência (AD) 1 5 32 1 
semi-intensivo (sI) 19 5 1
Intensivo (InT) 1 4 6 2
36 Pioraram
 61 Mantiveram
 8 Melhoraram
RevistaG&G#3.indb 186 11/28/13 11:30 AM
Dependência de idosos em enfermaria geriátrica | 187
Os dados foram avaliados também quanto ao tipo 
de saída dos pacientes em relação à evolução do grau de 
dependência avaliado. Daqueles que mantiveram o grau 
de dependência entre a admissão e a saída, 50 foram de 
alta, correspondendo à maioria de 81%, e 11 foram a óbi-
to (18%). Daqueles que melhoraram conforme a avalia-
ção Fugulin, 100% (8) tiveram alta, não sendo portanto 
nenhum óbito; entre os que pioraram, 20 (55,5%) tive-
ram alta e 16 foram a óbito, equivalendo a 41,4%.
Quanto ao sexo, das 51 mulheres admitidas, 29 
(56,8%) mantiveram o grau de dependência, três (5,8%) 
melhoraram e 19 (37,2%) pioraram. Do total de homens, 
17 (31,4%) pioraram, 32 (59,2%) mantiveram o mesmo 
grau e 5 (9,2%) melhoraram.
Relacionando o grau de dependência à faixa etária dos 
idosos, dentre aqueles com 70-79 anos, a maior porcenta-
gem manteve grau de dependência 15: cinco melhoraram 
e apenas seis pioraram. Entre os 80-89 anos, a maioria 
ainda permanece entre os que mantiveram dependência 
(38), porém aumenta a porcentagem dos que pioraram 
(17) e diminui a dos que melhoraram (dois). Com 90-99 
anos, os percentuais se invertem, ficando maior porcen-
tagem de piora (12) e menor porcentagem dos que man-
tiveram grau de dependência entre a admissão e a saída 
sete e apenas um obteve melhor avaliação. Houve apenas 
um paciente com menos de 70 anos e um com mais de 
100 anos, sendo que um manteve e outro piorou o grau 
de dependência, respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3 Relação entre faixa etária e evolução 
evolução
Faixa etária Manteve Melhor Pior Total geral
<70 100% 1
70-79 57,6% 19,2% 23% 26
80-89 66,6% 3,5% 29,8% 57
90-99 35% 5% 60% 20
>100 100% 1
Total geral 61 8 36 105
Conforme análise da relação entre dias de internação 
e evolução de dependência, daqueles com permanência 
menor que 10 dias houve 35 que mantiveram a depen-
dência, 5 que melhoraram e 5 que pioraram. Permane-
ceram internados, por um período entre 11-20 dias, 32 
idosos; destes, 18 mantiveram o mesmo grau, 1 melho-
rou e 13 pioraram. Entre os idosos com tempo de inter-
nação entre 21-30 dias, 7 pioraram, 6 mantiveram o mes-
mo grau e apenas 1 melhorou. Daqueles que somaram 31 
dias ou mais de internação, 11 pioraram, 2 mantiveram o 
mesmo grau e 1 piorou o grau de dependência conforme 
a avaliação (Tabela 4).
Tabela 4 Relação entre evolução e dias de internação
evolução
Dias de Internação Manteve Melhor Pior
<10 dias 77,7% 11% 11%
11-20 dias 56,2% 3,2% 40,6%
21-30 dias 42,8% 7,2% 50%
>30 dias 14,2% 7,1% 78,5%
DIsCussão
Os resultados encontrados vêm corroborar outras pesqui-
sas que também relacionam a maior dependência dos ido-
sos quando há necessidade de internação. Neste estudo, 
somados os pacientes que já foram admitidos com alta, 
semi/intensiva dependência aos que a adquiriram durante 
a internação hospitalar, tem-se um total maior do que so-
mados esses mesmos graus de dependência na admissão.10
Dados encontrados em estudo também em hospital 
de grande porte mostram alta taxa de idosos com piora 
em relação à capacidade funcional. Fica visível que, mes-
mo com a maioria dos idosos que mantiveram o quadro 
de dependência para os cuidados, muitos deles já foram 
internados com dependência importante, saindo por-
tanto da mesma forma.16,17
A faixa etária também se mostrou fator predisponen-
te à internação com maior dependência ou pior prog-
nóstico de evolução, e o estudo traz análise da população 
conforme a faixa etária e a sua evolução quanto ao grau 
de dependência, com aumento percentual de depen-
dência diretamente proporcional ao aumento da idade. 
Outros estudos também apresentam dados semelhantes, 
o que pode se justificar pelas comorbidades e declínio 
funcional correspondente à própria idade.10
A presença de úlcera por pressão (UPP) demonstra 
também a fragilidade desses idosos já no momento da 
internação. Além das dificuldades, tanto do cuidado 
domiciliar quanto hospitalar, as UPPs são complicações 
relativas ao cuidado, consideradas evitáveis em grande 
parte dos casos, podendo aumentar o risco de compli-
cações, infecções e mau prognóstico. A avaliação, o cui-
dado direto e a orientação ao cuidador domiciliar são 
de responsabilidade do enfermeiro, sendo fundamental 
a prevenção quando identificados os fatores de risco.18
Entre aqueles com piora no grau de dependência, 
está também a maior porcentagem de óbitos, o que mos-
tra uma debilidade visível desses idosos, além de relacio-
nar a evolução ao prognóstico.16
Quando relacionados homens e mulheres, os percen-
tuais mostram-se semelhantes, com valores um pouco 
mais favoráveis ao sexo masculino, que mostrou evolu-
ção levemente melhor do que o sexo feminino. Estudo 
descrito no Rio de Janeiro coloca o sexo masculino com 
maior número de internações, o que também ocorre nes-
te estudo, porém com diferença mínima.
RevistaG&G#3.indb 187 11/28/13 11:30 AM
188 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
A possível agudização de doenças preexistentes pode 
ocorrer mais nos homens, considerando que as políticas 
de saúde incentivam o cuidado à saúde da mulher muito 
antes e com mais ênfase do que a do homem. O maior 
número de fatores de risco para fragilidade em mulhe-
res, principalmente idosas, pode justificar a evolução 
não tão favorável quanto à dependência.
Também conforme o tempo, a internação pode es-
tar causando influência importante nos idosos, visto 
que, quanto maior o tempo de permanência no hospital, 
maior é a diferença entre aqueles que melhoraram e os 
que pioraram. Outros trabalhos também trazem asso-
ciação entre declínio funcional e período prolongado de 
hospitalização.10,16
ConClusões
O presente estudo vem contextualizar achados já bem 
abordados e de grande importância, vista a nova popu-
lação em ascensão. A hospitalização, portanto, pode ser 
um fator de importante influência na evolução do qua-
dro de dependência desses idosos.
Certamente, muitos outros fatores também são cru-
ciais na avaliação individualizada do idoso; doenças de 
base, queixas agudas e outros fatores externos de cuida-
dos com a saúde também podem corroborar um qua-
dro de maior dependência, mas a hospitalização por si 
só vem se mostrando a grande vilã na qualidade de vida 
dos idosos. Para que essa realidade seja controlada, são 
necessários cuidados redobrados com a internação dos 
idosos, evitando que em momento de possível fragilida-
de venham a perder a independência, a autonomia e a 
qualidade de vida.
Uma equipe preparada deve estar apta a identificar e 
trabalhar as demandas exigidas nesse momento. O en-
fermeiro, como responsável pelo cuidado direto e inte-
gral ao idoso, deverá buscar aprimorar-se e orientar ade-
quadamente sua equipe em prol do cuidado.
São necessários mais estudos para melhor avaliação 
das principais demandas, quais os instrumentos mais 
adequados para avaliá-las e como prevenir ou tratar ade-
quadamente,visando sempre ao benefício do idoso, da 
família e do cuidador.
ConFlITos De InTeResse
A segunda autora e orientadora do artigo atua no Insti-
tuto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual 
como supervisora do Programa de Aprimoramento Pro-
fissional em Enfermagem Geriátrica.
ReFeRênCIAs
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16(3):495-502.
RevistaG&G#3.indb 188 11/28/13 11:30 AM
Avaliação de idosos de uma USF de Ipatinga | 189
avaliação de idosos aTendidos 
em uma unidade de saúde da família 
do município de ipaTinGa
aiane Xavier felipe batalhaa, luísa lage souza vidala, 
aiala Xavier felipe da cruzb
Resumo 
Objetivos: Investigar o perfil sociodemográfico e os principais fatores que interferem na qualidade de vida dos 
indivíduos idosos cadastrados em uma unidade de saúde da família do município de Ipatinga (MG). Métodos: Es-
tudo de caráter descritivo e quantitativo, cuja amostra foi composta por 181 pacientes com idade acima de 60 anos. 
Aplicou-se um formulário contendo questões sobre variáveis sociodemográficas e posteriormente foi realizada uma 
avaliação multidimensional rápida através da tabela adotada pelo Ministério da Saúde. Resultados: As característi-
cas gerais dos 181 idosos entrevistados foram as seguintes: 51,9% mulheres, 33,7% entre 60-65 anos, 63,5% casados, 
56,4% católicos, 65,2% aposentados, 60,2% com apenas o antigo curso primário como estudo, 93,9% com renda 
entre 1-5 salários mensais, 42% moram com os cônjuges. Dentre as alterações de saúde, a doença mais prevalente 
foi a hipertensão arterial, e a alteração geriátrica mais recorrente foi a incontinência urinária (21,5%). Conclusão: 
A realização deste estudo forneceu indicadores para o planejamento de ações de prevenção de doenças e promoção 
da saúde dos idosos.
assessmenT of elderly people assisTed in a family HealTH uniT 
in ipaTinGa ciTy
ABsTRACT
Objectives: Investigating the socio-demographic profile and the main factors that affect the quality of life of elderly 
individuals enrolled in a family health unit in Ipatinga city (MG). Methods: A descriptive and quantitative study, 
whose sample consisted of 181 patients aged over 60 years. We applied a form containing questions about socio-de-
mographic variables, and subsequently conducted a multidimensional assessment quickly through the table adopted 
by the Ministry of Health. Results: The general characteristics of the 181 subjects interviewed were as follows: 
51.9% were women, 33.7% were between 60-65 years old, 63.5% were married, 56.4% Catholic, 65.2% retired, 60.2% 
had only primary as study, 93.9% with income between 1-5 monthly salaries, 42% live with their spouses. Among 
the changes in health, the most prevalent disease was hypertension and as the geriatric change the most recurrent 
was the urinary incontinence the most recurrent urinary incontinence (21.5%). Conclusion: This study supplied 
indicators for disease prevention action planning and for elderly healthy promotion.
a Acadêmica do curso de medicina do Instituto Metropolitano de Ensino Superior/IMES – Univaço, Ipatinga, Minas Gerais, Brasil. Responsá-
vel pela coleta de dados, pela edição do texto, pela análise estatística e pela revisão bibliográfica.
b Especialista em Medicina de Família e Comunidade, docente do curso de medicina do Instituto Metropolitano de Ensino Superior/IMES – 
Univaço, Ipatinga, Minas Gerais, Brasil. Responsável pela elaboração do projeto, pelas orientações gerais e pela revisão final.
dados para correspondência:
Aiane Xavier Felipe Batalha
Rua Begônia, 145 apt. 402. Bairro Esperança – Ipatinga/MG – CEP: 35162-314
Telefones: (31) 3827-5581/ (31) 8749-5600
E-mail: aianexavier@hotmail.com
Palavras-chave 
Saúde do idoso, 
avaliação geriátrica, 
envelhecimento.
Key words 
Acidental falls, 
aged, frequency. 
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 189 11/28/13 11:30 AM
190 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
O Brasil, à semelhança dos demais países latino-ameri-
canos, passa por um processo de envelhecimento popu-
lacional acelerado. Em 1980, as pessoas com 60 anos ou 
mais representavam 6,3% da população; em 2025 passa-
rão a representar 14%.1
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (PNAD) realizada em 2005, o número de 
pessoas com mais de 60 anos é superior a 18 milhões, 
o que corresponde a cerca de 10% da população total.2
O rápido processo de envelhecimento, no Brasil, não 
foi estudado suficientemente para fornecer os elementos 
necessários ao desenvolvimento de políticas adequadas 
para essa parcela da população.3
A prioridade na atenção à saúde dos idosos deve 
voltar-se para estratégiasque possibilitem a vida mais 
saudável, além da monitoração de indicadores capa-
zes de avaliar a morbidade, o impacto da doença e/
ou a incapacidade na qualidade de vida dos idosos e 
de sua família. Dentre as ações que podem contribuir 
para o envelhecimento mais ativo e saudável aponta-se 
o diagnóstico situacional das condições de vida através 
da avaliação multidimensional rápida da pessoa idosa, 
que pode ser realizada nas Unidades Básicas de Saúde.4
A avaliação da pessoa idosa nos serviços de atenção 
básica tem por objetivo a avaliação global com ênfase na 
funcionalidade. A presença de declínio funcional pode 
sugerir a presença de doenças ou alterações ainda não 
diagnosticadas. Desse modo, pode-se fazer um balanço 
entre as perdas e os recursos disponíveis para sua com-
pensação.5 
O instrumento adotado pelo Ministério da Saú-
de consiste em uma abordagem rápida, que inclui a 
avaliação das seguintes áreas: nutrição, visão, audição, 
incontinência, atividade sexual, humor/depressão, 
cognição e memória, função dos membros superiores 
e inferiores, atividades diárias, domicílio, queda e su-
porte social.6
O presente estudo teve por objetivo investigar o 
perfil sociodemográfico e os principais fatores que in-
terferem na qualidade de vida de indivíduos com mais 
de 60 anos, com base na avaliação multidimensional 
rápida da pessoa idosa proposta pelo Ministério da 
Saúde.
méToDos
Trata-se de um estudo do tipo descritivo, de delinea-
mento transversal, por amostragem, realizado com 181 
pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, resi-
dentes no município de Ipatinga, cadastrados na Uni-
dade de Saúde da Família (USF) do bairro Vila Militar.
Foram excluídos do estudo os pacientes acamados e 
aqueles que se recusaram a participar ou assinar o termo 
de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
A coleta de dados ocorreu entre janeiro e julho 
de 2012, e consistiu na aplicação de um questionário 
contendo as variáveis sociodemográficas (sexo, idade 
em anos, ocupação, estado civil, religião, renda em sa-
lários mínimos, arranjo domiciliar, doenças preexis-
tentes).
O instrumento utilizado no estudo para avaliação 
multidimensional está representado na Tabela 1. O mes-
mo é adotado pelo Ministério da Saúde e se baseia no 
método desenvolvido por Lachs et al.7
Utilizou-se a escala de depressão geriátrica (GDS), 
em sua versão simplificada com 15 perguntas, propos-
ta por Yesavage et al.8 e validada no Brasil por Stoppe 
Júnior et al.,9 a qual tem demonstrado confiabilidade na 
prática clínica.
As informações obtidas foram processadas no pro-
grama Epi Info, versão 3.5.3, e organizadas de acordo 
com o percentual, sendo apresentadas em tabelas.
Para a realização do estudo, houve autorização do 
Departamento de Atenção à Saúde do município e da 
equipe de saúde da unidade. O protocolo de pesquisa 
obteve aprovação em 14/12/2011 pelo Comitê de Ética 
e Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitá-
rio do Leste de Minas Gerais/Unileste (n° 49.287.11). 
A coleta de dados foi realizada na unidade de saúde 
pelas acadêmicas, supervisionadas pela pesquisadora 
orientadora. Foi realizada uma capacitação para que 
não houvesse divergências em relação à abordagem dos 
entrevistados.
ResulTADos
As principais características sociodemográficas e clí-
nicas dos idosos são apresentadas nas Tabelas 2 e 3. 
Conforme a Tabela 2, as idades variaram de 60-90 
anos, com média de 68,65 anos e desvio-padrão de 
7,06 anos. Com 33,7%, a faixa etária que concentrou o 
maior número de idosos foi a de 60-65 anos.
Quanto ao sexo dos participantes, a maioria era de 
mulheres, com o total de 94 (51,9%), e 87 (48,1%) do 
sexo masculino. Em relação ao estado civil, 115 (63,5%) 
eram casados, 18 (9,9%) solteiros, 36 (19,9%) divorciados 
e uma minoria, 12 (6,6%), era de viúvos. Foi observado 
que 60,2% possuíam somente escolaridade primária. No 
arranjo domiciliar, apenas 25,4% dos idosos informaram 
residir sozinhos. Em relação às pessoas com as quais os 
idosos residiam, 42,0% moravam com o cônjuge.
No que se refere à ocupação, a grande maioria 
(65,2%) era de aposentados. A categoria “outra” (11%) 
é relativa aos idosos que não trabalham ou são depen-
dentes financeiramente de alguém ou, ainda, trata-se 
do idoso aposentado que tem emprego. Quanto à reli-
gião prevalente nos entrevistados, 102 (56,4%) idosos 
eram católicos.
RevistaG&G#3.indb 190 11/28/13 11:30 AM
Avaliação de idosos de uma USF de Ipatinga | 191
Tabela 1 Avaliação multidimensional rápida da pessoa idosa
Área avaliada Avaliação breve
Nutrição O(A) Sr.(a) perdeu mais de 4 kg no último ano, sem razão específica? Peso atual e altura. Calcular IMC
Visão O(A) Sr.(a) sente dificuldade para ler, assistir televisão, dirigir ou executar qualquer outra atividade da vida cotidiana?
Audição
Teste do sussurro. O examinador se posicionava fora do campo visual da pessoa idosa a uma distância 
de aproximadamente 33 cm e “sussurrava”, em cada ouvido, uma questão breve e simples como, 
por exemplo, “qual o seu nome?”
Incontinência O(A) Sr.(a) já perdeu urina ou sentiu-se molhado(a)?
Atividade sexual O(A) Sr.(a) tem algum problema na capacidade de desfrutar do prazer nas relações sexuais?
Humor/depressão O(A) Sr.(a) se sente triste ou desanimado(a) frequentemente? Em caso afirmativo, aplicação da escala de depressão geriátrica (GDS-15)
Cognição e memória Solicitar que repita o nome dos objetos: maçã, mesa e dinheiro. Após 3 minutos, pedir que os repita
Função dos membros 
superiores
Proximal: capacidade de tocar a nuca com ambas as mãos
Distal: capacidade de apanhar um lápis sobre a mesa com cada uma das mãos e colocá-lo de volta
Função dos membros 
inferiores Capacidade de levantar da cadeira, caminhar 3,5 m, voltar e sentar-se sem ajuda
Atividades diárias Sem auxílio, capaz de: sair da cama? vestir-se? preparar suas refeições? fazer compras?
Domicílio Na sua casa há: escadas? tapetes soltos? corrimão no banheiro?
Queda Quantas no último ano?
Suporte social Alguém poderá ajudá-lo(a) caso fique doente ou incapacitado? Quem?
Fonte: Ministério da Saúde (2007, p. 48-49).6
Tabela 2 Características demográficas de idosos cadastrados no Programa de Saúde da Família (Ipatinga, Minas Gerais)
Variável n %
Sexo
Feminino 94 51,9
Masculino 87 48,1
Estado civil
Solteiro 18 9,9
Casado 115 63,5
Divorciado 36 19,9
Viúvo 12 6,6
Ocupação
Aposentado 118 65,2
Pensionista 26 14,4
Trabalhador 17 9,4
Outra 20 11,0
Escolaridade
Analfabeto 49 27,1
Primário 109 60,2
Primeiro grau 12 6,6
Segundo grau 10 5,5
Curso superior 01 0,6
Renda familiar
Menos de 1 salário mínimo 07 3,9%
1-5 salários 170 93,9%
Mais de 5 salários 04 2,2%
RevistaG&G#3.indb 191 11/28/13 11:30 AM
192 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
Tabela 3 Doenças preexistentes nos idosos cadastrados no Programa 
de Saúde da Família (Ipatinga, Minas Gerais)
Variável n %
Hipertensão arterial
Sim 123 68,0
Não 58 32,0
Diabetes mellitus
Sim 37 20,4
Não 144 79,6
Osteoporose
Sim 16 8,8
Não 165 91,2
Artrose
Sim 15 8,3
Não 166 91,7
Outras doenças
Sim 24 13,3
Não 157 86,7
Nenhuma doença
Sim 36 19,9
Não 145 80,1
Em relação ao rendimento mensal em salários mí-
nimos, é importante destacar que a minoria dos idosos 
(2,2%) apresentou renda maior que cinco salários, en-
quanto 170 (93,9%) idosos apresentaram renda de 1-5 
salários.
Conforme a Tabela 3, a doença mais prevalente foi a 
hipertensão arterial sistêmica (68,0%) seguida pelo dia-
betes mellitus (20,4%).
Em relação à nutrição, observou-se que 7,7% tiveram 
perda de peso acima de 4 kg sem causa aparente no úl-
timo ano.
Com relação à acuidade visual, 87,3% (n = 158) dos 
idosos afirmaram não ter dificuldades para realizar as 
atividades da vida diária devido a comprometimento vi-
sual. Dos idosos com comprometimento visual, um era 
cego desde o nascimento.
Quando aplicado o teste do sussurro, 90,1% (n = 163) 
responderam à pergunta feita no ouvido direito e 89,5% 
(n = 162) à pergunta no ouvidoesquerdo. 
Sobre incontinência urinária, 21,5% dos idosos rela-
taram já ter perdido urina ou se sentir molhados.
A respeito da atividade sexual, 34,3% afirmaram não 
ter relações sexuais, enquanto 39,2% disseram não ter 
problema algum para desfrutar do prazer sexual.
Na Tabela 4, encontram-se as frequências da GDS-
15, de modo que 11,60% dos avaliados foram classifi-
cados com sintomas de depressão leve ou moderada, e 
2,2%, grave; 45,3% repetiram corretamente e 14,4% não 
repetiram nenhuma das palavras solicitadas durante a 
avaliação do item cognição e memória.
Tabela 4 Resultados do rastreamento para depressão e nível de 
cognição e memória de idosos inscritos no Programa de Saúde da 
Família (Ipatinga, 2013)
 Variável (100) n (181) %
Depressão
 Sem depressão 156 86,2
 Depressão leve ou moderada 21 11,6
 Depressão grave 4 2,2
Cognição e memória
 Repetição total 82 45,3
 Repetição parcial 73 40,3
 Sem repetição 26 14,4
A avaliação da mobilidade dos membros superiores e 
inferiores revelou que 97,2% (n = 176) e 98,3% (n = 178), 
respectivamente, foram capazes de realizar os movimen-
tos solicitados.
Quase a totalidade dos idosos (95,3%) declarou inde-
pendência para realizar as atividades diárias.
Dos entrevistados, 32,8% (n = 60) tiveram uma ou 
mais quedas nos últimos 12 meses. Com relação ao do-
micílio, foi identificada a presença de escada em 75,7% 
das casas, tapetes soltos em 76,2% e ausência de corri-
mão no banheiro em 96,1% dos domicílios.
Sobre suporte social, 92,8% contariam com alguém, 
sendo que o cônjuge e os filhos foram os mais citados, 
87,5%.
DIsCussão
A predominância de mulheres reforça a chamada “femi-
nização da velhice”, porque a razão de feminilidade no 
grupo de idosos é crescente no Brasil.4 Ocorreu maior 
percentual de idosos do sexo feminino (51,9%). Embora 
o motivo para essa diferença não tenha sido pesquisado, 
possíveis justificativas referem-se à maior longevidade da 
mulher porque, entre outras causas, elas possuem menor 
exposição a fatores de riscos, como tabagismo e etilismo, 
além das diferenças de atitude entre homens e mulheres 
em relação ao controle e tratamento das doenças.6,7
A faixa etária prevalente foi a de 60-65 anos, a qual se 
assemelha aos dados encontrados em pesquisas relacio-
nadas ao envelhecimento.8 Por outro lado, a baixa par-
ticipação de idosos com mais de 84 anos pode decorrer 
de maiores graus de dependência e comorbidades com o 
aumento da idade, limitando o acesso ao posto de saúde.9
Na variável estado civil, prevalece a condição de casa-
do, seguido de divorciado. Em pesquisa mais recente foi 
encontrado percentual de casados que chega a 70%. Esse 
resultado se aproxima mais do presente estudo. Essa por-
RevistaG&G#3.indb 192 11/28/13 11:30 AM
Avaliação de idosos de uma USF de Ipatinga | 193
centagem pode indicar que os idosos conseguem viver 
por mais tempo em união estável.9
Com referência à religião, foi demonstrado menor per-
centual de pessoas da religião católica (56,4%), em relação 
à população brasileira (77,8%), e maior número de evan-
gélicos (40,9%), em relação ao perfil nacional (12,4%).10
Quanto à ocupação, observou-se que 65,2% dos 
idosos eram aposentados. Estudo acerca da situação de 
idosos no mercado de trabalho brasileiro revelou dados 
semelhantes, com 68,4% de aposentados.4 Pesquisas de-
monstram, ainda, que aposentadorias e pensões consti-
tuem a principal fonte de renda dos idosos brasileiros.11 
Apenas 9,4% dos idosos continuavam tendo uma ocupa-
ção profissional devido à necessidade de complementa-
ção da renda familiar porque, de acordo com os dados 
relativos à renda, mostrou-se que os idosos desse PSF 
possuem baixos salários, com muitos deles (93,9%) rece-
bendo entre 1-5 salários mínimos.9
Essa realidade limita o acesso a bens de consumo de 
serviços, como um plano de saúde, por isso é dito que 
a renda do idoso é um dos principais determinantes do 
seu estado de saúde.11
Quanto às variáveis socioeconômicas dos idosos, 
foi observada elevada taxa de analfabetos (27,1%), o 
que concorda com os resultados de pesquisas sobre o 
perfil educacional dos idosos brasileiros, que em regra 
é ruim.12 Baixos níveis de educação e piores condições 
socioeconômicas estão associados a maiores riscos de 
deficiência e morte, pois idosos analfabetos podem estar 
mais sujeitos a dificuldades nas atividades da vida diária, 
como o simples ato de ler uma receita médica e segui-la 
corretamente.7
A situação familiar dos idosos revelou que 39% mo-
ravam em domicílio multigeracional, prevalecendo os 
domicílios com três gerações (presença de filhos e ne-
tos). Idosos que residem em domicílios multigeracionais 
tendem a ser mais pobres e mais dependentes, podendo 
representar mais que uma necessidade de sobrevivência 
do que uma escolha pessoal.4 O fato de dividirem o mes-
mo teto com netos, onde a maioria é de crianças, pode 
favorecer a priorização dos cuidados para a criança em 
detrimento dos idosos.13
Percentual significativo de idosos (25,4%) é dos que 
moram sozinhos, fato que não significa um problema em 
si, já que pode ser por opção. A OMS, entretanto, consi-
dera essa condição um estado de risco, haja vista a pos-
sibilidade de perda da autonomia, solidão e sentimentos 
de vulnerabilidade.9
A doença crônica mais frequente foi a hipertensão ar-
terial. A prevalência da hipertensão arterial foi de 68%, o 
que diferiu expressivamente do observado na população 
idosa brasileira (43,9%) com base na Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílio (PNAD).14
Estudos mostram que, durante o envelhecimento, 
os idosos queixam-se de dificuldade visual e auditi-
va.15,16 Com referência a essas alterações, os resultados 
encontrados foram semelhantes ao estudo realizado por 
Schneider et al.,17 cuja prevalência ficou em torno de 
20%. Em se tratando do comprometimento auditivo, os 
dados obtidos foram concordantes com a avaliação feita 
por Hott e Pires,18 demonstrando baixa prevalência de 
déficit auditivo. Conforme citado por Schneider,17 a baixa 
porcentagem do déficit talvez se deva ao método empre-
gado, por não ser o padrão-ouro (audiometria). Deve- 
se considerar uma limitação na comparação de estudos 
com resultados semelhantes, tendo em vista os diferen-
tes protocolos, além de diferenças socioculturais entre os 
grupos pesquisados.
