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Débora Rodrigues – MED 30 FLUXO SANGUÍNEO • Fluxo sanguíneo significa a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. O fluxo sanguíneo total na circulação de adulto em repouso é de cerca de 5.000 mL/min. TIPOS DE FLUXO: ➢ LAMINAR: é estável. Organizado em linhas de corrente, com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso. Na porção central tem maior velocidade e menor resistência. ➢ TURBILHONADO: é desordenado. O sangue flui na direção longitudinal e na direção perpendicular, geralmente formando redemoinhos. Ocorre quando o fluxo é muito intenso ou quando o sangue passa por alguma obstrução ou por uma superfície áspera em seu trajeto. Quando ocorre com muita frequência pode lesionar o endotélio. FATORES QUE INFLUENCIAM O FLUXO: • Diferença de pressão entre as duas extremidades do vaso. • Resistência do vaso sanguíneo ao fluxo. 𝑄 = ∆𝑃 𝑅 Em que Q é o fluxo ml/min, ∆𝑃 a diferença de pressão e R a resistência. • O amento do comprimento diminui o fluxo. NÚMERO DE REYNOLDS: • Tendencia à ocorrência de fluxo turbulento. Em que Re é o número de Reynolds, v é a velocidade média do fluxo sanguíneo; d é o diâmetro; p é a densidade; e η a viscosidade. Quando o número de Reynolds aumenta acima de 200 a 400, ocorre fluxo turbulento em alguns ramos dos vasos, que se extingue em suas porções mais lisas. Entretanto, quando o número de Reynolds aumenta acima de aproximadamente 2.000, ocorre turbulência mesmo em vasos retos e lisos, podendo causar sopro. DÉBITO CARDÍACO: • É a quantidade de sangue bombeado do ventrículo esquerdo para a aorta a cada minuto pelo coração (quantidade de sangue que flui pela circulação sistêmica). • Difere da fração de ejeção, que é a porcentagem do volume ventricular diastólico final que é ejetada a cada batimento, e é em torno de 65%. Determinado pela equação: DC = FC . DS FC = frequência cardíaca → o débito cardíaco aumenta inicialmente com o aumento da frequência cardíaca, até atingir um valor máximo. A partir desse ponto, aumentos adicionais da frequência cardíaca são acompanhados de queda progressiva do débito. DS = débito sistólico → o outro fator que exerce grande influência no débito cardíaco é o débito sistólico, ou seja, a quantidade de sangue ejetada pela câmara ventricular em cada batimento (volume sistólico). Grosso modo, o débito sistólico é determinado por três variáveis principais: o retorno venoso (veia cava), a contratilidade miocárdica e a resistência à ejeção. FATORES QUE INFLUENCIAM: • Frequência cardíaca. • Débito sistólico. • Nível basal do metabolismo corporal. • Se a pessoa se exercita. • Idade. • Dimensões do corpo. Débora Rodrigues – MED 30 INDÍCE CARDÍACO: • É o débito cardíaco por metro quadrado da área da superfície corporal (IC= DC/SC). Um humano médio que pesa 70 quilogramas tem área de superfície corporal de cerca de 1,7 m2, o que significa que a média normal do índice cardíaco para adultos é de aproximadamente 3 L/min/m2 da área da superfície corporal. PRÉ-CARGA: • Consiste na tensão na parede do ventrículo no final da diástole. • Quanto maior o volume diastólico final, maior a tensão na parede do ventrículo, logo, maior é a pré-carga. • É aumentada com o maior retorno venoso, por exemplo, que aumenta o volume diastólico final. Quanto maior a pré-carga maior é o débito. LEI FRANK-STARLING: relacionada com a pré-carga: • Diretamente proporcional ao grau de estiramento a que as fibras miocárdicas estão submetidas no período imediatamente anterior ao início da contração. Estiramento → aumenta a pressão e tensão da parede → aumenta força de contração → aumenta o volume que sai → aumenta o débito cardíaco (ajuda na pré-carga). PÓS-CARGA: • É a pressão na aorta que deve ser superada pelo músculo ventricular esquerdo em contração para abrir a válvula aórtica e ejetar o sangue. • Quanto maior a resistência vascular periférica, maior a força que o ventrículo precisa realizar para ejetar o sangue, logo, maior a pós-carga. • Pode ser aumentada pela resistência periférica, hipertensão, aterosclerose etc. • Quando aumentada, diminui o volume sistólico LEI LAPLACE: relacionado com a pós carga • Propriedade intrínseca do músculo liso arterial, por meio da qual o músculo se contrai ou relaxa em resposta a um respectivo aumento ou queda da tensão da parede vascular. Existe uma resposta imediata e transitória (de apenas poucos segundos), durante a qual uma elevação da pressão de perfusão é seguida por um aumento do raio vascular, determinando que o fluxo sanguíneo se eleve. A explicação para o mecanismo miogênico se baseia na lei de Laplace, que estabelece a relação entre a tensão na parede do vaso (T), o raio vascular (R) e a pressão transmural, sendo T = R · P. Pressão aumenta → aumenta a resistência → aumenta a tensão → contração muscular → redução do raio → diminui o débito cardíaco (ajuda na pós-carga). 