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Eleitoral 1 Bimestre

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DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
 
 
1 – Noções Gerais 
É o ramo do Direito Público Autônomo que tem como objetivo o processo eleitoral lato 
sensu que envolve todos os atos organizacionais e administrativos do direito eleitoral, 
como: alistamento eleitoral, filiação partidária, propaganda política, registro de 
candidatura, votação, apuração, diplomação, bem como o processo eleitoral stricto 
sensu – que nada mais é do que as ações judiciais eleitorais ( AIJE – Ação de 
Investigação Judicial Eleitoral; AIRC – Ação de impugnação de registro de candidatura; 
RCED – Recurso Contra Expedição de Diploma; RP – Representação; AIME – Ação de 
Impugnação de Mandato Eletivo) como forma de assegurar a soberania popular livre e 
concreta do cidadão. 
 
2. FONTES 
2.1. Fontes Formais Diretas 
Constituição Federal 
Lei das Eleições (9504/97) - Lei dos Partidos (9096/95) 
Lei de Inelegibilidade (LC 64/90) - Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) 
Código Eleitoral (4737/65) - Macro Reforma Eleitoral (13165/2015) 
Resoluções do TSE 
OBS: As resoluções do TSE são consideradas majoritariamente como Fontes 
Formais Diretas, a exemplo da infidelidade partidária, calendário eleitoral e 
propaganda eleitoral. 
 
2.2. Fontes Formais Indiretas 
Código Civil, Código de Processo Civil 
Código Penal e CPP 
CLT 
 
3. Competência Legislativa 
A União tem competência privativa para legislar sobre Direito Eleitoral. Podendo 
delegar tão somente matérias organizacionais das eleições (Lei seca, trânsito). 
 
Medida Provisória JAMAIS poderá regulamentar o Direito Eleitoral. 
As inelegibilidades só poderão ser regulamentadas por norma constitucional e Lei 
Complementar. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL 
(16.02.22) 
 
Tríplice Função Principiológica 
Normativa – atua na omissão da Lei 
Função Integrativa – serve para integrar as Leis 
Função Interpretativa – serve para dar base para a interpretação das normas 
 
Princípio do SIGILO DO VOTO 
O voto deve ser sempre exercido com o escrutínio secreto, sendo que o sigilo 
do voto é cláusula pétrea. Já a obrigatoriedade é relativa e não é cláusula 
pétrea. 
Princípio da LIVRE MANIFESTAÇÃO DO VOTO 
O cidadão é livre para manifestar seu voto, votando em qualquer candidato, 
nulo ou branco. 
Princípio da LISURA DAS ELEIÇÕES 
As eleições devem ser pautadas em preceitos legais, éticos e morais. 
Princípio da CELERIDADE 
A celeridade engloba a razoável duração do processo, pois prevê rapidez em 
todos os procedimentos administrativos, organizacionais das eleições, em 
especial da própria apuração, bem como do julgamento de processos judiciais 
Princípio do PODER SOBERANO 
Princípio que advém da própria soberania popular. Poder do povo, para o 
povo e em exercício deste. Em especial caracterizados os direitos políticos, na 
própria escolha dos representantes políticos por meio das eleições. 
Princípio da LIVRE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 
Garante que todos os cidadãos podem se filiar ou desfiliar de qualquer 
partido político de acordo com sua vontade e ideologia. 
Os políticos eleitos a cargos proporcionais não poderão trocar de partido do qual 
foram eleitos, por mera liberalidade, devendo a troca ser justificada, 
fundamentada, por uma justa causa, ou ingressarem em um novo partido 
político, criado ou fundido, que não existia na época da eleição, por 
identificação à nova ideologia. Lei 9096/95 e Art. 2, Res/TSE 22610/07. 
Existe também a possibilidade da troca de partido de mandatos proporcionais, 
sem ser cassado, pela janela partidária, a saber, 30 dias antes do prazo limite 
de filiação partidária para as eleições, desde que o mandatário 
proporcional vá para a reeleição no mesmo cargo. 
Também temos a possibilidade da carta de anuência do partido para que o 
mandatário proporcional troque de partido político sem caracterizar infidelidade 
partidária. (Art. 17, P6, CF). 
Legitimidade Ativa Temporal Preclusiva. O partido que perder o parlamentar tem 
30 dias para reclamar o cargo. Depois dos 30 dias, o primeiro suplente assume 
a legitimidade ativa. Passados os 30 dias, a legitimidade é do Ministério 
Público Eleitoral. 
Princípio do PLURIPARTIDARISMO 
O sistema eleitoral brasileiro permite a existência e coexistência de vários 
partidos políticos. Tanto que para a criação de um partido no Brasil, basta um 
número mínimo de eleitores e pretensos filiados, um Estatuto partidário e se 
buscar o registro perante o TSE (criação do diretório nacional). 
Dessa forma, é fácil criar um partido, mas difícil mantê-lo em razão do advento 
da Emenda Constitucional 97/17 que criou a cláusula de barreira partidária 
progressiva, asseverando que os partidos só terão acesso ao fundo partidário e 
ao tempo de televisão e rádio gratuitos, na propaganda eleitoral, quando 
atingirem índices quantitativos mínimos de votos nacionais em relação aos 
deputados federais, divididos ao menos em 9 Estados, com índices mínimos de 
votos, sempre contabilizando nas eleições gerais (2018 a 2030)(não entram as 
eleições municipais) de forma progressiva. 
A atual redação do Art. 17 da CF já leva em consideração a estabilização da 
cláusula de barreira em 2030. 
OBS: A partir das eleições de 2022 serão permitidas as Federações partidárias, 
em que os partidos se juntam pelo prazo mínimo de 4 anos, buscando 
registro no TSE. Juntando seus representantes parlamentares, aglutinando o 
fundo partidário e o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e 
televisão, como se fosse um único partido. 
A Federação tem abrangência Nacional, uma vez formada. 
 