Corroborando os dados do presente estudo, com re-
lação à atividade sexual, pesquisa realizada pelo Instituto 
Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) cons-
tatou que 55% dos adultos com idade de 55 anos ou mais 
negaram atividade sexual.19 Em outro estudo, Batista et 
al.20 relataram que, quando questionados sobre a ativida-
de sexual, 73,9% dos entrevistados referiram não ter vida 
sexual ativa. O mesmo justificou que, devido ao avan-
ço da idade, é possível que a atividade sexual diminua, 
sobretudo em função do declínio das condições físicas.
A avaliação cognitiva mostrou que 54,7% dos idosos 
apresentaram triagem positiva para alterações cogniti-
vas. Esses dados se assemelham ao estudo realizado por 
Machado et al.,21 no qual aproximadamente 36,5% dos 
idosos entrevistados apresentaram déficits cognitivos. 
A presença de depressão na população estudada foi 
de 13,2%. Barcelos-Ferreira et al.,22 avaliando 1.563 ido-
sos comunitários em São Paulo, encontraram prevalên-
cia de 13%. Estudo realizado por Hoffmann et al.23 em 
uma comunidade no norte de Minas Gerais encontrou 
20,9%, resultado semelhante ao encontrado no estudo 
de Lima et al.,24 envolvendo 1.639 idosos, dos quais 325 
(19,8%) apresentavam rastreio positivo para depressão. 
Por estar fortemente associada com os piores níveis 
de capacidade funcional, que por sua vez aumenta em 
muito o risco de morte, a sintomatologia depressiva, se-
gundo Ramos et al.,25 pode não ser fator determinante 
de mortalidade, mas certamente contribui para a perda 
funcional do idoso.
Pelos resultados obtidos neste estudo, destaca-se que 
parcela significativa (32,8%) de idososjá sofreu algum 
tipo de queda no último ano. Esse resultado é semelhan-
te ao obtido por Nunes et al.11 em estudo de população 
do sul de Minas Gerais, no qual 38,7% referiram quedas. 
As quedas têm como consequências, além de possíveis 
fraturas e risco de morte, o comprometimento progres-
sivo em sua capacidade funcional ao longo do tempo, na 
medida em que, pelo medo de cair, os idosos podem se 
encontrar em situação de baixa autoconfiança para reali-
zar atividades do dia a dia.26
Estudos revelaram que a prevalência da incontinên-
cia urinária no idoso varia de 8%-34%.27 No presente 
RevistaG&G#3.indb 193 11/28/13 11:30 AM
194 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
estudo, manifestou-se em 21,5%. Essa variação da preva-
lência pode ser parcialmente explicada pelos diferentes 
tipos de questionários aplicados, pelas amostras popu-
lacionais distintas, pela falta de uniformização nas defi-
nições, pela ausência de seguimento em longo prazo das 
populações estudadas e pelo desconhecimento da histó-
ria natural da incontinência urinária.28 
Para a Organização Mundial da Saúde, incapacida-
de funcional é definida como a dificuldade, por causa de 
uma deficiência, para realizar atividades típicas e pesso-
almente almejadas na sociedade. Frequentemente, é ava-
liada através de declaração indicativa de dificuldade ou 
de necessidade de ajuda em tarefas básicas de cuidados 
pessoais e em tarefas mais complexas, necessárias para 
viver independentemente na comunidade. Em nosso es-
tudo, 95,3% dos idosos declararam independência para 
sair de casa. Em se tratando de avaliação da mobilidade 
dos membros superiores e inferiores, 97,2% (n = 176) 
e 98,3% (n = 178), respectivamente, não apresentaram 
restrição para realização de movimentos.
Giacomin et al.29 tiveram por objetivo estimar a pre-
valência da incapacidade funcional entre idosos resi-
dentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e os 
resultados mostraram que 16% dos idosos apresentavam 
algum grau de incapacidade para realizar atividades da 
vida diária. Inquérito domiciliar realizado por Fiedler e 
Peres,30 no sul, mostrou que 37,1% dos idosos apresen-
taram restrição para a realização das atividades da vida 
diária. Segundo Rosa et al.,31 as atividades básicas da 
vida diária são as últimas a serem comprometidas em 
decorrência do envelhecimento ou dos agravos à saúde.
ConClusão
O estudo realizado permitiu rastrear indivíduos de maior 
risco e fornecer subsídios para intervenções precoces na 
promoção à saúde, visando à manutenção da autonomia 
e independência desses idosos, através de ações preven-
tivas que poderão postergar ou evitar o aparecimento de 
uma massa de idosos com limitações físicas e mentais, e 
ao consequente custo econômico e social.
Entretanto, qualquer instrumento tem limitações e, 
sozinho, não é suficiente para o diagnóstico. Nada subs-
titui a escuta qualificada realizada por profissional de 
saúde habilitado e a investigação de todos os aspectos 
que envolvem a vida da pessoa.
Embora os resultados encontrados no nosso estudo 
tenham sido semelhantes aos de outros estudos nacio-
nais, não se encontrou outro estudo nacional que tenha 
utilizado o mesmo protocolo para avaliar o referido des-
fecho, devendo-se portanto considerar essa limitação ao 
serem feitas comparações diretas entre os resultados dos 
diferentes estudos.
ConFlITos De InTeResse
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 195 11/28/13 11:30 AM
196 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
HiperparaTireoidismo secundário 
À HipoviTaminose d e declínio 
de funcionalidade em idosos inTernados 
Jussara meyer osielskia,b, décio f. montresor Jr.a,b, 
débora carolina netz sanchesa,c, luciano Henrique monteiro soaresa,c, 
maurício de miranda venturaa,d 
Resumo 
Objetivo: Este estudo visa avaliar a prevalência de hiperparatireoidismo secundário à deficiência de vitamina D e sua 
associação com o declínio de funcionalidade na população de idosos acima de 65 anos de idade, internados na enfermaria 
de geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual. Métodos: Os idosos foram avaliados através de um questionário 
na forma de entrevista, elaborado com destaque para os fatores mais comuns que levam à hipovitaminose D. Foram ana-
lisadas através de escalas apropriadas as perdas funcionais das atividades básicas e instrumentais da vida diária e possível 
correspondência com o diagnóstico laboratorial de hipovitaminose D e hiperparatireoidismo secundário. Resultados: 
Foram avaliados, no final do período de verão (março) e no período de outono (meses de abril e maio), 62 pacientes 
internados na enfermaria de geriatria, dos quais 60 eram considerados válidos. Observou-se associação positiva de hi-
perparatireoidismo secundário a deficiências de vitamina D em 46,77% dos casos, sendo a média de idade de 84,75 anos. 
Não foi demonstrada correlação positiva entre o grau de perda funcional com o aumento do hormônio da paratireoide ou 
deficiência de vitamina D. Conclusão: Os dados evidenciam considerável prevalência de hiperparatireoidismo secundá-
rio à deficiência de vitamina D em pacientes internados e a importância de novas investigações, bem como a introdução 
de estratégias diagnósticas e de tratamentos adequados para a população subdiagnosticada. No entanto, não foi possível 
associar perda funcional e hiperparatireoidismo à amostra pesquisada.
HyperparaTHyroidism secondary To HypoviTaminosis d 
and decline of funcTionaliTy in elderly inpaTienTs
ABsTRACT
Objective: This study assesses the prevalence of hyperparathyroidism secondary to vitamin D deficiency and its association 
with functional decline in elderly patients above 65 years old, hospitalized at a geriatric ward at Hospital do Servidor Público 
Estadual. Methods: The elderly people were evaluated through a questionnaire as an interview, prepared highlighting the 
most common factors leading to the hypovitaminosis D. It was analyzed using appropriate scales of functional losses in basic 
and instrumental activities of daily living and a possible correlation with the laboratory diagnosis of hypovitaminosis D and 
secondary hyperparathyroidism. Results: The elderlies were evaluated at the end of summer and autumn (March, April and 
May), 62 patients were admitted in the geriatric ward, which 60 patients were considered valid. It was observed a positive asso-
ciation of hyperparathyroidism secondary to deficiencies of vitamin D in 46.77% of the cases, with a mean age of 84.75 years. 
No positive correlation was demonstrated between the degree of functional loss with the increase of parathyroid hormone or 
vitamin D deficiency. Conclusion: The data shows a significant prevalence of hyperparathyroidism secondary to vitamin D 
deficiency in hospitalized patients and the importance of further investigations and the introduction of diagnostic and treat-
ment strategies appropriate for the under-diagnosed population, however it was not possible to associate functional loss and 
hyperparathyroidism in the sample studied.
a Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).
b Concepção, desenho, coleta, análise e interpretação dos dados.
c Coleta, análise e interpretação dos dados.
d Concepção, análise e interpretação dos dados.
dados para correspondência
Jussara Meyer Osielski – Avenida Bernardino de Campos, 98, 3º andar, Cemint, Paraíso, São Paulo, SP. CEP: 04001-040. Tel.: (11) 
3057-3627. E-mail: jussarameyer@ig.com.br
Palavras-chave 
Idoso, 
hiperparatireoidismo 
secundário, 
deficiência 
de vitamina D, 
perda funcional.
Key words 
Elderly, secondary 
hyperparathyroidism, 
vitamin D deficiency, 
loss of function.
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 196 11/28/13 11:30 AM
Hiperparatireoidismo e declínio funcional em idosos | 197
InTRoDução
Estima-se que um bilhão de pessoas apresentem deficiên- 
cia de vitamina D. As populações de mais alto risco são 
os idosos e as mulheres após a menopausa. A vitamina 
D tem papel essencial nos ossos e músculos. Direta ou 
indiretamente, a 1,25-di-hidroxivitamina D controla 
mais de 200 genes, incluindo aqueles responsáveis pela 
regulação da proliferação celular, diferenciação, apop-
tose e angiogênese.1
A hipovitaminose D é uma deficiência que vem sen-
do cada vez mais estudada e que acomete muitos idosos 
residentes em instituições de longa permanência. Essa 
é uma situação que pode ser grave, em termos de saúde 
pública, pois a deficiência de vitamina D causa piora 
na qualidade de vida, aumentando o risco de desenvol-
vimento de doenças ósseas e musculares, e o risco de 
queda.2
Há indícios de sua ligação com cérebro, próstata, 
mamas, cólon e sistema imune, aumentando o número 
de doenças que podem estar ligadas a sua deficiência, 
como câncer de mama, de próstata, de cólon, insufi-
ciência cardíaca, doenças autoimunes, esquizofrenia e 
depressão, assim como sua ingestão adequada parece 
melhorar doenças como tuberculose, esclerose múlti-
pla e artrite reumatoide.1,2
A vitamina D, mais especificamente a 1,25-di-hi-
droxivitamina D (1,25[OH]2D) ou calcitriol, tem sido 
relacionada à doença cardiovascular e, nesse contexto, 
parece estar bastante associada à fisiopatologia da insu-
ficiência cardíaca. A prevalência de doença cardiovas-
cular aumenta com o envelhecimento, atingindo, após 
os 75 anos, 77,8% dos homens e 86,4% das mulheres. 
Vários estudos demonstram que a deficiência de calci-
triol e/ou as alterações que ela promove nos níveis sé-
ricos de paratormônio (PTH) ativam o sistema renina-
-angiotensina-aldosterona, modula o sistema imune, 
regula a proteína C quinase, causando hipertrofia das 
miofibrilas e apoptose dos cardiomiócitos, o que gera 
arritmia, disfunção mitocondrial e estresse oxidativo.3,4
Existem duas principais fontes de vitamina D: a pri-
meira e principal é a luz solar, e a segunda é advinda da 
dieta ou da suplementação alimentar.5,6 A maioria das 
doenças causadas pela privação da luz solar pode ser 
corrigida com a suplementação de vitamina D.7
O envelhecimento parece ser um fator de risco para 
a diminuição da vitamina D.8-11 Ele reduz a capacidade 
da pele de sintetizar pró-vitamina D, e essa reduçãonão 
pode ser explicada apenas por uma redução na mas-
sa total da epiderme; provavelmente, existem outros 
fatores associados.12 Além disso, a ação intestinal do 
calcitriol, a forma ativa da vitamina D, diminui com a 
idade.13
A hipovitaminose D é muito frequente em idosos 
em vários países. Seu diagnóstico, em geral, está asso-
ciado com hiperparatireoidismo secundário.14,15 
Em São Paulo (capital), onde existe quantidade ade-
quada de radiação ultravioleta B (UVB) no verão, e me-
nor no inverno, foram estudados 250 idosos (média de 
79,1 anos) de acordo com a incidência dessa radiação. 
A média do nível sérico de 25-hidroxivitamina D foi 
de 26,9 ng/mL no verão e 11,6 ng/mL no inverno. De-
ficiência de vitamina D, definida como níveis inferiores 
a 10 ng/mL, foi detectada em 15,4%; insuficiência, de-
finida por níveis entre 10-20 ng/mL, em 41,9%, e hi-
perparatireoidismo secundário, em 55%. Foi observado 
também que é necessário não menos que 30 dias de ex-
posição ou privação da radiação da UV para que ocorra 
alteração no nível sérico da vitamina D. A prevalência 
de hipovitaminose D (deficiência/insuficiência) foi 
maior que o esperado pelos pesquisadores.16 
Em estudo realizado em Buenos Aires (Argentina), 
foram avaliados 83 idosos e 76 jovens de 71,9 ± 3,8 anos 
e 29,9 ± 6 anos, respectivamente. Foi realizada medição 
de vitamina D, PTH e marcadores do metabolismo ós-
seo e mineral. No inverno se comprovaram valores de 
vitamina D em grau insuficiente em ambos os grupos, 
com 14,2% dos idosos e 15,9% dos jovens com valores 
<10 ng /mL; no verão, observou-se o incremento de vi-
tamina D em toda a população, no entanto os níveis 
circulantes de vitamina D não superaram 40 ng/mL. 
Conclui-se que os níveis de vitamina D apresentaram 
variações sazonais, com valores superiores no verão.17
Na Itália, a prevalência de hipovitaminose D foi es-
tudada em centenários, sendo que em 99 de 104 pessoas 
os níveis séricos de vitamina D foram indetectáveis.18
Em Boston (Estados Unidos), foi feito um levanta-
mento para avaliar a concentração sérica de vitamina D 
na população de idosos caucasianos residentes em casa 
de saúde, comparando com grupo de idosos não insti-
tucionalizados. A exposição à luz solar dos residentes 
foi monitorada, e os efeitos na concentração da vitami-
na no soro, causada pela exposição solar, foram com-
parados com a contribuição da dieta e os complexos 
multivitamínicos. Os autores do levantamento detecta-
ram que a dieta foi insuficiente para repor a quantidade 
adequada de vitamina D nos voluntários que tiveram 
mínima atividade fora de casa. Já o uso de suplemento 
vitamínico (400 UI) manteve a concentração acima de 
37,5 nmol/L.19 
É importante salientar que o diagnóstico da hipovita-
minose D, do ponto de vista clínico, é inespecífico. Con-
siste em fraqueza muscular com aumento na frequên- 
cia de quedas e de fraturas decorrentes de alterações na 
contração e no relaxamento muscular.20,21
Considerando a importância que o déficit de vitami-
na D vem assumindo entre os idosos por sua frequên- 
cia e associação com múltiplas doenças, optamos por 
estudar sua prevalência em uma população com com-
prometimento funcional significativo, agudamente en-
ferma e portadora de doenças crônicas. Supomos que 
RevistaG&G#3.indb 197 11/28/13 11:30 AM
198 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
nessa população haja deficiência importante de vitami-
na D, decorrente de seu comprometimento funcional 
secundário à elevada prevalência de comorbidades.
méToDos
Trata-se de um estudo transversal, observacional, reali-
zado na enfermaria de geriatria do Hospital do Servidor 
Público Estadual, durante o período de março a maio de 
2012. A população escolhida constituiu-se de pacientes 
com idade superior a 65 anos, internados por estarem 
agudamente descompensados, normalmente por causas 
infecciosas: pneumonia, infecção urinária ou de pele. 
Apresentaram elevado comprometimento funcional, não 
somente por estarem agudamente enfermos, mas também 
por suas doenças crônicas: síndrome de demência, seque-
lados de acidente vascular cerebral encefálico, doença car-
díaca avançada, doença pulmonar obstrutiva crônica.
Foram selecionados aleatoriamente os pacientes in-
ternados com enfermidades diversas, na enfermaria de 
geriatria, que eram provenientes do pronto-socorro. 
Nos 62 pacientes estudados, foram realizadas as do-
sagens de paratormônio (PTH), cálcio total (CaT), cálcio 
ionizável (CaI), fósforo (P), magnésio (Mg) e fosfatase 
alcalina (FA). A partir de então, foram selecionados dois 
grupos, um com PTH aumentado (grupo 1) e outro com 
PTH normal (grupo 2). No grupo 1, procedeu-se à do-
sagem de vitamina D (25 OH). No grupo 2, foi selecio-
nada uma amostra aleatória para a dosagem de vitamina 
D (25 OH). Cada participante respondeu a uma ficha de 
avaliação com a finalidade de coletar e caracterizar os 
dados gerais dos idosos investigados para obtenção de 
informações, como suplemento de vitamina D, prática 
de atividade física regular, diagnóstico prévio de oste-
openia ou osteoporose, histórico de acamação prévia à 
internação, antecedentes de fratura nos últimos 10 anos, 
etilismo, tabagismo e hábito de expor-se pelo menos 20 
minutos diariamente à luz solar direta.
Foram considerados tabagistas aqueles que eram fu-
mantes ativos ou tiveram hábito por longo período, não 
sendo avaliada a quantidade de cigarros consumidos. 
Consideramos etilista aqueles que tiveram ou persistiram 
no hábito de ingerir bebida alcoólica com regularidade, 
independentemente da quantidade. Quanto à exposição 
solar, foi feito um questionamento direto a respeito do 
tempo e da frequência, computando como resposta positi-
va aqueles pacientes que se expunham ao Sol diariamente 
por um tempo mínimo de 20 minutos. 
A funcionalidade foi avaliada por meio da escala de 
independência em atividades básicas da vida diária (es-
cala de Katz) e atividades instrumentais da vida diária 
(escala de Lawton). 
Procedeu-se, no horário da manhã, à coleta de mate-
rial biológico por punção periférica em dois tubos secos 
que foram entregues ao laboratório para processamento 
dos exames. 
Princípio técnico dos ensaios dos exames 
complementares 
•	 Ensaio ARCHITECT 25-OH Vitamin D: imunoensaio 
de micropartículas por quimioluminescência (CMIA) 
para a determinação quantitativa de 25-hidroxivita-
mina D (25-OH) em soro e plasma humanos. O ensaio 
segue o Protocolo EP5-A2 do National Committee for 
Clinical Laboratory Standards (NCCLS). Abbott.
•	 IMMULITE 2000 PTH intacta: ensaio sequencial 
imunométrico quimioluminescente em fase sólida. 
Abbott.
•	 Cálcio ionizado: tecnologia de eletrodo íon-seletivo.
•	 Cálcio total: a dosagem baseia-se no trabalho de 
Gitelman (o-cresolftaleína complexona sem despro-
teinização). 
•	 Fósforo inorgânico: o método baseia-se no procedi-
mento de Daly e Ertingshausen. 
•	 Magnésio: reação com azul de xilidil em meio alcalino 
para formar um complexo púrpura/vermelho solúvel 
em água. 
Para a análise do resultado da deficiência de vitamina 
D, adotamos como referência os critérios diagnósticos 
propostos por Lips: valor normal acima de 20 ng/mL, 
deficiência leve com valores entre 10-20 ng/mL, mode-
rada entre 5-10 ng/mL e grave <5 ng/mL.22,23
Análise estatística
Para atingir os objetivos do estudo, as variáveis categóri-
cas foram descritas com o uso de frequências absolutas 
e relativas, e as variáveis contínuas foram descritas em 
todos os indivíduos com o uso de medidas de resumo 
(média, desvio-padrão mínimo e máximo). Inicialmen-
te, foram realizadas análises de correlação bivariada com 
o teste de correlação de Pearson para verificar possíveis 
relações das variáveis com a vitamina D. 
Para verificar os preditores de variação na vitamina 
D, inicialmente foi construído um modelo de regressão 
linear simples utilizando seus níveis como variável de-
pendente com a variável que apresentou significância 
estatística nas análises bivariadas. 
Foi calculadaa prevalência de hiperparatireoidis-
mo secundário na amostra de 62 pacientes pela análi-
se de correlação bivariada com o teste de correlação de 
Pearson, e calculado o IC (intervalo de confiança) de 
95% da estimativa da prevalência através da distribuição 
binomial.
Na sequência foram definidos dois grupos: com hi-
perparatireoidismo secundário e sem hiperparatireoi-
dismo. Nas variáveis contínuas aplicou-se o teste de 
Kolmogorov-Smirnov (KS) para verificar a normalida-
de dos dados. Como houve rejeição à normalidade nos 
exames de cálcio total e magnésio, usamos o teste t de 
Student, porém nos demais exames houve rejeição à nor-
malidade e utilizou-se Mann-Whitney.
RevistaG&G#3.indb 198 11/28/13 11:30 AM
Hiperparatireoidismo e declínio funcional em idosos | 199
Categorizada a vitamina D, foi verificado através 
do qui-quadrado de tendência se, com o aumento da 
classe, diminui a frequência (proporção) de hiperpa-
ratireoidismo. Também foi testado se havia correlação 
entre a vitamina D categorizada com as variáveis Katz 
e Lawton.
O nível de significância aplicado nos testes foi de 5%, 
sempre considerando as hipóteses alternativas bicaudais.
ResulTADos
Participaram do estudo 62 pacientes admitidos na enfer-
maria de geriatria. Foi excluída uma amostra na análise 
do grupo 1 com hiperparatireoidismo por suspeita de 
hiperparatireoidismo primário. A partir de então, foram 
selecionados dois grupos: um com PTH aumentado (n = 
28) e outro com PTH normal (n = 33). No grupo 1, pro-
cedeu-se à dosagem de vitamina D (25 OH). Na amostra 
de 33 pacientes com PTH normal, foram selecionados 
aleatoriamente 22 pacientes para a dosagem de vitamina 
D (25 OH) para fins comparativos com o grupo 1 em 
relação ao déficit de vitamina D (25 OH).
As características da população estudada mostraram 
média de idade de 85 anos (dp = 8,1 anos), em que 54,1% 
eram do sexo feminino e 45,9% do sexo masculino. 
Das 50 amostras selecionados para a dosagem de vi-
tamina D, foram encontrados níveis entre 5-10 ng/mL 
em 8 pacientes, níveis séricos entre 10-20 ng/mL foram 
encontrados em 33 pacientes, níveis séricos entre 20-30 
ng/mL em 8 pacientes, e acima de 30 ng/mL apenas em 
um paciente. O nível médio de vitamina D observado foi 
de 15,6 ng/mL (dp = 6,8 ng/mL).
O nível médio de PTH foi de 91,8 pg/mL (dp = 91,8). 
Os valores bioquímicos médios foram: cálcio total de 
8,5 mg/dL (dp = 0,8), cálcio ionizável de 1,2 mmol/L 
(dp = 0,1), magnésio de 2,0 mg/dL (dp = 0,3), fósforo 
de 3,1 mEq/L (dp = 0,8). Quanto ao comprometimento 
funcional, a escala de Katz apresentou pontuação média 
de 2,9 pontos (dp = 2,7), enquanto na escala de Lawton 
a amostra pontuou, em média, 14,3 pontos (dp = 6,5), 
confirmando o importante declínio funcional dessa po-
pulação. Todos os valores das variáveis quantitativas afe-
ridos durante nossa investigação estão na Tabela 1. 
Tabela 1 Termos descritivos gerais da amostra
Variáveis n média mediana Desvio-padrão mínimo máximo Q1 Q3
Idade 61 85,0 86,0 8,1 72,0 103,0 78,0 89,5
PTH 61 91,8 69,9 91,8 13,8 650,0 44,3 113,0
Vitamina D 50 15,6 13,5 6,8 5,9 37,5 10,7 17,7
CAT 61 8,5 8,5 0,8 5,9 10,5 8,0 9,0
CAI 58 1,2 1,2 0,1 1,1 1,8 1,2 1,2
P 61 3,1 3,1 0,8 1,0 7,9 2,7 3,4
Mg 61 2,0 2,0 0,3 1,2 2,9 1,8 2,2
FA 54 263,1 207,5 166,4 100,0 955,0 160,3 311,5
Katz 61 2,9 2,0 2,7 0,0 6,0 0,0 6,0
Lawt 61 14,3 10,0 6,5 9,0 27,0 9,0 20,0
ON 57 61,1 61,0 15,1 30,2 100,0 47,8 70,0
Peso 57 1,6 1,6 0,1 1,4 1,8 1,5 1,7
Altura 44 3,6 3,0 2,3 0,0 10,0 2,0 4,8
Em relação às demais variáveis, 11 pacientes (18%) esta-
vam em uso de suplemento de vitamina D, 8 (13,1%) exer-
ciam atividade física regular, 14 (23%) tinham diagnóstico 
prévio de osteopenia ou osteoporose, 31 (50,8%) tinham 
histórico de acamação prévia à internação, 10 (16,4%) refe-
riram antecedentes de fratura nos últimos 10 anos, 11 (18%) 
eram etilistas, 21 (34,4%) eram tabagistas e 34 (55,7%) 
tinham o hábito de expor-se com regularidade à luz solar.
A análise de correlação bivariada com o teste de corre-
lação de Pearson mostrou que houve correlação negativa 
RevistaG&G#3.indb 199 11/28/13 11:30 AM
200 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
significativa (– 0,37; p = 0,008) somente entre os níveis de 
PTH e vitamina D, quer dizer, quanto maior a deficiência 
de vitamina D, maior a elevação do PTH. Entre as demais 
variáveis, não foi observada qualquer correlação (Tabela 2). 
Tabela 2 Matriz de correlação entre vitamina D, peso, altura, IMC, PTH, CAT, CAI, P, Mg, FA, Katz e Lawton
Peso Altura ImC PTH Pg/ml CAT CAI P mg FA Katz lawton
Vitamina D − 0,13 − − 0,1 0,0 0,0 0,2 − − −0,078
ng/mL 0,022 2 0,109 0,377* 82 35 63 0,9 0,158 0,087
* P <0,01.
Verificamos os preditores de variação na vitamina D 
com o modelo de regressão linear simples, utilizamos os 
níveis de vitamina D como variável dependente com a 
variável que apresentou significância estatística nas aná-
lises bivariadas, e, para tanto, observamos na Tabela 3 
os níveis de PTH, que explicam R2 = 14,2% da variação 
dos níveis de vitamina D. Assim, à medida que o PTH 
aumenta um ponto, a vitamina D diminui 0,048 ng/mL. 
Tabela 3 Modelo de regressão linear simples utilizando os níveis de 
vitamina D como variável dependente 
β Dp T Valor pConstante
Constante 20,097 1,795 11,197 0,000
PTH pg/mL −0,048 0,017 −2,79 0,008
Após a análise de regressão simples, foi construído 
um modelo múltiplo adicionando as outras variáveis 
(Tabela 4). Como podemos observar, apesar de a expla-
nação do modelo ter melhorado em relação ao simples 
(R2 = 28,3%), o PTH continuou sendo o único preditor 
da variação na vitamina D.