1) Aumento da pré-carga (aumento do retorno venoso), mostrando que aumentos adicionais passam a determinar uma diminuição da força contrátil e consequentemente do volume de sangue ejetado pela câmara cardíaca 2) Aumento de cálcio → aumento de contração → débito sistólico aumenta e o volume sistólico final cai porque determina aumento do volume ejetado em cada sístole. 3) Se tem pós-carga, tem uma tensão aumentada, determinando uma redução do esvaziamento ventricular e do débito cardíaco, e consequentemente, aumento do volume diastólico final nas sístoles subsequentes. Débora Rodrigues – MED 30 FREQUÊNCIA CARDÍACA: FATORES QUE AFETAM: • A estimulação parassimpática (vagal) provoca a liberação da acetilcolina pelas terminações vagais. A estimulação leve e moderada desse hormônio reduz a frequência cardíaca frequentemente até cerca da metade do valor normal → receptor muscarínico (M2). • A estimulação simpática leva à liberação do hormônio norepinefrina e causa efeitos opostos aos observados no coração pela estimulação parassimpática. Em resumo, o estímulo simpático aumenta a atividade global do coração. A estimulação máxima pode praticamente triplicar a frequência cardíaca e duplicar a força de contração. • O débito cardíaco aumenta inicialmente com o aumento da frequência cardíaca, até atingir um valor máximo. A partir desse ponto, aumentos adicionais da frequência cardíaca são acompanhados de queda progressiva do débito. DÉBITO CARDÍACO x FREQUÊNCIA CARDÍACA x VOLUME SANGUÍNEO: • Maior frequência = maior débito = maior volume. Obs: para aumentar o volume: diminuir a perda de líquido, vasoconstrição do baço. CONCEITOS DE VOLUME: ➢ VOLUME SISTÓLICO: • Volume de sangue bombeado pelo coração cardíaco esquerdo . ➢ VOLUME SISTÓLICO FINAL: • Representa a quantidade de sangue residual que fica no ventrículo após a ejeção do sangue que ocorre no período da sístole. ➢ VOLUME DIASTÓLICO FINAL: • À medida que o sangue venoso flui do átrio esquerdo para o ventrículo. A fase I do diagrama (fase de enchimento) inicia-se com volume ventricular de aproximadamente 50 mL e pressão diastólica de 2 a 3 mmHg. A quantidade de sangue que permanece no coração, 50 mL, após a sístole anterior é chamada de volume sistólico final. À medida que o sangue venoso flui do átrio esquerdo para o ventrículo, o volume ventricular normalmente sobe para cerca de 120 mL, sendo esse o volume diastólico final, ou seja, um aumento de 70 mL. Volume de sangue apresentado nosventrículos no final da diástole. Débora Rodrigues – MED 30 MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO: • Durante o potencial de ação, um neurônio traz um potencial de ação do terminal pré-sináptico, acetilcolina vai ser liberada, a acetilcolina se liga a um receptor nicotínico na placa motora, gerando alteração conformacional do receptor, então a permeabilidade de íons aumenta, levando a placa motora a despolarizar, essa despolarização é conduzida da superfície da fibra para o interior da fibra através dos túbulos T, gerando influxo de cálcio para dentro da fibra, levando canais dependentes de Ca2+ se abrirem no retículo, e então o cálcio que está em grande quantidade no retículo vai para o citoplasma. Aumentando a quantidade de cálcio no citoplasma, o cálcio de fixa na troponina C, mudando sua conformação e a tropomiosina se desloca, expondo sítios de miosina, permitindo a interação miosina e actina (deslizam uma sobre a outra), e inicia-se as pontes cruzadas e, finalmente a contração das miofibrilas. • Quando um impulso elétrico for cessado, canais de cálcio dependentes no retículo são fechados e a bomba de Ca2+ ATPase continua colocando cálcio para dentro, então o cálcio para de fixar à troponina C e a tropomiosina volta a recobrir o sítio de miosina que está na actina e os filamento deixam de interagir, as pontes cruzadas são desfeitas e o músculo volta a relaxar. • O aumento da permeabilidade ao cálcio aumenta a frequência cardíaca – cronotropismo positivo. • O aumento da permeabilidade de cálcio aumenta a velocidade de condução – dromotropismo positivo. • O aumento da permeabilidade ao cálcio aumenta a força de contração – inotropismo positivo.
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