Princípio do IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
DA JUSTIÇA ELEITORAL 
As Decisões da Justiça Eleitoral são irrecorríveis de modo imediato, devendo 
ser feito o recurso juntamente com a decisão definitiva, como tópico do 
recurso interposto contra a decisão final. Caso a decisão interlocutória venha 
lesionar direito líquido e certo da parte, esta poderá ser impugnada por Mandado 
de Segurança. Não configura violação ao artigo 5° da Lei 12016/09 (MS) nem a 
Súmula 267/STF. 
Princípio da ANUALIDADE 
Toda lei eleitoral deve entrar em vigor pelo menos um ano antes das 
eleições para ter aplicabilidade no respectivo pleito. 
 
 
Princípio da ANTERIORIDADE DAS RESOLUÇÕES DO TSE 
As Resoluções do TSE não seguem o princípio da anualidade eis que podem 
ser editadas e publicadas entrando em vigor até o dia 5 de março do ano 
eleitoral e ter aplicabilidade no mesmo ano eleitoral. 
 
 
NACIONALIDADE E DIREITOS POLÍTICOS 
 
Nacionalidade x Cidadania 
É condição essencial a nacionalidade para o exercício da cidadania, ou seja, a 
cidadania brasileira depende da nacionalidade brasileira do indivíduo 
 
Critérios para obtenção da nacionalidade originária brasileira 
O Brasil adota o critério territorial e sanguíneo. Sendo que o critério territorial é 
dominante e o sanguíneo é recessivo 
Obtenção da nacionalidade brasileira secundária (critérios): 
oriundo de qualquer nacionalidade: por 15 anos ininterruptos sem condenação penal; 
de países de língua portuguesa: 1 ano de domicílio ininterrupto e idoneidade moral; 
por reciprocidade (tratado): portugueses são considerados naturalizados se os 
brasileiros que residem em Portugal tiverem tratamento recíproco 
 
Extradição 
Devolução do indivíduo ao seu país de origem ou de local de cometimento de crime. No 
caso do Brasil, caso o estrangeiro cometa contravenção Penal ou qualquer crime, salvo 
político ou de opinião, em regra, será devolvido ao seu território de origem, pois o crime 
foi cometido no Brasil. 
Brasileiros naturalizados que cometem crime comum antes da naturalização, ou 
tráfico ilícito, em suas diversas modalidades a qualquer tempo (antes ou depois 
da naturalização) 
 
Perda da nacionalidade 
Os brasileiros naturalizados poderão perder a nacionalidade de forma coercitiva 
condenatória por atentado nocivo aos interesses do país. 
Já os brasileiros natos e naturalizados poderão perder de forma voluntária, sendo que 
os natos de formavoluntária absoluta, ou seja, por deixarem de ser brasileiros por 
mera liberalidade para ingressarem em país estrangeiro, e por sua vez, no seu 
reingresso ao Brasil não poderão mais ser considerados brasileiros natos, mas 
tão somente naturalizados desde que atendidos os requisitos. 
 