Tabela 4 Modelo de regressão múltipla
B std.error T Valor p
Constante 0,123 12,458 0,01 0,992
PTH pg/
mL
−0,06 0,023 −2,613 0,013
CAT 2,092 1,223 1,711 0,096
CAI 1,474 1,665 0,886 0,382
Katz −0,274 0,567 −0,483 0,632
Lawton 0,034 0,22 0,155 0,878
Tabagismo 3,594 2,256 1,593 0,120
Etilismo −0,533 2,82 −0,189 0,851
Exame 
físico −2,659 2,827 −0,941 0,353
Luz do sol 0,81 2,038 0,397 0,694
Na análise comparativa dos dois grupos onde a va-
riável foi a vitamina D, os pacientes que têm hiperpara-
tireoidismo apresentam média de vitamina D menores 
dos que os que não têm a doença.
Por fim, definimos dois grupos: com hiperparatireoi-
dismo secundário (grupo 1) e sem hiperparatireoidismo 
(grupo 2). Nas variáveis contínuas aplicamos o teste de 
KS para verificar a normalidade dos dados. Observamos 
que as variáveis idade (valor p = 0,0286) e vitamina D 
(valor p = 0,0039) foram estatisticamente significantes. 
Os pacientes com hiperparatireoidismo apresentaram 
média de idade superior aos que não tinham a doença. 
DIsCussão
No presente estudo, comparamos múltiplas variáveis, 
como idade, nível sérico de paratormônio (PTH), nível 
sérico de vitamina D, cálcio total (Ca T), cálcio ionizá-
vel (CaI), fósforo (P), magnésio (MG), fosfatase alcalina 
(FA), índice de Katz, índice de Lawton, peso, altura, po-
lifarmácia, tabagismo, etilismo, nível de exposição solar. 
Nenhum outro trabalho comparou tantas variáveis. A 
maioria compara exposição solar com déficit de vitami-
na D,16-18 ou hiperparatireoidismo.18 
Esperávamos que não houvesse alterações bioquí-
micas significativas, pois o hiperparatireoidismo secun-
dário ao déficit de vitamina D é mais insidioso quando 
comparado ao hiperparatireoidismo primário. Neste tra-
balho, em média, os níveis de Ca T, CaI, Mg, P mostra-
ram-se dentro dos limites da normalidade.
No presente trabalho, a população estudada mostrou 
média de idade de 85 anos (dp = 8,1 anos), maior quan-
do comparada com os estudos de Fassi et al., nos quais 
foram avaliados 83 idosos de 71,9 ± 3,8 anos.17 Média 
de idade um pouco inferior à nossa população foi en-
contrada no trabalho realizado por Saraiva et al., em que 
foram estudados 250 idosos, com média de 79,1 anos.16 
Faixa etária maior é vislumbrada no estudo realizado por 
Passeri et al., no qual a prevalência foi estudada em re-
lação à vitamina D sérica e essesníveis foram indetec-
táveis em 99 de 104 centenários.18 Nosso estudo, além 
do déficit de vitamina D, mensurou o aumento de hor-
mônio da paratireoide (PTH),16 focando o diagnóstico 
de hiperparatireoidismo secundário, demonstrando alta 
prevalência de hiperparatireoidismo secundário ao défi-
cit de vitamina D nessa faixa etária.
Ann R. Webb, Carol Pilbeam, Namcy Hanafin e 
Michael F. Holick demonstraram que há variações sazonais 
na concentração sérica de vitamina D, mesmo quando a 
RevistaG&G#3.indb 200 11/28/13 11:30 AM
Hiperparatireoidismo e declínio funcional em idosos | 201
dieta suplementar e a suplementação de vitamina D es-
tão ou não presentes, e que a intensidade e o tempo de 
exposição da pele ao sol produzem variações significati-
vas nos valores de vitamina D.19 No presente trabalho não 
optamos por comparar com grupo controle19 ou incluir 
grupo de jovens, como no estudo realizado por Fassi 
et al.17 Os indivíduos não foram expostos à luz solar du-
rante a internação e não usaram suplementação de vita-
mina D diária. A falta de grupo comparativo nos deixou 
sem dados para analisar melhor se o déficit de vitamina D 
seria devido à variação sazonal da incidência solar, ao tem-
po de exposição ao sol, ao envelhecimento da pele, ao déficit 
de absorção intestinal da vitamina D, à dieta ou mesmo à 
combinação de todos esses fatores com o envelhecimen-
to,8-11,19 como causa multifatorial para o desenvolvimento 
do hiperparatireoidismo secundário. Muitos pacientes 
declararam ter tido exposição à luz solar adequada até a 
internação, porém isso não corroborou para um achado 
de normalidade nos exames. Mesmo o paratormônio es-
tando normal em muitos desses pacientes, apenas em uma 
amostra a dosagem de vitamina D foi normal. 
Trabalhos de prevalência anteriores ao nosso estu-
do16-19 não relacionaram perda funcional usando como 
dado o índice de Katz e Lawton, com aumento no índi-
ce de hiperparatireoidismo secundário. No entanto, não 
encontramos significado estatístico quando cruzamos 
esses dados com os níveis de vitamina D sérica e hormô-
nio da paratireoide (PTH). 
Saraiva et al. encontraram que deficiência de vitami-
na D (definida como níveis inferiores a 10 ng/mL) foi de-
tectada em 15,4%, insuficiência (definida por níveis entre 
10-20 ng/mL), em 41,9%, e hiperparatireoidismo secun-
dário, em 55%.16 Os dados do presente trabalho informam 
associação positiva de hiperparatireoidismo secundário a 
deficiências de vitamina D em 46,77% dos pacientes inter-
nados. O nível médio de vitamina D observado foi de 15,6 
ng/mL (dp = 6,8 ng/mL). Somente 50 pacientes foram se-
lecionados para a dosagem de vitamina D, entre os quais 
se encontraram níveis entre 5-10 ng/mL em 8 pacientes 
(16%), níveis séricos entre 10-20 ng/mL em 33 pacientes 
(66%), níveis séricos entre 20-30 ng/mL em oito pacientes 
(16%) e acima de 30 ng/mL apenas em um paciente (2%). 
Índice maior de alteração entre os níveis de 10-20 ng/mL 
também foram encontrados no trabalho de Saraiva et al.16
Conforme esperado, a população estudada apresen-
ta grande declínio funcional decorrente de suas morbi-
dades. Nossa pesquisa nesse sentido foi de avaliar se o 
grave comprometimento funcional, a falta de exercício 
físico aliado a hábitos como tabagismo, etilismo e baixa 
exposição solar podem contribuir de alguma forma com 
a deficiência observada. Entretanto, nossos achados não 
se correlacionaram com a deficiência de vitamina D nem 
com o hiperparatireoidismo secundário. A presença de 
múltiplas morbidades e a dificuldade do idoso em rea-
lizar suas atividades instrumentais e básicas poderiam 
sugerir maior restrição no domicílio, menor exposição 
solar e, talvez, menor ingestão de alimentos ricos em vi-
tamina D. Apesar de tais premissas serem verdadeiras, a 
análise estatística não confirmou essa associação, porém 
encontramos alta prevalência de hiperparatireoidismo 
associado ao déficit de vitamina D independentemente 
dos possíveis fatores desencadeantes. 
ConClusão
O atual trabalho demonstrou correlação significativa e 
inversa entre vitamina D e PTH, evidenciando alta pre-
valência entre a população idosa avaliada de hiperpara-
tireoidismo secundário a hipovitaminose D. 
Vivemos em um país tropical, onde teoricamente de-
veríamos ter exposição adequada aos raios solares, difi-
cultando o aumento da prevalência dessa enfermidade, 
o que não pôde ser constatado no estudo pelo perfil dos 
pacientes analisados. Recomendamos uma busca ativa 
de pacientes com deficiência de vitamina D, visto que há 
prevalência elevada, com potencial de comprometimen-
to da qualidade de vida do idoso e cuja suplementação 
é bastante simples e segura. Salientamos que a avaliação 
dos níveis de PTH e de vitamina D 25(OH) deveria fazer 
parte rotineira da propedêutica médica geriátrica dessa 
população, uma vez que não há outra forma de mensu-
rarmos os estoques de vitamina D se esses estoques estão 
tão baixos que levaram o indivíduo ao desenvolvimen-
to do hiperparatireoidismo secundário. A mensuração 
concomitante do PTH e da vitamina D se faz necessária 
para individualizar o tratamento e o acompanhamento 
de cada paciente, uma vez que o excesso da reposição 
pode também causar danos ao sistema endócrino. 
AgRADeCImenTos
Agradecemos à Abbott pela doação dos kits de vitamina 
D e aos funcionários do laboratório do Hospital do Ser-
vidor Público Estadual de São Paulo.
ConFlITos De InTeResses
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
ReFeRênCIAs
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RevistaG&G#3.indb 202 11/28/13 11:30 AM
Gravidade e funcionalidade na doença de Parkinson | 203
correlação enTre 
funcionalidade e Gravidade 
da doença de parkinson em idosos
marineide pereira dos anjos Guimarãesa, 
valéria cristina borges severinoa, Hudson azevedo pinheirob 
Resumo 
A doença de Parkinson (DP) é uma doença de progressão lenta, sendo caracterizada por quatro componentes 
básicos: bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e instabilidade postural. Objetivo: Correlacionar a funcio-
nalidade e a gravidade da DP em pacientes atendidos em um serviço público do Distrito Federal e na Clíni-
ca Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Unieuro. Métodos: Foram recrutados 27 pacientes com 
diagnóstico de DP e moradores no Distrito Federal. A coleta de informações se deu por meio da escala de 
graus de incapacidade de Hoehn e Yahr (HY) e dos testes funcionais alcance funcional (AF), timed up and go 
(TUG), sentar e levantar cronometrado (SL), velocidade de marcha (VM) e distância occipito-parede (OP). 
Resultados: Considerando o teste de correlação de Pearson, foram encontradas correlações expressivas e es-
tatisticamente significantes entre a escala de HY e os testes funcionais OP (R = 0,47; p = 0,013), TUG (R = 0,63; 
p = 0,0001) e AF (R = - 0,66; p = 0,0001). Foi encontrado baixo índice de relação linear entre as variáveis e 
resultados pouco significantes na correlação entre a escala de HY e os testes funcionais SL (R = 0,25; p = 0,20) 
e VM (R = - 0,26; p = 0,17). Conclusões: Existe associação entre gravidade e funcionalidade na DP, uma vez 
que, à medida que ocorre a gravidade do quadro clínico do paciente, ocorre também perda de funcionalidade, 
mobilidade e estabilidade postural.
correlaTion beTween funcTionaliTy and severiTy 
of parkinson’s disease in THe elderly
ABsTRACT
Parkinson’s disease (PD) is a slowly progressive disease, characterized by four basic components: bradykinesia, 
resting tremor, rigidity and postural instability. Objective: To correlate the functionality and severity of PD 
patients enrolled in a public service of the Federal District and the School of Physiotherapy Clinic of the Uni-
versity Center Unieuro. Methods: We recruited 27 patients with PD and residents of the Federal District, the 
gathering information was through the Hoehn and Yahr (HY) scale of degrees of disability and functional tests: 
Functional Reach (AF), Timed Up and Go (TUG), timed sit and stand (SL), gait speed (VM) and wall-occiput 
distance (OP). Results: Whereas the Pearson correlation test, and significant correlations were statistically 
significant between the HY scale and test OP (R = 0.47, p = 0.013), TUG (R = 0.63, p = 0.0001) and AF (R = 
- 0.66, p = 0.0001). It is a low rate of linear relationship between the variables and the results that were a little 
significant correlation between the scale of HY and the test SL (R = 0.25, p = 0.20) and VM (R = - 0.26, p = 
0.17). Conclusion: There is an association between severity and functionality in PD, since when the severity 
of the patient clinical condition occurs there is also a loss of functionality, mobility and postural stability.
a Discente do curso de fisioterapia, Centro Universitário Euro-americano – Unieuro, Brasília, Distrito Federal.
b Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília e docente do curso de fisioterapia do Unieuro.
dados para correspondência
Hudson Azevedo Pinheiro – Rua 12 Norte, lote 1, Edifício Águas de Vitória, apto. 1402, Águas Claras, Brasília-DF. 
CEP: 71900-100. Tel.: (61) 8195-0550. E-mail: hudsonap@gmail.com
Palavras-chave 
Doença de 
Parkinson, 
incapacidade e 
saúde, limitação da 
mobilidade.
Key words 
Parkinson disease, 
disability and 
healthy, mobility 
limitation
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 203 11/28/13 11:30 AM
204 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
A doença de Parkinson (DP) é uma doença de progres-
são lenta que afeta, principalmente, pessoas acima de 
50 anos, sendo caracterizada por quatro componentes 
básicos: bradicinesia (lentidão de movimento), tremor 
de repouso, rigidez e instabilidade postural, que são de-
correntes do comprometimento da via dopaminérgica 
nigroestriatal.1-5
Os principais sintomas relacionados com a DP estão 
associados a distúrbios da marcha, caracterizados por 
assincronia dos passos, baixa velocidade, comprimento 
do passo pequeno, rigidez nos movimentos de tronco, 
propulsão (festinação para a frente) e retropulsão (fes-
tinação para trás), que podem acarretar limitação das 
atividades da vida diária (AVD) já na fase inicial da 
doença, provocando redução no nível de atividade, o que 
gera, consequentemente, mais imobilidade, deficiência 
no desempenho funcional com consequente piora da 
qualidade de vida.4,6
As alte rações posturais podem manifestar-se como 
incapacidade de recuperar o equilíbrio quando empur-
rado e, pro gressivamente, modifica-se para incapacidade 
de ficar em pé sem suporte ou mesmo ao sentar, tendo 
íntima relação com episódios de quedas, sobretudo os 
que apresentam estágios mais avançados da doença.6,7
O equilíbrio em pé é conseguido mantendo o centro 
do corpo de massa sobre a base de apoio e, quando a 
capacidade de manter o equilíbrio se deteriora, os pa-
cientes com DP ficam predispostos a quedas, problema 
comum e grave, que pode levar a várias comorbidades.7,8
A necessidade de monitorar a evolução de pacien-
tes e os resultados de intervenção fisioterapêutica exige 
conhecimento para utilizar medidas sistematizadas e de 
fácil aplicabilidade para avaliação de pacientes com DP, 
podendo gerar mais informações relacionadas à saúde 
desses indivíduos, como as incapacidades que impossi-
bilitam a realização de atividades básicas.3
Esta pesquisa tem por objetivo correlacionar a fun-
cionalidade e a gravidade da DP em idosos admitidos em 
um serviço público do Distrito Federal.
méToDos 
Foi realizado um estudo do tipo transversal, com amos-
tra não probabilística por conveniência, para o qual 
foram recrutados pacientes com diagnóstico de DP e 
moradores do Distrito Federal. A coleta de dados foi fei-
ta no período de agosto a novembro de 2012 em 27 pa-
cientes admitidos no ambulatório de fisioterapia no setor 
de geriatria/neurologia da Unidade Mista de Taguatinga, 
Secretaria de Saúde do DistritoFederal (SES/DF), cuja 
aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) se deu 
por meio do parecer de número 129.071/2012.
Foram incluídos no estudo indivíduos acometidos 
por DP, sendo todos eles moradores do Distrito Federal 
e que, atendendo aos requisitos da pesquisa, aceitaram 
de livre e espontânea vontade participar do estudo e de-
monstraram interesse por meio da assinatura do consen-
timento livre e esclarecido. 
Foram excluídos do estudo pacientes que não tinham 
diagnóstico confirmado de DP, indivíduos com outras 
doenças associadas cujos sintomas se confundiam com 
os sintomas de Parkinson, como Alzheimer e parkinso-
nismos secundários, indivíduos que não foram capazes 
de realizar algum dos testes propostos, com declínio 
cognitivo grave e acamados.
O procedimento para coleta de informações se deu 
por meio da escala de graus de incapacidade de Hoehn e 
Yahr (HY) e de instrumentos destinados à avaliação fun-
cional: os testes de alcance funcional (AF), e timed up and 
go (TUG), sentar e levantar cronometrado (SL), veloci-
dade de marcha (VM) e distância occipito-parede (OP).
A escala de graus de incapacidade de HY é uma es-
cala utilizada frequentemente para avaliar os pacientes 
com DP, classificados de acordo com o estado geral de 
gravidade da doença. Os pacientes classificados nos está-
gios I, II e III dessa escala apresentam incapacidade leve 
a moderada, enquanto aqueles nos estágios IV e V apre-
sentam incapacidade mais grave.9
O AF determina o quanto o idoso é capaz de se 
deslocar dentro do limite de estabilidade anterior, fi-
xando-se uma fita métrica à parede e paralela ao chão, 
posicionada na altura do acrômio do voluntário; o indi-
víduo, descalço, é posicionado com os pés confortáveis 
e paralelos entre si, perpendicularmente em relação à 
parede e próximo ao início da fita métrica, com punhos 
em posição neutra, cotovelos estendidos e ombro com 
flexão de 90º. O voluntário é instruído a realizar in-
clinação para a frente sem tocar na fita e, em seguida, 
deve-se verificar o deslocamento sobre ela, com deslo-
camentos < 15 cm indicando fragilidade do paciente e 
risco de quedas.10,11
O TUG tem como objetivo avaliar a mobilidade e o 
equilíbrio funcional, quantificando em segundos a mo-
bilidade funcional por meio do tempo no qual o indiví-
duo realiza a tarefa de levantar de uma cadeira (apoio 
de aproximadamente 46 cm de altura e braços de 65 cm 
de altura), caminhar 3 m, virar, voltar rumo à cadeira 
e sentar novamente, sendo que a cronometragem é ini-
ciada após o sinal de partida e parada somente quando 
o idoso se coloca novamente na posição inicial, sentado 
com as costas apoiadas na cadeira, sendo considerado 
até 10 segundos, tempo normal para adultos saudáveis, 
independentes e sem risco de quedas; valores entre 11-
20 segundos são esperados para idosos com deficiência 
ou frágeis, com independência parcial e baixo risco de 
quedas; acima de 20 segundos sugere que o idoso apre-
senta déficit importante da mobilidade física e risco de 
quedas.11,12 
A VM se associa com atributos do estado geral de 
saúde, antropométricos, físicos, psicológicos e sociais, 
RevistaG&G#3.indb 204 11/28/13 11:30 AM
Gravidade e funcionalidade na doença de Parkinson | 205
podendo ser utilizada como indicador da reserva fisio-
lógica em idosos e fator prognóstico do risco de quedas, 
fragilidade, institucionalização de óbito em pacientes 
geriátricos, utilizando uma distância conhecida (3 m) e 
mensurando o tempo gasto para percorrê-la; logo, quan-
to mais rápido realizam o teste, melhores são os seus re-
sultados.13,14
O SL é utilizado para avaliar o estado funcional, 
a força muscular dos membros inferiores e o equilí-
brio em idosos, sendo que o participante é solicitado 
a levantar-se da cadeira por cinco vezes consecutivas 
sem a ajuda das mãos, no menor tempo possível; logo, 
quanto maior o tempo despendido, pior o status fun-
cional.13,15
A OP foi realizada com os calcanhares do paciente 
encostados na parede, mantendo o tronco reto e sem 
fletir os joelhos, sendo mensurada em centímetros, com 
fita métrica, a distância perpendicular entre a parede e a 
protuberância occipital externa, onde o valor normal é 
zero, ou seja, a região occipital deve tocar a parede; trata- 
se de um subitem da escala de Webster e, quanto maior 
for a distância, maior o comprometimento funcional do 
paciente.16,17
Para a análise estatística utilizou-se o software SPSS 
versão 20, considerando um nível de significância de 
5%. Levaram-se em consideração medidas de frequência 
para categorização da amostra, verificando a normalida-
de dos dados e optando-se por utilizar o teste de corre-
lação de Pearson.
ResulTADos
Participaram do estudo 27 sujeitos com diagnóstico de 
DP, todos em acompanhamento clínico regular, sendo 17 
homens (63%) e 10 mulheres (37%), com média de idade 
de 73,03 ± 9,80 anos.
Todos os pacientes foram avaliados pelo geriatra 
e encaminhados ao serviço de fisioterapia da UMT; os 
mesmos faziam uso regular de prolopa ou carbidopa 
conforme a prescrição médica.
Foram realizados testes de correlação de Pearson en-
tre a gravidade da doença medida pela HY com testes 
funcionais distintos descritos na Tabela 1.
Tabela 1 Correlação entre gravidade da DP e testes funcionais
 
HY r p
OP 11,74 ± 7,67
2,90 ± 0,87
0,47 0,013*
TUG 23,66 ± 12,43 0,63 0,0001*
AF 14,29 ± 9,80 – 0,66 0,0001*
SL 28,07 ± 19,75 0,25 0,20
VM 0,70 ± 0,38 – 0,26 0,17
*p < 0,05; OP: distância occipito-parede; TUG: timed up and go; AF: alcance 
funcional; SL: sentar e levantar cronometrado; VM: velocidade de marcha.
DIsCussão
Observaram-se no presente estudo associações significa-
tivas entre gravidade da DP e funcionalidade, sobretudo 
quanto ao risco de quedas, avaliado por meio dos testes 
distância occipito-parede (OP), timed up and go (TUG) 
e alcance funcional (AF). Não se observaram relações 
entre gravidade na DP e estimativa de força em mem-
bros inferiores e aspectos gerais de saúde por meio dos 
testes sentar e levantar cronometrado (SL) e velocidade 
de marcha (VM), respectivamente.
Observou-se que a maioria dos pacientes pesquisa-
dos apresentava nível de comprometimento moderado 
na escala de HY (2,90 ± 0,87). É relevante informar que 
todos estavam em acompanhamento clínico regular e tal 
constatação pode ter influenciado no retardamento sin-
tomático da doença, a destacar: alterações da velocidade 
da marcha e do ato de levantar e sentar, em decorrên-
cia do comprometimento no desempenho muscular. De 
acordo com Abreu e Caldas (2008), a força muscular dos 
membros inferiores traz grande relação com a velocidade 
de marcha. Nos seus achados literários foi encontrado 
aumento dessa condicionante em idosas após 18 sema-
nas de treino de força muscular.18 O funcionamento ina-
dequado dos núcleos da base compromete, por um lado, 
os rápidos ajustamentos no tempo de disparo muscular, 
que mudam a direção e dão sequência às ações que ca-
racterizam a agilidade, e, por outro lado, o adequado re-
crutamento de grupos musculares durante a locomoção, 
inclusive a velocidade de recrutamento, podendo preju-
dicar a produção de força para a propulsão do corpo a 
cada passo.19
Takeuti et al. (2011) utilizaram a escala de gravidade 
de HY e a escala de Berg para correlacionar o equilíbrio 
com as incidências de quedas em pacientes com DP. Os 
resultados apresentaram forte corre lação entre a gravi-
dade da DP e o risco de quedas, consequentes ao aumen-
to das disfunções no equilíbrio.7 O mesmo autor afirma 
que os sinais e sinto mas agem de forma combinada na 
degradação do equilíbrio e da marcha. Biaszczyk et al. 
(2007) afirmam que, quanto maior a gravidade e/ou a 
variedade dos sintomas apresentados pelo paciente com 
DP, maior a severidade da doen ça e maiores os distúr-
bios de marcha, equilíbrio e postura.20 No nosso estudo 
encontramos resultados semelhantes aos dos autores ci-
tados, que utilizaram a escala de gravidade HY para ava-
liar a doença, mas empregamos diferentesinstrumentos 
de avaliação da funcionalidade.
Peternella (2009) assevera em sua pesquisa que, com 
o surgimento das alterações físicas, há um desencadea-
mento do decréscimo da força muscular e do condicio-
namento físico, com reflexos no estado mental, social e 
econômico dos indivíduos portadores e de seus fami-
liares.21 Durante a pesquisa percebemos, na aplicação 
dos testes funcionais, em especial o TUG, deficiência na 
mobilidade, força muscular e condicionamento físico, 
RevistaG&G#3.indb 205 11/28/13 11:30 AM
206 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
porém não foi objeto de análise o impacto da doença na 
vida social ou econômica dos pacientes, restringindo-se 
tão somente à avaliação física e funcional.
Navarro-Peternella (2012) afirma que a gravidade da 
DP pode ou não comprometer a funcionalidade e pre-
dizer o grau de comprometimento da qualidade de vida 
do paciente,15 o que contradiz a maioria dos achados 
literários e os resultados encontrados em nosso estudo, 
no qual predominou a alta correlação entre gravidade e 
funcionalidade. O referido autor menciona que o baixo 
nível de adaptação psicológica é mais importante que a 
gravidade da doença para a piora da qualidade de vida, 
sob o ponto de vista social. Em sua pesquisa, ele conclui 
que não há diferença significativa entre a evolução e a 
gravidade da DP com a qualidade de vida dos indivíduos; 
apenas na dimensão mobilidade houve diferença entre 
o grupo de acometimento leve e grave, indicando que é 
necessário grande aumento na manifestação dos sinais e 
sintomas para poder refletir pior mobilidade.22
 Todavia, esta última afirmação corrobora os resul-
tados encontrados em nossa pesquisa, que demonstrou 
forte correlação entre a escala de gravidade de HY e os 
testes funcionais AF, TUG e OP, ou seja, o aumento dos 
sinais e sintomas refletiu no aumento das limitações fun-
cionais. Atribuímos a baixa correlação encontrada entre 
gravidade (HY) e funcionalidade da DP (LS e VM) ao 
fato de os pacientes pesquisados serem participantes de 
programas de reabilitação, facilitando o desempenho 
durante a execução de suas funções.
Os testes AF e OP demonstraram maior instabilida-
de postural do indivíduo, o que dificulta a execução das 
AVD e aumenta o risco de incidência de quedas dos ido-
sos, embora Dibble (2008) relate que certo grau de insta-
bilidade postural pode estar presente em muitas pessoas 
com DP e nem todas elas demonstram perda de equilí-
brio ou quedas durante as atividades diárias.23 
O presente estudo mostrou que, com a evolução da 
DP, as alterações no controle motor tornam-se notá-
veis, resultando em vários distúrbios, como alterações 
estáticas e dinâmicas do controle postural, alteração da 
mobilidade, comprometimento do equilíbrio e conse-
quente aumento do risco de quedas. Correlacionamos a 
classificação do indivíduo na escala de gravidade HY e 
os testes específicos que avaliam a funcionalidade (AF, 
TUG, SL, VM, OP), uma vez que esses instrumentos são 
amplamente descritos na literatura para medir a função 
das pessoas com instabilidades, sendo eficazes e de fácil 
aplicabilidade, utilizados para examinar a funcionalida-
de em pessoas com DP em relação à condição clínica e 
às incapacidades.
 Por meio dessa análise foi possível conhecer o está-
gio da doença em que o indivíduo se encontra em decor-
rência dos sinais e sintomas, e identificar as limitações 
físicas e funcionais, a fim de facilitar o planejamento da 
intervenção fisioterapêutica e minimizar o impacto da 
doença na qualidade de vida.
ConClusão
Existe associação entre gravidade e funcionalidade na 
DP, na qual, à medida que ocorre a gravidade do quadro 
clínico do paciente, ocorre perda de funcionalidade, mo-
bilidade e estabilidade postural.
