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HOSPITAL MUNICIPAL DE GOVERNADOR VALADARES Tipo do Documento PROCEDIMENTO/ROTINA POP.XXX.001 - Página5/7 Título do Documento ASSISTENCIA DA ENFERMAGEM NA HEMORRAGIA PÓS PARTO (HPP) Emissão:06/10/2022 Próxima revisão: Versão: 1. OBJETIVO(S) Implementar um protocolo para o manejo da hemorragia pós-parto. Para melhor compreensão da hemorragia pós-parto (HPP) serão apresentadas definição, classificação, prevalência, hora de ouro na hemorragia obstétrica, fatores de risco para HPP, medidas preventivas, diagnóstico e manejo clínico, tratamento, fluxograma do manejo da hemorragia pós-parto e kit de emergência na hemorragia puerperal. 2. DEFINIÇÃO · Hemorragia pós-parto (HPP) é definida como perda sanguínea acima de 500 ml após parto vaginal ou acima de 1000 ml após parto cesariana nas primeiras 24 horas ou qualquer perda de sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica. · Hemorragia pós-parto maciça: Sangramento nas primeiras 24 horas após o parto (por qualquer via), superior a 2000ml ou que necessite da transfusão mínima de 1200 ml (04 unidades) de concentrado de hemácias ou que resulte na queda de hemoglobina > 4g/dl OU em distúrbio de coagulação nas primeiras 24 horas após o parto. A estimativa da perda sanguínea pode ser realizada de diversas maneiras, dentre elas: a) Estimativa visual: Quadro 1: Estimativa visual da perda sanguínea Figura 2: Estimativa visual da perda sanguínea b) Estimativa por meio de pesagem de compressas: A contagem do número de compressas utilizadas em qualquer procedimento cirúrgico é uma atitude que auxilia os processos de segurança do paciente. Em caso de suspeita de hemorragia a pesagem das compressas representa ferramenta útil na estimativa da perda sanguínea. c) Estimativa através de parâmetros clínicos - Índice de Choque (IC): O IC reflete o estado hemodinâmico da paciente, podendo ser útil para prever a necessidade de transfusão maciça. Seu cálculo é feito através da divisão da frequência cardíaca pela pressão arterial sistólica da gestante/puérpera. Valores ≥ 0.9 sugerem perda sanguínea significativa. Na prática clínica valores ≥ 1, ou seja, frequência cardíaca superior à pressão arterial sistólica, sinalizam para manejo agressivo do quadro hemorrágico, incluindo a possibilidade real de transfusão maciça. Dados publicados em 2014 na revista Lancet mostraram que 15% das mortes maternas no mundo ocorreram por complicações hemorrágicas e, destas, as hemorragias pós-parto representam um grupo muito importante. A grande maioria dessas mortes seria evitável se medidas como profilaxia, identificação de mulheres de risco aumentado para hemorragia, diagnóstico precoce e tratamento oportuno das hemorragias estivessem sistematizadas em todos os níveis da assistência obstétrica. O quadro abaixo sintetiza as principais causas da HPP: A identificação de fatores de risco para hemorragia pós-parto é ação importante na assistência e deve desencadear cuidado diferenciado, embora a maioria dos casos ocorra em mulheres sem fator de risco identificável. Uma estratégia útil é promover a classificação da gestante no momento da admissão obstétrica em baixo, médio ou alto risco para hemorragia pós-parto (Quadro 2) Algumas condutas devem ser adotadas de maneira preventiva para que caso ocorra a HPP a equipe esteja preparada para manejar a situação garantindo qualidade na assistência, prezando sempre pelo bem-estar da paciente. A enfermagem deve se posicionar como parceira da equipe médica em todo o processo, identificar, prevenir, comunicar, agir para garantir que a mulher seja assistida com segurança e ética. Como profilaxia da HPP destacam-se o uso da ocitocina como droga de escolha a ser administrada para a dequitação da placenta e ao identificar a HPP, o clampeamento oportunodo cordão (entre 1 a 3 minutos) e atração controla dado cordão na dequitação que deve ser realizada por profissional devidamente capacitado. Outra ação essencial para prevenção da HPP é massagear gentilmente o fundo uterino através do abdome materno até que o útero esteja contraído e assegurar-se que o útero não se torne relaxado (amolecido) após terminar a massagem. A massagem uterina deve ser gentil e iniciada imediatamente após a dequitação e repetida a cada 15 minutos na primeira hora e, idealmente, ser mantida nas primeiras 2 horas em todas as puérperas, independentemente do local no qual a puérpera esteja. O contato pele-a-pele precoce e mantido por pelo menos uma hora após o nascimento, pode ser fator de proteção da hemorragia pós-parto por atonia uterina, além de todos os clássicos benefícios para o binômio mãe-RN. Esta boa prática deve fazer parte da rotina de toda instituição. 