Na voluntariedade relativa (por imposição de regra exterior – Lei estrangeira para 
exercício de direitos civis e trabalhistas) os natos, no reingresso ao Brasil, serão 
considerados novamente brasileiros natos. 
 
 
CARGOS ESPECÍFICOS DE BRASILEIROS NATOS 
 
P – Presidente da República e Vice 
M – Ministros do STF 
P – Presidente do CNJ 
P – Presidente do TSE (e vice) 
P – Presidente da Câmara dos Deputados 
P – Presidente do Senado 
 
CR – 6 cidadãos do Conselho da República 
CD – Carreiras Diplomáticas 
OF – Oficial das Forças Armadas 
MD – Ministro da Defesa 
 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
É o próprio direito de sufrágio – indo desde a livre manifestação do pensamento até 
o exercício de cargos políticos eletivos, ou seja, é toda e qualquer manifestação nos 
desígnios políticos no país. 
 
Democracia Brasileira 
A democracia brasileira é MISTA ou ECLÉTICA, pois ora é exercida de forma direta e 
em outros momentos de forma indireta 
 
Instrumentos da democracia direta 
VOTO – Ferramenta de sufrágio para escolha dos representantes políticos eletivos 
PLEBISCITO – Consulta popular PRÉVIA à edição de projetos de Lei e atos 
administrativos. 
REFERENDO – Consulta popular posterior à edição de projetos de Lei e atos 
administrativos 
INICIATIVA POPULAR – Projeto de Lei que emana diretamente das mãos do povo 
desde que preenchido por 1% do eleitorado nacional, dividido, ao menos, em 5 
Estados, com 0,3% do eleitorado de cada Estado. 
AÇÃO POPULAR – Instrumento Processual que legitima o cidadão para fiscalizar e 
combater atos de improbidade, desvio de recursos públicos, proteção ao meio 
ambiente e o patrimônio histórico. 
Em relação ao plebiscito, as questões territoriais de divisão, criação e 
incorporação de território, o plebiscito é indispensável para tais situações. 
 
CAPACIDADES ELEITORAIS 
 
Ativa – É a capacidade de exercer o direito de voto (alistamento eleitoral) 
voto obrigatório: de 18 a 70 anos 
voto facultativo: analfabetos; maiores de 70 anos; de 16 a 18 anos 
(incompletos) 
 
Emancipação civil não gera direito eleitoral 
Deficiente mental somente o interditado é facultativo 
 
voto vedado 
estrangeiros e conscritos (militares em missão)(inalistáveis) 
 
Passiva – Capacidade de ser votado, eleito e exercer o mandato eletivo. 
Idades mínimas para o exercício de mandato eletivo: 
Município 
18 anos: Vereador 
21 anos: Prefeito, vice-prefeito, Deputados (Federal, Estadual, Distrital) 
Estado 
30 anos: Governador e vice-governador 
País 
35 anos: Presidente, vice-presidente e Senador 
 
A idade mínima deve ser atingida até a data da posse 
Exceto para o cargo de vereador, que deverá ser no registro de candidatura. 
 
 
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
A Justiça Eleitoral tem como abordagem somente matérias eleitorais, cível ou penal, 
tendo juízes temporários que exercem a função judicante, por mandato de 2 anos, 
recebendo uma gratificação pelo exercício da função. 
Todavia, possui órgãos permanentes – TSE’s, TRE’s e Zonas Eleitorais. Salvo as 
juntas eleitorais, que são temporárias. 
 