ConFlITos De InTeResse
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 207 11/28/13 11:30 AM
208 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
associação enTre queiXa de TonTura, 
medo de cair e ocorrênciaprévia 
de quedas em idosos
Giesse albeche duartea, cristina loureiro chaves solderab 
Resumo 
Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi associar queixa de tontura, medo de cair e ocorrência 
de quedas em idosos. Métodos: Foram avaliados 38 idosos aplicando anamnese e escala para 
avaliar o medo de cair (FES-I-Brasil). Resultados: Dos 38 idosos entrevistados, 68,4% relata-
ram queixa de tontura, 97,4% apresentaram medo de cair e 57,9% sofreram queda após os 60 
anos de idade. A média de idade dos idosos caidores foi significativamente maior que a dos que 
não caíram (p = 0,015). Os idosos que relataram tontura utilizam número de medicações signi-
ficativamente maior que os que não relataram tontura (p = 0,030). O escore na FES-I-Brasil foi 
estatisticamente significativo quando associado ao número de quedas (p = 0,003). Conclusões: 
O estudo evidenciou alta prevalência de tontura, medo de cair e ocorrência de quedas entre os 
idosos avaliados, e correlação significativa entre o aumento da idade e a ocorrência de queda, 
entre a queixa de tontura e o número de medicações utilizadas, e entre o escore na FES-I-Brasil e 
o número de quedas.
associaTion amonG complainT of dizziness, fear of fallinG 
and prior occurrence of falls in elderly people
ABsTRACT
Objectives: The objective of this research was to associate complaint of dizziness, fear of falling 
and occurrence of falls in elderly people. Methods: We evaluated 38 elderlies by applying an 
interview and a scale to measure fear of falling (FES-I-Brazil). Results: Of the 38 elderly inter-
viewed, 68,4% reported complaint of dizziness, 97,4% showed fear of falling and 57,9% had su-
ffered a fall after 60 years old. The mean age of the elderlies who fell was significantly higher than 
of those who didn’t (p = 0.015). The elderly people who reported dizziness utilize significantly 
higher number of medicines than those who did not report dizziness (p = 0.030). The score on 
the FES-I-Brazil was statistically significant when associated with the number of falls (p = 0.003). 
Conclusions: The study showed high prevalence of dizziness, fear of falling and occurrence of 
falls among elderly people evaluated and significant correlation between increasing age and the 
occurrence of falls, the dizziness complaints and the number of medications used and the FES-I-
-Brazil score and the number of falls.
a Pesquisadora do trabalho. Acadêmica do curso de fonoaudiologia da Universidade Federal de Ciências da 
Saúde de Porto Alegre.
b Pesquisadora responsável pelo trabalho. Professora assistente do curso de fonoaudiologia da Universidade 
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
 
dados para correspondência
Giesse Albeche Duarte – Rua Lauro Rodrigues, 590, Rubem Berta, Porto Alegre, RS. CEP: 91180-660. Tel.: (51) 
9220-9798. Fax: (51) 3303-8810. E-mail: duarte.giesse@gmail.com
Palavras-chave 
Tontura, acidentes 
por quedas, 
envelhecimento.
Key words 
Dizziness, 
accidental falls, 
aging.
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 208 11/28/13 11:30 AM
Tontura, medo de cair e queda em idosos | 209
InTRoDução
A faixa etária da população mundial que mais cresce é a 
idosa.1 A lei brasileira que dispõe sobre a Política Nacio-
nal da Saúde do Idoso define como idosa a pessoa com 
60 anos ou mais.2 As regiões Sul e Sudeste evidenciam-
-se as mais envelhecidas do Brasil, apresentando no ano 
de 2010 um contingente de 8,1% de idosos com 65 anos 
ou mais. Com relação à população da cidade de Porto 
Alegre (RS), totalizava 1.409.351 habitantes em 2010, 
sendo que 211.896 (15%) com idade igual ou superior 
a 60 anos.3
Com o envelhecimento populacional atual, tanto 
em caráter mundial quanto nos âmbitos nacional e 
regional, essa população emergente necessita de aten-
ção. O foco vem passando dos jovens aos idosos, estes 
necessitando de políticas públicas adequadas, progra-
mas de promoção de saúde e prevenção de doenças 
características da faixa etária para reduzir os riscos à 
saúde associados ao envelhecimento. É necessário que 
a sociedade se adapte a essa mudança e se instrumen-
talize no que se refere a proporcionar aos idosos boas 
condições de saúde e segurança, para que mantenham 
suas capacidades funcionais, ou seja, sua autonomia 
pelo maior tempo possível, assim como sua participa-
ção social.2,4-8
Com o avanço da idade, o indivíduo passa por inú-
meras alterações fisiológicas e estruturais, como: déficits 
sensoriais periféricos (proprioceptivos, auditivos e visu-
ais), que podem promover falsas percepções do ambien-
te, gerando desequilíbrios; anormalidades de marcha; 
dificuldade no controle neuromuscular, necessário à re-
cuperação do equilíbrio; anormalidades nos pés que di-
ficultam o andar; aumento da instabilidade postural;9 re-
dução da capacidade de associar as informações visuais, 
proprioceptivas, vestibulares e de modificar os reflexos 
adaptativos, por declínio no processamento central.10 
Com isso, a população idosa passa a ser mais suscetível 
a quedas.11 No Brasil, há estudos que indicam que 30%-
37,5% dos indivíduos idosos caem, no período de um 
ano, pelo menos uma vez.4,5,11,12
As quedas podem ser definidas como casos de 
desequilíbrio do indivíduo que o levam ao solo devido 
à falta momentânea do controle postural.9,13 A queda 
pode ser considerada uma síndrome, pois envolve as-
pectos e consequências psicológicas, biológicas, fun-
cionais e sociais.9 É um dos principais fatores incapa-
citantes nos idosos, causando restrições na realização 
de atividades,4,6,14 dor,2 perda da independência,2 medo 
de cair novamente4 e morte prematura,2 interferindo na 
qualidade de vida dessa população.4,11,15 Grande parte 
dos idosos que sofrem quedas necessita de atendimento 
especializado,4 gerando altos custos com tratamento e 
reabilitação.6 É necessário conhecer os fatores associa-
dos à ocorrência de quedas nos idosos para evitá-las e 
interromper o ciclo.4,16
A tontura consiste na sensação de perturbação do 
equilíbrio corpóreo no meio ambiente. A vertigem é um 
tipo de tontura, caracterizada pela sensação de rotação 
do indivíduo em torno de si ou de rotação do ambiente 
à sua volta.17 A vertigem e outras tonturas são frequentes 
em idosos (presbivertigem) e tendem a aumentar com 
o avanço da idade.10 Ricci et al. (2010) referem que há 
35,5% de prevalência da queixa de tontura entre os ido-
sos.16 Com o envelhecimento podem ocorrer perda de 
função do sistema vestibular periférico e central por otó-
litos soltos nos canais semicirculares, processos degene-
rativos das células ciliadas, das células ganglionares e das 
terminações, interferindo no equilíbrio e gerando tontu-
ras.10 Além disso, essa população geralmente faz uso de 
inúmeros medicamentos4,18 que podem causar tontura.18
A tontura é um dos principais fatores associados a 
quedas na população idosa,16 podendo gerar no idoso o 
medo de cair14 e, em alguns casos, restringir certas ativi-
dades em função desse medo.4 O medo de cair tende a 
aumentar, caso já tenha havido a ocorrência da queda, 
sendo observado no relato de aproximadamente 90% 
dos idosos com quedas prévias,4,19 aumentando também 
com o avanço da idade.19
A ocorrência de quedas afeta diretamente a qualidade 
de vida4,11,15 e a autonomia dos idosos,9 além de gerar al-
tos gastos com saúde.6 O medo de cair é relatado pela 
maioria dos idosos.16 Esse sentimento, associado à ocor-
rência prévia de queda, torna o idoso menos confiante 
de si, com menos autonomia e receoso de realizar certas 
atividades.9,19 Uma vez que, para evitar a queda, é im-
prescindível conhecer seus fatores de risco e suas con-
sequências,4,14 a presente pesquisa objetivou analisar a 
associação da tontura com o medo de cair e a relação 
destes com a ocorrência de queda.
méToDos
O estudo possui delineamento transversal, visando à 
medida de prevalências e relações entre as variáveis (ton-
tura, medo de cair e queda) na população estudada. Para 
tanto, foram analisados os dados fornecidos diretamente 
pela amostra de sujeitos dapesquisa por meio de inter-
rogação direta dos idosos sobre a ocorrência das variá-
veis da análise, caracterizando-se como delineamento do 
tipo levantamento.
A pesquisa foi composta por uma amostra de conveni-
ência de idosos atendidos no Serviço de Audiologia do Hos-
pital Santa Clara da Irmandade Santa Casa de Misericórdia 
de Porto Alegre (ISCMPA). Foram convidados a participar 
do estudo 39 idosos, dos quais 38 aceitaram o convite.
Foram incluídos no estudo indivíduos com ida-
de igual e superior a 60 anos, de ambos os sexos, que 
aceitaram participar da pesquisa após convite, esclare-
cimentos e assinatura de termo de consentimento livre 
e esclarecido (TCLE). O convite aos idosos foi realiza-
do pessoalmente pela pesquisadora na sala de espera 
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210 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
do serviço em questão. Foram excluídos do estudo os 
idosos com déficit visual sem a devida correção (uso 
de óculos/lentes), portadores de demência de grau 
moderado ou severo discriminada no prontuário do 
paciente, sendo, portanto, incapazes de responder aos 
protocolos da pesquisa, assim como aqueles que faziam 
uso ou tinham necessidade de usar órteses e/ou próte-
ses em membros inferiores (pé, perna) e/ou andador e 
cadeirantes.
Os participantes da pesquisa responderam a uma 
anamnese, com dados de identificação e questões quan-
to a medicamentos em uso, à queixa e caracterização da 
tontura e à ocorrência de queda nos últimos 12 meses. 
Após a anamnese, foi aplicada a Falls Efficacy Scale — 
International — Brasil (FES-I-Brasil), validada no Brasil 
por Camargos (2007), que, após estudo, concluiu ser a 
escala adequada para avaliar o medo de cair de idosos 
comunitários brasileiros.20 A FES-I-Brasil é composta 
por 16 atividades distintas de vida diária e, para cada ati-
vidade, o indivíduo deve relatar qual a sua preocupação 
em cair. Os níveis da escala variam de 1 a 4, sendo: 1, o 
menor grau de preocupação em cair — nem um pouco 
preocupado; 2, um pouco preocupado; 3, muito preocu-
pado; 4, a preocupação máxima — extremamente pre-
ocupado. A pontuação total mínima consiste, portanto, 
em 16 pontos, indicando nenhuma preocupação em cair. 
O máximo será de 64 pontos, indicando a maior preo-
cupação com a ocorrência de quedas. Neste estudo, foi 
considerado como tendo medo de cair o sujeito que as-
sinalou pelo menos em uma das atividades da escala a 
opção 2 (um pouco preocupado), 3 (muito preocupado) 
ou 4 (extremamente preocupado) obtendo, portanto, es-
core superior a 16.19
Tanto a anamnese como a escala FES-I-Brasil foram 
aplicadas pela pesquisadora e por acadêmicos do curso 
de fonoaudiologia da Universidade Federal de Ciências 
da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). A técnica utilizada 
para aplicação dos instrumentos foi frente a frente, pela 
qual as questões são feitas e respondidas verbalmente.
Para análise dos dados foi utilizado o  Statistical  
Package for the Social  Sciences (SPSS) versão 16.0 para 
Windows. A distribuição das amostras foi avaliada uti-
lizando o teste Shapiro-Wilk. Para variáveis quantitati-
vas com distribuição paramétrica utilizou-se o teste t de 
Student para amostras independentes e, no caso de dis-
tribuição não paramétrica, o teste Mann-Whitney. Para 
variáveis nominais utilizou-se o teste de independên-
cia qui-quadrado de Pearson. Para avaliar as variáveis 
quantitativas aplicou-se o teste da correlação linear de 
Pearson ou Spearman. O nível de significância estatística 
adotado foi de 5% (p <0,05).
O projeto de pesquisa e o TCLE foram submetidos ao 
Comitê de Ética em Pesquisa da ISCMPA, aprovado pelo 
parecer número 482/11, e ao Comitê de Ética em Pesqui-
sa da UFCSPA, aprovado pelo parecer número 864/11.
ResulTADos
No período de fevereiro a julho de 2012, todos os idosos 
que compareceram para avaliação auditiva no Serviço de 
Audiologia do Hospital Santa Clara e que se enquadra-
vam nos critérios de inclusão da pesquisa foram convi-
dados a participar. O convite foi feito a 39 idosos, dos 
quais 38 aceitaram integrar a amostra do estudo.
A Tabela 1 apresenta as características sociodemo-
gráficas, o número de medicações utilizadas e sua relação 
com a ocorrência de quedas após os 60 anos de idade.
Tabela 1 Caracterização da amostra (n = 38) e associação com ocorrência de quedas
Variáveis média ± dp/n(%)/mediana Caidores: média ± dp/n(%)/mediana
não caidores: média ± 
dp/n(%)/mediana P
Idade (anos) — m ± dp 69,7 ± 7,1 72,1 ± 7,4 66,5 ± 5,4 0,015
Sexo — n(%)
Masculino 17 (44,7) 10 (45,5) 7 (43,8) 1,000
Feminino 21 (55,3) 12 (54,5) 9 (56,3)
Estado civil n(%)
Solteiro/divorciado 5 (13,2) 1 (4,5) 4 (25,1) 0,163
Casado 23 (60,5) 14 (63,6) 9 (56,3)
Viúvo 10 (26,3) 7 (31,8) 3 (18,8)
Com quem mora — n(%)
Sozinho 7 (18,4) 5 (22,7) 2 (12,5)
0,487Com cônjuge 16 (42,1) 10 (45,5) 6 (37,5)
Com familiares 15 (39,5) 7 (31,8) 8 (50)
Nº de medicações — md 
(P25-P75) 3 (1-4) 3 (1-5) 2,5 (0-5)
≤2 medicações — n(%) 18 (47,4) 10 (45,5) 8 (50) 1,000
>2 medicações — n(%) 20 (52,6) 12 (54,5) 8 (50)
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Tontura, medo de cair e queda em idosos | 211
A média de idade do grupo avaliado foi de 69,7 anos 
(mínimo de 60 e máximo de 87 anos). A maioria dos 
idosos é casada (60,5%), e apenas um idoso (2,6%) é sol-
teiro. Somente sete idosos (18,4%) moram sozinhos.
Após os 60 anos de idade, 57,9% (n = 22) sofreram 
pelo menos uma queda. A Figura 1 ilustra a média de 
idade dos idosos caidores e dos que não caíram. A dife-
rença foi estatisticamente significativa (p = 0,015).
Dos 38 idosos entrevistados (100%), 26 (68,4%) rela-
taram sentir tontura. A Tabela 2 apresenta a frequência, 
a duração e os sintomas associados à tontura na amostra 
estudada e sua relação com a ocorrência de quedas.
Idosos caidores Idosos não caidores
74
72
72,1 ± 7,4
66,5 ± 5,4
70
68
66
64
62
60
Id
ad
e 
m
éd
ia
 (
an
os
)
Figura 1 Associação entre média de idade e ocorrência de quedas (p = 0,015).
Tabela 2 Características da tontura na amostra estudada (n = 38) e relação com a ocorrência de quedas
Variáveis média ± dp/n(%)/mediana Caidores: média ± dp/n(%)/mediana não caidores: média ± dp/n(%)/mediana P
Tontura
Sim 26 (68,4) 17 (77,3) 9 (56,3) 0,306
Não 12 (31,6) 5 (22,7) 7 (43,8)
Frequência
Diariamente 5 (13,2) 3 (13,6) 2 (12,5) 0,293
Até 3 vezes por 
semana 1 (2,6) 1 (4,5) 0
1 vez por semana 7 (18,4) 5 (22,7) 2 (12,5)
1-3 vezes no mês 4 (10,5) 4 (18,2) 0
Raramente 9 (23,7) 4 (18,2) 5 (31,3)
Nunca 12 (31,6) 5 (22,7) 7 (43,8)
Duração
Segundos/minutos 13 (34,2) 10 (45,5) 3 (18,8) 0,224
Horas 9 (23,7) 4 (18,2) 5 (31,3)
Dias/semanas 4 (10,5) 3 (13,6) 1 (6,3)
Nunca 12 (31,6) 5 ()22,7 7 (43,8)
Sintomas associados
Náusea 9 (23,7) 6 (27,3) 3 (18,8) 0,706
Vômito 3 (7,9) 2 (9,1) 1 (6,3) 1,000
Dor de cabeça 5 (13,2) 2 (9,1) 3 (18,8) 0,632
Suor 9 (23,7) 6 (27,3) 3 (18,8) 0,706
Perda auditiva 7 (18,4) 4 (18,4) 3 (18,8) 1,000
Do total de 38 idosos entrevistados, a tontura é 
um sintoma com frequência diária para cinco deles 
(13,2%), enquanto 12 (31,6%) relataram nunca ter 
tontura. A tontura permanece durante semanas para 
quatro idosos (10,5%) e durante segundos ou minutos 
para 13 sujeitos da amostra (34,2%). A perda auditiva 
RevistaG&G#3.indb 211 11/28/13 11:30 AM
212 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
aparece como sintoma associado à tontura para sete 
idosos (18,4%).
Dentre os idosos que apresentaram queixa de tontu-
ra, 64,5% relataram ocorrência de, no mínimo, um epi-
sódio de queda após os 60 anos de idade. Dentre os que 
não relataram tontura, o percentual de queda caiu para 
41,7%, porém essa diferença não foi estatisticamente 
significativa (p = 0,306).
Entre os participantes que relataram tontura, a me-
diana do número de quedas sofridas após os 60 anos de 
idade foi de uma ocorrência (p25 = 0; p75 = 3). Para os 
que não apresentaram queixa de tontura, essa mediana 
foi de zero (p25 = 0; p75 = 4), não sendo significativa 
estatisticamente(p = 0,343).
Não houve relação significativa entre idade e queixa 
de tontura (teste t de Student; p = 0,344) ou com o escore 
da FES-I-Brasil (r = – 0,050; p = 0,765).
Houve relação estatisticamente significativa entre o 
número de medicações utilizadas e a queixa de tontura (p 
= 0,030). Os idosos que relataram tontura apresentaram 
mediana de três medicações (p25 = 2; p75 = 6) enquan-
to entre os que não relataram tontura a mediana foi de 
uma medicação (p25 = 0; p75 = 3). Não houve correla-
ção estatisticamente significativa entre sexo ou número 
de medicações utilizadas (correlação de Spearman) com 
o número de quedas.
Com relação ao medo de cair, 37 idosos (97,4%) rela-
taram essa preocupação, sendo considerados como “com 
medo de cair” os indivíduos que assinalaram em pelo 
menos uma das atividades da escala FES-I-Brasil a opção 
“um pouco preocupado” (2), “muito preocupado” (3) ou 
“extremamente preocupado” (4).19 A Figura 2 mostra a 
prevalência de idosos com medo de cair em cada uma 
das atividades avaliadas pela escala FES-I-Brasil.
Preparando refeições simples
Indo atender o telefone antes que ele pare de...
Indo a uma atividade social
Visistando um amigo ou parente
Caminhando pela vizinhança
Vestindo ou tirando a roupa
Limpando a casa
Indo às compras
Sentando ou levantando de uma cadeira
Tomando banho
Andando em lugares cheios de gente
Pegando algo acima de sua cabeça ou no chão
Subindo ou descendo uma ladeira
Subindo e descendo escadas
Caminhando sobre superfície irregular
Andando sobre superfície escorregadia
Idosos com medo de cair (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
13,2
18,4
21
21
21
23,7
26,3
42,1
44,7
44,7
55,3
60,5
63,2
76,3
81,6
89,5
A
tiv
id
ad
es
 d
a 
es
ca
la
 F
E
S
-I
-B
ra
si
l
Figura 2 Prevalência de idosos com medo de cair em cada uma das atividades da escala FES-I-Brasil (%).
Dos idosos entrevistados, 34 (89,4%) referiram 
alguma preocupação em cair com relação à atividade da 
FES-I-Brasil “andando sobre superfície escorregadia” e 
31 (81,6%) com relação à atividade “caminhando sobre 
superfície irregular”. Apenas cinco idosos (13,2%) refe-
riram preocupação em cair com relação ao item “prepa-
rando refeições simples”.
Não houve significância estatística entre a preva-
lência de tontura e o escore na escala FES-I-Brasil (p 
= 0,372). Observou-se não haver correlação estatisti-
camente significativa entre o escore na FES-I-Brasil e 
o número de quedas (rs = 0,226; p = 0,172). A Figura 3 
mostra a correlação entre o escore na FES-I-Brasil e 
o número de quedas dos sujeitos entrevistados.
As variáveis que apresentaram valor p <0,20 na aná-
lise bivariada com escores da FES-I-Brasil foram inseri-
das em um modelo de regressão linear multivariada. As 
variáveis que entraram no modelo foram: número de 
quedas, número de medicações e morar sozinho. Após 
o ajuste, a única variável que se associou estatistica-
mente com o escore na escala FES-I-Brasil foi o núme-
ro de quedas (b = 1,38; β = 0,46; p = 0,003); portanto, a 
cada queda há um aumento de 1,38 ponto no escore na 
escala FES-I-Brasil.
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Tontura, medo de cair e queda em idosos | 213
50
40
20
10
0 2 4 6 8 10 12 14
30
Nº de quedas
E
sc
or
e 
na
 F
E
S
-I
-B
ra
si
l
Figura 3 Escore na FES-I-Brasil e número de quedas dos idosos na amostra estudada (n = 38).
DIsCussão
A tontura é uma queixa frequente entre os idosos.10 Ricci 
et al. (2010) afirmam que cerca de 40% dos indivíduos 
nessa faixa etária relatam tontura.16 Dos 38 idosos entre-
vistados neste estudo, 26 (68,4%) referiram sentir esse 
sintoma. As perturbações do equilíbrio e a sensação de 
tontura podem estar associadas a déficits sensoriais,9 à 
redução da capacidade associativa e dos reflexos adapta-
tivos e ao declínio no processamento central, frequentes 
nos idosos.10 Além disso, também as alterações do siste-
ma vestibular periférico e central, e o processo degene-
rativo das células ciliadas, das células ganglionares e das 
terminações, são características do processo de envelhe-
cimento.10 Com isso, a população idosa passa a ser mais 
suscetível à tontura10,16 e a quedas.4,5,11,12
No presente estudo, entre os idosos que apresenta-
ram queixa de tontura, a maioria (64,5%) relatou ter tido 
algum episódio de queda. Esse dado corrobora os acha-
dos de Ricci et al. (2010), de que há maior prevalência de 
tontura entre os idosos com histórico de quedas quan-
do comparados aos que não apresentam tal histórico,16 
e com o estudo de Gazzola et al. (2006) com 120 idosos 
com queixa de tontura, no qual 53,3% da amostra admi-
tiram ter sofrido pelo menos uma queda no último ano.21 
Portanto, a tontura é um dos principais fatores associa-
dos a quedas na população idosa.16
Os idosos utilizam grande número de medicamen-
tos,4,18 e muitos deles podem ocasionar tonturas18 e que-
das.9,18 De acordo com Hamra et al. (2007, p. 143), “o uso 
de medicamentos por idosos é frequente e tem crescido 
a cada dia em virtude do aumento da expectativa de vida 
no Brasil”. Algumas das drogas administradas provocam, 
como efeitos colaterais, tontura e redução dos reflexos, o 
que pode ocasionar quedas e consequentes fraturas.18 No 
presente estudo, os idosos que relataram tontura utiliza-
vam maior número de medicações, confirmando a rela-
ção entre o número de medicações e a tontura descrita 
por Hamra et al. (2007).18
As quedas também são muito frequentes na popu-
lação idosa. Estudos referem ocorrência de quedas afe-
tando 20%-40% dos idosos,4,5,11,12 e a incidência tende a 
aumentar com o avanço da idade.10,19 Na amostra des-
te estudo, a ocorrência de quedas foi de 71,1%, sendo a 
média de idade entre os idosos caidores maior do que a 
daqueles que não caíram, corroborando, portanto, estu-
dos anteriores que referem a tendência ao aumento das 
quedas com o avanço da idade.19 Esse achado pode ser 
explicado devido às alterações fisiológicas e estruturais 
características do envelhecimento, como déficits senso-
riais, anormalidades de marcha, dificuldade no controle 
neuromuscular, anormalidades nos pés, aumento da ins-
tabilidade postural,9 redução da capacidade de associar 
as informações e de modificar os reflexos adaptativos, 
por declínio no processamento central.10
No presente estudo, 57,9% dos idosos sofreram pelo 
menos uma queda após os 60 anos de idade, sendo que a 
recorrência de quedas entre os caidores foi de 72,7%. Os 
dados encontrados foram consideravelmente superiores 
aos dados da literatura, que refere recorrência de queda 
em aproximadamente 30% da população idosa.4,21 Esse 
dado poderia estar relacionado ao fato de a amostra do 
presente estudo consistir em sujeitos encaminhados para 
avaliação audiológica a partir de atendimento realizado 
em um ambulatório de otorrinolaringologia, ou seja, 
tratava-se de sujeitos com suspeita ou confirmação de 
alterações no sistema auditivo e/ou vestibular. Por esse 
motivo, a amostra desta pesquisa poderia ter maior pro-
RevistaG&G#3.indb 213 11/28/13 11:30 AM
214 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
babilidade de apresentar alterações do equilíbrio e, por 
conseguinte, maior probabilidade de quedas. Além dis-
so, cabe ressaltar que a pergunta relacionada à ocorrên-
cia de quedas após os 60 anos de idade sofre a influência 
direta da idade do sujeito, uma vez que, quanto maior 
a idade, maior é o intervalo de tempo para que o idoso 
tenha a possibilidade de cair.
A ocorrência de quedas interfere diretamente na qua-
lidade de vida dos idosos,4,11,15 pois é um dos principais 
fatores incapacitantes nessa população, causando res-
trições das atividades da vida diária,4,6,14 perda da inde-
pendência2 e preocupação com a recorrência da queda.4 
Parte dos idosos que sofrem quedas restringe suas ativi-
dades por medo de cair novamente.6,16
Além disso, grande parte dos idosos que caem — 
48,6%, segundo Ribeiro et al. (2008) — necessita de 
atendimento médico,4 o que gera altos custos aos cofres 
públicos.6 Lopeset al. (2009) demonstraram que quase 
55% dos idosos de sua pesquisa apresentaram histórico 
de queda e, destes, 96,25% apresentaram medo de cair. 
No entanto, mesmo idosos que não sofreram quedas po-
dem apresentar medo de cair.19
Neste estudo encontrou-se prevalência de 97,4% dos 
idosos com medo de cair, dado bastante semelhante ao 
estudo de Lopes et al. (2009), o qual refere que apro-
ximadamente 90% dos idosos da sua amostra relatam 
medo de cair em pelo menos uma das 16 tarefas pro-
postas pela FES-I-Brasil, sendo considerados “com medo 
de cair” os idosos que apresentaram escore >16 pontos 
na escala.19 Em estudo de Ganança et al. (2006), o medo 
de cair é relatado pela quase totalidade dos idosos com 
vestibulopatias crônicas. Esses indivíduos apresentam 
restrições de atividades de vida diária por medo de cair.14
Em relação às atividades de vida diária avaliadas pela 
escala FES-I-Brasil, na presente pesquisa, assim como 
no estudo de Lopes et al. (2009), foi identificada maior 
preocupação em cair nas seguintes atividades, em ordem 
decrescente: “andando em uma superfície escorregadia”, 
“caminhando sobre uma superfície irregular”, “subindo e 
descendo escadas” e “subindo e descendo uma ladeira”.19
Este estudo evidenciou a alta prevalência da tontura, 
do medo de cair e da ocorrência de quedas entre os ido-
sos e a associação significativa entre o aumento da idade 
e a ocorrência de quedas, entre a queixa de tontura e o 
número de medicações utilizadas pelos idosos e entre o 
escore na FES-I-Brasil e o número de quedas. Ressalte-
-se ainda que, sendo a amostra deste estudo composta 
por idosos com suspeita ou confirmação de alterações do 
sistema auditivo e/ou vestibular, e sendo um tema de ex-
trema relevância para a promoção da saúde e o cuidado 
do idoso, sugere-se a realização de estudos semelhantes 
com outras populações.