3. MATERIAL · Agulhas 04 unidades 40x12mm + 4 unidades 25x8mm · Equipo de soro 02 unidades · Jelco 16 ou14 02 unidades cada · Jelco18 02 unidades (para os casos em que não for possível avp com jelco de maior calibre) · Máscara facial oxigênio + latex 01 unidades de cada · Metilergometrina (0,2mg\ml) 02 ampolas de 1 ml (conforme prescrição médica) · Misoprostol 200mcg/cp 04 comprimidos (conforme prescrição médica) · Ocitócito (5ui/1ml) 08 ampolas de 1ml · Ringerlactato* 02 frascos de 500ml s · Eringas 02 unidades 5ml + 02 unidades 20ml · Sonda vesical de demora + coletor urinário 02 unidades · Soro fisiológico 0,9% 02 frascos de 500ml · Termômetro 01 unidades · Three-way + extensor 02 unidades · Tubos de coleta de sangue 06 unidades de cada - tampa amarela/vermelha, roxa e azul + seringa para gasometria 4. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS 1. Verbalizar de forma clara do diagnóstico para equipe/comunicar paciente e acompanhante; 2. Chamar obstetra\anestesista\ enfermeiros imediatamente; 3. Estimar gravidade da perda inicial (através dos dados vitais e perda sanguínea); 4. Puncionar de 02 acessos venosos calibrosos (Jelco 16 ou 14) e iniciar infusão de SF 0,9% aquecido; 5. Coletar sangue para exames: hemograma\ ionograma\ coagulograma\ fibrinogênio\ prova cruzada. Caso grave: lactato e gasometria (conforme solicitação médica) e encaminhar ao laboratório; 6. Oxigenioterapia: (8-10 L\min.) em máscara facial; 7. Elevar os membros inferiores (Posição de Trendelemburg); Aferir SSVV de 15/15 minutos durante a hemorragia, se possível monitorização materna contínua; 8. Esvaziar bexiga e sonda vesical de demora (monitorar diurese) - conforme solicitação médica; 9. Prevenir hipotermia com uso de manta; 10. Administrar medicações conforme prescrição; 11. ENFERMEIRA: avaliar com equipe médica a necessidade do uso do misoprostol e providenciar medicamento na farmácia; 12. Avaliar com equipe médica a necessidade de hemotransfusão para preenchimento das solicitações de hemocomponentes conforme POP de Hemoterapia; 13. Aproximar carrinho de emergência do leito da paciente; 14. Realizar transferência da paciente para bloco cirúrgico conforme solicitação médica; 15. Após estabilização: trocar lençóis, colocar forro perineal e posicionar paciente em posição confortável; 16. Manter monitorização rigorosa nas primeiras 24 horas após hemorragia; 17. Proceder com os registros de enfermagem. 4.1 Responsáveis pela execução Enfermeiro e Téc. De Enfermagem. 4.2 Atribuições Atribui à assistência da enfermagem na hemorragia pós parto com segurança e eficácia. 5. REFERÊNCIAS 1. MINAS GERAIS. Projeto Zero Morte Materna por Hemorragia Pós-Parto: Diretrizes para o Manejo de Hemorragias Pós-parto. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. 2021. 2. WHO guidelines for the management of postpartum haemorrhage and retained placenta, World Health Organization, 2012. Disponível em: http://apps.who.int/rhl/guidelines/apprasail_pph/en/. Acesso em: 06 Out. de 2022. 3. WHO recommendations for the prevention and treatment of post part um haemorrhage – WHO Library Cataloguing-in-Publication Data. World Health Organization 2019. Disponível em:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK131942/pdf/Bookshelf_NBK131942 .pdf. Acesso em: 06 Out. de 2022. 6. HISTÓRICO DE REVISÃO VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃOElaboração/Revisão Alexscheievene Ibsan Viana Alves Acad. De Enfermagem UNIPAC_GV Data: ____/____/________ Validação Data: ____/____/________ Aprovação Data: ____/____/________