TSE 
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL 
Composição 
O TSE é composto por 7 membros: 
3 ministros do STF (votação secreta do pleno do STF) 
2 ministros do STJ (votação secreta do STJ) 
2 advogados – mínimo de 35 anos de idade, notório saber jurídico, reputação ilibada e 
10 anos de exercício profissional. Deverão se inscrever perante o STF que fará uma 
lista tríplice para cada vaga, tais listas serão encaminhadas para a presidência da 
república para escolha e nomeação. 
Substitutos - Serão escolhidos também 7 membros substitutos, na mesma quantidade 
por categoria de jurista. Escolhidos de forma independente e mandato independente. O 
substituto não ascendo ao cargo de titular, salvo se disputar a vaga. 
O Presidente e o vice-presidente do TSE serão escolhidos entre os 3 ministros do 
STF que estão compondo o TSE, porém a escolha será do próprio TSE. 
O Corregedor Geral Eleitoral será um dos ministros do STJ que estão compondo 
o TSE, também por escolha do próprio TSE 
 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TSE 
Presidente e vice-presidente da República 
- O TSE é originariamente competente para registrar, diplomar, cassar registro, 
cassar diploma e cassar mandato eletivo dos candidatos a Presidente e vice-
presidente da República, declarando a inelegibilidade dos mesmos. 
- Todas as representações, processos, de propaganda eleitoral envolvendo os 
candidatos a presidente e vice-presidente da República serão de competência 
originária do TSE. 
Competência maior atrai a menor (Presidente + Governador) 
SÓ EXISTE AÇÃO RECISSÓRIA NO TSE – Prazo decadencial de 120 dias do trânsito 
em julgado, somente relativo à inelegibilidade. 
 
 
Mandados de Segurança e Habeas Corpus 
- O TSE julgará Mandados de Segurança impetrados contra atos eleitorais praticados 
pelo Presidente da República, Ministros de Estado, os próprios membros do TSE, 
PGE, Diretor Geral do TSE, bem como contra atos colegiados dos TRE's 
- O TSE julgará os Habeas Corpus impetrados contra atos colegiados dos TRE's 
bem como ato monocrático de membro do TRE. 
- O TSE apreciará exceções de impedimento e suspeição proposta contra seus próprios 
membros, o PGE e o Diretor Geral do TSE 
- O TSE julgará conflito de competência entre TRE's e juízes eleitorais de Estados 
diferentes 
TRE(1) x TRE(2) 
TRE(1) x Juiz 
Juiz EstadoA x Juiz EstadoB 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA SE SOBREPÕE EM RAZÃO DA MATÉRIA 
 
COMPETÊNCIA PARA CRIMES ELEITORAIS 
 
O TSE não julgará crimes eleitorais de pessoas que tenham foro no STF ou STJ 
(pessoa se sobrepõe sobre a matéria 
 
 
Membros do TSE STF – crimes eleitorais STF – crimes comuns 
Membros do TRE STJ – crimes eleitorais STJ – crimes comuns 
Juízes Eleitorais TRE – crimes eleitorais TJ – crimes comuns 
 
Outras atribuições do TSE 
É o TSE quem cria ou extingue as Zonas Eleitorais no Estado, ou seja, divide o 
Estado em Zonas Eleitorais – quem faz o estudo de mapeamento são os TRE’s. 
A requisição de Força Nacional (exército) nas eleições estaduais e municipais é 
feita pelo TSE. 
O próprio TSE cria seu regimento interno, suas súmulas, concedendo diárias, férias e 
afastamentos aos seus juízes e servidores. 
O TSE também tem competência originária para registrar e cassar registro dos 
diretórios nacionais dos partidos políticos. 
 
COMPETÊNCIA RECURSAL DO TSE 
 
1. Recurso Especial Eleitoral 
No caso do Recurso Especial Eleitoral, o processo inicia sua jurisdição 
perante a Zona eleitoral e, por sua vez, a decisão recorrida, em tal recurso, 
será uma decisão recursal do TRE, ou seja, um acórdão em competência 
recursal do TRE. 
Prequestionamento. No REE, é necessário o prequestionamento 
demonstrando: 
 
Violação à Constituição Federal ou Lei Federal; 
Súmula Vinculante do STF ou Súmula do TSE 
Dissídio Jurisprudencial (TRE’s diferentes) 
 
O REE tem duplo juízo de admissibilidade, sendo que o primeiro será feito pelo juízo 
“ad quo” que é a presidência do TRE recorrido (onde será interposto o recurso); e o 
segundo é feito pelo ministro relator do recurso no TSE. É feita somente análise de 
matéria de direito. 
O REE Analisa somente matéria de direito 
 
2. Agravo 
Ou Agravo para destrancar Recurso Especial 
O Agravo tem a função de destrancar o recurso principal (REE) que não foi 
admitido no primeiro juízo de admissibilidade feito pela presidência do TRE 
recorrido. Logo, o presente recurso será julgado pelo TSE, podendo inclusive 
possibilitar de plano a análise do mérito do Recurso Especial trancado, desde que 
provido o agravo. 
 