ConFlITos De InTeResses
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
ReFeRênCIAs
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who.int/en/ (Acessado em: 10/10/2011.)
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RevistaG&G#3.indb 214 11/28/13 11:30 AM
Quedas em pacientes ambulatoriais | 215
frequência de quedas em pacienTes 
idosos ambulaToriais
renata schikanowski scillaa, márcia vargas de fariasa, 
maurício de miranda venturab, Glória maria Xavierc, 
priscila lucia queiroz barbosad, regina lucia de costa e castroe, 
mirian matsuda shirassuf
Resumo 
Objetivo: Avaliar a frequência e as características das quedas em idosos, visando identificar seu contexto e pos-
sível prevenção. Métodos: Aplicou-se um questionário sobre a frequência de quedas em 201 pacientes idosos dos 
ambulatórios de cardiologia, clínica médica, endocrinologia e geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual de 
São Paulo. As perguntas relacionaram-se ao número de quedas, contexto, consequências e mudanças de hábitos a 
partir do evento. Resultados: Relataram quedas 83,9% dos entrevistados, observando-se maior número delas na 
faixa etária entre 60-79 anos (61,6%), predominantemente nas mulheres (76,5%). Naqueles com 80 anos ou mais, o 
percentual de eventos foi de 37,1%, sendo 51,7% em homens. Em relação ao local, a rua foi o lugar mais frequente 
(40%). Conclusão: A verificação dos dados obtidos evidenciou a importância de implantação de instrumentos de 
triagem para risco de queda, bem como do desenvolvimento de atividades educativas e de prevenção.
falls frequency in elderly ouTpaTienTs
ABsTRACT
Objective: Evaluation of the frequency and characteristics of falls in older adults, in order to identify the con-
text and possible prevention. Methods: A questionnaire about the frequency of falls in 201 elderly outpatients of 
cardiology, internal medicine, endocrinology and geriatrics from Hospital Servidor Público Estadual of São Paulo 
was applied. The questions were about number of falls, context, consequences and habits changes after the event. 
Results: The patients who reported fall were 83.9% with a higher number of those aged between 60 and 79 years 
(61.6%), predominantly women (76.5%). Those with 80 years or more, the percentage of events were 37.1% and 
51.7% in men. Street is the most frequent place (40%). Conclusion: Data revealed the importance of implementing 
screening tools for fall risk as well as the development of educational and prevention activities.
a Médicaresidente do Serviço de Geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual. Participação na elaboração do texto.
b Diretor do Serviço de Geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual. Participação na elaboração do texto e do projeto.
c Enfermeira do Centro de Promoção e Proteção à Saúde – Prevenir do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. Parti-
cipação no levantamento de dados do trabalho.
d Psicóloga do Serviço Especializado em Engenharia, Saúde e Medicina do Trabalho do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público 
Estadual. Participação no levantamento de dados do trabalho.
e Farmacêutica do Centro de Promoção e Proteção à Saúde – Prevenir do Instituto de Assistência ao Servidor Público Estadual. Participação 
no levantamento de dados do trabalho.
f Diretora do Centro de Promoção e Proteção à Saúde – Prevenir do Instituto de Assistência ao Servidor Público Estadual. Organizadora do projeto.
dados para correspondência 
Renata Schikanowski Scilla – Hospital do Servidor Público Estadual. Rua Pedro de Toledo, 1.800, Vila Clementino. Tel.: (11) 4573-8322. 
E-mail: renatascilla@hotmail.com
Palavras-chave 
Acidentes por 
quedas, idosos, 
frequência.
Key words 
Acidental falls, 
aged, frequency. 
Artigo or iginal
RevistaG&G#3.indb 215 11/28/13 11:30 AM
216 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
O envelhecimento populacional produz impacto na 
economia de um país e no sistema de saúde, o que faz 
com que o envelhecer, atualmente, seja visto através de 
um novo ângulo.1,2
No Brasil, de acordo com estimativas projetadas 
para 2020, o número de idosos acima de 60 anos de 
idade será de 28,3 milhões e, para 2050, aproximada-
mente 64 milhões.3
Uma das características do envelhecimento da po-
pulação é o acúmulo progressivo de incapacidades. O 
risco de morte passa a ser substituído pelas morbidades 
e limitações funcionais.2 
A capacidade funcional é definida como a habili-
dade de manter as atividades físicas e mentais neces-
sárias, o que significa poder viver com independência 
para atividades básicas e instrumentais da vida diária. 
Esse comprometimento tem implicação para os idosos, 
sua família, comunidade e sistema de saúde, já que a 
incapacidade leva a maior dependência e vulnerabili-
dade na velhice.3 Nesse cenário, a longevidade passa a 
ser contraditória, já que ao mesmo tempo em que leva 
a mais anos de vida gera também mais prejuízos físicos 
e psicológicos.2
Consequência das mais sérias do surgimento das 
incapacidades é o risco de queda em idosos. Pode-se 
defini-la como uma mudança de posição inesperada, 
não intencional, sem ser consequência de paralisia sú-
bita, ataque epilético ou força externa extrema, fazendo 
com que a pessoa fique em um nível inferior, por exem-
plo, sobre um mobiliário ou no chão.4 O envelhecimen-
to leva a alterações fisiológicas que podem aumentar 
o risco de quedas, como declínio hormonal, progres-
siva atrofia e fraqueza muscular, descalcificação óssea, 
aumento da espessura da parede das artérias, do nível 
de gordura corporal e diminuição da capacidade de 
coordenação. O idoso responde com maior lentidão e 
menor eficácia às alterações do ambiente, tornando-se 
mais suscetível às quedas.5
A maioria das quedas resulta de fatores predispo-
nentes, que são fatores de risco que impõem aos idosos 
maior chance do evento, e de fatores precipitantes, re-
lacionados com comportamento imprudente (como su-
bir em bancos) e percepção equivocada do espaço fren-
te aos obstáculos impostos pelo ambiente.6-8 Fatores de 
risco intrínsecos importantes são: idade ≥75 anos, sexo 
feminino, presença de declínio cognitivo, déficit visual, 
inatividade, fraqueza muscular, distúrbio do equilíbrio 
corporal e da marcha, história prévia de acidente vas-
cular encefálico, quedas anteriores e fraturas, uso de 
drogas psicotrópicas, assim como de várias medicações 
em associação, fato comum em idosos.4-6,8-10 Entre os 
fatores de risco extrínsecos ou ambientais, verificam-se 
locais com móveis, objetos ou tapetes espalhados pelo 
chão, pouca iluminação e condições climáticas que le-
vam a piso escorregadio, causando ambientes insegu-
ros e perigosos.2
O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de 
quedas em idosos e as características desses eventos, 
visando identificar seu contexto e possível prevenção.
méToDos
Utilizou-se um questionário aplicado nos ambulatórios 
do Hospital do Servidor Público Estadual para avalia-
ção do risco de quedas em idosos. Os pacientes entre-
vistados (201) estavam aguardando suas consultas de 
rotina nos setores de cardiologia, clínica médica, en-
docrinologia e geriatria. As perguntas relacionaram-se 
à presença de quedas, número de eventos, contexto da 
ocorrência, consequências e alterações de hábitos após 
a queda. As informações contempladas nos registros 
foram analisadas e tabuladas, gerando dados relativos 
às quedas.
ResulTADos
A idade dos participantes variou entre 60-92 anos. 
Destes, 62,4% eram do sexo feminino.
Dos entrevistados, 83,9% relataram já ter sofrido 
quedas. Quando questionados sobre a ocorrência de-
las nos últimos seis meses, observou-se a frequência de 
41,9%, 24,4% e 33,7%, respectivamente, para nenhuma 
queda, apenas uma queda e duas quedas.
No que tange ao número de quedas por faixa etária, o 
grupo entre 60-79 anos (61,6%) superou o de idade ≥80 
anos (37,1%), com predomínio das mulheres (76,5%) em 
relação aos homens (22,9%). 
Na faixa etária ≥80 anos, a distribuição de quedas por 
sexo foi mais equitativa, com 48% no feminino e 51,7% 
no masculino (Figura 1).
As mulheres caíram mais (71,9%) em relação aos ho-
mens (28,1%).
Em relação ao local de quedas, a rua foi o lugar mais 
frequente, com 40% dos casos, seguida da residência 
(27,3%) e da combinação residência e rua (32,7%). As 
maiores frequências de queda na residência referiram-se 
aos locais de passagem entre cômodos ou que possuem 
algum tipo de desnível, como escadas, banheiros ou la-
vanderias, no total de 77,5% .
Os modos de ocorrência das quedas mais comuns fo-
ram após tropeçar, escorregar e perder o equilíbrio, tota-
lizando 91,2% dos casos.
As quedas podem gerar graves consequências, in-
cluindo aspectos físicos (dor e fratura) e psicológicos 
(medo), somando 98,2% dos casos.
Após as quedas sofridas, 72,5% dos idosos deixaram 
de realizar atividades domésticas e sociais, sendo a mais 
relatada a realização de compras, em 49,9% dos casos. 
Tal fato pode demonstrar, em uma análise individual, 
perda da liberdade e autonomia para resolver suas ne-
cessidades, gerando algum grau de dependência.
RevistaG&G#3.indb 216 11/28/13 11:30 AM
Quedas em pacientes ambulatoriais | 217
P
er
ce
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ua
l
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
60-79
Faixa etária
Frequência de quedas em pacientes idosos segundo
sexo e grupo etário do ambulatório HSPE 2011
22,9
76,5
51,7 48,3
Sexo masculino Sexo feminino
Figura 1 Frequência de quedas em pacientes idosos do ambulatório do HSPE, segundo sexo e grupo etário (2011).
DIsCussão
Em nosso estudo, encontramos a frequência de pelo 
menos uma queda em 83,9% dos entrevistados. No 
Brasil, aproximadamente 29% dos idosos caem ao me-
nos uma vez ao ano e, destes, cerca de metade dos ca-
sos apresenta quedas recorrentes.7 A razão para essa 
diferença não está clara, mas pode dever-se ao fato de 
o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo 
atender pacientes com múltiplas morbidades, usuários 
de grande número de medicamentos e com maior com-
prometimento funcional do que idosos de uma popu-
lação geral. 
Idade avançada mostra associação com maior risco 
e maior número de quedas.11,12 Porém, em nosso estudo, 
verificou-se que o maior número de quedas foi entre os 
idosos mais jovens, no grupo entre 60-79 anos (61,6%), 
contra 37,6% naqueles com 80 anos ou mais. Tal fato 
coincide com o resultado encontrado por Fhon et al.3 
Também aqui o motivo para essa diferença não está bem 
estabelecido,3 mas é possívelque idosos mais jovens es-
tejam mais expostos ao risco de queda devido a maior 
atividade e possível comportamento imprudente.
Os idosos que mais sofreram quedas pertencem ao 
sexo feminino (71,9%), coincidindo com os dados da 
literatura. Ainda que os motivos sejam desconhecidos, 
admitem-se como alguns fatores: quantidade de massa 
magra e força muscular menor do que a de homens da 
mesma idade, maior exposição a tarefas domésticas, com 
maior comportamento de risco.3,8,11,12 
Na comunidade, a maioria das quedas ocorre no 
próprio local da moradia,2,7 diferentemente do resulta-
do encontrado no estudo, cujo local mais frequente foi a 
rua (40% casos), seguida da associação de rua e residên-
cia (32,7%) e domicílio (27,3%). Mais uma vez, não há 
uma justificativa clara para essa discrepância, entretanto, 
observando-se maior número de quedas entre os idosos 
mais jovens, podemos considerar que tal fato seja conse-
quência de maior movimentação desse grupo por ruas e 
calçadas irregulares e com múltiplos obstáculos em rela-
ção aos demais idosos.
Quando se indagou sobre o local específico da resi-
dência onde ocorreu a queda, os mais citados foram os 
de passagem entre cômodos ou que possuem algum tipo 
de desnível, como escadas, banheiros, lavanderias, perfa-
zendo um total de 77,5% nesses locais, em concordância 
com a literatura, que cita escadas, quartos e salas como 
locais importantes e de elevado risco.3,7 
As formas mais comuns de ocorrência de quedas ve-
rificadas no estudo foram após tropeçar, escorregar ou 
perder o equilíbrio, totalizando 91,2% dos casos.
O planejamento, a manutenção e a readequação dos 
espaços, considerando as mudanças naturais ao longo da 
vida, são indispensáveis no manejo de posturas e obstá-
culos ambientais que podem acarretar acidentes. 
As consequências das quedas ficam em torno de 
98,2%, variando de limitações físicas geradas por dores 
e fraturas a alterações psicológicas, sendo a principal 
delas o medo. A síndrome do medo de cair gera receio 
de novas quedas, além de comportamento que implica 
limitação de atividades cotidianas, podendo resultar em 
tristeza, isolamento social, insegurança, limitação fun-
cional, imobilidade e até mesmo morte.3,12
Conforme já observado em trabalhos anteriores, 
72,5% dos idosos do estudo em questão passaram a li-
mitar as suas atividades, com perda da liberdade e auto-
RevistaG&G#3.indb 217 11/28/13 11:30 AM
218 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
nomia, sendo o abandono do ato de realizar compras o 
mais relatado, em 49,9% dos casos.
ConClusão
O aumento do contingente de idosos, sobretudo da-
queles com idade superior a 80 anos, população de 
maior risco para perda progressiva de funcionalidade 
e dependência, demanda custos adicionais para a so-
ciedade. É imperioso, portanto, após a verificação dos 
presentes dados, a implantação de instrumentos de 
triagem rápida para o risco de quedas, bem como a rea-
lização de atividades educativas da população a respei-
to desse problema. A promoção de ações permanentes 
de atenção aos idosos e seus cuidadores possibilitará a 
prevenção de novos eventos e de suas consequências 
crônicas ou fatais.
ReFeRênCIAs
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RevistaG&G#3.indb 218 11/28/13 11:30 AM
a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
b Análise e interpretação dos dados, elaboração do rascunho e aprovação da versão final do trabalho.
c Participação na revisão crítica do conteúdo e aprovação da versão final do trabalho.
d Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
e Concepção e planejamento, elaboração do rascunho, revisão crítica do conteúdo e aprovação da versão final do trabalho.
f Pesquisador da Unifesp, Departamento de Endocrinologia.
dados para correspondência
Flávia Regina de Andrade Varela – Universidade Federal de São Paulo. Rua Botucatu, 685. Tel.: (11) 5575-6427. 
E-mail: flaviavarela@yahoo.com.br
Patrícia Coelho de Soárez – Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 
455, 2º andar, Cerqueira César, São Paulo. CEP: 01246-903. Tel.: (11) 3061-7290. E-mail: patricia.soarez@usp.br
avaliação de qualidade 
de vida em idosos fráGeis: 
uso de quesTionários – revisão 
da liTeraTura 
flávia regina de andrade varelaa,b, rozana mesquita ciconellia,c, 
patrícia coelho de soárezd,e, nelson carvalhaes netoc,f 
Artigo de revisão
Resumo 
Objetivo: A avaliação das intervenções em saúde na população idosa frágil sempre constituiu um desafio devido ao 
caráter múltiplo e complexo dos seus problemas. Uma vez que ela tem se mostrado adequada com o uso de questioná-
rios de avaliação de qualidade de vida, uma revisão da literatura sobre esse tema se faz necessária. Foi realizada revisão 
utilizando como palavras-chave “frail elderly”, “questionnaire” e “quality of life, acrescentando “Brazil” numa segunda 
busca, tendo como resultado final a inclusão de 63 artigos. A combinação de um questionário genérico de avaliação de 
qualidade de vida com um específico para a patologia ou condição a ser avaliada é a estratégia mais utilizada pelos au-
tores para acessar essa dimensão do conhecimento. Embora não existam questionários específicos para idosos frágeis, a 
aplicação de questionários já testados tem se mostrado válida, e o desenvolvimento de uma ferramenta específica para 
essa população é fortemente recomendada pelos autores estudados.
assessmenT of qualiTy of life in frail elderly: 
usinG quesTionnaires – liTeraTure review
ABsTRACTThe evaluation of health interventions in frail elderly people was always a challenge due to the nature of its multiple and 
complex problems. Once it has been adequate with the use of questionnaires to evaluate quality of life, a review of the lite-
rature on this topic is needed. Thus, a review was conducted using key words such as “frail elderly” and “questionnaire” and 
“quality of life” and adding “Brazil” in the second search, with the final result the inclusion of 63 articles. The combination 
of a generic questionnaire for assessing quality of life for a specific disease or condition to be evaluated is the tactic used by 
the authors to access this dimension of knowledge. Although there are no specific questionnaires for the frail elderly, the 
questionnaires that have been tested have shown to be valid, and the development of a specific tool for this population is 
strongly recommended by the authors studied.
Palavras-chave 
Idoso frágil, 
questionário, 
qualidade de vida, 
Brasil.
Key word
Frail elderly, 
questionnaire, 
quality of life, 
Brazil.
RevistaG&G#3.indb 219 11/28/13 11:30 AM
220 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
InTRoDução
A longevidade, antes considerada um fenômeno, atual-
mente faz parte da realidade da maioria das sociedades. 
Estima-se que, para o ano de 2050, existam cerca de 
dois bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no mun-
do, a maioria vivendo em países em desenvolvimento. 
No Brasil, estima-se que existam atualmente 17,6 mi-
lhões de idosos, com a perspectiva de existirem mais 
idosos do que crianças abaixo de 15 anos em 2050.1 Esse 
envelhecimento populacional é entendido como uma 
resposta à queda da fecundidade e da mortalidade, e 
ao aumento da esperança de vida,1 constituindo um de-
safio à construção de políticas públicas que atendam a 
esse novo perfil populacional.
O envelhecimento pode ser entendido como sinôni-
mo de senescência quando a diminuição progressiva da 
reserva funcional do indivíduo em questão não acarre-
ta maiores problemas, mas também pode cursar com 
doenças, estresse emocional ou acidentes, levando à 
necessidade de atenção diferenciada, sendo conhecido 
então como senilidade1 e se caracterizando pela fragili-
dade do envelhecimento. 
Embora não haja consenso entre os diferentes pes-
quisadores, a fragilidade pode ser entendida como uma 
síndrome multidimensional que envolve interação 
entre fatores biológicos, psicológicos e sociais, culmi-
nando em estado de maior vulnerabilidade, associado 
a maior risco de desfechos clínicos adversos.1 Clinica-
mente, podemos observar perda de peso, fadiga, dimi-
nuição da força de preensão, da velocidade de marcha e 
diminuição da atividade física, tendo como consequên- 
cias quedas, dependência, incapacidade, diminuição 
da qualidade de vida, institucionalização e morte.2 Es-
tima-se que 10%-25% das pessoas acima dos 65 anos 
e 46% acima dos 85 anos que vivem na comunidade 
sejam frágeis.1 Idosos frágeis frequentemente sofrem 
de doenças crônicas e progressiva perda de capacidades 
funcionais,3 o que impacta negativamente na qualidade 
de vida, principalmente na preservação da dignidade e 
da independência.4 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a 
incapacidade como um “termo guarda-chuva” para com-
prometimentos, limitações de atividades ou restrições, 
representando uma interação dinâmica entre condições 
de saúde, atributos pessoais e ambientais.5 Já “qualidade 
de vida” tem recebido uma variedade de definições ao 
longo dos anos, podendo se basear em três princípios 
fundamentais: capacidade funcional, nível socioeconô-
mico e satisfação, mas também está relacionada com es-
tado emocional, interação social, atividade intelectual e 
autoproteção de saúde.6 A avaliação de qualidade de vida 
pode ser realizada através de questionários estruturados 
mais genéricos ou específicos para uma função ou habili-
dade a ser testada, com poder de inferir o grau de satisfa-
ção do indivíduo com suas condições atuais de vida. 
A preocupação com a incapacidade e com o seu 
impacto na qualidade de vida como assunto de saúde 
pública justifica-se pelo envelhecimento populacio-
nal rápido e intenso, e pela alta prevalência de doen-
ças crônicas causadoras de limitações funcionais e de 
incapacidades entre os idosos.5 A avaliação das inter-
venções em saúde na população idosa frágil sempre 
constituiu um desafio devido ao caráter múltiplo e 
complexo dos seus problemas.4 O uso de questioná-
rios para avaliação de qualidade de vida mostra-se 
adequado a esse propósito. Assim, o objetivo deste 
estudo é revisar os artigos que utilizam questioná-
rios para avaliação de qualidade de vida em idosos 
frágeis, contribuindo para direcionar novos estudos 
na área e também com a implantação de alternati-
vas de intervenção e políticas públicas para os idosos 
frágeis.
mATeRIAIs e méToDos
Revisão da literatura nas bases de dados MEDLINE e 
BIREME, englobando as bibliotecas LILACS, IBECS, 
COCHRANE, SCIELO, utilizando como palavras- 
chave “frail elderly”, “questionnaire” e “quality of life”, 
acrescentando “Brazil” numa segunda busca. Foram 
incluídos artigos publicados entre janeiro de 1986 e 
maio de 2010.
Critérios de inclusão: artigos que utilizam algum 
questionário de avaliação de qualidade de vida aplica-
do em idosos frágeis. 
Critérios de exclusão: artigos que avaliam somente 
saúde oral da amostra ou os que se utilizam de exames 
laboratoriais ou cirurgias para execução da pesquisa. 
Também foram excluídos artigos que avaliassem quali-
dade de vida do cuidador, uso de fármacos ou serviços. 
ResulTADos 
Nesta revisão foram levantados 105 artigos no MEDLINE 
e 71 artigos na BIREME. Ao se acrescentar “Brazil” à 
busca, recuperou-se um artigo adicional no MEDLINE. 
Ao se pesquisarem os artigos relacionados ao único 
nacional7 encontrado no MEDLINE foram identifi-
cados 175 artigos, dos quais apenas 26 preenchiam os 
critérios de inclusão desta pesquisa. Dos 352 artigos 
levantados, foram revisados 63 (Figura 1).
Características gerais dos estudos
Os estudos foram classificados em três grandes grupos: 
estudos de comunidade (Tabela 1), serviços de saúde 
(ambulatório ou hospital; Tabela 2) e instituições de 
longa permanência (Tabela 3). Esses artigos também 
foram avaliados em relação a país de origem, ano de 
publicação, amostra utilizada e tipo de questionário 
aplicado, possibilitando a construção de um painel 
sobre avaliação de qualidade de vida através da aplica-
ção de questionários em idosos frágeis.
RevistaG&G#3.indb 220 11/28/13 11:30 AM
Qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários | 221
FIGUra 1 Artigos pesquisados na base de dados Medline. 
EstudOs na COMunIdadE
Foram incluídos 36 estudos realizados na comunidade, 29 
estudos realizados na comunidade somente,5-12,15-17,19-26,30-38,67 
três estudos na comunidade e no hospital,13,28,39 três estudos 
na comunidade e ambulatório,14,27,29 um estudo em comu-
nidade e instituição que não é de longa permanência.18
 A leitura dos artigos possibilitou a seguinte síntese:
•	 Apenas três estudos datam da década de 1990,8-10 en-
quanto, a partir de 2000, nota-se aumento do núme-
ro de publicações e estudos na área, principalmente a 
partir de 2005.5,7,23-39
•	 A maioria dos artigos (31 de 36) foi publicada 
em países desenvolvidos, 16 estudos são euro-
peus,8,10-13,15,18,20,21,24,25,27,31,35,36,39 13 estudos são da 
América do Norte,9,14,16,17,19,22,23,26,29,30,33,37,67 um estudo 
é australiano28 e um estudo é japonês.38
•	 Dezoito estudos foram classificados pelo autor como 
longitudinais,9,11-13,15,18,20,24-28,30,33,35,38,39,67 13 estudos fo-
ram considerados transversais,5-8,10,14,16,22,23,32,33,36,37 qua-
tro foram ensaios controlados randomizados17,19,21,31 e 
um foi classificado como quase experimental.29
•	 Oito estudos utilizaram questionário próprio na cons-
trução de suas pesquisas,5,7,8,11,20,22,25,31 seis utilizaram 
IADL/ADL/PADL,12,17,18,34,35,39 nove aplicaram MOS ou 
MOS-SF e SF-36ou SF-129,19,21,24,26,28,29,37,38,67 e 13 utili-
zaram dois ou mais questionários.9,12-14,16,17,21,23,24,27,30,35,38 
Destes últimos 13 estudos, nove utilizaram um ques-
tionário específico em conjunto com um genérico, 
sendo que o SF-36 foi escolhido em três estudos, e sua 
versão SF-12 em um estudo.
•	 Oito estudos usaram amostra abaixo de 100 entre-
vistados,7,21,23,26,29,32,38,39 17 usaram 100-500 entrevista-
dos,6,11-17,19,22,24,25,28,30,31,32,35 quatro entre 500-1.0008-10,27 
e sete acima de 1.000.5,18,20,34,36,37,67
EstudOs EM sERvIçOs dE saúdE
Em relação aos estudos realizados em serviços de saúde 
(hospital ou ambulatório), foram selecionados 17, dos quais 
sete foram realizados exclusivamente em ambiente hospita-
lar,3,44-48,54 nove em ambulatórios4,40,41,43,49,50-53 e um em am-
bulatório e hospital.42
Destes estudos:
•	 Cinco foram realizados na década de 1990,3,4,40,42 en-
quanto oito foram realizados a partir de 2005.47-54
•	 Todos os estudos recuperados foram conduzidos em 
países desenvolvidos, sendo quatro na América do 
Norte,3,4,42,46 oito na Europa,41,44,45,47-50,54 quatro no Ja-
pão40,43,51,52 e um na Austrália.53
•	 Em relação ao desenho dos estudos, os autores clas-
sificaram oito como transversais,3,4,40,43,47,49,51,52 sete 
como longitudinais41,44-46,48,50,54 e dois como controla-
dos randomizados.42,53
•	 Nenhum dos estudos selecionados utilizou ques-
tionário próprio, sendo que cinco aplicaram o SF-
364,42,43,51,54 e nove deles utilizaram dois ou mais 
questionários,3,42,44,47,49-52,54 sendo que o SF-36 foi o 
instrumento mais utilizado.
•	 Cinco estudos utilizaram amostra com menos de 100 
entrevistados,3,40,41,46,51 oito com 100-3004,43,45,47-50,52 e 
quatro com, mais de 300.42,44,53,54
Medline
n = 281
Bireme
n = 71
Incluídos
n = 63
Artigos excluídos (n = 149)
Artigos relacionados ao único nacional 
encontrado por não cumprirem os critérios 
de inclusão
Artigos excluídos (n = 140)
Artigos que não cumpriam critérios de
inclusão relacionados à amostra utilizada
e/ou questionários de qualidade de vida
Potencialmente relevantes
n = 352
Potencialmente relevantes
n = 203
RevistaG&G#3.indb 221 11/28/13 11:30 AM
222 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
Tabela 1 Estudos na comunidade
Referência Ano País Desenho Amostra Questionário 
Sorensen et al.1 1992 Dinamarca Transversal 585 idosos Questionário próprio
O’Keefe et al.2 1995 Estados Unidos Longitudinal 704 idosos MOSEBSQ
Noro et al.3 1996 Finlândia Transversal 795 idosos NHP
Fry OS4 2000 Colúmbia Britânica Longitudinal 331 idosos Questionário próprio
Hellstrom et al.5 2001 Suécia Longitudinal 448 idosos IADLPADL
Schechtman et al.6,7 2001 Estados Unidos Longitudinal 1.733 idosos SF-36
Dos Santos et al.7 2002 Brasil Transversal 128 idosos Escala de qualidade de vida de Flanagan
Van Balen et al.8 2003 Holanda Longitudinal 208 idosos RAP, BI, NHP, COOP/WONCA
Preville et al.9 2003 Canadá Transversal 315 idosos PRIME-MD, PDI-29
Frieswijk et al.10 2004 Holanda Longitudinal 444 idosos GFI
Kellerh11 2004 Estados Unidos Transversal 367 idosos HR-QOL e SCREEN
Binder et al.12 2004 Estados Unidos
Ensaio clínico 
controlado 
randomizado 
155 idosos PPT, FSQ, ADL
Hellstrom et al.13 2004 Suécia Longitudinal 4.337 idosos ADL
Villareal et al.14 2004 Estados Unidos Coorte randomizada 156 idosos MOS -SF
Stenzelius et al.15 2004 Suécia Longitudinal randomizado 4.227 idosos Questionário próprio
Helbostad et al.16 2004 Noruega
Ensaio clínico 
controlado 
randomizado
77 idosos
SF-36
ACWS
FDOW
Gollub et al.17 2004 Estados Unidos Transversal 381 idosos Questionário próprio
Arnold et al.18 2005 Canadá Transversal 73 idosos OQLQABC
Jakobsson et al.19 2005 Suécia Longitudinal 175 idosos SF-12 e MPI-S
Underwood et al.20 2006 Inglaterra Longitudinal 498 idosos Questionário próprio
Villareal et al.21 2006 Estados Unidos Longitudinal randomizado 40 idosos SF-36
Hinkka et al. 22 2006 Finlândia Longitudinal 741 idosos
FIM, GDS, 
minimental, 15 
dimension qlq
Stretton et al.23 2006 Austrália Nova Zelândia Longitudinal 243 idosos SF-36
Vincent et al.24 2006 Canadá Quase experimental 38 idosos SF 12
Zhang et al.25 2006 Canadá Longitudinal 192 idosos HUI2, MDS-HC
Inoye et al.26 2007 Brasil Transversal 80 idosos Questionário próprio
Van Haastregt et al.27 2007 Holanda
Ensaio clínico 
controlado 
randomizado
168 idosos Questionário próprio
Paschoal et al.28 2007 Brasil Transversal 193 idosos EQoL índex
Levasseur et al.29 2008 Canadá Longitudinal 49 idosos QOL index
Santos et al.30 2008 Brasil Transversal 2.143 idosos IADL
Armi et al.31 2008 Suíça Longitudinal 340 idosos ADL, IADL
Waldorff et al.32 2008 Dinamarca Transversal 2.934 idosos Euroqol-5D-vas
Giacomin et al.35 2008 Brasil Transversal 1.786 idosos Questionário próprio
Masel et al.33 2009 Estados Unidos Transversal 1.008 idosos SF-36
Maillet et al.36 2009 França Longitudinal 84 idosos ADL
Sato et al.34 2009 Japão Longitudinal randomizado 22 idosos
SF-36
FIM
RevistaG&G#3.indb 222 11/28/13 11:30 AM
Qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários | 223
Tabela 2 Estudos em hospital/ambulatório
Referência Ano País Desenho Amostra Questionário
Guyatt et al.37 1993 Canadá Transversal 76 idosos GQOLQ, HRQL, RPEFQ
Hashizume et al.38 1996 Japão Transversal 95 idosos GGWBS
Stadnyk et al.39 1998 Canadá Transversal 146 idosos SF-36
O’Keeffe et al.40 1998 Reino Unido Longitudinal 60 idosos CHF
Gagnon et al.41 1999 Canadá
Ensaio clínico 
controlado 
randomizado
427 idosos SF-36, CSQ-8, OARS
Suzuki et al.42 2002 Japão Transversal 133 idosos SF-36
Jordhoy et al(43) 2003 Noruega Longitudinal 395 idosos EORTC QLQ-C30
Hickson et al.44 2003 Reino Unido Longitudinal 233 idosos EuroQol EQ-5D
McKiernan et al.45 2004 Estados Unidos Longitudinal 46 idosos OQoLQ
Baró et al.46 2006 Espanha Transversal 134 idosos NHP, MMSE, BI
Lupón et al.47 2006 Espanha Longitudinal 196 idosos MLHFQ
Hernandez et al.48 2007 Espanha Transversal 203 idosos EQ-5D, SGRQ
Ruiz-Miralles et al.49 2007 Espanha Longitudinal 107 idosos COOP/WONCA
Sato et al.50 2007 Japão Coorte transversal simples cego 30 idosos SF-36, FIM
Kanauchi et al.51 2008 Japão Transversal 101 idosos WHOQOL-26, GHQ-28, GDS
Swamy et al.52 2009 Austrália Coorte controlada randomizada 616 idosos NEIVF-25
Perret-Guillaume 
et al.53 2010 França Longitudinal 701 idosos DHP, SF-36
Tabela 3 Estudos em instituição de longa permanência
Referência Ano País Desenho Amostra Questionário
Hughes et al.54 1988 Estados Unidos Transversal 313 idosos OARSMFAQ
Basket et al.55 1991 Nova Zelândia Transversal 5.213 idosos SF-36
Hays et al.56 1996 Estados Unidos Transversal 50 idosos QWB
Ross et al.57 1998 Canadá Transversal 66 idosos WHOCIDH
Toye et al.58 2006 Austrália Transversal 12 idosos FEFAT
Samus et al.59 2006 Estados Unidos Transversal 198 idosos ADRQLQ
Wodchis et al.60 2007 Canadá Transversal 514 idosos HUIM 2, MDSSI
Chan et al.61 2007 China Transversal 287 idosos QOLC-E
Watt et al.62 2007 Canadá Transversal 38 idosos Questionário próprio
Eloranta et al.63 2008 Finlândia Transversal 21 idosos Questionário próprio
Chen et al.64 2010 Taiwan Transversal 69 idosos PSQITDQ
ADL: Activities of Daily Living; ADRQOL: Alzheimer’s Disease related Quality of Life; CHQ: Chronic Heart Failure Questionnaire; DPEQ: Discharged Patients’ Enquiry Questionnaire; DHP: Duke 
Health Profile; EBSQ: Elderly Bowel Symptom Questionnaire; FIM: Functional Independence Measure; FSQ: Functional Status Questionnaire; GDS: Geriatric Depression Scale; GFI: Groningen Frailty 
Indicator; GHQ-28: General Health Questionnaire 28; GQLQ: Geriatric Quality of Life Questionnaire; HRCA: Hebrew Rehabilitation Center for Aged Vulnerability Index; IADL: Instrumental Activities 
of Daily Living; MOS: Medical Outcomes Survey; MOS-SF: Medical Outcomes Survey short form; Mini Mental State Examination; MPI-S: Multidimensional Pain Inventory; MLHF: Minnesota Living 
with Heart Failure; NEIVFQ-25: National Eye Institute VisualFunction Questionnaire; NHP: Nottingham Health Profile; PADL: Personal Activities of Daily Living; PPT: Physical Performance Test; 
QOLC-E: Quality-of-Life Concerns in the End of Life Questionnaire; RPEFQ: Rand Physical and Emotional Function Questionnaires; SCREEN: Seniors en the Community Risk Evaluation for Eating 
and Nutrition; SF-12: Short Form Questionnaire 12; SF-36: Short Form Questionnaire 36; SGRQ: Saint George Respiratory Questionnaire; Six Minute Walk Test; VES: Vulnerable Elderly Survey Index; 
WHOCIDH: World Health Organization Classification of Impairment Disability and Handicap; WHOQOL-26: World Health Organization Quality of Life 26 Questionnaire.
EstudOs EM InstItuIçãO 
dE lOnga PERManênCIa
Foram selecionados 11 estudos realizados em instituição 
de longa permanência, dos quais:
•	Quatro foram realizados entre 1988-199855-58 e os 
outros sete entre 2006-2010.59-65
•	 Nove estudos foram conduzidos em países desen-
volvidos, sendo seis na América do Norte,55,57,58,60,61,63 
RevistaG&G#3.indb 223 11/28/13 11:30 AM
224 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
um na Finlândia64 e dois na Oceania.56,59 Outros dois 
estudos foram conduzidos na China62 e Taiwan.65
•	 Destes 11 estudos avaliados, nove foram classifica-
dos como transversais.55-58,60-64 
•	 Dois estudos aplicaram questionários próprios,63,64 
três aplicaram dois questionários55,61,65 (OARS e 
MFAQ, HUIM dois e MDSSI, PSQI e TDQ, res-
pectivamente) e os seis restantes aplicaram um 
questionário: SF-36, QWB, WHOCIDH, FEFAT, 
ADRQLQ, QOLC-E.
•	 Seis estudos utilizaram amostra com menos de 100 
indivíduos,57-59,63-65 quatro utilizaram amostra com 
mais de 100 indivíduos55,60-62 e um estudo contou 
com mais de cinco mil participantes.56
DIsCussão
O presente trabalho pretendeu revisar os artigos sobre 
avaliação de qualidade de vida em idosos frágeis para 
apontar quais questionários têm sido mais frequente-
mente utilizados nessa população. 
Os estudos conduzidos na comunidade indicam ten-
dência à utilização de questionário genérico acompa-
nhando a aplicação de outro específico para o assunto do 
interesse do pesquisador. Notamos o aumento do núme-
ro de publicações a partir do ano 2000 e a concentração 
dessas publicações em países desenvolvidos, apontando 
uma lacuna na pesquisa com idosos frágeis em países 
em desenvolvimento. A maioria desses estudos utili-
zou amostra de até 500 participantes, sendo que dos 11 
estudos envolvendo mais de 500 participantes, os dois 
brasileiros, um realizado em Belo Horizonte (MG)5 e o 
outro realizado em São Paulo (SP),34 demonstraram que 
as incapacidades aumentam com a idade, são maiores 
entre as mulheres e menos pronunciadas entre indiví-
duos de maior escolaridade e renda.34 Essa incapacidade 
é compreendida como fruto de doenças crônicas inicia-
das na meia-idade, sendo que a hipertensão arterial e a 
artrite apresentaram associações com incapacidade leve 
ou moderada, e o diabetes e o acidente vascular cerebral 
associaram-se às incapacidades graves.5 Foi possível es-
tabelecer que o controle das doenças crônicas e os laços 
sociais, familiares ou não,5 funcionaram como fatores 
protetores das incapacidades funcionais. Em relação aos 
estudos internacionais, três deles9,20,36 avaliaram impac-
tos de doenças, como problemas do funcionamento in-
testinal,9 incontinências urinária e fecal20 e dificuldades 
de memória36 na qualidade de vida. Todos eles indica-
ram correlação entre pior qualidade de vida e presença 
de incapacidades/dificuldades nos aspectos avaliados, 
sugerindo que intervenções neles impactariam positi-
vamente na avaliação de qualidade de vida dos idosos 
avaliados. Os demais estudos8,10,18,27 tratam de caracte-
rizar a população idosa frágil vivendo na comunidade 
quanto ao seu risco de institucionalização,27 necessidade 
de manutenção da independência funcional e saúde para 
diminuir esse risco,8 uma vez que a qualidade de vida e a 
capacidade funcional referidas pelos idosos instituciona-
lizados mais saudáveis foram piores do que as referidas 
por aqueles vivendo na comunidade.10 Já o estudo norte-
-americano de 200167 comprovou que exercícios podem 
melhorar a qualidade de vida de idosos frágeis, mas de 
maneira modesta. Todos esses estudos compartilharam 
as dificuldades em aplicar questionários na população 
idosa frágil, pela própria característica da população e 
por aplicarem questionários que não foram desenvolvi-
dos especificamente para tal uso. 
Em relação aos estudos em serviços de saúde, obser-
vamos a manutenção da predominância dos estudos em 
países desenvolvidos, o uso preferencial do SF-36 como 
questionário genérico e amostras de no máximo 300 
participantes, na sua maioria. Dos quatro estudos com 
amostras com mais de 300 participantes, um avaliou o 
rastreamento visual em idosos frágeis na Austrália,53 
concluindo que o procedimento não melhora a visão 
nem a qualidade de vida relacionada à visão da popu-
lação avaliada, o que está de acordo com outros estu-
dos semelhantes realizados nos Estados Unidos, Reino 
Unido e Holanda. Outro estudo realizado nos Estados 
Unidos42 demonstrou que idosos frágeis na comunida-
de sob cuidados de enfermagem se utilizam mais dos 
serviços de emergência, sem concomitante ganho em 
saúde, quando comparados aos idosos que não contam 
com esse serviço. Possíveis vieses dessa conclusão do 
estudo incluem insuficiente poder estatístico do estudo, 
validade interna comprometida, critérios de inclusão/
exclusão inadequados ou intervenção fraca. O 3o estudo 
avaliado pesquisou o perfil de idosos que morrem em 
instituições que recebem pacientes terminais de cân-
cer.44 Esse estudo demonstrou que esses pacientes são 
mais idosos, não vivem com cônjuge e apresentam pior 
status funcional quando comparados aos que morrem 
em casa ou em hospitais, e propõe o planejamento de 
serviços mais adequados para o recebimento dos mes-
mos. O estudo mais recente54 demonstrou, através da 
aplicação de dois questionários genéricos de avaliação 
de qualidade de vida, que o Duke Health Profile parece 
ser o mais adequado a ser aplicado em população idosa 
frágil, o que contribui para a resolução de um problema 
comum a toda pesquisa envolvendo idosos frágeis: a es-
colha do questionário.
Os estudos conduzidos em instituições de longa per-
manência se mostraram equilibrados entre si em relação 
aos questionários de escolha, com a maioria utilizando 
somente um questionário. Notamos também a presença 
de um estudo chinês e outro conduzido em Taiwan, com 
apontamento da necessidade de equipe multiprofissional 
treinada para cuidar dessa população. O estudo com o 
maior número de participantes56 teve como objetivo me-
dir e comparar o grau de incapacidade dos idosos frágeis 
RevistaG&G#3.indb 224 11/28/13 11:30 AM
Qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários | 225
residentes em instituições religiosas e comerciais. Foram 
selecionados 2.087 residentes em instituições religiosas e 
3.126 residentes em instituições comerciais para aplicação 
do SF-36. Apresentaram incontinência 24% dos residentes 
em instituições comerciais, 62% demonstraram confusão 
mental e 78% exigiram assistência com mobilidade e au-
tocuidado, sendo significativamente mais incapacitados 
dos que aqueles em instituições religiosas. Como reco-
mendação, o estudo sugere que essas instituições devem 
empregar equipe treinada para identificar e minimizar 
problemas, garantindo qualidade de vida aos residentes.
Apesar das limitações da aplicação de questionários 
não específicos nessa população, existem inúmeras pos-
sibilidades de avaliação da qualidade de vida relacionada 
às patologias mais comuns, incapacidades e condições 
associadas ao envelhecimento. Os estudos avaliados 
pontuam suas dificuldades e limitações em relação ao 
uso dos questionários e à necessidade de desenvolvi-
mento de versões específicas para essa faixa populacio-
nal, recomendando o uso de questionário genérico, por 
exemplo, o SF-36, em conjuntocom um específico para 
garantir avaliação abrangente. 
Em relação ao número de idosos incluídos nos es-
tudos, mesmo os estudos com número grande de par-
ticipantes não puderam afirmar que suas conclusões 
poderiam ser extrapoladas da realidade avaliada, dada a 
heterogeneidade da população em análise.
ConClusão
A ampliação da expectativa de vida é um dos maiores 
feitos da humanidade.5 Alcançá-la com qualidade de 
vida é um dos desafios atuais na área da saúde. O uso 
dos questionários de avaliação de qualidade de vida na 
população idosa frágil é de fundamental importância 
para mensurar os ganhos e deficiências nos diferentes 
serviços e abordagens oferecidas a essa parcela da po-
pulação. A combinação de um questionário genérico 
de avaliação de qualidade de vida com um específico 
para a patologia ou condição a ser avaliada é a estra-
tégia metodológica mais utilizada pelos autores para 
acessar essa dimensão do conhecimento. Embora não 
existam questionários específicos para idosos frágeis, a 
aplicação de questionários já testados tem se mostrado 
válida, e o desenvolvimento de uma ferramenta espe-
cífica para essa população é fortemente recomendada 
pelos autores estudados.
ConFlITos De InTeResse
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
AgRADeCImenTos
A todos os envolvidos no processo de construção do 
artigo e que possibilitaram sua evolução ao longo dos 
meses.
ReFeRênCIAs
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228 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
a Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade Christus, Fortaleza (CE). Responsável pela proposição do tema, pela definição dos objetivos, pela 
pesquisa bibliográfica e pela formatação das referências.
b MD, MSc, Coordenador do CHA-VI (Comunicação, Habilidades e Atitudes) e professor de geriatria do curso de medicina da Faculdade Christus, Fortaleza 
(CE). Responsável pela construção dos objetivos, pela metodologia e pela redação final. 
c MD, MSc, PhD, professor de psiquiatria do curso de medicina da Faculdade Christus e diretor de ensino e pesquisa do Hospital de Saúde Mental de 
Messejana, Fortaleza (CE). Responsável pela construção dos objetivos, pela metodologia e pela redação final. 
dados para correspondência
Francisco Breno Magalhães Barbosa – RuaVicente Leite, 960, apto. 702, Meireles, Fortaleza, CE, CEP: 60170-150. Tels.: (85) 9997-8014 e (85) 3023-8014. 
E-mail: fbrenomagalhaes@hotmail.com
TransTorno depressivo no idoso: 
rasTreamenTo, diaGnósTico 
e aspecTos epidemiolóGicos 
francisco breno magalhães barbosaa, lara sales biermanna, 
arnaldo aires peixoto Júniorb, Gilson Holanda almeidac 
Artigo de revisão
Resumo 
Introdução: A depressão é um problema de saúde frequente entre idosos e, muitas vezes, de difícil identificação na prática clínica. 
Acarreta perda de autonomia, agravamento de quadros patológicos preexistentes e se associa com maior risco de morbimortalidade, 
suicídio e negligência no autocuidado. O diagnóstico e o tratamento ainda se configuram deficientes. Objetivos: Identificar o uso 
de escalas de triagem, conhecer dados epidemiológicos na realidade brasileira e fatores de risco relacionados à depressão no ido-
so. Método: Estudo exploratório utilizando pesquisa bibliográfica de consulta a livros, documentos e artigos das bases MEDLINE, 
SCIELO, LILACS publicados de 2006 a 2011 referentes ao tema. Resultados: Síndromes depressivas são os distúrbios psiquiátricos 
mais prevalentes em idosos, com taxas de depressão de cerca de 5% e sintomas depressivos significativos em até 15%. A prevalên-
cia em idosos hospitalizados ou institucionalizados atinge 22%. Na comunidade, a prevalência na literatura varia entre 6,4%-59,3%. 
Dentre os principais fatores de risco estão: sexo feminino, viuvez, baixas escolaridade e renda, presença de doenças físicas crôni-
cas, vulnerabilidade neurológica e eventos estressantes da vida. Os principais métodos de triagem identificados para diagnóstico fo-
ram: escala de depressão geriátrica, Center for Epidemiological Studies e DSM-IV-TR. Conclusões: A depressão no idoso é um proble-
ma de saúde pública que não pode ser entendido como manifestação do envelhecimento fisiológico. O uso rotineiro de instrumentos 
de triagem permite o diagnóstico de muitos casos que passam despercebidos e podem influenciar na qualidade de vida dos pacientes. 
depressive disorer in elderly people: 
screeninG, diaGnosis and epidemioloGical aspecTs
ABsTRACT
Introduction: Depression is a health problem that is frequent among elderly people. Most of the time it is difficult to identify in 
clinical practice. It results in the loss of autonomy, aggravation of a preexistent pathological state and it is also associated with a 
bigger risk of morbid-mortality, suicide and negligence in self-care. The diagnosis and the treatment are still deficient. Objectives: 
To identify the selected range used, to know epidemiological data in Brazil and risk factors related to elderly people’s depression. 
Method: Explanatory study using bibliography research from books, documents and articles that are related to the theme from the 
basis MEDLINE, SCIELO, LILACS published from 2006 to 2011. Results: Depressive syndromes are psychiatric disturbance more 
prevalent among elderly people with 5% of depression and significant depressive symptoms up to 15%. The prevalence of hospi-
talized or institutionalized elderly people reaches 22%. The prevalence in literature varies between 6.4 to 59.3% in the community. 
Among the main risk factors are: female sex, widowhood, low schooling, chronic physical diseases and stressful events of life. The 
main methods of selection identified for diagnosis have been: the level of geriatric depression, center of epidemiological studies 
and DSM-IV-TR. Discussion and conclusion: Depression in elderly people is a problem of public health that can’t be seen as a 
manifestation of physiological aging. The use of routine instruments of selection helps the diagnosis in many cases that may be 
unnoticeable and may influence in these patients quality of life.
Palavras-chave 
Idoso, depressão, 
envelhecimento, 
geriatria, escalas 
de graduação 
psiquiátrica, fatores 
de risco.
Key word
Aged, depression, 
geriatric psychiatry, 
psychiatric status 
rating scales, risk 
factors.
RevistaG&G#3.indb 228 11/28/13 11:30 AM
Transtorno depressivo no idoso | 229
InTRoDução
O estudo do envelhecimento e da velhice, como pro-
cessos do ciclo vital, é hoje um dos principais pontos 
de atenção dos agentes sociais e governamentais, bem 
como da medicina em geral. Dentre os diversos trans-
tornos que afetam os idosos, a depressão, considerada, 
no final do século XX o “mal do século”, merece especial 
atenção.1
Segundo levantamento feito pela DSM-IV-TR, a par-
tir de amostras comunitárias, o risco para transtorno 
depressivo maior durante a vida varia de 5%-25%.1 A es-
cala de depressão geriátrica (Geriatric Depression Scale, 
GDS)2 e a escala do Center for Epidemiological Studies 
– Depression (CES-D)3 são instrumentos de rastreio re-
conhecidos como recursos rápidos, simples e úteis para 
a identificação de sintomas depressivos ou de vulnerabi-
lidade à depressão na velhice.3
No Brasil, a GDS é bem conhecida e utilizada por 
pesquisadores e clínicos. A CES-D é de uso recente, em 
populações jovens e adultas, e entre idosos suas proprie-
dades psicométricas ainda não foram exploradas.3 De 
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
desde a década de 1990 a depressão vem ocupando uma 
posição de destaque no rol dos problemas de saúde pú-
blica, sendo considerada a doença com mais consequên-
cias econômicas em todo o mundo. Essa síndrome, no 
ano 2020, será a segunda moléstia, em termos quantitati-
vos, que mais afetará os países desenvolvidos, e a primei-
ra em países em desenvolvimento.4
É importante estar atento ao idoso quanto a proble-
mas psiquiátricos, pois a presença de comorbidades e o 
uso de múltiplos medicamentos são habituais na popu-
lação geriátrica, fazendo com que tanto o diagnóstico 
quanto o tratamento dos transtornos do humor se tor-
nem mais complexos.5
Este trabalho tem como objetivos identificar o uso de 
escalas de triagem, levantar a epidemiologia brasileira e 
conhecer os fatores de risco relacionados à depressão no 
idoso.
méToDos
Realizou-se um estudo exploratório utilizando o mé-
todo da pesquisa bibliográfica que, segundo Silva e 
Schappo (2001, p. 46), “consiste na procura de referên-
cias teóricas publicadas em livros, artigos, documentos 
etc., para o pesquisador que procura explicar um pro-
blema a partir das referências neles publicadas, tome 
conhecimento e analise as contribuições científicas ao 
assunto em questão”.6 As fontes consultadas foram li-
vros, documentos e revistas impressas e artigos extra-
ídos das bases de dados MEDLINE, SCIELO, LILACS 
publicados nos últimos cinco anos referentes ao tema. 
A pesquisa bibliográfica foi realizada no período de ja-
neiro a junho de 2011.
esCAlAs De TRIAgem 
De DePRessão no IDoso
Nas últimas décadas foram publicados numerosos es-
tudos abordando os principais métodos de diagnóstico 
de depressão, citando-se, além dos critérios do Manual 
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 4ª edi-
ção (DSM-IV-TR: Diagnostic and Statistical Manual of 
Mental Disorders)7 e da CID-10 (décima revisão da Clas-
sificação estatística internacional de doenças e problemas 
relacionados à saúde),8 os instrumentos de avaliação/ras-
treio de saúde mental, como o SPES (Short Psychiatric 
Evaluat Schedule), validado para a língua portuguesa, a 
escala de depressão em geriatria (Geriatric Depression 
Scale, EDG), entre outros.7,8
A EDG é um dos instrumentos mais utilizados para o 
rastreio de depressão em idosos. Diversos estudos mos-
traram que ela oferece medidas válidas e confiáveis. Des-
crita em língua inglesa por Yesavage et al. (1983), a esca-
la original tem 30 itens e foi desenvolvida especialmente 
para o rastreamento dos transtornos de humor nessa 
etapa da vida, com perguntas que evitam a esfera das 
queixas somáticas. Entre as suas vantagens, destacam-se: 
ser composta por perguntas fáceis de ser entendidas; ter 
pequena variação nas possibilidades de resposta; ser au-
toaplicada ou aplicada por um entrevistador treinado.3A EDG, com 15 itens (EDG-15), é uma versão curta 
da escala original e foi elaborada por Sheikh & Yesavage 
(1986), a partir dos itens que mais fortemente se correla-
cionavam com o diagnóstico de depressão.9
Um trabalho de Paradela et al. (2005) aplicou a EDG-
15 e obteve como resultado boa acurácia diagnóstica, 
com sensibilidade de 81% e especificidade de 71%, quan-
do usado o ponto de corte 5/6.2 Essa versão reduzida é 
bastante atraente para rastreamento dos transtornos de 
humor em ambulatórios gerais, assim como em outros 
ambientes não especializados, pois o tempo necessário 
para a sua administração é menor.2
Em outro estudo, constatou-se que a EDG-30 apre-
sentou sensibilidade de 83% e especificidade de 57%, e a 
EDG-15 apresentou sensibilidade de 50% e especificida-
de de 62%, evidenciando que a EDG pode ser útil para 
detectar como negativos os pacientes que realmente não 
apresentam depressão, sendo necessárias outras pesqui-
sas para aumentar a sua especificidade e o seu valor pre-
ditivo positivo.10
Levando-se em consideração o nível de escolarida-
de da população geriátrica, em alguns levantamentos foi 
demonstrado que a escala EDG, quando usada em ido-
sos com nível de escolaridade elevado, não demonstrava 
pontuação relacionada com sintomatologia depressiva, 
tornando-se mais rara nessa faixa etária. A escolaridade 
foi a variável mais consistentemente associada com a in-
tensidade de depressão em vários estudos, pensando-se 
nessa hipótese para a baixa pontuação da EDG.11
RevistaG&G#3.indb 229 11/28/13 11:30 AM
230 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
Dessa forma, a escolaridade exerceria um papel pro-
tetor para sintomas depressivos ou para a sua expressão, 
sugerindo a criação de uma nova escala, mais simples e 
de entendimento mais fácil para pacientes que têm nível 
cognitivo rebaixado.12
Outro método de triagem usado em estudos de 
depressão geriátrica foi o inventário de depressão de 
Beck (BDI, Beck Depression Inventory), composto por 21 
itens, abordando os componentes cognitivos, afetivos, 
comportamentais e somáticos da depressão, comportan-
do cada item quatro afirmações que variam quanto à in-
tensidade (0-3).13 Cabe ao respondente indicar qual das 
quatro afirmações descreve melhor os seus sintomas. O 
escore final é obtido mediante o somatório dos 21 itens 
que compõem a escala, resultando na seguinte normati-
zação, segundo o Centro de Terapia Cognitiva (Beck et 
al., 1988): a) nenhuma depressão ou depressão mínima: 
escores finais menores que 11 pontos; b) depressão leve- 
moderada: escores finais entre 12-19 pontos; c) depres-
são moderada-grave: escores finais entre 20-35 pontos; 
d) depressão grave: escores finais entre 36-63 pontos. Em 
amostras não diagnosticadas, as diretrizes são diferentes: 
escores acima de 15 indicam disforia e, acima de 20, de-
pressão.14
Ao longo dos anos, foram elaboradas duas novas ver-
sões do BDI: uma curta ou breve e outra, mais recente, 
denominada inventário de depressão de Beck II (BDI-II). 