3. Recurso Ordinário Eleitoral / Recurso Eleitoral 
É o recurso próprio interpostopara análise do TSE quando o processo inicia sua 
jurisdição perante o TRE. Assim, a decisão combatida no Recurso Eleitoral é uma 
decisão em sede de competência originária do TRE (Acórdão). 
Este Recurso Ordinário faz análise de fatos, provas e direito. Enquanto o REE 
analisa somente o direito (meritório). 
O Recurso Eleitoral não tem duplo juízo de admissibilidade Recursal sendo um juízo de 
admissibilidade único feito pelo ministro relator do TSE. 
 
 
4. Agravo Interno 
Recurso cabível para provocar o órgão colegiado levando-o a analisar, 
confirmando ou modificando a decisão monocrática proferida pelo relator. 
É um recurso impróprio (dentro do próprio tribunal) cabível tão somente em face de 
decisão monocrática. 
 
5. Embargos de Declaração 
É um recurso impróprio que tem a função de corrigir vícios nas decisões – monocráticas 
ou colegiadas – tais como: omissões, obscuridade, contradição e erro material. Tal 
recurso será julgado pelo mesmo órgão que proferiu a decisão recorrida. 
 
Prazo: PARA TODOS OS RECURSOS É DE 3 DIAS 
Se a matéria for de propaganda eleitoral o prazo é de 24 horas 
Prazo corrido: início e fim em dias úteis 
Prazo corrido corrido: somente em ano eleitoral (Jul-Dez) todos os dias são contados 
 
 
TRE 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL 
 
Composição 
Cada Estado e o Distrito Federal possui um TRE e, por sua vez, é composto por 7 
membros, sendo: 
- 2 desembargadores estaduais, escolhidos em votação secreta pelo Pleno do TJ; 
- 2 juízes estaduais de entrância final, escolhidos também pelo Pleno do TJ, em 
votação secreta; 
- 1 representante da Justiça Federal, que será um desembargador Federal quando a 
sede do TRE for na mesma localidade da sede do TRF – ou – quando a sede dos 
Tribunais forem em localidade distinta, o representante da Justiça Federal será um juiz 
Federal de seção judiciária perante o Estado do TRE; 
- 2 advogados, com 35 anos de idade, notório saber jurídico, reputação ilibada e 
10 anos de exercício profissional, devendo se inscreverem perante o TJ, que formará 
uma lista tríplice para cada vaga – essas listas serão encaminhadas ao TSE para 
verificação dos requisitos e, após a análise, as listas serão enviadas ao Presidente da 
República, para escolha e nomeação dos mesmos. 
OBS: O TRE também terá 7 membros substitutos na mesma quantidade por categoria 
de jurista dos titulares, todavia, substituto jamais ascende para titularidade do cargo, 
salvo se disputar uma vaga para titular; 
OBS: O Presidente do TRE será um desembargador Estadual, do TJ, e por sua vez, 
o vice-presidente e corregedor será o outro desembargador Estadual que esteja 
compondo o TRE, escolhidos por eleição do próprio TRE. 
 
Competência Originária 
(Registro, Diploma, Inelegibilidade) O TRE tem competência originária de registrar, 
diplomar, cassar registro, cassar diploma, cassar mandato eletivo e declarar a 
inelegibilidade dos candidatos a Governador, Vice-governador, Senador, Deputados 
(Estadual, Federal e Distrital). 
(Diretórios) O TRE registra e cassa registro dos diretórios estaduais e municipais 
dos partidos políticos 
(Propaganda Eleitoral) Os processos de propaganda eleitoral referentes aos cargos 
de Governador, vice-governador, Senador, Deputados (Estadual, Federal e 
Distrital) são de competência originária do TRE 
(MS) O TRE julgará, em forma de competência originária, Mandados de Segurança 
contra atos eleitorais impetrados em face de seus próprios membros, Procurador 
Regional Eleitoral, Direito Geral do TRE, juízes das zonas eleitoras 
(HC) O TRE julgará Habeas Corpus impetrados contra atos praticados pelos juízes das 
Zonas Eleitorais 
 
Competência Recursal 
Recurso Eleitoral / Recurso Ordinário Eleitoral - O TRE julgará o recurso eleitoral 
interposto contra as sentenças do juízo da Zona Eleitoral fazendo reanálise de fatos, 
provas e direito (efeito devolutivo) tendo juízo único de admissibilidade recursal feito 
pelo membro relator do TER. Em regra os Recursos Eleitorais não são dotados de efeito 
suspensivo, somente devolutivo, salvo nos casos de cassação de registro, diploma ou 
mandato do candidato, que será concedido o efeito suspensivo de forma excepcional. 
 