Desta foram retirados alguns itens (perda de peso, dis-
túrbios da imagem corporal, preocupação com o corpo e 
dificuldade no trabalho), substituídos por outros (perda 
de energia e dificuldade de concentração). Além disso, os 
autores ampliaram a duração dos sintomas de uma para 
duas semanas, de acordo com as normas do DSM-IV- 
TR.10 De acordo com Gorestein & Andrade15 (p. 245), 
“há várias propostas de diferentes pontos de corte para 
distinguir os níveis de depressão utilizando o BDI [...], 
dependendo da natureza da amostra e dos objetivos do 
estudo”. Ruscio & Ruscio16 comentam que comparações 
entre estudos utilizando o BDI tornam-se inconsistentes 
em função dos diferentes pontos de corte adotados.
Dentre os estudos realizados com o BDI encontra-se 
o de Kim et al. (2002),17 que avaliaram a precisão dos 
itens dessa escala para verificar sintomas depressivos 
em idosos. Segundo os autores, “a depressão é uma das 
doenças mentais mais comuns em idosos, afetando ao 
menos um de cada seis pacientes que procuram o aten-
dimento médico geral”17 (p. 379). No entanto, alguns 
trabalhos vêm contestando essa afirmação, assegurando 
que as escalas superestimam os níveis de depressão em 
idosos, porque a normatização das escalas produz escore 
único, fruto do somatório dos itens da escala, dentre os 
quais se encontram aqueles relacionados ao aspecto so-
mático da depressão, como distúrbios do sono e do ape-
tite, perda de peso, fadiga, perda da libido, que servem 
tanto para diagnosticar sintomas de depressão como 
para diagnosticar sintomas naturais decorrentes do 
próprio envelhecimento. Dessa forma, tanto as doenças 
comuns na terceira idade podem superestimar o diag-
nóstico de depressão em idosos como o uso de medica-
mentos pode, simultaneamente, mascarar sintomas.9
A escala do Center for Epidemiological Studies – De-
pression (CES-D), validada para idosos brasileiros, é ou-
tro método de triagem visto em alguns estudos. A escala 
contém 20 itens escalares sobre o humor, sintomas so-
máticos, interações sociais e funcionamento psicomotor. 
As respostas são em escala Likert (0: nunca ou raramen-
te; 1: às vezes; 2: frequentemente; 3: sempre). Em estu-
do de validação com idosos brasileiros, identificou-se o 
ponto de corte válido (≥ 12 pontos) para rastrear sinto-
matologia. O instrumento mostra-se psicometricamente 
adequado para uso entre idosos.3 Entretanto, pesquisas 
adicionais de natureza longitudinal e transversal, desen-
volvidos em diferentes contextos, poderão esclarecer os 
efeitos de variáveis somáticas e situacionais sobre os re-
sultados desse instrumento em pessoas idosas.18
Outra escala de rastreio é o instrumento de avaliação 
SPES (Short Psychiatric Evaluation Schedule). Tal ins-
trumento apresenta a vantagem de ser validado para a 
língua portuguesa, além de ser relativamente curto e de 
fácil treinamento. Por meio de 15 questões objetivas e di-
retas, explora o prazer da vida, a dificuldade do cotidiano, 
a disposição das pessoas, os sentimentos de felicidade e 
utilidade, a sensação de solidão, o sono e os sintomas fí-
sicos, como dor de cabeça, dificuldade de andar, falta de 
ar e fraqueza. Um escore de sete ou mais pontos indica 
sintomatologia depressiva. Análise discriminante apon-
tou que uma versão reduzida do teste com seis itens, 
SPES-R, mostrou desempenho superior.19
Alguns estudos mostram associação significativa 
entre a sintomatologia depressiva e o estado cognitivo, 
medido pelo miniexame do estado mental (MEEM). Os 
que apresentaram comprometimento do estado cogniti-
vo (escore no MEEM <24) eram mais deprimidos com-
parados àqueles sem déficit cognitivo (escore no MEEM 
>24), assinalando uma associação de dois diagnósticos 
bastante comuns entre idosos: depressão e déficit cog-
nitivo. Ambos estão inter-relacionados, visto que a de-
pressão pode, muitas vezes, levar a quadros clínicos 
diagnosticados como demência, e os casos de demência 
geralmente cursam com sintomas de depressão. Relati-
vamente ao comprometimento nas atividades de vida 
diária (AVDs),20 verifica-se uma tendência crescente na 
proporção de deprimidos à medida que os idosos se tor-
nam mais dependentes fisicamente. Há maior proporção 
de deprimidos entre os idosos com maiores índices de 
comprometimento nessas atividades.20
Conforme o item A dos critérios diagnósticos do 
DSM-IV-TR, da American Psychiatric Association,7 
o diagnóstico de depressão foi feito no caso de ocor-
rência de cinco ou mais determinados sintomas, com 
RevistaG&G#3.indb 230 11/28/13 11:30 AM
Transtorno depressivo no idoso | 231
comprometimento funcional, durante o período míni-
mo de duas semanas, sendo pelo menos um dos sinto-
mas humor deprimido ou perda de interesse/prazer. Os 
demais sintomas são: perda ou ganho de peso; insônia 
ou excesso de sono; agitação ou retardo psicomotor; fa-
diga ou perda de energia; sentimento de inutilidade ou 
culpa excessiva; dificuldade de concentração; pensamen-
to de morte recorrenteou ideias suicidas.7,21
Outro método promissor que ainda precisa de va-
lidação como diagnóstico é a escala de depressão para 
idosos (EDI), composta por dois fatores principais: fator 
cognitivo-afetivo (n = 27 itens) e fator somático-motor 
(n = 11 itens), resultando no total de 38 itens. São com-
ponentes cognitivo-afetivos: pessimismo recorrente, 
baixa motivação, baixa autoestima, atribuição interna 
de causalidade (p. ex., culpa, fracasso), autoatitude ne-
gativa, generalização de eventos negativos, ampliação 
da seriedade dos problemas, perda da memória e/ou 
concentração, tristeza, melancolia, apatia, sentimentos 
de rejeição, abandono, medo, irritabilidade e ansiedade, 
entre outros. Os componentes somático-motores estão 
relacionados ao aspecto físico/motor, como: retardo ou 
agitação psicomotora (p. ex., lentidão motora ou da fala, 
agitação, intranquilidade), alterações no sono e no apeti-
te, perda da libido e imunossupressão. A escala propor-
ciona, ainda, um fator de segunda ordem, denominado 
nível geral de depressão, que reúne em si os itens dos 
dois fatores principais.7
Verificou-se que, para fins de pesquisa em população 
idosa com reduzida escolaridade, a estrutura de itens 
da EDI avalia o constructo depressão e apresenta fato-
res com índices de precisão dentro dos padrões exigidos 
pela psicometria, porém, para fins diagnósticos, ainda 
são necessários estudos posteriores que verifiquem essa 
validade.9
Com esses dados, foi denotado que o uso rotineiro, 
por médicos, de instrumentos de triagem de depressão, 
facilmente aplicáveis na prática clínica, permitiria não 
só o diagnóstico de muitos casos da doença, que passam 
despercebidos e influenciam adversamente a qualida-
de de vida dos pacientes, como também o prognóstico 
das comorbidades existentes, as quais contribuem para 
maior mortalidade, seja pelo aumento do risco de suicí-
dio, seja pela evolução desfavorável das doenças crônicas 
existentes. A depressão é uma doença, e não uma mani-
festação do envelhecimento fisiológico; portanto, neces-
sita ser diagnosticada e tratada.21
AsPeCTos ePIDemIológICos
O último relatório de Síntese dos Indicadores Sociais 
(SIS) de 2010, com base nos dados da Pesquisa Nacio-
nal por Amostra de Domicílios (PNAD) para o ano de 
2009, salienta que o Brasil possui 21 milhões de idosos. 
No período de 1999-2009, o peso relativo dos idosos (60 
anos ou mais de idade) no conjunto da população passou 
de 9,1% para 11,3%.22 Os distúrbios neuropsiquiátricos, 
como a depressão, são as principais causas de perda da 
capacidade de realizar as atividades diárias em pacientes 
idosos.5 A depressão manifesta-se em até 5% dos adul-
tos idosos, e sintomas depressivos significativos estão 
presentes em até 15% dessa população.5 As síndromes 
depressivas, juntamente com as síndromes demenciais, 
representam os distúrbios psiquiátricos mais prevalentes 
em indivíduos da terceira idade.23
Em diversos estudos, a prevalência da depressão ao 
longo da vida figura ao redor de 15%.24 A depressão ocu-
pa o quinto lugar no mundo como problema de saúde 
mais incidente, afetando 120 milhões de pessoas, se-
gundo a OMS. De acordo com as projeções, estima-se 
que, em 20 anos, a depressão ocupará o segundo lugar, 
perdendo apenas para as doenças cardíacas.22 Segundo 
Harris et al. (2006), a incidência de depressão foi de 8,4%.25
Os transtornos depressivos entre idosos que vivem 
na comunidade variam de 4,8%-14,6%, e a prevalência 
em idosos hospitalizados ou institucionalizados é maior, 
atingindo 22%.11 Por outro lado, os estudos que avaliam 
os sintomas clinicamente relevantes e que utilizam as es-
calas de sintomas mostram prevalência na comunidade 
que varia de 6,4%-59,3%.26
FAToRes De RIsCo
Em razão de sua alta prevalência, a depressão constitui 
importante problema de saúde pública na população 
idosa, com frequente associação a doenças crônicas, im-
pacto negativo na qualidade de vida e risco de suicídio, 
sendo importante ressaltar a existência e o reconheci-
mento dos principais fatores de risco que podem predis-
por a ela.21
De acordo com a literatura, quando deprimidos, os 
idosos são menos propensos a apresentar sintomas afe-
tivos  e mais tendentes a mostrar alterações cognitivas, 
sintomas somáticos e perda de interesse, em comparação 
aos adultos mais jovens. A bibliografia sugere que uma 
variedade de fatores de risco leva ao desenvolvimento de 
depressão nos idosos, provavelmente relacionados com 
complexas interações entre vulnerabilidades genéticas, 
distúrbios cognitivos associados à idade, alterações neu-
robiológicas e eventos estressantes.27
O envelhecimento provoca numerosas perdas que 
poderiam influenciar a produção de uma síndrome de-
pressiva, por comprometer a qualidade de vida, como, 
por exemplo, a perda de contatos e das funções sociais, 
bem como o abandono, o isolamento social, a incapaci-
dade de reengajamento na atividade produtiva, a ausên-
cia de retorno social do investimento escolar, a redução 
dos recursos mínimos para a sobrevivência, pela aposen-
tadoria, e a perda do companheiro.11
Além dos fatores mencionados, sugeriu-se também a 
história de depressão pregressa, eventos de vida estres-
santes, institucionalização em casas asilares, renda baixa, 
RevistaG&G#3.indb 231 11/28/13 11:30 AM
232 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
insatisfação com o suporte social, ansiedade, nível edu-
cacional baixo e uso de medicação antidepressiva.11
Idosos institucionalizados são bastante afetados, pois 
apresentam maior incidência de sintomas depressivos 
ante a ausência de perspectivas positivas em relação à sua 
própria vida. O sentimento de abandono e a instabilida-
de em relação ao futuro são constantes nessas pessoas.13 
Foi observada também tendência crescente na proporção 
de deprimidos à medida que os idosos se tornavam mais 
dependentes fisicamente.20 Verificou-se, ainda, que quei-
xas em relação à quantidade de sono (insônia, hipersonia) 
associam-se com o risco aumentado de depressão.22
Publicações recentes têm revelado a influência dos 
aspectos da personalidade sobre a qualidade de vida e 
a depressão em idosos. Os que são mais voltados para 
si próprios, menos interativos e pouco dominantes 
apresentaram escores menores de sintomas sugestivos 
de depressão em relação àqueles que são mais voltados 
e interessados no outro, mais deferentes, organizados, 
persistentes e interativos, porém são necessários outros 
estudos para explicar e consolidar essa afirmação.28
Além disso, observou-se que 76,6% dos idosos afir-
maram que na última consulta o médico não perguntou 
se eles se sentiam tristes ou deprimidos, evidenciando 
que a depressão nos idosos é pouco investigada em am-
bientes clínicos, sugerindo que os médicos sejam alerta-
dos sobre isso e recebam treinamento adequado para o 
monitoramento de depressão nesse grupo etário.1
ConsIDeRAções FInAIs
A revisão da bibliografia permite traçar reflexões sobre 
alguns aspectos desse amplo transtorno psiquiátrico. 
Na maioria dos estudos citados, a análise dos resultados 
foi efetuada com base na efetividade das escalas usadas 
para triagem, comparações epidemiológicas das diversas 
regiões do Brasil e nos fatores de risco mais comuns para 
o desenvolvimento da depressão em idosos.
A literatura revisada apoia a perspectiva de que a 
depressão não é uma parte normal do envelhecimento.  
Embora a depressão no idoso seja frequentemente me-
nos grave, as consequências podem ser devastadoras. Os 
estudos corroboram também os achados para sexo e es-
colaridade, ao apresentar maiores riscos de recorrência 
entre as mulheres e indivíduos com menor escolaridade. 
A escolaridade tem sido apontada na literatura geron-
tológica como fator de resiliência ou proteção, por am-
pliar os recursos de enfrentamento dos idosos diante de 
situações estressantes e da depressão. Diversos estudos 
apontam que os riscos biológicos tornam-se dramatica-
mente mais prevalentes na terceira idade, considerando 
que aumenta a vulnerabilidadepsicológica e diminui a 
resiliência psicológica ao longo da vida. Há um consenso 
substancial sobre grandes categorias de fatores de risco 
para depressão no idoso,  que incluem vulnerabilidade 
neurológica, doenças, deficiências físicas e  eventos es-
tressantes da vida, como o luto e a ausência de cuidados 
familiares. Várias pesquisas estão apenas começando a 
estudar as interações entre esses fatores de risco. Com os 
diversos estudos e descobertas sobre esses fatores e sua 
relação protetora, a concepção e o ensaio de novas abor-
dagens de prevenção da depressão tornar-se-ão mais 
viáveis.
A literatura sobre a depressão sinaliza que um epi-
sódio depressivo constitui risco para a ocorrência de 
outros episódios, principalmente entre indivíduos que 
não receberam nenhum tipo de intervenção em saúde 
mental, mostrando a grande importância de uma tria-
gem dos médicos para essa doença tão complexa. Con-
clui-se também que o uso rotineiro de instrumentos de 
triagem de depressão, facilmente aplicáveis na prática 
clínica, permitiria não somente o diagnóstico de muitos 
casos da doença, que passam despercebidos e influen-
ciam adversamente a qualidade de vida dos pacientes, 
como também o prognóstico das comorbidades existen-
tes, as quais contribuem para maior morbimortalidade, 
seja pelo aumento do risco de suicídio, seja pela evolução 
desfavorável das doenças crônicas existentes. Enfim, é 
fundamental que a população em geral, e principalmen-
te os profissionais de saúde, saiba que a depressão é uma 
doença, e não uma manifestação do envelhecimento fi-
siológico; portanto, necessita ser diagnosticada e tratada 
adequadamente.
ConFlITos De InTeResses
Os autores declaram não possuir nenhum conflito de in-
teresse.
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RevistaG&G#3.indb 233 11/28/13 11:30 AM
234 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
a Médica endocrinologista, pós-graduada em Geriatria pela Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo, 
pós-doutoranda da Disciplina de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo.
dados para correspondência
Rua Francisco de Castro, 105, São Paulo, SP. CEP: 04020-050. Tel.: (11) 5575-4848. Fax (11) 5083-2225. 
E-mail: endocrino.draglauciaduarte@gmail.com
HipoTiroidismo subclínico: 
um desafio manTido 
na população idosa 
Glaucia duartea
Carta
O artigo de revisão de Oliveira et al. (Hipotiroidismo subclínico na terceira 
idade: tratar ou observar?) avaliou a morbimortalidade dentro do hipotiroi-
dismo clínico, já bem estabelecido, e nos mostrou trabalhos concernentes ao 
hipotiroidismo subclínico, entidade nosológica controversa em diagnóstico 
e tratamento. A conclusão foi a de que, no hipotiroidismo subclínico, não há 
suporte científico para uso de tratamento medicamentoso nos idosos.
Cada um de nós que trata idosos, particularmente aqueles dedicados ao 
grupo dos muito idosos, concorda que as alterações tiroidianas comumente 
encontradas não definem se essas mudanças representam alterações fisioló-
gicas com o avanço da idade ou se representam doenças verdadeiramente 
subclínicas.1 Para essa faixa etária, o questionamento sobre os benefícios da 
terapia com levotiroxina persiste após publicação de trabalhos que relacio-
nam o aumentodo TSH com a longevidade.2
O fato é que os hormônios tiroidianos mudam com a idade. Recentemen-
te, tem sido relatado que o envelhecimento desloca a curva de distribuição 
do TSH e o seu percentil 97,5 para a direita, mostrando maiores concentra-
ções.3 Uma reanálise de dados populacionais norte-americanos mostrou mé-
dias superiores dos valores normais de TSH em idosos de 4,70 mU/L para 
60-69 anos, 5,60 mU/L para 70-79 anos e 6,30 mU/L para aqueles acima de 
80 anos.4
Essas alterações – juntamente com o fato de não termos quase nenhum 
estudo referenciando a população idosa brasileira – criam desvantagem para 
a correta interpretação do estado da tiroide no idoso, porque muitas das 
complicações dependem de variações na idade e nos níveis de TSH; p. ex. a 
consistente associação do hipotiroidismo subclínico com risco cardiovascu-
lar em níveis acima de 10 mU/L, mas, particularmente, nos valores acima de 
7,0 mU/L em indivíduos abaixo dos 65 anos.5 Serão os idosos acima dos 65 
anos protegidos? 
RevistaG&G#3.indb 234 11/28/13 11:30 AM
Transtorno depressivo no idoso | 235
O hipotiroidismo subclínico persistente deve ser di-
ferenciado de causas transitórias de elevação do TSH, 
especialmente naqueles com níveis séricos <10 mU/L e, 
consequentemente, subclassificado em leve-moderado 
(TSH 4,5-9,9 mU/L) e grave (TSH >10 mU/L), este úl-
timo sabidamente com maior risco de progressão para 
hipotiroidismo manifesto, doença arterial coronariana e 
morte.5 Deveríamos considerar a população idosa uma 
população especial, merecedora de diretriz específica e, 
sem dúvida, que seja estratificada não só por idade – pela 
possibilidade de respostas clínicas diferentes dentro de 
variações dos valores de TSH –, mas também pela sua 
funcionalidade, ajudando-nos a tratar e/ou observar 
com segurança nossos pacientes.
ReFeRênCIAs
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RevistaG&G#3.indb 235 11/28/13 11:30 AM
236 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
síndrome de sJöGren – o desafio 
do diaGnósTico em pacienTe idoso
bruno sarpia, karin morales assefa,b, 
maurício miranda venturaa
Resumo 
A síndrome de Sjögren é uma doença inflamatória sistêmica de na-
tureza autoimune caracterizada pela infiltração linfocitária progres-
siva de vários órgãos exócrinos e não exócrinos. Acomete preferen-
cialmente as glândulas salivares e lacrimais, determinando prejuízo 
estrutural e disfunção secretória. A referida síndrome afeta princi-
palmente mulheres, na proporção de 9:1. Ocorre em todas as idades, 
especialmente entre a quarta e a quinta décadas de vida, afetando 
cerca de 3% da população geriátrica. 
A proposta deste trabalho é apresentar o caso clínico de uma pa-
ciente de 72 anos que permaneceu com quadro compatível com a 
síndrome durante aproximadamente 10 anos. As queixas em diver-
sas consultas não foram valorizadas, permanecendo assim até que 
em consulta geriátrica de rotina foi aventada a hipótese de síndrome 
de Sjögren.
Procuramos enfatizar a importância clínica e a necessidade da rea-
lização do diagnóstico precoce para proporcionar melhora na quali-
dade de vida dos pacientes acometidos.
a Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliviera. Autor do 
trabalho. 
b Orientador do trabalho.
dados para correspondência
Bruno Sarpi – Rua Pedro de Toledo, 1.800, 8º andar, Vila Clementino, São Paulo, 
SP. CEP: 04039-004. Tel.: (11) 5088-8000. E-mail: brunosarpi@yahoo.com.br
Palavras-chave
Idoso, vacinação, 
vacinas contra 
influenza. 
Relato de caso
RevistaG&G#3.indb 236 11/28/13 11:30 AM
Síndrome de Sjögren – o desafio do diagnóstico em paciente idoso | 237
 A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune das glân-
dulas exócrinas que envolve particularmente as glândulas 
salivares e lacrimais. Seu espectro clínico é muito amplo, 
podendo restringir-se apenas à diminuição do lacrime-
jamento e xerostomia ou cursar com acometimento ar-
ticular, pulmonar e renal. A síndrome de Sjögren pode 
ser isolada, chamada síndrome de Sjögren primária, ou 
ocorrer simultaneamente com outra doença autoimune, 
principalmente lúpus e artrite reumatoide, sendo cha-
mada síndrome de Sjögren secundária.
Essa doença acomete principalmente o sexo femini-
no, com prevalência de 9 mulheres para cada homem, 
e idade de estabelecimento dos sintomas em torno dos 
40-45 anos.1 A idade média de diagnóstico é de 50 anos.2 
Sua prevalência real é difícil de ser estabelecida devido 
à dificuldade de diagnóstico, mas estima-se que seja de 
1%-3%.3
Cerca de 3% da população geriátrica é afetada pela 
síndrome de Sjögren. O diagnóstico, por vezes, é retar-
dado em muitos anos devido ao amplo espectro e à pou-
ca valorização dos sinais e sintomas iniciais.4
mAnIFesTAções ClínICAs 
Com relação aos achados clínicos, os pacientes portadores 
da síndrome em estudo exibem sinais e sintomas ocula-
res e orais, envolvimento da pele, mucosa nasal e vaginal, 
além de fadiga, linfadenopatia, cirrose biliar primária, ne-
frite intersticial, fibrose pulmonar, vasculites e neuropa-
tias periféricas. Os achados orais e oculares estão sempre 
presentes e são os mais relevantes para o diagnóstico.5,6
Ceratoconjuntivite seca ou xeroftalmia, representada 
pela reduzida produção de lágrimas e perda da lubrificação 
ocular, causa sensação arenosa nos olhos e, nos casos mais 
severos, o aparecimento de uma crosta na região periocu-
lar. A visão pode se tornar turva e, algumas vezes, há dor 
contínua. Tais manifestações são mais intensas pela manhã 
e tornam-se mais pronunciadas com o passar do dia.7
O sintoma oral mais evidente é a xerostomia. Os pa-
cientes frequentemente apresentam secura nos lábios, 
língua e faringe, e consequente sensação dolorosa e de 
ardor da mucosa, que dificulta a fala, a mastigação, a de-
glutição e a digestão dos alimentos.
O exame intraoral normalmente revela saliva visco-
sa e espumosa, e a língua pode apresentar-se fissurada e 
despapilada.
No diagnóstico diferencial incluem-se os pacientes 
submetidos a radiação para o tratamento de malignida-
des da região da cabeça e pescoço, idosos e os que fazem 
uso de medicações anticolinérgicas e antimuscaríni-
cas, como anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anti-
-histamínicos, diuréticos e antidepressivos. Indivíduos 
portadores da síndrome do ardor bucal podem exibir 
sintomas de secura bucal, no entanto o quadro envolve 
uma variedade de manifestações clínicas e laboratoriais, 
sendo caracterizado como desordem sistêmica.8
RelATo De CAso
ILDS, gênero feminino, 74 anos, casada, natural e pro-
cedente de São Paulo. Em consulta geriátrica de rotina 
refere secura na boca, secura no nariz, diminuição de 
lágrimas, coceira nos olhos, dor no baixo ventre, disúria 
e secura vaginal. Tem histórico pessoal de infecção do 
trato urinário de repetição, olho seco diagnosticado há 
cerca de 10 anos em consulta oftalmológica, osteoartro-
se, osteopenia. Encontrava-se em investigação de nódu-
lo pulmonar. Tem uma irmã com doença reumatológica 
que cursou com deformidades importantes das mãos.
exame físico
Peso: 53 kg. Pressão arterial: 160 ×90 mmHg. 
Apresenta-se em bom estado geral, acianótica, anic-
térica, afebril, corada, hidratada, consciente, comunica-
tiva, colaborativa.
Ausculta respiratória: MV+ sem RA.
Ausculta cardíaca: BRNF 2T sem sopros. ESV raras.
Membros inferiores: boa perfusão periférica, pulsos 
palpáveis sem edemas ou cianose.
Formulou-se a hipótese de síndrome de Sjögren, sen-
do solicitados exames para comprovação diagnóstica: 
fator reumatoide, fator antinúcleo, antígenos nucleares 
extraíveis, raios X de mãos e pés, testes oftalmológicos 
(teste de Schirmer), biópsia de glândula salivar.
Resultado dos exames
Fator reumatoide: 37 (normal: inferior a 20).
Fator antinúcleo: núcleo reagente padrão nuclear 
pontilhado fino 1/1280.
Antígenos nucleares extraíveis: 
Anti-SM inferior a 100 (normal).
Anti-RNP inferior a 100 (normal).
Raios X de mãos: calcificação periarticular interfa-
langiana do primeiro dedo à esquerda, redução difusa da 
densidade óssea, estruturas ósseas de morfologia conser-
vada, espaços articulares sem reduções expressivas. 
Teste de Schirmer: positivo.
Biópsia de glândula salivar menor: atrofia de ácinos 
e moderado infiltrado linfocitário intersticial. O quadro 
histológico é compatível com síndrome de Sjögren.
DIsCussão
De acordo com o consenso americano-europeu de 2002, 
a classificação mais utilizada no diagnóstico da síndro-
me de Sjögren (Tabela 1),9 a paciente apresentou:
•	 	Positividade	 no	 critério	 I:	 secura	 nos	 olhos	 diaria-
mente, nos últimos três meses, e sensação recorrente 
de areia nos olhos.
•	 	Positividade	no	critério	II:	sensação	de	boca	seca	dia-
riamente por mais de três meses.
•	 	Positividade	no	critério	III:	teste	de	Schirmer	positi-
vo para olho seco.
•	 	Positividade	no	critério	IV:	biópsia	de	glândula	sali-
var menor: atrofia de ácinos e moderado infiltrado 
RevistaG&G#3.indb 237 11/28/13 11:30 AM
238 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
linfocitário intersticial. O quadro histológico é com-
patível com síndrome de Sjögren.
Portanto, seguindo as orientações do consenso ame-
ricano-europeu (Tabela 2),9 chegamos ao diagnóstico de 
síndrome de Sjögren primária, uma vez que a paciente 
preenche os critérios citados e não apresenta doença es-
tabelecida do tecido conjuntivo, como artrite reumatoi-
de, lúpus ou esclerodermia. 
Tabela 1 Critérios de classificação da Comunidade Europeia para a síndrome de Sjögren (2002)
Critérios de classificação da síndrome de sjögren
I. Sintomas oculares: pacientes devem apresentar resposta positiva para pelo menos uma das seguintes questões:
1. Você tem apresentado algum problema de secura nos olhos, diariamente, nos últimos 3 meses?
2. Você tem sensação recorrente de areia nos olhos?
3. Você usa lágrima artificial por mais de 3 vez ao dia?
II. Sintomas orais: pacientes devem apresentar resposta positiva para pelo menos uma das seguintes questões:
1. Você tem apresentado a sensação de boca seca diariamente por mais de 3 meses?
2. Você tem apresentado edema persistente na glândula salivar?
3. Você frequentemente ingere líquidos para auxiliar na deglutição de alimentos secos?
III. Sinais oculares: envolvimento ocular detectado por pelo menos um dos 2 testes seguintes:
1. Teste de Shirmer realizado sem anestesia (<5 mm/5 min).
2. Escore Rosa-bengala ou outro escore para medir a secura ocular (<4, de acordo com o sistema de escore de Van Bysterveld)
IV. Histopatologia: presença de sialoadenite linfocitica focal detectada por um patologista experiente (um ou mais focos de linfócitos periductais 
– 50 linfócitos/4 mm2)
V. Envolvimento da glândula salivar detectado por pelo menos um dos seguintes testes de diagnóstico:
1. Ausência completa de estimulação do fluxo salivar (<1,5 mL/ 15 minutos)
2. Sialografia de parótida mostrando a presença de sialectasias difusas (padrão puniforme, cavitário ou destrutivo) sem evidência de obstrução 
do ducto principal.
3. Cintilografia salivar mostrando absorção lenta, concentração reduzida e/ou excreção lenta do isótopo radioativo)
VI. Autoanticorpos: presença no soro dos seguintes autoanticorpos:
1. Anticorpos para antígenos anti-SSA, anti-SSB ou ambos.
Tabela 2 Critérios estabelecidos pela Comunidade Europeia para classificação da síndrome de Sjögren primária e secundária (2002) 
síndrome de sjögren primária síndrome de sjögren secundária
Em pacientes sem qualquer doença potencialmente associada, a SS 
primária pode ser definida da seguinte forma:
a) Presença de 4 dos 6 critérios ou, ainda, positividade no item IV 
(histopatologia) ou item VI (sorologia).
b) Presença de 3 dos 4 critérios objetivos (III, IV, V, VI).
Em pacientes com outra doença do tecido conjuntivo potencialmente 
associada, a SS secundária pode ser definida da seguinte forma:
a) Presença do item I ou II em adição a dois dos seguintes itens: III, V 
e VI.
ConClusão
A síndrome de Sjögren é uma doença prevalente, mas 
subdiagnosticada devido à grande variedade de sinais e 
sintomas apresentados.
No nosso meio fica mais difícil a suspeita, pois os pa-
cientes geriátricos podem apresentar diversas patologias 
que cursam com sintomas semelhantes aos da patologia 
estudada. Outras causas que dificultam o diagnóstico 
são a polifarmácia a que são submetidos nossos pacien-
tes, o uso de medicações anticolinérgicas e muscarínicos, 
anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anti-histamínicos, 
diuréticos e antidepressivos, que podem, como evento ad-
verso, levar ao quadro de xerostomia.
Valorizar a queixa do paciente e investigar as possí-
veis causas foi decisivo para realizarmos um diagnóstico 
que permaneceu oculto durante vários anos, prejudican-
do a qualidade de vida da paciente.
Portanto, história clínica, valorização das queixas e 
conhecimento das patologias são condições essenciais 
para o correto diagnóstico e tratamento de nossos pa-
cientes.
ConFlITos De InTeResses
O autor e os orientadores declaram não possuir nenhum 
conflito de interesse.
RevistaG&G#3.indb 238 11/28/13 11:30 AM
Síndrome de Sjögren – o desafio do diagnóstico em paciente idoso | 239
ReFeRênCIAs 
1. Bartunková J, Sedivá A, Vencovsky J, Tesar V. Primary Sjögren’s 
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2. Bell M, Askari A, Bookman A, Frydrych S, Lamont J, McComb J, 
Muscoplat C, Slomovic A. Sjögren’s syndrome: a critical review of 
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RevistaG&G#3.indb 239 11/28/13 11:30 AM
240 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
Informações gerais
A revista Geriatria & Gerontologia – G&G é uma publicação 
científica trimestral da Sociedade Brasileira de Geriatria e Ge-
rontologia – SBGG, cujo objetivo é veicular artigos que contri-
buam para a promoção do conhecimento na área de Geriatria 
e Gerontologia, em suas diversassubáreas e interfaces. A G&G 
aceita submissão de artigos em português, inglês e espanhol. Seu 
conteúdo encontra-se disponível em versão impressa, distribuí-
da a todos os associados da SBGG, e em versão eletrônica aces-
sada pelo site: www.sbgg.org.br.
Instruções para o envio dos manuscritos
Os trabalhos devem ser enviados por via eletrônica (arquivo word) 
para o endereço: revistasbgg@gmail.com; ou por correio, em CD 
ou DVD, para SBGG - Av. Copacabana, 500 - sala 609/610, Copa-
cabana - 22020-001, Rio de Janeiro - RJ. Antes de enviar o manus-
crito, verifique se todos os itens definidos em “Orientações para 
a preparação dos manuscritos” foram apontados em seu texto. 
O autor receberá mensagem acusando recebimento do trabalho; 
caso isto não aconteça, deve-se entrar em contato. Concomitante-
mente, o autor deverá enviar uma declaração de que o manuscrito 
está sendo submetido apenas à revista G&G, a concordância com 
a sessão de direitos autorais, a declaração de conflito de interesses 
e o documento de aprovação do comitê de ética em pesquisa.
Avaliação dos manuscritos por pareceristas 
(peer review)
Os manuscritos que atenderem à política editorial e às instruções 
aos autores serão encaminhados aos editores, que considerarão o 
mérito científico da contribuição. Aprovados nesta fase, os ma-
nuscritos serão encaminhados para pelo menos dois revisores de 
reconhecida competência na temática abordada. Os manuscritos 
aceitos poderão retomar aos autores para aprovação de eventuais 
alterações no processo de editoração e normalização, de acordo 
com o estilo da revista. Manuscritos não aceitos não serão devol-
vidos, a menos que sejam solicitados pelos respectivos autores no 
prazo de até três meses. Os manuscritos publicados são de proprie-
dade da revista, sendo proibida tanto a reprodução, mesmo que 
parcial, em outros periódicos, como a tradução para outro idioma.
Pesquisas envolvendo seres humanos
Resultados de pesquisas relacionadas a seres humanos devem ser 
acompanhados de declaração de que todos os procedimentos te-
nham sido aprovados pelo comitê de ética em pesquisa da insti-
tuição de origem a que se vinculam os autores ou, na falta deste, 
por um outro comitê de ética em pesquisa credenciado junto a 
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde. 
Além disso, deverá constar, no último parágrafo do item Méto-
dos, uma clara afirmação do cumprimento dos princípios éticos 
contidos na Declaração de Helsinki (2000), além do atendimento 
a legislação específicas do país no qual a pesquisa foi realizada. Os 
indivíduos incluídos em pesquisas devem ter assinado Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido.
Tipos de artigos publicados
A revista G&G aceita a submissão de:
Editoriais e comentários: esta seção destina-se à publicação 
de artigos subscritos pelos editores ou aqueles encomendados a 
autoridades em áreas específicas, devendo ser prioritariamente 
relacionados a conteúdos dos artigos publicados na revista.
artigos originais: contribuições destinadas à divulgação de re-
sultados de pesquisas inéditas tendo em vista a relevância do 
tema, o alcance e o conhecimento gerado para a área da pes-
quisa. Devem ter de 2 mil a 4 mil palavras, excluindo ilustrações (tabelas, 
figuras [máximo de cinco]) e referências (máximo de 30).
artigos de revisão: avaliação crítica sistematizada da literatura sobre deter-
minado assunto, de modo a conter uma análise comparativa dos trabalhos 
na área, que discuta os limites e alcances metodológicos, permitindo indicar 
perspectivas de continuidade de estudos naquela linha de pesquisa e deven-
do conter conclusões. Devem ser descritos os procedimentos adotados para 
a revisão, bem como as estratégias de busca, seleção e avaliação dos artigos, 
esclarecendo a delimitação e limites do tema. Sua extensão máxima deve ser 
de 5 mil palavras e o número máximo de referências bibliográficas de 50.
Comunicações breves: são artigos resumidos destinados à divulgação de 
resultados preliminares de pesquisa; de resultados de estudos que envolvem 
metodologia de pequena complexidade; hipóteses inéditas de relevância na 
área de Geriatria e Gerontologia. Deve-se ter de 800 a 1.600 palavras (ex-
cluindo tabelas, figuras e referências), uma tabela ou figura e no máximo dez 
referências bibliográficas. Sua apresentação deve acompanhar as mesmas 
normas exigidas para artigos originais, fazendo-se exceção aos resumos, que 
não são estruturados e devem ter até 150 palavras.
Relatos de caso: são manuscritos relatando casos clínicos inéditos e 
interessantes. O título deve apresentar a doença ou a peculiaridade clínica 
– relato de caso. Devem observar a estrutura de resumo (150 palavras) 
com introdução (justificativa ao leitor o motivo do relato de caso, não 
se estender na descrição da «doença ou particularidade clínica»), relato 
do caso (com descrição do paciente, resultados de exames clínicos, 
seguimento, diagnóstico. ATENÇÃO: Não utilizar siglas ou notas de 
rodapé), discussão (comparar com dados de semelhança na literatura) e 
conclusão do caso. Devem conter a bibliografia consultada e não podem 
ter mais de 1500 palavras e 15 referências.
artigos especiais: são manuscritos entendidos pelos editores como de 
especial relevância e que não se enquadram em nenhuma das categorias 
citadas. Sua revisão admite critérios próprios, não havendo limite de 
tamanho ou exigências previas quanto as referências bibliográficas.
Cartas ao editor: seção destinada à publicação de comentários, discussão 
ou críticas de artigos da revista. O tamanho máximo é de mil palavras e 
até cinco referências.
orientações para a preparação dos manuscritos
Os manuscritos devem ser digitados em Word for Windows (inclusive ta-
belas); as figuras devem ser enviadas em arquivo JPG com no mínimo 300 
dpi de resolução.
Devem ser apresentados na sequência:
a) título completo do trabalho, em português e inglês, com até 90 carac-
teres; b) título abreviado do trabalho com até 40 caracteres (incluindo 
espaços), em português e inglês; c) nome de todos os autores por exten-
so, indicando a filiação institucional de cada um; d) dados de um dos 
autores para correspondência, incluindo nome, endereço, telefones, fax 
e e-mail.
Resumo: todos os artigos submetidos deverão ter resumo em português e 
em inglês (abstracts), entre 150 a 250 palavras. Para os artigos originais 
e comunicações breves, os resumos devem ser estruturados incluindo 
objetivos, métodos, resultados e conclusões. Para as demais categorias, o 
formato dos resumos pode ser o narrativo, mas preferencialmente com as 
mesmas informações. Não devem conter citações e abreviaturas. Desta-
car no mínimo três e no máximo seis termos de indexação, extraídos do 
vocabulário “Descritos em Ciências d Saúde” (DeCS – www.bireme.br), 
quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject 
Headings – MeSH (http://www.nlm.nih.gov/mesh/), quando acompanha-
rem os “Abstracts”. Se não forem encontrados descritores disponíveis para 
cobrirem a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou ex-
pressões de uso conhecido.
texto: com exceção dos manuscritos apresentados como Artigos de Revi-
são os trabalhos deverão seguir a estrutura formal para trabalhos científicos: 
insTruçÕes aos auTores
RevistaG&G#3.indb 240 11/28/13 11:30 AM
Instruções aos autores | 241
Introdução: deve conter revisão da literatura atualizada e pertinente 
ao tema, adequada a apresentação do problema, e que destaque sua 
relevância. Não deve ser extensa, definindo o problema estudado, sin-
tetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimen-
to (estado de arte) que serão abordados no artigo. Métodos: devem 
conter descrição clara e sucinta dos procedimentos adotados; uni-
verso e amostra; fonte de dados e critérios de seleção; instrumentos 
de medida, tratamento estatístico, dentre outros. Resultados: Devem 
se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir inter-
pretações e comparações. Sempre que possível, os resultadosdevem 
ser apresentados em tabelas ou figuras, elaboradas de forma a serem 
autoexplicativas e com análise estatística. discussão: deve explorar, 
adequada e objetivamente, os resultados, discutidos a luz de outras 
observações já registradas na literatura. É importante assinalar li-
mitações do estudo. Deve culminar com as Conclusões, indicando 
caminhos para novas pesquisas ou implicações para a prática pro-
fissional. agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, 
em parágrafo não superior a três linhas, dirigidos a instituições ou 
indivíduos que prestaram efetiva colaboração para o trabalho.
Conflito de interesses
Deve incluir relações com: a) conflitos financeiros, como empregos, 
vínculos profissionais, financiamentos, consultoria, propriedade, 
participação em lucros ou patentes relacionados a empresas, produ-
tos comerciais ou tecnologias envolvidas no manuscrito; b) conflitos 
pessoais: relação de parentesco próximo com proprietários e empre-
gadores de empresas relacionadas a produtos comerciais ou tecnolo-
gias envolvidas no manuscrito; c) potenciais conflitos: situações ou 
circunstâncias que poderiam ser consideradas capazes de influenciar 
a interpretação dos resultados.
Referências bibliográficas
As referências devem ser listadas no final do artigo, numeradas 
consecutivamente, seguindo a ordem em que foram mencionadas 
a primeira vez no texto, baseadas no estilo Vancouver (consultar: 
“Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical 
Journals: Writing and Editing for Medical Publication” www.icmje.
org). Nas referências com até seis autores, citam-se todos os autores; 
acima de seis autores, citam-se os seis primeiros autores, seguindo 
de et al. As abreviaturas dos títulos dos periódicos citados deverão 
estar de acordo com o MedLine. A exatidão e a adequação das refe-
rências a trabalhos que tenham sido consultados e mencionados no 
texto do artigo são de responsabilidade do autor.
livros
Kane RL, Ouslander JG, Abrass IB. Essentials of clinical geriatrics 5th 
ed. New York: McGraw Hill, 2004.
Capítulos de livros
Sayeg MA. Breves considerações sobre planejamento em saúde do 
idoso. In: Menezes AK, editor. Caminhos do envelhecer. Rio de Ja-
neiro: Revinter/SBGG; 1994. p. 25-8
artigos de periódicos
Ouslander JG. Urinary incontinence in the elderly. West J Med. 1981; 
135 (2): 482-91
dissertações e teses
Marutinho AF. Alterações clínicas e eletrocardiográficas em pacien-
tes idosos portadores de Doença de Chagas [dissertação]. São Paulo: 
Universidade Federal da SBGG; 2003.
trabalhos apresentados em congressos, simpósios, encontros, se-
minários e outros
Peterson R, Grundman M, Thomas R, Thal L. Donepezil and vitamin 
E as treatments for mild congnitive impairment. In: Annals of the 9th 
International Conference on Alzheimer’s Disease and Related Disor-
ders; 2004 July; United States, Philadelphia; 2004. Abstract 01-05-05.
artigos em periódicos eletrônicos
Boog MCF. Construção de uma proposta de ensino de nutrição para 
curso de enfermagem. Ver Nutr [periódico eletrônico] 2002 [citado em 
2002 Jun 10]; 15(1). Disponível em www.scielo.br/rm
textos em formato eletrônico
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas de saú-
de: assistência médico-sanitária. www.ibge.gov.br (Acessado em: 
05/02/2004)
More SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Avail-
able from URL; www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm. Acesso em: 
05/06/1996.
insTrucTions for auTHors
Background
Geriatria & Gerontologia (Brazilian Geriatrics & Gerontology) G&G 
is a quarterly scientific publication by Sociedade Brasileira de Geria-
tria e Gerontologia (SBGG) (Brazilian Geriatrics and Gerontology 
Society) aiming the publication of articles on Geriatrics and Geron-
tology, including their several subareas and interfaces. G&G accepts 
article submissions in Portuguese, English, and Spanish. The print 
content is available for SBGG members and the online content can be 
accessed at: www.sbgg.org.br
Instructions for sending the manuscript
Papers should be sent by e-mail to: revistasbgg@gmail.com. Before 
sending your manuscript, please check if all the items established 
under “Instruction for Manuscript Sending” have been fulfilled. The 
corresponding author will receive a message acknowledging receipt 
of the manuscript. Should this do not occur up to seven working 
days, the author should get in touch with the journal. Concurrently, 
the author should send by mail a declaration stating that the manu-
script is being submitted only to Geriatria & Gerontologia and that 
he/she agrees with the cession of copyright.
manuscript evaluation by peer review
Manuscripts that regard the editorial policy and the instructions for 
authors will be referred to editors who will evaluate the scientific 
merit. Manuscripts will be submitted to at least two reviewers with 
expertise in the addressed theme. Accepted manuscripts might re-
turn for authors’ approval in case of changes made for editorial and 
standardization purposes, according to the journal style. Manuscripts 
not accepted will not be returned, unless they are requested by the 
respective authors within three months. The copyright of the pub-
lished manuscripts are held by the journal. Therefore, full or partial 
reproduction in other journals or translation into another language 
is not authorized.
Research involving human subjects
Articles related to research involving human subjects should indicate 
whether the procedures were followed in accordance with the ethical 
standards of the responsible committee on human experimentation 
(institutional or regional) accredited by the Comissão Nacional de 
Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (Health Ministry National 
Research Ethics Committee). In addition, a clear statement of com-
pliance with ethical principles outlined in the Helsinki Declaration 
(2000) shall appear in the last paragraph of “Methods” section, as well 
as fulfillment of specific requirements of the nation the research was 
performed in. The subjects included in the research should have sig-
ned a “Free and Informed Consent Term”.
Categories of manuscripts
G&G accepts the following submissions:
Original articles: Contributions aiming at the release of unpublished 
research results considering the theme’s relevance, its range and the 
knowledge generated for research purposes. Original articles should 
contain 2,000 to 4,000 words, excluding illustrations (tables, figures 
(not exceeding 5) and references (not exceeding 30).
Review articles: Critical and systematic evaluation of literature on 
RevistaG&G#3.indb 241 11/28/13 11:30 AM
242 | REVISTA GERIATRIA & GERONTOLOGIA
certain subject containing a comparative review of papers in that area, 
discussing methodological limitations and ranges, indicating further 
study needs for that research area, and containing conclusions. The 
proceedings adopted for the review, as well as search, selection, and 
article evaluation strategies should be described, informing the limits 
of the theme. They should not exceed 5,000 words and 50 references.
Brief communications: These are summarized articles designed for 
dissemination of preliminary results, results of studies involving meth-
odology of low complexity, and new hypotheses of relevance in the 
field of Geriatrics and Gerontology. They should contain 800-1600 
words (excluding tables, figures and references), one table or figure 
and a maximum of ten references. Your presentation should follow 
the same standards of original articles, with exception of the abstracts, 
which are not structured and should contain a maximum of 150 words.
Case Reports: These are manuscripts reporting original and inter-
esting clinical cases. The title should have the disease or clinical 
peculiarity — a case report. They must observe the structure of ab-
stract (150 words) with introduction (an explanation to the reader 
for the case report does not extend the description of “illness or 
clinical particularity”),case report (with description of the patient, 
results of clinical tests, follow-up, and diagnosis — WARNING: Do 
not use acronyms or footnotes), discussion (comparison with simi-
lar data in the literature), and case outcome. They should contain a 
bibliography and have no more than 1500 words and 15 references.
letters to the editor: Section designed for publication of com-
ments, discussion or any article reviews. They should not exceed 
1,000 words and 5 references.
Instructions for manuscript preparation
Manuscripts should be typed in Word for Windows [(including 
tables), figures should be supplied as JPG file and a minimum of 
300 dpi resolution]. Manuscripts should be prepared according to 
the sequence below:
a) paper full title in Portuguese and English not exceeding 90 char-
acters, b) paper short title not exceeding 40 characters (spaces 
included) in Portuguese and English, c) authors’ and coauthors’ 
complete name, indicating institutional affiliations for each one of 
them; d) corresponding author data, including name, address, tele-
phone and fax numbers, and e-mail. 
abstract: All manuscripts should be submitted with an abstract in 
Portuguese and in English having no more than 150 to 250 words. For 
original articles and brief communications, abstracts should be struc-
tured to include objective, methods, results, and conclusions. For other 
manuscript categories, abstract models could be narrative, but rather 
carrying the same information. Abstracts should not contain quota-
tions and abbreviations. At least three and at most six keywords should 
accompany the Abstracts being extracted from the vocabulary in De-
scritores em Ciências da Saúde (DeCS - www.bireme.br) when accom-
panying abstracts in Portuguese and from Medical Subject Headings – 
MeSH (http //www.nlm nih gov/mesh/) when accompanying abstracts 
in English. If no descriptor is available to cover the manuscript theme, 
words or expressions of known usage might be indicated.
text: except for Review Articles, papers should assume formal struc-
ture of a scientific text. Introduction: The introduction should con-
tain updated literature review, being appropriate to the theme, suit-
able to the problem introduced, and enhancing the theme relevance. 
The introduction should not be extensive, but define the problem 
studied, synthesizing its importance and stressing the knowledge 
gaps addressed in the article. Methods: This section should have clear 
and brief description of proceedings adopted, sampling, data source 
and selection criteria, measurement instruments, statistical analysis, 
among other features. Results: This section should be limited to de-
scribing the results found without including interpretation and com-
parison. Whenever possible, results should be displayed in tables or 
figures designed to be self-explanatory and having statistical analysis. 
discussion: The discussion should properly and objectively explore 
the results, discussed in the light of further observation already reg-
istered in literature. It Is important to point out the study limitations. 
The discussion should culminate by conclusions indicating avenues 
for new research or implications for professional practice. 
acknowledgements: Acknowledgments may be written in a no more 
than 3-line paragraph towards institutes or individuals that effective-
ly contributed to the paper.
Conflict of interest
Conflict of interest includes a) financial conflict such as employ-
ment, professional liaisons, funding, consulting, ownership, profit 
or patent sharing related to marketed products or technology in-
volved in the manuscript; b) personal conflict: close relatedness to 
owners and employers in companies connected to marketed prod-
ucts or technology involved in the manuscript c) potential conflict: 
situations or circumstances that could be considered capable of in-
fluencing the result interpretation.
References
Should be listed at the end of the manuscript and numbered in the 
order they are first mentioned in the text, following Vancouver style 
(v “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedi-
cal Journals Writing and Editing for Medical Publication” [http://
www.icmje org]). List all authors up to 6; if more than six, list the 
first 6 followed by et al. The titles of journals should be abbreviated 
according to style used in Med-Line. Authors are responsible for 
the accuracy and completeness of references consulted and cited 
in the text.
examples of reference style
Books
Kane RL, Ouslander JG, Abrass IB. Essentials of clinical geriatrics. 
5th ed New York: McGraw Hill, 2004.
Book chapters
Sayeg MA. Breves considerações sobre planejamento em saúde do 
idoso. In: Menezes AK, editor. Caminhos do envelhecer. Rio de Ja-
neiro: Revinter/SBGG; 1994. p. 25-8
Journal articles
Ouslander JG. Urinary incontinence in the elderly West J Med 1981; 
135 (2): 482-91
Essays and theses
Marutinho AF Alterações clínicas e eletrocardiográficas em pa-
cientes idosos portadores de Doença de Chagas [dissertação]. 
São Paulo: Universidade Federal da SBGG; 2003.
Papers introduced in congresso, symposiums, meetings, seminars etc.
Peterson R, Grundman M, Thomas R, Thai L. Donepezil and vi-
tamin E as treatments for mild cognitive impairment. In: Annals 
of the 9th International Conference on Alzheimer’s Disease and 
Related Disorders; 2004 July; United States, Philadelphia; 2004. 
Abstract 01-05-05.
articles from electronic journals
Boog MCF. Construção de uma proposta de ensino de nutrição para 
curso de enfermagem. Rev Nutr [periódico eletrônico] 2002 [citado 
em 2002 Jun 10]; 15(1). Disponível em www.scielo.br/RN
texts in electronic format
Institute Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas de saúde: 
assistência médico-sanitária. www.ibge.gov.br (Acessado em: 05/
Fev/2004)
More SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Available 
from URL; www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm. Acesso em: Jun 5 
1996.
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VIDA ATIVA EM QUALQUER IDADE
Referências bibliográficas: 1. Price R, Daly F, Pennington CR, McMurdo ME. Nutritional supplementation of very old people at hospital discharge increases muscle strength: A randomised 
controlled trial. Gerontology. 2005;51:179-185. 2. Fabian E, Bogner M, Kickinger A, Wagner KH, Elmadfa I. Vitamin status in elderly people in relation to the use of nutritional supplements. J Nutr 
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”Elizete Cristina Oliveira da Silva
Enfermeira 
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Incontinência Urinária
Geriatria & 
Gerontologia
Revista
Volume 7
Número 3
Jul/Ago/Set 2013ISSN 1981-8289
Sociedade Brasileira de 
Geriatria & Gerontologia
Órgão Oficial de Publicação Científ ica
ARTIGOS ORIGINAIS
Tendência temporal da cobertura vacinal contra influenza no Brasil, Rio de 
Janeiro 
Espiritualidade,religiosidade e qualidade de vida em idosos 
Hipofunção das glândulas salivares em idosos hospitalizados relacionada a 
medicamentos 
Avaliação de dependência de idosos em enfermaria geriátrica: consequên-
cias da hospitalização 
Avaliação de idosos atendidos em uma unidade de saúde da família do 
município de Ipatinga 
Hiperparatireoidismo secundário à hipovitaminose D e declínio de funciona-
lidade em idosos internados
Correlação entre funcionalidade e gravidade da doença de Parkinson em 
idosos 
Associação entre queixa de tontura, medo de cair e ocorrência prévia de 
quedas em idosos 
Frequência de quedas em pacientes idosos ambulatoriais 
ARTIGOS DE REVISÃO
Avaliação de qualidade de vida em idosos frágeis: uso de questionários 
– revisão da literatura 
Transtorno depressivo no idoso: rastreamento, diagnóstico e aspectos 
epidemiológicos 
CARTA AO EDITOR
Hipotiroidismo subclínico: um desafio mantido na população idosa 
RELATO DE CASO
Síndrome de Sjögren – o desafio do diagnóstico em paciente idoso 
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