 
JUIZ ELEITORAL 
 
Juiz da Zona Eleitoral 
Não necessariamente uma zona eleitoral será um único município ou Comarca. 
Podendo se ter uma zona eleitoral com abrangência em mais de um município ou 
Comarcar, bem como pode se ter mais e uma zona eleitoral em uma única Comarca ou 
município. 
O Juiz da Zona Eleitoral será um juiz Estadual de uma Comarca inserida na Zona 
Eleitoral que exercerá um mandato de 2 anos, por designação do TRE. 
O mandato poderá ser prorrogado na situação excepcional de não existir um outro juiz 
na Zona Eleitoral (Comarca de Vara Única) 
 
Competência do Juiz Eleitoral 
- Registro, Diploma, Mandato: Julgará o registro, diploma, cassação do registro, 
cassação do diploma, cassação do mandato eletivo e condenação em inelegibilidade 
dos candidatos a Prefeito, vice-prefeito e Vereador 
- Propaganda Eleitoral: Julgará processos de propagando eleitoral envolvendo 
prefeito, vice-prefeito e vereador. 
- MS: O Juiz eleitoral julgará o Mandado de Segurança impetrado contra atos eleitorais 
praticados por: chefe de cartório eleitoral, prefeito e secretários municipais. 
- Habeas Corpus: O Juiz Eleitoral julgará o Habeas Corpus contra ato eleitoral praticado 
pelo delegado responsável pela investigação do crime eleitoral; 
 
Alistamento e Transferência: O Juiz eleitoral apreciará o alistamento e a 
transferência de domicílio eleitoral 
Decisões do TRE: O Juiz eleitoral cumprirá e fará cumprir as decisões do TRE 
 
Em matéria Eleitoral: cassa a chapa toda 
Outras Esferas: cassa só quem cometeu o ato 
 
JUNTAS ELEITORAIS (Ver Slides) 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL 
 
 
O MPE tem as mesmas característica do judiciário eleitoral eis que seus 
integrantes exercem a função eleitoral por mandatos de 2 anos e recebem uma 
gratificação pelo exercício da função eleitoral. 
No TSE, o representante do MPE será o Procurador Geral Eleitoral (PGE) que é o 
Procurador Geral da República (PGR), tendo a atribuição de entrar com as ações de 
competência originária do TSE e emitir pareceres em todos os processos que lá 
tramitam. 
No TRE, o representante do MPE será o Procurador Regional Eleitoral – PRE – que é 
um Procurador da República – PR – com atuação no Estado sede do TRE, escolhido e 
nomeado pelo PGE. Ele irá atuar nas ações de competência originária do TRE e emitir 
pareceres nos processos que lá tramitam. Resta claro o princípio da 
FEDERALIZAÇÃO que aduz que nos Tribunais Eleitorais somente terá atuação o 
MPF. 
Nas Zonas eleitoras, o representante do MPE será o Promotor Eleitoral, que é um 
Promotor de Justiça de uma Comarca vinculada à Zona Eleitoral, escolhido e nomeado 
pelo PRE para atuar nas Ações de competência da Zona Eleitoral e emitir pareceres em 
todos os processos de sua competência. Resta demonstrado o princípio da 
DELEGAÇÃO, em que o MPF delega ao MPE poderes perante as Zonas eleitorais. 
 
 
FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
JURISDICIONAL – É a função de julgar os processos e feitos eleitorais 
CONSULTIVA – Responder às consultas feitas aos Tribunais eleitorais – orientação 
de uma situação em abstrato, não sendo permitido consulta de fatos concretos, pois 
não tem efeito vinculante. 
NORMATIVA – Administrar o fluxo processual, seus juízes e servidores 
CORREICIONAL – Fiscalizar o trâmite processual bem como fiscalizar e punir seus 
juízes e servidores por desvio de conduta por meio das corregedorias e CNJ.

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